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Centro de Estudos Bet Hakam

Disciplina: Arqueologia Bíblica


Professor: Augusto Ferro
Aluno: Antônio Elias Silva Neto

ATIVIDADE DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA


RESUMO DE CONTEÚDO

SÃO LUIS – MA
2018
ARQUEOLOGIA Antônio Elias Silva Neto

Etimologia
Do grego antigo ἀρχαιολογία (Akhaios – antigo, e logos discurso). Arqueologia
poderia, portanto, ser definida como a ciência da antiguidade. Ela tem como objetivo
reconstruir civilizações antigas através da escavação e do estudo dos objetos
provenientes dessas escavações. Arqueologia Bíblica é um estudo especializado do
passado setor particular dentro da ciência da arqueologia. Esse setor estudo geográfico-
espacial, histórico-temporal e humano cultural com ênfase analítica voltada à pré-
história e história “presente”. Sua esfera de estudo especifico se dá nos elementos da
Palestina e dos países próximos, que têm alguma referência aos tempos e aos escritos
da Bíblia, se interessando cientificamente sobre os restos de construções, monumentos
artísticos, inscrições e outros objetos que contribuem à compreensão da história, da
vida e dos hábitos dos hebreus e dos povos que entraram em contato com eles e tiveram
influência sobre eles.
Os limites da arqueologia bíblica nascem do fato que a linha temporal que a
Bíblia compreende é muito grande e do mesmo modo é vasto o território onde se
desenvolveram as narrativas bíblicas. A conservação de restos também é muito
precária. Raramente são encontrados objetos de madeira, de couro ou tecido.

História da Arqueologia Bíblica

O homem sempre buscou respostas no passado para os problemas de sua


realidade. Em muitos fatores, o passado contribui para solução de dificuldades, trazendo
respostas materiais, culturais e até de valores morais, e indiscutivelmente didáticos.
A preocupação em identificar fatos da Bíblia com a realidade atual já se
apresenta no próprio livro sagrado (cf. Js 8,28-29; 15,8-10), que sente a necessidade
de clarificar topônimos obscuros. Hoje essa necessidade cresceu muito mais. O nome
dos lugares muda com o tempo, especialmente quando a língua do país muda de acordo
com a classe governamental que domina o país. A maioria dos nomes semíticos sofreu
mudança e foi dominado pelo grego e, em menor escala, pelo latim.
Eusébio de Cesaréia, primeiro historiados da Igreja, que faleceu em 339, nos
deixou uma obra clássica, Onomasticon, que contém a lista alfabética das localidades
mencionadas na Bíblia e ao lado o nome com o qual elas eram conhecidas no século
IV. Essa obra foi traduzida para o latim por Jerônimo, um século depois, por causa de
sua importância.
Outra fonte importante são os relatos dos peregrinos judeus e cristãos que
visitaram, desde o Séc. II, a Terra Santa.
Napoleão fracassou na sua invasão militar do Egito e Palestina, mas a sua
presença naquela área suscitou um interesse dos países de expressão que forneceram
preciosos instrumentos para a arqueologia. Vários institutos nasceram com o objetivo
de estudar a região e muitas cartas geográficas foram desenhadas. Com eles se pode
ver que os topônimos locais árabes preservavam com frequência nomes antigos,
embora pronunciados sob a influência árabe. Em base a estes mapas, Edward Robinson
em 1841 publicou uma obra identificando centenas de locais bíblicos (Biblical
Researches in Palestine, Mount Sinai, and Arabia Petraea). Por esse trabalho ele é
chamado pai da arqueologia bíblica.
Graças à descoberta de textos trílingue se conseguiu também ajudar a decifrar
as línguas do território bíblico. Henry Layard, viajante inglês, encontrou esculturas em
Nínive no ano de 1845, onde anos antes, Paul Emile Botta não encontrara em sua
expedição. Primeiro de tudo os soldados de Napoleão encontram a Stella de Rosetta,
em 1882. Trata-se dum documento que, encontrado em escrita hieroglífica egípcia,
demótico e grego, ajudou a decifrar a escrita utilizada pelo povo egípcio. Do mesmo
valor é a Inscrição de Behistun, escrito em acádico, medo e persa antigo, que ajudou a
interpretar a escrita cuneiforme da Mesopotâmia. Foram encontrados outros arquivos
importantes no século passado: hititas, em Bogazkôy, na Turquia (1915); arquivos
cananeus, em Ras Shamra, na costa da Síria (1929); arquivos de Mari, no Tell Hariri,
em 1975.
Na Palestina, porém se encontraram poucos restos escritos do tempo bíblico:
inscrições ocasionais, óstracas (escritos em cerâmicas), selos e impressões em selos,
inscrição de Mesha (1868) e a inscrição de Siloé (1880). As duas últimas inscrições
datam respectivamente do século VIII/VII a.C. Esses poucos materiais encontrados na
Palestina, confrontados com a vasta documentação dos povos vizinhos conduzem à
conclusão que os israelitas entraram relativamente tarde no cenário da história e da
civilização antigas. Poder-se-ia dizer que inclusive eles, em seus dias, desempenharam
um papel menor na história e civilização.

A Arqueologia e a Bíblia

Hoje existe uma sadia consciência entre exegetas e arqueólogos da mútua


importância que têm. Ambos possuem interesses comuns e cada um dos campos de
investigação é importante para o outro. Pode-se destacar alguns pontos em que a
arqueologia pode ser de grande ajuda para quem quer se aprofundar na Bíblia.
Primeiramente, a Bíblia é fruto de um contexto geográfico, cronológico e cultural
particular, que expressa o cotidiano do povo. Entender esse ambiente é essencial para
a compreensão mais profunda da Palavra de Deus. Essa é a contribuição mais
importante que a arqueologia faz aos estudos bíblicos.
Em segundo lugar, o estudo bíblico tem muito a ver com o exame dos
manuscritos. Seguramente o avanço maior nesse campo foi a descoberta dos
manuscritos do Mar Morto, em 1947. Os arqueólogos determinaram que o material é do
período romano e, portanto, tem muita importância para o estudo do texto sagrado. Em
terceiro lugar, o AT foi escrito em hebraico e muitas vezes certas expressões não são
claras. Elas irão se decifrar na medida em que se estudam as outras línguas semíticas,
os textos que nasceram no mesmo ambiente. As línguas antigas são, portanto,
excelente instrumento para iluminar os significados incertos do texto hebraico. Em
quarto lugar, com relação à história bíblica a arqueologia é menos útil. As opiniões nesse
campo são sempre circunstanciais e às vezes parecem negativas. As escavações
revelaram, por exemplo, que certos lugares presentes nos relatos da conquista, na
verdade, não eram habitados no fim do segundo milênio a.C. De qualquer forma os
resultados arqueológicos servem para questionar as convicções acerca da composição
e natureza do texto bíblico.

A Arqueologia do Antigo Testamento, do Novo Testamento e Textual da Bíblia.

A evidência arqueológica que vem da ocupação dos sítios é importante, mas é


mais muda do que as inscrições, que podem ser datadas com relativa precisão e são
mais facilmente associadas ao texto do AT. Dessa forma, podem-se esperar referências
diretas a eventos, lugares e personagens bíblicos; e às vezes são de fato encontradas.
A influência da escrita cuneiforme (criada pelos sumérios, conforme Prof.
Augusto Ferro), babilônica utilizada já em c. 3500 a.C. pode ser vista na Síria em 2500
a.C. Em Ebla (Tell Mardikh), os escribas já a usavam para copiar a mesma classe de
textos conhecidos tanto antes quanto na época da própria Babilônia. Todo tipo de
registros, administração e tarefas escolares (com os seus vocabulários e silabários
refletindo o dialeto semítico local) estão entre os c. 10 mil textos encontrados ali. Esses
textos mostram os escribas criando e preservando as já antigas tradições literárias.
Também havia entre eles instruções (semelhantes às de Provérbios), relatos da
criação de natureza politeísta semelhante a epopeia babilônica posterior começando
com ‘’quando no alto…’’ (enuma elish) e um relato da história babilônica posterior do
Dilúvio (Epopeia de Gilgamesh), parte do qual também foi encontrado em Megido,
datado do século XIV a.C. Essa importante coleção, que inclui hinos e orações, cartas
comerciais e governamentais, editos reais, alianças e tratados e outros dados históricos,
como também textos matemáticos e médicos, vão se revelar importantes no estudo do
pano de fundo de Gn 1-11 quanto do período patriarcal posterior.
A língua e a literatura babilônicas foram comumente usadas em todo o Antigo
Oriente Médio durante o segundo milênio a.C. quando muitos milhares de textos,
incluindo 25 mil de Mari (Tell Hariri), fornecem um retrato detalhado do período em que
bem podem ser colocados os patriarcas. A língua e os costumes são igualmente bem
ilustrados por meio dos textos históricos, legais e de correspondência de Alalah (Síria)
nos séculos XVIII ao XV a.C., posteriormente Nuzi (Assíria, século XV a.C.) e Amarna
(Século XIV a.C.). Textos de Ras Shamra (Ugarite) incluem epopeias e mitos (Baal,
Aqhat etc.) e outros escritos em um alfabeto que usava a escrita cuneiforme. Da mesma
cidade, na época da entrada dos israelitas na terra prometida, vêm textos escritos por
escribas bilíngues incluindo a história do Dilúvio (com muitas semelhanças com o
Gênesis, mas com pano de fundo politeísta e outras diferenças significativas), o ‘’Jó’’
babilônico, hinos, orações, provérbios e canções de amor (cf. Cântico dos Cânticos) e
o comum amontoado de textos legais e registros administrativos. Assim, o AT deve ser
visto contra um pano de fundo de tradições literárias locais, usando métodos de escrita
semelhantes (e.g., colofões) e gêneros literários semelhantes aos usados pelos
hebreus. Estes, no entanto, são distintos no seu conteúdo e na sua orientação religiosa.
Em todas as cortes e templos, os registros escritos tornavam desnecessária a
dependência da anotação de eventos somente com base em lembrança posterior ou
em ensinos ou tradições orais que existiam paralelamente a palavra escrita.
Assim em torno de 1800 a.C, o alfabeto semítico pode ser observado em
apontamentos nas minas do Sinai e, por volta de 1500 a.C., em Biblos, como também
em Gezer, Siquém (uma placa) e Laquis (um punhal com inscrição). Na época em que
os hebreus entraram na Palestina, o cuneiforme babilônico, o hierático e os hieróglifo
egípcios, o alfabeto linear cananeu (ancestral do alfabeto hebraico posterior e dos
alfabetos grego e romano), um alfabeto do 25-30 sinais cuneiformes relacionado ao de
Ugarite, a escrita silábica de Biblos, como também as escritas do tipo cipriota e cretense
já estavam em uso. Todos esses podem ter vindo ao conhecimento de Moisés por meio
da educação que recebeu na corte do faraó do Egito.
Da época da monarquia unida, sobreviveram algumas inscrições semíticas. Uma
é a ponta de lança de el-Khadr, perto de Belém, que talvez tenha pertencido a um
homem que seguiu Davi para o exílio. Uma inscrição nativa, o calendário de Gezer – o
calendário de um agricultor ou a tarefa de menino de escola – talvez possa ser datado
com o do tempo do reino de Salomão. Os relevos e textos de Sisaque nas paredes do
templo de Karnak de Amun em Tebas o retratam castigando cativos asiáticos e fazem
uma lista das suas conquistas na Palestina. O usurpador Onri (884 – 873 a.C.) é
mencionado na inscrição de Mesa (a Pedra Moabita, c. 830 a.C.) encontrada em 1868.
Nela o rei de Moabe também conta como o seu pai foi derrotado por Acabe, mas, mais
tarde, recuperou sua independência enquanto Acabe estava lutando contra a Síria (2º
Rs 1:1). Salmaneser III afirma que o ‘’israelita Acabe’’ forneceu ‘’2 mil carros e 10 mil
homens’’ para a coalização liderada por Irhuleni de Hamate e Ben-Hadade II de Arão-
Damasco (chamado Adade-idri ou Hadadezer pelos assírios). A maior contribuição dos
israelitas em carros foi na batalha de Carcar em 853 a.C. quando o avanço assírio para
o Oeste foi impedido por algum tempo. Hazael tinha destituído Bem-Hadade II em 843
a.C. e é chamado usurpador (”um filho de ninguém”) e ”o nosso senhor Hazael” em
inscrições em um marfim, saqueado de Damasco por soldados assírios, e nos textos
históricos. O Obelisco Negro de Salmaneser III (Museu Britânico) mostra a submissão
de ”Jeú filho (dinastia?) de Onri” ao rei assírio. Esse evento não é mencionado na
Escritura. Uma estela de pedra de Hadade-Nirari III de Rimá, a oeste de Mosul, cita
‘Yu’asu (Joás) de Samaria’’ pagando tributo a ele. Ao reinado de Jeroboão II (770-775
a.C.) podem ser atribuídos aos 63 fragmentos de cerâmica de Samaria que registram o
recebimento de vinho e azeite por conta de impostos pagos em espécie. Há também o
selo de um dos seus oficiais, ‘’Sema, servo de Jeroboão’’, não mencionado na Bíblia.
Azarias (Uzias) de Judá parece ter exercido uma grande influência na Síria, a julgar por
referências a ”azriyau de Yaudi” em textos assírios da época. A inscrição hebraica que
registra o translado dos seus osso para um túmulo novo em Jerusalém deve ser datada
aproximadamente de setecentos anos mais tarde.
Menaém (Menuhimme) de Samaria, de acordo com os anais de TIglate-Pileser
III, uniu-se a Rezim de Damasco no pagamento de tributos aos assírios em torno de 739
a.C. (cf. 2º Rs 15:37; 16:5-9; Is 7:1). Os mesmos anais mencionam Peca (Paqaha) como
um aliado de Rezim e contam como os assírios colocaram Oséias (Ausi’) no trono de
Israel (‘’a casa de Onri’’). Os anais da Assíria relativos ao ano 731 mencionam (Jeo)Acaz
(Yauhauzi) de Judá pagando tributos a Assíria junto com Moabe, Edom, Ascalom e
Gaza (cf. 2º Rs 16:18). Outras evidências externas do tempo dele são um selo de
‘’Ushnu, servo (oficial) de Acaz’’ e um texto de Nimrud, capital da Assíria, mencionando
tributos. Salmaseser V afirma ter iniciado o cerco de três anos e Samaria, um ataque
que parece ter sido concluído por Sargão II em 722/1 a.C. (por isso o plural ‘’reis’’ em
2º Reis 18:10). A Crônica Babilônica também registra que Salmaneser ”quebrou a
(oposição da) cidade de Shamarain (Samaria?)”. Sargão afirma ter levado 27.270 (ou
27.290) ”homens de Samaria” como prisioneiros, ‘’junto com os deuses em que eles
acreditavam’’, assim comprovando o politeísmo que os profetas tão veementemente
condenavam. O mesmo texto descreve o saque da Babilônia em termos que lembram
Isaías 13. Os exiliados de Samaria foram levados a Gozan (Guzan, Tell Halaf), onde os
documentos logo mostram habitantes com nomes aparentemente judaicos. Outros
talvez foram levados a Calá (Nimrud), onde um óstraco lista nomes semíticos ocidentais
como Menaém, Eliseu, Hananel e Ageu.
A inscrição do túnel de Siloé registra o encontro dos mineradores escavando os
‘’últimos três côvados’’ de cima e de baixo quando estavam fazendo o poço do canal de
água de 1.200 côvados usados por Ezequias para defender Jerusalém quando ele
‘’prendeu o judeu Ezequias (Hazaqiau) na sua cidade real como a um pássaro na sua
gaiola’’, mas não afirma ter feito captura alguma. No relato mais vívido que o AT fornece,
estão claras as razões por que ele não conseguiu fazer isso. É mencionado também o
pagamento de ‘’800 talentos de prata e 30 talentos de ouro’’ que Ezequias fez.
Entretanto, a queda de Laquias diante do rei assírio é tema de relevos e inscrições nas
paredes do palácio de Senaqueribe, em Nínive, que mostram os deportados sendo
levados para o cativeiro. Descobertas em Laquis mostram a ferocidade do cerco. A
padieira de um túmulo preparado para ”(Shebn)ayahu) que está acima de uma casa”
(i.e., um administrador real) vem de uma necrópole do vale Silwan ocupada pelos de
alta patente. O texto é a terceira inscrição de monumento mais longa em hebraico
arcaico que sobreviveu. Ele apoia a ideia de que esse é o túmulo de Sebna que foi
reprendido por Isaías (Is 22:15-16).
Esar-Haddom da Assíria relaciona os tributos recebidos de ”Manassés (Minse)
rei de Judá”. Este provavelmente também esteve presente em Calá em maio de 672
a.C. quando o rei assírio impôs um tratado de vassalagem a todos os seus súditos,
fazendo-os jurar lealdade a seus filhos como reis da Assíria e da Babilônia. O texto, com
suas exigências ou estipulações relativas a aliança (”fareis…; não fareis…”) seguindo
uma forma praticamente inalterada do segundo milênio, contribui muito para o aumento
do interesse nas formas literárias das antigas alianças como são encontradas também
no Dez Mandamentos e em Deuteronômio. Entre outras exigências, os vassalos se
comprometem a aceitar o deus da Assíria como seu deus, sob ameaça de repetição dos
saques a suas cidades e exílio para os seus habitantes por violarem qualquer um dos
mandamentos impostos. Esse tipo de texto começa com um título e um prólogo histórico
escrito ou implícito. Em seguida, coloca as estipulações que os vassalos têm de
reconhecer ou repetir em voz alta; as orientações para depositar uma cópia da aliança
no santuário do vassalo e para sua leitura pública e renovação periódica, incluindo as
obrigações de ensinar isso a ‘’seus filhos e filhas’’ para sempre; as testemunhas divinas,
as maldições sobre o vassalo caso ele transgredisse a aliança e bênçãos caso ele
obedecesse (cf. Êx 20 e 21; Dt 1:1-32, 47; Js 24).
A organização fiscal de Judá (yhd) exigia que os impostos fossem pagos em
espécie, e algo em torno de 600 alças seladas de jarros mostram que Hebrom, Socó,
Zife, e Mmst eram centros de arrecadação deste Ezequias até a queda de Judá.
As Crônicas Babilônicas dão um relato objetivo e confiável dos eventos da
maioria dos anos no período 626-539 a.C. Estes incluem a batalha de Carquemis em
agosto de 605 a.C. e a derrota dos sírios em Hamate, o que permitiu que os babilônios
marchassem sem oposição alguma através da Palestina até a fronteira do Egito. Entre
os tributos trazidos por muitos reis, devem ter estado os de Jeoaquim de Judá, que
permaneceu leal a Babilônia durante três anos, até a derrota do exército de
Nabucodonosor pelos egípcios registrada em 601 a.C. Os babilônios tinham marchado
para o Oeste em 604 e 602, fazendo muitos prisioneiros, que podem ter incluído Daniel
e seus companheiros. Uma carta em aramaico de Saqqara fala do pedido de socorro
frustrado que uma cidade fez ao Egito. Essa pode ter sido Ascalom, Asdode ou Gaza;
certamente o ataque iminente levou Jeremias a anunciar um jejum (Jr 36:1).
As Crônicas Babilônicas acerca do sétimo ano de Nabucodonosor afirmam que
ele ‘’convocou o seu exército e marchou contra a cidade de Judá (i.e., Jerusalém) e no
segundo dia do mês de Adar (i.e., 60 de março de 597 a.C.) ele capturou a cidade e
levou a o seu rei como prisioneiro. Ele designou um rei da sua escolha (para governar)
lá; recebeu altos tributos e enviou (os exilados) para a Babilônia’’. Isso fornece
evidências claras para a comparação com 2º Rs 24:10-17 e outras passagens. Não
sabemos a data exata de outra fonte, mas Joaquim (Yaukin), rei de Judá, é mencionado
em textos da Babilônia que datam de 595-570 a.C. como alguém que recebe na
Babilônia porções dos depósitos reais. Nesse tempo, suas propriedades reais em Judá
foram administradas até 587 a.C. por ‘’Eliaquim, administrador de Joaquim’’, cujo selo é
conhecido com base em achados em Debir e Bete-Semes. O rei escolhido por
Nabucodonosor para suceder a Joaquim era o tio deste, Matanais/Zedequias (2º Rs
24:17). Os últimos dias de Judá até a queda de Jerusalém em 587 a.C. são ilustradas
graficamente por meio de observações inscritas em fragmentos de cerâmica pelos
comandantes de um posto avançado em Laquis que aguardavam sinais de fogo (cf. Jr
6:1; 34:7). O selo de Gedalias foi encontrado em Laquis, que deve ter estado sob o seu
controle, como também o de Jazanias, ministro do rei em Mispá (2º Rs 25:23; Jr 40:8).
As impressões dos selos de Baruque, o escriba de Jeremias, e de outros indivíduos
mencionados em Jeremias 36 também foram descobertos.
A co-regência de Belsazar e com Nabonido é comprovada em inscrições
babilônicas que também mencionam o ”Rei dos Medos”, que nessa época não pode ser
outro senão Ciro que se intitulava tanto ”Rei da Pérsia” quanto ”Rei das Terras”. Com
base nisso, foi sugerido que Daniel 6:28 seja traduzido ‘’Assim Daniel prosperou durante
o reinado de Dario inclusive (i.e.) o reinado de Ciro, o Persa’’ e que ”Dario, o Medo” pode
muito bem ser um nome de trono do próprio Ciro, visto que não sobrevive nenhum
registro babilônico de um regente entre Nabonido-Belsazar e Ciro nem entre Ciro e
Cambises (D. J. Wiseman, Notes on Some Problems of the Book of Daniel, London,
1965). Outros estudiosos identificam Dario, o Medo, com um regente pouco conhecido,
Gubaru/Gobryas, um governador da Babilônia que, no entanto, nunca recebe o título de
rei (J. C. Whitcomb, Darius the Mede, Grand Rapids, 1959).
Ciro registra que o seu anúncio de restauração de templos de muitos deuses e
o retorno dos judeus depois exílio na Babilônia está em harmonia com isso. Cartas em
Papiro de Elefantina, no Egito, citam tanto Sambalate quanto o sumo sacerdote Joanã
(Ne 12:22-25). Outros oponentes de Neemias, ”Gesém, rei de Quedar” e ”Tobias, o
amonita” deixam inscrições. Uma ”profecia dinástica” babilônica recentemente
divulgada dá detalhes da queda da Assíria, do surgimento e queda da Babilônia e da
Pérsia e do surgimento das monarquias helenistas. Como em Daniel, embora nomes de
reis não sejam dados, há detalhes circunstanciais suficientes para identificar as pessoas
e os períodos descritos.

Os rolos do mar Morto

A descoberta acidental ocorrida em 1947 perto do uádio Cunrã, a noroeste do


mar Morto, levou a recuperação de manuscritos que antecedem os mais antigos textos
do TM do AT conhecidos até agora. Eles são datados de c. 250 a.C. (Êxodo) até pouco
antes da queda de Jerusalém (c 68 d.C). Mostram a exatidão com que os escribas
copiavam textos hebraicos antigos. Outros mostram sinais de revisão ou são cópias de
várias recensões que precederam ou seguiram as traduções gregas da LXX c. 245 a.C.
Foram encontrados também escritos em aramaico e textos samaritanos. Livros
deuterocanônicos (não aceitos no cânon hebraico) em hebraico, aramaico e grego
também estão representados. Os livros mais copiados eram Deuteronômio, no
Pentateuco; Salmos, nos Escrito; e Isaías, nos Profetas. É digno de observação que
esses livros, usados no sistema educacional da sinagoga da Palestina a partir de 75
a.C., foram os mais citados por Jesus Cristo. Os rolos de Cunrã também ilustram os
métodos de exegese usados na época. Documentos sectários entre os mesmos
achados incluem o Manuel da disciplina e o Rolo do templo da seita, em geral e
provavelmente com razão, identificada como uma ramificação dos essênios. Embora
esses textos sejam muito valiosos em mostram a continuidade e as variações nos textos
do AT, é importante observar que as 14 cópias de Isaías apresentaram somente seis
mudanças reconhecidas em comparação com o texto como era anteriormente
conhecido, de importância menor. A importância principal desses rolos está no âmbito
dos estudos do NT.

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