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I. CONCEITO DE CRIME:
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Por este aspecto o crime é analisado sob a ótica da relevância do
mal produzido aos bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal
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Nosso Direito Penal adotou o sistema dicotômico, também
denominado de dualista ou binário, segundo o qual crime e delito são
sinônimos e dizem respeito às infrações mais graves e
contravenções penais, são as infrações menos graves, sendo ambos,
tanto o crime( ou delito) e as contravenções penais, ambos gêneros
das infrações penais.
Esse sistema foi adotado também por diversos outros países, como a
Itália,a Suíça, a Dinamarca, a Noruega, a Finlândia, a Holanda, o
Peru,Portugal, Argentina e o Chile.
Em alguns países, como, por exemplo, Alemanha,a França, a
Rússia,a Áustria, a Bélgica e o Japão adotaram um sistema
tricotômico, segundo o qual crimes são as infrações mais graves, os
delitos as intermediárias e as contravenções penais são as de menor
gravidade.
Outras distinções entre crime e contravenção penal: Além da
distinção quantitativa e qualitativa no tocante às sanções penais,
estas espécies de infração penal também apresentam, entre outras
distinções, previstas no Código Penal e na Lei das Contravenções
Penais:
a) A lei penal brasileira é aplicável, via de regra, aos crimes
cometidos no território nacional (CP, art. 5º, caput) e a
diversos crimes praticados no estrangeiro, em razão da sua
extraterritorialidade (CP, art. 7º); a lei brasileira somente
incide no tocante às contravenções penais praticadas no
território nacional (LCP, art. 2º);
b) A tentativa é punível quando se tratar de crime (art. 14,
II, do CP), mas não quando se tratar de contravenção (art.
2º da LCP);
c) Os crimes podem ser dolosos, culposos ou
preterdolosos (arts. 18 e 19 do CP) bastando, para as
contravenções penais, a ação ou omissão voluntária (art.
3º da LCP);
d) Nos crimes, o tempo de cumprimento das penas
privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta)
anos (art. 75 do CP); nas contravenções penais, a
duração da pena de prisão simples não pode ser superior
a 5 (cinco) anos;
e)nos crimes, a ação penal pode ser pública, incondicionada
ou condicionada, ou de iniciativa privada (art. 100 do CP); nas
contravenções penais, a ação penal é pública incondicionada
(art. 17 da LCP).
A questão do Conceito legal de crime e o art. 28 da Lei 11.343/2006
(Lei Antidrogas):
O art. 28 da Lei 11.343/2006 define o crime de posse de droga
para consumo pessoal, a ele cominando as penas de
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de
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serviços à comunidade e medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo. Com isso,
surgiram algumas discussões.
A primeira delas, refere-se à natureza jurídica da conduta, no
sentido de se a posse para consumo pessoal de droga continua
sendo crime ou não.
Existe um primeiro entendimento que advoga no sentido de que,
como não foram previstas penas de reclusão ou de detenção, a
referida conduta não se trata de crime, e, estando ausentes as
penas de prisão simples ou multa, também não configura
contravenção penal, com fundamento no art. 1º da LICP. Seria,
residualmente, um ilícito penal sui generis.
Uma segunda posição esta amplamente majoritária, sustenta a
manutenção do caráter criminoso da conduta, com a cominação
das penas previstas em lei.
Essa posição apresenta diversos argumentos para justificar a
existência de crime no art. 28 da Lei de Drogas, quais sejam:
a) A lei, ao tratar do tema, classificou a conduta como crime;
b) O processo e julgamento devem observar o rito da Lei
9.099/1995, reservado para as infrações penais de menor
potencial ofensivo;
c) No tocante à prescrição, o art. 30 da Lei de Drogas
determina a aplicação das regras estabelecidas pelos arts.
107 e seguintes do CP, reservadas às infrações penais;
d) A finalidade do art. 1º da LICP era apenas diferenciar os
crimes das contravenções penais, uma vez que tais
diplomas legais passaram a vigorar simultaneamente em 1º
de janeiro de 1942;
e) A LICP pode ser modificada por outra lei ordinária, como
aconteceu com a Lei de Drogas;
f) Não existiam penas alternativas quando foi editada a
LICP. –Art. 28 da Lei de Drogas.
Existiria assim um novo conceito legal de crime? Será que o art. 28 da
Lei de Drogas criou um novo conceito de crime?
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Para os seguidores dessa teoria bipartida, a culpabilidade deve ser
excluída da composição do crime, uma vez que se trata de pressuposto de
aplicação da pena.
Segundo esse raciocínio basta para a configuração do crime a presença
do fato típico e da ilicitude, ao passo que a presença ou não da culpabilidade
importará na possibilidade ou não de a pena ser imposta.
Vale lembrar que a teoria bipartida relaciona-se intimamente com a
teoria finalista da conduta – ao se adotar a teoria bipartida do crime,
necessariamente será aceito o conceito finalista de conduta. Isso porque na
teoria clássica o dolo e a culpa situam-se na culpabilidade. E, segundo a
posição adotada pelos adeptos da concepção tripartida do crime, entre os
quais Cléber Masson, se fosse possível um sistema clássico e bipartido,
consagrar-se-ia a responsabilidade penal objetiva.
Positiva - ação;
Negativa - omissão;
O Fato Típico não basta para que exista o crime - deve ser contrário ao
Direito, Isto é, deverá ser Antijurídico.
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Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado - salvo nos crimes de
mera conduta e formais;
PUNIBILIDADE: