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1) O documento discute ideias-chave sobre pluralismo religioso e a necessidade de diálogo entre a Teologia da Libertação e a Teologia Pluralista.
2) Apresenta dados sobre o crescimento do Cristianismo e outras religiões ao longo do século XX.
3) Aborda a necessidade de inclusão das tradições religiosas afro-americanas na discussão sobre pluralismo na América Latina.
1) O documento discute ideias-chave sobre pluralismo religioso e a necessidade de diálogo entre a Teologia da Libertação e a Teologia Pluralista.
2) Apresenta dados sobre o crescimento do Cristianismo e outras religiões ao longo do século XX.
3) Aborda a necessidade de inclusão das tradições religiosas afro-americanas na discussão sobre pluralismo na América Latina.
1) O documento discute ideias-chave sobre pluralismo religioso e a necessidade de diálogo entre a Teologia da Libertação e a Teologia Pluralista.
2) Apresenta dados sobre o crescimento do Cristianismo e outras religiões ao longo do século XX.
3) Aborda a necessidade de inclusão das tradições religiosas afro-americanas na discussão sobre pluralismo na América Latina.
FICHA DE DISCIPLINA: INFLUÊNCIAS DAS TEOLOGIAS ATUAIS NO
CONTEXTO BRASILEIRO PROF: ALAN MYATT ALUNO: ANTONIO ELIAS SILVA NETO DATA: 14/04/2019 LIVRO: Pelos muitos caminhos de Deus: Desafios do pluralismo religioso à Teologia da Libertação.
% DA LEITURA COMPLETADA: 100%
IDEIAS CHAVES:
1. UMA NOVA TEOLOGIA “VIDACÊNTRICA” (Prólogo - Pg. 5 a 8).
O que significam, a priori, os “muitos caminhos de Deus” no título da obra?
Numa perspectiva analítica, um leitor poderá facilmente intrigar-se com o
aspecto temático logo no início de sua leitura. Diante de um sistema moderno multifacetado de conhecimentos científicos, religiosos e filosóficos, surge ainda no título da obra, uma sequência ou tríade de termos, que impregna a curiosidade: MUITOS CAMINHOS – PLURALISMO – LIBERTAÇÃO. O autor do prólogo, Pedro Casaldáliga, ao citar sua participação no I Encontro Macroecumênico da APD, Assembléia do Povo de Deus, nas alturas de Quito - Equador, expressa que as diversas confissões possuem o mesmo Deus, mas dividem-se na sistematização das celebrações, relações e religações. Esta falha não causa apenas distanciamento, mas também confrontos, e inimizades em nome de Deus. Este quadro é qualificado por ele como uma “guerra religiosa”, e aponta para uma frequente manifestação da arrogância cristã na teologia bíblica-eclesiástica. O autor também se satisfaz com o surgimento da campanha religiosa do Concílio do Vaticano II pela liberdade de consciência e reconhecimento do espaço para salvação nas religiões. Para eles, iniciou-se uma era de diálogo, de macro-ecumenismo, onde o axioma fundamental (citando Michael Amalados, atual diretor do Instituto pelo Diálogo entre as Culturas e as Religiões): "A Religião é para o Ser Humano, não o Ser Humano para a Religião". Para a perspectiva pluralista, as reflexões da visão latino-americana de Teologia da Libertação são: a Intolerância religiosa X Pluralismo religioso; Recolocação teológica na fé indígena e afro-americana; A libertação dos pobres como critério hermenêutico; Pluralismo de princípio ou de direito e não somente pluralismo de fato; Um novo espírito missionário; a Releitura da Cristologia. Daí emanam caminhos diversos para a religiosidade, e ambos, oferecem salvação a seu modo. Nota-se que há uma espécie de prioridade teológica humanitária, a causa da massa empobrecida e excluída; uma teologia comprometida com Deus e seus pobres; uma urgente teologia do Terceiro Mundo e do mundo globalizado, para mal e para bem.
2. A REVOLUCIONÁRIA TEOLOGIA PLURALISTA (Apresentação - Pg. 9 a 12)
Quais são as características que qualificam a TL e a TP como dignas de visibilidade segundo os seus ideólogos?
Os líderes da Comissão Teológica da ASETT para América Latina (2003)
ꟷ Luiza E. Tomita, Marcelo Barros e José Maria Vigil ꟷ afirmam que tanto a Teologia da Libertação quanto a Teologia Pluralista são teologias dignas de atenção. Para eles, progressivamente, estas teologias ou uma de suas ramificações, se tornam obrigatórias e únicas para muitos cristãos e não cristãos, e concedem a ambas as teologias o caráter revolucionário (que segundo eles, em algum sentido, a TP é mais que a própria TL). A TP é incontrolável, desafiante, ameaçadora, com a necessidade de reformular tudo, e que "vem para ficar", e não um modismo, apontada como a filha da Teologia da Libertação. No entanto, a obra não trata apenas de uma delas, mas de ambas, relacionando- as. O livro serve apenas para abrir a porta e adentrar ao tema, e a ASSET prever cinco etapas de publicações no seu programa: 1) uma obra para levantar e apresentar os desafios citados 2) Uma obra com a tentativa de dar respostas concretas a estes desafios. 3) O primeiro livro de teologia da libertação a partir do pressuposto pluralista e 4) Uma TL irmanada ou casada com a TP. 3. MUITOS POBRES X MUITAS RELIGIÕES (Pg. 13 a 44) Qual é a necessidade do cruzamento entre a TL e a TP? Qual seria sua utilidade teológica?
O autor do primeiro ponto da obra, Paul F, Knitter, inicia reafirmando um
necessário encontro entre a Teologia da Libertação e a Teologia Pluralista. Isto sanaria graves problemas para as religiões, por serem particularmente urgentes: a experiência dos muitos pobres e a experiência das muitas religiões. Para este encontro não há barreiras, e o autor tenta mostrar porque o diálogo entre a TL e a TP é necessária e contributiva. O autor apresenta diversos questionamentos direcionados ao projeto, indagando a sua real necessidade, seu tempo oportuno, se ele promoveria ou debilitaria o diálogo inter-religioso, e se traria o abandono ou a diluição do essencial à vida e ao testemunho cristão. Knitter passa então a oferecer justificativas para o cruzamento teológico da TL com a TP. O autor expressa o papel libertador das duas teologias citando eventos históricos onde a religião transformou estruturas sócio-políticas, como a do Islã Shiíta na revolução do Irã. Para Knitter, a experiência religiosa e seus símbolos são capazes de construir um mundo melhor e mais justo, pois possuem elementos fortes para isso como a energia humana, a devoção, a visão, a resolução, e a capacidade para sobreviver ao desalento que será necessário. O autor cita Hárvey Cox, afirmando que a esperança para a relevância do cristianismo não está no fundamentalismo, mas na teologia da libertação, ocasionada pela “separação dos contornos regionais" e religiosos. O autor chega a exemplificar, qualificando como benéfico o encontro entre a teologia latino-americana e o potencial libertador do budismo e do hinduísmo, pois provocaria nos teólogos latinos uma percepção contra-barthiana da negação do potencial canalizador e revelacional da religião, e contra-Marxista da negação do potencial da religião para promover a revolução. Knitter tenta expor as bases que favoreçam o diálogo teológico inte-religioso através da aplicação da TL. Nota-se um importante elemento construtor dessa base teórica: o liberalismo teológico, que atua como referencial e “juiz” das hermenêuticas tradicionais e ortodoxas. A partir deste pressuposto notável, tece-se a base do diálogo: (1) Para evitar os extremos “absolutistas” e “relativistas”, o autor propõe uma hermenêutica da dúvida, onde se busca rastrear ideologias que possam estar atuando num determinado contexto cristão. Isto o fazem baseando-se na sua práxis libertadora, criticando e modificando a cristologia ortodoxa que justifica a subordina a exploração de outras culturas e religiões. (2) A opção pelos pobres e excluídos, ou seja, as vítimas deste mundo seriam o terreno filosófico-religioso comum às religiões, de maneira que não estejam vulneráveis aos extremos do fundamentalismo e do ceticismo. Evitando a universalidade teológica (Deus como objeto central de um sistema religioso). Esta posição também evitaria afirmar a validez independente de todas as tradições e o perigo de julgar a verdade de outros, segundo critérios pessoais inapropriados.
4. A POPULAÇÃO CRISTÃ E O TEMPO: DADOS NUMÉRICOS (Pg. 45 a 48)
Como se deu a expansão numérica do Cristianismo pelo tempo? Quais as causas das possíveis quedas numéricas?
Franz Damen apresenta um quadro preocupante de dados. Baseado no
período de referencia “1900 – 2000”, revela que a terça parte da população mundial é cristã, com um crescimento de 1,4% p.a. A quinta parte da população mundial é muçulmana, com uma taxa de crescimento maior, de 2,1%, p.a, e o hinduísmo está crescendo a 1,7% p.a. Já no decorrer do século XX ocorreram mudanças consideráveis. O número de muçulmanos cresceu consideravelmente, enquanto o dos cristãos diminuiu ligeiramente. No início do século XXI, 2/3 dos cristãos vivem em países de 3º Mundo, tornando-se uma religião dos pobres não brancos, perdendo sua multiculturalidade. Os motivos para abandono do cristianismo durante o século XX seriam o secularismo (na Europa Ocidental), o comunismo (na Rússia e Europa Oriental) e o materialismo (na América). No contexto da América Latina, durante o século XX, o cristianismo consolidou-se como a religião hegemônica, porém perdeu seu pretendido monopólio, para outras novas religiões do espiritismo e da não-crença. No entanto, o cristianismo segue forte e pluralizado em sua estrutura. Há seis grandes blocos: quatro tradicionais, que são o catolicismo, o protestantismo, a ortodoxia e o anglicanismo; e dois blocos recentes: os "cristãos marginais" (mormos, testemunhas de Jeová) e as "igrejas independentes". Observa-se o fato de que a corrente pentecostalista/carismática está em grande peso na américa latina, com margem mundial de 20%, e mundialmente com 27,7%. 5. OS AFROS-AMERICANOS E O PLURALISMO (Pg. 45 a 48) Quais seriam os passos para um equilíbrio pluralista entre o Cristianismo e as religiões Afro-americanas?
Antônio Aparecido da Silva trata do inclusivismo das tradições religiosas
afro-americanas na questão pluralista. Aponta para a necessidade de observação da realidade afro-americana para o pluralismo latino americano. São várias as manifestações africanas na américa latina, entre elas: O Candomblé no Brasil, o Vodu haitiano, a Santeria em Cuba, são expressões maiores da herança religiosa africana nas Américas e Caribe. Tais manifestações são ameaçadas pelos fundamentalistas neo-pentecostais católicos e protestantes, o que clama por uma Teologia Cristã do Pluralismo Religioso, que vai exigir uma intensa preparação de terreno da tolerância. Um dos passos para se alcançar o equilíbrio, seria o nivelamento teológico: há possibilidade de diálogo enquanto a Teologia Cristã for considerada "a teologia", e a Teologia das heranças africanas continuar sendo considerada "mera crendice". Outro fator seria a postura das Religiões Afro-americanas relativa à salvação, que faz com que desapareça no seu interior, aquilo que é muito marcante nas Religiões Cristãs: uma verdadeira obsessão pela salvação (segundo o autor), de tal maneira que esta se torna inclusive uma mercadoria de barganha ou de comércio com Deus. Observa-se num último elemento distinguível entre as tradições cristãs e africanas, a acumulação, que ocorre comumente nas festas populares das igrejas cristãs, ao contrário das tradições religiosas africanas. O objetivo do festejo é juntar dinheiro. Participa dos leilões e adquirem os produtos as pessoas que têm posses. Não poucas vezes, nas quermesses das igrejas eram leiloados até escravos/as. O leiloeiro descrevia em detalhes a "peça" que estava sendo leiloada: "um negro ou uma negra de Angola, ou ainda um casal ou um par de escravos". O lance inicial ou final, não raramente era dado pelo fazendeiro "muito católico" e "benfeitor" que estava na mesa sentado ao lado do padre. O autor conclui que pluralismo aqui é sem dúvida alguma uma difícil tarefa, mas necessária para fazer avançar o próprio diálogo inter-religioso e por meio dele a aproximação entre pessoas e povos.