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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.0 Introdução
A escolha deste tema foi influenciado pela observação realizada no quarteirão nᵒ5
unidade comunal G, onde foi possível perceber que muitos moradores deste quarteirão
fazem construções desordenadas, sem obedecer leis, princípios, normas do ordenamento
territorial vigente no país, o que não permite a entrada ou a implantação de serviços
sociais tais como: Escolas, Hospitais, vias de acessos, mercados, serviços de salvação
pública, aberturas de valas de drenagem entre outros serviços.
Foi possível identificar as inquietações frisadas acima, porque o autor residia no
quarteirão, razão pela qual optou em escolher o tema para desenvolver o trabalho de
pesquisa.
1.3 Problematização
Em Moçambique actualmente as construções desordenadas têm ganhado um espaço
galopante, principalmente nas cidades, a cidade da Beira não foge desde fenómeno,
neste caso o autor julga conveniente abordar esta problemática do quarteirão nᵒ5
unidade comunal G Bairro de Chipangara- cidade da Beira.
A construção desordenada no quarteirão nᵒ5 Unidade G nos últimos anos tem ganhada
uma proporção muito alarmante e tem sido um dos problemas que afecta negativamente
de forma directa ou indirectamente o meio ambiente. A ocupação desordenada do
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1.4 Hipóteses
1.4.1. Hipótese primária
A construção desordenada no quarteirão nᵒ5 Unidade G pode contribuir para
ocorrência de problemas sócios ambientais, por exemplo a deficiência do
fornecimento dos serviços básicos, contaminação do solo, contaminação da água
entre outros.
1.4.3 Objectivos
1.4.4 Objectivo geral
Este método foi usado pelo autor de modo a compreender as interacções múltiplas entre
factores e causa dos fenómenos, compreender as variáveis e propor soluções
relacionadas com o tema em estudo. Através deste foi possível também compreender as
dificuldades que a população do quarteirão enfrenta com a construção desordenada.
Assim, a partir dos problemas identificados a volta da construção desordenada o autor
formulou hipóteses por meio de uma abordagem dedutiva.
meio ambiente urbano. São essas obras e outras que se encontram na referência
bibliográfica que contribuíram para realização do trabalho científico
A revisão bibliográfica consistiu no levantamento e compilação de dados referente ao
tema em estudo.
2.3.2 Inquérito
É uma técnica usada para a recolha de dados ou informações qualitativas ou
quantitativas, entretanto nesta técnica os moradores deste quarteirão fizeram parte
através das questões fechadas quarteirão. Neste quarteirão foram inqueridas 99 pessoas
dos quais 99 chefes de famílias.
As duas técnicas acima referidas tinham como objectivo buscar as evidências sobre a
problemática do tema em estudo. Quanto ao tipo é a pesquisa explicativa. A pesquisa
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2.3. 3 Universo
Segundo CENSO (2017), Bairro de Chipangara tem um total de 25.023 habitantes dos
quais 12.899 são Homens e 12.124 são Mulheres. Nessa pesquisa foram escolhidos os
habitantes de quarteirão nᵒ5 Unidade comunal G cujo número total dos habitantes desse
quarteirão é de 1010 habitantes.
Neste sentido, o autor trabalhou com um número da população que foi escolhida
aleatoriamente que é de 101 habitantes correspondentes a 10% da população total do
quarteirão. Os 10% surgiram na base com o número total dos residentes do quarteirão
que é 1010 correspondente 100% e 101 pessoas corresponde a 10%.
Para a facilidade da recolha de dados foi traçada uma amostra de um (1) quarteirão no
conjunto de sob jurisdição do chefe do quarteirão nᵒ5. A pesquisa definiu uma amostra
total de 101 habitantes residentes no quarteirão nᵒ5, sendo 60 do sexo masculino e 41
são do sexo feminino.
Um conjunto dos elementos da amostra dividiu-se em dois (2) grupos de acordo com as
idades: 15 são idosos e 86 são adultos.
As áreas suburbanas conhecidas por “cidade de caniço” constituída por bairros não
planejados de planta indiferenciada ou anárquica elevada densidade e ocupação do solo,
dificultando a circulação e falta de espaços para serviços, redes de abastecimentos de
energia eléctrica e de água potável deficiente ou inexistente; falta ou muito deficiente
rede de telecomunicação; falta de serviços de saneamento básico; crescimento
horizontal; falta de serviços deficiente rede comercial; dificuldade de circulação viária;
área fundamental residencial de classes de trabalhadores pobres; existência de algumas
unidades industria; graves problemas ambientais (ARAUJO, 1997:124).
O crescimento urbano tem-se processado de forma desordenada, não levando em conta
as características e adversidade do meio físico. O espaço urbano responsabiliza-se pelo
impacto máximo da actuação humana na organização no solo e na degradação do
ambiente. Isto ocorre pela explosão demográfica ou pela exclusão das actividades
socioeconómica. (OLIVEIRA e HERRMANN 2001:23)
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Por outro lado ocupação desordenada do solo no quarteirão nᵒ5 expõe uma diversidade
de problemas, analisa-se estes problemas por inexistência de planificação por parte das
autoridades ou ainda omissão do poder público. Portanto é a responsabilidade do
município velar pelo ordenamento territorial para garantir um ambiente saudável para a
sociedade ou mesmo para os seus munícipes.
A alteração dos solos no quarteirão nᵒ5 deriva se a não aplicação das normas e leis de
ordenamento territorial, como construir no meio urbano.
Por isso que é imperioso seguir as leis e normas de ordenamento territorial, para que se
evite os impactos que se verificam no quarteirão nᵒ5 que neste momento estão a criar
danos aos moradores.
3.2 Impacto
“Impacto, refere-se a qualquer alteração no meio seja ela ambiental, social, cultural ou
económica os quais são causados pelas actividades humanas oriundos das práticas, as
quais podem afectar directa ou indirectamente o bem-estar da população, suas
actividades, seus comportamentos e modos de vida, abiota, condições e estética”.
(AZEVEDO, 1997:23).
Quanto aos tipos dos impactos ambientais que existem no quarteirão nᵒ5 unidade
comunal G são: local, reversíveis, imediatos e temporários.
público juntamente com a comunidade local pode criar as condições necessárias para a
busca de melhoria da qualidade do meio ambiente. (ARAÚJO, 1997:49)
Os impactos sócios ambientais podem ser reduzidos de acordo com algumas propostas
alternativas que se seguem:
Controlar o uso e ocupação do espaço urbano, levando em consideração os
aspectos legais, previstos na postura urbana, código de obras urbanas, postura do
município e estatuto de cidades que contribuem para um melhor ordenamento do
território;
Planear, executar e monitorar as áreas de ocupação urbana de forma
participativa, incorporando a dimensão sócia ambiental no processo de gestão e
a participação de lideranças e população local, para que todos possam ter acesso
aos serviços básicos e públicos;
O lixo favorece a rápida proliferação de moscas, que são responsáveis pela transmissão
de várias doenças como: as diarreias infecciosas, cólera e outras parasitoses, e ao
favorece igualmente na multiplicação de ratos que são animais responsáveis pela
transmissão da peste bubónica, o lixo afecta a economia de um país ao concorrer para a
redução de vida media efectiva do individuo aumentando a mortalidade da população
CUNHA (2004:17)
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As construções desordenadas causam muitas consequências entre elas são várias, mas
far-se-á menção as principais no quarteirão que são: falta de vias de acessos,
dificuldades na colecta de resíduos sólidos, acumulação das águas nos quintais e nas
vias de acessos no quarteirão, degradação de espaços verdes, portanto a diminuição da
biodiversidade na área de estudo e alterações da paisagem e das condições naturais
consequentemente haverá a perda do ambiente natural para o lazer e no quarteirão há
inexistência dos espaços para o lazer.
À medida que os centros urbanos vão ficando cada vez mais povoados, há uma
tendência de parte da população a querer evadir-se desse local, partindo para áreas mais
afastadas dos centros urbanos, destruindo assim os espaços verdes e sem saber que está
a colocar em perigo o meio ambiente.
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Quanto a hidrologia, o quarteirão não é atravessado por nenhum riacho, apenas pode se
verificar no Bairro uma vala de drenagem que escoa águas das chuvas e negras. As
condições pedológicas do Bairro são constituídas por solos argilosos, arenosos e
arenosos finos com influência de aluviões fluvio-marinho. MUCHANGOS (1989).
O quarteirão é composto por possuir variadas línguas do nosso país, dos residentes que
vivem neste quarteirão na sua maioria são os Senas, Ndaus, Chuabos e os Ronga.
Portanto as línguas mais faladas neste quarteirão são as línguas Sena e Ndau, entretanto
são as línguas mais usadas para a comunicação. Os residentes nos momentos livres e
durante as cerimónias locais usam as danças Utse, Valimba, Khetekete e outros hábitos
culturais pouco conhecidos e os jovens praticam o desporto e nos momentos de lazer
dançam o Bondoro. (Chefe do quarteirão nᵒ5).
4.4 Educação
Segundo Chefe do quarteirão a maior parte da população do quarteirão frequentam
vários níveis, os adultos frequenta curso nocturno porque de dia tem ocupação ou seja
tem obrigação de criar condições para alimentar a sua família. Disse ainda que os
mesmos na sua infância não tiveram espaços para progredir com os estudos, estavam
preocupados em procurar as melhores condições de vida para a sua família.
Ele acrescenta ainda que no quarteirão existem indivíduos que tem níveis de
escolaridade, sobretudo os jovens e também no quarteirão há pessoas que vem em
diversas províncias do país para fazer o ensino superior.
4.5 Religião
O quarteirão nᵒ5 é caracterizado por um nível cada vez mais crescente dos indivíduos
que praticam o comércio informal. O tal comércio é para garantir a sobrevivência da sua
família, tendo em conta que o emprego está difícil. Entretanto as principais actividades
produtivas e fontes de rendimentos dos agregados familiares são o comércio informal e
o formal, caracterizado pela venda de diferentes produtos alimentares básicos e não
alimentares tais como: vestuários e entre outros, que os comerciantes vendem em
diferentes mercados a nível da cidade da Beira como por exemplo no mercado da Praia
Nova, Goto, Maquinino e o mercado de 7 de Abril que é o mercado do Bairro de
Chipangara e que por sinal está no quarteirão nᵒ5 unidade comunal G.
2 3
4 5
19%
4% Sim
Nao
As vezes
77%
O presente capítulo apresenta a análise e discussão dos dados colhidos no quarteirão nᵒ5
na unidade comunal G Bairro de Chipangara, sobre a participação dos residentes do
quarteirão na gestão e no envolvimento no processo de ordenamento de espaço para
garantir um ambiente saudável e tranquilo na área em estudo.
De acordo com o inquérito realizado no quarteirão nᵒ5 unidade comunal G, dos 101
inqueridos, 45% das pessoas inqueridas foram unânime em afirmar que não possuem
dinheiro para adquirir os espaços ou (DUAT) e a sua devida construção, 40% dos
inqueridos afirmaram que não tem conhecimento de OT, por isso a maior parte da
população neste quarteirão fazem construções sem obedecer as normas de ordenamento
do território e 15% dos inqueridos disseram que estão no quarteirão porque os seus
parentes viveram nestes lugares durante muito tempo, e que não podem abandonar
porque estão para salvaguardar a sua cultura que lhes foi deixado com os seus parentes.
Entretanto pode se concluir que o quarteirão nᵒ5 unidade comunal G, apresenta
construções de uma forma arbitrária porque as pessoas que vivem neste quarteirão não
obedecem as normas de OT, tendo em conta que o factor económico é que tem mais
peso. Como ilustra o gráfico abaixo.
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Factor económico
40%
45% factores socio-cultural
Falta de conhecimento da
lei de OT
15%
realizado no quarteirão os populares dizem que não é fácil adquirir o DUAT no CMB,
por isso que optam por estas vias de adquirir os espaços.
7%
Atribuido por família
37%
Atrbuido por chefe do
quarteirão
Atribuido pelo CMB
56%
Por outro lado, de acordo com a entrevista concedida ao secretário Bairro referiu que
actualmente existem uma colaboração entre o município da Beira na atribuição do
espaço. Em nível do Bairro não existe acção para demolir casas que surgem
espontaneamente porque esta acção carece de uma indeminização ao proprietário da
casa (secretário do Bairro, 2019).
De cordo com o gráfico abaixo, tudo indica que das 101 pessoas inqueridas, 81%
responderam que não tem conhecimento sobre o ordenamento do território e 19%
afirmaram claramente que tem o conhecimento sobre o ordenamento do território.
Entretanto conclui-se que o número maior das pessoas que residem no quarteirão não
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tem conhecimento sobre o ordenamento do território, por isso que as construções das
habitações neste quarteirão não estão a obedecer as normas do ordenamento do
território.
19%
Sim
Nao
81%
As actividades humanas que geram impactos sócios ambientais no quarteirão podem ser
percebidas como sendo as acções desenvolvidas durante o processo de concretização de
empreendimentos, portanto neste caso concreto refere-se ao processo e as formas de
ocupação de espaços.
6.0 Conclusão
Pode se afirmar que os impactos são resultantes de actividades humanas e naturais, com
os efeitos no ar, água, saúde, na terra, causando mudanças ecológicas no ambiente.
Neste contexto as formas de ocupação de espaço e das construções de habitações no
quarteirão tem acarretado uma variedade de impactos negativos, na sua maior parte
sendo reversível e de alta magnitude, isto é o seu grau de abrangência vai desde os
factores bióticos até ao factores abióticos, não só como também tem impedido a
aderência dos empresários ou entidades privadas que pretendem instalar as suas
indústrias comerciais com vista a desenvolver o quarteirão.
Diante desta ordem de ideia, os moradores locais junto das entidades públicas e
privados têm de possuir uma mente mais consciencializada de modo a garantir de forma
urgente o assentamento populacional ordenado, cumprindo assim com as normas de
ordenamento do território.
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7.0 Sugestão
Para a área de estudo, recomenda se diversas medidas para reduzir os impactos sócios
ambientais causados pela construção desordenada, os impactos sócios ambientais pode
ser reduzidos ou minimizados através de criação de comités de gestão de espaços para
sensibilizar a comunidade do quarteirão em ter conhecimento dos impactos negativos
provenientes das construções desordenadas.
A população deve melhorar o ordenamento das habitações para minimizar os impactos
negativos, não deve ocupar os espaços de forma arbitrária, mas sim adquirir os espaços
de forma legal a partir do conselho municipal da Beira, para que no futuro não haja as
demolições e perda de espaços, melhorar na qualidade do ambiente diminuindo assim
ocupação de espaços a nível do quarteirão.
O conselho municipal deve sensibilizar a população para que não façam a construção
desordenada fazendo com que reduzam os impactos sócios ambientais negativos
derivados pela ocupação desordenada de espaço, melhorando assim o ordenamento do
quarteirão.
Para que os danos ambientais não atinjam proporções, ou seja, danos irreversíveis, é
indispensável a educação ambiental informal, dar uma consciência a comunidade sobre
os problemas ambientais, para com isso, obter a participação mais activa. A educação
informal é fundamental para a resolução destes problemas, pois vai incentivar a
população a conhecer e a fazer parte do seu meio.
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Apêndice
34
Índice
Lista de tabela.....................................................................................................................i
Lista de gráficos.................................................................................................................i
Lista de figuras...................................................................................................................i
Lista de abreviaturas..........................................................................................................ii
Declaração de honra.........................................................................................................iii
Dedicatória.......................................................................................................................iv
Agradecimentos.................................................................................................................v
Resumo.............................................................................................................................vi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
1.3 Problematização.......................................................................................................... 2
4.5 Religião..................................................................................................................... 19