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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
DEPARTAMENTO DE DIREITO
CURSO DE DIREITO

· Disciplina: DIREITO PENAL I


· Código: DIR0113 – Créditos: 04/60 horas
· Professor: MÁRIO TRAJANO DA SILVA JÚNIOR
· SEMESTRE 2018.1
- Ponto 07- Aula 01
. Tema: Teoria Geral do Delito. Elementos, pressupostos e classificação dos
delitos.

TEORIA GERAL DO DELITO

I. CONCEITO DE CRIME:

 O crime fenômeno do crime deve ser conceituado, considerando-se


três diferentes critérios:
1) Critério Material;
2) Critério Legal
3) Critério Formal ou analítico.

I.1- CRITÉRIO MATERIAL DO CRIME:

 Critério material: segundo este primeiro critério, também


denominado pela doutrina de critério substancial, crime é toda ação
ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens
jurídicos penalmente resguardados.

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 Por este aspecto o crime é analisado sob a ótica da relevância do
mal produzido aos bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal

 Esse conceito de crime serve como fator de legitimação do Direito


Penal em um Estado Democrático de Direito, tendo em vista que não
basta a simples observância do princípio da reserva para uma dada
conduta ser considerada penalmente ilícita.

 Somente se legitima o crime quando a conduta proibida apresentar


relevância jurídico-penal, mediante a provocação de dano ou ao
menos exposição à situação de perigo em relação a bens jurídicos
penalmente relevantes.

I.2- CRITÉRIO LEGAL DO CRIME:

 Critério legal: De acordo com este segundo critério, o conceito de


crime é o fornecido pelo legislador.
 De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal –
LICP (Decreto-lei 3.914, de 9 de dezembro de 1941): “Considera-se
crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente
com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei
comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou
ambas, alternativa ou cumulativamente”.
 Desse modo, de acordo com o critério adotado pelo nosso legislador
penal, quando ao delito for cominada pena de reclusão ou
detenção, teremos um crime. Do contrário, caso não ocorra
cominação nem de reclusão nem de detenção, ocorrerá uma
contravenção penal, uma vez que a lei a ela comina apenas a
pena de prisão simples ou de multa.

 Crime e Contravenção: Não há diferença ontológica, o mesmo fato


pode ser considerado crime ou contravenção pelo legislador -
conforme a necessidade da prevenção social a distinção entre crime
e contravenção penal é apenas de grau, apenas
quantitativa (quantidade da pena), e também qualitativa (qualidade
da pena) e não ontológica.
 Critério legal e sistema dicotômico: O nosso legislador penal
adotou o chamado sistema dicotômico, ao dividir o gênero infração
penal em duas espécies: crime ou delito e contravenção penal.
 Os termos crime e delito , de acordo com a doutrina predominante
são sinônimos, apesar do que em algumas situações a CF e a
legislação ordinária utilizem o termo delito, inadequadamente sendo
um sinônima de infração penal.

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 Nosso Direito Penal adotou o sistema dicotômico, também
denominado de dualista ou binário, segundo o qual crime e delito são
sinônimos e dizem respeito às infrações mais graves e
contravenções penais, são as infrações menos graves, sendo ambos,
tanto o crime( ou delito) e as contravenções penais, ambos gêneros
das infrações penais.
 Esse sistema foi adotado também por diversos outros países, como a
Itália,a Suíça, a Dinamarca, a Noruega, a Finlândia, a Holanda, o
Peru,Portugal, Argentina e o Chile.
 Em alguns países, como, por exemplo, Alemanha,a França, a
Rússia,a Áustria, a Bélgica e o Japão adotaram um sistema
tricotômico, segundo o qual crimes são as infrações mais graves, os
delitos as intermediárias e as contravenções penais são as de menor
gravidade.
 Outras distinções entre crime e contravenção penal: Além da
distinção quantitativa e qualitativa no tocante às sanções penais,
estas espécies de infração penal também apresentam, entre outras
distinções, previstas no Código Penal e na Lei das Contravenções
Penais:
a) A lei penal brasileira é aplicável, via de regra, aos crimes
cometidos no território nacional (CP, art. 5º, caput) e a
diversos crimes praticados no estrangeiro, em razão da sua
extraterritorialidade (CP, art. 7º); a lei brasileira somente
incide no tocante às contravenções penais praticadas no
território nacional (LCP, art. 2º);
b) A tentativa é punível quando se tratar de crime (art. 14,
II, do CP), mas não quando se tratar de contravenção (art.
2º da LCP);
c) Os crimes podem ser dolosos, culposos ou
preterdolosos (arts. 18 e 19 do CP) bastando, para as
contravenções penais, a ação ou omissão voluntária (art.
3º da LCP);
d) Nos crimes, o tempo de cumprimento das penas
privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta)
anos (art. 75 do CP); nas contravenções penais, a
duração da pena de prisão simples não pode ser superior
a 5 (cinco) anos;
e)nos crimes, a ação penal pode ser pública, incondicionada
ou condicionada, ou de iniciativa privada (art. 100 do CP); nas
contravenções penais, a ação penal é pública incondicionada
(art. 17 da LCP).
 A questão do Conceito legal de crime e o art. 28 da Lei 11.343/2006
(Lei Antidrogas):
 O art. 28 da Lei 11.343/2006 define o crime de posse de droga
para consumo pessoal, a ele cominando as penas de
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de

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serviços à comunidade e medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo. Com isso,
surgiram algumas discussões.
 A primeira delas, refere-se à natureza jurídica da conduta, no
sentido de se a posse para consumo pessoal de droga continua
sendo crime ou não.
 Existe um primeiro entendimento que advoga no sentido de que,
como não foram previstas penas de reclusão ou de detenção, a
referida conduta não se trata de crime, e, estando ausentes as
penas de prisão simples ou multa, também não configura
contravenção penal, com fundamento no art. 1º da LICP. Seria,
residualmente, um ilícito penal sui generis.
 Uma segunda posição esta amplamente majoritária, sustenta a
manutenção do caráter criminoso da conduta, com a cominação
das penas previstas em lei.
 Essa posição apresenta diversos argumentos para justificar a
existência de crime no art. 28 da Lei de Drogas, quais sejam:
a) A lei, ao tratar do tema, classificou a conduta como crime;
b) O processo e julgamento devem observar o rito da Lei
9.099/1995, reservado para as infrações penais de menor
potencial ofensivo;
c) No tocante à prescrição, o art. 30 da Lei de Drogas
determina a aplicação das regras estabelecidas pelos arts.
107 e seguintes do CP, reservadas às infrações penais;
d) A finalidade do art. 1º da LICP era apenas diferenciar os
crimes das contravenções penais, uma vez que tais
diplomas legais passaram a vigorar simultaneamente em 1º
de janeiro de 1942;
e) A LICP pode ser modificada por outra lei ordinária, como
aconteceu com a Lei de Drogas;
f) Não existiam penas alternativas quando foi editada a
LICP. –Art. 28 da Lei de Drogas.
 Existiria assim um novo conceito legal de crime? Será que o art. 28 da
Lei de Drogas criou um novo conceito de crime?

 A LICP fornece um conceito genérico de crime, aplicável


sempre que não existir disposição especial em sentido
contrário.
 A sua finalidade precípua não é dizer sempre o que se
entende por crime, e sim diferenciá-lo da contravenção
penal.
 O art. 1º da LICP permite, desse modo a definição de
conceito diverso de crime por leis extravagantes,
reservando-se a sua aplicação para os casos omissos.
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 Pode-se, portanto, concluir que o conceito geral de
crime, sob o aspecto legal, continua a ser aquele
constante do art. 1º da LICP, ao passo que o art. 28 da
Lei 11.343/2006 criou um conceito específico para o
crime de posse de droga para consumo pessoal.
 No tocante aos demais delitos contidos na Lei de Drogas
(tráfico, associação para o tráfico, financiamento ao
tráfico entre outros.), deve continuar o conceito geral lá
do art. 1º da LICP.

I.3- CRITÉRIO ANALÍTICO DO CRIME:

 Critério analítico : Esse critério, também chamado


de formal ou dogmático, fundamenta-se nos elementos que compõem
a estrutura do crime.
 Há uma corrente minoritária de de doutrinadores brasileiros, entre eles o
falecido mestre Basileu Garcia e, atualmente, o professor Luís Flávio
Gomes que sustentam ser o crime composto de quatro elementos
diferentes:
a) fato típico.
b) ilicitude,
c) Culpabilidade
d) punibilidade.
 De acordo com a doutrina majoritária, entre eles o jurista Cléber
Masson, essa posição quadripartida deve ser afastada, pois
a punibilidade não é elemento do crime, mas consequência da prática
delituosa
 Há uma segunda corrente que adota uma posição tripartida do
crime , pela qual seriam elementos do crime:
a) fato típico,
b) Ilicitude
c) culpabilidade
 Essa corrente tem inúmeros defensores em nosso país entre os, entre
tantos outros, Nélson Hungria, Aníbal Bruno, E. Magalhães Noronha,
Francisco de Assis Toledo, Cezar Roberto Bitencourt, Cléber Masson e Luiz
Regis Prado.
 Existe, ainda, uma terceira corrente de autores que entendem o crime
sob uma ótica bipartida, como sendo o delito um fato típico e ilícito.
 Entre esses doutrinadores posicionam-se René Ariel Dotti, Damásio E.
de Jesus e Julio Fabbrini Mirabete, entre outros.

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 Para os seguidores dessa teoria bipartida, a culpabilidade deve ser
excluída da composição do crime, uma vez que se trata de pressuposto de
aplicação da pena.
 Segundo esse raciocínio basta para a configuração do crime a presença
do fato típico e da ilicitude, ao passo que a presença ou não da culpabilidade
importará na possibilidade ou não de a pena ser imposta.
 Vale lembrar que a teoria bipartida relaciona-se intimamente com a
teoria finalista da conduta – ao se adotar a teoria bipartida do crime,
necessariamente será aceito o conceito finalista de conduta. Isso porque na
teoria clássica o dolo e a culpa situam-se na culpabilidade. E, segundo a
posição adotada pelos adeptos da concepção tripartida do crime, entre os
quais Cléber Masson, se fosse possível um sistema clássico e bipartido,
consagrar-se-ia a responsabilidade penal objetiva.

CARACTERÍSTICAS DO CRIME SOB O ASPECTO ANALÍTICO

 Para que haja crime - em primeiro lugar - Conduta Humana:

 Positiva - ação;

 Negativa - omissão;

 Nem todo o comportamento do homem constitui delito - em face do


princípio da reserva legal - só os descritos na pela lei são delitos.

 O Fato Típico não basta para que exista o crime - deve ser contrário ao
Direito, Isto é, deverá ser Antijurídico.

 Antijuridicidade: segundo requisito do crime - excluída, esta não há


crime.

CRIME: FATO TÍPICO, A ANTIJURIDICIDADE E A CULPABILIDADE

 FATO TÍPICO: comportamento humano, positivo ou negativo, que


provoca resultado previsto na lei como infração penal.

 Elementos do Fato Típico:

 Conduta humana dolosa ou culposa;

 Resultado - salvo nos crimes de mera conduta;

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 Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado - salvo nos crimes de
mera conduta e formais;

 Tipicidade: enquadramento do fato material - conduta, resultado e nexo -


a uma norma penal incriminadora ;

 Aqui vale salientar que os elementos do fato típico serão alvo de um


tópico próprio da nossa disciplina a ser estudado quando do ponto 09 do
conteúdo programático do nosso plano de curso.

 ANTIJURIDICIDADE: relação de contrariedade entre o fato típico e o


ordenamento jurídico - a conduta descrita em norma penal
incriminadora será ilícita ou antijurídica quando não for expressamente
declarada lícita.

 É Antijurídico quando não declarado lícito por causas de Exclusão de


Antijuridicidade.

 CULPABILIDADE: vem a ser a reprovação da ordem jurídica - em face


de estar ligado o homem a um Fato Típico e Antijurídico – segundo
parte da doutrina brasileira não é requisito do crime, é condição de
Imposição da Pena.

PUNIBILIDADE:

 Quase a totalidade da doutrina entende que a Punibilidade não é


requisito do Crime, mas sua conseqüência jurídica.

 Punibilidade: aplicabilidade da sanção, possibilidade jurídica de ser


imposta - efeito jurídico do comportamento Típico e Antijurídico e
sendo culpado o sujeito( para alguns estudiosos, essa culpabilidade
funciona como requisito do crime para outros, não).

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