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Súmula 689 do STF: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu
domicílio ou nas Varas Federais da capital do Estado-membro.
Súmula 12 da AGU: É facultado ao segurado ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal
do seu domicílio ou nas Varas Federais da capital do Estado-membro.
Enunciado 91 da FONAJEF - Os Juizados Especiais Federais são incompetentes para julgar causas que demandem
perícias complexas ou onerosas que não se enquadrem no conceito de exame técnico (art. 12 da Lei 10.259/2001).
Súmula 501 do STF: Compete à Justiça Ordinária Estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das
causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou
sociedades de economia mista.
Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional 45/2004.
Súmula 17 da TNU: Não há renúncia tácita no Juizado Especial Federal, para fins de competência.
Enunciado 17 do FONAJEF: Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos
Juizados Especiais Federais.
Enunciado 123 do FONAJEF: O critério de fixação do valor da causa necessariamente deve ser aquele especificado
nos arts. 259 e 260 do CPC (atual 292 caput, § 1º e § 2º do NCPC), pois este é o elemento que delimita as
competências dos JEFs e das Varas (a exemplo do que foi feito pelo art. 2º, § 2º, da Lei 12.153/09).
Súmula 576 STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da aposentadoria
por invalidez concedida judicialmente será a data da citação válida.
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Súmula 178 do STJ: O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de
benefícios, propostas na Justiça Estadual.
Súmula 81 da TNU: Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213 de 1991, nos casos de
indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às questões não apreciadas pela Administração no
ato de concessão.
Súmula 85 do STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a fazenda pública figure como devedora, quando
não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do
quinquênio anterior à propositura da ação.
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INSS. PROVA EMPRESTADA. LAUDO PERICIAL OFICIAL. VALIDADE. AUXÍLIO-ACIDENTE.
BENEFÍCIO INDEVIDO. 1. A prova emprestada prevista no artigo 372 do NCPC não obriga o juiz singular a dela se
utilizar quando do julgamento do feito. 2. Não é nulo o laudo pericial oficial produzido em consonância com o
princípio do contraditório. 3. Conforme o disposto no art. 86, caput, da Lei 8.213/91, exige-se, para concessão do
auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade
para o labor habitualmente exercido. 4. A lesão sofrida pelo insurgente, que não o limita de exercer suas
atividades laborativas habituais, impede a concessão do auxílio-acidente. [...] 2. Como destinatário final da prova,
cabe ao magistrado, respeitando os limites adotados pelo Código de Processo Civil, a interpretação da produção
probatória, necessária à formação do seu convencimento. Revisão do entendimento esbarraria no óbice contido na
Súmula nº 7/STJ. 3. A prova pericial emprestada produzida em juízo é apta a comprovar, nos termos do artigo 372, do
CPC/15, a presença da doença que acarreta a incapacidade permanente do segurado. (STJ - AREsp: 1290198 GO
2018/0107425-4, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Publicação: DJ 18/05/2018).
[…] 1. A jurisprudência deste tribunal Superior é assente quanto à competência residual da Justiça Estadual
para processar demanda relativa a acidente do trabalho. Entretanto, a comprovação da qualidade de segurado
especial, para fins de concessão de benefício perante a Autarquia Previdenciária, como no caso, é matéria
estranha à competência da Justiça Estadual, devendo ser a demanda processada pela Justiça Federal, nos termos
do art. 109, I da CF (CC 86.797/PE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Terceira Seção, DJ 03/08/2007).
Há precedente nesta Corte no sentido de que o Tribunal de Contas da União será parte legítima para
figurar no polo passivo da ação mandamental quando, a partir de sua decisão, for determinada a exclusão de um
direito. (Precedente: MS 24.927, rel. min. Cezar Peluso, DJE 28-9-2005). 2. In casu, o TCU determinou à Secretaria de
Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que fossem suspensas pensões de filhas
solteiras maiores de 21 anos que ocupassem cargo público efetivo. 3. A Súmula Vinculante 3 do STF excepciona a
observância prévia do contraditório e da ampla defesa na apreciação da legalidade do ato de concessão de
aposentadoria, reforma e pensão pelo Tribunal de Contas da União. Contudo, o presente caso não se enquadra na
exceção prevista, pois não se trata de concessão inicial de aposentadoria, de reforma ou de pensão. Dessa forma,
podendo a decisão resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, cabível o
exercício da ampla defesa e do contraditório. No entanto, não se verifica abertura de prazo pelo TCU, a fim de que
houvesse oportunidade de defesa a (...) diante da exclusão do seu benefício de pensão. 4. Portanto, não merece ser
reformada a decisão agravada que anulou o acórdão 1.843/2006 do TCU para que se possibilite que (...) exerça o
contraditório e a ampla defesa a que tem direito, com o restabelecimento da pensão até a nova apreciação pela
Corte de Contas (MS 27.031 AgR, rel. min. Luiz Fux, 1ª T, j. 8-9-2015, DJE 193 de 28-9-2015).
Direito Administrativo. Mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Negativa de registro à pensão
por morte. Alegada decadência e violação ao contraditório e à ampla defesa. Revogação de liminar. Efeitos
prospectivos. 1. Afastamento da alegada decadência do direito de o TCU rever o ato concessivo da pensão e da
alegada violação ao contraditório e à ampla defesa, nos termos da jurisprudência consolidada deste Tribunal. 2. Não
se aplica ao Tribunal de Contas da União, no exercício do controle da legalidade de aposentadoria, reforma e
pensão, a decadência prevista na Lei 9.784/1999, devendo, no entanto, ser assegurado o contraditório e a ampla
defesa somente se decorridos mais de cinco anos desde a entrada do processo no Tribunal de Contas (MS 30.843,
rel. min. Roberto Barroso, dec. monocrática, j. 11-10-2017, DJE 65 de 6-4-2018).
A Súmula Vinculante 3 tem como objetivo resguardar os princípios do contraditório e a ampla defesa no
âmbito do Tribunal de Contas da União sempre que, de sua decisão, puder resultar anulação ou revogação de ato
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão. Entretanto, não se infere daquele enunciado sumular interpretação que garanta ao terceiro
eventualmente prejudicado pela decisão da Corte de Contas a possibilidade ser considerado como parte no
procedimento administrativo, uma vez que, como evidenciam as disposições do Regimento Interno do TCU acerca da
fiscalização de atos e contratos, tal procedimento fiscalizatório dá-se entre o órgão fiscalizador e a entidade
fiscalizada, sendo suficiente para garantir o contraditório a previsão do art. 250, V, do RITCU, que assim dispõe: “ Art.
250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o Tribunal: (...) V – determinará a
oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no prazo de quinze dias, manifestarem-se sobre fatos
que possam resultar em decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou alterar
contrato em seu desfavor.” (...) Sendo assim, como também posto na decisão embargada, não se evidencia, prima
facie, qualquer afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo em conta que a embargante foi
notificada para apresentar manifestação, nos termos do art. 250, V, do RITCU, mantendo-se, entretanto, inerte (MS
35.739 MC-ED, rel. min. Edson Fachin, dec. monocrática, j. 1º-8-2018, DJE 159 de 7-8-2018).
[...] PREVIDENCIÁRIO. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REVISÃO.
LIMITES AO DESFAZIMENTO DE ATO CONCESSÓRIO POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESTABELECIMENTO
DO BENEFICIO CANCELADO. 1. Há e sempre houve limites para a Administração rever atos de que decorram efeitos
favoráveis para o particular, em especial aqueles referentes à concessão de benefício previdenciário. 2. O
cancelamento de benefício previdenciário pressupõe devido processo legal, ampla defesa e contraditório. 3. A
Administração não pode cancelar um benefício previdenciário com base em simples reavaliação de processo
administrativo perfeito e acabado. 4. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, consagrado inclusive
em recurso especial repetitivo (RESP N1 1.114.938 - AL (2009/0000240-5). Rei. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 3a
Seção do STJ. Unânime. Julgado em 14/04/2010), para os benefícios deferidos antes do advento da Lei 9.784/99 o
prazo de decadência para a revisão do ato de concessão deve ser contados a partir da data de inicio de vigência do
referido Diploma, ou seja, 01/02/1999, pois anteriormente não havia norma legal expressa prevendo prazo para tal
iniciativa. 5. Ressalva de entendimento pessoal do relator no sentido de que como a Lei 6.309/75 previa em seu
artigo 70 que os processos de interesse de beneficiários não poderiam ser revistos após 5 (cinco) anos, contados de
sua decisão final, ficando dispensada a conservação da documentação respectiva além desse prazo, em se tratando
de benefício deferido sob a égide do referido Diploma, ou seja, até 14/05/92 (quando entrou em vigor a Lei 8.422, de
13/05/92, que em seu artigo 22 revogou a Lei 6.309/75), caso decorrido o prazo de cinco anos, inviável a revisão da
situação, ressalvadas as hipóteses de fraude, pois esta não se consolida com o tempo. 6. Com o advento da Lei
9.784/99 (art. 54), foi instituído expressamente prazo decadencial de cinco anos para desfazimento de atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para osdestinatários, incluídos os atos de concessão de benefício
previdenciário. 7. A MP 138 (de 19/11/03, publicada no DOU de 20/11/03, quando entrou em vigor), instituiu o art.
103-A da Lei 8.213/91, estabelecendo prazo decadencial de dez anos para a Previdência Social anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários. 8. Como quando a Medida Provisória
138 entrou em vigor não haviam decorrido cinco anos a contar do advento da Lei 9.784/99, os prazos que tiveram
início sob a égide desta Lei foram acrescidos, a partir de novembro de 2003, quando entrou em vigor a MP 138/03,
de tanto tempo quanto necessário para atingir o total de dez anos. Assim, na prática todos os casos subsumidos
inicialmente à regência da Lei 9.784/99, passaram a observar o prazo decadencial de dez, anos aproveitando-se,
todavia, o tempo já decorrido sob a égide da norma revogada 9. O prazo decadencial somente será considerado
interrompido pela Administração quando regularmente notificado o segurado de qualquer medida de autoridade
administrativa para instaurar o procedimento tendente a cancelar o benefício. 10. Em toda situação na qual se
aprecia ato de cancelamento de benefício previdenciário, (em especial para os benefícios deferidos anteriormente à
Lei 9.784/99), há necessidade de análise do caso concreto, considerando-se, por exemplo, o tempo decorrido, as
circunstâncias que deram causa à concessão do amparo, as condições sociais do interessado, sua idade, e a
inexistência de má-fé, tudo à luz do princípio constitucional da segurança jurídica. (STJ - REsp: 1413184 SC
2013/0352309-0, Relator: Ministra REGINA HELENA COSTA, Data de Publicação: DJ 31/08/2017).
Segundo decidiu o STJ, não está sujeito à repetição (devolução, restituição) o valor do benefício
previdenciário recebido por força de sentença que foi confirmada em 2ª instância e, posteriormente, veio a ser
reformada no julgamento do recurso especial. Essa “dupla conformidade” entre a sentença e o acórdão de 2ª
instância cria no vencedor a legítima expectativade que é titular do direito, caracterizando a sua boa-fé. STJ. Corte
Especial. EREsp 1.086.154-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/11/2013 (Info 536).
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 115, II, DA LEI N. 8.213/1991. ATO DO GERENTE
EXECUTIVO DE BENEFÍCIOS DO INSS QUE DETERMINOU O DEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS POR PENSIONISTA, A
TÍTULO DE TUTELA ANTECIPADA, POSTERIORMENTE REVOGADA. IMPOSSIBILIDADE. NORMATIVO QUE NÃO
AUTORIZA, NA VIA ADMINISTRATIVO-PREVIDENCIÁRIA, A COBRANÇA DE VALORES ANTECIPADOS EM PROCESSO
JUDICIAL. 1. Os recursos interpostos com fulcro no CPC/1973 sujeitam-se aos requisitos de admissibilidade nele
previstos, conforme diretriz contida no Enunciado Administrativo n. 2 do Plenário do STJ. 2. Na origem, cuida-se de
mandado de segurança impetrado por beneficiária de pensão por morte contra ato de Gerente Executivo de
Benefícios do INSS que determinou o desconto, no benefício, de valores recebidos a título de tutela antecipada
posteriormente cassada. 3. O normativo contido no inciso II do artigo 115 da Lei n. 8.213/1991 não autoriza o INSS a
descontar, na via administrativa, valores concedidos a título de tutela antecipada, posteriormente cassada com a
improcedência do pedido. Nas demandas judicializadas, tem o INSS os meios inerentes ao controle dos atos judiciais
que por ele devem ser manejados a tempo e modo. 4.Recurso especial não provido. (REsp 1338912/SE, Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/05/2017, DJe 29/05/2017).
“[…] 2. A jurisprudência do STJ é no sentido de ser desnecessária a devolução, pelo segurado, de parcelas
recebidas a maior, de boa-fé, em atenção à natureza alimentar do benefício previdenciário e à condição de
hipossuficiência da parte segurada. 3. Agravo regimental não provido.” (AgRg no REsp 1431725/RS, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 21/05/2014).
INSCRIÇÃO EM DA DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO INDEVIDO A jurisprudência entendia que não era possível
a inscrição em dívida ativa de valor correspondente a benefício previdenciário indevidamente recebido e não
devolvido ao INSS - STJ. 1ª Seção. REsp 1350804-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/6/2013
(recurso repetitivo) (Info 522). Ocorre que foi editada a Lei nº 13.494/2017 que acrescentou o § 3º ao art. 115 da Lei
nº 8.213/91 prevendo expressamente a possibilidade de inscrição em dívida ativa do valor correspondente a
benefício previdenciário ou assistencial indevidamente recebido e não devolvido ao INSS. Art. 115, § 3º Serão
inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão de benefício
previdenciário ou assistencial pago indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica o disposto na Lei no
6.830, de 22 de setembro de 1980, para a execução judicial. (Incluído pela Lei nº 13.494, de 2017).
Conforme o entendimento firmado nesta Corte, o prazo decadencial aplica-se nas situações em que o
segurado visa à revisão do ato de concessão do benefício. A desaposentação não consiste na revisão desse ato, mas
no seu desfazimento, motivo pelo qual não se submete ao decurso de prazo decadencial para o seu exercício,
máxime porque trata-se de direito patrimonial personalíssimo disponível (STJ REsp 1348301 SC).