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Edição 2 - 2008
Formação
Graduado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1969.
Mestre em Engenharia em 1978, pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, com os créditos
obtidos em 1974 através do Power Technology Course do P.T.I – em Schenectady, USA. Estágio
em Sistemas Digitais de Supervisão, Controle e Proteção em 1997, na Toshiba Co. e EPDC –
Electric Power Development Co. de Tokyo – Japão.
Engenharia Elétrica
Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1970 a 1997, com
atividades de operação e manutenção nas áreas de Proteção de Sistemas Elétricos, Supervisão e
Automação de Subestações, Supervisão e Controle de Centros de Operação e Medição de
Controle e Faturamento. Participou de atividades de grupos de trabalho do ex GCOI, na área de
proteção, com ênfase em análise de perturbações e metodologias estatísticas de avaliação de
desempenho.
Atualmente é consultor e sócio da Virtus Consultoria e Serviços Ltda. em São Paulo – SP. A Virtus
tem como clientes empresas concessionárias de serviços de energia elétrica, empresas projetistas
na área de Transmissão de Energia, fabricantes e fornecedores de sistemas de proteção, controle
e supervisão, Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo e Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Área Acadêmica
Foi professor na Escola de Engenharia e na Faculdade de Tecnologia da Universidade
Presbiteriana Mackenzie no período de 1972 a 1987. É colaborador na área de educação
continuada da mesma universidade, de 1972 até a presente data.
Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1976 a 1998 e da
CTEEP – Transmissão Paulista de 1998 a 2001.
Foi engenheiro consultor e associado da Virtus Consultoria e Serviços Ltda. em São Paulo – SP
de 2001 a 2008. Atualmente está com a TBE – Transmissoras Brasileiras de Energia.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 5
1.1 SINAIS PARA REPRESENTAÇÃO DE CORRENTES / TENSÕES NOMINAIS E RELAÇÕES
NOMINAIS .................................................................................................................................................................... 5
1.1.1 Exemplos para TC´s ...................................................................................................................................... 5
1.1.2 Exemplos para TP´s: ..................................................................................................................................... 6
1.2 ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS ............................................................ 7
1.3 NORMAS TÉCNICAS ...................................................................................................................................... 8
1.3.1 ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)..................................................................................... 8
1.3.2 IEC (International Electro technical Commission) ....................................................................................... 8
1.3.3 ANSI (American National Standards Institute) ............................................................................................. 8
1.3.4 VDE (Verband Deutscher Elektrotechniker) ................................................................................................ 8
2. TRANSFORMADORES DE CORRENTE............................................................................................................ 9
2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 9
2.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E POLARIDADE DE UM TC ....................................................................... 9
2.3 RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO DO TC ............................................................................................... 10
2.4 CIRCUITO EQUIVALENTE DO TC ............................................................................................................. 11
2.5 CARACTERIZAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE CORRENTE ....................................................... 12
2.5.1 Carga Nominal. ........................................................................................................................................... 12
2.5.2 Classe de Exatidão Nominal. ...................................................................................................................... 13
2.5.3 Fator de Sobrecorrente do TC. ................................................................................................................... 13
2.5.4 Fator Térmico Nominal............................................................................................................................... 14
2.5.5 Corrente Térmica Nominal. ........................................................................................................................ 14
2.5.6 Corrente Dinâmica Nominal. ...................................................................................................................... 15
2.6 TRANSFORMADORES DE CORRENTE PARA SERVIÇO DE MEDIÇÃO. ............................................. 15
2.7 TRANSFORMADOR DE CORRENTE PARA SERVIÇO DE PROTEÇÃO................................................. 16
2.7.1 Classe A....................................................................................................................................................... 16
2.7.2 Classe B....................................................................................................................................................... 17
2.7.3 Classe de Exatidão segundo ANSI .............................................................................................................. 18
2.7.4 Classe de Exatidão segundo ABNT ............................................................................................................. 20
2.7.5 Classe de Exatidão Equivalente em ANSI e ABNT ..................................................................................... 22
2.8 EXEMPLOS DE BURDEN ............................................................................................................................. 23
2.9 TABELA COMPARATIVA DE CARGA (“BURDEN”) SEGUNDO NORMAS .......................................... 25
2.10 TABELA COMPARATIVA DE CLASSE EXATIDÃO SEGUNDO ANSI E IEC PARA PROTEÇÃO ....... 25
2.11 DEFINIÇÃO DE JOELHO (KNEE POINT) DA CURVA DE MAGNETIZAÇÃO DO NÚCLEO DO TC ... 26
2.12 BURDEN NOMINAL ..................................................................................................................................... 26
3. REQUISITOS DE TC’S PARA PROTEÇÃO CONSIDERADOS POR NORMA OU ALGUNS
FABRICANTES DE RELÉS ......................................................................................................................................... 27
3.1 REQUISITO GENÉRICO CONSIDERANDO SATURAÇÃO DE TC COM CORRENTE ASSIMÉTRICA ............................ 27
3.2 APLICAÇÃO EM PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE ALTA IMPEDÂNCIA ..................................................................... 29
3.3 APLICAÇÃO PARA USO COM RELÉS COM DETECÇÃO DE SATURAÇÃO DE TC .................................................... 30
3.4 REQUISITOS DE ACORDO COM A CARACTERÍSTICA DE REMANÊNCIA DO TC .................................................... 31
4. TRANSFORMADORES DE POTENCIAL ........................................................................................................ 34
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 34
4.2 CARACTERIZAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE POTENCIAL ...................................................... 34
4.2.1 Carga Nominal. ........................................................................................................................................... 35
4.2.2 Classe de Exatidão. ..................................................................................................................................... 36
4.2.3 Fator de Sobretensão. ................................................................................................................................. 37
4.2.4 Potência Térmica Nominal.......................................................................................................................... 38
7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................... 51
Sinal Função
20 : 1
100 - 5 A
20 : 1 - 1
100 - 5 - 5 A
20 x 40 : 1
100 x 200 - 5 A
20 / 40 : 1
100 / 200 - 5 A
20 : 1 e 60 : 1
100 - 5 A e 300 - 5 A
f) TC de três núcleos, com um único enrolamento primário para conexão em série, série-
paralela e paralela, com dois enrolamentos secundários, contendo uma derivação cada
e um secundário sem derivação:
5 / 20 x 10 / 40 x 20 / 80 : 1-1 e 10 x 20 x 40 : 1
5 / 20 / 10 / 40 / 20 / 80 : 1-1 e 10 / 20 / 40 : 1
120 : 1
13800 - 115 V
60 / 70 : 1
60 x 120 : 1
60 / 70 - 60 / 70 / 100 / 120 : 1
f) TPI com enrolamento primário para religação série ou paralelo e dois enrolamentos
secundários, sendo um com derivação:
35 x 70 - 35 / 60 x 70 / 120 : 1
120 - 210 : 1
Para que um Transformador para Instrumentos opere corretamente e sem se danificar, tanto
em condições normais quanto no caso de faltas, é necessário que:
- Seja dimensionado para suportar todo tipo de solicitação (térmica, dinâmica ou dielétrica)
que o sistema possa lhe impor;
- Seja projetado, construído e testado de tal modo a assegurar por muitos anos, as
características especificadas.
Para os transformadores para instrumentos, temos tanto normas brasileiras (ABNT) como
internacionais (ANSI, IEC, VDE, etc.).
2.1 INTRODUÇÃO
NÚCLEO DO TC
I primária
CONDUTOR
Enrolamento
I secundária Cabos
Secundários
I2 S1 S2
k l
I2
Norma ANSI Norma IEC Norma VDE
Como regra, temos que a corrente primária I1 entra pela polaridade e a corrente secundária I2
sai pela polaridade e assim, temos I1 e I2 em fase.
I2 = n1 . I1
n2
1
I2 = . I1
n2
n1
Na prática, indica-se a relação através dos valores nominais dos enrolamentos primário e
secundário. Por exemplo:
600 - 5 A (RTC = 120:1)
1000 - 1 A (RTC = 1000:1)
Ip Ip’ Is
R1 j X1 R2 j X2
Iexc
Imag Iperda
j Xmag Zcabos + Zrele
Rp
(Burden
Conectado)
N1:N2
(Ideal)
onde:
Ip = corrente no primário
Is = corrente no secundário do TC
Ie = Imag + Iperda
Iperda= corrente de perdas (perdas por corrente de Foucault, histerese e pequeno efeito Joule)
Segundo a ABNT, as cargas nominais são designadas pela letra “C”, seguida pelo número
de volt-amperes em 60 Hz, com corrente nominal de 5 A e fator de potência normalizado
conforme mostrado na tabela a seguir.
De acordo com uma antiga ANSI, as cargas nominais são designadas pela letra “B”
(Burden), seguida pelo valor da impedância em 60 Hz, com corrente nominal de 5 A e fator
de potência normalizado conforme mostrado na tabela a seguir.
O assunto classe de exatidão nominal será tratado separadamente para cada tipo de TC,
conforme classificação acima.
É o fator empregado em TC´s para serviço de proteção. É expresso pela relação entre a
máxima corrente com a qual o transformador mantém a sua classe de precisão e a sua
corrente nominal.
Os valores máximos de corrente (corrente de curto circuito) que podem passar pelo
primário do TC para que o seu erro seja mantido é padronizado de acordo com as normas
utilizadas.
Isso significa que para uma corrente de curto circuito inferior a 20 kA, o erro que o TC na
sua corrente secundária é menor ou igual a 10%.
Assim, ao se limitar:
É o fator pelo qual a corrente nominal primária do TC deve ser multiplicada para se obter a
corrente primária máxima que o transformador deve suportar, em regime permanente,
operando em condições normais, sem exceder os limites de temperatura especificados
para sua classe de isolamento.
É definido como sendo o valor eficaz da corrente primária simétrica que o transformador
pode suportar por um determinado tempo (normalmente 1,0 segundo) com o enrolamento
secundário em curto-circuito ou com determinada carga normalizada, sem exceder os
limites de elevação de temperatura especificados para sua classe de isolamento.
Isto quer dizer que um TC deve ser construído de maneira a suportar termicamente uma
determinada sobrecorrente durante 1 segundo, sem se danificar.
É definida como sendo o maior valor eficaz da corrente primária que o transformador deve
suportar durante determinado tempo (normalmente 0,1 segundo), com o enrolamento
secundário curto circuitado, sem se danificar mecanicamente devido às forças
eletromagnéticas existentes.
Normalmente essa corrente dinâmica (ou corrente de curta duração para efeito dinâmico) é
definida como devendo ser de 2,5 vezes o valor da corrente térmica nominal (ou corrente
de curta duração para efeito térmico).
Os TC´s para serviço de medição devem retratar fielmente a corrente a ser medida. É
imprescindível que apresentem erros de fase e de relação mínimos dentro de suas
respectivas classes de exatidão. Segundo as normas ABNT e ANSI, os transformadores de
corrente devem manter sua exatidão na faixa de 10 a 100% da corrente nominal, ou seja:
Os TC´s de medição devem manter sua precisão para correntes de carga normal, enquanto
os TC´s de proteção devem ser precisos até o seu erro aceitável para corrente de curto
circuito de 20 x In.
Para medição, em caso de curto circuito, não há necessidade que a corrente seja
transformada com exatidão. É até melhor que em condições de curto circuito, o TC sature,
proporcionando assim, uma auto proteção aos equipamentos de medição conectados no seu
secundário.
Os núcleos magnéticos dos TC´s de medição são de seção menor que os de proteção para
propositadamente saturarem durante o curto circuito quando a corrente atinge valores altos.
Essa saturação limita o valor da sobretensão aplicada nos equipamentos de medição.
Classes de Exatidão:
Os TC´s para serviço de medição devem ser enquadrados em uma das seguintes classes de
exatidão:
É também prevista uma classe de exatidão 3, porém por não ter limitação de ângulo de fase,
esta classe não deve ser utilizada para serviço de medição de potência ou energia.
Para serviço de medição, indica-se a classe de exatidão seguida do símbolo da maior carga
nominal com a qual se verifica essa classe de exatidão. Cada enrolamento secundário deverá
ser indicado com todas as suas classes de exatidão, com as cargas nominais
correspondentes.
Se o TC tiver diferentes classes de exatidão para diferentes cargas, estas classes deverão
ser indicadas conforme mostrado a seguir:
Aplicações Típicas:
Classe 0,6 - medida de potência ou energia para fins de faturamento (nível de isolamento 0,6
e 1,2 kV)
Os TC´s para serviço de proteção devem retratar as correntes de curto circuito e é importante
que os mesmos não sofram os efeitos da saturação.
Segundo uma antiga ABNT, os TC´s para serviço de proteção, quanto à impedância, se
subdividem nas classes:
• Classe A
• Classe B
2.7.1 Classe A
TC que possui alta impedância interna, isto é, aquele cuja reatância de dispersão do
enrolamento secundário possui valor apreciável em relação à impedância total do circuito
secundário, quando este alimenta sua carga nominal.
I1
Carga
Primário enrolado no
núcleo
I2
Bobinas de Corrente
Reles de Proteção
2.7.2 Classe B
TC que possui baixa impedância interna, isto é, aquele cuja reatância de dispersão do
enrolamento secundário possui valor desprezível em relação à impedância total do circuito
secundário, quando este alimenta sua carga nominal. Constituem exemplo, os TC´s de
núcleo toroidal, com enrolamento secundário uniformemente distribuído.
A bitola do cabo primário é grande para suportar alta corrente primária e construtivamente,
é impraticável se fazer espiras no núcleo magnético do TC. Assim, o primário é
praticamente uma barra que transpassa o núcleo do TC, conforme mostrado na figura a
seguir:
I2
Bobinas de Corrente
Reles de Proteção
Pela ANSI, define-se o erro do TC pela limitação da máxima tensão que pode aparecer no
seu secundário devido à máxima corrente de curto circuito, considerando-se o seu fator de
sobrecorrente.
É a máxima tensão que pode aparecer no secundário do TC para uma corrente no primário
de 20 vezes a sua corrente nominal primária (fator de sobrecorrente é sempre considerado
igual a 20) sem que o erro ultrapasse 2,5% ou 10%.
Na figura a seguir são mostradas as combinações possíveis das classes de exatidão dos
TC´s, segundo a antiga ANSI:
L ou H
Um TC 10H800 significava:
Carga no Secundário do TC
I2
I1maxcurtocircuito = 20 I1
Vmax
Zcarga
Figura 2-9 - Carga no Secundário do TC
Atualmente, a ANSI não normaliza mais a classe 2,5 (apenas a classe 10) e substituiu as
letras L (Low) por C (Calculated) e a letra H (High) por T (Tested).
2,5 L 400 --> não há mais esta denominação. Passa a ser --> 10 C 400.
A ABNT (EB - 251) define a classe de exatidão de um TC como sendo a máxima potência
aparente (VA) consumida pela carga conectada no seu secundário, para uma corrente
nominal secundária de 5 A.
F C
A ou B
2,5 ou 10
5 - 10 - 15 ou 20
Um TC A10F20C100 significava:
A - TC de alta reatância
10 - erro admissível da sua classe de precisão de 10%
F - fator de sobrecorrente
20 - 20 vezes a corrente nominal (no secundário, 20 x 5 A = 100 A)
Carga no Secundário do TC
I1
5
I2 = 5 A
Vcarga
Scarga
Temos que:
Zcarga = Scarga / 25
A NBR 6856 alterou a indicação das classes de exatidão para serviço de proteção, onde a
carga é indicada pela tensão que aparece nos terminais do TC com 20 vezes a corrente
secundária e carga nominal, ou seja, o mesmo critério adotado pela ANSI C57.13.
Desse modo, em um TC, o núcleo de serviço para proteção, classe de exatidão 10 de alta
impedância, com corrente secundária 5 A e com carga nominal C25, é designado por
10A100. Na norma brasileira anterior, a EB-251, essa mesma classe de exatidão era
designada por A10F20C25, sendo que na nova norma, o fator de sobrecorrente é
considerado sempre igual a 20.
Na versão mais recente da ABNT, os TC´s para serviço de proteção devem ser
enquadrados em uma das seguintes classes de exatidão:
Os TC´s para serviço de proteção das classes A e B devem estar dentro de sua classe de
exatidão para as tensões secundárias nominais e as cargas respectivas especificadas. O
erro de corrente deve ser limitado ao valor especificado, para qualquer valor de corrente
Por exemplo, a designação 10B200 significa que o TC é de baixa reatância e que o erro de
corrente não excede 10%, para qualquer corrente variando de uma a 20 vezes a corrente
nominal, desde que a carga não exceda 2 Ω . (2 Ω x 5A x 20 vezes = 200 V)
Portanto:
Vmax = 4. Scarga
Exemplo:
Scarga = 100 VA
ou
Relés Eletromecânicos
O menor tap é o que apresenta maior burden, isto é, o relé representa para o TC, a maior
impedância. A impedância diminui para os outros tap´s, tendo o seu menor valor para o tap
máximo.
A potência aparente do relé relativa ao seu tap é sempre a mesma. Assim, conhecendo-se a
sua impedância para o tap mínimo, é possivel se obter a impedância para um outro tap,
conforme equação abaixo:
Relés Digitais
Eles apresentam uma carga muito menor se comparados com os relés eletromecânicos e
representam uma carga fixa, constante, pois a ajuste não é feito através de derivações da
sua bobina magnetizante.
Cablagem:
ρ cobre .
ZcargadoTCdevido_fiação = xℓ
Scobre
1
58,82
ZcargadoTCdevido_fiação = x (2 x 100) = 0,34 Ω
10
Z relé
Tipo de Falta Z cabo Considerar Z relé Digital
Eletromecânico
Trifásica Ida Relé de Fase O relé digital
Depende da
Bifásica Ida e Volta O relé digital
Quantidade de relés
Relé de fase e de
Fase-Terra Ida e Volta O relé digital
terra
Características a 5 A, 60 Hz
ABNT ANSI IEC
Potência (VA) Impedância (Ω ) Fat. Potência
C2,5 B-0.1 2,5 VA 2,5 0,1 0,90
C5,0 B-0.2 5 VA 5,0 0,2 0,90
C12,5 B-0.5 12,5 VA 12,5 0,5 0,90
C22,5 B-0.9 22,5 VA 22,5 0,9 0,90
C45 - - 45 1,8 0,90
C90 - - 90 3,6 0,90
C25 B-1 25 VA 25 1,0 0,50
C50 B-2 50VA 50 2,0 0,50
C100 B-4 100 VA 100 4,0 0,50
C200 B-8 200 VA 200 8,0 0,50
ANSI IEC
C100 25 VA 10P20
C200 50 VA 10P20
C400 100 VA 10P20
C800 200 VA 10P20
Exemplo: C200 significa: núcleo de baixa reatância, 200 V em seus terminais para uma
corrente de 100 A (20 x 5A), o que corresponde a uma carga de 2 Ω. Para uma corrente de
5A, equivale a uma potência de 50 VA e erro menor que 10% para uma corrente secundária
de até 100 A.
Apesar de não existir uma equivalência direta entre as especificações das normas ANSI e
IEC, pode se considerar que C200 é similar a 50 VA 10P20 para uma corrente secundária de
5 A.
Há diferença entre o “knee point” da Norma ANSI e o “knee point” da Norma IEC. As figuras a
seguir mostram essa diferença.
V knee
point
IEC
N.Imag
45o
V knee
point
ANSI
N.Imag
Deve-se lembrar que as escalas desta curva de saturação são do tipo “log x log”.
Por exemplo dado um TC C400 (Norma ANSI, 400 V), a tensão do joelho segundo ANSI
estará em torno de 200 V .
Para um TC 100VA10P20 (equivalente IEC), a tensão de joelho IEC é cerca de 200 V (100
VA Æ 4 ohms Æ 4 ohms x 100 A = 400 V).
Dado, por exemplo, um TC C400 na norma ANSI, de relações 2000 / 1000 / 500 – 5 – 5 A,
entende-se que o Burden Nominal é 400/ (20 x 5) = 4 ohms.
É importante lembrar que esse burden é válido para o tap máximo num TC multi-tap. Nos taps
inferiores, o burden nominal cai proporcionalmente.
Caso o burden seja o mesmo para todos os taps, a placa do TC indicará esse aspecto
específico. Caso contrário, a proporção mostrada deve, sempre, ser considerada.
Assim sendo, a norma ANSI e alguns fabricantes de proteção indicam a seguinte expressão
para especificação de TC para proteção, para evitar a saturação por componente
exponencial:
⎛ X ⎞ If Zconec
20 ≥ ⎜1 + ⎟. .
⎝ R ⎠ In Zburden
Exemplo:
Precisão C400
Análise:
X/R = tg 80 = 5,67
Para tap 800-5, burden nominal será Burden = 4 x (800/1200) = 2,67 ohms
⎛ ⎞
UKPV = ⎜ + PN ⎟ . ALF . IN
⎜R j 2 ⎟
⎝ I
N ⎠
onde:
Rj = burden interno do TC
PN = potência nominal do TC
IN = 5 A (de 800/5)
PN = 30 VA
O burden interno é muitas vezes fornecido em relatórios de ensaios do TC. Caso contrário,
poderá ser obtido através da medição DC do enrolamento secundário.
Exemplos de cálculo:
⎛ ⎞
⎛ ⎞
UKPV = ⎜ P ⎟ . ALF . IN = ⎜ 5Ω + 30VA ⎟ . 10 . 1A = 350 V
⎜ Rj + N
⎟ ⎜ 2⎟
⎜ ( 1A) ⎟
2
⎝ I N ⎠ ⎝ ⎠
Além dos dados do TC, deve ser conhecida a resistência da cablagem mais longa entre os
TC´s e o relé.
Alguns relés possuem um detector de saturação que elimina em grande parte, os erros de
medição resultantes da saturação dos TC´s. Um valor de corrente I-sat.TC acima do qual
pode ocorrer a saturação deve ser ajustado para que o detector de saturação opere.
Assim, para o caso de uma eventual saturação do TC, a seguinte equação pode ser usada
como regra geral para o cálculo desse ajuste:
n´
I-sat.TC = . Inom
1 + ωτ N
Onde
+
n´ = n . P P N i
= fator de sobrecorrente atual = (fator limite de exatidão)
P´ + P j
ω = 2 π f = freqüência do sistema
τ N
= constante de tempo do sistema
a) Constante de tempo do Sistema no local de aplicação do TC. Esse valor pode ser
calculado através dos valores de R e X em pu da impedância total (Thevenin) de curto-
circuito trifásico no local.
τ N
= L/R = X / ω.R
b) Seria desejável, para o TC aplicado, que a corrente calculada I-sat.TC seja maior do que
a corrente máxima de curto-circuito (seja trifásico ou fase-terra, valendo a corrente da
fase). Entretanto, mesmo que menor, as modernas proteções digitais permitem ajustar o
valor de I-sat.TC para que, a partir dessa corrente a proteção utilize recursos para evitar
problemas com a saturação.
No caso, ele determina quantas vezes a corrente nominal do TC será o curto-circuito que irá
saturar o TC.
Para garantir a estabilidade de uma proteção diferencial de barras de baixa impedância, por
exemplo, o TC precisa ser capaz de reproduzir corretamente a corrente por um tempo
mínimo antes que o TC inicie a saturação. Para atender ao requisito de saturar em um
especificado tempo, o TC precisa atender aos requisitos da força eletromotriz secundária
mínima conforme comentários a seguir.
Remanência em TC
O TC do tipo baixa remanência tem um limite especificado para o fluxo remanente. Esse TC
é feito com um pequeno entreferro para reduzir o fluxo remanente de forma que não exceda
10% do fluxo de saturação. Esse pequeno entreferro tem somente uma influência muito
limitada sobre outras propriedades do TC.
Para se ter um tempo mínimo antes do início da saturação do TC, a força eletro-motriz
secundária Ea1 precisa ser maior ou igual a força eletro-motriz secundária Ealreq requerida.
Isso é usado para especificar os requisitos de TC para Proteção, segundo a norma IEC
60044-6.
O TC pode ser do tipo alta remanência ou baixa remanência e eles podem ser usados juntos
dentro de uma zona de proteção. Cada um deles deve ter um Ea1, conforme tabela abaixo.
Tipo de TC Requisito
Alta remanência Ea1 > Ealreq = 0,5 . Ifmax . (Isn / Ipn) . (Rct + 2 . Rl + Zb)
Baixa remanência Ea1 > Ealreq = 0,2 . Ifmax . (Isn / Ipn) . (Rct + 2 . Rl + Zb)
Nenhuma remanência
Ea1 > Ealreq = 0,2 . Ifmax . (Isn / Ipn) . (Rct + 2 . Rl + Zb)
(maior erro de precisão)
Todos os tipos de TC´s com núcleo magnético convencional podem ser usados, se eles
atenderem aos requisitos correspondentes aos acima especificados de acordo com a norma
IEC. Das diferentes normas e dados disponíveis para aplicação em relés é possível calcular
aproximadamente, a força eletro-motriz secundária do TC. É então possível, compara-la com
a força eletro-motriz secundária nominal equivalente Ea1 e verificar se o TC atende aos
requisitos.
Por exemplo, um TC de classe C tem uma especificada tensão do terminal secundário UANSI.
Há valores padronizados de UANSI (por exemplo, para C400, UANSI = 400 V). O limite do
equivalente nominal da força eletro-motriz secundária Ea1ANSI para um TC especificado de
acordo com ANSI/IEEE pode ser estimado aproximadamente como:
onde
ZbANSI = a impedância (na forma complexa) do burden normalizado pela ANSI, para a
classe C específica.
Ea1ANSI ≈ 1,3 . UkneeANSI > Ealreq = 0,5 . Ifmax . (Isn / Ipn) . (Rct + 2 . Rl + Zb)
4.1 INTRODUÇÃO
CONDUTOR
V primária (Fase –
Neutro) Enrolamento
Ex.: Primário
69.000 / 3
NÚCLEO DO TP
Enrolamento
V secundária Secnundário
(Fase – Neutro)
Ex.:
115 / 3
Cabos
Secundários
Segundo a ABNT, as cargas nominais são designadas por um símbolo, formado pela letra
“P”, seguida do número de volt-amperes correspondente à tensão de 120 V ou 69,3 V.
Características a 60 Hz e 120 V
Potência Reatância
Fator de Resistência Indutiva Impedância
Designação Aparente
Potência (Ω) (Ω) (Ω)
(VA)
P12,5 12,5 0,10 115,2 1146,2 1152
P25 25 0,70 403,2 411,3 576
P35 35 0,20 82,2 402,7 411
P75 75 0,85 163,2 101,1 192
P200 200 0,85 61,2 37,9 72
P400 400 0,85 30,6 19,0 36
Nota: As características acima são válidas para tensões secundárias entre 100 V e 130 V. Nestas
condições, as potências aparentes são diferentes das especificadas.
Características a 60 Hz e 69,3 V
Potência Reatância
Fator de Resistência indutiva Impedância
Designação aparente
Potência (Ω) (Ω) (Ω)
(VA)
P12,5 12,5 0,10 38,4 382,0 384
P25 25 0,70 134,4 137,1 192
P35 35 0,20 27,4 134,4 137
P75 75 0,85 54,4 33,7 64
P200 200 0,85 20,4 12,6 24
P400 400 0,85 10,2 6,3 12
Nota: As características acima são válidas para tensões secundárias entre 58 V e 75 V. Nestas
condições, as potências aparentes são diferentes das especificadas.
Carga nominal
ABNT ANSI
em VA
P12,5 W 12,5
P25 X 25
P50 - 50
- Y 75
P100 - 100
P200 Z 200
P400 ZZ 400
- ZZZ 800
É também normalizada a classe de exatidão 3 sem limitação de ângulo de fase. Por não ter
limitação de ângulo de fase, esta classe não deve ser utilizada para serviço de medição de
potência ou energia. Neste caso, considera-se a classe de exatidão atendida, nas
condições especificadas, quando o fator de correção de relação (FCR) estiver entre os
limites de 1,03 e 0,97.
1,012
1,010
1,008
1,006
1,004
Fator de Correção da Relação (FCR)
1,002
1,000
0,998
0,996
0,994
0,992
0,990
0,988
0,986
-70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 +10 +20 +30 +40 +50 +60 +70
Atrasado Adiantado
Ângulo de fase ( γ ) em minutos
A ABNT, pela sua NBR 6855, prevê os seguintes fatores de sobretensão, conforme o grupo
de ligação:
Fator de Sobretensão
Grupo de Ligação
Contínuo 30 segundos
1 - TP´s projetados para a ligação entre fases. 1,15 1,15
2 - TP´s projetados para a ligação entre fase e terra
de sistemas eficazmente aterrados.
1,15 1,5
(*) Este fator de sobretensão torna-se necessário, em virtude de que este nível de tensão
pode ocorrer em um sistema trifásico não aterrado, durante faltas de fase para terra. Por
não ser possível definir a duração de tais faltas, esta condição deve ser considerada como
regime contínuo. Embora a especificação exija que os TP´s pertencentes ao grupo de
ligação 3 sejam capazes de suportar em regime contínuo tal condição, isto não significa
A NBR 6855 define no seu item 5.1.8 que “a potência térmica nominal mínima, em VA,
deve ser igual ao produto do quadrado do fator de sobretensão contínuo pela maior carga
nominal especificada, ou carga simultânea, para TP com dois ou mais secundários, nos
quais a potência térmica é distribuída pelos secundários proporcionalmente à maior carga
nominal de cada um deles”.
Os terminais devem ser identificados usando marcas de polaridade e uma letra (H - para o
terminal do enrolamento primário e X - para terminal do enrolamento secundário) e
algarismos em cada terminal.
Os algarismos, dispostos conforme a série natural dos números inteiros, são usados como
especificados a seguir:
- quando depois da letra, o mais baixo e o mais alto algarismo da série indicam o
enrolamento completo, e os intermediários indicam as derivações em sua
ordem relativa.
De relação única
X1 X2
H1 H3 H2 H4
H1 H2
H1 H2
Em sistemas com tensões acima de 138 kV, o divisor capacitivo de potencial está sendo cada
vez mais usado, principalmente por ser confiável em serviço e ter baixo custo em relação aos
TP´s convencionais além de possibilitar seu uso como um elemento de conexão em sistemas
de frequência de carrier.
Transformador
V Intermediário
Tensão Primária
V2 Tensão Secundária
Divisor
de Tensão
Capacitivo
Como mostrado na figura a seguir, o divisor de tensão capacitivo é constituído por dois
capacitores de capacitância Ca e Cb conectados em série com suas perdas representadas
pelas resistências série Ra e Rb, respectivamente. O divisor de potencial é alimentado por
uma fonte de tensão alternada V.
Zb
Rb
V
Ca
Za
Za V1 = V
Ra Za + Zb
A relação entre a tensão V1 no último capacitor e a tensão primária V pode ser dada pela
equação:
V1 = Za x V
Za + Zb
A figura a seguir mostra o divisor de tensão com uma carga de impedância Z pela qual circula
a corrente I. A relação entre a tensão de saída V2 e a tensão primária V pode ser determinada
pela equação:
Za .
V2 = V - Za Zb I
Za + Zb Za + Zb
I + Ia
Cb
Zb
Rb
I
V Ia
Ca
Za V2 Z
Ra
Logo,
V2 = V1 - Za . Zb I
Za + Zb
A equação acima pode ser representada pelo diagrama equivalente da figura seguinte:
Cb Rb
I
Zb
V1 Ca Ra
V2 Z
Za
Ce Re
V1
Ze V2 Z
Cb
V1 = .V
Ca + Cb
Za .
Assim, a equação V2 = V - Za Zb I
Za + Zb Za + Zb
V2 V
Ze I
γ V1
φ I
O efeito que a queda de tensão Ze.I capacitiva tem sobre a tensão V2 pode ser compensada
inserindo-se em série com a carga, uma bobina de indutância L e resistência RL, tal que a
queda de tensão ωLI seja numericamente igual a Ze.I, como mostrado na figura a seguir:
Cb
L RL
V
Ca
V2 Z
Ze
V1 V2 Z
RI V
ωLI
I
ωCe
V2
V1
φ I
5.4 PRINCÍNPIO
Dessa maneira, a tensão V1 torna-se uma tensão intermediária, a qual, com a ajuda do
transformador, é reduzida a uma tensão secundária final.
Z1 Z2
Cb
L1 R1 L2 R2
I
Im
V
Ca Lm V2 Z
Rm Zm
Vvazio = Zm .V1
Zm + Z1 + Ze
Z1 Z2
Ze
Ce L1 R1 L2 R2
Im
Lm Vvazio
V1 Rm Zm
TP Comum
A equação acima expressa como a tensão secundária a vazio desvia da tensão ideal V1.
Vvazio - V1 γ
ε0 + j γ0 = Vvazio = V1 - Ze.Im - Z1.Im
V1
ω L 1 Im
V1
Vvazio
= 1 + ε0 + j γ 0
V1
R 1 Im
ε0 + j γ0 Im V1
ω Ce V1
V1 ε
=1
V1
Im
Consideremos o DCP mostrado na figura a seguir, com uma carga de impedância Z, que
consome uma corrente I e a potência aparente S.
Z1 Z2
Cb
L1 R1 L2 R2
I
Im
V
Ca Lm V2 Z
Rm Zm
.( + )
V2 = Zm .
Cb
.V - [Z2 + Zm Z1 Ze ]. I
Zm + Z1 + Ze Ca + Cb Zm + Z1 + Ze
Cb
V1 = .V
Ca + Cb
Vvazio = Zm .V1
Zm + Z1 + Ze
.( + )
[Z2 + Zm Z1 Ze ]
Zm + Z1 + Ze
representa a impedância interna entre os pontos em que temos Vvazio, na figura 4.4.2 do
Divisor Capacitivo de Potencial a vazio, se o lado de entrada é imaginado curto circuitado.
Ze Z1
Z2 I
Zm
Vvazio V2 Z
Isto conduz ao circuito mostrado na figura seguinte que é um circuito simplificado, através
do qual se analisarão algumas propriedades características dos divisores capacitivos de
potencial.
L R
Ce
Vvazio V2 Z
A queda de tensão (Ze + Z1 + Z2) I expressa a variação da tensão secundária com a carga.
Os erros resultantes ε e γ são obtidos pela soma dos erros a vazio e com carga conforme
figura a seguir, considerando a carga indutiva com ângulo de fase φ.
γ
RI
V1
ωLI
V1
V2 I
=1+ε+jγ ε 1 + j γ1 ω Ce V1
V1
ε+jγ
Vvazio ε0 + j γ0
V1
V1 ε
=1 Φ
V1
I
66,4 V
115 V
115 V
0
0
T1
20 V
80 V
5050 V
20 V
20 V
80 V
80 V
L2
S1
130N
4N
4N
N
N
N
L4
S2
C1C
C1B
C1A
C2
Carrier
Filtro
C1b
C1a
C2
Tr
x1
Rd
x2 L H2 E
x3
y1
Rd
y2
y3
H2HF F
K
S G
P
6. FERRORESSONÂNCIA
Em TP´s ligados entre fase e neutro em sistemas isolados pode ocorrer em certas condições,
um fenômeno de oscilação ressonante entre a capacitância da rede e a indutância dos TP´s.
É a chamada ferroressonância.
Apesar de no Brasil não ser comum sistemas com neutro isolado, o fenômeno da
ferroressonância deve ser pesquisado e evitado pois pode provocar sobretensões muito
elevadas ou até mesmo a destruição térmica do TP.
Uma oscilação é normalmente iniciada pela súbita mudança na tensão da rede. O fenômeno
da ferroressonância pode ocorrer tanto nas freqüências harmônicas como subharmônicas.
TP Capacitivo
Uma oscilação subharmônica pode ser iniciada e é preciso que seja eliminada para evitar
danos no TP.
A norma IEC especifica que os TP´s capacitivos devem ter dispositivos anti ferro-ressonância.
7. BIBLIOGRAFIA