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Numero i COIMBRA,: 10 de Dezembro de 1911 A.

no I

NSo !.•<? erro possa ser «til, a mo não ha verdade


que possa ser nociva— De Maistre Folha quinzenal
SOCIAL
Antes quero sofrer por dizer a verdade do qne fazer
sofrer a verdade com o meu silencio—John Hym

ASSIGN ATURA REDAÇAO E ADMINISTRAÇAO


Serie de 8 números 100 reis
Director e Editor — Luiz Carvalho R u a . d a B a n d e i r a , 6 , 8.°
Avulso 10 » COIMBRA-PORTUGAL

PAGAMENTO ADEANTADO Propriedade do grupo O Futuro


Composto e impresso na Antiga Casa Minerva

Palavras necessarias  Revolução Social! A Revolução Social, exporá


o que pensa sem tergiversôes
Para vós que ides dar á nem tibiozas, defendendo ospro-
publicidade o vosso quinzená- dutôres e atacando com intuxias-
rio com o sugestivo titulo, que mu d'um revoltado o capital e
i representa uma aspiração su- a propriedade privada base de
blime das multidões escravisa- toda a desegualdade social mãe
das, dos que tudo produzindo geradôra de todas as misérias
nada teem, dos que anceiam de que sofre a Humanidade.
A geral ignorancia sobre cratas praticam contra o povo por liberdade, tendo apenas o Os camaradas que não se-
o anarquismo, a deturpação fundo escuro d'uma prisão te- berem expôr bem claramente por
trabalhador, não é porque quei-
nebrosa, as minhas saudações. escrito o assumto que lhes inte-
feita nas nossas aspirações pe- ramos — como certos néscios Revolução Social! é o gri- ressa, poderão vir ã nossa reda-
los nossos adversarios, os ata- supõem—implantar a já pôdre to que faz tremer os potenta- ção expô-lo verbalmente.
ques com que de quando em monarquia. E' p.orque julgamos dos da terra, quer sejam pa- Lá estará alguém, todos
quando nos perfendem ferir, a necessário desiludir os ingé- dres, reis, capitalistas, milita- os domingos das 9 da manhã ás
indiferença com que o povo vê nuos trabalhadores, que aban- res ou políticos, porque toda 4 da tarde, para receber essas
desenrolar-se dia a dia todo essa caterva infame só vive da queixas.
donam os seus legítimos inte-
ignorancia, da exploração e do
um panorama de misérias e de resses para se entregarem ás roubo.
explorações, a situação desgra- réles questões de politica casei-
çadíssima da grande família
Revolução Social! é a as- A guerra turco-italiano
ra que só lhes são projudiciaes, piração sorridente e bella das
obreira criada pela sua desu- tornando do seu conhecimento multidões aladas dos purís- O maior dos ultrajes lança-
nião e apatia, tudo isto e muito simos ideaes de J u s t i ç a ! dos á humanidade em pleno
os crimes que os governos
Hfr.ylucão Social! é a onda século XX, é a guerra turco-
mais ffiK^-li» muito gei-ininár no COnetontemcnte pclpelaill so- italiana.
que sobe, que rompe os diques \
nosso cérebro a ideia da publi- bre o povo. Esta guerra inqualificável,
da organisaçâo burgueza, der-
cação de um periodico com o A propaganda contra a mo- ruindo todo o preconceito que não tem razão alguma de ser,
fim de, por meio da exposição narquia, cujo pezo todos nós mantém escravos e senhores, mesmo dentro do imbecil pon-
culta e raciocinada dos nossos jã sentimos, essa j á está feita' trabalhando denodadamente te de vista patrioteiro.
ideaes, destruir as corruções e para a implantação da socie- Porem os governos entre-
Abaixo o Estado! Viva a dade livre, sem exercitos e
os êrros que sobre Anarquia gando-se á sua missão de ban-
Anarquia! — serão os nossos sem patrias. ditismo e pilhagem, inventam
pairam, com o fim de nos de-
gritos, porque o mal, o grande Revolução Social! é final- diariamente estratagema» ine-
fendermos dos ataques dos nos- mente o brado unisono dos fa- ptos para justificarem as suas
mal, está no Estado e não nesta
sos deturpadores, com o fim mintos caminhando a conquis- selvagerias.
ou naquela forma de governo.
de insuflar no coração do povo ta do pão e da liberdade. E Assim o governo italiano
Nós os anarquistas quere- será a Revolução Social a con-
o espirito de rebelião contra a proposito de levar a civilisa-
mos cortar o mal pela raiz; que- vulsão tremenda qne fará voar
todo o injusto, com o fim de çâo á Turquia, declarou-lhe
remos libertar a Humanidade, em estilhaços toda a iniquida- guerra caso não cedesse T r i -
contribuirmos para a organi-
purificar o meio soeial não por de social dos rieos, fazendo poli !
zação da falange trabalhadora, surgir dos escombros da so-
reformas parciaes mas pelo ata- Claramente se vê aonde
confraternizando os proletá- ciedade maldita, a sociedade
que direto ás instituições que está a inépcia do estratagema:
rios, dando mais coesão ás re- de paz, vida e amor, entregan-
escravisam os homens e empes- com a entrega de Tripoli está
lações entre eles em resumo, do o homem livre na terra li-
tam a sociedade. feita civilisação no resto da
com o fim de facilitar a espan- vre.
Turquia!. . .
são livre do modo de pensar e Esta explicação julgamos Saudo-vos. Observando com olhos de
de querêr dos que vão constru- util fazé-la para que não nos Viva a Revolução Social!! vêr esta prepotencia da civili-
indo, cheios de fé, a grande venham apodar de talassas e sada Italia, que impressão tão
outras torpes calunias como Barthoiomeu Constantino horrorosa me dá essa civilisa-
obra universal da redenção
para aí acontece constante- ção!
Humana.
mente. E mais se acentua em mim
A Revolução Social, é um AOS O P R I M I D O S esse horror, desde que li um
periodico anarquista e como Sem afrouxamento nem ti- telegramma de Constantino-
biezas, forte da nossa consciên- A Revolução Social, re-
tal é absolutamente contrario pla dizendo que os italia-
gista todas as queixas dos opri-
a toda a politica. Combat^ in- cia, tenazes no nosso proposito nos do alto dos aeroplanos
midos contra abusos e arbitra-
diferentemente e com a mésma audazes na nossa resolução de lançavam bombas explosivas
riedades cometidas no trabalho
vencer, seguiremos sempre e sobre o Hospital de Zuara f
energia todas as diversas for- pelos patrões e encarregados.
mas de Estado quér este seja incorrutivelmente na esteira Essas queixas devem ser for- O mesmo telegramma di-
do nosso ideal acompanhando- moladas com macimo escrupulo zia que os italianos bombar-
monárquico, imperial, republi-
concizão e clareza. dearam o porto desarmado- de
cano ou socialista. nos sempre os derradeiros gri- Akaba!
Amantes da verdade como
tos em que se reúnem todas as Supremos selvagens que
Quando apontarmos os de- sômos, comprovaremos tadas as
nossas aspirações. queixas antes de as dar a publi- do aeroplano alvejam m a ino-
feitos das republicas, quando
expozermos e comentarmos os Abaixo o Estado! cidade, para evitar falsas e ca- fensivo H o s p i t a l ! ! !
luniosas denuncias que satisfa- Supremos cobardes q t r ^
crimes que os governos demo- Viva a Anarquia! çam vinganças pessoâes. atacam um porto desarmado!...
HevoliicSo Social
—_____,„ • - -

São escandalosas todas es- res, a confiança na providen- comprimidas, só elle pode sal- sem governo, e é a crença erró-
tas atrocidades! E ' impossível cia governamental vão-se a var a revolução e impeli-la até nea de não poder haver ordem
continuar ooin ellas! passos largos, e o povo, can- ás suas ultimas consequências. sem governo que lhe deu o
0 qne se tem passado em çado de tanto sofrer, reduzido Só os anarquistas qtie não sentido de «cdesordetn».
Tripoli, e em outros pontos de ao desespero pelo peorar con- têm e jamais terão<ompr<>niis- A mesma sorte teve por mui-
combate, tem sido uma vergo- tinuo das condições económi- so algum com Í; burgue/.i.i e to tempo a palavra republica. A
nha, que envolve a Italia na cas, desejoso finalmente de que nenhum secreto pensanu n- ordem é inherente á sociedade
mais degradante miséria. bem estar real, roe o freio, e de dominio nutrem, é que po- e ás suas condições de ezi^ten-
Os actos de banditismo co- j á tenta aqui e ali as suas for- dem suscitar no povo a cons- c i a - - e não ê vim gòverrío qtfé
metem-se diariamente. ças em escaramuças, pequenas ciência do seu direito, da sua a poderá garantir, antes pelo
As selvagerias são tama- sim, mas cada vez mais nume- capacidade, e leva-lo a derru- contrario.
nhas que os jornalistas ingle- rosas e cada vez mais cons- bar os obstáculos, e, sem abdi- Anarquismo—Doutrina se-
zes, receiosos do publico não cientes do escopo a atingir. car nas mãos de quem quer gundo a qnaftodas as forrt>aade
acreditar na sua descripção, U m a grftnde revolução se que seja o poder que tiver con- governo assentam sobre a vio-
publicam diariamente photo- acerca, está talvez iminente. quistado, a tomar posse direta lenciae são desnecessárias e no-
gravuras ellucidativas do ca- Todos os sentem; e a politica imediata, real de toda a rique- civas; método de ação e orga-
nibalismo italiano! dos governos, a par da tatica za, para que tudo possa servir nisoção baseado sobre autono-
0 que se passa de grave dos partidos, é toda dominada para satisfazer do melhor mo- mia e a livre iniciativa a dosin-
em Tripoli para os jornalistas por esta suprema fatalidade do do possivel as necessidades de dividuos e dos grupos, excluin-
assim procederem ? momento, que a uns parece todos. H. Malatesta do a delegaçãojde poder (eleição
Afirmativamente pouco se temerosa e terrível, aos outros ou nomeação de qualquer au-
sabe porque a imprensa bur- sorri com as esperanças de li- toridade, on de qualquerfau-
gueza de Portugal, estúpida e
hypocrita, só nos transmitte
berdade, de bem-estar, de pro-
gresso. Contrastes tor de leis obrigatórias).
Socialismo - Anarquista —
uns pequenos eclios que soam Mas qual será o verdadei- Doutrina segundo a qual a
Extrai-mos dos jornaes diários
como o rumor vago O do O Ignoto. ro alcance desta revolução, Anarquia é a forma politica
a lugubre noticia.
Passe-se seja o que fôr; o que entretanto decidirá por A fome numa necessaria da sociedade socia-
que n ã o póàe é continuar longo tempo dos destinos da província R n s s a lista, o Anarquismo é o método
aquelle estado de cousas. especie h u m a n a ? Conseguirá S. PETERSRURGO, 2 7 . — 0 bis- de ação e o indispensável ins-
O povo americano já se ela destruir para sempre a ex- po de Cliealiabinsk fez um caloroso trumento de realização do so-
fez ouvir contra essa guerra; ploração e a opressão do ho- apelo aós seus compatriotas, em fa- cialismo, tanto no presente co-
outros povos o teem feito. mem sobre o homem, e pôr a vor dos camponeses do governo de mo na expropriaçãofinal,a s -
CA em Portugal, o povo humanidade na via do pro- Orenburgo e do território de Tsir-
sim como a socialisação é con-
gai, èm que voltam a reproduzir-se
embriagado pela politica, a gresso baseando sobre a soli- as horríveis scenas de fome de 1891. dição essencial para a possibi-
proposito de não causar emba- dariedade? Ou será pelo con- Chegam bandos de gente esfai- lidade da Anarquia; teoria que
raços á Republica, nada fez trario uma nova ilusão, uma madas ás cidades e ás aldeias, pa- defende a organisação livre e
por emquanto. Apenas umas convulsão mais ou menos san- ra tomarem a comunhão e disporem- a livre experimentação social,
— ou uma — sessões de pro- grenta, que creará novas op- se a morrer. abolida toda a coação, quer
A sociedade medica de Pirogoff
testo que fcho algum causaram. pressões, novas formas de ex- direta (a que é exercida pelo
e a sociedade canónica imperial to-
Pois bem: Falle a r u a ! ploração e plantará os germens maram a espantosa resolução de poder politico) quer indireta
Unamos as forças e. vamos, de outros males, de outras do- aconselhar ao publico, que não dis- (a que resulta da privação dos
se tanto fôr necessário, á lega- res, e portanto de outras e pense auxilio algum aos desventu- meios de produzir, sujeitando-
ção, italiana com um proteato mais terxi.veis ,revo],tlç&efv? Eia rados camponios esfomeados; e o nos ao patrão). A livre federa-
gOYeiuarfur ds distrirto t4c GJtaieri-
pratico, sem palliativos. o grande problema. nemburgo chegou ao ponto inacre- ção dos grupos livres de p r o - "
Façamos de vez ouvir a Os governos e os partidos ditável de confiscar o dinheiro pro- dutores e consumidores, dis-
nossa voz de humanos e re- conservadores esforçam-se por veniente de subscrição que uma fo- pondo em comum e livremente
beldes, a favor dos nossos ir- desviar a tempestade, empre- lha local abrira, no intuito de valer da terra e instrumentos de
a muitos desses desgraçados.
mãos turcos e de todos que gando alternadamente perse- trabalho, seria sociedade So-
são obrigados pela Italia a to- guições e caricias, corrupções Os reis do milhão cialista-Anarquista.
mar parte n'aquella tremenda e lisonjas. Suscitam odios na- Morte do barão de Rothschiid Syndicalismo — Esta pa-
sei vageria. cionaes e entusiasmos guerrei- PARIS, 28. — Morreu está ma- lavra designa a tendencia
J. Marques Leitão ros, e vão entretanto amon- nhã, ás 6 horas, em Paris o barão do movimento operário a não
^ — toando armas e armados para Gustavo de Rothschiid,
esperar das classes dirigentes
suffocar em sangue qualquer — E m q u a n t ) os trabalhadores
Reunião tentativa de revolta. morrem de fome, (is parazitas mor-
capitalistas e governativas re-
formas ou melhoramentos, e a
São convidados to- rem na sumptuosidade.
dos os membros dos Os padres e os pretenden- Ah! Desgraçados não vos seria não esperar a emancipação to-
gfr-upos «O F u t u r o e tes estão de atalaia para apro- mais útil apoderar-vos das riquezas tal dos trabalhadores senão da
Estudos Sociaes», as* veitar qualquer érrò e qualquer armazenadas, de que deixarem-se ação direta de pressão, de re-
sim como os libertá- morrer no myslicismo que tem con- sistência e de ataque das pro-
fraqueza. E ao mesmo tempo servado tanta desegualdade ?
rios que não estejam os reformadores, os revolucio- prios trabalhadores, por meio
agrupados, a reuni-
rem hoje, domingo, nários burguezes, os socialis- da sua organisação de classe.
pelas t l horas da ma- tas autoritários e possibílistas, O Sindicalismo assim, sem
nha na séde do grnpo formulam mil programas, ma- Socialismo — Doutrina e fazer uma esplieita e esclusi-
«Estudos Sociaes» si nipulam mil mistificações e vista declaração de princípios
movimento tendo em vista a
r u a das F a n g a s , 15
. mil equívocos, todos no inti.i- socialisação da terra e dos meios anti-parlamentares e anárqui-
1.°, «fim de t r a t a r dum
sssnmto de grande to ou de salvar o fundo das de produção (maquinas, maté- cos, chega praticamente á s
alcance p a r a a pro- instituições atuaes, mediante rias primas, sementes, etc. ) e mesmas conclusões que as teo-
paganda. simples concessões de forma, de transporte, repartindo-se os rias anarquistas alcançam por
Convém q u e n i n - ou de deter a revolução no productos segundo as necessi- viadontrinal. Chamando a si na
guem falte a esta re- ponto marcado pelos interes- presente sociedade toda a luta
união.
dades (cnmunismÓ) ou segundo
ses, pelos temores, pelos pre- as obras de cada um (cvl^tivis- operaria anti-capitalista, torna
conceitos de cada um. m<>), Soáa/isação quer dizer inútil o parlamentarismo e a
A Revolução Social Só o programma anarquis- expropriação da actual classe conquistados poderes públicos
ta, que tem como principio proprietária, de modo que a e reservando a si no futuro a
e os anarquistas que as massas devem por si riqueza existente, que em sua função de reorganisação da
As instituições burguezas, mesmas prover aos seus pro- origem é social (obra de todos) economia social, torna inútil o
minadas pelo progresso das prios interesses, que ataca nas passe a ser também social nò Estado, socialista ou qualquer
idéas e da propaganda socia- suas bases toda a organização seu destino, passe a ser de to- outro.
lista, reduzidas ao ' absurdo economica, politica, judiciaria, dos e para todos. Acracia — O mesmo que
pela, s u a própria evolução, religiosa, moral da sociedade Anarquia — Ausência de anarquismo — c o n c é ç ã o de
caiem de lodos os lados em burgueza, que propugna meios governo e de leis impostas pe- uma sociedade sem governo,
ruínas, e se ainda se Sustém,, adequados e proporcionaes ào la violência; sociedade regida baseada na solidariedade cons-
é só por força da inércia e vir- fim, que põe em movimento pelo acordo livre e voluntário.' ciente de todos os seus mem-
tude das baionetas. A fé nos todas as fòVçàs" thõraes e ma- A p a l a v r a d e origem bros. O partidário da Acracia
padres, o respeito pelos senho- térias do povo, hoje latentes e grega, signihca simplesmente diz-se Acrata.
A R e v o l u ç ã o Social

// Congresso jftqarquista qa Região portuguesa

Ha j á bastante tempo que Segue-se-lhe Manoel Joaquim de tino que leu o expediente e a ata Em seguida entra em discussão
Sousa que, como representante da da sessão anterior, que foi aprova- a tese Da gréve geral revolucionaria
•m Portugal se vinha sentindo Federação Anarquista do Norte, da por unanimidade. ao comunismo anarquista.
a necessidade de levar á pra- presta a homenagem ás victimas 0 camarada José Alberto, usan- Uma das bases da tese. é a se-
tica um congresso anarquista de Chicago que tão infamemente do da palavra, felicita Barlholomeu guinte: A gréve é um espirito de re-
foram condemnadas á m o r t e Constantino, por se achar liberto volta contra o capital, e a gréve ge-
donde podesse sair a coésão e outros a trabalhos forçados, re- das garras do Estado, que infame- ral contudo, deve ser preparada no
das nossas forças e de chamar sultado da auctoridade tiranica lhes mente o teve privado da liberdade campo sindicalista pelos anarquistas.
mover uma cilada infame, para acusando-o de incendiário das fa- Ora o congresso, reconhecendo
a atenção do,povo para o nos- assim aniquilar a revolta consciente bricas de cortiça, o que se apurou a gréve geral revolucionaria como
so querido Ideal, que o hade que o proletariado Norte-Americano ser falso. pratica dos nossos princípios, reco-
estava realisando para alcançar a Barlholomeu Constantino agra- nhece também a necessidade de
conduzir directamente á felici-
sua emancipação. dece reconhecidíssimo as palavras emprega-la em tudo que for de
dade, a qual se encontra numa José Franco, demonstra a neces- que lhe foram dirigidas. justiça, para protestar contra qual-
sociedade baseada no acordo sidade da propaganda na província Entra em seguida a discussão quer hostilidade empregada pelo
para mais rapidamente se espalhar da tese: Sindicalismo e Anarquismo, despotismo do poder.
mútuo, ou seja na Anarquia. a semente libertadora da humani- Usam ainda da palavra vários
e o seu relator M. Joaquim de Sou-
A Federação Anarquista dade. za, expõe claramente as grandes camaradas que comungaram todos
Bento Marques, expõe a melhor desigualdades) de que a humanida- nas mesmas ordens de ideias.
da Região do Sul, compene- fórma para que a divulgação da de é vitima; e que sendo o opera- Fala também um camarada hes-
trada destas verdades, acaba „ propaganda se faça conscientemente. riado os produtores de todas as panhol que veiii agradecer ao Con-
de conseguir esse desileratum, José Gomes, propõe que se faça riquezas sociaes, recebem um mí- gresso a sua resolução em criar a
uma larga propaganda do folheto: sero salario, a forma mais moder- caixa de solidariedade para todos
levando a effeito o congresso «Como não ser anarquista?» na da escravidão. Diz «pie embora os oprimidos.
que se realisou nos~dias 11, 12 Barlholomeu Constantino, vol- ô Sindicalismo não seja umfim,os Em seguida é encerrado o Con-
tando novainentee a falar, apresenta anarquistas o devem tomar por um gresso entre um indescritível entu-
e 13 do mez findo, que sem
uma moção, na qual saúda as fa- meio. A tese foi aprovada. siasmo e calorosos vivas á Revolu-
duvida marcou uma nova éta- mílias das victimas de Setúbal e ção Social e á Anarquia.
Em seguida um militar faz uso
pe no movimento libertário em Silves e as das ultimas greves de
da palavra, dizendo que embora
Hespanhâ e protesta energicamente
Portugal, o qual precisa d'uma seja um representante do crime
contra a guerra que representa o
desde que envergou uma farda,
orientação digna e duma ação desfalecimento da consciência huma-
nunca a sna arma fusilará nenhum
O Futuro
na, sendo aprovada por aclamação.
comum que se imponha ao dos seus irmãos, vitimas da tirania
Foram recebidas muitas adesões desta sociedade devassa e crimi No penúltimo domingo reuni-
Estado. degrupos de Lisboa, Porto, Coimbra ram os membros deste grupo de
nosa. Bem sabe que é- um escravo,
E ' preciso que o nosso e outras localidades. um assassino da humanidade; mas propaganda anarquista, tratando
A sessão foi encerrada no meio que acima : de tudo é um humilde em primeiro logar da saída do seu
Ideal não fique enterrado no dum grande entusiasmo, órgão intitulado A Revolução Social.
filho do povo, e que portanto fará
abismo d a indifferença! Pelo causa comum com ele! Também foram lidos dois ofícios:
2 / SESSÃO um do camarada José Clemente de-
contrario, temos que alentá-lo, R e s p o n d e - l h e Bartholomeu
Realisou-se no dia 12. pela 1,30 legado do grupo ho congresso anar-
insuflar-lhe vida e incutir no Constantino que lhe diz: «No dia
da tarde, sendo aberta pelo cama- quista, participando como os traba-
em que o povo trabalhador tiver a
espirito de todos a necessidade rada Manuel Azevedo que fez a cha- lhos decorreram; outro da Federação
plena compenetração dos seus de-
mada dos grupos federados e pro- Anarquista do Norte, declarando
de rebelião para se levar á veres, esses trapos que envergais
prestar todo o auxilio ao jornal.
cedeu á leitura da acta da sessão serão rasgados, e então escorraça-
pratica o que em nós ha só em anterior, que foi aprovada. Sendo apreciada a maneira re-
remos do meio social todos os pa-
teoria, onde triumphe a Ver- Em seguida o camarada Alberto les e vergonhosa como o governo
rasitas.»
Constantino lé o expediente entre e a imprensa burgueza procederam
dade, a Razão e a Jus/iça. o qual figura o do grupo libertário
Assim terminou esta sessão, para com os camaradas padeiros
entre apoiados e palmas, pelas 11 na sua ultima greve, ludibriando
A Revolução Social ao en- «0 Futuro» que saúda o congresso
>
horas e meia da noite. o publico e mandando espadeirar
trar no campo da luta contra e faz votos para que o resultado'
seja coroado do melhor êxito. nas ruas de Lisboa, pela assassina
4. a SESSÃO
a tirania capitalista e governa- Faz depois a leitura dum con- policia e guarda republicana, os
vite da maçonaria ao povo convi- E' aberta pelas 12,50 da tarde trabalhadores que reclamam mais
mental, protesta a sua firme
dando-o a concorrer com o sen pelo camarada Vagueiró, que lê uma um bocado de pão, resolvendo-se
solidariedade para com todos óbolo para a creação de caixa de saudação do Grupo 13 de outubro. protestar energicamente contra tal
os camaradas d a Federação reforma. Nesta sessão devia ser discutida facto, improprio d'homens que se
Manuel Joaquim de Sousa, diz a tese 0 ensino racionalista; mas dizem democratas.
Anarquista e envia a sua ca- como o relator hão tivesse compa-
que do Congresso deVem sair re-
lorosa e sincera saudação a sultados práticos, e por isso não recido no Congresso, foi resolvido
devem de maneira alguma curvar- que fosse publicada nos jornais
todos os congressistas que se anarquistas. Em seguida vários
se perante a burguezia que os pre-
encontraram reunidos em Lis- tende intrujar. congressistas fizeram uso da pala-
vra sobre o preço dos generos de Estudos Sociaes
boa, lutando desinteressada e Diz ainda que tal convite nem
é mais nem menos que Uma burla primeira necessidade e sobre o au-
corajosamente pelo proxiinó gmento das rendas de casa, sendo Reuniu no ultimo domingo
se fosse acceite, era consentir o di- este grupo de propaganda anarquis-
advento d a Anarquia, onde a reito á propriedade privada, o que resolvido dar todo o apoio aos mo-
vimentos que se levantarem contra ta e organisação operaria para tra-
felicidade de cada um não seja é um crime. tar de vários assumpto referentes
Barlholomeu Constantino, analisa estes augmentos.
baseada n a miséria dos seus ao desenvolvimento da propaganda
largamente o convite, classiticandorO Barlholomeu Constantino, discu-
n'esta cidade. Depois de muitos
semelhantes. de reacionario e propõe que se lhes te em seguida a tese Anti-nulitaris-
camaradas se lerem referido á for-
responda com um manifesto. mo; qual será a melhor forma da
Eis um simples resumo do ma da propaganda, deliberou rea-
Em seguida o camarada Manuel sua propaganda ?
que se passou no Congresso: lisar uma serie de conferencias
* Joaquim de Souza, Ãicerta larga- Depois de larga discussão, foi libertarias, sendo brevemente rea-
mente sobre a tese: — Organisação resolvido fazer-se a propaganda lisada a primeira pelo camarada
1.» 8ESSÃ0 Anarquista — que é aprovada e por meio de comidos, conferencias portuense, Seraphim Cardoso Lu-
propõe que se organisem trez fe- e folhas soltas, sobretudo entre os cena, que para tal fim vae ser
Realisoii-se no dia 11 a primeira derações : Central em Coimbra, camponezes, aconselhando-os a não
sessão do congresso como tinha convidado.
Norte no Porto e Sul em Lisboa. comparecerem na escola do crime.
sido anunciado. A sessão foi aberta
Foi também resolvida a creação Esta sessão foi bastante concor-
pelo nosso camarada Barlholomeu
duma caixa de solidariedade inter- rida pôr elementos militares que
Constantino que num brilhante dis-
nacional, para socorrer toitóâ os acalorosamente aplaudiram os ora- © j W U A E Q S â
curso diz que se sente enthusias-
camaradas perseguidos mi'e o ne- dores. .
mado pela realisação do primeiro
cessitem, seja qual for a sua raça Eneerrou-se a sessão pelas 3
Congresso Anarquista em Portugal Deve reaparecer por esles dias
ou nacionalidade. " horas da tarde.
e que lia muito se sentia a sua ne- este vigorizo semanario anarquista
cessidade. Foi encerrada"Wsessão pelas 3 de Lisboa que ha semanas se en-
horas' e meia d» tarde. SESSÃO contra suspenso.
Em seguida apresenta um regi-
do relatorio do «Movimento Anar- Esta sessão que foi a. ultima, Oxalá que assim suceda par
quista em Portugal» em que de- 3. a SESSÃO, bem da propaganda do nosso ideal
réffftsoir-ie petas 9 horas da fiuTte,
monstrava o desenvolvimento do E' aberta pelas 8 horas da noi- S£i>do aprovada ;uala truusata e o missão que elst! tão belainenle lies
ideal libertador. te pejo camarada Alberto Constan- expediente. empenha.
A Revolução Social

Centro de Educação — A classe corticeira do conce- I não verdadeiras aquellas curas, a s


e Propaganda Livre lho, trabalha na constituição d'uma > pretendem obrigar a irão exercerem E x p e d i e n t e
casa de trabalho, para recolher os < aquetle mister.
E s t a agrupação racionalista
acaba de adquirir uma baila casa
operários expulsos das casas dos Este proceder da auctoridade é A todos os camara-
:: verdadeiramente criminoso (como
em Cacilhas, situada na rua Mi-
guel Bombarda, n.° 14, 4.°, conhe-
industriaes, que se colligarão para i;
expulsar os que sejafrm revolucioná- ^
são todos os outros desta) porque das a quem enviamos
ninguém tem o direito de impor
cido pelo prédio da Judes.
A commissão administrativa pe-
rios. Com este fim aplaudimos os uma lei, que não está e nem pode o nosso jornal, e não o
seus iniciadores, de contrario será ^ estar primeiro que as dores da hu-
de a todos os jornaes operários e
a editores de livros 011 folhetos de
mais uma egrejinha para se anicha-
\ manidade. Sim, porque suponhamos queiram assignar, pedi-
í que são verdadeiras as curas que
caracter sociologicos ou racionalis-
tas a cedencia d um exemplar para
rem certos mágicos I . . .
< se fazem, com que direito, com que mos-lhe a fineza de
5 auctoridade é que se pode obrigar
a sua bibliotheca. Virgilio. 5 uma creatura a continuar mergu- no-lo devolverem na vol-
As aulas nocturnas de instrução s Ilíada na escuridade, se nos seus
primaria, devem começar em de- < olhos pode chegar a luz que se ta do correio, de contra-
zembro, fazendo-sea festa de inau- torna o único anhelo dum cego?
guração no 1.° de janeiro de 1912.
0 CASO DAS CHÍNEZAS Por acaso merece uma lei mais rio c o n s i d e r a m o - l o s
Toda a correspondência pôde respeito do que a luz dos olhos?
ser enviada ao secretario archivista
Bm volta dos factos Evidentemente que não. nossos assignantes.
Bartholomeu Constantino. E demais o que é uma lei ? Uma
trapalhada que perante um povo
O quevainos expor, talvez seja
> culto nada representa. Que direito
d'encontro ao que pensa muita crea-
Correspondência tura inteligente e livre de precon-
> tem pois para nos impôr essa lei
> que obriga a terminação das curas,
Influencia dos meios
ceitos; talvez que nos mereçam por
> sem repararem que ha tanta crea- E' uma verdade, de resto, que
Almada, 23-11-1911 isso estas linhas algumas censuras
> tura que necessita vér, que anceia se começa a reconhecer e q u e
e reflexões, mas como julgamos
Camaradas: ao tomar conta da | luz, como nós anceamos a Liberda- abriu caminho no mundo cientifico;
cumprir um dever, dizendo ou es-
: de. a influencia modificadora dos meios
incombencia algo espinhosa de vos crevendo tudo quanto pensamos e
como nunca negamos o direito de Direito não tem nenhum. Mas, sobre os seres organisados é ape-
informar do que vae por esta t e r r a não entendem assim os governan- nas combatida pelas velhas biscas
serem criticados e censurados os
sinto-me oprimido por ter que co- tes; não o entende o estado e as da ciência official.
nossos actos e opiniões, conservar-
nwçar por uma narrativa que no s nos-hemos como sempre, conscios engrenagens que o compõem, e Está reconhecido, hoje, que o
inlaceia a alma, quero dizer o sen- de termos cumprido mais uin dever porisso impõem a lei; quer o res- sol declina, os gbstaculos ou a fa-
e exposto mais uma opinião, sincera peito a lei; porque é lei, e prompto. cilidade de viver que acham os or-
timento moral por facto que nos
e consciente. Quem é cego que o continue a ganismos sobre um continente têm
intristece. You tratar de mortos. ser, porque a lei não pode ser re- sobre o seu desenvolvimento uma
No domingo 19 do corrente se- Apareceram ha dias na Capitai, vogada e sobre este ponto as reso- \ influencia tão grande senão maior,
duas chinezas, em volta das quaes luções da auctoridade são inabala- \ que as outras leis, com a ajuda das
pultou-se a companheira do nosso
a imprensa diaria tem explorado veis.
camarada Bartholomeu Constantino \ quaes s e quiz exclusivamente ex-
ignobilmente. Segundo uns, as mu-
Este caso revolta-nos, como nos plicar a sua adaptação, ou as ten-
victima duma himorregia cerebral. lhersinhas davarn vista aos cegos,
revoltam todos os actos tyrannicos, dências para a variabilidade.
A infeliz senhora acometida da fa- fazeudo hábeis operações em que
e nesta revolta, ao mesmo tempo, Para o homem, de que se q u i i
tal doença durou apenas pouco extraiam uns pequeninos insectos,
manifesta-se-nos o pasmo, por que fazer um ser á parte, isso foi mais
que se conservavam nos olhos da-
mais duma hora, deixando conster- nos recordamos de que este proce- duro de admittir tanto mais que el-
quelles a quem não é dada a felici-
nados todos que a conheciam. O der da autoridade, que representa le, também, pode transformar o
dade de verem a luz do dia. Segun-
uma afronta, se manifesta na cida- meio em que evoluciona. Mas, em-
funeral apezar de se efectuar de- do outros, as mulhersinlias não pas-
de de Lisboa, afronta que é dirigi- fim, acabou-se por reconhecer que»
baixo duma invernia medonha foi savam de vulgares curandeiras, que
da a um povo heroico, revolucio- igual aos outros animaes, sobre el-
uma sentida manifestação, incorpo- pretendiam vir explorar com curas
nário e destemido sem que elle tire le atuavam as mesmas influencias,
milagrosas, comparado este caso,
rando-se no préstito fúnebre para delia o desforço devido. evolucionava sob a pressão d a s
com o da agua de Lourdes, etc.,
mais de quinhentas pessoas. A' Pois quê ? Já não existe esse mesmas causas originaes.
Este caso como é natural, im- povo que tentou libertar-se da ty-
beira do coval, falaram enaltecendo precionou vivamente a opinião pu- Quando foi preciso explicar a
rania; que expulsou deste torrão sua evolução moral, segundo a s
a finada os camaradas Aprigio de blica ;e por todo o paiz elle tem essa quadrilha de perdulários que
sido commentado, evidenciando-se mesmas leis, isso foi ainda muito
Serra e Moura, Amilcar do Carmo o governavam, e que derruio o po- mais difícil e mesmo os que negam
mais uma vez a pouca imparciali- der clerical ?
e José Maia. o livre arbítrio, que reconhecem
dade com que são discutidos todos
O nosso camarada enlutado que Nãol parece que não existe já, que o homem não atua senão sob
os assumptos, visto que cada um
ou então existe talvez mergulhado a pressão de factos exteriores, mes-
receba a expressão sentida do nos- discute conforme as suas conveniên-
em profundo letargo, porque se as- mo esses não podem aceitar a lei
so sentimento pela falta de que foi cias. Assim os remedios, pharma-
sim não fosse não teria deixado coin todas as suas consequências,
vitima. ceuticos e enfermeiros, sem olhar
calcar os direitos a que tem jus; isto é fazer remontar as causas da
a qualquer prova que lhe seja apre-
— Continua preso na cadeia não teria consentido a perseguição criminalidade do homem á organi-
sentada, barafustam e gritam que
a duas creaturas que elle povo, já sação social toda inteira e pedir a
d'Almada, o camarada José Perdi- tudo é uma mistificação. O povo
estimava, assim como teria repel- sua transformação.
gão, implicado corno suposto autor convencido ou sugestionado p o r
lido a affronta que lhe foi dirigida Os mais ousados, e são raros
do incêndio do Caramujo. Este ca- aquellas curas, protesta contra tal
e tê-lo-ia feito num momento de admitiram um principio, que a or-
campanha, que dizem ser campa-
marada não foi posto em liberdade rebellião. com altivez e dignidade, ganisação social é má, que ella pre-
nha de conveniência. Não pertence-
p o r ter-se evadido para Hespanha. emfim, com a ação direta. cisa de reformas, que algumas das
mos ao grupo dos primeiros, nem
José Perdigão, é um bom cama- tão pouco pensamos sobre as chi- Mas, esse povo dorme, e sen- suas instituições geram delitos, mas,
nezas como pensam estes últimos tindo-o adormecido, a burguezia, o para elles, a grandé culpada é a
rada que se tem sacrificado em ex- Estado e o parlamentarismo, escar- natureza má do ornem, que carece
mas simplesmente nos sentimos
tremo pelas reivindicações da sua necem-n'o, opprimem-n'o, explo- dum freio para as suas paixões e
revoltados ao analizar a maneira
classe — a corticeira — para até intolerante e pouco digna, como se ram-rfo e só o deixarão de fazer que a sociedade, por defeituosa que
certo ponto tão mal recompensado tem conduzido as auctoridades civis, quando este emfim, a c o r d a r . . . seja, pode apenas chegar a reprimir.
ser. ^ que sem cuidar saber, se são ou
Souvarine. Jean Grave

ANTIGA CASA M I N E R V A
DE

jYíaria Candida jYtendes


AVENIDA NAVARRO — (Junto aos automóveis)

Telephone, 321 ÇOIMBRA

PAPELARIA m TYPOGRAPHIA m EN C ADERNA Ç AO


Numero ££ — Serie 1} COIMBRA, 28 de Dezembro de 19li Ano

A REVOLUÇÃO SOCIAL
Não ha erro que possa sèr «til, como não ha verdade
que possa ser nociva — De Maistre Folha anarquista Antes quero sofrer por dizer a verdade do que fazer
sofrer a verdade com o meu silencio—John Pym

ASSIGNATURA REDAÇÂO E ADMINISTRAÇÃO


Serie de 8 números 100 reis
Director e Editor—Luiz Carvalho
Rua, S á da Bandeira, 0, S.»
Avulso 10 » COIMBRA—PORTUGAL
PAGAMENTO ADEANTADO
Composto e impresso na Antiga Casa Minerva

CAMPEIA A TIRANIA
Em Hespanha são condenados á morte alguns trabalhadores por proclamarem a comuna « o
bem supremo dos povos,, e defenderem a vida em Oullera na recente greve geral.
Em Portugal são condenados a 3 mezes de prisão, 9 # 0 0 0 reis de multa, custas e selos do pro-
cesso e í í 0 0 * 0 0 0 reis de indemi,,isaVão, 0 operário, por cometerem o O R R I V E L C R I M E
de demonstrarem ao povo num manifesto que tanto sob o jugo da torpe monarchia como
da tao cantada republica, os precessos usados por os governantes são os mesmos, jesuítico»
e barbaros.
Trabalhadores portugnezes! proletariado mundial, vede o que se passa na península Ibérica, e
levantae um veemente protesto contra a tirania dos dois paizes.

Quando afirmamos que na- sões, aos pavorosos aconteci- Se a plebe luta por os seus Muito vos fere a Verdade!
da devemos esperar,* senão mentos de Abril, Junho e direitos, se quer cumpridas as Imaginam, talvez, que a
perseguições d ' a q u e l l e s que Março no tempo da ominosa promessas que o animaram no sufocam com as vossas abomi-
se servem do povo como d'uma monarquia. momento da refrega de 5 de náveis leis?
escada para subirem á s cul- Somente se expulsou a outubro, è imediato mente con- Estão enganados.
minancias do Poder, para tor- Lembrai-vos das palavras
monarchia. siderado como traidor á patria,
narem r e a l i s a v e i s as suas de Jipriani:
A revolução aiftda está por como thalassa, portanto sujeito Quando a repressão ê um-
aspirações de déspotas, afirma- fazer! ao rigor peculiar da autori- facto, a rebelião é um direito<.
mos uma grande verdade com- Substituiram-se os tyranos dade.
*
provada com factos. nada mais. I n t r u j e m D e t u r p e m que * *

A classe t r a b a l h a d o r a , O povo, ò secular escravo, o governo auxilia os intrujões No passado domingo, dii*-
ficará, decerto boquiaberta ao lá estava no campo da luta e os difamadores! rante um bazar realisado.na,
ver os omens que nos tempos associação dos artistas, tocou-
combatendo pela Republica, Dignifiquem-se! propagae
a banda de infanteria 35 a
ominosos da realeza surgiam de n'uma ancia de liberdade, mas a verdade e sofrereis as persi- Portuguesa.
grenha revolta e verbo fla- convuluto no veu d a illusão. guições da c a n a l h a politi- Como alguns nossos cama-
mante combatendo a escoria O dragão revolucionário queira. radas se conservassem de ca-
dos adeautamentos, serem os estacionou, e m b a l a d o pelo beça coberta, levanta-»se.um:.>
primeiros que, depois de sen- canto mystico dos charlatães charivari medonho ques teria
tados no poleiro governamen-
tal, praticam atos edenticos,
poli ticos.
No banquete orçamental
Notas Soltas resultados funestos se jiãò fos-
se a prudência dos ditos ca-
maradas.
de egual selvagismo, com todos enchem o papo os galos da
os requintos de m a l v a d e z Como se sabe, nâO passa
democracia, emquanto o povo João Chagas, quandô h a d u m a petulancia sem limites,
que caratherisou a t é t i c a me- se limita a um virgiliano Sic annos o convidarem a tomar imporem o dogma, ,da cabeça,
gera de coroa e manU>. vos non vobis. parte n u m a campanha contra descoberta.
Os fuzilamentos dos gre- a lei 13 de feveiro de 1896,
O seu sangue regou as E' deveras irrisório como-
afirmou :
vistas de Silves, Setúbal e ruas de Lisboa quando n'um ê aplicada a argumentação doa
. . . Não; ou bem republi- provocadores :
Lisboa, os espesinhamentos da esticão de nervos pretendia canos, ou bem nnarchistas. Não Respeitem-se ast.,crenças...
guarda republicana em toda a quebrar as algemas que o quero hoje bajular os anarchis- de cada um, dizeip ellèíi -.
parte onde se manifeste o manietam desde que sobre a tas porque se amanhã for go- Porem, para que isso.fòsse-*
effeito de tantas misérias e terra começaram a haver se- verno enjorco-os.
um facto, necessário .se tornava.,
s o f r i m e n t o s , encerramentos nhores e escravos e, por esses E elle inlmmano, irracio- que elles não impedissem o-,
das associações de classe e o que só lucraram, os chefes, os nal, sem a mais simples noção nosso livre arbítrio, logo que t
atentado á liberdade de im- de justiça, vae consumando o elle não prejudicasse os nossos %
caudilhos, os revolucionários seu desideratum.
prensa feito ultimamente em semelhantes.
de comícios, são apodados de Não os enforca porque cá
Évora por alguns camaradas J á . porventura, nós, os
canalha, de sargeta, de es- no burgo não existe pena de
nossos citarem as phrases anarchistas. iraposemos ou pe- .
coria imunda saida das vielas, morte, mas c o n d e n a - o s a dimos para qije. posessem o -
dos homens do governo quan- quando fazem ver que conhe- 209:000 reis de multa, trez chapéu quandd o tiram ?.Nào V i
do estavam na oposição e e s - cem o ludubrio e sentem os mezes de cadeia e custas e Apologistas como sumos
calpelarem os atos dos gover- grilhões, de dia para dia, mais sei los do processo por expo- | da LiberdacUi- individual, j a -
nos rapublicanos, equivalem rem a sua forma de pensar, | mais usaremos d a violência,;
solidos. imperando a violência por citarem o que disseram e i para fazer-n»os> cumprir a ou-
a todas as infamias e repres- com banditismo sistemático. praticam os governantes. trem a nof&a.. vçntade,. poe r -
A R e v o l u ç ã o Social
L , — "
tanto, prontos também a usar- 1
mos cTella quando a vontade \
d'outrem se nos pretenda im- í
A CRISE | pobre miserável camponez, do po-
vo rude e einfnn, que tudo sofre,
que tudo produz, que nada tem.
foram encontrados moldes pa-
ra o fabrico de moeda falsa,
chapas para o fabrico de pos-
E ' verdadeiramente ater- > Ao passo que a evolução ca- taes ilustrados dos quaes ser-
por.
radora a crise que as classes > minhava, iam-se formando socie- viam de exemplar as freiras;
0 nosso lema é :
trabalhadoras estão através- > dades, regimens, meios ("9 perse- porque dissesteis oh biltres da
Faça cada um aquillo qne
sando sein que apareça solu- guição e intolerância, costumes, \ sotaina — «isso disseram, para
entender, logo que não prejudi-
ção que vá atenuar um pouco \ tudo o que se pòdia alcançar com j nos difamar, os jacobinos que
que os seus semelhantes.
a situação paupérrima que pe- j o desenvolvimento relativo, mas ; incendiaram acasa do Senhor».
Para nós que p e n s a m o s <
netra nos l a r e s dos humil- \ contudo, tudo torpe e ominoso.
livremente, a Portuguesa( as- j Firmo-me n a historia e
dos obreiros que fartos de \
sim como outro qualquer hy- jj E' por isso que ao olharmos a > nos vossos livros. Lede:
sofrerem os horrores da escra-
no, não é mais que unia peça historia do passado, nos sentimos > Existe o chamado Livro
vidão, para mais suportam as
de musica á qual ligamos uni- í a jrevolta atuar no nosso espirito, > das Taxas que foi submetido
a g r u r a s da fome. j
camente importancia, artisti- contra as iniquidades do presentes jj á alta apreciação de sua santi-
camente falando. Não sendo ainda o bas- Tudo passou, tudo se desenro- > dade. Leão X e por este apro-
Por conseguinte, o q u e tante, a crise de t r a b a l h o lou no nosso espirito numa sombra j j vado. Esse livro é um dos pre-
praticaram os violadores d a <; lança as suas garras, pa«£ não l negra como os miseráveis corvos. I çários do santíssimo traficante:
liberdade de pensamtnto, é a ; ser só a carestia de generos da sotaina. Agora pensemos no jj regulamenta a absolvição para
consequência do fanatismo em \ alimentícios a fonte do mal futuro, nesse futuro que se asseme- \ toda a especie de crimes.
que se encontram imbuídos* < estar, emquanto os açambar- l lha a uma alvorada de abriL — Sois um bandido feroz ?
Nada mais. \ cadores vivem na fartura, n a Mas, pergunto e u : basta só \ — Cometesteis crimes aos
* f opolencia roubada aos traba-
pensar no futuro, sem nenhum í milhares ?
* * * lhadores. | outro elemento real e eficaz que $ Isso pouco importa. T e n -
Sim, é aterradora a situa- nos poSsa elevar ãs sublimes aspi- : des dinheiro?
A prepotencia ominosa da ção em que se encontram a s > j rações, aos mais altos píncaros do
Hespanha fradesca, está cons- < classes operarias. Pois puxae os cordões á
j dever mutuo, dos direitos indivi- | bolsa e dae dinheiro á Egreja.
tantemente a m a n i f e s t a r - s e
De todos os lados nos che- | d u a e s ? — N ã o , A questão está resolvida: —
5
com atos quejandos, repugnan-
gam os gemidos dos p a e s que ; E' preciso trabalhar, trabalhar > entrareis no ceu!
tes. \
sonhando um futuro risonho j com afan; educar e instruir. Não são cousas por mim
0 ex-democrata Canale-
para os seus filhos, veem-os < E quem diz trabalhar, educar, inventadas. O h ! não. E u não
gas, é mais que um fiel servi- ::
sucumbir nas garras da fome. instruir, diz caminhar, emancipar I í sou quimérico.
dor dos sequases de Maura, s
Nos lupanares veem-se de E' este o lema dos anarquistas, \ E' do «Livro das Taxas»
praticando idênticas violências
dia para dia engrossar o nu- desses que lutam pela liberdade, \ da 2. a edição 'portnguézàj que
horrendos barbarismos, pro- \
mero de jovens que proferem , que tudo sacrificam ao seu Ideal, : recorto alguns trechos. Lêde
prias d'um famigerado de estir- 1
ser encarnecidas na prostitui- ao bem da Humanidade. bem, paes e mães; meditae
\
pe loyolana. |
ção de que perecerem sem ali- Não são as formas de governo, bem sobre a amostra que vos
jj
J a não é só citar o assas-
mento. s quer monarquicas, quer republica- ; dou do «Livro das Taxas»
sinato juridico do fugueiro do jj
Mas que se tem feito para < nas, que modificam para o bem a S aprovado pelos concílios:
Numancia, os constantes en- )
que se termine este estado alma e coração das multidões; é o
carceramentos de homens li- < J?ax*ricitlio
de coisas? ' \ examinar as pustulas gangrenadas \
vres, como também a conde-
Nada, absolutamente nada. que empestam a sociedade. \ 1.° — Pelo assassinato de
narão á morte de alguns ope-
rários que eram acusados de j escadas do ministério \ E quem examina e pensa, educa < pae ou mãe, irmão ou irmã, a
matar um juiz, um escrivão e < s f t o s u b i d a s q u o t i d i a n a m e n t e < o seu espirito, o seu modo de pen- i absolvição c u s t a r á 4 : 8 6 0 .
um aguazil que brutalmente por operários que pedem a sar, para poder educar o dos seus < 2.° — Aquele que matar sua
os agrediram e prenderam na atenção dos homens do go- : semelhantes. própria mulher, pagará 4:860.
recente greve geral e por pro- verno para a sua aflita situa- Caminhemos, pois, p o r essa j 3.° — Aquele que matar sua
clamarem a comuna na povoa- ção. estrada escabrosa para chegarmos jj própria, mulher e quizer casar
ção de Cullera, único bem dos Mas elles só se importam o mais depressa possível á Socie- s com outra, pagará pela absolvi-
pobres. com a politica soalheira. dade Livre, embora na viagem se j; ção 7:500.
A h ! Canalegas, Canale- s T r a b a l h a d ô r e s : encontrem, como è natural, vampi- < Custa mais um bocadinho,
gas, precisaes bastante do re- < Não mendigamos trabalho < ros ambiciosos, largos e, na apa- é verdade, porque quereis ca-
surgimento d'um Anqiolillo. aquelles que nada produzem. rência. impenetráveis diques bur- jj sar com outra mulher, e mais
Se vos sentiz capazes de \ guêses. | vos custará se fordes um eo-'
*
*
*
\ produzir livremente, por que $ Educar, instruir todos os pre- \ barde ou se tiverdes procura-
conceitos e dogmas que destroem j do cúmplices.
D u r a n t e uma temporada \ não nos ergue-mos n'uma re-
o assumpto do dia era a catas- \ volta consciente e estabele- a Humanidade, guiar com princípios 4.° — As pessoas que ajuda-
trophe do Porto, procurando cemos o comunismo livre onde \ firmes, nobres e indiscutíveis, eis rem o marido no assassinato de
alguns muito intrigados, as \ todos produzem consoante as em resumo o fim dos anarquistas. < sua mulher, pagarão cada uma
responsabilidades. suas forças e consumam se- jj — Onde estudamos ? 720.
gundo as suas necessidades ? — Nas paginas luminosas e be- Lêde b e m ! Pensae na mo-
0 caso j a de todos deve ;
las da enorme biblioteca anarquis- > ral dessa religião hedionda —
ser conhecido,
Mário Campos. ta, no nosso espirito, nas paginas como todas — o h mães q u e
No entanto nós acrescen- ;
sublimes do nosso pensamento. > deixasteis arrastar por ella.
taremos que os únicos culpa- í
Caminhemos, pois, e sem tré- Parece-me que ouço esse
dos estãe dentro das hostes
guas I bandido enviado de Roma, o
capitalistas e estadoaes.
E o caso é de terem toma- Caminhar Viva a Anarquia!
negregado jesuíta João Thezel
j: gritando como qualquer char-
do empregados inaptos para
aquellt serviço só para não Caminhar! p r o g r e d i r ! Eis o jj Santos Costa. ; latão:
—Comprae! comprae! que,
cederem ás reclamações t ã o >dever de todo o homem. Eis a j
com cada moeda que entra no
justas do seu antigo pessoal e 5 aspiração dos homens livres.
v i n g a r e m -se manhosamente l Na atual étape da Humanidade •
d'aquelles que teem o condão < encontram-se ainda alguns sinto- :j
A grande feira meu saco, livraes a alma do
purgatorio!
de conhecerem os seus direitos mas de decadencia de espirito, > Por acaso conheceis feira Que c a n a l h a s ! que bandi-
e querem-os conquistar n'al- f sintomas que embora mais eleva- maior, balcão aonde, por gros- dos ! são estes apostolos da re-
gumas parcelas. dos, se encontram ao desenrolar-se > so, mais se venda do que na ligião que nos diz no «Livra
a historia do passado. E g r e j a ? Certamente que não. \ das Taxas».
Desde os tempos mais remotos É ' impossivel haver merca- > i 'or infantecidio
do maior e de mais trafiçan- ;
0 ALCOOLISMO aparecem á superfície da terra
caranguejos humanos, embora al- j cias. < 1.° — O pae ou màe que ma-
POR
guns inconvenientes do mal que í Na Egreja tudo se vende, tarem seu filho, serão absolvidos
-A. . G - H i n A D I N E do infantecidio pagando 4:860.
produziam á sociedade, efeitos da • tudo!
educação, entes corrutos e devas- > Não é necessário vir dizer > 2.° — Se marido ou mulher,
PREÇO 30 RÉIS sos como os da honra dos dogmas que nos conventos incendiados 0 matarem de comum acordo,
Á venda nesta redação infaUiveis, que viviam á custa do \ ha dois anos em Barcelona, > pagarão 5:200.
A Hevolnçao Social

3.° — A mulher que fizir aceitam, unicamente, as verdades que tanto predomina? O Ca- ha cujo ensino é de absoluta neces-
uso de bebida abortiva, sendo o cientificas descobertas pela obser- sidade para todos os sindicados,
vação e pelo estudo e afirmados pital e o Estado.
marido o preparador, pagarão necessidade tão grande, que, posta
pela experiencia. Sim é o Capital que nos
pela absolvição, 4:850. a funcionar uma escola sindical em
A. — D'acordo. explora e oprime e por seu la-
Será pelo facto da quantia L. — S ã o i n t e l i g e n t e s como harmonia com as indicações do Sin-
ser um pouco elevada que es- ninguém. do o Estado protege-o com to- dicalista, difícil, se não impossível
ses biltres assassinaram a in- Sabem raciocinar logicamente e dos os seus privilégios.. se tornaria aos alunos ganharem
tirar as ultimas consequências. noções conscientes das matérias en-
feliz Sarah de Matos? A. — D'acordo.
Se são estes os dois facto-
Talvez, porque clérigos co- sinadas, sem a previa assistência
L. - São. res a causa de todo o nosso
mo eram, incorriam na taxa de A. — Basta, basta. Tudo o que a outros cursos que na opinião do
mal-estar porque não os de- autor do dito artigo se tornam fa-
digas em sua justificação é v e r d a - '
Pecados carnaes deiro. molimos ? cilmente dispensáveis.
L. — Então porque os maldi- Ah! Eduqueai-se as cons- Mas, vamos por partes.
1— Se um clérigo praticar zes? porque os odeias? norque
um acto deshonesto, quer seja desejas aniquila-los ? Não acabas de
ciências, esparge-se luz por Qual a importancia da caligra-
com freiras de convento, ou não, reconhecer todas as suas belas, os cerebi^os rudes e caminhe- fia e do ditado?
quer seja com primas, netas (1) sublimes e bondosas qualidades ? mos todos unidos para a luta Nem todos os sindicados, ou
ou afilhadas ou ainda com outras A. — Exatamente por isso. Se antes nem todos os alunos da Es-
não tivessem razão, se fossem o em prol da nossa emancipação
mulheres, para ser absolvido cola precisam de ser bons caligra-
contrario do que são, se não pre- moral, inteletual e economica, fos.
com ceiteza de não sofrer ne- tendessem o que pretendem, não
conquistando assim melhores Quando muito, comprehende-se
nhuma perseguição, pagará, seriam merecedores das minhas
11:820. maldições, dos meus odios, do dias, cheios da mais sublime a necessidade de um ou dois cali-
meu desejo de aniquilamento. aspiração q u e se denomina grafos por sindicato, para as neces-
Para que mais transcrições,
L. — Não compreendo. sidades da Secretaria e da Associa-
se elas revoltam a consciência A.— Já -vatis compreendei". Na Anarquia.
ção.
dum ser humano? Para que tua nobre sinceridade desconheces Coimbra.
Mas para essefime para que
transcrever mais infamias ? que os indignos, os ruins, os maus,
os, escravos, os torpes, os débeis, Carlos M. Ferrão. nunca se dê o caso de, na impôs
Só o que peço é meditação
são os que 'me dão vida, es que sibilidade d»» secretario do sindicato,
profunda sobre o que alii fica; me sustentam, de me ter formado. ficar este desprovido de quem faça a
e aos omens inteligentes, aos E como os anarquistas não são O qae 'eu sei é que o artigo
escripturação e demais expediente,
espíritos livres, emancipados nada disto mas sim perfeitamente 569 do çodigo civil diz que o pro-
duto do trabalho de qualquer pes- existe um meio mais pratico e mais
dessa religião hipócrita, e de o contrario, e como eu e os qae á
minha sombra medram não quere- soa é propriedade sua, e isso é rasoavel, do que a existencia na
todas as outras, que leveis a uma irónica mentira, visto que o
mos morrer, temos que ver nos escola dum curso para a formação
toda a parte o grito de revolta produtor não lhe põe a mão, tendo
anarquistas os nossos maiores, os do corpo administrativo.
contra essa seita de tartufos. nossos únicos inimigos. Compreen- de se alugar por preço inferior ao
do aluguer dum animal de carga, E' a existencia de substituto^
Não se diga que o catlioli- des agora a feroicidade com que
os tratamos? e o patrão fica com a parte de leão. dos secretários e tesoureiro que
cistuo está morto.
L. — Já Já compreendo! deverão ser escolhidos nos mais
Morrerá, sim, quando to- Botto Machado.
A. — P a r a que compreendas aptos e que irão praticando junto
das estas patifarias forem pos-
melhor: eu sou o mal e vivo do dos efetivos.
tas a claro e que todos as ma! em todas as suas formas. 0 Isto, admitindo que o ensino na
comprehendani.
A religião católicas é. como
bem e quantas o defendem, propa-
gam e e praticam, são os meus
A educação nas Escola Sindical dessas matérias tem
esse objetivo.
todas, ignóbil. Combatemo-la, assassinos e os meus coveiros.
L. — Sim, sim. Vejo que eu e
escolas sindicaes Pois não sendo assim, nós te^
sem tréguas, até ao dia em que
tu sômos absolutamente opostas e riamos de admitir què o Sindica-
vejamos destruídas todas as contraditórias; que a minha vida é lista desejaria ver a escola sindical
egrejas, porque só então pode- a tna morte, e a minha morle é a Um pequeno paragrafo dum ar-
a preparar amanuenses para reparti-
remos dizer q u e morreu o tua vida. Não te comprem li do tigo publicado no Sindicalista, sob
principio, porque os nossos crité- ções ou guarda livros para grandes
maior flagelo da humanidade. o titulo «A organisação operaria em
rios são, como as nossas qualida- empresas, o que é um absurdo.
Portugal», sugere-nos um certo nu-
J . Marques Leitão. des, diametralmente opostas. Alem disso não se comprehen-
mero de considerações sobre o as-
sunto em questão — A educação de o ensino da teoria sindicalista
(*) Os santinhos não podem Blazquez de Pedro
nas escolas sindicaes — não só por sem previas noções de economia
casar, mas podem ter netas!
vermos ahi a questão mal tratada, social, como não é admissível o en-
Reparae oli mães! e acautelae
mas lambem por ahi não se lhe dar sino da legislação operaria a não
vossas filhas.
0 operário todo produz o desenvolvimento que ele pela sua ser como demonstração de princí-
pios formulados pela economia So-
importância excecional evidentemen-
E' com este titulo que ve- te merece. cial e pela sciencia da evolução.
 Liberdade e a Autoridade nho perante a imprensa ope- E por isso, se o tempo no-lo F. Ii.
raria escrever umas rudes li- permitir e a falta de espaço nos não
Liberdade— Meus f i l h o s os
embaraçar, iremos tratando o as.
anarquistas...
Autoridade — M a 1 d i t o s anar-
quistas !
nhas, expondo o meu modo de
pensar e sentir.
sunto, pouco a pouco numa peque-
na serie de artigos, que serão por
0 despotismo na Rússia
Não me fales nêles ! Sim. E ' o operário que Apoz o atentado contra a ban-
assim dizer um aditamento ás pa- dido Stolypine, a cruel, sanguinaria
L. — Assim os odeias tanto? tudo produz. E ' elle que dis- l a v r a s do Sindicalista sobre a or-
A. — Não os odeio só. Mata- e despótica autocracia russa, come-
los-ia se pudesse. pondo da sua in.eligencia e da ganisação operaria e em especial çou a ativar uma ferroz persegui-
L. — São dignos como ninguém: sua arte contribue para todas sobre a educação. ção aos anarquistas e socialistas
Não querem governar nem se- naquelle paiz.
as obras, as mais apreciadas E assim, iremos tratando suces-
rem governados, Assim o tribunal marcial de
sivamente, das matérias a ensinar Ekaterinoslaw acaba de pronunciar
A. — D acordo. da atualidade.
na Escola Sindical, da sua organi- o seu veriditum no processo de 56
L. — São generosos como nin- Na verdade é elle que tu-
guém. sação, funcionamento, recrutamen- angrqnistas-comunistas.
Combatem os privilégios, não do produz e nada possue. Os to de professorado, etc. Destes, 9 foram condenados á
para os apropriarem em seu pro- operários de construção civil morte e 32 a trabalhos forçados.
Pelo que diz respeito ás disci-
veito, mas para destrui-los. Com- Os outros 15 foram absolvidos.
erguem palacios sumptuosos, plinas a ensinar na Escola Sindical, Mesmo para a Rússia, que está
batem a propriedade, não para
habitando pardieiros infectos estamos longe de concordar com a habituada a todas as iniquidades,
reparti-la entre si, mas para torna-
la bem comum. Negam a existencia., opinião do autor do artigo a que este processo pode servir de mode-
e assim como estes, estão to- lo da ignominia e da malyadez dos
de Deus, não para se elevarem em nos referimos, que—não podemos
deuses, mas para humanizar cada das as outras classes. disè lo sem o censurar — passou juizes militares.
vez mais todos os seres humanos. Que triste a nossa situa- Bastará dizer que as condena-
pelo assunto tão ao de leve que ções teem por base o testemunho
A. — D'acordo.
L. — São bons como ninguém:
çao!. . . chega-nos a dar a impressão de de seis indivíduos, dois dos quaes
Amam o bem jpelo proprio O trabalhador r u d e do que, para ele, é de pouco valor. são criminosos de dirrilo ctmnrn,
bem, e não com a esperança na E estamos longe de concordar agraciados, e que passaram a exer-
campo que cavou a terra e cer ó mister de carrascos, trez são
recompensa; detestam o mal pelo por que em primeiro logar não ve-
proprio mal, e não por temerem o semeou o pão, vive vulgar- empregados da Oklmana (policia
mos a necessidade de na escola politica secreta), tidos e ávidos r
castigo. mente na miséria, entregando
A. — D'acordo. sindical se ensinarem certas maté- agentes provocadores, e o sexto é
L. — São livres como ninguém :
as colheitas ao seu senhor. rias mencionadas pelo Sindicalista um assassino já por tres vezes con-
Não acatam nenhum dogma; Qual será a causa disto e, em segundo logar, disciplinas denado á morte.
A Revolução Social

A 17 de outubro devia ter come- na grandeza, esse Ideal sempre por um individualismo explorador
çado cm Kontair, no Caucaso, o amado e propagado nobremente por
Carvalho e Mário Campos; o
feroz opressivo e a b o m i n a v e l ;
julgamento de um outro processo todos os Socioiogos philosuphos e apontando-lhe um futuro incorru- presidente será nomeado em
militar, em que 28 membros do materialistas, taes como Kropo- ptível cheio de felicidades e gosos, todas as sessões entre os res-
partido social democrático são acu- tkine, Grave, Prondon ZoJá, Tols- para q u e elle compreendendo a petivos vogaes.
sados de averem tomado parte no toi, Reclus e muitos outros que sua verdadeira situação, n'um con-
movimento revolucionário de 1906 A comissão está estudando
empregaram todo o seu tempo, juntamento de forças, faça n'um
na Geórgia. descrevendo os efeitos d'esla socie- golpe decesivo e energico, cair por
um horário de trabalho e au-
0 promotor pedia a péna de dade iniqua e nefasta, construindo terra todo o banditismo social; mento de preço de obra, para
morte para 24. ao mesmo tempo moral e intele- toda a igominiosa seita de domi- ser apresentado ao patronato.
Nas galés como nas prisões, ctualmente os alicerces do edifício nadores e parasitas que dirigem E' de esperar que seja aceite
ezistem, presentemente milhares de da Sociedade Futura, esse soberbo esta sociedade desegual, e implan- pelos respetivos patrões, visto
detidos revolucionários, misturados Ideai que os grandes pensadores tará em bases mais solidas uma
com os condenados de d i r e i t o que as reclamações que se lhes
> derain o nome de Anarquia — é outra mais sublime, mais bella,
comum. > que me obriga a elogiar todos os mais perfeita, e mais egualitaria, vai ser feita é de quanto ha
Nessas prisões, elles sucumbem ! os bons apostolos, que se dignam sem auctoridades n'eoi leis sem mais justo.
lenta ou rapidamente, contamina- ; a propagar desinteressadamente o iniquidades n'em i n f a m i a s , sem
dos pela tuberculose, pelo tifo ou Bem, a Verdade, e a Justiça, com- torturas irem misérias a Sociedade Associação de classe
por causas fisilogicas produzidas batendo ao mesmo tempo ativa e de anarquistas. dos pintores
pela acumulação de presos pela generosamente toda a especie do
falta dar e pela fome, despotismo e tirania, empregando Antonio de Souza Paulo. A direção desta coletivida-
Alem d'isso. estes presos estão todos os esforços em favor da nos- de reuniu no passado dia 19,
sujeitos, aos castigos corporaes e sa causa, aliás justíssima e d e s p r e - tratando de assuntos de gran-
ás continuas injurias, o que deter- v i l e g i a d a , em favor da causa
mina de quando em vez, os presos
de interesse para a classe, e
anarquista, única que trará para
suicidarem-se colétivamente. todos os trabalhadores a verdadeira Acção Sindical no proximo dia 28, deve re-
Apesar de todos estes horrores, felicidade e bem estar social. unir em assembleia geral para
as greves d e c 1 a ra m -se continua-
E' exclusivamente um dever qne tratar dum assunto de grande
mente e a propaganda revolucio- Federação Operaria importancia.
a minha consciência d'homem livre
naria é cada vez mais intensa; e
e humanitario me impõe, e me faz Este sindicato ê um dos
dia virá, não muito longe em que
cumprir porque tendo os olhos Esta agremiação, cabeça
os trabalhadores russos façam a d o movimento operário d e mais bem organisados, pois o
fitos n'uma era cheia de felicidades,
grande e redentora Revolução So-
livre de todas os preconceitos e Coimbra, que revelantes ser- seu numero de socios é de 90
cial que rapidamente se espalhará pe- por cento, visto que toda a
e superstições, livre d e todas as viços podia prestar á causa
lo mundo inteiro com os seus clarões classe sabe cumprir com os
vilanias e infamias, livre de todas operaria, já ácerca de 3 mezes
purificadores, acabando de vez com
as calamidades e sofrimentos, livre seus deveres.
todas as tiranias governamentaes.
de todos o s prejuízos mentirosos que não reúne, contribuindo
O futuro é esperançoso e quem e ultrajantes, não posso deixar de assim para a desunião do ope-
viver verá. elogiar a vossa grande obra puri- rariado local.
Revendo a historia do passado, ficadora e bella, que encerra um O motivo desta tão revol- Aos omens livres de todo o mundo
só encontramos o tudo d e que ha caracter humanamente bom e justo.
mais detestável e torpe, Cumpre- A vossa obra é bella, perfeita e
tante paralisação, é devido á Na. [Republica A r -
nos, pois agora, a nós o s sonha- consciente. A vossa obra é destinta atitude que a meza federal tem gentina, paiz que pre-
dores, preparar a estrada que ha- justa educadora. A nossa obra é tido para com aqueles que que- tende t e r sido incor-
de encaminhar a Humanidade para toda cheia de Bondade de Amor de rendo alevantar o movimento porado no concerto
essa sociedade livre, onde reine a Relleza e Sinceridade. Sim, a vossa d a s n a ç õ e s civiliza-
paz, o amor, a felicidade! social com critério e altivez,
obra é bôa e sublime, porque, no d a s , n ã o existe liber-
momento em que a grande maioria sem que dentro do seu seio se d a d e de r e u n i ã o de
de explorados, o s escravos d'esta façam afirmações com carater imprensa.
sociedade madrasta baseada no au- politico como á longo tempo A s sêdes d a s As-
Palavras d'nm tagonismo de interesses, se susten-
tam em grandes e rudes lutas rei-
v i n h a m fazendo, m a s sim u m a
orientação com carater pura-
sociações O p e r a r i a s ,
são arbitrariamente

libertário vindicadoras, combatendo energi-


camente a reação c a p i t a l i s t a e
opressora, a nós cumpre-nos o de-
mente economico, com meios
de luta, capaz de os conduzir
e n c e r r a d a s pelas au-
toridades d * a q u e l l e
paiz.
Se és homem livre e cons- { ver inabalavel, de, por meio da a sua emancipação. Os homens que
ciente, propaga a Verdade discussão e da imprensa derramar Mas os senhores da mesa, penssam l i v r e m e n t e
e encher de Luz todos os cerebros s ã o d e p o r t a d o s e en-
melhores elementos para julgando que aquillo era terre-
alicerçar a Sociedade Fu- que d'ella precisam para assim es- carcerados.
tura. sas lutas redemptoras, serem mais no conquistado, acharam-se A imprensa de
profícuas. A missão de todo o pro- enganados, sendo-lhes pedidas i d e i a s avançadas é
Presados Camaradas pagandista, homem livre e cons- contas pelas suas ilegalidades, o b r i g a d a a publicar-
ciente que deseja ser util á huma- e como não tivessem meios de se cladestin almente.
Não p o s s o verdadeiramente nidade, é incutir em todos os cere- T r a b a l h a d o res!
bros rudes e incultos, a verdadeira
defeaa, trataram de coletiva-
descrever n'este momento, a gran- N ã o emigreis p a r a a
de satisfação e o grande prazer educação ; a educação livre e racio- mente pedir a d e m i s s ã o , Republica A r g e n t i n a
que sinto ao escrever estas linhas. nal. Começando pela criança o mas sem que até hoje apresen- onde a liberdade n a o
A penna treme-me. As forças fal- homem d'amanhã o individuo edu- tassem os respetivos livros e existe e o bem-estar
tam-me; mas nem por isso pos- cador e amante da Verdade, co- não podendo assim continuar que vos oferecem é
so deixar de exprimir os meus meça por incutir no seu cerebro um engano infame.
mais sinceros sentimentos, e sau- os bons princípios da Egualdade
as reuniões semanaes.
dar todos os bons camaradas, pela Humana, iluiuinando-lhe o espirito No entanto seria bom que
grande e sublime obra que acaba- com uma educação livre e perfeita, todos os sindicatos intervissem
ram d'encetar, a qual encherá de
prazer e jubilo todos os explora-
dos, todos os oprimidos e deser-
esclarecendo-lhe a Razão e a Jus-
tiça ; l i b e r t a n d o - a de todos os
absurdos e potineiros preconceitos,
neste tão importante assunto,
organisando de novo a Fede- Ápello
dados que anceiam por um futuro que possam prejudicar-lhe a sua ração com carater que o opera- A vida d'este jornal deve-se ao
cheio de Bellèza, e que, devido aos marcha a caminho da Sociedade riado das outras localidades sacrifício d'aquelles que ao lado
perneciosos efeitos desta sociedade, Futura. estão seguindo, ou seja libertos d : elle se ponham auxiliando-o com
infame e devassa, sofrem barbara- de toda a especie de politica. a sua collaboração e monetaria-
mente a vil exploração d'uma casta A c a b a n d o pelo adulto, pelo mente.
de priveligiados e açambarcadores. analphabeto, como é uma grafidè O producto d'esta subscripção
Associação de classe permanente, constitue um dos prin-
A minha vida de admirador e parte do proletariado, e acérrimo dos alfaiates
amante de tudo .uanto possa haver e educador começa por instruil-o cipaes recursos com que contamos.
de mais bello e mais sublime sobre na sua vida de trabalhador, eiisi Eis a lista dos subscritores
a terra, é que expontaneamente nando-lhe e apresentando-lhe os
Este sindicato que á longo para o n.° 1
me fez tomar esta resolução. A melhoras processos, e o meio de tempo estava paralisado devi-
Silvio Sêcco 1:000
minha vida de propagandistae ina- ação para combater todas as tira- do ao indiferentismo que a José d'Almeida 2:000
diavel defensor do grande e subli- nias governamentaes e patronaes, classe o tinha deitado, acaba i Um faminto de j u s t i ç a . . .1:000
me Ideal que trará para todos os ensinando-lhe a odiar todos os do- de s e reorganisar, havendo Carlos Montenegro 500
povos a sua verdadeira emancipa- gmas, todos os preconceitos, todas
ção, opresistente e vigoroso Ideal as convenções de deuses e reli-
grande entusiasmo entre os Alfonso Sarmento 500
sindicados sendo o seu nume- Plácido Vicente 500
coadjutor e libertador dos humildes, giões, e o odio por todos os pon- Um libertário 500
dos fracos, dos oprimidos e dos tos de vista os imprudentes e in- ro já muito elevado. Um grupo , 500
deserdados, que vivem urna vida concebíveis ultrages p o l i t i c o s e A comissão administrativa
cheia d e sofrimentos e misérias, patrioticos; esclarecendo-lhe com que foi nomeada na reunião Somma 6:500
por serem os únicos productores nitidez e clareza todos os vergo-
reorganisadora distribuiu o s Despeza
de toda a riqueza social, emquanto nhosos e iníquos efeitos d esta dese-
uma minaria de usurpadores vis e gualdade social, cheia de injustiça cargos da seguinte forma: Typographia 5:500
intolerantes pela sua i m p e t u o s a e crimes, eivada dos mais vis ini- Tesoureiro, Virgilio Perei- Sèllos ..1:000
bestialidade, se ostentam no luxo e quidades e ignominios, composta ra Diniz; secretários, Luiz de • Somma . . . 6 : 5 0 0
N u m e r o 4 — Serie 1.* COIMBRA, 9 de Março de 1912 Ano I

A
Não ha erro que possa ser útil, como não ha verda-
de que possa ser nociva — DE M4ISTRE Folha Anarquista
SOCIAL
Antes quero sofrer por dizer a verdade do que fazer
sofrer a verdade com o meu silencio—JOHN PY1

ASSINATURA Diretor e Editor — L u i z C a r v a l h o REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO


Serie de 8 números 100 reis Rna 8à da Bande.ra, O,
Avulso — 10 » COIMBRA — P ORTUGAL
PAGAMENTO ADEANTADO Propriedade do grupo O Futuro Composto e Impresso na Casa Minem, Pinto Ramos, Sucessor.

Do Despotismo á Calunia A greve geral apreciada pela imprensa


revolucionaria estrangeira
Perante as atrocidades selvá- Os anarquistas que comba-
ticas das autoridades evorenses, tem toda a especie de religião
colocadas ao lado dos monárqui- e toda a forma de estado de con- A greve geral portugueza, em volta da qual tantas calunias se teem
cos para com os camponezes gre- luio com os monárquicos, com forjado e despejado na nossa imprensa, que teve como final, apesar
vistas, ergeu-se um clamor de os jesuítas! de já solucionada a esse tempo, a prisão de centenares de operários
e a suspensão de garantias e a que vae seguir-se o julgamento em
Justiça, clamor saido do peito Os anarquistas que durante
tribunaes marciaes! Começa a despertar interesse á imprensa revo-
dos que sofrem, dos famintos, a oposição auxiliaram o partido lucionaria e operariado estrangeiro e a fazer nascer lá fora, a revolta
dos deserdados, manifestação pu- republicano na derrocada do re- contra as infâmias cometidas, contra as tiranicas medidas da Republica
ra da indignação popular. gimen de falperra e de mentira, Portugueza. Era natural.
Também o grito de solidarie- de mãos dadas com os realistas! E, á proporção que éssas medidas se forem efetivando (como 08
dade lançado por os operários Ha! infames, mentirosos, ca- julgamentos em tribunais militares, decreto tão repugnante que o
proprio Chefe do Estado não o queria assinar, fazendo-o, constrangi-
lisbonenses echoou entre uma luniadores !
do, unicamente para não aumentar a anarquia• . entre os políti-
grande parte dos trabalhadores Vamos nós analisar de que c o s . . . ) é natural também que essa revolta cresça, se avolume e alas-
de Coimbra que, apesar das cí- lado estão os reacionarios? tre e grite com força, justiceiramente, perante as legações portuguezas.
nicas insinuações, das mais pre- Os lavradores que se nega- A proposito, e para que se não diga que fantasiamos, traduzimos
versas calunias dos homens do ram a pagar aos camponezes e a seguir um interessante e significativo artigo de A Batalha Sindica-
governo e seus acolitos, soube o governador civil de Évora que lista— diário sindicalista francez — onde as nossas previsões encon-
protestar digna .e corajosamente. tram a mais completa e iniludível justificação. Segue o artigo:
está ao lado dos ditos lavradores
Os trabalhadores de Coimbra
que sem educação revolucionaria
e r a m conhecidos monárquicos
conspiradores. w
pretenderam levar avante uma Os grevistas assassinados e
As calunias continuam a mos propalar sem quebrar os
gréve geral, os trabalhadores que presos são os mesmos que sofre- causar graves pnjui{os. Ante- dentes d odiosa e criminosa
se sacrificaram pelo advento do ram perseguições nos idos tem- ontem o presidente do conselho mentira, é que a espalhem por
atua! regimen, manifestarem-se pos do franquismo. afirmava na camara que a gre- toda a parte como noticias ofi-
contra as prepotências duma au- ve de Évora tinha sido fomen- ciais. E que os governos republi-
O partido republicano por
toridade, é porque razão lhes tada pelos reacionarios e que canos de cPcrtugal tomem cui-
sua vez não admitiu uma lei de eram eles ainla quem tinham dadol
assistia, é porque não quer que
exceção para os conspiradores levado a classe operaria de Lis- Se eles ousnm proseguir
a moral pela qual deu os melhores
realistas e cria uma lei despótica, boa, a solidariasar-se com os nessa tarefa infame, se enviam
dos seus esforços seja a mesma grevistas de Évora.
marcia.l para os operários que o em grupos de vinte e cinco aos
que imperava nos odiosos tem- As mentiras sucedem-se ás juizes militares os milhares de
ergueu ao cume do Poder.
pos da monarquia. mentiras. E' necessário para operários que atiraram para os
Os conspiradores teem sido
Não soube bem a alguns in- legitimar o estado de sitio, os porões dos navios, se ouvem os
absolvidos; e teem-Ihe anulado milhares de prisões, o julgamen- condenados a olhos fechados,
divíduos que não teem a menor
os processos e os grevistas são to sumario pelos tribunaes mi- não haverá senão um grito no
noção de solidariedade e que
condenados por um processo su- litares. proletariado mundial, e o pro-
bajulam-se aos pés dos mandões, A quem é que os governan-
mario sem defeza individual. testo que fez abrir as portas de
o protesto dos proletários. tes de Portugal julgam fa\er Montjuich, de Alcala dei Valle,
Os conspiradores teem pri-
Por este facto era natural acreditar que os realistas se se reproduzirá necessariamente.
sões confortáveis e os grevistas apoderaram das organisações A legação de Portugal (em
que a calunia junto á infamia,
teem os porões dos navios. operarias portuguesas ? Paris) terá já esquecido a indi-
recrudescesse.
Os conspiradores respondem Ontem, Ferreira explicava gnação que sublevou Paris na
Do cerebro medíocre dum
em tribunal ordinário e os gre- as condições em que os campo- tarde da execução de Ferier?
ministro emana esta pestilenta neses de Évora resolveram a E se, por desgraça, a soli-
vistas em tribunal militar.
afirmação, sem critério e comple- greve. Alem disso, os nossos dariedade internacioHal não
De que lado estão, pois os ma-
tamente falha de sentido: camaradas de Lisboa afirmaram vier bem depressa em socorro
nejos reacionarios monárquicos? centenas de ve{es no seu orgâo dos operários de Lisboa, ái, da
« Tudo indica que o movi-
mento a que pretendem arrastar Meditai trabalhadores! O Sindicalista „ o que pensa- Republica Portuguesa!
os nossos onrados operários de Antes de vos acreditardes no vam das manobras monárqui- Ela teria preparado para si
que vos diz a cafila de burgue- cos] todas as ve\es que os acusa- a mesma sorte que a nossa Re-
Lisboa, foi planeado pelos ele-
vam de complicidade, chama- publica (francesa) de 1848.
mentos sindicalistas em inteira zes, investigai a verdade.
ram os caluniadores a explica- Depois da matança de Ca-
relação com os anarquistas e Neste movimento não houve ções. E veem oje suja-los com vaignac, Napoleão poude vir
sustentado pelo dinheiro dos mo- odios políticos; ouve simplesmen- esta lama! e o povo de Paris não se moveu.
nárquicos». te explorados e exploradores. Ah l que os monárquicos Os republicanos portugue-
E idesafiamos a quem quer portugue{es estejam á espreita ses farão bem em meditar quan-
E* o mais flagrante contra-
das faltas e dos Crimes da Re- to antes ates factos da historia.
senso é a espressão cinica daque- que seja a que prove como nós
publica e que os explorem, isso Pode di{er-se que os atentados
les que sentem os alicerces do eramcs moyidos pelos talassas. acreditamos sem dificuldade. contra a chsse operaria, se pa-
poder corruidos péla verdade, As provas que sejam urgentes. Mas o que nós não deixare- gam mais tarde ou mais cedo.
A REVOLUÇÃO SOOIAL

iiavios de guerra, nesses fortes


infundado da posse da terra, das LUTA EMANCIPADORA
Soframos! abitações, das maquinas, dos
produtos, da instrução, da liber-
terríveis e nessas prisões imundas!
Como é triste o viver dos es- Capital e trabalho. Eis duas
dade, e da justiça, pela minoria cravisados! o» forças que caminham na mesma
A fome é desesperadora, a dos homens que, ao abrigo da Como soam bem nos nossos direção e em sentidos opostos;
miséria é inorme, nos bairros po- lei armada, impõem a fóme á ouvidos as palavras orrendas:— uma, decadente, para a felicida-
bres ignorados da opolencia. Pe- Odio e Vingança! de da minoria—o Capital; outra,
maioria, se ella se arroja a pedir florescente, para o bem da maio-
las ruas vagueiam m anchas to- o seu quinhão. Tudo se põe contra esses gi- ria, para o bem da Humanidade
das esfarrapadas, estendendo a Haverá preversidade e egua- gantes de braços nus—o trabalho: — o Trabalho.
mão á caridade publica; nas vie- lavel á desta sociedade tórpe mais desde a lei que lhes rouba os fi- Eis dois leões qual deles o
las escuras, raparigas que podiam criminosa que um carrasco? lhos, até ao mais miserável bur- mais feroz, a estenderem as gar-
ser mães e dedicadas compa- guez que o esplora, se a isso nâo ras ávidas de sangue na espetati-
Deibler, mata num momento; va duma vitoria gloriosa.
nheiras dos homens, ganham o a burguezia suplanla-o em cruel- opuser a força dos nossos alviões Eis a Humanidade sintetisada
pão vendendo o coq o por mo- dade, matando lentamente com e o clamor do nosso protesto. na figura de dois monstros: um
mentos; aos calabouços policiais fome- Trabalha, povo ! que os cofres de aspeto magnanimo, gordo, lu-
são recolhidos diariamente deze- Horroroso viver o do pobre: roubados alguém os ade encher sidio, saciado de carne, outro de
nas de famintos, lançados pelo aspeto cadavérico, altivo, revolu-
se pede correm-no, expulsam-no, de novo. Não tens culpa? Que cionário—um perfeito cadaver.
acaso ao mundo, batidos de des- se rouba condenam-no, se é mu- importa? Para tu seres conde- Esperando ocasião propicia
prezo pela sociedade que lhes lher e se vende injuriam-na e nado bastam os crimes dos gran- ara o ataque, olhos esgaseados
nega direito á vida, deixando-os escorra çam-na. des porque eles é que fazem so- entes raivosos, unhas crespadas,
entregues ás reclamações da fo- Nem uma só esperança nos frer toda a Umanidade. Mas ade narinas dilatadas, eis a posição
me e do frio, não lhes consen- tétrica dos dois entes.
resta neste mundo desordenado vir um dia, quando tu despertares
tindo que satisfaçam as suas ne- e vil. Só a anarquia, destruindo em que a verdadeira Justiça raia-
cessidades pelo roubo, legitimo a autoridade, lala sem mentira rá com todo o seu explendor se-
direito dos que nada teem, en- ás vossas aspirações. Se as não pultando esta sociedade moribun- Dum lado a força vitoriosa;
quanto outros tudo possuem em realisais desde já, que importa, da çom a seiva fecundante duma do outro a justiça vingativa.
abundancia. Dum lado o Estado e seus
ióra com o egoísmo; e s e tendes Sociedade Nova.
acolitos, do outro o proletário
Todo este penar doloroso, de de sofrer lutando, saci^ficae-vos Falemos como Jean Grave: com o seu rosto de miséria.
almas que se corrompem, provém até ao martírio, na preparação — Como tudo isto é vill E Dum lado a opressão, do ou-
duma causa única, extranha do futuro cheio de tíem e de como tarda o grande dia do ajus- tro a revolta.
á vontade dos que o sofrem. Harmonia, em que hão-de viver te de contas! O dia de liberdade
Vejamos onde eslá essa cau- as gerações vindouras. em sua candida pureza, ade raiar * * •

sa. Sofrer pela anarquia, é um breve; porque a licença duns a O proletariado acaba dc so-
A sociedade egoista, garante dever. par da tirania que esmaga outros frer uma afronta que é preciso
por acaso, á farta, como garante é um vilipendio. vingar.
a si, o viver sem necessidades Isto qu2 vulgarmente se cha- Depois dum assassinato, a
das creanças que pedem, das ma liberdade, é um torpe simu- prisão: o julgamento por tribunaes
A ideia patriótica é uma su- militares.
mulheres que se vendem e dos pestição inventada para governar lacro; é o lobo que se veste de E' este o atual estado do pro-
homens que roubam ? Cuida e humilhar os povos. pastor para iludir o rebanho. letariado, a situação do operário
delles, desses deserdados e doen- portuguez.
«3550- SManuel Fiu\a Júnior
tes, ilumina-lhes o espirito de Num arranco proprio de ca-
('militarJ nibaes, a Republica democrática
ciência, encha-lhes a alma de Debaixo da farda dum oficial O •t •-
virtudes, facilita-lhes o alimento pulsa o coração dum assassino. portugueza, tem forjado para seu
bem tudo o que á naturesa das
e todos os gosos da vida? Não. coisas revolta: assassinatos, pri-
Pelo contrario, crescendo de am- A S CONSCIÊNCIAS sões, calunias, só porque os ope-
bição, quanto mais se consolidam
na felicidade da riqueza, mais se
A proposito das ultimas Emquanto a garantia de
rários, senhores da sua aútonomia
protestam, clamando justiça e
esquece dos pobres cálidos na represálias liberdade estiver apenas num usufruindo um direito, contra a
opressão a que estão submetidos.
voragem da miséria. pedaço de papel a que chamam E o operário, ferido de golpe, ca-
A burguezia pela boca da sua Qne Importa? o nosso caminho lei, as opressões, os arbítrios, minha, evoluciona, sobe, voa,
imprensa sempre na sua guerra é e s t e . . . e é necessário mudar espalhando por toda a parte a re-
de rumo, e já. as iniquidades, como as que se
aos famintos não deixa passar volta, a Justiça e a Verdade,
Trabalhemos e sejamos virtuo- estão praticando na modelar A luta começou e progride.
um dia sem apontar o mal á po-
sos porque sú assim nos podere- Republica portugueza contra os Conscientes já, o operariado vê
licia, pedindo-lhe severa repres- mos salvar. a sua melhoria de situação aban-
são contra os mendigos, os ga- E' preciso abrir caminho por trabalhadores do sul porque donada, o valor de um dólar e o
tunos e as mulheres fáceis. Quer entre um vetusto matagal bravio? num gesto altivo e digno mos- volor duma vida, vem da palavra
passear á vontade, sem tropeças Abra-se! traram a sua revolta aos gover- para a ação, destruir os precon-
de creanças chorosas a embara- 0 qne é que se opíe & nossa ceitos, as vilanias e os roubos.
marcha ? — As silvas ? se verdes nantes contra o barbaro assassi- E' desta luta que provem o
çar-lhe os passos, quer dor- cortam-se, quando secas lança-se- futuro da Humanidade, um Fu-
nato dum dos camponezes de
mir a noite socegada. lbes logo. turo todo amor, todo verdade,
E a policia prende e a lei Évora, praticado pela guarda que hade vir colocar todos os
condenai Estão cheias de gente (P. Guerreiro^ pretoriana da Republica, nunca homens ao abrigo da Naturesa,
as cadeias e os cofres policiaes terão fim. A lnta começou, a luta acaba:
Povo I vede com 03 vossos é do domínio da Historia a não
trasbordam de dinheiro com que Só a igualdade garantirá a realisação de qualquer fim, sem
as meretrizes andam sempre a olhos que tirania, que opressão
> liberdade. Trabalhemos, pois, ser pela revolta^ e a revolta não
comprar a sua liberdade perdida existe sobre os vossos irmãos de se prepara: é a educão mental
a cada hora. trabalho. > para estabelecer na Terra a dos povos que a produz.
No entanto, a mendicidade Povo 1 acorda e foge dessa le- igualdade entre os homens. Lutemos que a nossa emanci-
targia em que ha muito jazes; pação deve ser obra de nós pro*
cresce de dia para dia, a prosti- Só numa sociedade comu- prios!
tuição alastra-se e os roubos não Caminha, com passos firmes; afas-
nista-anárquica os homens serão Santos Costa
cessam. ta-te dos políticos; e foge desse
monturo que para ahi eziste com absolutamente iguais e por con-
Temos, pois, que a causa do
o nome de democracia. Olhae seguinte absolutamente livres.
mal não está no proprio mal,
como os burguezes querem e os para as promessas dos seus cau- Esforcemo-nos então todos Associação dos barbeiros
jornaes apregoam. dilhos e olhai para o seu governo por substituir este estado social Comemorando o seu 6.° ani«
A mendicidade, o roubo, a csariano que tanta que tanta opres- capitalista e autoritario que en- versario, realisou este sindicato
são tem feito cair sobre os que no penúltimo domingo uma
prostituição, são a consequência gendra a desigualdade e a guerra
pedem mais pão e mais justiça! sessão solene, em que usaram
e os efeitos da sociedade, e a pela sociedade livre, a sociedade da palavra diversos propagan-
Povo ! acorda que já é tempo
causa é bem visivel, patenteando anarquista, que estabelecerá na distas do movimento operário.
para libertar-mos os nossos irmãos
se na organisação economica e N a sessão estavam represen»
que estão presos a bordo das ma- grande família humana, a Egoal- t a d o s t o d o s o s sindicatos opera*
social, na falsa moralidade duma
filantropia ostentosa, no direito quinas mortíferas que se chamam dade a Liberdade e a Fraternidade. rios de Coimbra,
A REVOLUÇÃO SOOIAL

mos conquistado os direitos vida provocação, que eu, se distribuem ? Porque é que for-
A liberdade não que poderíamos mendigar em fosse aviador, esmigalharia o jam leis para depois as calcarem
vão, durante dezenas e deze- craneo a quem tal me propu- aos pés ?
se pede, toma-se nas de annos :*então ser-nos-
zesse. Tenham cuidado senhores
hão garantidos de um modo republicanos.
muito mais. seguro do que se E tudo isto ê imposto pelo As balas de Buiça e Costa,
fossem escritos^ em farrapos Estado ! . . . ainda resoam, por quanto haja
de papel. Se eu pudesse, Italia, deste a perseguição e a calunia. As
Libèrdade de imprensa As liberdades não se con- recanto da Europa reduzir-te balas que fizeram baquear a
e de reunião, inviolabilidade cedem, conquistam-se ! . . . pódre monarquia, também num
ao incomensurável repouso
do domicilio e do resto, só arranco energico do povo espê-
não são respeitados se o povo P. Kropotkino do Nada, eu o faria no meio
sinhado, podem fazer tremer os
as não usa contra os privili- do meu maior contentamento! alicerces que seguram as cadeiras
giados. do poder da vossa Republica !
Mas, quando começa a Santos Costa Mais vale a bomba de Ra-
empregal-as para derrubar « O Estado é um entrave na vachol ou o punhal de Casério
esses previligiados, então to- evolução humana que progride ao serviço do Direito, da Razão
das essas pseudo-liberdades no sentido da maxima felici- e do Bem, do que a força com o
são postas de lado. E é natu- dade. » seu cortejo de canhões, sabres,
ral. e tantas outras coisas, ao serviço
Eropotklne
O homem não tem outros da tirania!
direitos alem dos que con-
quista á viva força e que está
pronto a defender em todo o Os políticos ainda que
movimento com armas na
máo.
Na sociedade atual, divi-
DOS JORNAIS cubram a cabeça com uma
corôa ou enfiem até ás orelhas
um barrete frigio, todos sem
dida em amos e servos, não Os nossos camaradas sindi- exceção, apoiam, defendem o
pode haver a verdadeira li- calistas e anarquistas de Lisboa Militarismo, o Capital e a Re-
berdade, nem poderá existir II SCIENCIA10 SERVIÇO DA e de Setúbal, presos por ocasião ligião, a .trilogia que mantém
emquanto houver explorado-
res e explorados, governado- GUERRA da ultima greve geral, ainda se
encontram encarcerados nas pri-
na escravidão os [povos, que
esmaga os pobres, que assas-
res e governados. Isto não sões e nos porões dos vasos de sina os rebeldes.
0 aviador Rossi, acompanhado do
quer dizer que até ao dia da guerra « como se fossem terrí- O anarquismo, ideal de
capitão Monta, iacçon bombas
demolição das distinções so- veis criminosos » donde alguns amor, encarnação da Liberda-
sobra o acampamento dos tureos,
ciais, desejamos vêr a impren- teem sido removidos para hospi- de e da Justiça é inimigo im-
qae responderam eom tiros de
sa amordaçada. tais em péssimo estado causado placável de todos os dogmas
espingarda, ferindo o capitão.
Embora escravos do capi- pelo terrível regimem peniten- políticos, economicos e so-
tal, queremos escrever e pu- ciário. ciais.
blicar o que muito bem nos Encarcerádos em prisões
parecer: queremos reunirmo- húmidas e aonde muitas vezes,
nos e organisarrno-nos como chega a entrar a agua do mar, A Anarquia tem tido rebeldes
nos agradar para sacudirmos A tristesa e a revolta apo- onde respiram um ár atacado que com gosto tem dado a vida
o jugo do capital. de másmas de microbios, ai pela cabeça dum rei; a tirania não
deram-se de mim duma manei- tem tido, nem terá, um rei que
E ' tempo de compreender jazem por nada ainda se ter
que não e ás leis constitucio- ra tão extraordinaria, que não dê a sua cabeça por u m anar-
provado contra eles a não ser quista.
nais que se devem pedir esses posso deixar de manifestar o o de serem anarquistas l
direitos. Não é numa lei, num meu protesto por tamanha Calcando o direito á greve,
pedaço de papel, que se pode injuria ao pensamento livre, foram, nesta cidade, presos tam- Só ama a Humanidade quem
rasgar ao menor capricho dos ao homem consci J nte e probio. bém alguns dos nossos camara- por ela sacrifica a paz, a vida, o
governantes, que acharemos das por supostas amisades com amor e a liberdade.
a garantia desses direitos. A sciencia, luí redento-
os reacionarios por ocasião da
E' constituindo-nos como ra da humanidade, mêio mi-
greve geral, sendo postos em li-
força, capaz de impôr vonta- quilador de toda a casta de berdade por n'ida se ter prova- A burguezia sustenta-se por
des, que conseguiremos fazer tres princípios opressores: D e u s ,
parasitas e de todas as supers- do contra eles. Patria e Capital; o p o v o luta por
respeitar liberdades. tições e dogmas que a envol- E é nisto que se baseia de- tres ideais altruístas: Liberdade,
Queremos a liberdade de vem, empregada pela seita ma- mocracia da Republica portu- Igualdade e fraternidade.
dizer e escrever o que nos gueza !
parecer 7 Queremos o direito lévola na produção d u m a
causa de funestos efeitos : a Rasgando arrogantemente a
de nos unirmos ? Não é ao lei da imprensa, prenderam os
parlamento que devemos pe-
dir licença para isso, não é
guerra!...
Sinto-me por vezes, capaz
esbirros, alguns dos estudantes
anarquistas, por cometerem o
A REVOLtÇlO SOCIAL
uma lei que devemos mendi- de renegar t sciencia, a Luz, crime de distribuírem os mani-
gar ao Senado. Sai o presente numero um
a Verdade, para me entregar festos »
Sejamos uma força orga- pouco mais tarde, não por d e s -
á vida selvagem, nómada pri- AO PROLETARIADO.
nisada capaz de mostrar os leixo dos seus redactores m a s
No peultimo sabado foi preso
dentes, todas as vezes que a mitiva ! Mas um de ver único, também o nosso camarada João
pela grande demora nas officinas
um homem lhe der na cabeça um dever sagrado, me proibe encarregadas da sua impressão.
Antonio dos Santos, por tam-
para restringir o nosso direito A todos, desde já. pedimos
de semelhante áto praticar : o bém andar a distribuir o mani-
de palavra e de reunião i se- desculpa da involuntária demóra.
bem geral, o meu esforço para festo ; AO POVO, aonde as
c a m o s fortes e poderemos ficar Federações d'Ofioio de Lisbfla,
a conquista da felicidade hu-
Certos que ninguém ousará convida o governo a provar como
disputar-nos o direito de falar mana.
a ultima greve geral foi obra
de escrever e de reunir. Basta ver a Italia a em- dos reaci narios. Comprai e iôde
Quando se estabelecer um pregar uma das ultimas desco- RegUtados estes factos, per-
acordo entre todos os explo-
radores, é que poderemos
bertas, embora ainda limper» guntados : porque é que o ar- O CLARÃO
feita, na carnificina humana, tigo 2.® da lei de imprensa, con-
sair á rua com a força neces- dena todo aquelle que apreen- Revista eventual anarquista
no roubo da vida, para dar
sária para defender os nossos der, direta ou indiretamente,
direitos ; ninguém negará nem força á minha asserção. PREÇO 20 REIS
quaesquer publicações onde rei-
estes nem outros que souber- E J tão tôrpe, tão miserá- ne a Verdade ? Porque se
mos reivindicar. EntSo, tere- Pedidos a Eurioo Sales
vel, a realisação de tão atre- prendem os indivíduos que os Vianna, nesta redaç&o
A REVOLUÇÃO SOOIAL

se esgotem, porque as greves de- Ha em Holanda, uma numero-


II01E1 M L I vem ser o menos duradoiras, por
conseguinte o mais revoluciona-
sa e excelente literatura anarquis-
ta, eriginal de camaradas olande-
GRUPO "HOMEM LIVRE
mimm rias possíveis. zes e traduções dos melhores
autores de outros paizes. SOBRE I TERRA LIVRE,,
A oivillaação Japanáza A França Revolucionaria Em Boliqueime ( Faro ) aca-
Greve dos Padeiros
bam os nossos camaradas de
O Japão, desde que venceu a e m Montevideu fundar um grupo de propaganda
Mais uma vez este paiz de-
Rússia pretende colocar-se ao la- monstrou a sua essencia revolu- libertaria, com o titulo que nos
do das nações europeias. cionaria, na formidável parada Estes proletários declaram-se serve de epigrafe.
Porem a sua civdisaçáo mani- organisada pelos anarquistas e sin- em greve reclamando a abolição Propõe - se este grupo dé-
festa-se com requintes de barba- dicalistas no enterro do soldado do trabalho noturno. fundir, n'aquel!a região, os prin-
ridade. Ainda não ha muitos Aernault, vitima do militarismo Na Florida também os padeiros cípios sindicalista e anarquista
mezes que o despotico Mikado, e toda a sua engrenagem. adotaram a mesma atitude, ne- por meio de jornaes, manifestos,
imaginando apagar a labareda Mais de 180 mil manifestan- gando-se a laborar o pão fora do folhetos e palestras elucidativas
da ideia anarquista que se ateia tes, o acompanharam ao cemite- orario diurno que rasgem as trevas em que vi-
dentro das suas fionteiras, assa- rio « Père Lachaise » cantando a Teem empregado a Sabotage ve o desgraçado povo portuguez
ssinou covardemente o Dr. Ko- Internacional e a Carmagnoble e e a luta reveste um carater trans- e ensine o proletariado a organi-
\ toku, sua esposa e mais 12 com- gritando com ar ameaçador mor- cendente, devido á energia, união sar-se não confiando a satisfação
panheiros de luta. ra 1) exercito l abaixo a ideia da e entusiasmo daqueles trabalha- das suas necessidades nas mãos
Agora, depois da greve dos patria! morram os burgueses! viva dores. d^ste ou d'aquelle politico, pois
operários da viação em Tokio, a anarquia! levando mais de 25o todos á custa da ignorancia dos
prende Katayada e mais alguns bandeiras negras e vermelhas com nossos productores, pretendam
União dos Pindioatos alcançar o poder, esquecendo
camaradas como membros dum inscrições anarquistas. Em frente
fantastico complot que certamen- das forças militares que guarda- de Coimbra depois aqueles que os ajudaram
te, terá a borte de Kotoku se a vam as encrusilhadas e a entrada a subir.
isso se não oposer uma forte agi- do cemiterio, soltaram gritos su- Os Sindicatos de Fabricantes
tação operaria mundial. bversivos. de calçado, serralheiros, alfaiates,
Das janelas aplaudiram a mul- canteiros, pedreiros, carpinteiros,
Nova Internaoional tidão. Houveram varias colisões pintores, marceneiros e núcleo
entre a tropa e os manifestantes. A Vo% do Caixeiro, mudaram a Corro lo de A Reyolnçâo Social „
Sindicalista sua sede para a Rua da Sofia
Segundo o comentário do cor- osn j fioms =79 cblr;
respondente em Paris do « Diário { antigo teatro Afonso Taveira ) Lisboa—M. Augusto da Cruz
O seito congresso dos traba- de Noticias» e segundo a opinião constituindo a mais forte organi- — Recebemos a tua carta e fica-
lhadores industriaes do Mundo geral aquela revista das forças sação operaria desta cidade, li- mos entendidos.
(•Industrial Workersofthe World; revolucionarias de Paris foi supe- bertando-se das garras da poli- Sobre o teu oferecimento,
dos Estados Unidos tinha encar- rior á dotenterro de Luisa Michel tica que tanto tem entravado o aceitamol-o e agradecemos. -
regado o seu comité executivo, e á do triunfo da republica. A o seu desenvolvimento, para ado-
entre outras coisas, tomar a ini- manifestação teria corrido na me- tarem a ação sindicalista revolu- : Lisboa — Sobral de Campos
ciativa da creação duma nova lhor ordem se a policia á ultima cionaria. —Como vê, recebemos o que nos
Aliança Internacional de Uniões ora não tivesse aparecido para enviou.
Que não desanimem os mem-
Sindicaes. querer dissolver os grupos revo- bros da União são os nossos mais Faro—A. Souza Palma—Re-
O dito comité executivo aca- lucionários. ardentes desejos. Nós cá estamos cebemos o teu postaL Aceitamos,
ba de publiòar uma circular para O enterro de Aernault foi uma para os auxilrar na propaganda o. teu oferecimento visto ser de
expor aos proletários de todo o demonstração da força enorme de que tão necessaria é, chamamos grande utilidade para nós.. O 1.°
mundo a situação atual do movi- elementos anarquistas e sindica- a atenção do proletariado conim. e 2." numero do jornal, acham-se
mento sindical internacional, listas em Paris — que continua bricense. exgotados.
Esta nova-Imernacional defen- 3endo a capital da Revolução. União e atividade é o que de- Figueira da Foz — A. J.
derá os princípios do Sindicalismo ve haver para a conquista das
Revolucionário. O mencionado Avila—Saúde. Já escreveu para
No México nossas revindicações. Lisboa sobre o que lhe pedimos?
comité faz um caloroso apelo á *"————* Tende tempre em vista que,
classe obreira, organisada ou não ii, .- . 1 íMíHjèiív enquanto não for derruído o par- Cezar da Mata—Aonde é o
de todos os paizes para que lhes A Revolução Social — Ao grito dieiro capitalista, os sindicatos seu paradeiro?
prestem a sua ajuda na empresa de Terra e Líber Jade os trabalha- Constituem um elemento de luta;
que se propõe levar a cabo. depois do trabalho ser livre cons- Cintra—J. Marques Leitão—
dores mexicanos teem-se apode- Então, esqueceu-se de nós?
A Associação dos trabalhado- rado de quasi todo o territorio, tituirão um elemento de produ-
res Industriaes do Mundo, é nos tomando parte ativa nesse grande ção e permutação sem intermediá-
Estados Unidos o que a Confe- movimento as tropas do general rios nem mandões.
deração Geral do Trabalho é em Zapata.
Franca. Depois do triunfo, os soldados
A' s ultima hora sabemos que rebeldes abandonarão o j u g o Manuel FiuBa Júnior - NOTAS DA ADMINISTRAÇÃO
como as autoridades daquele li- opressor da easerna e lançar-se-
bérrimo paiz se sentissem ame- ão ao trabalho, base de toda a
drontadas como tão forte organi- Este nosso camarada, previne Participamos aos nossos
sociedade umana. os jornaes: O Germinal, O Sin- assinantes que já, s e enoon-
sação operaria, lançaram mão As aspirações povo revolucio-
dum truc infame, pagando a dois dicalista, A Aurora e A Sementei- tram em oobrança os recibos
nário mexicano, consistem na abo- ra que lhe suspendam a remessa da 1. serie do nosso jornal.
espiões para lançarem o fogo á lição da propriedade privada e
sede na ocasião em que lá não até que ele torne publica a sua Por isso prevenimos os
de todos os governos, estabele- direção em Loanda, para onde nossos camaradas de Coim-
estivesse alguém. cendo o Comunismo Livre.
Foi o que sucedeu. Todo o parte no dia 7 do corrente. bra que, caso saiam, deixem
A'vante, revolucionários mexi- em casa a importancia da
redio foi destruído, arquivos, bi-
E liotecas etc.
Cáturando, no fim da pavoro-
canos !
Como no Mexioo ? serie; e aos de fóra, pedimos
que nos enviem a importan-
sa dissolvição d a . . . casa, dose A propaganda anarquista cia, poupando assim traba-
A agcncia Havas informa que lhos e despezas inúteis.
membros da Workers of World, na Holanda a revolução chinesa tem tomado
acusando-os d e . . . nada Aos nossos agentes o mes-
proporções estraordinarias, incen- mo pedido.
Por aqui se vê que o Estado diando os revoltados as casas dos
acoita toda a casta de bandolei- O movimento anarquista pro- Os camaradas que nfto te-
capitalistas, saqueando os bancos nham reoebido A Revolução
ros: incendiários, gatunos, assas- gride imensamente era Holanda. e casas da moeda.
sinos, traficantes, etc. Neste pequeno paiz de 6 milhões Social, queiram dirigir-nos
São certamente os prelúdios as suas reclamações.
de abitantes, ha seis jornaes li- da Revolução Social derruindo
bertários que intitulam » Vrige So- A todos, os nossos agra-
A greve geral dos as formidáveis muralhas que se decimentos.
cialist, O Socialista Libertário; separam a China das influencias
mineiros em Inglaterra Voekomest, O Futuro; Rechttvoor, europeias.
Allen, O dÍreito'para todos; Vru
Mais dum milhão de mineiros jhetd, A Bandeira da Liberdade;
abandonaram o trabalho, recla- Atbeiíer, O Trabalhador; Naorde Uma oarta
mando o estabelecimento do sala Vrijheid, A Caminho da Libe ida- A ULTIMA HORA
rio minimo. de. Da comissão administrativa
Os trabalhadores inglezes, Os anti-militaristas, que teem do sindicato dos alunos do curso
quebrando a ação pacifica dos um orgão na imprensa, Der Wa- profissional da Escola Brotero Quando o nosso jornal es-
t r a d e s uniones. ha alguns anos peus Ntiier, Abaixo as Armas, fa- recebemos uma carta tratando de tava na maquina, soubemos
que veem adotando o sindicalismo zem uma propaganda intensíssi- assuntos que lhe dizem respeito. que foi suspenso o tribunal
revolucionário como único meio ma. Numerosos mancebos de- Por absoluta falta de espaço marcial que foi caiado para
de luta, sertam e negam-se ao serviço não a damos á publicidade neste julgar os grevistas de Lisboa.
E provável, portanto, que militar, preferindo a cadeia à numero do que pedimos desculpa O que são os remorsos
triunfem, sem que 09 seus cofres caserna. a estes camaradas. Que sendeiros 1

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