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EnANPAD YON Ean de ANPAD edo R252 sce e208 0 Adminis Atora: Mario Gos eS Resume Embora sjaoriginalmenteatividade que remonta ouras “eras hstricas",o comércio de fers th hoje secplado indesioa do eaptalizme conterporines | que ni oe moda capex de sgerar empreyos para parte signifiativa da populago e, 0 mesmo tempo, se desenvolve de ‘modo relativamente istinto a depender da condigdo gsopoliica da regido na qual o observamos (et, central ou periférica). Ou sea, a fea est longe de estar @ parte do mundo contemporineo, pelo contro, também & decisivamente constiuida pelasinstituigdes chaves «da modemidads, Estado © Mercado (ef. Souza, 2000). Esta realidade dual (tradicional © ‘modema) nos chamou a atengdo ao ponto de levantarmos as duas questies-titulo deste ttahalho,afnal, 2 hipétese de patide que nos surgi foi qu, diate deste qusdro contextual e dupa inlugnca,o ferante e © modo como eles admiisteam seus pequenos newécios de feira deveriam ser, em tos, sincrdnicos a esta realidade. Tomando como referencalteéico trabalho de Pierre Bourdieu (1979[963]) em seu periodo argelino, e nos apoiado em termes epistemoldgicos, metodoldgieos e anaiticos no trabalho de outro socidlogo franeés que vem atalizando criticamenteo trabalho de Bourdieu, Bernard Lahire (2004, 2005, 2006a, 20066), ‘os for necessario mvestgar as ongens ¢ a irajetona de vida dos Teiantes para entto podermos, de fato, eompreender de modo apropriado a forma como eles administam seus ‘egécios, Para tal, foi elaborado e aplicado um questoniri junto a feiranes do ramo de alimentagao (almogose lanches) da Feira de Carutru, & aplicagao dos questiondrios oeoren durante os meses de maio e juno de 2000 e visou reunr informagies nao somente sobre 0 regécio e sta gestio, mas também sobre suas oigens familiares, tajetrias de vida e, ‘obviamente, profissionais de alguns dos comerciantes etuantes em tal fer, E justamente 2 apreseniagdo desta etapa exploratéria-desciiva e das andlises dela decorrentes. que ‘onstituem o objeto deste atga, A condigdo de vida dupa (modemae tradicional) do ferante pode ser observada a0 longo dos dados apresentados ¢ analisados. Apesar da feira ser ‘bservada como um tipo de mereado perfico inerente ao capitalismo contemporinco por ‘uma série de aspects eonsttutivas de ambos, dados como estes apresentados & analisados :mostram a importincia de compreender aqueles que a fizem, seus feirantes, como individuos ‘que apresentam tanto priticas tradicionis quanto modemas. © modo como os feirantes administram seus negécios ilustrao drama perifrico vigente ainda hoje para grande parte da opulagdo mundial: © confronto entre ter vindo ao mundo configurado de determinado modo ‘ser projetado para um “outro” com distints configurago¢ nose detemporaldade, EnANPAD YON Ean de ANPAD edo R252 sce e208 0 Adminis Introducio © comércio de fers € ainda hoje uma atvidade econdmica e social de importincia ental & vile de naan bnailiun. No daterioy dy Nowesty ou patil, € anti jo parte significativa da populagao o habit de se fazer compras semanas em feiras Fires. E no fgreste pemambucano que se encontra urna das mais famosas dopa, a Feira de Caruaru Enborasejaoriginalmenteatividade que remonta outta “eras histrica”,o comércio de fra est hoje acoplado a dinimica do capitalismo contemporineo ~ que no se mostra capaz de gerar empregos para parte signifiativa da populagao ¢, a0 mesmo tempo, s° desenvolve de modo relativamente distinto a depender da condigdo geopolitica da regio na qual o observamos (eq, cenral ou perifrica). Ou sea a feira est Tonge de estar & parte do ‘mundo contemporineo, pelo contro, também & decisivamente consitida elas insitigdes ‘haves da modemiade, Estado e Mereado (ef Souza, 2000). ‘A tradi inerente a este tipo de atividade vem send cada vez mais inluenciada por «estas instituigdes de diversas formas. Em contextos como este $80 comercalzados produtos importados (ruitas vezestrazidos e vendidos pelos priprios chineses): cobrados impostes pelo Estado — que também determina quas reas podem ser ocupadas para o coméreioe quis ‘lo; até mesmo, em caso de mudangas coletivas dos feirantes, & o Estado que geralmente indica os novos lugares para onde deverdo i; observa-se nimero signifiativo de feirantes que jcompram produtos agricolas (produzidos em outras rezibes) numa central atacadsta ‘municipal e revendem na fera (ao ins de produzilos); diversosdelesprocuram dar “ares” ‘de comircio estabelecido (loa) aos seus boxes, reformando-os aos moldes destes; tudo isso ‘sem falar que parce dos ferantes teve experigncis profissionai em empresas, ou se, tveram ‘sua arteira assinada, ocuparam um cargo, desempentaram uma Fungo, fzeram parte de wma ‘srutura hirirquca,enfim,viveneiaram a dinimica do "mercado de trabalho” moder Fsta realidade dual (radcional © modema) nos chamou a atengio a0 ponto de levantamos as duas questes-tulo deste trabalho, afinal, a hipdtese de patida que nos surgiu foi que, diante deste quadro contextual de dupa inlugncia, o feirante e 6 modo como eles seinem eam propien negirine de fein dearsinm are, em tre, siete en feafidade “Tomando como referencia tric trabalho de Pierre Bourdieu (1979{1963)) em sew periodo argelin, e nos apoianda em terms epistemoldgicos, metodoldgicos e analitios também no trabalho de outro socidlogo francés que vem atualizando criticamente 0 trabalho {de Bourdieu, Berard Lahite (2004, 2005, 2006a, 2006b), nos foI nevessirio invesigar as ‘origens © # tnjetria de vida dos feranes para entio podermos, de fato, compreender de ‘mado apropriado a forma como eles administam seus negocios, Para ta, foi elaborado © aplicado um questionirio (com um grupo de ferantes que atuam regularmente na feira) que visou reunirinformagies no somente sobre o negécio e sua gestio, mas também sobre suas corigens familiares, wajetérias de vida c, obviamente, profssionais. E justamente a apresentaglo desta etapa exploratériaedesritiva (de pesquisa maior da qual ola faz pate) © das anilises dla decorentes que constituem o objeto deste artigo. ‘Ow sei ene all ee ean objer spmensn peat de eonjunty de Feirantes (que tabalham com alimentasio) e © modo como eles adminisram seus nezécies por meio de pesquisa explratiia-desertiva e da anise da frequéncia nos dados obtidos & Tuz da sociologia de Pier Bourdicu. Para isso, apresentaremos de inicio tanto a feira em ‘questo quanto o referencia térico mencionado e, em sequida, a metodologia adotada, para Somente entio chegarmos aos principals dados reunidos e is anlisesrealizadas. Ao final 2 EnANPAD YON Ean de ANPAD edo R252 sce e208 apresentamos nossasconclistes A feira como ela é Antes de pesquisarmos tanto o perfil de parte dos feirantes de uma das mais tmadicionis feiras do pais quanto © modo come cles adminisram seus negécios, foi neeessirio conhever um poueo sobre prpria feral. Cantada por Luiz Gonzaga, a Feira de Cara gant fans aivional « pals de wan Uo sévulo passa, Guly ue vstioyao ‘miitiea~ que, em lina geras,retrala a Feira como um “simbolo” de orgulho da reei8o, “celeiro da cultura nordestina”—algo bem diferente do que ca, de fat, & em ness vi ‘ipo de _mereado.perférco. E hoje, mais do que nunca, um lugar onde milhaes. de teabalhadores nordestnos Iutam por subsisténcia ou mesmo pelo sonho de uma vida melhor (© que talvez tome esta feira um poueo diferente de outras sea sua dimensio,variedade de itens comercializados, volume de negécios, © principalmente, sua cenralidade ma vida de arte signficativa da populacto de uma revo politeo-geografia, 0 agreste pomambucano, ‘Assim como diversas outras cidades do nordeste, pais e mundo, Caray teve sua ‘origem diretamentevinculada ao cométeo de feta. Hoje, previsaro quantitativo de fetantes tarefa delcada pois este varia em decorréneia de divesos fatores. No entanto, 0 entio Diretor do Departamento de Arrecadasao Externa da Scertaria de Finangas do municipio estimou existrem na cidade “21.000 ferantes, se botardiretamente e indiretamente, tem ‘mais de 100.000 pessoas envolvidas™, enquanto que entdo presidente do SINCOVAC (Gindicato dos Comerciantes e Vendedores Ambulantes de Caruaru) estima existir hoje "dentro da feira de Caruary em tomo de 12a 15 mil™. ‘Em nosso entendimento, a Feira de Caruara ¢, de modo similar a outrasinimeras Jeiras lores espathadas pais € mundo a fora, licus de atividade preponderantemente sicio= ‘econdmica, paca descendents ¢ remaneseentes do meio rural (estes iltimos que anda neta omerializam os produtos de suas atividades agricolas, mesmo que visivelmente em quantitativo menor do que aquels que compram esses produtos em centras de akestecimento © revendem na fei); desempregados dos centros urbanos regionals; nordstinos que :migraram e retomaram das grandes metropoles, prinipalmente So Paulo; pequenos, médios «em menor escala, porém em maior influeneia, grandes empresrios, entre outros. E assim, tum espao principaimente sivio-econdmico que consttui ¢ earacteriza as “franjas” do repitaionn moderan cruial em diverant aupecas & cnatiniidede,dinimion de sm Juncionamentocontempordne, [Na Argélia com Pierre Bourdiew “Todo © qualquer conjunto de dados reunidos somente se toma stil & produgio cientitiea se analisidos a partir de una perspectiva terica, obra que oferece 0 referencia teéricoa esta pesquisa ¢ de Pier Bourdicu (1979[1963). De modo um tanto quanto sumério, Inga vista que o objetivo deste artigo € apresentat os dds e anlises da etapa exploratria=

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