Vous êtes sur la page 1sur 10

Antigas Obrigações da Maçonaria e o

que elas Significam


Por
Ximenes
– Posted on 12 de setembro de 2014Publicado em: Origens, Recentes, Significado

Antigas Obrigações da Maçonaria e o que elas


Significam
I. O QUE SÃO AS ANTIGAS OBRIGAÇÕES (OLD CHARGES)

Acabo de ler um artigo em um dos mais obscuros periódicos maçônicos onde um irmão
desconhecido se sai com esta observação muito familiar: “Quanto a mim, não estou
interessado nos documentos antigos mofados do passado. Quero saber o que está
acontecendo hoje. “O contexto deixa claro que ele tinha em mente as Antigas
Obrigações. Uma resposta suficiente a este ignorante é que as Antigas Obrigações estão
entre as coisas que estão “acontecendo hoje.” Eliminando-as da Maçonaria, como ela
funciona hoje e nenhuma loja subordinada, ou Grande Loja, ou qualquer outro corpo
maçônico regular poderia absolutamente operar; elas são o que a Constituição deste país
é para o Governo dos Estados Unidos, e que seus estatutos são para cada estado da
União. Todas as nossas constituições, estatutos, leis, normas, leis e regulamentos, de
uma forma ou de outra se referem às Antigas Obrigações, e sem elas a jurisprudência
maçônica, ou os métodos de governo e regulação dos assuntos jurídicos da Maçonaria,
estariam pendurado, suspensos no ar. Na medida em que líderes maçônicos, Grão-
Mestres, Veneráveis e Comissões de Jurisprudência ignoram ou esquecem, ou não
compreendem estes estatutos maçônicos, eles cometem loucuras, e levam a Maçonaria a
todos os tipos de empreendimentos selvagens e não maçônicos. Se algum mago pudesse
conceber um método pelo qual uma concepção clara das Antigas Obrigações e o que
elas representam pudesse ser instalada na cabeça de cada maçom ativo na terra, ele
salvaria todos nós de momentos de constrangimento e livraria as Grandes Lojas e outros
organismos dos Altos corpos das despesas desnecessárias de centenas de milhares de
dólares a cada ano. Se existe uma necessidade prática, uma necessidade básica na
Maçonaria hoje, é uma compreensão geral lúcida das Antigas Constituições e landmarks
de nossa Ordem.

Entende-se por Antigas Obrigações (Old Charges) os documentos antigos que chegaram
até nós a partir do século XIV e, posteriormente, nos quais são incorporadas à história
tradicional, as lendas e as regras e regulamentos da Maçonaria. Eles são chamados de
diversas formas “Antigos Manuscritos”, “Antigas Constituições”, “Lendas da Ordem”,
“Manuscritos Góticos”, “Antigos Registros”, etc., etc. Na composição física destes
documentos são encontrados, às vezes, em forma de papel manuscrito ou rolos de
pergaminho, cujas unidades são costuradas ou coladas, folhas escritas costuradas em
forma de livro, e na forma impressa familiar de um livro moderno. Às vezes, elas se
encontram incorporadas ao livro de atas de uma loja. Eles variam em data estimada, de
1390 até o primeiro quarto do século XVIII, e alguns deles são exemplares em bonita
escrita gótica. O maior número deles está sob a guarda do Museu Britânico; a biblioteca
maçônica de West Yorkshire, Inglaterra, tem em custódia o segundo maior número.

Como já foi dito,


essas Antigas obrigações (Old Charges – como é o nome mais familiar) formam a base
das constituições maçônicas modernas e, portanto, da jurisprudência. Elas estabelecem a
continuidade da instituição maçônica por um período de mais de cinco séculos e, por
implicação muito mais tempo e, ao mesmo tempo, e em sinal da mesma importância,
prova a grande antiguidade da Maçonaria por documentos escritos, que é uma coisa que
nenhuma outra ordem existente atualmente pode fazer. Esses manuscritos são
tradicionais e lendários em forma e, portanto, não devem ser lidos como são as histórias,
no entanto, um estudo cuidadoso e crítico deles baseado em provas internas lança mais
luz sobre os primeiros tempos da Maçonaria do que qualquer outra fonte. Acredita-se
que as Antigas Obrigações eram utilizadas na iniciação de um maçom nos tempos
operativos; que eles serviram como constituições de lojas, em muitos casos, e às vezes
funcionavam como o que hoje chamamos de carta constitutiva.

O estudo sistemático desses manuscritos começou em meados do século passado, altura


em que a existência de apenas alguns entre eles era conhecida. Em 1872, William James
Hughan listava 32. Em grande parte devido aos seus esforços, muitos outros foram
descobertos, de modo que, em 1889, Gould pode listar 62, e o próprio Hughan em 1895,
tabulou 66 cópiasmanuscritas, 9 versões impressas e 11 versões perdidas. Esse número
foi tão muito mais aumentado nos últimos anos que em “Ars Quatuor Coronatorum”,
Volume XXXI, página 40 (1918), o irmão Roderick H. Baxter, hoje Venerável Mestre
da Loja Quatuor Coronati, listava 98, número que incluía as versões conhecidas como
perdidas. A lista do Irmão Baxter é peculiarmente valiosa na medida em que ela oferece
dados a respeito de quando e onde esses manuscritos foram reproduzidos.

Por uma questão de ser mais capaz de comparar uma cópia à outra, o Dr. W. Begemann
classificava todas as versões em quatro “famílias” gerais: A Família Grande Loja, a
família Sloane, a família Roberts, e a família Spencer. Estes grupos de famílias, ele
subdividia em ramos, e acreditava que a família Spencer era um desdobramento da
Família Grande Loja e a Família Roberts um ramo da família Sloane. Desta forma geral
de agrupamento, o médico erudito foi seguido por Hughan, Gould e seus colegas, e sua
classificação ainda se mantém em geral; tentativas têm sido feitas nos últimos anos para
alterá-la, mas sem muito sucesso. Um dos melhores gráficos, com base em Begemann, é
aquele feito pelo irmão Lionel Vibert, uma cópia do qual será publicada numa edição
futura do THE BUILDER.

A primeira referência impressa conhecida dessas Antigas Obrigações foi feita pelo Dr.
Robert Plot, em sua História Natural de Staffordshire publicada em 1868. O Dr. A.F.A.
Woodford e William James Hughan foram os primeiros a realizar um estudo científico.
As Antigas Obrigações de Hughan é até hoje o trabalho-padrão em Inglês. O capítulo de
Gould em sua História da Maçonaria provavelmente seria classificado em segundo lugar
em valor, enquanto que os volumosos escritos do Dr. Begemann, com que ele
contribuiu para o Zirkelcorrespondez, órgão oficial da Grande Loja Nacional da
Alemanha, se eles tivessem sido traduzidos para inglês, nos dariam o tratamento mais
exaustivo do assunto jamais escrito.

As Antigas Obrigações são peculiarmente Inglesas. Nenhum desses documentos jamais


foi encontrado na Irlanda. Sabe-se que os manuscritos escoceses têm origem Inglesa.
Findel e outros escritores alemães sustentaram certa vez que a versão em Inglês, em
última análise, derivava-se de fontes alemãs, mas isso foi desmentido. O único ponto
conhecido de semelhança entre as Antigas Obrigações e tais documentos alemães, como
as Portarias Torgau e as Constituições de Colônia é a Lenda dos Quatro Mártires
Coroados, e essa lenda é encontrada entre as versões em Inglês apenas no Manuscrito
Regius. Como bem diz Gould, o MSS britânico “não têm antecessores, nem rivais”; eles
são as coisas mais ricas e raras em todo o campo de escritos maçônicos.

Quando as Antigas Obrigações são colocadas lado a lado, vê-se imediatamente que na
sua narração da história tradicional da Ordem, elas variam de um grande número de
detalhes; no entanto, elas parecem ter derivado de alguma origem comum, e em geral
elas contam a mesma história, que é tão interessante como a história de fadas de Grimm.
Será que o original da narração tradicional veio de algum indivíduo ou nasceu de uma
tradição flutuante, como os contos folclóricos dos povos antigos? As autoridades
divergem muito neste ponto. Begemann não só declarou que a primeira versão da
história originou-se de um indivíduo, mas até mesmo definiu o que ele considera serem
as fontes literárias utilizadas por esse Grande Desconhecido. Os argumentos do doutor
são poderosos. Por outro lado, outros afirmam que a história começou como uma vaga
tradição oral geral, e que com o passar do tempo foi reduzida a texto escrito. Em todo
caso, por que a história foi escrita? Com toda probabilidade, uma resposta a essa
pergunta nunca será direta, mas W. Harry Rylands e outros eram de opinião que
asprimeiras versões escritas foram feitas em resposta a um Writ for Return emitido em
1388. As palavras de Rylands podem ser citadas: “Parece-me não de todo improvável
que muito, se não tudo da lendária história foi composto em resposta à Petição para
Devolução emitida para as corporações em todo o país, no ano duodécimo de Ricardo
II, 1388 d.C.”. (A.Q.C. XVL página 1).

II. OS DOIS MANUSCRITOS MAIS ANTIGOS

Em 1757, o Rei George II apresentou ao Museu Britânico, uma coleção de cerca de


12.000 volumes, o núcleo da qual tinha sido organizado pelo rei Henrique VII e que
veio a ser conhecida como a Biblioteca Real. Entre esses livros estava um manuscrito
raramente belo escrito à mão em 64 páginas de pergaminho, com cerca de quatro por
cinco polegadas, que um catalogador, David Casley, registrou como n º 17 A-1, sob o
título: “Um poema de Deveres Morais: aqui intitulado Constitutiones Artis Geometrie
Secundem”. Somente até que o Sr. J.O. Halliwell, F.R.S. (depois Halliwell-Phillipps),
um não maçom, teve a chance de fazer a descoberta de que o manuscrito era conhecido
como um documento maçônico. O Sr. Phillipps leu um artigo sobre o manuscrito diante
da Sociedade de Antiquários, em 1839, e no ano seguinte publicou um volume
intitulado História Antiga da Maçonaria na Inglaterra (ampliada e revisada em 1844),
em que ele incorporava uma transcrição do documento, juntamente com algumas
páginas em fac-símile. Este importante trabalho pode ser encontrado incorporado à
conhecida Biblioteca Maçônica Universal, as rústicas encadernações em pele de
carneiro enferrujadas que chamam a atenção em quase todas as prateleiras de livros
maçônicos. Este manuscrito ficou conhecido como “O Halliwell”, ou como “Halliwell
Phillipps” até cerca de cinquenta anos atrás, até que Gould o rebatizasse, em honra à
Biblioteca Real, em que se encontra, como “Regius”, e desde então este tem sido o
apelido mais familiar.

Poema Regius

David Casley, um estudioso especializado em velhos manuscritos, datou o “Regius”


como originário do século XIV. EA Bond, outro perito, o datou como de meados do
século XV. O Dr. Kloss, especialista alemão, colocou-o entre 1427 e 1445. Mas, a
maioria concordou com 1390 como a data mais provável. “É impossível chegar a uma
certeza absoluta quanto a este ponto”, diz Hughan, cujas Antigas Obrigações deveriam
ser consultadas,” exceto que ele provavelmente não é mais velho do que 1390, mas pode
ser de uns vinte anos ou mais tarde”. O Dr. W. Begemann realizou um estudo do
documento que nunca foi igualado quanto ao rigor, e chegou a uma conclusão que pode
ser expressa em suas próprias palavras: ele foi escrito “por volta do final do século 14,
ou pelo menos no início do século 15 (não em Gloucester em si, por ser muito ao sul) no
norte de Gloucestershire, ou vizinhos ao norte de Herefordshire, ou possivelmente até
mesmo ao sul de Worcestershire. “(A.Q.C. VII, página 35).

Em 1889, um fac-símile exato deste famoso manuscrito foi publicado no Volume I do


Antigrapha produzido pela Loja de Pesquisa Quatuor Coronati, e foi editado pelo então
secretário daquela loja, George William Speth, ele próprio uma autoridade brilhante,
que forneceu um glossário indispensável para o estudante amador. Junto com ele foi
publicado um comentário de R.F. Gould, um dos mais importantes entre todos os seus
trabalhos maçônicos, embora seja irritante por suas divagações e falta geral de
conclusividade.
O Manuscrito Regius é a única entre todas as versões a ser escrita em métrica, e podem
ter sido compostos por um padre, a julgar por algumas evidências internas, embora a
questão seja controvertida. Há cerca de 800 linhas do poema, a parte estritamente
maçônica chegando ao final na linha 576, depois da qual começa o que Hughan chama
de um “sermão” sobre deveres morais, no qual existe uma grande veia católica romana,
com referências aos “sete pecados”, “a doce senhora” (referindo-se à Virgem) e à água
benta. Não há tal Mariolatria específica em qualquer outra versão das Antigas
Obrigações, embora a grande maioria delas expresse lealdade à “Santa Igreja” e todos
eles, até mesmo a versão familiar de Anderson, sejam especificamente cristãos, até onde
a religião esteja em causa.

O autor fornece uma lista de quinze “pontos” e quinze “artigos”, que são instruções
bastante específicas sobre o comportamento de um artesão: esta parte é considerada por
muitos como tendo sido as obrigações de um iniciado, utilizada no tempo do autor e,
por isso, considerada a característica mais importante do livro como nos fornecendo um
retrato da regulamentação da Ordem nessa época remota. A Ordem é descrita como
tendo surgido como uma fraternidade organizada na “época do Rei Adelstoune”, mas
nisso o autor se contradiz, pois ele se refere às coisas “escritas em livros antigos”
(modernizei a ortografia das citações) e tem por certo a antiguidade da Maçonaria, que,
como em todas as Antigas Obrigações, é sinônimo de Geometria, naqueles dias uma
coisa muito diferente da ciência abstrata sobre a qual trabalhamos em nossos dias de
escola.

O Poema Regius é, evidentemente, um livro sobre a Maçonaria, ao invés de um


documento da Maçonaria, e pode muito bem ter sido escrito por um não maçom,
embora não exista uma maneira em que possamos verificar essas teorias, especialmente
vendo que nada sabemos sobre o documento, exceto que ele tem a nos dizer sobre si
mesmo, que é muito pouco.

Em seu comentário sobre a Manuscrito. Regius, R.F. Gould produziu um parágrafo que
desde então tem servido como o pivô de um grande debate. Ele diz o seguinte e se refere
ao “sermão”, a parte que trata de “deveres morais”: “Essas regras de decoro são lidas de
maneira muito curiosa na época atual, mas a sua inaplicabilidade ao caso dos Maçons
trabalhadores do século catorze ou quinze é imediatamente evidente. Eles se destinavam
aos senhores daquela época, e as instruções de comportamento na presença de um
senhor – à mesa e em companhia de senhoras – que estava igualmente fora de lugar em
um código de boas maneiras elaboradas para o uso de uma Guilda ou Ordem de
Artesãos”.

O ponto disso é que deve ter existido entre os artesãos da época certo número de
homens que não estava envolvido com o trabalho e, portanto, eram, como agora os
descreveríamos, “especulativos”. Isso seria de imensa importância, se Gould tivesse
defendido seu argumento, mas que ele não foi capaz de fazê-lo. As maiores mentes do
período em questão dedicavam-se à arquitetura, e não há nenhuma razão para não se
acreditar que entre os artesãos existissem membros de boas famílias. Além disso, a
Ordem estava em contato com o clero todo o tempo e, portanto, muitos de seus
membros podem muito bem ter precisado de regras para a preservação do decoro em
grandes casas e entre os membros das classes superiores. Desde Woodford até o
presente momento, a grande maioria dos estudiosos maçons acreditou que as Antigas
Obrigações foram utilizadas por uma ordem estritamente operativa, e é evidente que
eles vão continuar a fazê-lo até que evidências mais conclusivas em contrário sejam
mais diretas do que supunha Gould.

Depois do Regius, o manuscrito mais antigo é aquele conhecido como Cooke.

Manuscrito Cooke

Ele foi publicado por R. Spencer, Londres, em 1861 e foi editado por Mr. Matthew
Cooke, daí o seu nome. No catálogo do Museu Britânico ele é listado como
“Manuscrito adicional 23,198”, e foi datado por Hughan em 1450 ou por aí, uma
estimativa com a qual a maioria dos especialistas concordou. O Dr. Begemann
acreditava que o documento tivesse sido “compilado e escrito na parte sudeste da região
das Midlands Ocidentais, por exemplo, em Gloucestershire e Oxfordshire,
possivelmente, também no sudeste de Worcestershire e Warwickshire. O ‘Livro de
Obrigações’, que constitui a segunda parte do documento é, certamente, do século XIV;
a parte histórica, ou primeiro parte, muito provavelmente do início do século XV.
“(A.Q.C. IX, página 18).

O Manuscrito Cooke esteve certamente nas mãos do Sr. George Payne, quando de seu
segundo mandato como Grão-Mestre, em 1720, ele compilou os “Regulamentos
Gerais”, e que Anderson incluiu em sua própria versão das “Constituições” publicada
em 1723. O próprio Anderson, evidentemente, utilizou as linhas 901-960 do
Manuscrito.

A Loja Quatuor Coronati republicou o Cooke em fac-símile no vol. II da sua Antigrapha


em 1890, e incluiu um ali um comentário de George William Speth que é, em minha
opinião amadora, uma peça ainda mais brilhante que o Comentário de Gould sobre o
Regius. Algumas das conclusões de Speth são de valor permanente. Parafraseando suas
descobertas com minhas próprias palavras:

O Manuscrito é uma transcrição de um documento ainda mais antigo e foi escrito por
um maçom. Havia diversas versões das Obrigações de um maçom em circulação na
época. A Manuscrito está em duas partes; a primeira delas é uma tentativa de se fazer
história da Arte, a último é uma versão das Obrigações. Desta parte, Speth escreve que é
“de longe a versão mais antiga e mais pura das ‘Antigas Obrigações’ que possuímos. “O
Manuscrito menciona nove “artigos”, e estes, evidentemente, eram obrigação legal na
época, e nove pontos não eram provavelmente juridicamente vinculantes, mas o eram
moralmente. “Congregações” de maçons foram realizadas aqui e ali, mas nenhuma
“Assembleia Geral” (ou “Grande Loja”); Grão-Mestres existiam de fato, mas não em
nome e somente presidiam uma reunião de uma congregação. “Muitos de nossos
costumes atuais podem ser rastreados em sua forma original até este artigo.”

III. AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON E OUTRAS VERSÕES


IMPRESSAS

Uma das mais importantes de todas as versões das Antigas Obrigações não é,
absolutamente, um original antigo, mas uma edição impressa emitida em 1722, e
conhecida como Roberts, embora se acredite ser uma cópia de um documento antigo.
Sobre ela, escreve WJ Hughan: “A única cópia conhecida foi comprado por mim na
venda de obras maçônicas pelo Irmão Spencer, etc. (Londres, 1875), por £8 10s, em
nome do falecido irmão R.F. Bower, e está agora na magnífica biblioteca da Grande
Loja de Iowa, nos EUA.“ Este pequeno volume é, sem dúvida, a mais valiosa
propriedade literária maçônica na América, e foi publicada como fac-símile exato pela
Sociedade Maçônica Nacional de Pesquisa, com uma introdução eloquente pelo Dr.
Joseph Fort Newton, em 1916. O reverendo Edmund Coxe editou uma famosa
reimpressão em 1871. Ela é uma versão que merece estudo mais cuidadoso por parte do
aluno maçom, porque ela teve uma influência decisiva sobre a literatura e a
jurisprudência da Ordem, após a sua aparição inicial. Ela apareceu em um dos períodos
mais interessantes e importantes da Maçonaria especulativa moderna, ou seja, nos anos
entre a organização da primeira Grande Loja em 1717 e o surgimento da Constituição
de Anderson em 1723. É a primeira versão impressa das Antigas Obrigações a existir.

Outra versão impressa conhecida é a que foi publicada em 1724 e conhecida como
Briscoe.

Esta foi a segunda publicação do gênero. A terceira versão impressa foi publicada em
1728-9 por Benjamin Cole, e conhecida como a Edição Cole. Esta versão é considerada
uma joia literária em que o corpo principal do texto é todo gravado no mais belo estilo.
Uma edição especial deste livro foi feita em Leeds, em 1897, cujo valor foi realçado por
uma das famosas apresentações de WJ Hughan. Para nossos propósitos modernos e
práticos, a mais importante de todas as versões jamais feitas foi aquela compilada pelo
Dr. James Anderson em 1723 e conhecida em todos os lugares familiarmente como
“Constituição de Anderson.” A segunda edição apareceu, muito alterada e ampliada em
1738; um terço por John Entick em 1756, e assim por diante algumas vezes; até 1888,
vinte e duas edições tinham sido publicadas. O Reverendo A.F.A. Woodford,
colaborador de Hughan editou uma edição de O Livro Constituição de 1723 como
Volume I da Biblioteca Arqueológica Maçônica de Kenning, com data de 1878. Esta é
uma reprodução correta e detalhada do livro exatamente como Anderson a publicou pela
primeira vez, e é importante nesse sentido.

Página-título de Anderson é uma leitura interessante:“

A CONSTITUIÇÃO, História, Leis, Obrigações, Ordens, Regulamentos e Usos da


Venerável e Direita FRATERNIDADE de MAÇONS LIVRES E ACEITOS; coletados
a partir de seus REGISTROS gerais, e as suas fiéis TRADIÇÕES de muitas Eras. Para
ser lida na Admissão de um NOVO IRMÃO, quando o Mestre ou Vigilante iniciará, ou
pedirá a algum outro Irmão que leia o seguinte, etc. “Após a palavra” seguinte “própria
versão de Anderson da história maçônica começa com esta afirmação surpreendente:

“Adão, nosso primeiro Pai, criado à imagem de Deus, o Grande Arquiteto do Universo,
deve ter tido as Ciências Liberais, particularmente a Geometria, inscritas em seu
Coração, etc.”.

Assim fez o Dr. Anderson ao lançar sua narrativa agora três vezes familiar da história da
Maçonaria, uma narrativa que, salvo nas mãos do mais experiente antiquário maçônico,
produz qualquer fato histórico confiável, mas que, devido ao prestígio de seu autor, veio
a ser aceita por gerações como uma história de boa-fé da Ordem. Muitos anos ainda
passarão até que os maçons em geral aprendam que a “história” do Dr. Anderson
pertence ao reino da fantasia em sua maior parte, e nunca foi aceita como qualquer outra
coisa por quem tem algum conhecimento.
Os fatos apurados sobre a própria história particular do Dr. Anderson incluem um
registro quase tão breve quanto os breves e simples anais dos pobres. O Irmão J.T.
Thorp, um dos mais destacados veteranos entre os estudiosos ingleses maçônicos vivos
deu-nos um excelente resumo. (A.Q.C. VII, página 9). “Sobre este distinto Irmão
sabemos muito pouco. Acredita-se que ele tenha nascido, educado e iniciado na
Escócia, posteriormente estabelecendo-se em Londres como ministro presbiteriano. Ele
é mencionado pela primeira vez nos Procedimentos da Grande Loja de Inglaterra em 29
de setembro de 1721, quando foi nomeado para revisar as antigas Constituições Góticas
– esta revisão foi aprovada pela Grande Loja de Inglaterra em 29 de setembro de 1723,
ano em que Anderson era Segundo Grande Vigilante sob o Duque de Wharton – ele
publicou uma segunda edição do Livro das Constituições em 1738, e morreu em 1739.
Isto é tudo o que se sabe dele”.

Em sua edição de1738, Anderson tornou tão ilegível a sua narração da fundação da
Grande Loja, e contradisse sua própria história anterior de tal forma, que R.F. Gould
estava inclinado a crer que ele tinha se tornado descontente e cheios de melancolia, ou
então suas faculdades mentais estavam deterioradas. Seja o que for, as páginas
históricas Anderson devem ser lidos com extrema cautela. Sua própria Constituição, ou
a parte que trata dos princípios e regulamentos da Ordem é, certamente, uma
compilação feita de extratos de outras versões das Antigas Obrigações bastante
misturadas com suas próprias ideias sobre as premissas, e de tal forma em desacordo
com os costumes anteriores que sua adoção oficial teria causado muita discórdia entre
as lojas, e pode ter tido algo a ver com a ruptura que, finalmente, levou à formação da
Grande Loja dos “Antigos” de 1751 ou por volta desta época.

O “Anderson” deste último corpo, que com o tempo tornou-se poderoso, foi Laurence
Dermott, um irlandês genial, que, como Grande Secretário era o líder das “Antigas”
forças por muitos anos, e que escreveu para o corpo a sua própria Constituição,
chamada Ahiman Rezon, título enigmático que se acreditava por alguns significar
“Digno Irmão Secretário. “A primeira edição desta versão importante foi preparada em
1756, uma segunda em 1764, e assim por diante até 1813, quando uma oitava foi
publicada. Uma coleção muito completa de todas as edições está na Biblioteca
Maçônica na Filadélfia. Algumas de nossas Grandes Lojas, Pensilvânia entre elas,
continuam a chamar seu Livro das Constituições, de Ahiman Rezon.

Constituição Ahiman Rezon


O próprio Anderson ainda está na
prateleira da crítica. Irmãos cultos estão verificando suas afirmações (ver artigo do
Irmão Vibert no THE BUILDER de agosto), peneirando suas páginas e não deixando
pedra sobre pedra, a fim de avaliar corretamente suas contribuições para a história
maçônica. Mas não há tanta discórdia sobre a Constituição. Naquele documento, que
não satisfez muitos quando de sua aparição, Anderson, como bem disse o irmão Lionel
Vibert, “construiu o melhor que pode”, porque ele produziu um documento que até hoje
serve como base de quase todas as Constituições de Grandes Lojas com jurisdição sobre
a Maçonaria Simbólica, e de uma vez por todas para toda a Maçonaria Especulativa em
uma base separada, e sem caráter sectário, tanto da religião quanto da política. Por todos
os seus defeitos como historiador (e estes falhas eram tanto de sua idade quanto suas
próprias deficiências), Anderson é uma grande figura em nossos anais, e merece um
estudo cuidadoso e reverente na mão de cada estudante.

IV. CONCLUSÃO

Ao concluir este esboço muito breve e inconclusivo de um grande assunto, volto à


minha primeira afirmação. Em todo o círculo de estudos maçônicos não há, para nós,
americanos, de qualquer modo, qualquer assunto de tamanha importância quanto este
das Antigas Obrigações, especialmente na medida em que elas têm a ver com nossas
Constituições e Regulamentos, e isso é realmente muito. Muitas falsas concepções da
Maçonaria podem ser diretamente relacionadas com uma má interpretação inculta ou
intencional das Antigas Obrigações, o que eles são, o que significam para nós, e qual
seja sua autoridade. Neste país, a jurisprudência é um problema de suprema
importância, e de certa forma não muito bem compreendida por nossos irmãos em
outras partes, que muitas vezes eu me pergunto por que deveríamos ser tão obcecados
com ela. Temos quarenta e nove Grandes Lojas, cada uma das quais é soberana em seu
próprio estado, e todas devem manter relações fraternas com dezenas de Grandes
Corpos estrangeiros, assim com umas com as outras. Estas Grandes Lojas se reúnem a
cada ano para legislar sobre a Ordem e, portanto, na verdadeira natureza das coisas, a
organização e governo da Ordem é para nós americanos uma coisa muito mais
complicada e importante do que ela pode ser em outros países. Saber o que são as
Antigas Obrigações, e entender a lei e a prática constitucional Maçônica é para os
nossos líderes e legisladores uma necessidade primordial.

(Nota: – Um estudo sobre a questão Comacine deveria ter sido publicado no Clube de
Estudos deste mês, mas fui impedido de escrevê-lo por uma doença bastante
prolongada, e, portanto, substitui pelo presente artigo, já preparado. Espero incluir o
trabalho sobre os Comacine no próximo mês ou no mês seguinte. Peço aos meus leitores
me comuniquem todos os erros detectados, a fim de que os mesmos possam ser
corrigidos antes que este artigo saia em forma de livro. Também lamento o fato de que
não pudéssemos ter sido capazes de incorporar no presente número o Gráfico das
Antigas Obrigações do irmão Lionel Vibert; este aparecerá em uma futura edição em
forma de duas páginas, valioso para referência e para enquadramento. Tenho que
agradecer aos Irmãos Vibert e R.I. Clegg pela apreciação crítica do presente capítulo.
(H. L. H.).

LIVROS CONSULTADOS NA PREPARAÇÃO DESTE ARTIGO

Gould’s History of Freemasonry, Vol. 1, começando na página 56; A.Q.C., I, 127;


A.Q.C., I, 147; A.Q.C., I, 152; A.Q.C., IV, 73; A.Q.C., IV, 83; A.Q.C., IV, 171; A.Q.C.,
V, 37; A.Q.C., IV, 201; A.Q.C, IV, 36,198; A.Q.C., VII, 119; A.Q.C., VIII, 224;
Hughan, Old Charges; A.Q.C., IX, 18; A.Q.C., IX, 85; A.Q.C., XI, 205; A.Q.C., XIV,
153; A.Q.C., XVI, 4; A.Q.C., XVIII, 16; A.Q.C., XX, 249; A.Q.C., XXI, 161, 211;
A.Q.C., XXVIII, 189; Gould’s Concise History, capítulo V; Gould, Collected Essays, 3;
Stillson, History of Freemasonry and Concordant Orders, 157; A.Q.C., XXXIII, 5; The
Masonic Review, Vol. XIII, 297; Edward Conder, Records of the Hole Craft and
Fellowship of Masons; Vibert, Story of the Craft; Vibert, Freemasonry Before the Era
of Grand Lodge; Findel, History of Freemasonry; Hughan, Cole’s Constitutions; Fort,
Early History and Antiquities of Freemasonry; Pierson, Traditions, Origin and Early
History of Freemasonry; Hughan, Ancient Masonic Rolls: Waite, New Encyclopedia of
Freemasonry; Clegg, Mackey’s Revised History; Ward, Freemasonry and the Ancient
Gods: A.Q.C., Antigapha, todos os volumes.

REFERÊNCIAS SUPLEMENTARES
Mackey’s Encyclopedia (Revised Edition): Ahiman Rezon, 37; Antients, 55; Ars
Quatuor Coronatorum, 80; Arts, 80; Benjamin Cole, 157; Charges of 1722, 143;
Congregations, 174; Cooke’s Manuscript, 178; Dr. James Anderson, 57; Dr.Robert Plot,
570; Four Crowned Martyrs, 272; George B.F. Kloss, 383; Gothic Constitutions, 304;
Halliwel l Manuscript, 316; John Entick, 246; Laurence Dermott, 206; Legend, 433;
Legend of the Craft, 434; Old Charges, 143; Old Manuscripts, 464; Old Records, 612;
Old Regulations, 527; Operative Masonry, 532; Parts, 544; Plot Manuscript, 569;
Points, 572; Regius Manuscript, 616; Roberts’ Manuscript, 627; Speculative Masonry,
704.

AS ANTIGAS OBRIGAÇÕES DA MAÇONARIA E O QUE ELAS SIGNIFICAM


PARA NÓS – CAPÍTULOS DE HISTÓRIAS MAÇÔNICAS – PARTE V

PARTE V – AS ANTIGAS OBRIGAÇÕES DA MAÇONARIA E O QUE ELAS


SIGNIFICAM PARA NÓS

Por Ir.´. H.L. HAYWOOD, Editor – The Builder Magazine


Tradução – José Antonio de Souza Filardo – M .´. I .´. – GOB/GOSP

Vous aimerez peut-être aussi