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Quadro clínico de abdome agudo tendo como causa um processo inflamatório/infeccioso da cavidade abdominal
É o tipo de abdome agudo que mais sucinta dúvidas diagnósticas
Constituem as causas mais comuns de abdome agudo
Causas:
o Apendicite aguda
o Colecistite e colangite agudas
o Pancreatite aguda
o Salpingite aguda
o Diverticulite aguda
DIVERTICULITE AGUDA:
o 15-30% dos casos de doença diverticular dos cólons
o Corresponde à inflamação de um ou mais divertículos colônicos
o O tratamento adequado depende do grau da doença
o Sinais e sintomas:
Dor
Naúseas e vómitos
Alteração do trânsito intestinal
Sintomas urinários
Febre
Distensão abdominal
Massa dolorosa
Defesa generalizada
o Classificação de Hinchey:
Grau I - Abcesso pericólico
Grau II - Abcesso pélvico, intra-abdominal ou retro-peritoneal
Grau III - Peritonite generalizada
Grau IV - Peritonite fecal
o Tratamento:
Diverticulite aguda grave
Hospitalização
Antibioterapia (metronidazol + cefalosporina) EV
Meperidina
Fluidoterapia
Recorrência de 25%
Abcesso
Drenagem percutânea guiada por US / TAC
Peritonite generalizada
Cirurgia - operação tipo Hartmann
COLECISTITE AGUDA:
o Colecistite: processo inflamatório agudo ou crônico da vesícula biliar
o Ocorre em 15% dos sintomáticos - mais comum em mulheres
o Dos pacientes com litíase biliar, 0,2% ao ano terão colecistite aguda
o Obstrução do cístico por cálculo e isquemia da parede da vesícula
o Ausência de cálculo em 5 a 9% - mais comum em homens. 50% associado a outras doenças - sepse, cirurgia,
falência de múltiplos órgãos. Gangrena e perfuração + freqüente.
o 1º Estágio: Colecistite Aguda Edematosa (2 a 4 dias):Fluido intersticial com dilatação capilar e linfática,
parede edemaciada = HISTOLOGIA: Edema na subserosa
o 2º Estágio: Colecistite Necrotizante (3 a 5 dias): Edema + áreas de hemorragia e necrose, obstrução do fluxo
sangüíneo = HISTOLOGIA: Trombose e oclusão vascular
o 3º Estágio: Colecistite Supurativa (7 a 10 dias): Leucócitos, áreas de necrose e supuração. Vesícula grossa
pela proliferação da fibrose. = HISTOLOGIA: abscessos intramurais.
o 4º Estágio: Colecistite Crônica: Após vários episódios de colecistite, há atrofia de mucosa e fibrose da
parede.
o Complicações:
Perfuração;
Peritonite biliar;
Abscesso pericolecístico;
Fístula Biliar.
Colecistite Enfisematosa – bact. Anaeróbia – gás
Gangrena, perfuração, empiema
Síndrome de Mirizzi: obstrução do ducto hepático comum por cálculo impactado no infundíbulo
Fístula biliar
Íleo biliar
CA vesícula
o Sinais e sintomas:
Dor dura mais de 6 horas
Náusea/vômito, afebril ou febre baixa
Dor e/ou massa palpável em hipocôndrio D
Sinal de Murphy: parada da inspiração durante palpação profunda do hipocôndrio D)
Icterícia (20% pacientes)
Laboratorial:
Leucocitose discreta
Elevação discreta de TGO/TGP, Bil., FA, amilase
Dor abdominal epigástrica ou em hipocôndrio direito,
Defesa à palpação do hipocôndrio direito,
Vesícula palpável,
o Tratamento:
Colecistectomia – 1-3 dias depois início. Emergência em potenciais complicações
Jejum e analgesia
ATB. Podem ser prolongados no pós-op
o Diagnóstico:
A: Sinais locais de inflamação:
1: Sinal de Murphy;
2: massa / dor / tensão no QSD;
B: Sinais sistêmicos de inflamação:
1: Febre
2: Aumento PRTN C reativa >3mg/dl
3: leucocitose
C: Achados de imagens
Diagnóstico Definido = 1 item A + 1 item B C confirma o diagnóstico se suspeição
o Diagnóstico por imagem:
Ultrassonografia:
Sinal de Murphy;
Parede da vesícula espessa (>4mm), não havendo doença crônica do Fígado ou ascite ou ICC;
Vesícula aumentada (diâmetro axial maior > 8cm, diâmetro axial menor > 4cm)
Cálculo encarcerado, debris, coleção de fluido pericolecístico;
Imagens intramurais.
TC e RNM:
Parede espessada;
Vesícula aumentada;
Coleção de fluido pericolecístico;
Espessamento de gordura pericolecística.
Cintigrafia:
Vesícula não visualizada com excreção normal de radiatividade;
Sinal do “Aro”: aumento da radiatividade ao redor da fossa vesicular.
Colecistite
Aguda
Diagnosticada
Definir
Gravidade
o Definição de gravidade:
Colecistite Aguda Leve – Grau I:
Sem disfunção orgânica;
Permite colecistectomia segura e com baixo risco de complicações.
Colecistite Aguda Moderada – Grau II:
Sem disfunção orgânica mas os achados denotam dificuldade para a colecistectomia.
Critérios:
Leucocitose > 18000;
Massa palpável em QSD;
Sintomas > 72 horas
Inflamação local marcante: peritonite biliar, abscesso pericolecístico, abscesso
hepático, colecistite gangrenosa, colecistite enfisematosa.
Colecistite Aguda Grave – Grau III:
Associação com disfunção orgânica: Definição da
Gravidade
Cardíaca: hipotensão exigindo DOPA ou DOBUTA
Neurológico: queda nível consciência
Respiratório: pO2 / FiO2 < 300 LEVE MODERADA GRAVE
GRAU I GRAU II GRAU III
Renal: oligúria, Cr > 2
Hepática: INR> 1,5
Hematológicas: plaquetas <100000 CVL
Drenagem da Drenagem da
Vesícula vesícula
o Tratamento:
Grau I- leve:
Quinolonas orais (Ciprofloxacin, Levofloxacin) Observar Colecistectomia Colecistectomia
Cefalosporinas VO (Cefotiam, Cefcapene)
Cefalosporina 1ª (Cefazolina)
Penicilina+ inib. B lact (Ampi / Sulbactam) Observar
Grau II e III moderada/ grave:
1ª opção / moderado:
Penicilina + inib b lact. (Ampi/Sulbactam; Piperacilina/Tazobactam)
Cefalosporina 2ª geração (Cefmetazole; Cefotiam; Oxacephem; Flomoxef)
1ª opção / grave:
Cefalosporina 3ª e 4ª (Cefoperazon/Sulbactam; Ceftriaxone; Ceftazidime; Cefepime;
Cefozopran)
Monobactâmicos (Aztreonam)
Um dos de cima + Metronidazol
2ª opção / grave:
Quinolonas (Ciprofloxacin, Levofloxacin, Pazufloxacin + Metronidazol)
Carbapenêmicos (Meropenem, Imipenem/cilastatin; Panipenem/betamipron)
Grau I – LEVE:
CVL precocemente (até 72 Hs, 96 Hs)
Grau II – MODERADA:
Colecistectomia precocemente
Se inflamação grave:(>72 Hs, parede > 8mm, leucocitose>18000): Drenagem percutânea ou
cirúrgica
Grau III – GRAVE:
Drenagem (percutânea ou Cirúrgica)
Colecistectomia
COLANGITE AGUDA:
Infecção bacteriana do sistema ductal biliar – Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Bacteriodies
fragilis, enterococos
Causa: obstrução biliar + concentração bacteriana na bile de estase
Tríade de Charcot: icterícia, febre e dor abdominal
Pêntade de Reynold: icterícia, febre, dor abdominal, obnubilação mental e hipotensão – colangite tóxica
Tratamento: ATB + desobstrução da via biliar
PANCREATITE AGUDA:
Quadro inflamatório sistêmico
Foco inflamatório local leva a ativação do sistema imune
20% tem um curso severo
10 a 30% destes morrem
50% dos paciente graves são admitidos na UTI no
primeiro dia de internamento
75% nas primeiras 72 horas
Quadro clínico:
o Dor abdominal e náuseas combinado a elevação de enzimas pancreaticas
o Dor epigástrica repentina que pode irradiar para as costas
o Dor presente em 95% das vezes
o Parte superior do abdome
o Pode ser mais localizada
o Hipocondrio direito, epigástrio
o Mais raramente hipocôndrio esquerdo
o Dor geralmente de forma aguda, atinge rapidamente sua intensidade máxima
o Dor profunda e contínua
o Associação com vômitos, independente de ingestão alimentar
o Paciente posição antálgica, inquieto...
o Abdome flácido ou levemente tenso, sem sinais de peritonite
Exame físico:
o Abdome flácido ou levemente tenso, sem sinais de peritonite
o Ruidos hidroaéreos diminuídos ou ausentes
o Abdome flácido ou levemente tenso, sem sinais de peritonite
o Ruidos hidroaéreos diminuídos ou ausentes
o Frequencia cardíaca elevada, hipotensão
Exames labolatoriais:
o Amilase
Usado para diagnostico
Muitas causas para seu aumento
Amilase três vezes acima do normal é específico de pancreatite
o Lipase:
Alta sensibilidade e especificidade
Poucas causas aumentam seu valor (ins renal)
o Outras alterações:
Leucocitose
Hiperglicemia
Aumento de TGO (AST) e TGP (ALT)
Ureia e creatinina
Gasometria arterial
Tap e ttpa
Calcio
o PCR >150
Sensbilidade 80%
Especificidade: 76%
Para definir gravidade
Tratamento hidratação venosa:
o 20ml por Kg 60 a 90 min
o 250 a 300ml por hora nas primeiras 48h
o 1200ml na primeira hora
o 6000ml a 7200ml por dia nos primeiros dois dias
o Quantidade e composição de líquido ainda não definida
Hematócrito, ureia e diurese
o Repor líquido desnecessário pode ser prejudicial
o Um estudo favorecendo uso de ringer lactato
o Analgesia:
Não há dados sobre superioridade de analgésicos
Buscopan composto 01 FA + 100ml de SF 0,9% EV 88h
Tramal 100mg 01 FA em 100ml de SF 0,9% se dor não ceder com item acima Manter de
horário
Fazer morfina
Controverso se pode usar
Apenas elevadas doses leva a hipertonia do esfincter de Oddi
Nenhum trabalho mostra piora da pancreatite
o Dieta:
Não retomará sua dieta oral 5 a 7 dias
Sonda nasojejunal é a forma preferida
Nutrição enteral precoce ( 24 a 48h)
Transferência para UTI
Disfunção de órgão
Resposta inflamatória sistêmica persistente
Preferência por enteral
Menos translocação bacteriana
Menos complicações de punção de acesso central
Menor mortalidade, menor disfunção múltipla de órgãos
Elevação de enzimas e presença de coleções líquidas não é contra-indicação a dieta
enteral
Quando falha
o Dor
o Piora de coleção
o Persistência de elevação de enzimas
Exames de imagem:
o Rx de abdome
o Rx de Tórax
o USG de abdome
o TC de abdome
Pancreatite grave
Pancreatite leve que não melhora após vários dias de suporte
Dúvida diagnóstica
Avaliar complicações
Antibioticoterapia:
o Infecção pancreática é a principal causa de morbidade e mortalidade no paciente
o Um terço que tem necrose desenvolve infecção
o Embora possa ocorrer no início a infecção é mais comum após 10 dias
o Germes do TGI: Escherichia coli, Pseudomonas, Klebsiella, e Enterococcus
o 75% das infecções são monomicrobianas
o Infecção por gram + ou fungos podem ocorrer, principalmente relacionada a uso de atb de largo
espectro
o