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Atividades Lúdicas de Educação Nutricional em uma Escola

Estadual do Município de Erechim – RS

Michele Fátima Gazoni (URI – Campus de Erechim) michegaz@yahoo.com.br


Cristina Salvi (URI – Campus de Erechim) cris.salvi@yahoo.com.br
Giovana Cristina Ceni (URI – Campus de Erechim) joceni@uricer.edu.br

RESUMO
A educação nutricional em escolas é desenvolvida para que as crianças conheçam a
importância de uma alimentação saudável de uma forma lúdica e criativa. A
formação dos hábitos alimentares é um processo que se inicia desde o nascimento
com as práticas alimentares introduzidas nos primeiros anos de vida pelos pais,
primeiros responsáveis pela formação destes hábitos. Posteriormente, vai sendo
moldado, tendo como base as preferências individuais. O presente estudo tem como
objetivo, desenvolver o conhecimento sobre alimentação e nutrição, por meio de
atividades lúdicas que propiciem melhores escolhas alimentares e
conseqüentemente, uma alimentação saudável. Os métodos utilizados foram a
história infantil “O sanduíche da Maricota”, apresentada de uma forma lúdica com
figuras dos personagens. Cada criança desenhou o seu sanduíche preferido, após
jogou-se o Bingo Saudável e para término da atividade todos comeram o seu lanche.
Todos se motivaram com a história participando da mesma, desenhando sanduíches
de seu gosto pessoal. Com o jogo do Bingo diferenciou-se frutas de verduras e o
lanche demonstrou a importância de uma alimentação saudável. Conclui-se que a
educação nutricional é primordial para o desenvolvimento de uma alimentação
saudável, principalmente na fase escolar onde a assimilação de conceitos e a
formação dos hábitos alimentares são mais efetivas.
Palavras-chaves: Educação nutricional; Crianças; Sanduíche.

1 INTRODUÇÃO

A história da educação alimentar e nutricional no Brasil e o seu estreito


vínculo com as políticas de alimentação e nutrição em vigência têm sido abordados
por diferentes autores (BOOG, 1997; LIMA, 2000). O papel da educação alimentar e
nutricional está vinculado à produção de informações que sirvam como subsídios
para auxiliar a tomada de decisões dos indivíduos que outrora foram culpabilizados
pela sua ignorância, sendo posteriormente vítimas da organização social capitalista,
e se tornam agora providos de direitos e são convocados a ampliar o seu poder de
escolha e decisão (SANTOS, 2005)
A Educação Nutricional compete desenvolver estratégias sistematizadas para
impulsionar a cultura e a valorização da alimentação, concebidas no reconhecimento
da necessidade de respeitar, mas também modificar crenças, valores, atitudes,
representações, práticas e relações sociais que se estabelecem em torno da

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alimentação. Visa-se o acesso econômico e social a uma alimentação quantitativa e
qualitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer, convívio
social. Iniciativas relativas ao incremento da qualidade da alimentação e à educação
nutricional podem estar contempladas dentro de projetos de promoção à saúde, tais
como criação de ambientes favoráveis à saúde, ações comunitárias e reorientação
dos serviços de saúde que ponham em relevo ações destinadas a fomentar saúde.
Também é fundamental que os cidadãos problematizem a questão da pobreza, da
fome e da desnutrição (BOOG, M.C.F., 1997).
A formação dos hábitos alimentares é um processo que se inicia desde o
nascimento com as práticas alimentares introduzidas nos primeiros anos de vida
pelos pais, primeiros responsáveis pela formação destes hábitos. Posteriormente,
vai sendo moldado, tendo como base as preferências individuais, as quais são
determinadas geneticamente, pelas experiências positivas e negativas vividas com
relação à alimentação, pela disponibilidade de alimentos dentro do domicílio, pelo
nível socioeconômico, pela influência da mídia e pelas necessidades fisiológicas.
Por todas essas considerações, entende-se que, quanto mais cedo forem instalados
na criança hábitos alimentares corretos, maior a probabilidade de que permaneçam
na vida futura. Assim, a educação nutricional exige longo tempo de ação e a escola
faz parte desse processo, intervindo na cultura e nas atitudes com bases cognitivas
(BOOG, M.C.F., acesso 2009).
As práticas alimentares que repercutem nas condições de saúde de um
indivíduo até a vida adulta, são estabelecidas nos primeiros anos de vida. A
implantação do programa de educação e saúde, direcionados especialmente as
crianças, podem assegurar hábitos alimentares saudáveis que irão proporcionar
crescimento e desenvolvimento adequados (TUMA et al., 2003).
No período pré-escolar inicia-se o vínculo entre as crianças e os alimentos,
sendo ele o responsável pelo início dos hábitos alimentares. O pré-escolar é
considerado formador de opinião pois este transmite aos seus familiares seus novos
conhecimentos esperando uma atitude por parte destes. Esta fase é um período
decisivo na formação de hábitos alimentares, que tendem a continuar na vida adulta,
por isso a importância de estimular o consumo de uma alimentação variada e
equilibrada (FAGIOLI, 2006)
A educação nutricional em escolas é desenvolvida para as crianças conhecer
a importância de uma alimentação saudável de uma forma lúdica e criativa, sendo
esta em uma linguagem infantil para um bom entendimento e aprimoramento do
conhecimento, na qual os indivíduos terão instrumentos para as mudanças de
atitudes e de práticas alimentares. A educação nutricional é , portanto, um processo
ativo que visa a levar as pessoas à ciência da nutrição, através da qual se obtêm
mudanças de atitudes e práticas alimentares e de conhecimentos nutricionais como
garantia de saúde do ser humano (DIETZ, 1997).
São inquestionáveis os benefícios da educação nutricional, entretanto, o
grande problema encontrado está na metodologia utilizada para realizá-la. Tal fato
se torna mais preocupante quando se observa que a infância é um período da vida
em que o indivíduo torna-se suscetível aos erros alimentares. Educar deve se
estabelecer, portanto, como objetivo prioritário para reversão desses processos,
bem como o preparo e seleção de materiais educativo para tal fim (CAVALCANTE,
1976).

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2 OBJETIVO

O presente trabalho objetiva o desenvolvimento de conhecimentos sobre


alimentação e nutrição, por meio de atividades lúdicas que propiciem melhores
escolhas alimentares e conseqüentemente, uma alimentação saudável.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Aplicou-se as atividades de educação nutricional para escolares de 6 a 7 anos


de idade, da Escola Estadual Normal José Bonifácio, do município de Erechim, norte
do Rio Grande do Sul. A turma era composta por vinte e um alunos que não tem o
hábito de ingerir café da manhã, antes de ir a escola. A única refeição da manhã é o
lanche escolar no intervalo.
No dia anterior a aplicação da atividade colou-se na agenda escolar de cada
aluno um bilhete para os pais sobre o desenvolvimento das atividades em educação
nutricional e um pedido para que cada aluno levasse de lanche neste dia um
sanduíche saudável, da preferência de cada um.
Com o tema principal “Alimentação Saudável”, contou-se a história infantil “O
Sanduíche da Maricota” do autor Avelino Guedes (2002). A história conta a saga da
galinha Maricota que só queria preparar um simples sanduíche com pão, milho,
quirera e ovo. Quando se preparava para se deliciar com o seu lanche, começou a
confusão. Primeiro foi o bode Serafim, que colocou capim na refeição. Depois foi a
vez do gato que, sem pedir licença, meteu uma sardinha no pão. João, como bom
cachorro, disse que sem osso o petisco não teria gosto bom. Não satisfeita, Maricota
ainda teve que aguentar a intromissão da abelha que, agitada, pôs mel no
sanduíche. Da janela, ouvindo o papo, o macaco aumentou a bagunça e colocou
uma banana no lanche da galinha. Para piorar as coisas o rato logo se apressou em
colocar uma fatia de queijo e a raposa falou coisa pior: “faltava uma galinha!”.
Maricota ficou brava, colocou os bichos pra correr, jogou fora o motivo de tanta
discussão e começou tudo de novo, dessa vez do jeito dela.
Ao término da história cada criança recebeu meia folha de ofício e nesta
desenhou o seu sanduíche preferido, escrevendo o que tinha de recheio no seu pão.
Após o desenho discutiu-se com eles o que é saudável colocar de recheio no
sanduíche e o que devemos evitar.
Para descontrair, e diferenciar frutas de verduras realizou-se o Bingo das
frutas e verduras. Cada cartela era dividida em nove partes com ilustrações de frutas
e verduras. Sorteava-se o alimento e quem tinha em sua cartela deveria marcar. O
vencedor gritava a palavra “bingo” quando preenchia toda a coluna verticalmente,
horizontalmente ou transversalmente.
Para finalizar as atividades, cada criança saboreou o seu lanche saudável
trazido de casa e levaram para casa um bilhete com mensagem educativa.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na apresentação da história “O sanduíche da Dona Maricota” todas as


crianças prestaram atenção e participaram da mesma, mostrando-se interessados e
respondendo todas as perguntas direcionas para eles. Debateu-se os ingredientes
que estavam dentro do sanduíche e se a bicharada iria comer tudo aquilo que tinha
de recheio no pão. Após alguns falaram como é o seu sanduíche preferido e o que é
saudável e o que não é saudável.
Com a realização da atividade do desenho do sanduíche preferido na folha
em branco, algumas crianças misturaram ingredientes, por exemplo, sanduíche com
pão, geléia de uva, queijo, alface e tomate. Outros apenas colocaram mortadela,
maionese e catchup. Algumas crianças desenharam sanduíches semelhantes com o
da história. Alguns desses desenhos estão demonstrados na Figura1.

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Figura 1 – Representação de sanduíches, podendo observar o que é saudável e o que não é
saudável.
Com o término do desenho destacou-se a importância de colocar verduras
nos sanduíches e evitar a maionese e o catchup. Todos entenderam que é de
grande valia manter uma alimentação saudável, consumindo verduras e frutas
diariamente.
O resgate de hábitos alimentares saudáveis está diretamente ligado à
recuperação do estado de saúde, e pode ser alcançado por meio da educação
nutricional que é um processo de aprendizagem exercido por meio de orientações
nutricionais específicas, nas quais os participantes conhecem e incorporam hábitos
alimentares saudáveis, tanto qualitativos quanto quantitativos. Mas cabe lembrar que
nem sempre é possível mudar hábitos alimentares, pois são muitos os
determinantes envolvidos nesse comportamento. Os significados da alimentação
não são apenas e satisfazer a fome, estão ligados a gostos, prazeres, proibições de
alguns alimentos e muitas vezes, à renda, quantidade de alimentos, entre outros
(CANINÉ e RIBEIRO, 2007).
Pode-se perceber que as crianças ficam bastante motivadas quando a história
contada envolve a alimentação e animais, pois eles fazem uma comparação de o
que os animais comem e o que eles estão comendo. No sanduíche da Dona
Maricota uma das crianças comentou que o alimento do recheio mais saudável era a
banana que o macaco colocou e que no sanduíche dele o que tinha de mais
saudável era a alface.
A brincadeira realizada foi o bingo saudável. O bingo apresentava figuras de
verduras e frutas, como mostra a Figura 2. Para marcar os alimentos sorteados
utilizava-se um pedaço de papel branco. As crianças estavam muito alegres e
motivadas com o jogo, pois todos queriam marcar a seqüência. Com esta
brincadeira as mesmas diferenciaram o que era fruta e verdura. O alimento era
sorteado e eles diziam o que era. Todos eles brincaram entendendo qual era o
verdadeiro objetivo da brincadeira.

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Figura 2 – Cartela do jogo do bingo.

Depois dessas atividades cada um comeu o seu sanduíche saudável,


conscientes que uma alimentação saudável oferece mais energia para aprender a
disciplina e para brincar com os amigos. Uma das criança levou o lanche saudável e
em outro pote frituras e guloseimas e perguntou se dava pra comer as vezes aquele
lanche no recreio, então explicou-se que uma vez por semana pode-se fazer o dia
da “porcaria” podendo comer alimentos não saudáveis. Ficou combinado que este
dia será a sexta-feira e que nos outros dias da semana o lanche será frutas ou
alimentos saudáveis. A professora da turma continuará incentivando o lanche
saudável.
Como despedida cada estudante colou no seu caderno um bilhete
incentivando a alimentação saudável (Figura 3) com a mensagem “Mantenha uma
alimentação saudável. Coma frutas e verduras diariamente.”

Figura 3 – Incentivo para manter uma alimentação saudável.

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5 CONCLUSÃO
A educação nutricional é de primordial importância nos primeiros anos de
vida, pois é nessa fase que se adquire bons hábitos alimentares que continuarão na
vida adulta. As atividades executadas são de grande valia para as crianças
diferenciarem quais alimentos são saudáveis e quais devemos ser evitados no dia a
dia. O trabalho deve apresentar uma metodologia lúdica para uma boa compreensão
e aceitação.
Por ser uma turma em que as crianças não tem o hábito de ingerir café da
manhã, é de muito relevante a realização de atividade de educação nutricional, para
o conhecimento que sem uma alimentação correta e adequada o organismo fica
indisposto e cansado.
Crianças gostam de alimentos que não são saudáveis, por isso deve-se
combinar com eles um dia em que o lanche pode ser guloseimas para eles irem se
habituando e não ingerir esses tipos de alimentos todos os dias.

6 REFERÊNCIAS
BOOG, M.C.F. Educação nutricional: passado, presente e futuro. Revista Nutrição, 1997; 10(1):5-19.

BOOG, M.C.F. Educação Nutricional: por que e


para quê? Disponível em
http://www.luteranos.com.br/mensagem/artigo_nutricao.html Acesso em: 01/04/09
CANINÉ, E.S.; RIBEIRO, V.M.B. A prática do nutricionista em escolas municipais do Rio de Janeiro:
um espaço-tempo educativo. Ciência & Educação, 13(1):47-70, 2007

CAVALCANTE, M.L.F. A entrevista alimentar como método educativo. Revista paulista de


hospitais, 24:516-525, 1976.

DIETZ, W.H. Periods of risk in childhood for development of adult obesity – What do we need to
learn? The Journal of Nutrition, 127(9):1884-1886, 1997.

FAGIOLLI, DANIELA. Educação nutricional na infância e na adolescência: planejamento,


intervenção, avaliação e dinâmicas. São Paulo: RCN Editora, 2006. 244p.

GUEDES, A.Sanduíche da Dona Maricota. 2ª edição. São Paulo: Editora Moderna Ltda, 2002.

LIMA, ES. Mal de fome e não de raça: gênese, constituição e ação política da educação
alimentar, 1934-1946. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2000.

SANTOS, L.A.S. Educação alimentar e nutricional no contexto da promoção de práticas alimentares


saudáveis. Revista de Nutrição. V. 18 n. 5 Campinas setembro/outubro de 2005.

TUMA, J.M.; YUYAMA, L.K.O.; Aguiar, J.P.L.; Marques, E.O. Impacto da farinha de mandioca
fortificado com ferro aminoácido quelato no nível de hemoglobina de pré-escolares. Revista de
nutrição, 16(1):29-39, 2003.

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