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Compilado Jurisprudencial

Súmula 689 do STF: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu
domicílio ou nas Varas Federais da capital do Estado-membro.

Súmula 12 da AGU: É facultado ao segurado ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal
do seu domicílio ou nas Varas Federais da capital do Estado-membro.

Enunciado 91 da FONAJEF - Os Juizados Especiais Federais são incompetentes para julgar causas que demandem
perícias complexas ou onerosas que não se enquadrem no conceito de exame técnico (art. 12 da Lei 10.259/2001).

Súmula 501 do STF: Compete à Justiça Ordinária Estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das
causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou
sociedades de economia mista.

Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional 45/2004.

Súmula 17 da TNU: Não há renúncia tácita no Juizado Especial Federal, para fins de competência.

Enunciado 17 do FONAJEF: Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos
Juizados Especiais Federais.

Enunciado 123 do FONAJEF: O critério de fixação do valor da causa necessariamente deve ser aquele especificado
nos arts. 259 e 260 do CPC (atual 292 caput, § 1º e § 2º do NCPC), pois este é o elemento que delimita as
competências dos JEFs e das Varas (a exemplo do que foi feito pelo art. 2º, § 2º, da Lei 12.153/09).

Súmula 576 STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da aposentadoria
por invalidez concedida judicialmente será a data da citação válida.

Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Súmula 64 da TNU: O direito à revisão do ATO DE INDEFERIMENTO de benefício previdenciário ou assistencial


sujeita-se ao prazo decadencial de dez anos.
Súmula 232 do STJ: A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos
honorários do perito.

Súmula 178 do STJ: O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de
benefícios, propostas na Justiça Estadual.

Súmula 81 da TNU: Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213 de 1991, nos casos de
indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às questões não apreciadas pela Administração no
ato de concessão.

Súmula 85 do STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a fazenda pública figure como devedora, quando
não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do
quinquênio anterior à propositura da ação.

 Tratando-se de ação em que se discute a concessão, ressarcimento ou REVISÃO de benefício previdenciário


decorrente de acidente de trabalho, compete à justiça Estadual o julgamento da demanda, diante da competência
residual prevista no art. 109, I, da Constituição. Precedentes do eg. STF e da Terceira Seção do STJ. […] (CC 63.923/RJ,
Terceira Seção, DJ 08/10/2007, p. 209).

 AÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INSS. PROVA EMPRESTADA. LAUDO PERICIAL OFICIAL. VALIDADE. AUXÍLIO-ACIDENTE.
BENEFÍCIO INDEVIDO. 1. A prova emprestada prevista no artigo 372 do NCPC não obriga o juiz singular a dela se
utilizar quando do julgamento do feito. 2. Não é nulo o laudo pericial oficial produzido em consonância com o
princípio do contraditório. 3. Conforme o disposto no art. 86, caput, da Lei 8.213/91, exige-se, para concessão do
auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade
para o labor habitualmente exercido. 4. A lesão sofrida pelo insurgente, que não o limita de exercer suas
atividades laborativas habituais, impede a concessão do auxílio-acidente. [...] 2. Como destinatário final da prova,
cabe ao magistrado, respeitando os limites adotados pelo Código de Processo Civil, a interpretação da produção
probatória, necessária à formação do seu convencimento. Revisão do entendimento esbarraria no óbice contido na
Súmula nº 7/STJ. 3. A prova pericial emprestada produzida em juízo é apta a comprovar, nos termos do artigo 372, do
CPC/15, a presença da doença que acarreta a incapacidade permanente do segurado. (STJ - AREsp: 1290198 GO
2018/0107425-4, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Publicação: DJ 18/05/2018).

 […] 1. A jurisprudência deste tribunal Superior é assente quanto à competência residual da Justiça Estadual
para processar demanda relativa a acidente do trabalho. Entretanto, a comprovação da qualidade de segurado
especial, para fins de concessão de benefício perante a Autarquia Previdenciária, como no caso, é matéria
estranha à competência da Justiça Estadual, devendo ser a demanda processada pela Justiça Federal, nos termos
do art. 109, I da CF (CC 86.797/PE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Terceira Seção, DJ 03/08/2007).
 Há precedente nesta Corte no sentido de que o Tribunal de Contas da União será parte legítima para
figurar no polo passivo da ação mandamental quando, a partir de sua decisão, for determinada a exclusão de um
direito. (Precedente: MS 24.927, rel. min. Cezar Peluso, DJE 28-9-2005). 2. In casu, o TCU determinou à Secretaria de
Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que fossem suspensas pensões de filhas
solteiras maiores de 21 anos que ocupassem cargo público efetivo. 3. A Súmula Vinculante 3 do STF excepciona a
observância prévia do contraditório e da ampla defesa na apreciação da legalidade do ato de concessão de
aposentadoria, reforma e pensão pelo Tribunal de Contas da União. Contudo, o presente caso não se enquadra na
exceção prevista, pois não se trata de concessão inicial de aposentadoria, de reforma ou de pensão. Dessa forma,
podendo a decisão resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, cabível o
exercício da ampla defesa e do contraditório. No entanto, não se verifica abertura de prazo pelo TCU, a fim de que
houvesse oportunidade de defesa a (...) diante da exclusão do seu benefício de pensão. 4. Portanto, não merece ser
reformada a decisão agravada que anulou o acórdão 1.843/2006 do TCU para que se possibilite que (...) exerça o
contraditório e a ampla defesa a que tem direito, com o restabelecimento da pensão até a nova apreciação pela
Corte de Contas (MS 27.031 AgR, rel. min. Luiz Fux, 1ª T, j. 8-9-2015, DJE 193 de 28-9-2015).

 Direito Administrativo. Mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Negativa de registro à pensão
por morte. Alegada decadência e violação ao contraditório e à ampla defesa. Revogação de liminar. Efeitos
prospectivos. 1. Afastamento da alegada decadência do direito de o TCU rever o ato concessivo da pensão e da
alegada violação ao contraditório e à ampla defesa, nos termos da jurisprudência consolidada deste Tribunal. 2. Não
se aplica ao Tribunal de Contas da União, no exercício do controle da legalidade de aposentadoria, reforma e
pensão, a decadência prevista na Lei 9.784/1999, devendo, no entanto, ser assegurado o contraditório e a ampla
defesa somente se decorridos mais de cinco anos desde a entrada do processo no Tribunal de Contas (MS 30.843,
rel. min. Roberto Barroso, dec. monocrática, j. 11-10-2017, DJE 65 de 6-4-2018).

 A Súmula Vinculante 3 tem como objetivo resguardar os princípios do contraditório e a ampla defesa no
âmbito do Tribunal de Contas da União sempre que, de sua decisão, puder resultar anulação ou revogação de ato
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão. Entretanto, não se infere daquele enunciado sumular interpretação que garanta ao terceiro
eventualmente prejudicado pela decisão da Corte de Contas a possibilidade ser considerado como parte no
procedimento administrativo, uma vez que, como evidenciam as disposições do Regimento Interno do TCU acerca da
fiscalização de atos e contratos, tal procedimento fiscalizatório dá-se entre o órgão fiscalizador e a entidade
fiscalizada, sendo suficiente para garantir o contraditório a previsão do art. 250, V, do RITCU, que assim dispõe: “ Art.
250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o Tribunal: (...) V – determinará a
oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no prazo de quinze dias, manifestarem-se sobre fatos
que possam resultar em decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou alterar
contrato em seu desfavor.” (...) Sendo assim, como também posto na decisão embargada, não se evidencia, prima
facie, qualquer afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo em conta que a embargante foi
notificada para apresentar manifestação, nos termos do art. 250, V, do RITCU, mantendo-se, entretanto, inerte (MS
35.739 MC-ED, rel. min. Edson Fachin, dec. monocrática, j. 1º-8-2018, DJE 159 de 7-8-2018).

 PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO À CONTRIBUIÇÃO COM BASE NO


EQUIVALENTE A 20 SALÁRIOS MÍNIMOS. LEI 6.950/81. ART. 144 DA LEI 8.213/1991. POSSIBILIDADE. 1. Se no
momento da alteração legislativa (Lei 7.787/89), o requerente já possuía todos os requisitos necessários ao gozo da
aposentadoria, tem direito adquirido ao benefício calculado de acordo com a base contributiva anterior, sendo-lhe
inaplicável o novo ordenamento. 2. Cabível a revisão da RMI da aposentadoria por tempo de serviço com a utilização
dos salários-de-contribuição acima de 10 e limitados a 20 salários mínimos (Lei 6.950/81), todavia, com requisição de
pagamento a partir da DIB, oportunidade em que foi concedido o amparo na via administrativa. 3. A ressalva no
sentido da impossibilidade de adoção do regime híbrido, mesclando-se as disposições da legislação anterior e da
legislação posterior (Lei 8.213/91) no relativo aos critérios de atualização de salário-de-contribuição, limites de
salário-de-contribuição e de salário-de-benefício e coeficientes de cálculo, não afasta a aplicação do art. 144 da Lei
8.213/91, já que o texto legal é expresso relativamente à sua incidência nos benefícios deferidos no período
denominado "buraco negro"(05-10-88 a 05-04-91) [...] A irresignação merece prosperar, haja vista que o Plenário
desta Corte, no julgamento do RE nº 626.489/SE, assentou a constitucionalidade da instituição do prazo decadencial
de dez anos para a revisão de benefícios previdenciários, inclusive quanto aos benefícios anteriormente
concedidos. Do informativo de jurisprudência desta Corte extrai-se breve passagem acerca do resumo do que
decidido nesse julgamento: Não há direito adquirido à inexistência de prazo decadencial para fins de revisão de
benefício previdenciário. Ademais, aplica-se o lapso decadencial de dez anos para o pleito revisional a contar da
vigência da Medida Provisória 1.523/97 aos benefícios originariamente concedidos antes dela. [...] (STF - AI:
858632 PR, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 23/06/2014, Data de Publicação: DJe-152 DIVULG
06/08/2014 PUBLIC 07/08/2014).

 PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. ALTA PROGRAMADA. CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO.


ENUNCIADO N. 83 DA SÚMULA DO STJ. NECESSIDADE DE AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. I - Na origem, trata-se
de mandado de segurança contra ato praticado pelo Chefe da Agência do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
em Várzea Grande/MT, com o objetivo de restabelecer o seu benefício de auxílio-doença. II - É pacífico o
entendimento no Superior Tribunal de Justiça no sentido da impossibilidade da alta médica programada para
cancelamento automático do benefício previdenciário de auxílio-doença, sem que haja prévia perícia médica que
ateste a capacidade do segurado para o desempenho de atividade laborativa que lhe garanta a subsistência, sob
pena de ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Nesse sentido: AgInt no REsp 1547268/MT, Rel.
Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/10/2017, DJe 10/11/2017; AgInt no AREsp
968.191/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/10/2017, DJe
20/10/2017. III - Agravo interno improvido. (STJ - AgInt no AREsp: 974370 MT 2016/0227570-9, Relator: Ministro
FRANCISCO FALCÃO, Data de Julgamento: 08/02/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/02/2018).
 [...] A Lei 8.213/1991, que dispõe sobre os benefícios da Previdência Social, preceitua em seu art. 59: Art. 59.
O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido
nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos. Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de
Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. 5. Assim, para que seja
concedido o auxílio-doença, necessário que o segurado, após cumprida a carência, seja considerado incapaz
temporariamente para o trabalho. 6. Por sua vez, o art. 62 da Lei 8.213/1991, afirma que não cessará o benefício
até que o Segurado seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a
subsistência, verbis: Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua
atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade.
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta
a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez. 7. Não obstante, a previsão
legal da Lei de Benefícios, a alteração do art. 78 do Decreto 3.048/1999 em 2005 permite ao médico perito ou à junta
médica do INSS estabelecer de imediato a data da alta médica (programada), sem necessidade de perícia para
verificação; se o Segurado entender que permanece incapaz, solicita nova perícia. 8. Estabelece o § 2o. do art. 277 da
Instrução Normativa INSS 45/2010 que, se o prazo fixado para a recuperação da capacidade para o trabalho for
insuficiente, o Segurado poderá solicitar a realização de nova perícia médica por meio do Pedido de Prorrogação
(PP) nos 15 dias que antecederem à cessação do benefício. 9. Cinge-se, então, a controvérsia em determinar se é
possível a fixação de termo final prévio para a cessão do pagamento do benefício de auxílio-doença, a denominada
Alta Programada, sem que a Autarquia realize nova perícia médica antes do cancelamento do benefício a fim de
verificar o restabelecimento do Segurado. 10. De início, não é demais recordar que as demandas previdenciárias se
referem a um bem da vida presumivelmente indispensável para a subsistência e dignidade do indivíduo. 11. A
proteção social possui imprescindível interesse social, pois visa garantir à sociedade amparo estatal em face das
contingências sociais que refletem na perda ou diminuição dos recursos financeiros necessários à subsistência
própria e familiar do Segurado da Previdência Social, a exemplo da doença, do acidente e da invalidez. 12. Nesse
cenário, é imperioso que o Segurado não se depare com inúmeras barreiras que dificultem o acesso a esta assistência
e que lhe seja garantida a realização de perícia médica, sem maiores transtornos, em atenção ao delicado momento
da vida em que se encontra um trabalhador incapaz para o exercício de suas atividades laborais. 13. Deve-se ter em
mente que a concessão do benefício de auxílio-doença visa concretizar a efetiva proteção dos direitos fundamentais
do Segurado, que é o de ser amparado em caso de doença ou invalidez, mediante concessão de benefício que
substitua sua renda enquanto permaneça a incapacidade. 14. O COPES (Programa de Cobertura Previdenciária
Estimada), conhecido como Alta Programada, é um procedimento administrativo adotado pela Autarquia
Previdenciária que estima o tempo de alta do Segurado, já no momento da concessão do benefício. Nessa
sistemática, expirado o prazo previsto, a alta médica é automática e o pagamento do benefício suspenso, também
automaticamente. 15. Ocorre que, para que ocorra a suspensão do auxílio-doença, o segurado do INSS deverá se
submeter à nova perícia médica para que seja comprovada a cessação da incapacidade, em respeito ao art. 62 da
Lei 8.213/1991. A legislação é clara ao afirmar que não cessará o benefício até que o Segurado seja dado como
habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência. 16. Não há que se falar, portanto,
em fixação de termo final para a cessação do pagamento do benefício previdenciário de auxílio-doença através de
uma perícia prévia inicial, que ganharia um caráter de prova insofismável, atribuindo à perícia características típicas
do positivismo filosófico (exatidão, certeza, generalidade e previsibilidade). 17. Seria ideal que a literatura médica
pudesse prever todas as vicissitudes da vida, presumisse o efeito da medicação e a recuperação de cada organismo
com exatidão; que pudesse individualizar e analisar as características pessoais de cada cidadão, idade, grau de
instrução e desenvolvimento intelectual e função exercida, pudesse, até mesmo, prever as vontades do Altíssimo,
garantindo precisão absoluta acerca da recuperação do indivíduo. 18. Mas essa não é a realidade. O que se verifica
de fato, é que a Alta Programada, não é efetivada em sintonia com a evolução do quadro clínico do Trabalhador; dá-
se, única e exclusivamente, em razão do transcurso do prazo que o médico perito entendeu suficiente para a
recuperação da capacidade de trabalho do beneficiário, ou seja, por mero rigor burocrático, que se eleva a
prognóstico profético. 19. Não se mostra admissível a prevalência da celeridade e da redução de gastos públicos
em detrimento da Justiça e dos direitos fundamentais do trabalhador na condução das demandas previdenciárias
em que se busca um benefício por incapacidade. 20. Neste sentido, assinala o Professor MARCUS ORIONE
CORREIA: A leitura do sistema de Seguridade Social deve ser feita a partir da Constituição e não a partir dos atos
normativos infraconstitucionais ou mesmo dos atos administrativo, que aparentemente, possuem efeito
normativo. Em especial em matéria previdenciária, não é possível ceder à primeira tentação de dizer o direito
apenas a partir daquilo que dizem as instruções normativas, as portarias e os demais atos administrativos (Direitos
Humanos e Direitos Sociais: Interpretação Evolutiva e Segurança Social. Revista do Departamento de Direito do
Trabalho e da Seguridade Social. São Paulo. V.1, n.1, Jan/Jun 2006, p. 120). 21. Logo, não há que se falar em fixação
de termo final para a cessação do pagamento do benefício previdenciário de auxílio-doença (Alta Programada), uma
vez que a perícia médica é condição indispensável à cessação do benefício, pois somente ela poderá atestar se o
Segurado possui condição de retornar às suas atividades ou não. (STJ - REsp: 1550207 MT 2015/0203690-3, Relator:
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Publicação: DJ 19/09/2018).

 [...] PREVIDENCIÁRIO. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REVISÃO.
LIMITES AO DESFAZIMENTO DE ATO CONCESSÓRIO POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESTABELECIMENTO
DO BENEFICIO CANCELADO. 1. Há e sempre houve limites para a Administração rever atos de que decorram efeitos
favoráveis para o particular, em especial aqueles referentes à concessão de benefício previdenciário. 2. O
cancelamento de benefício previdenciário pressupõe devido processo legal, ampla defesa e contraditório. 3. A
Administração não pode cancelar um benefício previdenciário com base em simples reavaliação de processo
administrativo perfeito e acabado. 4. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, consagrado inclusive
em recurso especial repetitivo (RESP N1 1.114.938 - AL (2009/0000240-5). Rei. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 3a
Seção do STJ. Unânime. Julgado em 14/04/2010), para os benefícios deferidos antes do advento da Lei 9.784/99 o
prazo de decadência para a revisão do ato de concessão deve ser contados a partir da data de inicio de vigência do
referido Diploma, ou seja, 01/02/1999, pois anteriormente não havia norma legal expressa prevendo prazo para tal
iniciativa. 5. Ressalva de entendimento pessoal do relator no sentido de que como a Lei 6.309/75 previa em seu
artigo 70 que os processos de interesse de beneficiários não poderiam ser revistos após 5 (cinco) anos, contados de
sua decisão final, ficando dispensada a conservação da documentação respectiva além desse prazo, em se tratando
de benefício deferido sob a égide do referido Diploma, ou seja, até 14/05/92 (quando entrou em vigor a Lei 8.422, de
13/05/92, que em seu artigo 22 revogou a Lei 6.309/75), caso decorrido o prazo de cinco anos, inviável a revisão da
situação, ressalvadas as hipóteses de fraude, pois esta não se consolida com o tempo. 6. Com o advento da Lei
9.784/99 (art. 54), foi instituído expressamente prazo decadencial de cinco anos para desfazimento de atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para osdestinatários, incluídos os atos de concessão de benefício
previdenciário. 7. A MP 138 (de 19/11/03, publicada no DOU de 20/11/03, quando entrou em vigor), instituiu o art.
103-A da Lei 8.213/91, estabelecendo prazo decadencial de dez anos para a Previdência Social anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários. 8. Como quando a Medida Provisória
138 entrou em vigor não haviam decorrido cinco anos a contar do advento da Lei 9.784/99, os prazos que tiveram
início sob a égide desta Lei foram acrescidos, a partir de novembro de 2003, quando entrou em vigor a MP 138/03,
de tanto tempo quanto necessário para atingir o total de dez anos. Assim, na prática todos os casos subsumidos
inicialmente à regência da Lei 9.784/99, passaram a observar o prazo decadencial de dez, anos aproveitando-se,
todavia, o tempo já decorrido sob a égide da norma revogada 9. O prazo decadencial somente será considerado
interrompido pela Administração quando regularmente notificado o segurado de qualquer medida de autoridade
administrativa para instaurar o procedimento tendente a cancelar o benefício. 10. Em toda situação na qual se
aprecia ato de cancelamento de benefício previdenciário, (em especial para os benefícios deferidos anteriormente à
Lei 9.784/99), há necessidade de análise do caso concreto, considerando-se, por exemplo, o tempo decorrido, as
circunstâncias que deram causa à concessão do amparo, as condições sociais do interessado, sua idade, e a
inexistência de má-fé, tudo à luz do princípio constitucional da segurança jurídica. (STJ - REsp: 1413184 SC
2013/0352309-0, Relator: Ministra REGINA HELENA COSTA, Data de Publicação: DJ 31/08/2017).

 Segundo decidiu o STJ, não está sujeito à repetição (devolução, restituição) o valor do benefício
previdenciário recebido por força de sentença que foi confirmada em 2ª instância e, posteriormente, veio a ser
reformada no julgamento do recurso especial. Essa “dupla conformidade” entre a sentença e o acórdão de 2ª
instância cria no vencedor a legítima expectativade que é titular do direito, caracterizando a sua boa-fé. STJ. Corte
Especial. EREsp 1.086.154-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/11/2013 (Info 536).

 PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 115, II, DA LEI N. 8.213/1991. ATO DO GERENTE
EXECUTIVO DE BENEFÍCIOS DO INSS QUE DETERMINOU O DEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS POR PENSIONISTA, A
TÍTULO DE TUTELA ANTECIPADA, POSTERIORMENTE REVOGADA. IMPOSSIBILIDADE. NORMATIVO QUE NÃO
AUTORIZA, NA VIA ADMINISTRATIVO-PREVIDENCIÁRIA, A COBRANÇA DE VALORES ANTECIPADOS EM PROCESSO
JUDICIAL. 1. Os recursos interpostos com fulcro no CPC/1973 sujeitam-se aos requisitos de admissibilidade nele
previstos, conforme diretriz contida no Enunciado Administrativo n. 2 do Plenário do STJ. 2. Na origem, cuida-se de
mandado de segurança impetrado por beneficiária de pensão por morte contra ato de Gerente Executivo de
Benefícios do INSS que determinou o desconto, no benefício, de valores recebidos a título de tutela antecipada
posteriormente cassada. 3. O normativo contido no inciso II do artigo 115 da Lei n. 8.213/1991 não autoriza o INSS a
descontar, na via administrativa, valores concedidos a título de tutela antecipada, posteriormente cassada com a
improcedência do pedido. Nas demandas judicializadas, tem o INSS os meios inerentes ao controle dos atos judiciais
que por ele devem ser manejados a tempo e modo. 4.Recurso especial não provido. (REsp 1338912/SE, Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/05/2017, DJe 29/05/2017).

 “[…] 2. A jurisprudência do STJ é no sentido de ser desnecessária a devolução, pelo segurado, de parcelas
recebidas a maior, de boa-fé, em atenção à natureza alimentar do benefício previdenciário e à condição de
hipossuficiência da parte segurada. 3. Agravo regimental não provido.” (AgRg no REsp 1431725/RS, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 21/05/2014).

 INSCRIÇÃO EM DA DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO INDEVIDO A jurisprudência entendia que não era possível
a inscrição em dívida ativa de valor correspondente a benefício previdenciário indevidamente recebido e não
devolvido ao INSS - STJ. 1ª Seção. REsp 1350804-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/6/2013
(recurso repetitivo) (Info 522). Ocorre que foi editada a Lei nº 13.494/2017 que acrescentou o § 3º ao art. 115 da Lei
nº 8.213/91 prevendo expressamente a possibilidade de inscrição em dívida ativa do valor correspondente a
benefício previdenciário ou assistencial indevidamente recebido e não devolvido ao INSS. Art. 115, § 3º Serão
inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão de benefício
previdenciário ou assistencial pago indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica o disposto na Lei no
6.830, de 22 de setembro de 1980, para a execução judicial. (Incluído pela Lei nº 13.494, de 2017).

 AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE DE TRABALHO. DEMANDA RESSARCITÓRIA


AJUIZADA PELO INSS CONTRA O EMPREGADOR DO SEGURADO. PRAZO PRESCRICIONAL. INCIDÊNCIA DO ART. 1o. DO
DECRETO 20.910/32. INAPLICABILIDADE DOS ARTS. 103 E 104 DA LEI 8.213/91. 1. Nas demandas ajuizadas pelo INSS
contra o empregador do segurado falecido em acidente laboral, visando ao ressarcimento dos danos decorrentes do
pagamento do benefício previdenciário, o termo a quo da prescrição da pretensão é a data da concessão do referido
benefício. 2. Em razão do princípio da isonomia, é quinquenal, nos termos do art. 1o. do Decreto 20.910/32, o prazo
prescricional da ação de regresso acidentária movida pelo INSS em face de particular. 3. A natureza ressarcitória de
tal demanda afasta a aplicação do regime jurídico-legal previdenciário, não se podendo, por isso, cogitar de
imprescritibilidade de seu ajuizamento em face do empregador. 4. Agravo regimental a que nega provimento (AgRg
no REsp. 1.365.905/SC, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, 1T, DJe 25.11.2014).

 Conforme o entendimento firmado nesta Corte, o prazo decadencial aplica-se nas situações em que o
segurado visa à revisão do ato de concessão do benefício. A desaposentação não consiste na revisão desse ato, mas
no seu desfazimento, motivo pelo qual não se submete ao decurso de prazo decadencial para o seu exercício,
máxime porque trata-se de direito patrimonial personalíssimo disponível (STJ REsp 1348301 SC).

 Na hipótese de existir reclamação trabalhista em que se reconhece parcelas remuneratórias, como a do


presente caso, o STJ vem sedimentando entendimento no sentido de que o prazo de decadência do direito à revisão
do ato de concessão do benefício flui a partir do trânsito da sentença trabalhista (STJ REsp 1440868/RS).
 PREVIDENCIÁRIO. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSOS
REPRESENTATIVOS DE CONTROVÉRSIA (RESPS 1.309.529/PR e 1.326.114/SC). REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO PELO SEGURADO. DECADÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL. APLICAÇÃO DO ART. 103 DA
LEI 8.213/91, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 1.523-9/1997, AOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DESTA NORMA.
POSSIBILIDADE. TERMO A QUO. PUBLICAÇÃO DA ALTERAÇÃO LEGAL. [...] 8. Trata-se de pretensão recursal do INSS
com o objetivo de declarar a decadência do direito do recorrido de revisar benefícios previdenciários anteriores ao
prazo do art. 103 da Lei 8.213/1991, instituído pela Medida Provisória 1.523-9/1997 (D.O.U 28.6.1997),
posteriormente convertida na Lei 9.528/1997, por ter transcorrido o decênio entre a publicação da citada norma e o
ajuizamento da ação. [...] 14. Por conseguinte, não viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito a aplicação do
regime jurídico da citada norma sobre o exercício, na vigência desta, do direito de revisão das prestações
previdenciárias concedidas antes da instituição do prazo decadencial. [...] 15. Incide o prazo de decadência do art.
103 da Lei 8.213/1991, instituído pela Medida Provisória 1.523-9/1997, convertida na Lei 9.528/1997, no direito de
revisão dos benefícios concedidos ou indeferidos anteriormente a esse preceito normativo, com termo a quo a
contar da sua vigência (28.6.1997). [...]. (STJ. REsp 1309529/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 28/11/2012, DJe 04/06/2013).Ou seja: Até o advento da MP 1.523-9/1997 (convertida na Lei 9.528/97),
não havia previsão de prazo de decadência do direito ou da ação de revisão do ato concessivo de benefício
previdenciário. Todavia, com a nova redação, dada pela referida MP, ao art. 103 da Lei 8.213/91, ficou estabelecido,
para todos os beneficiários, o prazo decadencial de 10 anos. [...] Se um benefício foi concedido antes da MP 1.523-
9/97 (28/06/1997), a revisão deste benefício também se sujeita ao prazo decadencial de 10 anos, porém, este prazo
iniciou-se não na data em que o benefício foi concedido, mas sim no dia 28/06/1997, data em que entrou em vigor a
MP 1.523-9/97. Dessa forma, as pessoas cujos benefícios previdenciários foram concedidos até 28/06/1997 (data da
MP 1.523-9/97), se desejavam a revisão do benefício, tiveram que ingressar com a ação até 28/06/2007 (10 anos
após a MP). Após este prazo, houve a decadência do direito.

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