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Marina Wanderley Vilar de Carvalho

Psicóloga da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro


Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRJ
Introdução à Psicologia Jurídica
 O que é Psicologia Jurídica?

 O que cabe ao profissional de Psicologia na área jurídica?

 Como acontece o trabalho da Psicologia Jurídica?


Locais de Atuação
Execução Penal ou
Funções Essenciais à
Infracional:
Justiça:
Delegacias de Polícia
Ministério Público
Penitenciárias
Defensorias Públicas
Execução de Medidas
Socioeducativas
Áreas de Atuação
Pessoa com
Infância Família Deficiência

Penal
Saúde Idosos
Mental

Gênero Sexualidade Étnico-


racial
Judicialização

 Regulação normativa e legal do viver;

 Demanda de intervenção de outrem que possui um lugar


socialmente instituído de julgamento;
 Resolução de um conflito
 Regulação dos problemas sociais, quando da ausência de garantias de
direitos
Criminalização
 Incriminação versus Criminalização

 Seletividade penal

 “Ilusões RE”
Qual a função da Psicologia?
 Escuta do sujeito
 Quem é o “cliente” da Psicologia?
 Diferença do enquadre clínico

 Atuação Multidisciplinar / Interdisciplinar


Questões Éticas

 Produção de verdades

 Questões institucionais
 Atividade meio x Atividade fim
 Hierarquia
 Ocupações de espaço de poder
 Autonomia técnica
Como acontece o trabalho?
 Promoção de educação em direitos

 Articulação com a rede de serviços e/ou de garantia de direitos

 Conciliação ou Mediação

 Produção de documentos
Produção de Documentos
 Resolução CFP 007/2003 - Princípios Éticos

Sempre que o trabalho exigir, sugere-se uma intervenção sobre a


própria demanda e a construção de um projeto de trabalho que
aponte para a reformulação dos condicionantes que provoquem o
sofrimento psíquico, a violação dos direitos humanos e a manutenção
das estruturas de poder que sustentam condições de dominação e
segregação.
Produção de Documentos
 Resolução CFP 007/2003 - Princípios Técnicos

O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos


deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm
determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as
mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação. O
DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica,
não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo.
Produção de Documentos
 Resolução CFP 007/2003 - Modalidades de Documentos

1. Declaração *
2. Atestado psicológico
3. Relatório / laudo psicológico
4. Parecer psicológico *
Relatório ou laudo psicológico
A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os
procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação
psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o
diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão
de projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de
acompanhamento psicológico, limitando-se a fornecer somente as
informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação
ou petição.
Parecer
Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma
questão focal do campo psicológico cujo resultado pode ser
indicativo ou conclusivo.
O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no
campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação
especializada, de uma “questão-problema”, visando a dirimir dúvidas
que estão interferindo na decisão, sendo, portanto, uma resposta a
uma consulta, que exige de quem responde competência no assunto.
Perito
 Resolução CFP 008/2010

Art. 7º - Em seu relatório, o psicólogo perito apresentará indicativos


pertinentes à sua investigação que possam diretamente subsidiar o
Juiz na solicitação realizada, reconhecendo os limites legais de sua
atuação profissional, sem adentrar nas decisões, que são exclusivas às
atribuições dos magistrados.
Produção de Documentos

Fiquem Atentos! O Conselho Federal de Psicologia editou nova


Resolução sobre elaboração de documentos, a Resolução 06/2019,
que “institui regras para a elaboração de documentos escritos
produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional”, que
entra em vigor no início de julho deste ano.
Assistente Técnico
 Resolução CFP 008/2010

Art. 8º - O assistente técnico, profissional capacitado para questionar


tecnicamente a análise e as conclusões realizadas pelo psicólogo
perito, restringirá sua análise ao estudo psicológico resultante da
perícia, elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos não
contemplados ou contraditórios, identificados a partir de criteriosa
análise.
Parágrafo Único - Para desenvolver sua função, o assistente técnico
poderá ouvir pessoas envolvidas, solicitar documentos em poder das
partes, entre outros meios (Art. 429, Código de Processo Civil).
O Psicólogo que atua como psicoterapeuta
 Resolução CFP 008/2010

Art. 10 - Com intuito de preservar o direito à intimidade e equidade de


condições, é vedado ao psicólogo que esteja atuando como psicoterapeuta
das partes envolvidas em um litígio:
I - Atuar como perito ou assistente técnico de pessoas atendidas por ele
e/ou de terceiros envolvidos na mesma situação litigiosa;
II – Produzir documentos advindos do processo psicoterápico com a
finalidade de fornecer informações à instância judicial acerca das pessoas
atendidas, sem o consentimento formal destas últimas, à exceção de
Declarações, conforme a Resolução CFP nº 07/2003.
Parágrafo único – Quando a pessoa atendida for criança, adolescente ou
interdito, o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo
menos um dos responsáveis legais.
Ética
“é a partir de outro lugar que não o da dominação e da sujeição, é
a partir de um topos ocupado pela potência de afirmar as
próprias diferenças constituintes dos seres ou ponto de vista da
vida em processo de diferenciação, que o modo de vida ético se
instala.”
(FUGANTI, 2001, s/p)
Casos para debate
Adriana procura a Defensoria Pública informando que seu filho, Igor, de 22
anos, é usuário de drogas há cerca de dois anos e atualmente chega a
passar alguns dias sem voltar para casa. Ela diz que não sabe mais o que
fazer e gostaria que ele fosse internado para se tratar. O defensor público
que realizou o atendimento encaminha para a equipe técnica de sua
unidade se pronunciar.
Casos para debate
Julia apresentou queixa na Delegacia de Atendimento à Mulher afirmando
que seu marido a agrediu fisicamente, com tapas no rosto e nas pernas, e a
ameaçou com uma faca. O inquérito chega ao Ministério Público com o
pedido de maior tempo para análise dos fatos pela Delegacia. A promotora
responsável pede a atuação da equipe técnica que atua no setor de
violência doméstica.
Casos para debate
André, através de seu advogado particular, deu entrada num processo judicial para
regularização das visitas a sua filha, Valentina, de 4 anos. Ele alega que a mãe da
menina não está permitindo que ela passe os finais de semana na casa dele,
conforme eles haviam combinado. Quando ele vai pegar a criança, ela chora e
diz que não quer ir. Às vezes ele insiste e então, segundo ele, a menina fica bem.
Outras vezes, que têm se tornado mais comum, ele não consegue levar a criança;
quando isso acontece, ele passa pelo menos um mês sem ver a filha, já que o
combinado é de alternar os finais de semana que cada um fica com Valentina. O
juiz da Vara de Família responsável pelo caso encaminha o processo para o setor
de Psicologia.
Casos para debate
Juan tem 15 anos e foi acusado por policiais de ter agredido Michel, de 16
anos, com uma faca, nas proximidades em que residem. A faca foi
apresentada pelos policiais dias depois do fato, afirmando que fora
encontrada na casa de Juan. Ele afirma que discutiu com Michel, mas nega
que tenha realizado a agressão física. Na audiência, o juiz entendeu pela
responsabilidade de Juan e aplicou a medida socioeducativa de internação,
a qual precisa ser acompanhada pela equipe técnica do DEGASE e
reavaliada a cada seis meses.
Casos para debate
O Conselho Tutelar recebeu uma denúncia de que duas crianças, Carolina e
Gustavo, de 5 e 2 anos respectivamente, estavam sendo mal tratadas pelos
pais. Ao chegar na casa, que se localiza numa favela e possui apenas um
cômodo, os conselheiros encontraram as crianças apenas de fralda, as
quais pareciam estar sujas, junto com a mãe. Eles realizaram o
acolhimento institucional das crianças e encaminharam o caso para a Vara
da Infância, onde foi direcionado para o setor técnico.
Casos para debate
Amanda e Karina são irmãs e têm uma relação bastante conflituosa. Desde a
adolescência elas viveram com a mãe numa casa construída numa área de
ocupação, da qual não têm documentação. Amanda se casou há dois anos
e foi morar em outra casa. Karina permaneceu na casa da mãe, que faleceu
há poucos meses. Amanda procura a Defensoria Pública informando que
quer a sua parte na herança da mãe, pois tem receio de que Karina fique
com a casa para ela. A defensora pública responsável pelo primeiro
atendimento pede apoio do setor de Psicologia do órgão.
Indicações bibliográficas
 BRANDÃO, E. P. Atualidades em Psicologia Jurídica. Rio de Janeiro:
Nau, 2016.
 CARVALHO, M. W. V. Interfaces entre Psicologia e Direito: Desafios da
Atuação na Defensoria Pública. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 33
(núm. esp.), p. 90-99, 2013.
 COIMBRA, C. M. B.; AYRES, L. S. M.; NASCIMENTO, M. L. (org.)
PIVETES – Encontros entre a psicologia e o judiciário. Curitiba: Juruá,
2008.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para
atuação de psicólogas (os) em Programas de Atenção à Mulher em
situação de Violência / Conselho Federal de Psicologia. - Brasília: CFP,
2012.
Indicações bibliográficas
 FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Nau Ed. 2005.
 FUGANTI, L. A ética como potência e a moral como servidão. Texto
extraído de gravação de Palestra realizada na Role Playing Pesquisa e
Aplicação - SP. 2001. Disponível em
<http://www.roleplaying.com.br/content/seminarios/eticapotencia.html>
 OLIVEIRA, C. F. B.; BRITO, L. M. T. Judicialização da vida na
contemporaneidade. In: Psicologia: Ciência e Profissão, 33 (núm. esp.),
p. 78-89, 2013.
 VERANI, J. S. Alianças para a liberdade. In: L. M. T. Brito
(Org.), Psicologia e instituições de direito: a prática em questão. Rio de
Janeiro: CRP/RJ, Comunicarte, p. 5-9, 1994.
Resoluções do CFP
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 001/1999. Estabelece
normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação
Sexual.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 007/2003. Institui o
Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo,
decorrentes de avaliação psicológica e revoga a Resolução CFP º 17/2002.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 008/2010. Dispõe sobre a
atuação do psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 010/2010 [SUSPENSA]
Institui a regulamentação da Escuta Psicológica de Crianças e Adolescentes
envolvidos em situação de violência, na Rede de Proteção.
Resoluções do CFP
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 001/2018.
Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em
relação às pessoas transexuais e travestis.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 009/2018.
Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no
exercício profissional da psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema
de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 006/2019. Institui
regras para a Elaboração de Documentos Escritos produzidos pela(o)
psicóloga(o) no exercício profissional.
Obrigada!

mawvilar@yahoo.com.br

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