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T R A T A M E N T O D A T O X O P L A S M O S E - REV. M E D . - VOL. 64 - N.° 1: 8 a 9 - M A R .

1982

TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE
UNITERMOS: Toxoplasmose, tratamento*
Vicente Amato Neto

Já está ultrapassada a fase na qual a toxoplasmose imunodepressão e intensa infecção pelo Toxoplasma gon-
era raramente diagnosticada* Agora, como fruto do tra- dii, c o m cório-retinite e c o m processo congênito sübclí-
balho de pesquisadores que anteviram a importância nico, quando drogas apropriadas podem reduzir o ad-
que, e m atuações clínico-laboratoriais, adquiriram e di- vento ou a expressividade de eventuais seqüelas.
vulgaram conhecimentos sobre a doença parasitária e m Comentários sobre o controle de cura da toxoplas-
questão, ficou cabível compreender o significado de tal mose — Tal apreciação deve depender fundamentalmen-
problema amplamente difundido e expor mais objetiva- te de informes de ordem clínica e fornecidos por exa-
mente fatos c o m ele relacionados. m e s subsidiários que documentam a existência de alte-
A orientação atualizada, de ordem de terapêutica, rações imanentes à parasitose. As provas sorológicas
aqui apresentada, é decorrência de experiência pessoal costumeiramente adotadas (Sabin-Feldman, imunofluo-
coletada durante vários anos e de informes consignados rescência indireta, fixação do complemento e hemaglu-
na literatura médica. tinação passiva) não sofrem a influência do tratamento
Medicamentos recomendáveis atualmente — a) sul- médico presentemente aproveitável, convindo salientar
famídicos e, e m especial, a sulfadiazina (adulto: 6 g/dia; que os dados que elas oferecem evoluem espontanea-
criança: 100 a 200 mg/kg/dia), sendo também utilizáveis mente, conforme as peculiaridades dos testes e condi-
o sulfametoxazol (adulto: 800 m g , duas vezes ao dia; ções pessoais, sucedendo isso também c o m a pesquisa
criança: 20 a 40 mg/kg/dia) e a associação de sulfadoxi- de anticorpos I g M antitoxoplasma, que freqüentemente
na e pirimetamina (adulto: dois ou três comprimidos evidencia negatividade após seis meses, a partir da po-
cada sete dias, contendo o comprimido 500 m g de sulfa- sitivação inicial, na etapa aguda da enfermidade.
doxina e 25 m g de pirimetamina; criança: 20 a 30 m g / Utilização de corticóide — Não se deve recorrer a
kg/dose, c o m base no sulfamídico presente na medica- ele e m comprometimento sem gravidade, que é interpre-
ção); b) pirimetamina, nunca isoladamente, m a s e m as- tada através da valorização de dois parâmetros mais
sociação c o m sulfamídico (adulto: 25 m g duas vezes nas importantes: risco de vida e seqüelas. Quando existente
primeiras 24 horas e, a seguir, 25 mg/dia; criança: 0,5 situação que denota participação significativa da doen-
a 1 mg/kg/dia, ou o dobro dessa posologia, de acordo ça, é compreensível que ele seja dado, porque exerce
c o m preferência por parte de alguns profissionais); c) ação anti-inflamatória, c o m recomendação paralela de
espiramicina (40 mg/kg/dia). medicamento específico.
Por ocasião do uso de sulfadiazina com pirimetami- Aspectos referentes ao tratamento de algumas
na o ácido folínico (2 a 10 mg/dia) pode ser prescrito modalidades de toxoplasmose
concomitantemente, como medida preventiva de distúr Toxoplasmose ocular — São aconselháveis quaisquer
bios hematológicos. N o item referente ao tratamento dos remédios referidos. Sugerimos o uso de sulfadoxi-
da toxoplasmose congênita está outra informação con na c o m pirimetamina ou de espiramicina, c o m funda-
cernente ao emprego desse remédio* mento e m casuística que paulatinamente coletamos. A
Duração do tratamento — Três semanas é o perío- respeito do uso de corticóide, pela via oral, ele é mais
do mínimo; entretanto, habitualmente prolongamos essa aceito quando macular a lesão e nunca s e m apoio con-
etapa até 40 a 60 dias. comitante de agentes terapêuticos antiparasitários.
Tratamento mais eficiente — É representado pela Toxoplasmose ganglionar — Configura tipo muito
preconização de sulfadiazina e pirimetamina, adminis- c o m u m do processo mórbido, tratável por meio das dro-
tradas de maneira associada. Sobretudo observações de gas já mencionadas, c o m escolha, sempre que possível,
caráter experimental e resultados obtidos relativamente das que mais comodamente podem merecer utilização.
a indivíduos imunodeprimidos, intensamente acometidos E m face à benignidade e ao comportamento autolimita-
pela toxoplasmose, apoiam essa opinião. C o m o decor- do de certos casos, há quem prefira não se valer siste-
rência desse ponto de vista, afigura-se judicioso reco- maticamente de remédios quando e m tela essa modali-
mendar esses dois compostos quando a protozoose as- dade que envolve linfonodos. É imperioso reconhecer
sume forma interpretada como grave. que os contestadores da terapêutica costumeira empre-
Comentários sobre a eficácia dos medicamentos ci- gam de regra as substâncias potencialmente mais capa-
tados — Algumas
Professor-titular de dificuldades impedem,
Clínica de Doenças e m múltiplas
Infecciosas e Parasitá- zes de produzir efeitos adversos.
rias, da Faculdade
circunstâncias, de Medicina
a obtenção de da Universidade
adequadas de São Paulo.
e convenientes Lembramos que se encontra em curso, no que diz
Diretor do Serviço de Doenças Transmissíveis, do Hospital do
deduções
Servidor acerca
Público da efetividade
Estadual do Morato
"Francisco tratamento da toxo-
de Oliveira", de respeito a essa forma clínica da protozoose, investiga-
plasmose.
São Paulo.Há, porém, respaldo de investigações experi- ção sob nossa responsabilidade, englobando grupo con-
mentais para documentar a eficiência das substâncias trole do qual placebo toma parte. Diante disso, futura-
disponíveis, como ainda é válido recorrer à menção dos mente estaremos e m condição de opinar decisivamente
bons préstimos que eles prestaram a pacientes c o m Toxoplasmose
sulfadiazina
no
mioterápicos
antiparasitário
da etapa
que tange
de etratamento
congênita
a
conjuntamente.
àpor
esse
pirimetamina,
último
assunto.
—e,citado
Conceder
a seguir,
Afigura-se
receitando
nos preferência
três
respeitar
melhor
primeiros
esses intervalos
dois
àdar
dias
qui-
o
TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE — REV. MED. — VOL. 64 — N." 1: 8 a 9 — MAR. 1982

de 36 a 48 horas, pois a meia-vida dele possibilta isso, Não há procedimento terapêutico estipulado de for-
tornando menos provável o surgimento de intoxicação m a cabal para aplicar quando existentes prejuízos apa-
de lactentes. T a m b é m é boa prática, preventivamente, rentemente estabilizados e, entre os quais, têm maior
indicar ácido folínico (1 mg/dia) para procurar fazer notoriedade os cerebrais e oculares. O tema é polêmico
com que não ocorram danos de ordem hematológica. e até deliberação acatável sem ponderáveis objeções pa-
É taxativamente necessário tentar reconhecer, com rece válido, nessas circunstâncias, instituir tratamento
presteza, a infecção congênita subclínica. Exames soroló- e m pelo menos u m a oportunidade.
gicos são, a respeito, prestimosos, mormente quando ju- Toxoplasmose aguda durante a gestação — Se infec-
diciosamente interpretados a presença e o comporta- ção for inicial ou ativa, m e s m o que inaparente, espira-
mento de anticorpos IgG e IgM antitoxoplasma. Trata- micina (2 g/dia) merece indicação, e m etapas c o m três
mento precoce e até m e s m o efetuado várias vezes no semanas de decurso, intervaladas por fases jde 14 dias,
transcurso do primeiro ano de vida, especialmente com atingindo a administração o final da gravidez. Esse com-
sulfadiazina e pirimetamina, é capaz de condicionar me- portamento é interpretado como habilitado a reduzir
nor expressividade, e m termos de freqüência e porte, a a transmissão congênita, sem alterar o panorama clí-
seqüelas futuramente esperáveis. nico da protozoose no recém-nascido.

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