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Estratégias de manejo
As principais estratégias de MIP de soja são: redução da população de pragas,
preservação das populações de inimigos naturais, incremento da diversidade no
agroecossitema, preservação e redução da suscetibilidade das plantas.
Táticas de manejo (manipulação do ambiente de cultivo)
a. Uso de cultivares de ciclo curto: essa técnica é usada para escapar da época de
maior ocorrência de percevejos dos grãos.
b. Cultivo em plantio direto: nesse sistema observa-se o aumento da diversidade
de espécies no agroecossistema, como inimigos naturais, sobretudo aqueles
presentes no solo.
c. Rotação de culturas: reduz as populações pela interrupção na disponibilidade de
alimento às pragas, pela semeadura de culturas que não sejam hospedeiras.
d. Uso de culturas armadilhas: semea-se culturas atrativas nas margens da lavoura
e no máximo 10% da área total, ao serem atraídos os insetos são eliminados com
inseticidas.
e. Época de cultivo: evitar a maior época de ocorrência das pragas
f. Densidade de semeadura: alta densidade afeta o microclima, ocasiona morte das
pragas pelo aumento na população de fungos entomopatogenicos.
g. Nutrição das plantas: adubar na dose certa, abaixo ou acima = problemas.
Controle comportamental
a. Uso de sal de cozinha: age como estimulante alimentar de percevejos
aumentando o contato entre estes e o inseticida reduzindo 50% a dose.
b. Uso de feromônios:
Resistência das plantas: antixenose: menor utilização do hospedeiro pela praga para
alimentação oviposição e abrigo; Antibiose: efeito deletério no inseto.
Controle biológico: natural (sem aplicação do homem) e aplicado (ação do homem).
IMPLANTAÇÃO DA CULTURA
a. Sistemas de semeadura: existem vários métodos para a semeadura sendo a
Semeadura direta, também conhecida como plantio direto a mais utilizada.
Consiste no estabelecimento e desenvolvimento de culturas anuais com
eliminação das operações de aração e gradagem. O solo é movimentado
apenas na linha de semeio, o controle de plantas daninhas é feito com
herbicidas específicos.
b. Época de semeadura: no Brasil existem indicações de que a soja não
apresenta maturação satisfatória nas semeaduras realizadas antes de 1º de
outubro ou posteriores a 20 de dezembro. De modo geral na região centro-
oeste recomenda-se a semeadura entre 10 de outubro e 15 de dezembro.
Obtendo-se maior produtividade de grãos e altura adequada da planta
quando o semeio é feito em novembro.
c. Espaçamento: recomenda-se espaçamento entre fileiras de 40 a 50 cm,
valores estes que permitem um ótimo fechamento da cultura promovendo
assim um ótimo controle de plantas daninhas.
d. População de plantas: utiliza-se de 240 a 260 mil plantas/ha em solos
férteis onde o semeio é realizado em novembro, já em cultivos realizados
entre outubro e novembro recomenda-se 300 mil plantas/ha ambos com 12
plantas/metro linear.
e. Quantidade das sementes: fazer exemplo manuscrito!
f. Profundidade: 2 a 3 cm em solos argilosos e 3 a 5 em solos arenosos.
COLHEITA:
O bom planejamento da colheita deve levar em consideração o teor de
umidade dos grãos de soja, sendo o ideal entre 13 e 15%. No entanto quando a
soja atinge a maturidade fisiológica, ponto de colheita ideal, com poder
germinativo, vigor e teor de matéria seca máximos, o teor de umidade varia de
30 a 65%, o que inviabiliza a colheita mecânica.
a. Perdas na colheita: as perdas na colheita de soja ocorrem antes da colheita,
devido a plataforma de colheita, a deiscência natural das vagens e a altura
de inserção da primeira vargem. A umidade dos grãos fora das condições
ideais para a colheita ocasionam prejuízos elevados, quando inferior a
12,5% os grãos ficam duros e quebradiços, e quando de 30 a 65%
inviabilizam a colheita mecânica, permanecendo no campo sob condições
desfavoráveis. A presença de plantas daninhas no momento da colheita
pode causar 62% das perdas totais, sendo que as perdas na plataforma de
corte representam 87% das perdas totais. Estas plantas podem ocasionar
perdas de 80% na colhedora no momento da colheita.
b. Dessecação: a dessecação permite a antecipação da colheita,
uniformizando e podendo vir a reduzir as perdas, diminuir impurezas e
obter grãos de melhor qualidade. A época de aplicação recomendada é nos
estádios reprodutivos R7 e R8 quando se obtêm a máxima produção. nunca
deve-se realizar aplicações de dessecantes antes da maturação fisiológica
(R7), nesse estádio a semente já cessou o acumulo de fotoassimilado, e a
planta apresenta 50% das folhas amarelas e o hilo da semente marrom. Os
dessecantes devem ser usados quando a lavoura encontra-se com plantas
daninhas verdes no momento da colheita ou quando apresenta maturação
desuniforme. Os ingredientes ativos disponíveis são Diquat e Paraquat.
c. Beneficiamento: consiste na secagem limpeza (em peneiras de separação
eliminando grãos chocos e impurezas) e armazenamento dos grãos.
d. Secagem: é realizada para que a semente atinja umidade ideal (12 a 13%)
com o objetivo de permitir colher mais cedo, a fim de minimizar os efeitos
prejudiciais das condições climáticas adversas, danos mecânicos e ataque
de fungos e insetos. A secagem pode ser natural (usando a energia do vento
e do sol) e artificial: estacionária: consiste no insuflamento de ar aquecido
por meio de um volume de sementes; intermitente: onde as sementes são
submetidas a ação de ar aquecido na câmara de secagem a intervalos
regulares de tempo.
e. Armazenamento: em sacaria: deve-se ter boa ventilação, proteção do piso
com concreto, controle de roedores, isolamento térmico, localização do
armazém de modo a facilitar a ventilação e evitar a insolação direta. A
granel reduz o custo da sacaria, permite utilização da aeração e facilita o
expurgo. As instalações inadequadas e a falta de conhecimentos técnicos
para o armazenamento geram perdas que chegam a 20%, assim deve-se
reduzir o teor de umidade das sementes para 12% e a temperatura a 15 0C.
A soja Glycine max (L.) é uma planta herbácea, anual, autógama. Possui altura que
varia de 30 cm a 2m apresentando mais ou menos ramificações. Seu desenvolvimento
completo leva de 75 dias (cultivares precoces) a 200 dias (cultivares mais tardias).
Raiz: o sistema radicular é constituído de raiz axial (pivotante) e de raízes secundarias
distribuídas em quatro ordens. Entretanto sua melhor definição é de sistema difuso
onde a raiz principal é pouco desenvolvida. Seu desenvolvimento vai da germinação a
maturação fisiológica. Seu desenvolvimento dar-se em três fases distintas:
a. Primeira fase: ocorre durante o crescimento vegetativo, onde a partir da
radícula origina-se a raiz principal que pode crescer até 5 cm por dia em
temperatura adequada. A raiz principal atinge 45 a 60 cm e começam a surgir as
1ª laterais.
b. Segunda fase: tem elevado vigor no desenvolvimento da parte aérea, e com o
inicio da floração e formação das vargens a raíz principal continua seu
crescimento podendo alcançar 75 cm de profundidade e as laterais continuam
se ramificando.
c. Terceira fase: ocorre no período entre a formação das vargens, enchimento dos
grãos e maturação fisiológica. A diminuição no crescimento da raiz principal,
porém ocorre aumento no desenvolvimento e penetração das raízes laterais.
Caule: é do tipo herbáceo, ereto, pubescente e ramificado. Desenvolve-se a partir do
eixo embrionário após o inicio da germinação. Este apresenta crescimento ortótropo,
porem pode sofrer ação do meio. Seu desenvolvimento terminal varia com as
cultivares: cultivares de crescimento determinado ou semideterminado a gema
terminal transforma-se em uma inflorescência terminal; nas cultivares de crescimento
indeterminado não há transformação da gema e o caule continua a crescer.
Folhas: a soja apresenta ao longo do seu desenvolvimento três tipos de folhas: as
cotiledonares ou embrionárias, as simples ou unifolioladas e as trifolioladas ou
compostas, as quais variam em tamanho formato e posicionamento.
Flor: são completas (possui cálice, corola, gineceu e androceu) ocorrem em racemos
terminais ou axilares. O numero de flores varia de 2 a 35 por racemo. A abertura floral
ocorre pela manhã e é influenciada pela temperatura. É de dia curto para florescer.
Fruto: origina-se de duas valvas em um carpelo simples. É do tipo vargem, achatado,
reto a pouco curvado, pubescente e deiscente. O numero de vargens por
inflorescência é de 2 a 20 e acima de 400 por planta. A vargem tem de 1 a 5 sementes.