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AS CRÔNICAS
DE UMA BRUXA

ABRAÃO MILLER

LIVRO I
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CAPÍTULO 1

Amélia em tudo aparentava ser uma criança normal. Não havia nada de errado
em seu rosto, tão pouco na inteligência. Apesar que tais trivialidades não é nada,
pois sempre há um lugar para alguém que a sociedade julgar ser imperfeito.
Contudo, para as meninas de sua escola ela era estranha. Sardenta, com olhos
cor de amêndoa, e cabelo ruivo. Não um ruivo gritante. Era um cabelo curto a
margem das orelhas. Prendia-o com dois elásticos. Ela tinha um sorriso meio
bobo às vezes. Não às vezes, mais sempre. Quando sonhava acordada. Um
sorriso meio torto. Porém, bonito. Estava com onze anos, e seu maior sonho era
um dia ser uma bruxa como nos livros de Melvina a bruxinha. Obviamente isso
passaria quando chegasse aos seus 16 anos. É sabido que as meninas crescem
em mentalidade mais rápido que os meninos. Era dezembro, e a neve caia
constantemente sobre o gramado e a rua 45 da Elmon. Uma rua adorável. Na
qual, Amélia se divertiu boa parte de sua infância. Sozinha na maioria das vezes.
Ela amava olhar pela janela de seu quarto. Lá no último andar, era um local só
seu. Era de se esperar que ela tivesse mais livros que bonecas, (Um dos motivos
para ela não ter muitas amigas). Mas é claro, havia sempre algum bichinho de
pelúcia. Um adorável gatinho de pelúcia malhado. (que foi nomeado Merlin). O
apertou com força quando uma brisa fria penetrou o quarto. Ficou
desconfortável com aquilo. Como uma brisa fria pode vim de trás do guarda
roupa? Ela ficou alguns minutos parada, observando o guarda roupa que foi de
sua avó. Jogou Merlin sobre a cama e foi olhar mais de perto. Entre o guarda
roupa havia sua estante de livros. E ao lado da cama uma escrivaninha. Agachou-
se para espiar por trás do móvel. Não tinha força para empurra-lo. E de maneira
alguma chamaria sua mãe. Ela já estava desapontada com Amélia por sonhar
tanto, e esquecer de estudar.

-Melhor deixar isso para lá. – Falou, levantando-se. Usava um vestido vermelho
e um cachecol com listras azuis. -Mamãe já estar brava comigo. E essa brisa
pode ter vindo de outro lugar. - Sua mãe havia deixado biscoitos de gengibre
acompanhado de uma caneca de leite morno.
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-Chocolate quente seria maravilho agora. – Pensou. -Apesar que isso não
importa. Melhor terminar meu livro. Amélia pegou o livro da bruxinha melvina
e deitou-se na cama. Limpou os óculos de leitura e pôs a ler. Entre uma página
e outra um biscoito desaparecia da tigela como mágica:

‘’Melvina estava no bosque das trevas. Sua vassoura havia se quebrado em duas
quando enfrentou uma horda de bruxos. Ela sabia que a escuridão estava
próxima. Sabia que sua única chance era lutar com o terrível mago negro........

Um frio congelante lhe fez largar o livro. Isso começava a assusta-la. Não pelo
fato do frio, mas por ele vim de um lugar improvável. Poderia até ser uma fresta
entre o guarda roupa e a parede. Mas naquele momento ela não conseguia
pensar nessa hipótese. Então resolveu subitamente sair do quarto. Pegou o livro
sobre a cama e foi até a porta. Pegaria mais alguns biscoitos e assistiria tevê. Ao
tentar rodar a maçaneta sua mão escorregou. Ela estava dura. Como se algo, ou
alguém a forçasse. Amélia sentiu um medo terrível. Lágrimas começavam a
brotar de sua faça. Uma hora ou outra sua mãe perceberia a ausência da filha.
Mas Amélia é só uma criança. Ela estava com medo e queria sair daquele quarto
naquele momento. Pensou em descer pela janela. Contudo morria de medo de
altura. Ela pediu por socorro em vão. O quarto era bem vedado e muito abafado.
Sem sombra de dúvida sua mãe não a escutaria. Com certeza a essa hora estava
a tomar chá com torradas. De uma brisa fria transformou-se em algo ainda
maior. Uma ventania começou a surgir do nada. Não do nada, mais do centro
do quarto. O vento forte começou a se modificar para um ciclone em miniatura.
Papéis e objetos de Amélia começaram a voar no ar. Não adiantava Amélia
berrar. Nem sequer tinha fôlego para brandir algo. Segurou-se fortemente na
cama. Por um instante fechou os olhos. E quando reabriu, viu em sua frente
algo quase mágico. Um portal em espiral. Sugava tudo. A cadeira, a escrivaninha,
o guarda roupa, e o criado mudo junto com a estante de livros. De repente a
cama começou a flutuar, flutuar e flutuar. Amélia franziu o cenho. Sabia que
estava perdida. Tentou segurar Merlin pela cauda, mais suas forças estavam
no fim. Não houve mais resistência da parte de Amélia. A cama voou junto com
tudo no quarto; inclusive com a pobre Amélia Bailey .
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CAPÍTULO 2

Amélia não estava muito bem. Zonza e enjoada não conseguia discernir
nada com nada. Por um instante pensou que estava em um sonho. Que tinha
acordado, mas tonta caiu de cara no chão.

-Mãe!!! – Berrou, sentada no chão. – Quando percebeu que já estava


enxergando com nitidez teve um baita susto. Quem era aquele garoto em sua
frente? Um garoto trajando vestes estranhas. E que com o indicador lhe fazia o
sinal para fazer silencio. Arregalou os olhos mais que possível.

-É um sonho. Só pode ser um sonho. - falou para si mesma.

-Vai virar um pesadelo se não parar de falar. -Disso o menino que


aparentava ter a mesma idade de Amélia. Contudo lhe faltava um dente bem na
frente. Usava um tipo de pijama azul e um chapéu muito estranho na cabeça.
Tinha sardas também, porém com cabelos negros e sobrancelhas finas e
arqueadas para baixo.

-Quem é você um amigo um imaginário? Não me recordo de sua pessoa


nos meus livros de fantasia.

-Olha, não sei quem é você, mas não foi culpa minha. Queria fazer um
feitiço de transmutação. Acho que coloquei flor de ninfa demais. – Me belisca!!

-O....O QUE!? Você estar bem? Olhe sei que é difícil, mais a magia existe
em qualquer lugar. Até nas terras Elrim. Você é de lá, não é?

- Com sua licença. – Amélia se pôs de pé e limpou seu vestido. Ela apertou
os dedos e auto se beliscou. O gritinho fino quase estourou os tímpanos do
menino.

- Por mil dragões!!! O que você estar fazendo. O mestre Kelmot vai me
expulsar com toda certeza.
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Olhando-se de cima para baixo Amélia não podia crer que não estava dormindo.
Então se não estava dormindo, onde ela tinha vindo parar? Coçou o cocuruto a
procura de respostas. Quando percebeu a ausência de sua mãe, e que se
encontrava em uma terra estranha, quis chorar novamente. Seus olhos se
encheram de água. O pobre menino viu que estaria ainda mais frito se ela
começasse a chorar.

-Tenha calma por favor. Não entendo o motivo do choro. Por gentileza deixe-
me apresentar-me. -Dito isso, retirou o estranho chapéu da cabeça e curvou-
se solenemente perante Amélia. Ela quis rir com tal cena.

-Sou Tuli Fisher a seu dispor. – Amélia não aguentou e soltou uma tremenda
risada. -Qual a graça? -Perguntou seriamente.

-Desculpe-me, mas não acreditando que estou em um lugar totalmente


estranho, com um garoto de nome mais estranho ainda.

-De onde você é então?

-Eu, de Windsor, Inglaterra.

-Nunca ouvir falar desse reino antes. Me diga, lá é civilizado?

-O que você quer dizer com civilizado?

-Bem, sem Goblins, bruxos e Dragões. – Ao falar tão coisa Amélia ficou
boquiaberta. -Você disse Dragões e bruxos?

-Sim. A propósito, você não disse seu nome.

-Perdoe-me. Sou Amélia Bailey. – Tuli empalideceu-se quando o nome Amélia


foi proferido.

-Não pode ser. Mil bolas voadoras. Mil salgueiros murchos e pontiagudos. Você
é a princesa Amélia?

-Princesa, eu? Você deve estar se confundindo. Tem muitas meninas com esse
nome.

-Não nas terras baixas. Pode ser normal de onde você veio. Porém, aqui não. –
A princípio Amélia estava assustadíssima, contudo Tuli conseguirá acalmá-la
com toda aquela apresentação. Ele começou a falar e falar. Falava, depois
parava, e retorna a falar. Explicou sobre o lugar que ela estava. Que naquele
instante encontrava-se em seu dormitório. (Um dormitório; então devo estar em
algum orfanato, pensou). Em seguida disse onde exatamente, ou
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geograficamente ela estava. Um reino do qual ela não conseguiu guarda o nome.
Naquele exato momento em que Tuli explicava tudo, não notou que Amélia
havia desviado o olhar para de trás dele. Ele não percebeu o congelamento facial.
Petrificada é o adjetivo correto para o estado da pobre Amélia. Forcejou o
indicador, tentando avisar-lhe que alguém estava em seu encalce. Quando
percebeu, era tarde demais. Uma mão gélida e enrugada tocou-lhe o ombro.
Não quis se virar. Já sabia quem era.

-Jovem Tuli, o que seria isso na minha frente? - Disse uma voz áspera, todavia
solene e rígida.

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