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FACULDADE UNYLEYA

REDES SOCIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE A INFLUÊNCIA POSITIVA


E NEGATIVA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Aluna: CARINE BIDONE LOPES

PORTO ALEGRE – RS
2019

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REDES SOCIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE A INFLUÊNCIA POSITIVA


E NEGATIVA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Artigo Científico Apresentado à Faculdade


Unyleya, como requisito parcial para a obtenção
do título de Especialista em Marketing e Redes
Sociais).

PORTO ALEGRE - RS
2019

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REDES SOCIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE A INFLUÊNCIA POSITIVA E


NEGATIVA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Carine Bidone Lopes

Resumo:

O papel básico deste estudo é refletir sobre quais os efeitos e consequências do uso
das Redes Sociais à sociedade contemporânea. Nesse sentido, são apresentadas
as principais e se busca apontar os pontos positivos e negativos que elas trazem
aos usuários, assim como analisar como influenciam o fator emocional, cultural e
social humano. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as
contribuições de autores como LANIER (2018), PAIVA (2018), SILVA (2015), SEGAL
(2016), MARTIN (2012), e outros, procurando, também, enfatizar as perspectivas e
predisposições psicológicas do usuário, bem como a mudança de hábitos após o
surgimento das Redes Sociais. Ademais, procura-se salientar a transformação nas
novas formas de se relacionar, no novo modelo sócio-cultural na qual o indivíduo
está inserido ao estar dentro desta nova realidade. Por fim, são ventiladas hipóteses
do futuro das Redes Sociais nos próximos anos, observadas as formas atuais de
como são utilizadas.

Palavras-chave: Redes Sociais. Influência. Pontos Positivos. Pontos Negativos.


Sociedade.

Summary:

This study´s basic role is to reflect about effects and consequences of Social
Networks in the contemporary society. In this way, we aim to focus on the positive
and negative aspects they cause on the users as well as analyze how they
influence the cultural, social and emotional human factor. A bibliographic research
was realized considering authors contribuitions as LANIER (2018), PAIVA (2018),
SILVA (2015), SEGAL (2016), MARTIN (2012) and others, aiming also to emphazise
the user´s psychological predispositions and perspectives as well as the habits´
changes after the Networks rise. Besides it, we´ve searched for point out the
transformation realized in the new ways of being connected , in the new socio-
cultural model in which the individual is inserted when is affected by this new reality.
Finally, it will be analyzed some hipothesis about the Social Networks future in the
next years, considering the actual ways they are used.

Keywords: Social Networks. Influence. Positive Points. Negative Points. Society.

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1 Introdução

Já faz parte do cotidiano das pessoas a presença em Redes Sociais e, com o


avanço da tecnologia, usá-las ficou muito mais fácil através dos smartphones e
tablets. Exemplo disso é o fato de cerca de 70% dos acessos ao Facebook no Brasil
serem feitos em smartphones ou tablets, segundo ZONTA (2016). Tornou-se muito
mais comum encontrar pessoas nas ruas, trabalho, escola, filas, salas de espera,
ônibus, metrô - em qualquer lugar, fazendo uso de seus celulares ou tablets.
Um fato curioso é que os principais motivos para os brasileiros acessarem a
internet nos smartphones são para acessar as Redes Sociais (30%). A necessidade
de se estar conectado tornou-se tão forte que as pessoas acordam, caminham,
alimentam e, muitas vezes, não dormem fazendo uso delas.
Conforme Silva (2015), o acesso em nível mundial é tão intenso, que a cidade
chinesa de Chongqing implantou uma faixa exclusiva para usuários de smartphones.
A medida tem como objetivo evitar acidentes entre pedestres distraídos que usam o
celular enquanto caminham.
Diante da nova realidade em que o mundo se insere frente ao surgimento das
Redes Sociais, o presente trabalho tem como tema a influência delas no
comportamento sócio-cultural e emocional do indivíduo.
Nessa perspectiva, será contada um pouco da história delas e as principais já
existentes. Por fim, serão expostos os pontos positivos e negativos causados pelas
Redes Sociais na sociedade contemporânea. Da mesma forma, o presente artigo
científico abordará um possível futuro para elas.
Foram construídas algumas questões que nortearam este trabalho:
 Quais são as principais Redes Sociais da atualidade?
 Que influências e mudanças elas podem provocar no indivíduo?
 As Redes Sociais trazem mais benefícios ou malefícios às pessoas?
 Quais os possíveis caminhos e o futuro das Redes Sociais?
O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como:
LANIER (2018), PAIVA (2018), SILVA (2015), SEGAL (2016), MARTIN (2012),
ZONTA (2016) e outros.

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2 O Crescimento das Redes Sociais no Brasil e no Mundo

O acesso às Redes Sociais tem crescido rapidamente, em um curto espaço


de tempo. Segundo Moreira (2017), no Brasil há um crescimento elevado, com 78,3
milhões de pessoas nas Redes Sociais, ou seja, 79% de sua base de usuários da
Internet.
O brasileiro, em média, fica 5h26min por dia conectado à Internet; gasta
3h47min com acesso móvel; gasta também 3h47min com acesso a Redes Sociais
(via mobile ou fixo); e consome 2h49min na televisão.
As Redes Sociais continuam a crescer em todo o mundo e os usuários ativos
contabilizam 29% de toda a população mundial. O usuário ativo mensal (MAU, na
sigla em inglês) é o mais ativo usuário das redes e chega a mais de 2 bilhões, um
crescimento de 12% na base desde janeiro de 2014.
Já um relatório recente do eMarketer (empresa de pesquisa de mercado dos
EUA que fornece informações e tendências relacionadas a marketing digital) aponta
que 79% dos usuários de Internet no Brasil (cerca de 78 milhões de pessoas) estão
presentes nas mídias sociais.
Conforme Macedo (2013), é impossível ignorar também a presença dos
brasileiros no Facebook. Na época, já existiam 76 milhões de usuários na Rede
Social, número que fica abaixo apenas dos Estados Unidos e da Índia. Mais que
isso, o país possuía alguns dos internautas mais assíduos no site de Mark
Zuckerberg em todo o mundo. Eram 47 milhões de brasileiros acessando a
plataforma diariamente, o que coloca o Brasil na segunda posição do ranking
mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
De acordo com Franco (2017), em 2016, o Facebook atingiu a marca de 1
bilhão de usuários todos os dias e, seguindo esse crescimento, temos o WhatsApp,
que chegou a 1 bilhão de indivíduos trocando mensagens, o Messenger com 900
milhões de conectados e o Instagram que possuía 400 milhões de pessoas
compartilhando fotos pelo app. São números gigantescos que mostram que a
maioria das pessoas tem acesso a algum tipo de Rede Social.

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3 Principais Redes Sociais utilizadas no Brasil

São inúmeras as Redes Sociais existentes na atualidade. Porém, conforme


Moreira (2017), as mais utilizadas pelos brasileiros são:
-Facebook: Criado por Mark Zuckerberg e lançado em 2004, o Facebook é
hoje a rede social mais acessada e utilizada no mundo todo, com uma população de
1,5 bilhões de usuários cadastrados, sendo cerca de 83 milhões brasileiros.
-WhatsApp: Uma das Redes Sociais mais recentes, criada em 2009, é um
aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para
smartphones. Hoje são cerca de 38 milhões de usuários brasileiros, equivalendo a
8% dos usuários mundiais.
-Instagram: A ideia do Instagram é o compartilhamento de fotos e vídeos
curtos (até 15 segundos) através do celular. O Instagram foi criado em 2010 e está
crescendo mais rápido do que as outras redes.
-Twitter: Criado em 2006, o Twitter é uma rede social que possibilita aos
usuários a troca de atualizações pessoais através de textos de até 140 caracteres,
conhecidos como tweets.

4 Pontos positivos das Redes Sociais

As Redes Sociais trazem inovação e novos moldes de serviços para as


companhias. Unindo a linguagem informal, conteúdo multimídia e interação social,
elas podem se tornar uma poderosa ferramenta de comunicação e publicidade. De
acordo com A Gazeta do Acre (2018), também mudam comportamentos de vida,
hábitos, costumes.
Enfim, a importância da Internet é atualmente indiscutível, a sua relevância
para o mundo, o seu efeito multiplicador, o seu uso universalizado por sites, blogs,
redes sociais, aplicativos entre tantas outras artimanhas proporcionadas por ela.
Segundo Silva (2015), o Facebook possibilitou o reencontro de amigos,
familiares e colegas da época de estudante. Através dessa Rede Social, as pessoas
curtem, comentam, postam e se divertem com as piadas, vídeos, charges e muitas
outras formas de comunicação.
O Skype consegue encurtar a distância entre familiares, amigos, namorados,
sendo, também, atualmente utilizado pelas empresas para entrevistas de seleção de

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pessoas. O WhatsApp se transformou na maior comunidade virtual na qual se


postam fotos, vídeos e mensagens de maneira instantânea, conectando diversas
pessoas ao mesmo tempo.
Entretanto, essas Redes Sociais não se limitam mais, somente, aos
relacionamentos, mas também como fonte de pesquisa e notícias, tendo como
atributos a interatividade e participação, possibilitando não só o acesso à
informação, mas a capacidade de produzí-la.
Assim, conforme o site A Gazeta do Acre (2018), as redes mostram a sua
importância, deixando de lado tempo e espaço, influenciando o destino de milhares
de pessoas, através da rápida disponibilização de informações relevantes, de forma
que muita gente usufrui desses ambientes virtuais, atuam neles com grande
intensidade e frequência.
Há quem faça verdadeiros diários de atividades. Também, as Redes Sociais
são palco de grandes manifestações e de mobilizações, como vivenciamos no
Brasil, os agrupamentos humanos que se formam nas cidades brasileiras a favor do
Governo do PT ou contra o Governo do PT. Esse tipo de manifestação repercute nas
ações dos poderes da República, no sentido de resguardar a opinião do povo, fazê-
las serem ouvidas.
De acordo com Almeida e Alcântara (2017), as Redes Sociais são
maravilhosas; elas aproximam pessoas, facilitam revoluções, encurtam distâncias.
Mas, ao mesmo tempo, você torna possível o contato de muita gente que não está
preparada para essa comunicação sem prepará-la para isso, pode significar que
essas pessoas se tornem veiculadoras de boatos e mentiras que possam criar
problemas graves para a sociedade. Por isso, conforme referências, não existem
somente pontos positivos na utilização de Redes Sociais. É o que veremos a seguir.

5 Pontos negativos das Redes Sociais

A dependência das Redes Sociais através do celular, do computador, da


Internet é crescente e, apesar de ser um vício socialmente aceito, é também nocivo,
pois altera o comportamento dos indivíduos. Alguns especialistas acreditam que o
uso excessivo das novas tecnologias torna as pessoas mais impacientes, impulsivas
e esquecidas.

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Conforme Silva (2015), uma pesquisa realizada pela Digital Clarity, uma
agência de marketing digital norte-americana, com 1.300 jovens com idades entre 18
e 25 anos apontou o seguinte resultado: “o vício dos jovens em Internet já atinge
16% das pessoas. Além disso, de acordo com a pesquisa,“a desordem também faz
com que os afetados sintam euforia nos momentos em que estão conectados e
depressão e pânico quando estão longe dos aparelhos que proporcionam o acesso”.
Com isso, muitas pessoas têm deixado de sair com familiares, amigos,
deixando de fazer tarefas e trabalhos para ficar conectado às redes. De acordo com
Zonta (2016), postar, compartilhar, curtir, passa a ser uma necessidade. Qualquer
atividade corriqueira passa a ser motivo de um clique para a rede.
Segundo o site Fãs da Psicanálise (2017), pesquisadores brasileiros estão
atentos ao fenômeno da comunicação por Redes Sociais e alertam para os riscos do
uso excessivo delas. Segundo o artigo, algumas pessoas tendem a buscar refúgio
na Internet como um canal alternativo ao convívio social, principalmente quando são
incapazes de buscar essas relações no mundo real.
Segal (2016) adverte que, por trás dos relacionamentos virtuais, podem existir
pessoas com dificuldades nas relações interpessoais, como uma timidez excessiva,
medo ou insegurança de se expor ao outro. Por isso, a virtualidade se torna uma
forma de refúgio.
Pesquisa recentemente publicada, realizada entre diversos países, verificou
que a maioria dos jovens com até 30 anos de idade, principalmente brasileiros,
preferem ter acesso à Internet a namorar, ouvir música ou sair com amigos.
Ademais, com o uso massivo dos aparatos tecnológicos algumas síndromes
necessitam de nossa atenção. Abaixo segue uma breve descrição de Moreira (2017)
em relação ao estresse causado pelo uso excessivo das Redes Sociais e de
possíveis novas doenças que provoca.
Estresse
O estresse é uma reação do organismo, com componentes psicofisiológicos
que ocorrem quando o indivíduo se confronta com uma situação que, de um modo
ou de outro, o irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que o faça
imensamente feliz.
Síndromes tecnológicas

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As síndromes listadas abaixo são relativamente novas e demorarão para


serem tratadas como doença, mas é de extrema importância o estudo destas e de
seus fatores causais.
Nomophobia: Uma doença relativa à sensação de ansiedade de ficar
desconectado da rede. A palavra nomophobia é uma abreviatura de “no-mobile
phobia”, ou seja, uma síndrome desenvolvida pelo medo de ficar sem uma conexão
móvel. Para algumas pessoas, quando o celular fica sem bateria e não há nenhuma
tomada por perto, uma desconfortável sensação de privação e distanciamento do
mundo surge.
Síndrome do toque fantasma: Trata-se daquela sensação de que o seu celular
está vibrando no seu bolso, fazendo com que você o pegue de cinco em cinco
minutos para conferir. Pelo menos 70% das pessoas que assumem usar muito o
celular sofrem este tipo de “delírio”.
Náusea Digital (Cybersickness): Trata-se da vertigem que algumas pessoas
sentem quando interagem com alguns ambientes digitais. Em tempos de Gifs, sites
em flash e experiências em 3D, tornam-se cada vez mais comuns os relatos de
pessoas que sentem tonturas e outras sensações desagradáveis ao interagirem com
este universo fora do comum. Essas tonturas e náuseas resultantes de um ambiente
virtual foram apelidadas de Cybersickness. O termo surgiu na década de 1990 para
descrever a sensação de desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de
realidade virtual.
O Efeito Google: É quando, por conta da facilidade em encontrar todo tipo de
informação na Internet, nosso cérebro passa a reter uma quantidade menor de
informações. O cérebro passa agir como se não mais necessitasse memorizar
certas informações, já que as conseguiria com facilidade na rede.
Cibercondria ou hipocondria digital: Uma tendência que o usuário compulsivo
desenvolve por acreditar que tem todas as doenças sobre as quais leu na Internet.
Grande parte deste problema está justamente na quantidade infindável de
informações relacionadas a doenças – nem sempre confiáveis – disponíveis na rede.
Pessoas recorrem aos “médicos virtuais” para identificar a causa de pequenos
problemas, como dores de cabeça, por exemplo. A partir daí, com um pouco de
informação e muita imaginação, o usuário passa a pensar que tem algo grave.
Em outro estudo apresentado em 2012 pela universidade americana de Utah
Valley acerca dos impactos do uso do Facebook na percepção dos indivíduos sobre

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a vida alheia concluiu que, para os indivíduos que usam Facebook há muito tempo,
é mais fácil lembrarem-se de mensagens positivas e imagens felizes postadas na
rede, o que dá aos usuários a impressão de que os outros indivíduos são mais
felizes.
Ainda, quanto maior é tempo que as pessoas gastam na rede, mais tendem a
acreditar que os outros são mais felizes e menos tendem a acreditar que a vida é
justa, além de, quanto maior é a quantidade de “amigos” no Facebook que são
desconhecidos da vida real, maior é a crença de que a vida alheia é melhor e
superior, segundo o site Fãs da Psicanálise (2017).
Quanto aos efeitos menos positivos desencadeados pelas ferramentas,
pesquisadores da universidade alemã de Humboldt, em Berlim, elegeram o
Instagram como a rede social com maior potencial nocivo aos seus usuários. Esta
característica se deve a uma tendência recorrente no Instagram de forjar uma vida
“perfeita”.
Segundo o estudo, publicado em 2013, as fotos são os recursos mais
capazes de expressar detalhes explícitos e implícitos de como é ser uma pessoa
feliz, rica e bem-sucedida, o que pode provocar comparação social imediata e
desencadear sentimentos de inferioridade, inveja e ressentimento.
Segal (2016) acrescenta, ainda, que inúmeras são as histórias de pessoas
que se aproveitam da virtualidade para mentirem a respeito das suas informações
pessoais, utilizando fotos falsas ou dados inverídicos para estimular o interesse e a
curiosidade do outro.
A maioria dos usuários já se envolveu com perfis falsos na Internet, sofreu
rejeições sem sentido, foi menosprezado ou ignorado, experimentou sadismo total
ou vivenciou todas as situações anteriores, ou algo pior.
Lanier (2018) afirma que as Redes Sociais produzem outra dimensão de
estímulos: pressão social.

As pessoas são extremamente sensíveis a questões como status


social, julgamento e competição. Ao contrário da maioria dos animais,
os seres humanos não apenas nascem absolutamente indefesos
como permanecem assim durante anos. Por conta disso, só temos
condições de sobreviver quando convivemos com membros da
família e outros indivíduos (...).

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Em estudos famosos da psicologia, como o Experimento de Milgram e o


Experimento de Aprisionamento de Stanford, o poder da opinião alheia provou ser
forte o bastante para modificar o comportamento dos participantes. Pessoas
comuns, sem passagem pela polícia, foram coagidas a fazer coisas horríveis, como
aplicar torturas, por meio de nenhum outro mecanismo além da pressão social. Em
redes sociais, a manipulação das emoções tem sido a maneira mais fácil de gerar
recompensas e punições.

Lanier (2018) declara que a mídia social é tendenciosa:

A relativa facilidade de usar emoções negativas para fins como o


vício e a manipulação faz com que os resultados indignos também
sejam relativamente fáceis de alcançar. No fim das contas, uma
combinação infeliz de biologia e matemática favorece a degradação
do mundo humano (...).

O escritor ainda ressalta que é difícil largar uma rede social específica e ir
para outra, porque todo mundo que se conhece já está na primeira. “É impossível
todas as pessoas de uma sociedade fazerem o backup de seus dados, se mudarem
simultaneamente (...). Efeitos desse tipo são chamados de efeitos de rede ou lock-in
e são difíceis de evitar em redes digitais”, relatou.

Em uma análise ainda mais complexa, Lanier (2018) afirma que a pessoa
profundamente viciada tem um ritmo nervoso, um resmungar compulsivo diante de
sua situação.

(...) Ela se sente destituída, em uma busca desesperada por


afirmação. Viciados se tornam ansiosos, dirigem um foco estranho a
eventos obscuros que não são visíveis para os outros. Eles são
egoístas, tão fechados em seus ciclos que não têm muito tempo para
notar o que os outros sentem ou pensam. Há uma arrogância, um
fetiche pelo exagero que, ao que tudo indica, compõe um disfarce
para uma profunda insegurança.

6 Nos bastidores das Redes Sociais

Antes de encerrar este artigo, acredito que é relevante mostrar citações de


alguns grandes mentores de Redes Sociais encontradas no ebook de Lanier (2018).
Primeiramente, Sean Parker, primeiro presidente do Facebook:

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Precisamos lhe dar uma pequena dose de dopamina de vez em


quando, porque alguém deu like ou comentou em uma foto ou uma
postagem, ou seja lá o que for (...) Isso é um circuito de feedback de
validação social (...) exatamente o tipo de coisa que um hacker como
eu inventaria, porque explora uma vulnerabilidade na psicologia
humana (...) Os inventores, criadores — eu, Mark [Zuckerberg], Kevin
Systrom no Instagram, todas essas pessoas —, tinham consciência
disso. E fizemos isso mesmo assim (...) isso muda a relação de vocês
com a sociedade, uns com os outros (...) Isso provavelmente interfere
de maneiras estranhas na produtividade. Só Deus sabe o que as
redes sociais estão fazendo com o cérebro de nossos filhos.

Ainda, a ex-vice-presidente de crescimento de usuários do Facebook,


Chamath Palihapitiya, declarou:

Criamos ciclos de feedback de curto prazo impulsionados pela


dopamina que estão destruindo o funcionamento da sociedade (...)
Nenhum discurso civil, nenhuma cooperação; apenas desinformação,
inverdades. E não é só um problema americano — não se trata de
anúncios russos. É um problema global (...) Sinto uma culpa
tremenda. Acho que, no fundo, todos nós sabíamos — embora
tenhamos fingido que provavelmente não seríamos surpreendidos por
nenhuma consequência ruim. Acho que, bem, bem lá no fundo, nós
meio que sabíamos que algo ruim poderia acontecer (...) Então neste
exato momento nos encontramos em uma situação realmente ruim,
na minha opinião. Isso está erodindo o alicerce de como as pessoas
se comportam umas com as outras. E não tenho nenhuma solução
boa. Minha solução é: não uso mais essas ferramentas. Não uso há
anos.

7 O futuro das Redes Sociais

Na segunda década do século XXI, fica praticamente impossível imaginar as


relações humanas sem os sites de Redes Sociais. A predominância dessas
ferramentas em nossas vidas é tanta que gera discussões acaloradas. Questionam-
se os limites da privacidade e a visão de mundo limitada que o News feed pode
proporcionar.
Segundo o artigo Qual será o futuro das Redes Sociais (Blog TCA), há quem
diga que o todo-poderoso Facebook está com os dias contados. A consultoria
eMarketer aponta que os jovens com menos de 25 anos preferem o Snapchat.
Porém, um único tweet da socialite Kylie Jenner foi suficiente para derrubar as
ações da empresa. A influenciadora digital havia dito que não utilizava mais o
aplicativo com tanta frequência.

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O grande diferencial do Snap eram os vídeos que desapareciam em 24 horas.


Pois essa funcionalidade foi incorporada ao Instagram, ao mensageiro
instantâneo Whatsapp e ao próprio Facebook. Ou seja, a rede corre, mesmo, o risco
de desaparecer.
A empresa de consultoria em mídias sociais, Social Bakers, mostrou que, nos
últimos três meses, nada menos que 4,5 milhões de usuários do Facebook
abandonaram o site nos EUA e no Reino Unido.
Paiva (2018) cita que no Brasil, o número cresce. No entanto, há pessoas que
deletaram o perfil na rede, como o estudante de arquitetura Fausto Paiva.
Desfocado do estudo e do trabalho “para nada”, como ele define, disse adeus à rede
e diz viver muito bem sem ela.
Hoje, Fausto conversa com os amigos por Gtalk, e-mail e celular. “Realmente,
perco o contato com amigos distantes, mas os próximos eu encontro sempre”, conta
o estudante, que se comportou exatamente como prevêem os especialistas: buscou
mobilidade e ferramentas simplificadas, que vão de encontro à oferta excessiva do
Facebook.
Conforme o Portal Educação, no artigo O Futuro das Redes Sociais,
especialistas já definiram que, em longo prazo, o Facebook se perderá em um
“abismo”, assim como outras Redes Sociais, que hoje, já não possuem um olhar
mais cuidadoso pelos seus usuários.
Estudos apontam que o abandono dos usuários está pelo fato do grande
número de publicidade, especialmente na líder Facebook. Mas existe uma notícia
boa e uma cogitação para o futuro das Redes Sociais, e ela está nas plataformas
móveis.
Esta cogitação se deve à observação dos especialistas frente ao
comportamento dos usuários. A maioria dos desistentes migra para Redes Sociais
móveis, e a prova disso está no aumento de usuários nas principais redes deste
segmento, Instagram e WhatsApp. Podemos prever então, que o futuro das Redes
Sociais está nas plataformas móveis. Aquelas que já existem na web terão de se
adequar a esta nova tendência.

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8 Conclusão

As Mídias Sociais se tornaram uma poderosa força cultural. Estudiosos


reconheceram a importância delas nas eleições presidenciais americanas em 2008,
e as principais organizações de notícias solicitam que seu leitores enviem notícias e
vídeos de fatos relevantes, segundo Martin 2012.
Atualmente, são um componente intrínseco da comunicação global, diante da
necessidade contínua do ser humano de estar informado. Porém, cada um tem o
livre arbítrio de participar de uma ou não.
Os especialistas esclarecem que a emergência das Redes Sociais representa
um avanço significativo na comunicação no mundo contemporâneo e que, se usadas
com moderação, podem ser benéficas enquanto meios de entretenimento. Os
inúmeros malefícios potenciais são geralmente desencadeados pelo uso exagerado
e indevido, o que pode ser considerado o grande vilão neste processo.
Importante observar as citações negativas de alguns funcionários do
Facebook, o que leva a refletirmos sobre as possíveis manipulações de anunciantes
e criadores das redes. É importante questionar certas informações da Internet e se
agiríamos da mesma forma, se não houvesse a influência dos outros usuários,
criadores ou mentores de Redes Sociais.
É necessário, da mesma forma, ficar atento às pessoas mal intencionadas,
que mentem e planejam práticas criminosas no ambiente virtual e perceber que,
muitas possuem dificuldades de relacionamento reais e utilizam as Redes Sociais
para descarregar suas frustrações e vêem nelas um refúgio.
O futuro das Redes Sociais ainda é incerto. Segundo o Blog TCA, todas elas
correm o risco de não mais existir. Se há uma característica forte da web, é
a efemeridade. Quem fica são as pessoas – estejam elas conversando via inbox,
trocando likes em fotos ou registrando Stories do cotidiano.
Por ora, as Redes Sociais que mais devem ganhar adeptos é o WhatsApp.
Isso porque muitos usuários estão desistindo das mídias que divulgam publicidade.
Podemos prever, então, que se elas continuarem a existir, será por meio das
plataformas móveis. Aquelas que já existem na web terão de se adequar a esta nova
tendência.

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Referências Bibliográficas

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22 de maio de 2018, disponível em: <https://agazetadoacre.com/as-redes-sociais-
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diretamente ligado ao futuro. Matéria publicada dia 25 de março de 2017, disponível
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BLOG TCA. Qual será o futuro das Redes Sociais? Disponivel em:
<https://www.tca.com.br/blog/qual-sera-o-futuro-das-redes-sociais/>. Acesso 10 Jan.
2019.

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<https://www.fasdapsicanalise.com.br/os-impactos-das-redes-sociais-na-vida-em-
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FRANCO, Luana. O poder das Redes Sociais. Matéria publicada 7 de junho de


2017, disponível em: <http://fiqueisemcracha.com.br/poder-das-redes-sociais/>.
Acesso 10 Jan. 2019.

LANIER, Jaron. Dez argumentos para você deletar agora suas Redes Sociais.
Ebook digital. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca LTDA, 2018.

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Business, 2012.

MOREIRA, Rodrigo. Redes Sociais e seu impacto no comportamento humano.


Artigo publicado dia 8 de junho de 2017, disponível em:

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<https://www.profissionaisti.com.br/2017/06/redes-sociais-e-seu-impacto-no-
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SEGAL, Viviane Lajter. Os Relacionamentos nas Redes Sociais. Matéria publicada


dia 30 de julho de 2016, no site Fãs da Psicanálise, disponível em:
<https://www.fasdapsicanalise.com.br/os-relacionamentos-nas-redes-
sociais/>.Acesso 09 Jan. 2019.

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pessoais. Artigo publicado em 19 de de dezembro de 2015, disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/as-redes-sociais-e-seus-
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PAIVA, Fausto. Qual será o futuro das Redes Sociais? Artigo publicado em 4 de abril
de 2018, disponível em: <https://layart.com.br/qual-sera-o-futuro-das-redes-
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