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Paidéia

ISSN: 0103-863X
paideia@usp.br
Universidade de São Paulo
Brasil

Cia, Fabiana; de Oliveira Pamplin, Renata Christian; Pereira Del Prette, Zilda Aparecida
Comunicação e participação pais-filhos: correlação com habilidades sociais e problemas de
comportamento dos filhos
Paidéia, vol. 16, núm. 35, septiembre-diciembre, 2006, pp. 395-406
Universidade de São Paulo
Ribeirão Preto, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=305423756010

Como citar este artigo


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395
Paidéia, 2006, 16(35), 395-406

COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO PAIS-FILHOS: CORRELAÇÃO COM


HABILIDADES SOCIAIS E PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO DOS FILHOS1

Fabiana Cia2
Renata Christian de Oliveira Pamplin
Zilda Aparecida Pereira Del Prette
Universidade Federal de São Carlos

Resumo: Este estudo teve por objetivos comparar indicadores de envolvimento de pais com filhos e
esse envolvimento com o repertório de habilidades sociais e de problemas de comportamento das crianças.
Participaram 110 crianças, da 4a série do Ensino Fundamental, utilizando-se o Questionário Qualidade da
Interação Familiar na Visão dos Filhos (QIFVF), para avaliar a percepção dos filhos sobre a comunicação
dos pais e participação destes em suas vidas, o Sistema Multimídia de Habilidades Sociais para Crianças
(SMHSC-Del-Prette), para avaliar habilidades sociais e indicadores de problemas de comportamento. Foram
efetuadas análises estatísticas. As mães apresentaram, conforme a avaliação dos filhos, melhores indicadores
de comunicação e participação que os pais; estes indicadores estiveram correlacionados positivamente com
os escores de habilidades sociais e negativamente com os de comportamentos externalizantes das crianças.
Tais resultados sugerem a importância do envolvimento positivo dos pais sobre o desenvolvimento socioemocional
dos filhos e a necessidade de programas nessa área.
Palavras-chave: Habilidades Sociais; Envolvimento Parental Positivo; Desenvolvimento Socioemocional.

COMMUNICATION AND PARENT-CHILDREN PARTICIPATION: A


CORRELATION WITH SOCIAL SKILLS AND BEHAVIOR PROBLEMS OF THE
CHILDREN.
Abstract: The objectives of this study were to compare indicators of the involvement between parents
with their children and to compare parental involvement with the children’s repertoire of social skills as well as
to behavior problems. 110 children from the 4th grade of Elementary School participated, using the Quality of
Family Interaction from the children’s viewpoint questionnaire (QIFVF), to assess the children’s perception
of parental communication and involvement in their lives; the Multimedia System for Children’s Social
Skills (SMHSC-Del-Prette), to assess social skills and indicators of behavior problems. Statistical analyses
were performed. According to the children, mothers showed greater indicators of communication and
participation when compared with fathers; these indicators were positively correlated with the children’s
scores of social skills, and negatively correlated with children’s externalizing behaviors. Results suggest that
positive parental involvement plays an important role in children’s socioemotional development and that programs
for parents should be developed.
Key words: Social Skills; Positive Parental Involvement; Socioemotional Development.

A importância da qualidade da relação pais- atestada por estudos nos últimos anos (Gomide, 2003).
filhos no desenvolvimento social das crianças tem sido A exposição da criança a práticas parentais inade-
quadas (conflitos, violência, coerção) ou a baixo
1
envolvimento com o pai ou com a mãe constitui fato-
Recebido em 23/10/2006 e aceito para publicação em 10/02/2007.
2
Endereço para correspondência: Fabiana Cia, Centro de Educação res de risco para o desenvolvimento infantil, aumen-
e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia, Laboratório de tando a vulnerabilidade a eventos ameaçadores (como
Interação Social/LIS, Rodovia Washington Luís, Km 235, Caixa
postal: 676, São Carlos-SP, CEP:13565-905. E-mail: práticas delinqüentes, envolvimento com drogas) ex-
fabianacia@hotmail.com ternos ao ambiente familiar (Ferreira & Marturano,
396 Fabiana Cia

2002; Gomide, 2003; McDowell & Parke, 2002; torno de 12 anos de idade) mostrou que o envolvimento
Marturano, 2004). Por outro lado, os pais que esta- dos pais de alto nível de escolaridade, nas atividades
belecem um ambiente familiar acolhedor e que orga- acadêmicas dos filhos (contato com os professores,
nizam contextos favoráveis para o desenvolvimento participação nas reuniões escolares, auxílio nas tare-
da criança estabelecem fatores de proteção diante fas, acompanhamento do progresso escolar do filho),
de eventos ameaçadores a que usualmente as crian- possuía correlação negativa com os problemas de
ças estão expostas (Del Prette & Del Prette, 1999, comportamento (social, agressividade e déficit de aten-
2005a; Dessen & Costa, 2005; Yunes, 2003). ção) e positiva com aspirações e desempenho aca-
Esse ambiente acolhedor prevê um padrão dêmico deles. Já os com menor nível de escolarida-
adequado de comunicação (pais que ajudam os fi- de, o envolvimento parental nas atividades acadêmi-
lhos a identificarem emoções, que os aconselham, cas dos filhos foi positivamente correlacionado com
com expressividade emocional positiva e que estão aspirações para o futuro, mas não com comporta-
dispostos à conversa com ele) entre pais e filhos, o mento ou desempenho acadêmico.
que por sua vez, auxilia na melhor interação social Em um estudo realizado com famílias brasilei-
destes com os pares e na menor probabilidade de ras, D’Avila-Bacarji, Marturano e Elias (2005) com-
apresentarem problemas de comportamento pararam, quanto ao suporte parental (escolar,
(Bohanek, Marin, Fivush & Duke, 2006). Del Prette desenvolvimental e emocional), 30 famílias de crian-
e Del Prette (2006) ainda ressaltam a importância do ças com queixas escolares e outras 30 sem. Os re-
comportamento verbal, ao afirmarem que o papel dos sultados mostraram que os pais de crianças com quei-
pais, na aprendizagem interpessoal da criança, de- xa escolar ofereciam menos suporte desenvolvimental
pende, da forma como eles planejam e conduzem a (menor diversidade de atividades durante o tempo li-
educação dos filhos. As práticas parentais, conside- vre, de freqüência de passeios, de número de ativida-
radas positivas, incluem a monitoria positiva e o com- des programadas regulares com a criança, de diver-
portamento moral, ou seja, um relacionamento entre sidade de brinquedos e de livros) e emocional (menor
pais e filhos sustentados por regras claras, com in- freqüência de atividades realizadas entre pais e filhos
formações sobre as contingências em vigor para os e da criança recorrer aos pais para ajudá-la; maior
comportamentos sociais. Tais práticas aumentam a freqüência de problemas de relacionamento entre pais
probabilidade de a criança desenvolver relações so- e filhos – agressão, conflito, rejeição, indiferença,
ciais saudáveis no âmbito familiar e com os pares. hostilidade; e nas práticas educativas – coercitivas,
Atzaba-Poria, Pike e Deater-Deckard (2004), permissivas e inconsistentes). Além disso, estas cri-
em estudo com 125 famílias de diferentes níveis anças com queixa escolar, quando comparadas com
socioeconômicos verificaram que as crianças com as sem queixa, apresentaram menor escore de QI
menor QI (avaliado por meio do instrumento (avaliado por meio das Matrizes Progressivas Colori-
“Kaufman Brief Intellingent”), que tinham pais com das de Raven) e maior índice de problemas de com-
envolvimento parental negativo (menos calorosos e portamento internalizantes e externalizantes.
menos recíprocos na relação com o filho, mais rígi- Crianças com características interpessoais po-
dos) apresentaram maior índice de problemas de com- sitivas (auto-estima, autoconceito acadêmico e não
portamento internalizantes (retraimento, queixas acadêmico, competência social e habilidades espe-
somáticas, depressão e ansiedade) e externalizantes cíficas de empatia e resolução de problemas) têm
(delinqüência, agressão). Além disso, a satisfação maior probabilidade de uma trajetória desen-
conjugal e o suporte social, percebidos por ambos os volvimental satisfatória enquanto que a ausência
pais, foram aspectos considerados importantes para destas características é tida como fator de risco,
a melhor qualidade do relacionamento entre estes e podendo levá-la a apresentar dificuldades de apren-
seus filhos. dizagem (Del Prette & Del Prette, 2003; 2005a;
Um estudo longitudinal, realizado por Hill e Dunn, Cheng, O’Connor & Bridges, 2004; Ferreira
cols. (2004), com 463 pais de pré-adolescentes (em & Marturano 2002), problemas comportamentais ou
Envolvimento dos pais na educação dos filhos 397

emocionais (Bolsoni-Silva & Del Prette, 2002; são diferentes classes de comportamentos sociais do
Marturano, 2004; Stevanato, Loureiro, Linhares & repertório de um indivíduo, que contribuem para a
Marturano, 2003), entre outros desajustes competência social. Esses autores definem a compe-
psicossociais (Bongers, Koot, Ende & Verhulst, 2004; tência social como a capacidade de o indivíduo orga-
Coley, Morris & Hernandez, 2004; Frosch & nizar pensamentos, sentimentos e ações em função
Mangelsdorf, 2001; Oliveira & cols., 2002). de objetivos pessoais e de demandas da situação e da
Esses estudos têm evidenciado a relevância da cultura, gerando conseqüências positivas para ele e
participação de ambos os pais na criação de seus fi- sua relação com as demais pessoas, propondo (Del
lhos e, conseqüentemente no desenvolvimento infan- Prette & Del Prette, 2005b), os seguintes critérios na
til (Cecconello, DeAntoni & Koller, 2003; Dessen & avaliação da competência: manutenção e/ou melhora
Costa, 2005; Flouri & Buchanan, 2003). Nos últimos da auto-estima e da qualidade da relação; consecu-
anos, as relações entre pais e filhos estão se modifi- ção dos objetivos da interação; equilíbrio de ganhos e
cando constantemente em decorrência das transfor- perdas entre os parceiros da interação; respeito e
mações pelas quais a família tem passado. Até há ampliação dos direitos humanos. No caso de crian-
pouco tempo, a responsabilidade pelos cuidados era ças e adolescentes, os referidos autores destacam
da mulher. Com sua inserção no mercado de traba- outros comportamentos tidos como correlatos da com-
lho, os padrões de criação da prole se modificaram. petência social, como o status social da criança entre
O homem não está apenas sendo o provedor, mas seus colegas, o julgamento positivo por outros
participa da educação e cuidados dos filhos (Bertolini, significantes e comportamentos adaptativos (rendi-
2002; Dantas, Jablonski & Féres-Carneiro, 2004; mento acadêmico, estratégias de enfrentamento di-
Dessen & Costa, 2005), o que parece estar sendo ante de situações de estresse ou frustração,
benéfico tanto para a mulher, quanto para os filhos, autocuidado, independência para realizar tarefas e
que podem obter maior apoio com menos risco de cooperação).
serem negligenciados. Portanto, as investigações so- A aprendizagem das habilidades sociais se ini-
bre práticas parentais deveriam focalizar não somen- cia na infância, primeiramente com a família e depois
te a atenção da mãe, mas também a do pai e a divi- em outros contextos (escolar, comunitário); o famili-
são dos papéis parentais em sua influência no desen- ar constitui a base da estimulação inicial dos padrões
volvimento dos filhos (Oliveira & cols., 2002; Pacheco, de relacionamento e competência social (Bolsoni-Sil-
Teixeira & Gomes, 1999; Weber, Prado, Viezzer & va & Marturano, 2002; Del Prette & Del Prette, 1999;
Brandenburg, 2004). Gomide, 2003; Hübner, 2002; Ingberman & Löhr,
A qualidade das relações pais-filhos e o de- 2003; McDowell & Parke, 2002). Em uma aborda-
senvolvimento socioemocional das crianças depen- gem mais direta aos desempenhos dos pais na rela-
dem de muitos fatores interrelacionados. Nos últimos ção educativa com os filhos, Del Prette e Del Prette
anos, tem sido cada vez mais reconhecido o papel de (2001, p.95) propõem a análise dessas práticas a par-
um repertório elaborado de habilidades sociais dos tir do conceito de habilidades sociais educativas (HSE),
pais como base para uma atuação educacional efeti- definidas como “aquelas intencionalmente voltadas
va junto aos filhos (Pinheiro, Haase, Amarante, Del para a promoção do desenvolvimento e da aprendi-
Prette & Del Prette, no prelo) e como correlato da zagem do outro”. Em estudo mais recente, Del Prette
capacidade de ajustamento e resiliência na infância e Del Prette (no prelo) reorganizaram, ampliaram e
(Del Prette & Del Prette, 2005a). detalharam esse conjunto de habilidades sociais
A análise do repertório social de pais e filhos educativas em sete mais gerais: (a) transmitir ou ex-
remete a um campo teórico-prático denominado Trei- por conteúdos; (b) mediar interações; (c) apresentar
namento de Habilidades Sociais que engloba vários atividades; (d) discriminar situações potencialmente
conceitos, dentre os quais se destacam os de habili- educativas; (e) estabelecer limites e disciplina; (f)
dades sociais e competência social. Segundo Del gerar reciprocidade positiva; (g) promover a avalia-
Prette e Del Prette (2005a), as habilidades sociais ção e a auto-avaliação. Pode-se considerar que o uso
398 Fabiana Cia

efetivo dessas HSE, indicador de competência social Escala de comunicação (verbal e não verbal)
dos pais, constitui um fator da qualidade das relações, entre pais e filhos, contendo 22 itens, com a pontua-
particularmente em termos de comunicação efetiva ção variando entre 0 = nunca a 365 = uma vez por dia
e participação construtiva na vida e no desenvolvi- (á = 0,88, á = 0,86, para a comunicação pai-filho e
mento dos filhos. mãe-filho, respectivamente);
Considerando a importância da competência Escala de participação dos pais nas atividades
social na infância como um fator de proteção e de escolares, culturais e de lazer dos filhos, contendo 19
maximização do desenvolvimento infantil e de sua itens, com pontuação variando de 0 ‘nunca’ a 365
possível articulação com o envolvimento parental po- ‘uma vez por dia’ (á = 0,91, á = 0,87, para a participa-
sitivo em termos de comunicação e da participação ção do pai e da mãe, respectivamente).
dos pais na vida dos filhos, este estudo teve por obje- Inventário Multimídia de Habilidades Sociais
tivos: (a) comparar indicadores de envolvimento de para Crianças – Avaliação pela Criança -IMHSC–
mãe e pai com os filhos e (b) esse envolvimento dos Del Prette-Auto-avaliação (Del Prette & Del Prette,
pais e o repertório de habilidades sociais e de proble- 2005b). Para avaliar o repertório de habilidades soci-
mas de comportamento internalizantes e exter- ais da criança e indicadores de seus problemas
nalizantes das crianças. internalizantes e externalizantes - versão impressa - ,
Método com 21 itens que retratam vários contextos do cotidi-
Participantes ano escolar de crianças das séries iniciais do Ensino
Fundamental (1a à 4a séries), em suas interações com
Participaram deste estudo 110 crianças da 4a
outras crianças e com adultos. Em cada item, apre-
série do Ensino Fundamental, com média de idade de
senta-se uma situação ilustrativa, seguida de três al-
10 anos, variando entre nove e 12 anos. A maioria
ternativas de reação: a habilidosa esperada para cri-
delas vivia com os pais biológicos (92,7%), sendo a
ança dessa faixa etária e dois tipos de não habilido-
metade do sexo feminino e metade do masculino. Em
sas (passiva ou internalizante e ativa ou
relação ao nível socioeconômico, 0,9% era de classe
externalizante). A criança responde a uma escala tipo
socioeconômica A1; 7,3% da A2; 24,5% da B1; 33,6%
Likert sobre a freqüência (nunca, algumas vezes e
da B2; 30,0% da C e 3,6% da D (Critério Brasil,
sempre), adequação (errado, mais ou menos e certo)
2006).
para emitir cada uma das reações e sobre sua dificul-
Local da coleta de dados dade (difícil, mais ou menos e fácil) de emitir a rea-
A coleta de dados ocorreu em sala isenta de ção habilidosa. Os itens deste instrumento se agru-
ruídos de uma escola gratuita (mantida por indústri- pam em quatro fatores: Empatia e civilidade,
as) localizada em uma cidade de médio porte do inte- Assertividade de enfrentamento, Autocontrole e
rior do estado de São Paulo. Participação. Trata-se de um instrumento aprovado
pelo Conselho Federal de Psicologia, com estudos
Instrumentos psicométricos que atestam sua validade e
Questionário da Qualidade da Interação Fa- confiabilidade.
miliar na Visão dos Filhos (Cia, D’Affonseca & Procedimento
Barham, 2004). Composto por duas escalas tipo Antes de iniciar a coleta de dados junto às cri-
Likert que contemplam uma diversidade de indica- anças, foi encaminhado o Termo de Consentimento
dores de envolvimento positivo dos pais com os fi- Livre e Esclarecido para os pais permitirem a partici-
lhos. Desse instrumento, foram utilizados, neste es- pação do seu filho na pesquisa. As crianças, cujos
tudo, duas escalas, cujos itens foram considerados pais autorizaram sua participação, preencheram o
mais pertinentes à categoria envolvimento parental questionário “Qualidade da Interação Familiar na
positivo e que contempla, também parte das habili- Visão dos Filhos”. A aplicação foi coletiva (em tor-
dades sociais educativas referidas por Del Prette e no de 35 alunos) e teve duração média de 40 minu-
Del Prette (no prelo): tos. Em seguida, foi aplicado o IMHSC–Del-Prette,
Envolvimento dos pais na educação dos filhos 399

em grupos de cinco alunos, com 45 minutos de tempo Resultados


médio para cada grupo. Características da comunicação e par-
Os dados quantitativos, obtidos por meio do ticipação de pais e mães, enquanto indicadores
questionário “Qualidade da Interação Familiar na de envolvimento positivo com os filhos
Visão dos Filhos”, foram analisados em termos des- Os dados da Tabela 1 apresentam os valores
critivos, com medidas de tendência central e disper- médios no conjunto de itens da escala de comunica-
são. Para verificar a fidedignidade das medidas, no ção de mães e pais com os filhos, segundo a avalia-
contexto deste estudo, foi realizada uma análise de ção dos filhos.
consistência interna (Alpha de Cronbach) da escala
Segundo a opinião das crianças, dos 22 itens
como um todo (Cozby, 2002). As pontuações dos da-
que compõem a Escala de comunicação entre pai
dos obtidos no IMHSC–Del-Prette foram realizadas
e filho, em 11 mães apresentaram uma freqüência
com base nos procedimentos apresentados no seu manual.
significativamente maior, quando comparadas aos pais.
A relação, entre os indicadores do repertório A Tabela 2 traz os valores médios do conjunto de
social dos filhos (habilidades sociais, comportamento itens relacionados à participação de ambos os pais
internalizantes e externalizantes) e do envolvimento nas atividades escolares, culturais e de lazer dos filhos.
parental positivo (comunicação e participação), foi Considerando o escore total da escala de Par-
verificada por meio do teste de correlação de Pearson ticipação dos pais nas atividades escolares, cul-
(p<0.05). Para comparar os dados de mães e pais foi turais e de lazer dos filhos, segundo a opinião das
utilizado o teste-t de Student (p<0,05). crianças, as mães participavam com uma freqüência
Tabela 1. Dados descritivos dos itens da escala de comunicação pais e filhos com comparação das respostas dadas
pelas crianças sobre pais e mães.

*p<0,05; **p<0,01; ns = não existe diferença significativa entre as médias.


Nota 1. Na avaliação das crianças sobre as mães,o formulário é alterado para “Sua mãe...”
Nota 2. A freqüência foi apontada usando uma escala que variou de 0, ‘nunca’ 12, ‘uma vez por mês’ 52, ‘uma vez por semana’ 104,
‘duas ou três vezes por semana’ e 365, ‘todo dia’.
400 Fabiana Cia

Tabela 2. Dados descritivos dos itens de participação dos pais nas atividades escolares, culturais e de lazer do filho:
Comparação das respostas dadas pelas crianças sobre os pais e as mães

Legenda: *p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001; ns = não existe diferença significativa entre as médias.
Nota: A freqüência foi apontada usando uma escala que variou de 0, ‘nunca’ 12, ‘uma vez por mês’ 52, ‘uma vez por semana’ 104, ‘duas
ou três vezes por semana’ e 365, ‘todo dia’.

significativamente maior dessas atividades, quando de problemas de comportamento internalizantes e


comparadas aos pais. Vale ressaltar que 20 itens, dos externalizantes das crianças.
41 que avaliaram a comunicação entre pai-filho e a Considerando os escores médios, apenas a di-
participação do pai nas atividades escolares, cultu- ficuldade de desempenhar a reação habilidosa, apon-
rais e de lazer do filho, não apresentaram diferenças tada pelas crianças, ficou abaixo da média, quando
estatisticamente significativas. comparada à amostra de referência (Del Prette &
Escores de habilidades sociais e de reações Del Prette, 2005b), pois os outros valores de freqüên-
não habilidosas dos filhos cia e adequação estavam na média.
A Tabela 3 mostra os valores médios do reper- Em relação ao Fator 1 (Empatia e civilida-
tório de habilidades sociais e das reações não habili- de), quase todos os valores estavam na média, com
dosas passivas e ativas tomadas como indicadores exceção da adequação da reação não habilidosa pas-
Tabela 3. Escore médio (global e fatoriais) apresentados pelas crianças na auto-avaliação por meio do IMHSC –
Del-Prette

Legenda: HAB= Reação habilidosa; NHP= Reação não habilidosa passiva (internalizante); NHA=Reação não habilidosa ativa
(externalizante).
Envolvimento dos pais na educação dos filhos 401

siva (internalizante), que estava abaixo da média. No com a freqüência da reação não habilidosa ativa
Fator 2 (Assertividade e enfrentamento), todos os (externalizante) e negativamente com a da não habi-
valores estavam na média. No Fator 3 (Autocontrole), lidosa ativa (externalizante).
a freqüência da reação habilidosa estava acima da A Tabela 5 apresenta a relação dos escores
média. A adequação atribuída à reação não habilido- fatoriais que compõem o IMHSC–Del-Prette, com
sa passiva (internalizante) e a dificuldade em emitir a os indicadores de envolvimento positivo dos pais com
reação habilidosa estavam abaixo da média, enquan- os filhos.
to que os outros valores estavam na média, quando
Os quatro fatores que compõem o IMHSC–
comparados à amostra de referência (Del Prette &
Del-Prette apresentaram correlações significativas
Del Prette, 2005b). Por fim, no Fator 4 (Participa-
com pelo menos uma das escalas que avaliaram a
ção), apenas a adequação da reação não habilidosa
qualidade da relação pais-filhos. Os resultados da es-
passiva (internalizante) foi apontada pelas crianças
cala de Comunicação apresentaram maior número
como abaixo da média, pois os demais valores esta-
de correlações com os fatores que compõem o
vam na média.
IMHSC–Del-Prette do que a escala de Participa-
Envolvimento positivo dos pais com filhos e ção.
repertório social das crianças
Discussão
A Tabela 4 mostra os resultados referentes ao
envolvimento positivo os pais com os filhos (comuni- Segundo relatos das crianças, ambos os pais
cação e participação) em sua relação com os valores apresentaram alta freqüência de comunicação e de
médios dos escores totais do repertório de habilida- participação nas suas atividades escolares, culturais
des sociais e das reações não habilidosas passivas e e de lazer. Considerando que a família é o principal
ativas das crianças. ambiente social da criança, ao investirem nesses dois
componentes da relação com os filhos, mães e pais
Tabela 4. Dados da correlação (Pearson) entre os indica- estão modelando as características comportamentais
dores de envolvimento parental positivo e os escores to-
da criança (Del Prette & Del Prette, 1999; Ingberman
tais (IMHSC-Del-Prette) de habilidades sociais e de rea-
ções não habilidosas das crianças. & Löhr, 2003), que vão contribuir para um desenvol-
vimento socioemocional (Alvarenga & Piccinini, 2001;
Bolsoni-Silva & Del Prette, 2002; Marturano, 2004)
e cognitivo saudável (Cia & cols., 2004; Del Prette
& Del Prette, 2005a; Dunn & cols., 2004; Ferreira &
Marturano 2002; Hill & Taylor, 2004; Wellman,
Phillips, Dunphy-Lelii & Lalonde, 2004). Tal aspecto
fica evidente pela correlação positiva das escalas de
Nota: *p<0,05; **p<0,01.; ***p<0,001.
comunicação e participação com as medidas de com-
Legenda: HAB= Reação habilidosa; NHP= Reação não habilidosa petência social dos filhos, utilizadas neste estudo.
passiva (internalizante); NHA=Reação
A responsabilidade das mães por aspectos fun-
As duas escalas que avaliaram os indicadores damentais do desenvolvimento do filho, como os cui-
de envolvimento dos pais com os filhos foram positi- dados diários de higiene, alimentação e educação es-
va e significativamente correlacionadas com a fre- colar, ainda continua sendo maior do que a dos pais,
qüência e a adequação da reação habilidosa aponta- de acordo com outros estudos que apontam para esta
da pelas crianças. Adicionalmente, os escores de Co- escala de Participação foram positivamente e de
municação mostraram-se negativamente corre- maior responsabilidade materna. No entanto, os ho-
lacionados com a adequação da reação não habilido- mens, ao apresentarem alta freqüência de comunica-
sa ativa (externalizante) das crianças e positivamen- ção e participação em relação a seus filhos, demons-
te correlacionados com a freqüência e a adequação tram estar deixando o papel de meros provedores fi-
de sua reação habilidosa. Já os escores na escala de nanceiros em prol de uma participação mais efetiva
Participação foram positivamente correlacionados na educação e nos cuidados dos filhos (D’Affonseca,
402 Fabiana Cia

Tabela 5. Correlações significativas (Pearson) entre os indicadores de envolvimento parental positivo (comunicação e
participação) e os escores fatoriais do repertório social das crianças, conforme auto-avaliação no SMHSC – Del-Prette.

Nota: *p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001.


Legenda: HAB= Reação habilidosa; NHP= Reação não habilidosa passiva (internalizante); NHA=Reação não habilidosa ativa (externalizante).
2005; Guille, 2004; Lamb, 1997; Wagner, Predebon, & cols., 2005; Eisenberg & cols., 2005; Gomide, 2003;
Mosmann & Verza, 2005). Isso fica evidente, ao con- Hill & cols., 2004; McCartney, Owen, Booth, Clarke-
siderar, que aproximadamente metade das habilida- Stewart & Vandell, 2004; Pinheiro & cols., no prelo).
des de interação entre pais-filhos, avaliadas neste Considerando a correlação positiva dos indi-
estudo, não mostrou diferenças estatisticamente sig- cadores de freqüência e adequação dos quatro con-
nificativas entre pais e mães. Essas atividades, no juntos de reações habilidosas do IMHSC–Del-Prette
geral, se relacionavam à disciplina, suporte afetivo e com pelo menos uma das duas escalas de en-
educacional, corroborando os achados de Wagner e volvimento positivo dos pais com os filhos, pode-se
cols. (2005). afirmar que eles estão utilizando uma variedade de
Em relação à amostra de referência, as crian- comportamentos que podem ser tomados como habi-
ças deste estudo relataram adequado repertório de lidades sociais educativas, no sentido proposto por Del
habilidades sociais e indicadores de problemas de com- Prette e Del Prette (no prelo) e que seriam cruciais
portamento internalizantes (reações não habilidosas para o desenvolvimento socioemocional dos filhos. Por
passivas) e externalizantes (reações não habilidosas exemplo, ao expressarem sentimentos positivos para
ativas) medianos que são favoráveis ao desenvolvi- com estes, uma habilidade importante para a satisfa-
mento posterior saudável (Bongers & cols., 2004; ção e manutenção de uma relação (Del Prette & Del
Coley & cols., 2004; Frosch & Mangelsdorf, 2001; Prette, 2005a), os pais podem estar favorecendo o
Oliveira & cols., 2002). desenvolvimento da Empatia e da civilidade (F1)
Confirmando outros estudos, a freqüência de nos mesmos. Além disso, ao se comportarem
comunicação de ambos os pais com seus filhos e de assertivamente com os filhos, eles estão monitorando
participação das mães nas atividades escolares, cul- o próprio comportamento passivo ou agressivo que
turais e de lazer deles foram positivamente poderia levá-los a práticas educativas ineficientes,
correlacionadas com o repertório de habilidades so- como a negligência e a coerção, dessa forma contri-
ciais das crianças, tanto na freqüência, quanto na ade- buindo para o desenvolvimento da Assertividade (F)
quação atribuída a reações habilidosas (Atzaba-Po- e do Autocontrole (F3) pelas crianças.
ria & cols., 2004; Aunola & Nurmi, 2005; Bolsoni- O Fator 4 do IMHSC-Del-Prette, Participa-
Silva, Del Prette & Del Prette, 2000; D’Avila-Bacarji ção, refere-se a habilidades da criança em se envol-
Envolvimento dos pais na educação dos filhos 403

ver e comprometer com o contexto social, mesmo do que as que apresentam problemas de comporta-
quando as demandas do ambiente não lhes são espe- mento internalizantes (Atzaba-Poria & cols., 2004;
cificamente dirigidas (mediar conflitos, juntar-se a um Bolsoni-Silva & Marturano, 2002; D’Avila-Bacarji &
grupo em brincadeiras). Como tais habilidades ocor- cols., 2005; Del Prette & Del Prette, 2005a; Hill &
rem em contextos extra-família, a correlação entre cols., 2004).
os indicadores (freqüência e adequação) das habili-
Considerações Finais
dades de Participação (F4) dos filhos e os resulta-
dos de pais e mães na escala de Comunicação su- Este estudo confirma aspectos da literatura
gerem que a contribuição de ambos é fundamental, referentes à importância da comunicação pais-filhos
enquanto possíveis modelos daqueles desempenhos. e da participação deles na vida da criança enquanto
fatores que contribuem para um desenvolvimento
Não obstante os indicadores de comunicação
socioemocional saudável na infância, bem como al-
entre pai e filho estarem positivamente correla- gumas diferenças quanto às características desse
cionados com a freqüência e a adequação da reação envolvimento com os filhos e quanto ao seu efeito
habilidosa das crianças, os resultados referentes à sobre o repertório social deles. A freqüência de co-
participação do pai nas atividades escolares, cultu- municação pais-filhos e da participação dos pais nas
rais e de lazer dos filhos foram também positivamen- atividades escolares, culturais e de lazer das crian-
te correlacionados com as reações não habilidosas ças, foram aqui tomadas como indicadores de algu-
ativas (externalizantes) apresentadas pelas crianças mas das habilidades sociais educativas consideradas
(na subescalas Assertividade de enfrentamento, relevantes para a qualidade dessa relação e como
Autocontrole e Participação). Pode-se supor que, um dos possíveis fatores da competência social dos
ao interagirem com os filhos os pais participativos filhos. De modo geral, verificou-se que, quanto mais
apresentem condutas mais rígidas, culturalmente pre- expressivos os indicadores de comunicação e partici-
sentes no sexo masculino e, assim, inadvertidamente pação dos cônjuges em relação aos filhos, melhor o
modelando comportamentos agressivos da criança ao repertório de habilidades sociais das crianças. No caso
brincar, jogar e em outras atividades recreativas. específico das mães, esses dois indicadores parece-
Soma-se o fato de que há maior aceitação da ram contribuir também para o controle de comporta-
agressividade por parte dos homens do que das mu- mentos externalizantes por parte dos filhos.
lheres e que tais comportamentos são transmitidos Esses dados sugerem a relevância de investi-
por gerações (Del Prette & Del Prette, 2005a; Giles mento nas habilidades parentais que viabilizam esse
& Heyman, 2005; Marturano, 2004). envolvimento positivo, referidas por Del Prette e Del
Por fim, nenhuma das duas escalas de Prette (no prelo) como sociais educativas. Pode-se
envolvimento parental positivo apresentou correlação inferir, então, que mães e pais com repertório empo-
com o de reações não habilidosas passivas brecido de habilidades sociais (em especial das ca-
(indicadoras de problemas internalizantes) das cri- racterizadas como educativas), poderiam se benefi-
anças. A falta dessa relação direta poderia ser ciar de programas de Treinamento de Habilidades
explicada por estudos que relacionam os problemas Sociais, e que esses ganhos reverteriam em desen-
de comportamento internalizantes a variáveis volvimento mais saudável das crianças. Em muitos
exossistêmicas - como conflitos entre pais e filhos ou países, já há bastante tempo, esses programas vêm
a influência do ambiente de trabalho no relaciona- sendo disponibilizados. No Brasil, ainda se está dan-
mento entre eles (Atzaba-Poria & cols., 2004; Jenkins, do os primeiros passos nessa direção (Bolsoni-Silva
Simpson, Dunn, Rasbash & O’Connor, 2005; & cols., 2000; Freitas, 2005; Pinheiro & cols., no prelo).
Schudlich, Shamir & Cummings, 2004). Além disso, Ainda que este estudo tenha sido conduzido
normalmente os pais se preocupam mais com os pro- com uma amostra restrita de crianças (só de uma
blemas de comportamento externalizantes, por se tra- escola), os resultados confirmam alguns dados da li-
tar de mais visíveis, levando as crianças a serem pu- teratura e sugerem pesquisas com amostras amplia-
nidas pelos professores, pares e outros interlocutores, das, considerando diferentes estratos sociais. Deve-
404 Fabiana Cia

se ressaltar que a natureza dos dados deste estudo Bolsoni-Silva, A. T. & Marturano, E. M.
foi correlacional, e que, portanto, conclusões sobre a (2002). Práticas educativas e problemas de
direção causal não podem ser estabelecidas. Estudos comportamento: Uma análise à luz das habilidades
longitudinais seriam indicados para monitorar a influ- sociais. Estudos de Psicologia, 7(2), 227-235.
ência do repertório de habilidades sociais educativas Bolsoni-Silva, A. T., Del Prette, A., & Del
de ambos os pais sobre a competência social dos fi- Prette, Z.A.P. (2000). Relacionamento pais-filhos.
lhos ao longo do desenvolvimento infantil. Um programa de desenvolvimento interpessoal em
Um outro aspecto importante a ressaltar é que grupo. Psicologia Escolar e Educacional, 3(3), 203-215.
os resultados deste estudo são dados de relatos das Bohanek, M. A., Marin, K. A., Fivush, R., &
crianças e, como tais, sujeitos de diversos tipos de Duke, M. P. (2006). Family Narrative Interaction and
vieses (Del Prette & Del Prette, 2006). Estudos fu- Children’s Sense of Self. Family Process, 45(1),
turos poderiam complementar e ampliar a validade 39-45.
desses achados, incluindo dados de observação dire-
Bongers, H. L., Koot, H. M., Ende, J. V. D.,
ta, tanto do repertório dos pais como do dos filhos.
& Verhulst, F. C. (2004). Developmental trajectories
Especificamente, no caso de habilidades sociais
of externalizing behaviors in childhood and
educativas cabe lembrar que os dados coletados con-
adolescence. Child Development, 75(5), 1523-1537.
templam somente parte das classes definidas por Del
Prette e Del Prette (no prelo), o que também poderia Cecconello, A. M., DeAntoni, C., & Koller, S.
ser ampliado por investigações mais pontuais sobre H. (2003). Práticas educativas, estilos parentais e
cada uma daquelas classes ou mesmo a necessidade abuso físico no contexto familiar. Psicologia em
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Frizzo, G. B., Rovanello, T., & Rossato, C. (2002). pelas duas primeiras autoras, sob orientação da ter-
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intergeracionais, conflito conjugal e comportamento dos 1, UFSCar, ministrada pelos professores Dra.
de externalização e internalização. Psicologia: Deisy G. de Souza e Dr. Celso Goyos, a quem as
Reflexão e Crítica, 15(1), 01-11. autoras agradecem as leituras e sugestões.

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