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CURSOS DE ATUALIZAÇÃO – 2019

Área: Prática docente


Curso: Instrumentação para o Ensino

DISCIPLINA: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM EaD

Coordenadora: Lourdes Grzybowski


Professora: Maria Cristina F. Santos

AULA 1 – INTRODUÇÃO

Nesta unidade serão estudados aspectos históricos da avaliação,


funções da avaliação da aprendizagem na educação a distância e noções
sobre informação, conhecimento e ambientes virtuais de aprendizagem.

Objetivos:
- Identificar a lei que trata da avaliação da aprendizagem escolar no Brasil;
- Diferenciar as noções de informação e conhecimento, relacionando-as ao uso
de tecnologias educativas;
- Discutir sobre processos avaliativos escolares no que se refere a
exames;notas, verificação e avaliação da aprendizagem;
- Identificar elementos característicos de um ambiente virtual de aprendizagem;
- Discutir e refletir sobre diferenças da avaliação na educação presencial e a
distância.
1- Aspectos históricos

A avaliação existe há milênios na humanidade. Em algumas sociedades,


jovens precisavam ser aprovados em provas de costumes e rituais para serem
considerados adultos. Na Grécia, Sócrates indicava a autoavaliação,
universalizada na expressão “Conhece-te a ti mesmo”, como um critério para a
verdade (SOEIRO; AVELINE, 1982).

Figura 1: Ruínas do templo de Apolo, em Delfos, na Grécia, onde há a famosa inscrição


“Conhece-te a ti mesmo”.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Delphi-temple-to-appolo1.jpg – Frank Fleschner

A partir do século XVIII, com a organização de escolas e a circulação de


livros para parcela maior da população, a avaliação foi associada a exames e
notas, por ser a forma mais comumente utilizada. Os exames orais foram
utilizados como forma de avaliação para ingresso em universidades medievais
e pelos jesuítas. No século XIX, no Brasil, foram utilizados exames orais no
ensino secundário e em cursos superiores.
Na década de 1930, Ralph Tyler utilizou a expressão “avaliação da
aprendizagem” para se referir à atenção que os educadores deveriam ter em
relação ao aprendizado de forma satisfatória pelos estudantes. O método da
educação por objetivos foi proposto no mesmo período. Ele estabelecia o que
os estudantes deveriam aprender e previa o diagnóstico da situação de
aprendizagem, para uma reorientação do processo se necessário (LUCKESI,
2011).
Na década de 1960, nos Estados Unidos da América, em decorrência do
baixo rendimento escolar de estudantes negros em programas educativos, foi
realizada a avaliação em algumas disciplinas e metodologias. Essa avaliação
depois foi estabelecida como obrigatória para outros programas e disciplinas.
Da década de 1960 ao início dos anos 1980, diferentes formas de avaliação
tinham abordagens qualitativas e valorizavam a participação. A partir da
década de 1980, com o neoliberalismo em países anglo-saxões, a avaliação
passou a ser uma forma de controle do Estado no campo educacional.
No Brasil começou-se a tratar da avaliação da aprendizagem nos anos
1960 a 1970, mas somente na Lei 9.394/9 - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDBEN) de 1996 - essa expressão passou a ser utilizada em um
documento oficial. Em documentos oficiais anteriores outros termos foram
usados: na Lei 4.024/61 faz-se referência a “exames escolares” e na Lei
5.692/71 à “aferição do aproveitamento escolar” (LUCKESI, 2011).

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - A primeira Lei


de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi elaborada em período de
redemocratização do país após a queda do Estado Novo (1937-1945). Foram
mais de 10 anos de debates para essa lei ser promulgada em 1961 com o n°
4.024. Ela foi duas vezes reformulada, uma vez pela Lei nº 5.692/1971 e
depois pela Lei nº 9.394/1996.
Fonte:http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/lei-de-
diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-ldben
A Lei 9.394 de 1996 está disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf
Fonte: http://blog.vestcon.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Capturar3.jpg

2- Diferenciando informação e conhecimento

Os termos informação e conhecimento são algumas vezes usados


indistintamente, porém possuem significados próprios. De acordo com Peters
(2012), a palavra informação tem significado que se aproxima de concepção e
instrução, e pode ser usada tanto como processo ou objeto. No significado
tradicional e na linguagem cotidiana, a palavra “informação” é utilizada quando
alguém quer se referir a notícias e fatos que foram transmitidos pela mídia ou
por pessoas. No contexto da tecnologia de comunicação, o significado de
informação se deriva de dados que foram transmitidos (PETERS, 2012).
Davenport (1998, p. 21) refere-se à Ecologia da Informação como a “[...]
administração holística da informação ou a administração informacional
centrada no ser humano”. Na abordagem holística ou ecológica a ênfase está
em como os indivíduos constroem, compreendem e usam a informação; a
tecnologia consiste somente em um dos elementos do ambiente de informação.
O conhecimento é resultado de uma atividade mental de seres humanos
e pode estar associado à ideia de percepção pelos sentidos, sentimento ou
intuição, ou ainda ser elaborado por meio de atividade cognitiva e caracterizado
por ser diferente de simples opinião ou crença; ser restrito ao sujeito; ter
relação com a ação; ser integrado; poder ser categorizado; ter dimensão
veicular e sociohistórica (PETERS, 2012).
3 – O que é avaliação?

Segundo Luckesi (2011), o sistema educacional brasileiro está


organizado para a aprovação ou reprovação dos estudantes, e estes estão
interessados mais na promoção de uma série para a próxima e nas notas
obtidas em exames do que no processo de ensino e aprendizagem. Esse autor
se refere à “pedagogia do exame”, em que os produtos são mais valorizados
do que o processo em si.
De forma geral a aferição da aprendizagem na escola é realizada com a
contagem de pontos, com base no número de acertos em testes, provas e
outros instrumentos de obtenção de dados. Os resultados da aprendizagem
podem ser expressos por meio de uma nota, a partir da soma de pontos obtida
pelo estudante, ou por um conceito, que corresponde a símbolos alfabéticos ou
a uma palavra que se refere à qualidade dos resultados, como “Muito Bom”,
“Bom”, “Regular” e “Inferior”. Na maioria das vezes a aferição da
aprendizagem funciona como um sistema que utiliza a contagem de pontos,
transformada em notas ou conceitos, e classifica os estudantes como
aprovados ou reprovados. Nesse caso, o que se realiza é uma verificação da
aprendizagem, que se finaliza quando são obtidos os dados ou informações, e
não implica em novas considerações ou ações.
A palavra “avaliar” significa “dar valor a...” e compreende a coleta e
análise de dados, mas com o posicionamento sobre a manutenção ou
mudança do objeto da avaliação. O valor atribuído ao objeto implica em uma
tomada de decisão e ações em relação a ele: manter ou atuar sobre ele. De
forma diversa à verificação, a avaliação envolve o ato de mudar o
direcionamento para construir os resultados esperados.

4 - Importância da avaliação da aprendizagem na EaD

A avaliação não é uma finalidade em si mesma, mas parte do processo


educativo que possibilita a (re)orientação dos estudantes em suas
aprendizagens. As avaliações são importantes para compreender se o
processo de ensino e aprendizagem ocorre de forma satisfatória ou se são
necessárias mudanças para que a aprendizagem seja efetiva.
As práticas educativas na EaD incluem o ambiente virtual e a internet,
com uso integrado de tecnologias de informação e comunicação e estímulo a
interações entre estudantes, professores e tutores, de forma que seja
estabelecido o diálogo e sejam compartilhadas ideias entre eles. Na
compreensão de que a avaliação faz parte do processo de aprendizagem,
torna-se relevante o acompanhamento das interações entre educadores e
aprendizes e o estímulo a reflexões no decorrer do processo, de forma a
validar algumas práticas e propor estratégias alternativas.
A Educação a Distância utiliza vários métodos de ensino e
aprendizagem online. Pela sua natureza digital, ela possibilita ir além da
comunicação unidirecional. A avaliação da aprendizagem na EaD pode utilizar
métodos de avaliação da educação presencial, mas também tem
especificidades a serem consideradas, como a interatividade em tarefas que
incentivam a aprendizagem e o uso de interfaces online.
Compreendendo a aprendizagem na educação a distância como um
processo dialógico, individual e/ou coletivo, na avaliação é importante atentar
para condições flexíveis e adaptáveis às necessidades dos educandos,
estimulando-os à autonomia em sua própria aprendizagem.

5- Espaços de aprendizagem

Um espaço tradicional de aprendizagem é caracterizado por ser


tridimensional; os objetos nele são reais e diferentes qualitativamente; é
vivenciado como um espaço interno; o espaço tem significado para as pessoas
que estão nele e elas estão em distâncias diferentes umas das outras
(BOLLNOW apud PETERS, 2012).
A expressão “espaços de aprendizagem” tem sido cada vez mais
utilizada no ambiente informatizado da aprendizagem em rede. Com os
ambientes em rede, o educando não necessita mais ficar dentro de espaços
fechados para a aprendizagem, visto que ele pode utilizar seu computador no
lugar que escolher (PETERS, 2012).
Ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) são espaços sociais que
podem ser colaborativos e necessitam de um professor, tutor e/ou monitor para
a produção de material educacional, didatização do conhecimento,
acompanhamento da participação e das atividades realizadas pelos
estudantes, inclusão de arquivos online e avaliação. As ferramentas em
ambientes virtuais na educação a distância facilitam ao professor e/ou tutor
acompanhar a aprendizagem dos estudantes e analisar os dados gerados.
A educação a distância necessita de tecnologia apropriada e suporte
com grande interatividade, pois professores, tutores e estudantes auxiliam no
desenvolvimento de novos métodos. Essas pessoas estão em locais distantes
do ponto de vista geográfico e os sistemas de comunicação com o uso de
computadores e plataforma Internet permitem o acesso a bibliotecas virtuais,
livros eletrônicos, produtos educacionais, entre outros. Também é possível criar
comunidades virtuais, em que pessoas de diferentes locais com um objetivo
comum se reúnem (CASTILHO, 2011).
Para o uso de tecnologias digitais é preciso que as instituições de ensino
realizem investimentos em equipamentos e que estejam interligados e com
acesso à internet e sistemas nas redes. Dessa forma ampliam-se as
possibilidades de comunicação e interação entre educadores e educandos,
assim como a oferta de serviços, informações e atividades realizadas em cada
instituição. Se a escola cria uma rede local, há comunicação entre os diversos
setores, e atividades como videoconferências, apresentações e cursos online
podem ser compartilhados no ambiente escolar. As atividades educativas em
ambientes virtuais na educação presencial e a distância dependem da fala,
visão, audição, emoção e intuição, nas discussões e reflexões (KENSKI, 2012).

Referências

CASTILHO, Ricardo. Ensino a distância - EAD: interatividade e método. São


Paulo: Atlas, 2011.

DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não


basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9ª ed.
Campinas: Papirus, 2012.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e


proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

PETERS, Otto. A educação a distância em transição; tendências e desafios.


São Leopoldo: Unisinos, 2012.

SOEIRO, Leda; AVELINE, Suelly. Avaliação Educacional.Porto Alegre: Sulina,


1982.

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