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IDEOLOGIA E TRABALHO NO ESTADO NOVO, Por Angela de Castro Gomes

Questão do trabalho (anos 30 e 40): ao tempo em que se elabora uma legislação que regulamenta o
mercado de trabalho, estrutura-se uma ideologia política de valorização do trabalho;

ideias políticas que levavam em conta a relação entre trabalho e riqueza, e trabalho e cidadania;

a construção da nação se dá pela cidadania (concebida em direitos sociais, civis e políticos); com a
Guerra do Paraguai, Abolição e República é que se pôde passar da construção do Estado à
construção da nação; como pensar a nação se existia escravidão?

Nesse período, portanto, a pobreza deixa de ser algo inevitável e passa a se tornar problema de
políticas públicas; ela deveria de deixar de ser obstáculo ao progresso na nação;

o liberalismo brasileiro, desde o Império, foi sensível à pressão dos interesses privados pela
regulação do mercado a partir do estado; intervenção do Estado para saúde, educação e mercado de
trabalho (por causa das constantes greves);

a questão, então, passava pela organização do mercado de trabalho e do combate à pobreza (pelo
progresso da nação);

Esta questão estava muito presente nos anos 30, tanto que, a partir da revolução, começa-se a
organizar o mercado de trabalho com base em legislação trabalhista, previdenciária, sindical, bem
como também se institui a Justiça do Trabalho;

concomitante à organização do trabalho é que se encontra a estratégia político-ideológica de


combate à pobreza e na valorização do trabalho (especialmente a partir do Estado Novo);

em contraponto ao abandono da população, o asseguramento de uma forma digna de vida pelo


trabalho; para tanto, dever-se-ia transformar o homem em cidadão e trabalhador, responsável pela
riqueza individual e da nação; um homem que superasse a pobreza era um passo para que a nação
superasse a pobreza;

o trabalho faria parte da ampliação dos direitos sociais, sendo um direito e um dever;

a complexidade deste projeto ideológico se faz na longa duração da escravidão e na dificuldade de


superar a identidade de trabalho posta por ela; não se associa trabalho à cidadania, como no
liberalismo clássico; por isso, diz a autor, devemo-nos atentar às práticas ideológicas do aparelho de
Estado;

regras legais e repressão ligadas à ideologia de Estado; as regras são postas e conformadas pela
ideologia do regime, que assegura o seu cumprimento pela atribuição de penas e sanções; há uma
coerção ao consentimento;

a ideologia política ligada ao Estado define ideais e reprime aquilo que se foge deles; as regras e a
ideologia política são pensadas como mecanismos de controle sobre o conflito social;

Gomes tem por objeto os discursos políticos oficiais: neles, analisa a flexibilidade ideológica dos
discursos conforme o período (em relação à organização e anseio dos trabalhadores); a dinâmica da
relação entre regras legais e ideologia política; o objetivo do texto é perceber no discurso oficial
como se constrói a categoria “trabalho” e como, a partir da definição de trabalho, se constrói a
própria ideia de um homem cidadão que é o trabalhador brasileiro;
A organização científica do trabalho

civilização e progresso como produtos do trabalho;

pelo trabalho se avaliava o valor social dos indivíduos e se colocava critérios para uma justiça
social;

o trabalho deveria ser um princípio orientador do Estado;

justiça social: se ascende socialmente pelo trabalho; o Estado é quem mediaria tais relações de
justiça; se devia trabalhar para superar as dificuldades impostas no presente;

o futuro do homem estava ligado ao trabalho; em busca do progresso, em busca da civilização; o


trabalho era civilizador;

há, no discurso estadonovista, uma humanização do trabalho; a máquina não era superior ao
homem; queria-se o meio termo: esforços de mecanização e proteção dos valores humanos;

o trabalho, a Vargas, era um meio de servir à pátria;

a organização do trabalho era traduzida nas criações do Ministério do Trabalho, Indústria e


Comércio, e do Ministério da Educação e Saúde; se atentava às diversas facetas da necessidade do
povo brasileiro, tais como saúde, educação, alimentação, habitação;

criam-se a previdência e as assistências sociais a fim de garantir a saúde do trabalhador; criam-se


seguros para invalidez, doença, morte, acidentes de trabalho; só não se adotou o seguro-
desemprego;

Dessa forma o Estado adota a medicina social que, por conseguinte, se preocupa com a saúde física
e psíquica do trabalhador; adaptar o trabalhador psicologicamente ao trabalho; não só se curava,
mas se buscava condições de higiene ao corpo; a medicina social vinha para preservar, recuperar e
aumentar a capacidade de produzir do trabalhador;

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