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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

TCE - Escola de Engenharia


TEM - Departamento de Engenharia Mecânica

PROJETO DE GRADUAÇÃO II

Título do Projeto :

PROJETO ESTRUTUAL E VIDA EM FADIGA DE UM


GUINDASTE PORTUÁRIO

Autor :

FERNANDA FÉLIX ENNE


JESSICA GUIMARÃES HILLER FERREIRA

Orientador :

JOÃO MARCIANO LAREDO DOS REIS

Data : 06 de julho de 2015


FERNANDA FÉLIX ENNE
JESSICA GUIMARÃES HILLER FERREIRA

PROJETO ESTRUTURAL E VIDA EM FADIGA DE UM


GUINDASTE PORTUÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção
do grau de Engenheiro Mecânico.

Orientador:
Prof. JOÃO MARCIANO LAREDO DOS REIS

Niterói
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
TCE - Escola de Engenharia
TEM - Departamento de Engenharia Mecânica

PROJETO DE GRADUAÇÃO II

AVALIAÇÃO FINAL DO TRABALHO

Título do Trabalho:
PROJETO ESTRUTUAL E VIDA EM FADIGA DE UM GUINDASTE
PORTUÁRIO.
Parecer do Professor Orientador da Disciplina:

- Grau Final recebido pelos Relatórios de Acompanhamento:

- Grau atribuído ao grupo nos Seminários de Progresso:

Parecer do Professor Orientador:


(Comentar a relevância, contribuição e abrangência do trabalho. Se a participação dos alunos no grupo não
se processou de forma homogênea, durante o desenvolvimento do trabalho, compete ao Prof. Orientador
diferenciar o grau de cada aluno, de forma a refletir a sua atuação no desenvolvimento do projeto.)

Nome e assinatura do Prof. Orientador:

Prof.: João Marciano Laredo dos Reis Assinatura:

Parecer Conclusivo da Banca Examinadora do Trabalho:

X Projeto Aprovado sem restrições

Projeto Aprovado com restrições

Prazo concedido para cumprimento das exigências: / /

Discriminação das exigências e/ou observações adicionais:


UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
TCE - Escola de Engenharia
TEM - Departamento de Engenharia Mecânica

PROJETO DE GRADUAÇÃO II

AVALIAÇÃO FINAL DO TRABALHO


(continuação)

Aluno : Fernanda Félix Enne Grau : 8,5


Jessica Guimarães Hiller Ferreira Grau : 8,5

Composição da Banca Examinadora :

Prof.: João Marciano Laredo dos Reis. Assinatura :


Prof.: Heraldo Silva da Costa Mattos Assinatura :
Prof.: Luiz Carlos da Silva Nunes Assinatura :

Data de Defesa do Trabalho :

Departamento de Engenharia Mecânica, 06/ 07 / 2015


DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho às nossas mães, Andréa Barbosa Félix Enne e Erika Guimarães Hiller,
pelo amor incondicional, pelo incentivo e todo o esforço para nosso desenvolvimento durante
a vida acadêmica.
Dedicamos aos nossos pais, Luís Alberto Rodrigues Enne e Paulo Ferreira (em memória), pelo
exemplo e contribuição na construção de nosso caráter.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pela oportunidade da formação e pela sabedoria e sustento durante


cada etapa e desafios da vida.
Aos nossos pais pelo amor e confiança e, também, pela dedicação e investimentos em prol
de nosso futuro.
À família e aos amigos pela compreensão da insistente desculpa “preciso estudar” ao
justificar nossa ausência.
Aos amigos da UFF pelos grupos de estudos e apoio moral sempre que necessário.
Aos nossos companheiros da Equipe Tuffão Baja SAE pela amizade e momentos
inesquecíveis compartilhados nessa caminhada.
RESUMO
Este trabalho consiste em apresentar o dimensionamento estrutural e a expectativa de vida em
fadiga de um guindaste de lança treliçada destinado para movimentação de carga em portos. Os
cálculos da estrutura têm como base os conhecimentos adquiridos em resistência dos materiais,
projeto de máquinas e mecânica da fratura e fadiga, matérias fundamentais presentes na grade
do curso de graduação em engenharia mecânica.
O guindaste dimensionado é do tipo onshore (em terra) sobre pedestal e foi projetado de acordo
com a norma NBR 8400. Para a representação 2D e 3D da estrutura foram utilizados os
programas AutoCAD e SolidWorks, respectivamente.

Palavras-Chave: Engenharia Mecânica; guindaste portuário; dimensionamento; fadiga.


ABSTRACT
This work presents the design and the expected fatigue life of a trellis crane destined for cargo
handling at ports. The structure calculations are based on the knowledge acquired in strength
of materials, machine design and fracture and fatigue mechanics, basic subjects present in the
undergraduate course grid in mechanical engineering.
The dimensioned crane is an onshore pedestal type and was designed according to the NBR
8400 standard. For 2D and 3D representation of the structure were used the software AutoCAD
and SolidWorks, respectively.

Key-Words: Mechanical Engineering; port crane; design; fatigue.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1: Guindaste sobre esteira __________________________________________________________ 16


Figura 1.2: Guindaste sobre pedestal ________________________________________________________ 16
Figura 1.3: Monovia _____________________________________________________________________ 17
Figura 1.4: Ponte rolante __________________________________________________________________ 17
Figura 1.5: Porteiner _____________________________________________________________________ 17
Figura 1.6: Primeiro guindaste descrito na história _____________________________________________ 18
Figura 1.7: Guindaste portuário sobre pedestal ________________________________________________ 20
Figura 3.1: Indicação de ângulos e forças para cálculo trigonométrico _____________________________ 27
Figura 3.2: Diagrama de corpo livre da lança _________________________________________________ 28
Figura 3.3: Resultante no olhal. ____________________________________________________________ 29
Figura 3.4: Decomposição da reação no olhal da lança __________________________________________ 29
Figura 3.5: Esquema de giro _______________________________________________________________ 36
Figura 3.6: Coeficiente dinâmico φ em função de  _____________________________________________ 37
Figura 3.7: Reação no olhal da lança decida força de giro _______________________________________ 38
Figura 3.8: Diagrama momento fletor do carregamento de vento __________________________________ 40
Figura 3.9: Diagrama da força cortante do carregamento de vento ________________________________ 41
Figura 3.10: Esquema de forças no cavalete___________________________________________________ 45
Figura 3.11: Reações no pino da roldana do cavalete ___________________________________________ 46
Figura 3.12: Esquema de ângulos para =80,9º ________________________________________________ 47
Figura 3.13: Esquema de ângulos para =52,3º ________________________________________________ 48
Figura 3.14: Esquema de ângulos para =25,3º ________________________________________________ 49
Figura 3.15: Diagrama de corpo no pino _____________________________________________________ 53
Figura 4.1: Superfície de fratura por fadiga em um parafuso sujeito a flexão, A: início das micro trincas; B:
progressão das trincas e marcas de praia; C: fratura final rápida __________________________________ 56
Figura 4.2: Modelo 3D da lança ____________________________________________________________ 58
Figura 4.3: Malha tipo viga ________________________________________________________________ 58
Figura 4.4: Detalhe da malha ______________________________________________________________ 59
Figura 4.5: Condições de Contorno vista isométrica. ____________________________________________ 60
Figura 4.6: Condição de Contorno vista frontal. _______________________________________________ 60
Figura 4.7: Condições de contorno na lança seccionada _________________________________________ 61
Figura 4.8: Curva típica S-N _______________________________________________________________ 63
Figura 4.9: Padrão de flutuação de tensão com o tempo (BUDYNAS e NISBETT, 2011). ______________ 68
Figura 4.10: Diagrama de Critérios de falha por fadiga (BUDYNAS e NISBETT, 2011) _______________ 69
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Classe de utilização _____________________________________________________________ 22


Tabela 2.2: Estado de carga ________________________________________________________________ 23
Tabela 2.3: Classificação da estrutura dos equipamentos em grupos _______________________________ 23
Tabela 2.4: Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais ______________________ 24
Tabela 3.1: Tabela de Carga _______________________________________________________________ 26
Tabela 3.2: Carga Morta __________________________________________________________________ 26
Tabela 3.3: Resultantes devido peso próprio ___________________________________________________ 32
Tabela 3.4: Resultantes devido às cargas em movimento _________________________________________ 35
Tabela 3.5: Valores da pressão aerodinâmica __________________________________________________ 39
Tabela 3.6: Valores de coeficiente aerodinâmico _______________________________________________ 40
Tabela 3.7: Valores do coeficiente dinâmico ___________________________________________________ 41
Tabela 3.8: Tensões admissíveis à tração (ou compressão) simples _________________________________ 42
Tabela 3.9: Fator de multiplicação para determinação do comprimento de flambagem _________________ 43
Tabela 3.10: Valor do coeficiente ω em função da esbeltez λ para tubos _____________________________ 43
Tabela 3.11: Valor do coeficiente ω em função da esbeltez λ para laminados em aço __________________ 51
Tabela 4-1: Forças aplicadas na ponta da lança ________________________________________________ 59
Tabela 4.2: Tensões obtidas no SolidWorks Simulation no caso carregado __________________________ 60
Tabela 4.3: Tensões obtidas no SolidWorks Simulation no caso descarregado ________________________ 60
Tabela 4.4: Parâmetros para o fator de modificação de superfície _________________________________ 65
Tabela 4.5: Efeito da temperatura de operação _________________________________________________ 66
Tabela 4.6: Fatores de confiabilidade ________________________________________________________ 66
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 16
1.1 EQUIPAMENTOS DE ELEVAÇÃO DE CARGA ..................................................................... 16
1.2 GUINDASTES ............................................................................................................................. 18
1.3 O PROJETO ................................................................................................................................. 19

2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA ...................................................................... 21


2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS EQUIPAMENTOS........................................... 21
2.1.1 CLASSE DE UTILIZAÇÃO ............................................................................................................ 21
2.1.2 ESTADO DE CARGA.................................................................................................................... 22
2.1.3 GRUPO DA ESTRUTURA E COEFICIENTE DE MAJORAÇÃO ......................................................... 23

3 FORÇAS ATUANTES NA ESTRUTURA ................................................................................. 25


3.1 ESFORÇOS NA LANÇA ............................................................................................................ 27
3.1.1 ANÁLISE ESTÁTICA ................................................................................................................... 27
3.1.1.1 Esforços Devido ao Peso Próprio ........................................................................................... 30
3.1.1.2 Esforços Devidas Cargas em Movimento .............................................................................. 32
3.1.1.3 Força Horizontal na Lança ..................................................................................................... 35
3.1.1.3.1 Força Lateral Devido ao Movimento de Giro ................................................................... 35
3.1.1.3.2 Força Devido ao Vento....................................................................................................... 39
3.1.1.4 Composição das Tensões ....................................................................................................... 41
3.1.2 ANÁLISE CONTRA FLAMBAGEM GLOBAL ................................................................................. 42
3.2 ESFORÇOS NO CAVALETE ELEVADO.................................................................................. 44
3.2.1 TRIGONOMETRIA ....................................................................................................................... 44
3.2.2 ANÁLISE ESTÁTICA ................................................................................................................... 50
3.2.3 FLAMBAGEM GLOBAL ............................................................................................................... 51
3.3 ANÁLISE DE TENSÕES NOS PINOS ....................................................................................... 52
3.3.1 PINOS DO PÉ DA LANÇA ............................................................................................................. 53
3.3.2 PINOS DO CAVALETE ................................................................................................................. 54

4 FADIGA ......................................................................................................................................... 55
4.1 ANÁLISE DA VIDA EM FADIGA ............................................................................................. 57
4.1.1 ANÁLISE DAS TENSÕES PELO MÉTODO NUMÉRICO .................................................................. 57
4.1.1.1 Modelo ................................................................................................................................... 57
4.1.1.2 Geração de Malha................................................................................................................... 58
4.1.1.3 Condições de Contorno .......................................................................................................... 59
4.1.1.4 Resultados .............................................................................................................................. 60
4.1.2 ANÁLISE DAS TENSÕES PELO MÉTODO ANALÍTICO .................................................................. 61
4.1.2.1 Condições de Contorno .......................................................................................................... 61
4.1.2.2 Resultados .............................................................................................................................. 62
4.1.3 DETERMINAÇÃO DA VIDA EM FADIGA ..................................................................................... 63
4.1.4 FATORES DE MODIFICADORES DE RESISTÊNCIA À FADIGA: ....................................................... 64
4.1.4.1 Fator de acabamento superficial Ka ....................................................................................... 65
4.1.4.2 Fator de tamanho da peça Kb ................................................................................................. 65
4.1.4.3 Fator de carregamento Kc ...................................................................................................... 65
4.1.4.4 Temperatura Kd...................................................................................................................... 66
4.1.4.5 Confiabilidade Ke .................................................................................................................. 66
4.1.4.6 Fator de efeitos diversos Kf ................................................................................................... 67
4.1.4.7 Limite de resistência à fadiga corrigido ................................................................................. 67
4.1.5 CRITÉRIO DE GOODMAN MODIFICADO ..................................................................................... 67
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................................. 70

6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS ...................................................................... 71

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 72

8 APÊNDICES .................................................................................................................................. 72
SIMBOLOGIA

α - Ângulo da Lança com a horizontal (Ângulo Principal)


δ - Ângulo da carga com a lança
θ - Ângulo entre o cabo de içamento de Carga e a lança
β - Ângulo entre o cabo de içamento de lança e a lança
ɣ - Ângulo entre o cabo de içamento de carga e a vertical
ɸ - Ângulo entre cabo de içamento da lança com a horizontal
ω - Ângulo da resultante do olhal com a horizontal
ξ - Ângulo entre a resultante no olhal e a lança
L - Comprimento da Lança
d - Raio de giração (projeção da lança na horizontal)
H - Projeção da lança na vertical
L' - Projeção do cabo de içamento de carga na vertical
h - Distância perpendicular do cabo de içamento de carga até o olhal
G - Distância perpendicular do cabo de içamento da lança até o olhal
F - Centro de Gravidade da lança (Distância até o Olhal)
A – Projeção do F na horizontal
P - Peso da Lança
Ti - Tração do cabo de içamento de carga
T - Tração do cabo de içamento de lança
Roy - Reação vertical no Olhal
Rox - Reação horizontal no Olhal
Ro - Força resultante no olhal
Fa - Força Axial na Lança
m - Carga Morta
M – Carga a ser içada
n – Números de pernadas que chegam no moitão
𝛔𝐩𝐩 – Tensão Peso Próprio
𝝈𝒄𝒎 – Tensão devido a carga em movimento
N – Velocidade Angular do giro
Vtang – Velocidade tangencial da ponta da lança (α =0º)
r1 – Distancia do C.G. da lança ao eixo de giro (α =25,3º)
r2 – Distancia do C.G. do contra peso ao eixo de giro (α =25,3º)
r3 – Distancia da ponta da lança ao eixo de giro (α =25,3º)
V1 – Velocidade tangencial no C.G. da lança (α =25,3º)
V2 – Velocidade tangencial no C.G. do contra peso (α =25,3º)
V3 – Velocidade tangencial na ponta da lança (α =25,3º)
F1 - Força exercida pela massa da lança
F2 - Força exercida pela massa do contra peso
F3 - Força exercida na ponta da lança
𝒎𝒄𝒑 – Peso do contra peso
CL - Distância entre a ponta da lança e ponta do cavalete
G’ – Comprimento da perna dianteira do cavalete
Z - Ângulo entre a lança e o cavalete
J – Ângulo entre cabo de içamento de lança com horizontal
F1 – Força compressiva na perna dianteira do cavalete
F2 – Força trativa na perna traseira do cavalete
t – Espessura do olhal
1 INTRODUÇÃO

1.1 EQUIPAMENTOS DE ELEVAÇÃO DE CARGA

É considerado equipamento de elevação de cargas qualquer máquina que faça o trabalho


de levantar e baixar cargas, com o objetivo de movimentação das mesmas dotados ou não de
um sistema de movimentação de translação. São inúmeros os equipamentos destinados à
elevação e movimentação de carga disponíveis hoje em dia na indústria para os diversos tipos
de serviços nas diferentes áreas como em fábricas, construções, portos e em locais de
armazenamento ou de carga e descarga para o transporte.

Os tipos de máquinas mais conhecidas para esta finalidade são:

Guindaste: equipamento de elevação dotado de lança e guincho; possui grande


abrangência em termos de versatilidade. (Figura 1.1 e Figura 1.2)

Monovia: sistema de translação sobre a aba inferior de uma viga I com suspenção de
carga por meio de uma talha podendo ser ou não motorizada; sua principal aplicação é em linhas
de montagem e estoques; (Figura 1.3)

Ponte rolante: possuem estrutura horizontal em ponte permitindo os movimentos


transversal simultaneamente com a translação da própria estrutura; é utilizado na movimentação
e no armazenamento de contêineres. (Figura 1.4)

Porteiner: tem formato de pórtico, possui uma lança que se prolonga até o mar e desloca
as cargas por sobre um trilho; é utilizado na movimentação de contêineres e grandes volumes
do navio para o costado e vice-versa. (Figura 1.5)
16

Figura 1.1: Guindaste sobre esteira

Figura 1.2: Guindaste sobre pedestal


17

Figura 1.3: Monovia

Figura 1.4: Ponte rolante

Figura 1.5: Porteiner


18

1.2 GUINDASTES

Guindastes são equipamentos usados para elevação e movimentação de cargas em


grandes construções e em serviços portuários que vêm evoluindo em tecnologia, mobilidade e
capacidade ao longo de muitos anos. O guindaste provavelmente é uma invenção grega ou
romana, que embora não se conheça a precisão da época em que circunstâncias foram
inventados, sabe-se que não existem registros anteriores ao século I a.C. Grande parte do
conhecimento sobre guindastes origina-se dos escritos do arquiteto romano Vitrúvio (século I
a.C.) e de Héron de Alexandria (século I d.C.). O mais simples, e supostamente o primeiro,
descrito era formado apenas por uma única estaca fincada no chão, erguido e sustentado por
dois cabos amarrados em seu topo, onde prendia-se a roldana em que corria a corda utilizada
para suspender os materiais, conforme a Figura 1.6. Apresentava certas limitações como: o
ângulo de giro que era muito curto; o objeto só poderia ser erguido até a altura das estacas; e a
ausência de mobilidade.

Figura 1.6: Primeiro guindaste descrito na história

Posteriormente equipamentos maiores foram desenvolvidos utilizando engrenagens


movidas por tração animal, permitindo a suspensão de cargas mais elevadas. Os primeiros tipos
19

de guindaste eram feitos de madeira até que, com a Revolução Industrial, passaram a ser
produzidos de aço e ferro fundido.

Atualmente, os guindastes portuários são de extrema importância para carga e descarga


de embarcações, para movimentação de grandes massas nos pátios, bem como a arrumação
destes. São inúmeras as variações desse equipamento que se encontram no mercado, cada tipo
construído com foco para resolver um tipo específico de dificuldade na elevação e
movimentação de cargas.

Na engenharia moderna é fundamental o estudo dessas máquinas para a contínua


evolução nos projetos e também para a manutenção adequada afim de maximizar a vida útil da
estrutura e dos mecanismos já construídos e em uso. Na fase de projeto, deve-se levar em
consideração, dentre os diversos fatores, os efeitos das solicitações dinâmicas repetidas nos
materiais, o que se faz necessário a aplicação de normas com coeficientes de segurança contra
fadiga sobre os parâmetros estáticos. Durante a fabricação, um acompanhamento de controle
ajuda a manter a qualidade idealizada na fase anterior, fazendo o uso de testes, de carga ou
strain gauge, por exemplo, para análise da confiabilidade. Já na fase de manutenção, desde a
montagem até a completa inutilização da máquina, os ensaios não-destrutivos como inspeção
visual, raios gama, líquidos penetrantes, ultra-som, raio X etc., permitem garantir o correto e
seguro funcionamento através da identificação de danos prejudiciais e quais exigem reparo.

1.3 O PROJETO

O objeto deste trabalho é um guindaste do tipo onshore (em terra) com lança treliçada
fixo sobre pedestal, ou seja, não possui movimento de translação sobre rodas ou trilhos,
parecido com o modelo apresentado na Figura 1.7, e tem por objetivo movimentar cargas
elevadas no ambiente portuário. Serão aqui apresentados o projeto estrutural, seguindo as
diretrizes básicas apresentadas na norma NBR 8400 - Cálculo de Equipamentos para Elevação
e Movimentação de Carga; e em cálculos estáticos baseados nos conhecimentos do campo de
resistência dos materiais, além da estimativa de viga em fadiga, através da análise dos
componentes mais críticos submetidos às solicitações cíclicas.
20

Figura 1.7: Guindaste portuário sobre pedestal


2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA

Antes de apresentar o método de cálculo, deve-se seguir diretrizes básicas para o início
do projeto. O projeto de pré-dimensionamento leva em consideração o regime de trabalho, as
condições climáticas, o tipo de carga e o peso máximo de carga.
Os dados do guindaste a ser dimensionado estão relacionados abaixo:
 Carga média a ser içada: 12 toneladas
 Carga máxima: 25 toneladas
 Local de trabalho: região portuária sujeito à corrosão e vento
 Velocidade de içamento e abaixamento (Vel ): 0,28m/s
 Ciclos por hora: 6 ciclos
 Horas por dia: 16h
 Dias por ano: 345 dias
 Vida útil: 15 anos

Todas as recomendações a seguir são baseadas na NBR 8400

2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS EQUIPAMENTOS

As estruturas dos equipamentos são classificadas em grupos, conforme o serviço que


irão executar, a fim de determinar as solicitações que deverão ser levadas em consideração no
projeto. Os dois fatores que regem essa classificação são: classe de utilização e estado de carga.

2.1.1 Classe de Utilização

A classe de utilização caracteriza a frequência de utilização dos equipamentos e serve


como base para o cálculo da estrutura. Para a classificação, estipula-se um número teórico de
ciclos de levantamento que o equipamento deverá efetuar durante sua vida e servem de base
22

para determinação do número de variações de tensões na verificação à fadiga. Um ciclo inicia-


se no içamento da carga e termina quando o equipamento está pronto para o içamento seguinte.
O número de ciclos é calculado da seguinte forma:

Ciclos = ciclos/hora x horas/dia x dias/ano x tempo de vida útil

Para o guindaste projetado, de acordo com os dados relacionados anteriormente, foram


estimados 6 ciclos por hora, numa jornada de 16h por dia e 345 dias por ano, além de um tempo
de vida esperado de 15 anos. Dessa forma, tem-se como esperado 4,97 x 105 ciclos.
Pela Tabela 2.1, o protótipo se enquadra na classe de utilização C: até 6,3 x 105 ciclos
com utilização regular em serviço intermitente.

Tabela 2.1: Classe de utilização

Número
Classe de convencional
Frequência de utilização do movimento de levantamento
utilização de ciclos de
levantamento

Utilização ocasional não regular, seguida de longos períodos de


A 6,3 x 104
repouso

B Utilização regular em serviço intermitente 2,0 x 105

C Utilização regular em serviço intensivo 6,3 x 105

Utilização em serviço intensivo severo, efetuado, por exemplo,


D 2,0 x 106
em mais de um turno
Fonte: NBR 8400 (1984)

2.1.2 Estado de Carga

O estado de carga caracteriza em que proporção o equipamento levanta a carga máxima,


ou somente uma carga reduzida, ao longo de sua vida útil. Esse mesmo critério pode ser adotado
para o estado de tensões de um elemento.
A capacidade do guindaste projetado é de 25 toneladas e a carga média esperada para
sua utilização nos portos é de 12 toneladas. Logo, pela Tabela 2.2, o protótipo se enquadra no
estado de carga 2: equipamentos que frequentemente levantam a carga nominal e comumente
cargas compreendias entre 1/3 e 2/3 da carga nominal.
23

Tabela 2.2: Estado de carga

Fração mínima da
Estado de carga Definição
carga máxima

Equipamentos levantando excepcionalmente a carga


0 (muito leve) P=0
nominal e comumente cagas muito reduzidas

Equipamentos que raramente levantam a carga


1 (leve) nominal e comumente cargas de ordem de 1/3 da P = 1/3
carga nominal

Equipamentos que frequentemente levantam a carga


2 (médio) nominal e comumente cargas compreendias entre 1/3 P = 2/3
e 2/3 da carga nominal

Equipamentos regularmente carregados com a carga


3 (pesado) P=1
nominal
Fonte: NBR 8400 (1984)

2.1.3 Grupo da Estrutura e Coeficiente de Majoração

Os diversos grupos indicados na Tabela 2.3 classificam a estrutura para os


equipamentos como um conjunto e a Tabela 2.4 determina o valor do coeficiente de majoração
Mx, que por sua vez caracteriza o dimensionamento da estrutura. A estrutura do guindaste
projetado pertence ao grupo 5 e o coeficiente de majoração é 1,12.

Tabela 2.3: Classificação da estrutura dos equipamentos em grupos


Classe de utilização e número convencional de ciclos de
levantamento (ou de tensões para um elemento)
Estado de cargas (ou estado de
tensões para um elemento) A B C D
6,3 x 104 2,0 x 105 6,3 x 105 2,0 x 106
0 (muito leve)
1 2 3 4
P=0
1 (leve)
2 3 4 5
P = 1/3
2 (médio)
3 4 5 6
P = 2/3
3 (pesado)
4 5 6 6
P=1
Fonte: NBR 8400 (1984)
24

Tabela 2.4: Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais

Grupos 1 2 3 4 5 6
Mx 1 1 1 1,06 1,12 1,20
Fonte: NBR 8400 (1984)
25

3 FORÇAS ATUANTES NA ESTRUTURA

O material escolhido para a estrutura é o aço ASTM A572 por ser um aço estrutural de
baixa liga e alta resistência facilmente encontrado no mercado e utilizado em estruturas
metálicas a fim de reduzir o peso em virtude de sua maior resistência mecânica se comparado
com um aço carbono de uso comum. Suas características relevantes para o presente projeto são:

 𝜎𝑒 = 290 𝑀𝑃𝑎
 𝜎𝑟 = 415𝑀𝑃𝑎
 Tubos principais que suportam a compressão: 88,9x4,76mm
 Tubos da treliça de contraventamento; 31,75x2,34mm

Todos os cálculos a seguir serão baseados na Tabela 3.1 mostrada abaixo. Essa tabela
indica a capacidade de içamento de carga do guindaste referente a cada ângulo que o
equipamento é imposto.
26

Tabela 3.1: Tabela de Carga

RAIOS ÂNGULO
COMPRIMENTO CAPACIDADE N° DE AUXILIAR
EM DA
DA LANÇA ESTÁTICA (Kg) CABOS (Kg)
METROS LANÇA
5,7 80,9 25000 5 7000
6,0 80,2 24090 5 7000
7,0 78,1 22930 5 7000
8,0 75,9 21590 5 7000
9,0 73,8 20420 5 7000
10,0 71,6 20000 5 7000
11,0 69,4 20000 5 7000
12,0 67,1 19920 5 7000
13,0 64,8 18500 5 7000
27,43 m 14,0 62,5 18000 5 7000
15,0 60,1 16500 5 7000
16,0 57,6 15000 5 7000
17,0 55,1 14000 5 7000
18,0 52,5 13000 5 7000
19,0 49,8 12200 5 7000
20,0 47,0 11700 5 7000
22,0 40,9 10500 5 7000
24,0 33,9 9300 5 7000
26,0 25,3 8545 5 7000

Iremos abordar apenas 3 ângulos, o menor (25,3°), o maior (80,9°) e um ângulo


intermediário de 52,5°. Esses ângulos foram escolhidos por mostrarem um comportamento mais
amplo das reações do guindaste.

A carga morta, mostrada na Tabela 3.2 abaixo, também é considera no cálculo:

Tabela 3.2: Carga Morta

COMPONENTE PESO (N)


Bola peso de 10 ton 1069,3
Moitão de 40 ton 4002,5
Conj. da Extensão da lança 1657,9
Conj. Das Roldanas da Ponta da lança 2246,5
Conj. Protetor do cabo 293,3
Total 9270,5
27

3.1 ESFORÇOS NA LANÇA

Para o cálculo da tração no cabo de içamento da lança, foi feito o diagrama de corpo
livre da lança. A partir do somatório dos momentos das forças atuantes na lança em relação ao
pino do pé da lança encontraremos as reações para cada ângulo de operação do guindaste.

3.1.1 Análise Estática

𝑑 = 𝐿 𝑐𝑜𝑠𝛼
𝑑+1,5175
𝛿 = 90 − 𝛼 ɣ = 𝑎𝑐𝑡𝑟𝑔 (𝐻−0,8223)

𝐿′
𝛽 = 𝛼−ɸ ɸ = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔( 𝑖 )

𝜃 =ɣ− 𝛿 𝐴 = 𝐹 𝑐𝑜𝑠𝛼

𝐻 = 𝐿 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝐺 = 𝐿 𝑠𝑒𝑛𝛽

ℎ = 𝐿 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝐿′ = 𝐻 − 7,244

𝑖 = 𝑑 + 4,07 𝛿 = 90 − 𝛼

Figura 3.1: Indicação de ângulos e forças para cálculo trigonométrico


28

∑ 𝑀𝑜 = 0

𝑇. 𝐺 + 𝑇𝑖. ℎ − (𝑀 + 𝑚). 𝑑 − 𝑃. 𝐴 = 0 (3-1)


(𝑀+𝑚).𝑑+𝑃.𝐴−𝑇𝑖.ℎ
𝑇= (3-2)
𝐺

(𝑀+𝑚)
𝑇𝑖 = (3-3)
𝑛

Com o diagrama de corpo livre da lança são encontradas as reações no olhal do pé da


lança.

Figura 3.2: Diagrama de corpo livre da lança

∑ 𝐹𝑥 = 0

𝑅𝑜𝑥 − 𝑇𝑐𝑜𝑠ɸ − 𝑇𝑖. 𝑠𝑒𝑛ɣ = 0

𝑅𝑜𝑥 = 𝑇𝑐𝑜𝑠ɸ + 𝑇𝑖𝑠𝑒𝑛ɣ (3-4)

∑ 𝐹𝑦 = 0

𝑅𝑜𝑦 − (𝑀 + 𝑚) − 𝑃 − 𝑇𝑠𝑒𝑛ɸ − 𝑇𝑖. 𝑐𝑜𝑠ɣ = 0

𝑅𝑜𝑦 = (𝑀 + 𝑚) + 𝑃 + 𝑇𝑠𝑒𝑛ɸ + 𝑇𝑖. 𝑐𝑜𝑠ɣ (3-5)


29

Dessa forma é possível obter a resultante das reações no olhal do pé da lança.

Figura 3.3: Resultante no olhal.

𝑅𝑜𝑥 2 + 𝑅𝑜𝑦 2 = 𝑅𝑜2 (3-6)

𝑅𝑜𝑦
𝜔 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑅𝑜𝑥 ) (3-7)

E, assim, determina-se a força axial na lança.

Figura 3.4: Decomposição da reação no olhal da lança

A força de compressão na lança (𝐹𝐴𝐿 ) é encontrada através da decomposição da


resultante das reações no olhal, como seguem os cálculos abaixo:

𝜉 =𝜔−𝛼 (3-8)
𝐹𝐴𝐿 = 𝑅𝑜. 𝑐𝑜𝑠𝜉 (3-9)
30

3.1.1.1 Esforços Devido ao Peso Próprio


O peso próprio da lança foi estimado em P = 21970 N. Com o somatório do momento
no ponto O calcula-se a tração no cabo de içamento da estrutura para cada um dos três ângulos
escolhidos para a análise.

∑ 𝑀𝑜 = 0

𝑇. 𝐺 − 𝑃. 𝐴 = 0

𝑃.𝐴
𝑇= (3-10)
𝐺

𝜶 = 𝟖𝟎, 𝟗°

d = 4,34 m A = 2,19 m ɣ = 12,59 °

H = 27,10 m i = 8,41 m 𝜃 = 3,49°

L’ = 19,86 m 𝛿 = 9,10° ɸ = 67,05°

𝛽 = 13,85 ° G = 6,57 m h = 1,67 m.

21970.2,19
𝑇(80,9°) = = 7323,33 𝑁
6,57

Pelo diagrama de corpo livre:

𝑅𝑜𝑥 = 7323,33. cos 67,05


𝑅𝑜𝑥 = 2855,57 𝑁

𝑅𝑜𝑦 = 21970 + 7323,33. 𝑠𝑒𝑛67,05


𝑅𝑜𝑦 = 28713,65 𝑁

𝑅𝑜 = 28855,29 𝑁

𝜔 = 84,32°

𝜉 = 3,42°
𝐹𝐴𝐿 = 28803,90 𝑁
31

𝜶 = 𝟓𝟐, 𝟓°

d = 16,70 m A = 8,44 m ɣ = 41,05 °

H = 21,76 m i = 20,77 m 𝜃 = 3,55 °

L’ = 14,52 m 𝛿 = 37,5° ɸ = 34,96°

𝛽 = 17,54 ° G = 8,27 m h = 1,70 m.

21970.8,44
𝑇(52,5°) = = 22421,62 𝑁
8,27

Pelo diagrama de corpo livre:

𝑅𝑜𝑥 = 22421,62. cos 34,96


𝑅𝑜𝑥 = 18375,69 𝑁

𝑅𝑜𝑦 = 21970 + 22421,62. 𝑠𝑒𝑛34,96


𝑅𝑜𝑦 = 34817,69 𝑁

𝑅𝑜 = 39368,24 𝑁

𝜔 = 62,18°

𝜉 = 9,68°
𝐹𝐴𝐿 = 38808,40 𝑁

𝜶 = 𝟐𝟓, 𝟑°

d = 24,82 m A = 12,53 m ɣ = 67,51 °

H = 11,73 m i = 28,89 m 𝜃 = 2,81°

L’ = 4,49 m 𝛿 = 64,70° ɸ = 8,83°

𝛽 = 16,47 ° G = 7,78 m h = 1,35 m.

21970.12,53
𝑇(25,3°) = = 35383,56 𝑁
7,78
32

Pelo diagrama de corpo livre:

𝑅𝑜𝑥 = 35383,56. cos 8,83


𝑅𝑜𝑥 = 34964,20 𝑁

𝑅𝑜𝑦 = 21970 + 35383,56. 𝑠𝑒𝑛8,83


𝑅𝑜𝑦 = 27401,49 𝑁

𝑅𝑜 = 44422,26 𝑁

𝜔 = 38,09°

𝜉 = 12,79°
𝐹𝐴𝐿 = 43320,05 𝑁

Para o cálculo da solicitação utiliza-se o valor da força axial encontrada e a área da seção
circular dos tubos principais (A=1258,23mm²):

F𝐴𝐿
σpp = (3-11)
4.𝐴

Tabela 3.3: Resultantes devido peso próprio

 (°) T (N) Ro (N) 𝜔 (°) 𝐹𝐴𝐿 (N) σpp (Mpa)

80,9 7323,33 28855,29 84,32 28803,90 5,72


52,5 22421,62 39368,93 62,18 38808,40 7,71
25,3 35383,56 44422,26 38,09 43320,05 8,61

3.1.1.2 Esforços Devidas Cargas em Movimento

As cargas que se movimentam durante a operação são a de peso morto e a carga a ser
içada. Será usada em cada ângulo a carga máxima possível de acordo com a tabela Tabela 3.1.

∑ 𝑀𝑜 = 0

𝑇. 𝐺 + 𝑇𝑖. ℎ − (𝑀 + 𝑚). 𝑑 = 0

(𝑀+𝑚).𝑑−𝑇𝑖.ℎ
𝑇= (3-12)
𝐺

(𝑀+𝑚)
𝑇𝑖 = (3-13)
𝑛
33

𝜶 = 𝟖𝟎, 𝟗°

d = 4,34 m A = 2,19 m ɣ = 12,59 °

H = 27,10 m i = 8,41 m 𝜃 = 3,49°

L’ = 19,86 m 𝛿 = 9,10° ɸ = 67,05°

𝛽 = 13,85 ° G = 6,57 m h = 1,67 m

n=5
𝑇(80,9°) = 154994,20 𝑁

𝑇𝑖 (80,9°) = 50903,61 𝑁

Pelo diagrama de corpo livre:

𝑅𝑜𝑥 = 𝑇𝑐𝑜𝑠ɸ + 𝑇𝑖𝑠𝑒𝑛ɣ


𝑅𝑜𝑥 = 71582,46 𝑁

𝑅𝑜𝑦 = (𝑀 + 𝑚) + 𝑇𝑠𝑒𝑛ɸ + 𝑇𝑖. 𝑐𝑜𝑠ɣ


𝑅𝑜𝑦 = 459610,61 𝑁

𝑅𝑜 = 465151,55 𝑁

𝜔 = 81,15°

𝜉 = 0,25°
𝐹𝐴𝐿 = 465147,20 𝑁

𝜶 = 𝟓𝟐, 𝟓°

d = 16,70 m A = 8,44 m ɣ = 41,05 °

H = 21,76 m i = 20,77 m 𝜃 = 3,55 °

L’ = 14,52 m 𝛿 = 37,5° ɸ = 34,96°

𝛽 = 17,54 ° G = 8,27 m h = 1,70 m.

n=5

𝑇(52,5°) = 270643,58 𝑁

𝑇𝑖 (52,5°) = 27359,61 𝑁
34

Pelo diagrama de corpo livre:

𝑅𝑜𝑥 = 239785,19𝑁
𝑅𝑜𝑦 = 325200,50 𝑁

𝑅𝑜 = 404044,93 𝑁

𝜔 = 53,60°

𝜉 = 1,10°
𝐹𝐴𝐿 = 403970,88 𝑁

𝜶 = 𝟐𝟓, 𝟑°

d = 24,82 m A = 12,53 m ɣ = 67,51 °

H = 11,73 m i = 28,89 m 𝜃 = 2,81°

L’ = 4,49 m 𝛿 = 64,70° ɸ = 8,83°

𝛽 = 16,47 ° G = 7,78 m h = 1,35 m.


n=5

𝑇(25,3°) = 293439,17 𝑁

𝑇𝑖 (25,3°) = 18618,88 𝑁

Pelo diagrama de corpo livre:

𝑅𝑜𝑥 = 307173,85 𝑁
𝑅𝑜𝑦 = 157906,76𝑁

𝑅𝑜 = 345384,30𝑁

𝜔 = 27,21°

𝜉 = 1,91°
𝐹𝐴𝐿 = 345193,20𝑁

Calculando-se a tensão de compressão devida carga em movimento:

F𝐴𝐿
σcm = (3-14)
4.𝐴
35

Tabela 3.4: Resultantes devido às cargas em movimento

 (°) T (N) σ𝑐𝑚


Ti (N) Ro (N) 𝜔 (°) 𝐹𝐴𝐿 (N)
(Mpa)
80,9 154994,20 50903,61 465151,55 81,15 465147,20 92,42
52,5 270643,58 27359,61 404044,93 53,60 403970,88 80,26
25,3 293439,21 18618,90 345384,30 27,21 345193,20 68,58

A situação crítica, ou seja, que apresenta a maior soma de tensões, é em 𝛼 = 80,9°


quando:
 𝜎𝑝𝑝 = 8,61 𝑀𝑃𝑎
 𝜎𝑐𝑚 = 92,42 𝑀𝑃𝑎

3.1.1.3 Força Horizontal na Lança

Existem dois casos onde se pode calcular os efeitos das forças laterais na lança: no caso
da parada do giro da lança, e quando a estrutura está sofrendo cargas devido ao vento.

3.1.1.3.1 Força Lateral Devido ao Movimento de Giro

No caso de movimentos de orientação e de levantamento da lança, o cálculo é efetuado


considerando o momento acelerador ou desacelerador que se exerce no eixo do motor dos
mecanismos. O valor das acelerações depende do equipamento; na prática escolhe-se uma
aceleração na ponta da lança, podendo variar entre 0,1 m/s² e 0,6 m/s² conforme a rotação e o
raio da lança, de maneira a obter tempos de aceleração da rodem de 5 s a 10 s nos casos comuns.
(NBR 8400, 1984)
Estipulando, então, a aceleração e o tempo de aceleração:

𝑎 = 0,5 𝑚/𝑠 2
𝑡 =8𝑠
São apresentados abaixo o cálculo da Força Horizontal Máxima devida carga em
movimento:
𝑉𝑡𝑎𝑛𝑔 = 𝑎. 𝑡 = 0,5.8 = 4 𝑚/𝑠 (3-15)

𝑉𝑡𝑎𝑛𝑔 = 2𝜋. 𝑟. 𝑛 (3-16)


4 4
𝑁= = 2𝜋.27,45 = 1,39 𝑟𝑝𝑚 (3-17)
2𝜋.𝑟
36

Figura 3.5: Esquema de giro

Utilizando o ângulo que se obtém a maior velocidade tangencial, e assim a maior força
gerada na ponta da lança [F3] 𝛼 = 25,3. Onde: F3 é a força exercida na ponta da lança, F1 é a
força exercida pela massa da lança e F2 é a força exercida pela massa do contra peso.

𝑁 1,39
𝑉1 = 2𝜋. 𝑟1 . = 2𝜋. 13,58. = 1,98 𝑚/𝑠 (3-18)
60 60

𝑁 1,39
𝑉2 = 2𝜋. 𝑟2 . = 2𝜋. 3,32. = 0,483 𝑚/𝑠 (3-19)
60 60

𝑁 1,39
𝑉3 = 2𝜋. 𝑟3 . = 2𝜋. 25,85. = 3,76 𝑚/𝑠 (3-20)
60 60

𝑉1 2240.1,98
𝐹1 = 𝑃. = = 554,4 𝑁 (3-21)
𝑡 8

𝑉2 16800.0,483
𝐹2 = 𝑚𝑐𝑝 . = = 1014,3 𝑁 (3-22)
𝑡 8

𝑉3 8545.3,76
𝐹3 = 𝑀. = = 4016,15 𝑁 (3-23)
𝑡 8
37

A aceleração de projeto da carga em movimento é:

𝐹1 + 𝐹2 + 𝐹3 5363,11
𝐽𝑚 = = = 0,194 𝑚/𝑠 2 (3-24)
𝑃+ 𝑚𝑐𝑝 + 𝑀 27585

𝐹𝑐𝑚 = 𝑀. 𝐽𝑚 = 8545.0,194 = 1661,32 𝑁 (3-25)

𝑚𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 8545
𝜇′ = = = 0,4488 (3-26)
𝑃+ 𝑚𝑐𝑝 19040

𝑉3 3,76
𝑇𝑚 = = = 19,38 𝑠 (3-26)
𝐽𝑚 0,194

𝑙 𝑠𝑒𝑛(25,3).27,45
𝑇1 = 2𝜋. √ = 2𝜋. √ = 6,87 𝑠 (3-27)
𝑔 9,81

𝑇𝑚 19,38
𝛽= = = 2,82 (3-28)
𝑇1 6,87

Pela Figura 3.6, o valor do coeficiente dinâmico que deve ser aplicado à força da carga
em movimento é 𝜑ℎ = 2.

Figura 3.6: Coeficiente dinâmico φ em função de 


38

Fonte: NBR 8400 (1984)


Assim,
𝐹𝐶𝑚á𝑥 = 𝐹𝑐𝑚 . 𝜑ℎ = 1603,4.2 = 3206,8 𝑁 (3-29)

Fazendo o somatório de momento em um olhal da lança, encontra-se a tensão devido a


força de aceleração (ou desaceleração) de giro da carga em movimento.

Figura 3.7: Reação no olhal da lança decida força de giro

∑ 𝑀1 =0

𝑅2 . 𝑥 + 𝐹𝑐𝑚á𝑥. 𝐿 = 0 (3-30)

𝐹𝑐𝑚á𝑥
𝑅2 = = 72435,65 𝑁
𝑥

A tensão devido a força de aceleração/desaceleração do giro é:


𝑅2
𝜎𝐻 = − = 28,79 𝑀𝑃𝑎 (3-31)
2.𝐴
39

Essa tensão traciona os tubos ligados ao ponto 1 e comprime os tubos ligados ao ponto
2 da Figura 3.7.

3.1.1.3.2 Força Devido ao Vento

A ação do vento depende essencialmente da forma da estrutura e deve ser prevista na


direção mais desfavorável.

O clima local se enquadra no caso II – equipamento em serviço normal com vento limite de
serviço – e tem o valor da pressão aerodinâmica de Pa = 250 N/m², de acordo com a

Tabela 3.5 abaixo.

Tabela 3.5: Valores da pressão aerodinâmica

Vento limite de serviço Vento máximo


Altura em (equipamento fora de serviço)
relação ao Velocidade Pressão Velocidade Pressão
solo (m) aerodinâmica aerodinâmica
(m/s) (km/h) (N/m²) (m/s) (km/h) (N/m²)
0 a 20 36 130 800
20 a 100 20 72 250 42 150 1100
Mais de 100 46 165 300
Fonte: NBR 8400 (1984)

O cálculo da força de vento é feito da seguinte maneira:

𝐹𝑤 = 𝐶. 𝐴. 𝑃𝑎 (3-32)

A = 9 m² (área exposta ao vento)

C = coeficiente aerodinâmico

Para treliças compostas por tubos o valor do coeficiente aerodinâmico depende do


diâmetro externo utilizado e é definido segundo a Tabela 3.6.
40

Tabela 3.6: Valores de coeficiente aerodinâmico

Fonte: NBR 8400 (1984)

𝑃𝑎
𝑑√ ≤ 1 ; teremos C = 1,2.
10

A força de vento exercida sobre a área exposta fica:

𝐹𝑤 = 1,2.9.250 = 2700 𝑁

Figura 3.8: Diagrama momento fletor do carregamento de vento


41

Figura 3.9: Diagrama da força cortante do carregamento de vento

O momento de inércia da lança no eixo em questão é I = 164305,62 cm4 , c=558,8mm


e a solicitação normal e a cisalhante média são:

𝑀𝑐
𝜎𝑤 = = 12,59 𝑀𝑃𝑎 (3-33)
𝐼

𝑉
𝜏𝑚é𝑑 = = 0,27 𝑀𝑃𝑎 (3-34)
8𝐴

3.1.1.4 Composição das Tensões

Nas solicitações devidas ao levantamento da carga de serviço, levam-se em conta as


oscilações provocadas pelo levantamento brusco, multiplicando-se as solicitações devidas à
carga pelo fator coeficiente dinâmico φ.

Tabela 3.7: Valores do coeficiente dinâmico

Fonte: NBR 8400 (1984)


42

A velocidade de elevação de carga é Vel = 0,28, tem-se pela Tabela 3.7 um coeficiente
dinâmico φ = 1,15

A tensão combinada na estrutura é:

𝜎 = 𝑀𝑥 . (𝜎𝑝𝑝 + 𝜑𝜎𝑐𝑚 + 𝜎𝐻 ) + 𝜎𝑤 = 164,15 𝑀𝑃𝑎 (3-34)

Pela Tabela 3.8 e sabendo que o tipo de serviço enquadra-se no caso II, a tensão
admissível fica:

290
𝜎𝑎 = = 218 𝑀𝑃𝑎
1,33

Tabela 3.8: Tensões admissíveis à tração (ou compressão) simples

Casos de solicitação Caso I Caso II Caso III


Tensão admissível 𝜎𝑒 𝜎𝑒 𝜎𝑒
𝜎𝑎 1,5 1,33 1,1
Fonte: NBR 8400 (1984)

218
O Coeficiente de Segurança contra escoamento em compressão é 𝐶. 𝑆. = = 1,33
164,15

3.1.2 Análise Contra Flambagem Global

Flambagem é um fenômeno que pode ocorrer em peças esbeltas, ou seja, com a área de
seção transversal pequena em relação ao seu comprimento, quando submetidas a compressão
axial. Trata-se de uma instabilidade elástica podendo, então, ocorrer a perda de estabilidade
antes mesmo do material atingir sua tensão de escoamento.

O momento de inércia do tubo principal da lança é I = 1787,24 cm4 .

𝐼
𝑟 = √𝐴 = 119,18 𝑚𝑚 (3-35)

Considerando uma das extremidades livre e a outra rotulada tem-se pela Tabela 3.9 o
fator de multiplicação λ=2.
43

Tabela 3.9: Fator de multiplicação para determinação do comprimento de flambagem

Fonte: NBR 8400 (1984)

𝑘.𝐿 2.1192
𝜆= = = 20 (3-36)
𝑟 119,18

Com o coeficiente de esbeltez λ, tem-se o coeficiente de flambagem ω pela Tabela


3.10.
Tabela 3.10: Valor do coeficiente ω em função da esbeltez λ para tubos

λ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
20 1,02 1,02 1,02 1,03 1,03 1,03 1,04 1,04 1,05 1,05
30 1,05 1,06 1,06 1,07 1,07 1,08 1,08 1,09 1,10 1,10
40 1,11 1,11 1,12 1,13 1,13 1,14 1,15 1,16 1,16 1,17
50 1,18 1,19 1,20 1,21 1,22 1,23 1,24 1,25 1,26 1,27
60 1,28 1,30 1,31 1,32 1,33 1,35 1,36 1,38 1,39 1,41
70 1,42 1,44 1,46 1,47 1,49 1,51 1,53 1,55 1,57 1,59
80 1,62 1,66 1,71 1,75 1,79 1,83 1,88 1,92 1,97 2,01
90 2,05
Fonte: NBR 8400 (1984)
44

𝜔 = 1,02

𝜔. 𝜎 = 1,02.164,15 = 167,43 𝑀𝑃𝑎 (3-37)

218
Coeficiente de segurança contra flambagem: 𝐶. 𝑆. = = 1,30
167,43

3.2 ESFORÇOS NO CAVALETE ELEVADO

A estrutura do cavalete é composta por vigas em perfil I (ou H) também no material


estrutural ASTM A572 e possui as seguintes características:

 Momento de Inércia no eixo x: 𝐼𝑥 = 4977 𝑐𝑚4


 Momento de Inércia no eixo y: 𝐼𝑦 = 1673 𝑐𝑚4
 Área da seção transversal: 𝐴 = 68,1 𝑐𝑚2

Para o cálculo das forças atuantes no cavalete algumas considerações serão levadas para
facilitar essa análise:

 O cavalete como um sistema de treliça conectados por pinos.


 O peso próprio não será levado em consideração para esse cálculo.

As forças externas atuantes no cavalete são as exercidas pelo cabo de içamento de lança,
T que foi citado anteriormente e T/10, que é a força que o guincho faz para levantar a lança, a
tração é dividida por 10, pois há 10 pernadas de cabo que vão da cela flutuante até as roldanas
da ponta do cavalete.

3.2.1 Trigonometria

As componentes das forças estão esquematizadas na Figura 3.10: Esquema de forças no


cavalete Figura 3.10 abaixo.
45

Figura 3.10: Esquema de forças no cavalete

𝑍 = 180° − 𝛼 − 60,67° (3-38)

Para calcular o valor do comprimento CL, foi usado o teorema do cosseno:

𝐶𝐿2 = 𝐿2 + 𝐺′2 − 2. 𝐿. 𝐺′𝑐𝑜𝑠𝑍 (3-39)

𝐶𝐿 𝐿
Teorema dos senos: = ; 𝐽 = 𝜉 − 60,67° 𝜌 = 17,85°
𝑠𝑒𝑛𝑍 𝑠𝑒𝑛𝜉
46

Figura 3.11: Reações no pino da roldana do cavalete

Resolvendo o problema pelos métodos dos nós:

Considerando o pino da roldana do cavalete como um nó e fazendo o somatório de forças


em x e y:

∑ 𝐹𝑥 = 0
𝑇
𝑇. 𝑐𝑜𝑠𝐽 + [(10). cos(78,52°)] − 𝐹1 . cos(60,67°) = 0

𝑇
𝐹1 = [𝑇. 𝑐𝑜𝑠𝐽 + (10 . cos(78,52°)]/𝑐𝑜𝑠60,67 (3-40)

∑ 𝐹𝑦 = 0
𝑇
𝑇. 𝑠𝑒𝑛𝐽 − (10 . sen(78,52°) + 𝐹1 . 𝑠𝑒𝑛60,67° − 𝐹2 = 0

𝑇
𝐹2 = 𝑇. 𝑠𝑒𝑛𝐽 − [(10). sen(78,52°)] + 𝐹1 . 𝑠𝑒𝑛60,67° (3-41)
47

Para

α = 80,9°

𝑍 = 180° − 𝛼 − 60,67° 𝑍 = 38,43°

𝐶𝐿2 = 274322 + 8309,412 − 2.27432.8309,41𝑐𝑜𝑠38,43°

Figura 3.12: Esquema de ângulos para =80,9º

𝐶𝐿 = 21550,50 𝑚𝑚

21550,5 27432
=
𝑠𝑒𝑛38,43° 𝑠𝑒𝑛𝜉

𝜉 = 127,71° 𝐽 = 67,03°
48

157686,20
𝐹1 = [157686,20. 𝑐𝑜𝑠67,03 + ( ). cos(78,52°)]/𝑐𝑜𝑠60,67
10

𝐹1 = 132107,15 𝑁

157686,20
𝐹2 = 157686,20. 𝑠𝑒𝑛(67,03) − [( ). sen(78,52°)] + 15454,10 . 𝑠𝑒𝑛(60,67)°
10

𝐹2 = 244918,32 𝑁

𝛼 = 52,2°

Figura 3.13: Esquema de ângulos para =52,3º

𝑍 = 180° − 𝛼 − 60,67° 𝑍 = 67,13°

𝐶𝐿2 = 274322 + 8309,412 − 2.27432.8309,41𝑐𝑜𝑠67,13° 𝐶𝐿 = 25384 𝑚𝑚


49

25384 27432
=
𝑠𝑒𝑛(67,13)° 𝑠𝑒𝑛𝜉

𝜉 = 95,32° 𝐽 = 34,65°

303149,02
𝐹1 = [303149,02. cos(34,65) + ( ). cos(78,52°)]/cos(60,67°)
10

𝐹1 = 519747,21 𝑁

303149,02
𝐹2 = 303149,02. 𝑠𝑒𝑛(34,65) − [( ). sen(78,52°)] + 60662,50 . 𝑠𝑒𝑛(60,67)°
10

𝐹2 = 597125,53 𝑁

𝛼 = 25,3°

Figura 3.14: Esquema de ângulos para =25,3º

𝑍 = 180° − 𝛼 − 60,67° 𝑍 = 94,03°

𝐶𝐿2 = 274322 + 8309,412 − 2.27432.8309,41𝑐𝑜𝑠94,03°

𝐶𝐿 = 29216,43 𝑚𝑚
50

29216,43 27432
=
𝑠𝑒𝑛94,03° 𝑠𝑒𝑛𝜉

𝜉 = 69,49° 𝐽 = 8,82°

329139,85
𝐹1 = [329139,85. 𝑐𝑜𝑠8,82° + . cos(78,52°)]/𝑐𝑜𝑠60,67°
10

𝐹1 = 677590,93 𝑁

329139,85
𝐹2 = 329139,85. 𝑠𝑒𝑛8,82° − . sen(78,52°) + 78916,56. 𝑠𝑒𝑛60,67°
10

𝐹2 = 608965,16 𝑁

3.2.2 Análise Estática

Tomando as forças encontradas nas pernas dianteira e traseira de maiores valores, 𝐹1 =


677590,93 𝑁 (trativa) e 𝐹2 = 608965,16 (compressiva), respectivamente, são calculadas as
tensões em cada perna considerando uma excentricidade da carga sobre a barra que une as
pernas, ou seja, a solicitação não será dividida igualmente para cada perna contudo, por
segurança, será suposto que uma das pernas poderá receber até 3/4 do esforço sobre o cavalete.

0,75.F1 0,75.677590,93
σ1 = = = 74,62 MPa < σa = 218MPa 𝑶𝒌! (3-42)
A 68,1.10−4

0,75.F2 0,75.608965,16
σ2 = = = 67,07 MPa < σa = 218MPa 𝑶𝒌! (3-43)
A 68,1.10−4
51

3.2.3 Flambagem Global

Apenas a força 𝐹2 = 608965,16 𝑁 é compressiva, logo, somente as pernas traseiras


estão sujeitas à flambagem. Consultando novamente a Tabela 3.9 para o caso de uma das
extremidades livre e a outra engastada tem-se o valor teórico de k = 1,0.

Eixo x:
𝐼 4977
𝑟𝑥 = √ 𝑥 = √ = 8,55 𝑐𝑚 (3-44)
𝐴 68,1

𝐾.𝐿𝑥 1,0.7,05
𝜆𝑥 = = = 82 (3-45)
𝑟𝑥 0,0855

Tabela 3.11: Valor do coeficiente ω em função da esbeltez λ para laminados em aço

Fonte: NBR 8400 (1984)


52

Pela Tabela 3.11, 𝑤𝑥 = 1,83

𝜎. 𝑤𝑥 = 67,07.1,83 = 122,74 𝑀𝑃𝑎

218
Coeficiente de segurança contra flambagem no eixo x: 𝐶. 𝑆.𝑥 = = 1,78
122,74

Eixo y:

𝑦𝐼 1673
𝑟𝑦 = √ 𝐴 = √ 68,1 = 4,96 𝑐𝑚 (3-46)

𝐾.𝐿𝑥 1,0.2,955
𝜆𝑥 = = = 60 (3-47)
𝑟𝑥 0,0496

Pela Tabela 3.11, 𝑤𝑦 = 1,41

𝜎. 𝑤𝑦 = 67,07.1,41 = 94,57 𝑀𝑃𝑎

218
Coeficiente de segurança contra flambagem no eixo y: 𝐶. 𝑆.𝑦 = = 2,30
94,57

3.3 ANÁLISE DE TENSÕES NOS PINOS

A resistência do material dos pinos deve ser no mínimo igual à resistência da estrutura
por eles ligada. Sendo assim, a tensão admissível para a solicitação de cisalhamento nos pinos
com mais de uma seção cisalhante é:

 Em cisalhamento: 𝜏𝑎 ≤ 0,8.218 = 174,4 𝑀𝑃𝑎

Para a análise de cada pino pode-se utilizar o diagrama de corpo livre da Figura 3.15.
53

Figura 3.15: Diagrama de corpo no pino

3.3.1 Pinos do pé da lança

O carregamento total do pino vem da soma das forças axiais no momento mais crítico
(=80,9) - devido peso próprio e cargas – conforme a Tabela 3.3 e a Tabela 3.4, logo, tem-
se P=493951,10N.

Com um pino de:

 𝐷 = 80,5 𝑚𝑚
 𝐴 = 5090 𝑚𝑚²

As dimensões dos olhais desse pino encontram-se no Apêndice 5.


54

Faz-se a verificação:
V
τmed = = 24,26 MPa (3-48)
2A

174,4
𝐶. 𝑆 = = 7,18
24,26

Verificando-se contra pressão diametral:


𝑃 493951,1
𝑃𝑑 = = = 122,72 𝑀𝑃𝑎 < 1,5𝜎𝑎 = 327 𝑀𝑃𝑎 (3-49)
𝐷.𝑡 80,5.50

3.3.2 Pinos do Cavalete

Tomando a maior força 𝐹1 = 677590,93 𝑁, que age na perna dianteira no cavalete,


dimensiona-se todos os pinos do cavalete iguais.

Com um pino de:

 𝐷 = 82,0 𝑚𝑚
 𝐴 = 5281 𝑚𝑚²

Faz-se a verificação:
V
τmed = = 32,08 Mpa (3-50)
2A

174,4
𝐶. 𝑆 = = 5,43
32,08

As dimensões dos olhais desses pinos encontram-se no Apêndice 4.

Verificando-se contra pressão diametral:


𝑃 677590,93
𝑃𝑑 = = = 137,72 𝑀𝑃𝑎 < 1,5𝜎𝑎 = 327 𝑀𝑃𝑎 (3-51)
𝐷.𝑡 82,0.60
55

4 FADIGA

Fadiga é um processo de alteração estrutural permanente, progressivo e localizado, que


ocorre em um material sujeito a condições que produzem tensões ou deformações dinâmicas
em um ponto ou em vários pontos, e que pode resultar em trincas ou em uma fratura completa
após um determinado número de variações de carga. (ASTM STP E1823, 1996)

As falhas estáticas de modo geral dão um aviso visível antecipadamente pois desenvolve
uma deflexão muito grande ao receber um esforço acima da resistência ao escoamento, o que
permite que partes estruturais ou peças sejam trocadas antes que a fratura realmente ocorra. Já
a falha por fadiga é súbita e total e muitas das análises cuidadosas revelam que as tensões reais
máximas estavam bem abaixo da resistência do material, e muito frequentemente até abaixo da
resistência ao escoamento. Por esse motivo é tão importante a busca pelo conhecimento sobre
assunto e o uso de métodos conservadores para a determinação da vida em fadiga afim de
garantir a segurança.

Uma falha por fadiga tem a aparência de uma fratura frágil, uma vez que as superfícies
de fratura são planas e perpendiculares ao eixo da tensão, com a ausência da estricção, por outro
lado, suas características são bem diferentes da fratura frágil estática, surgindo de três estágios
de desenvolvimento.

Estágio I: início de uma ou mais micro trincas, normalmente não discerníveis a olho nu,
devido à deformação plástica cíclica seguida de propagação cristalográfica;

Estágio II: progressão para macro trincas, formando superfícies de fratura conhecidas
como marcas de praia;

Estágio III: fratura rápida e repentina, podendo ser frágil, dúctil ou uma combinação de
ambas.
(BUDYNAS e NISBETT, 2011)
56

Figura 4.1: Superfície de fratura por fadiga em um parafuso sujeito a flexão, A: início
das micro trincas; B: progressão das trincas e marcas de praia; C: fratura final rápida
Fonte: (BUDYNAS e NISBETT, 2011)

Os três principais métodos de vida sob fadiga – tensão-vida, deformação-vida e


mecânica da fratura linear elástica - utilizados em análise e projeto tentam predizer o número
de ciclos que um componente carregado ciclicamente poderá suportar até ocorrer a falha por
fadiga. Geralmente utiliza-se a seguinte classificação para a vida em fadiga em função do
número de ciclo, N:

 1 ≤ N ≤ 10³  fadiga de baixo ciclo;


 N > 10³  fadiga de alto ciclo.

O método tensão-vida é baseado apenas em níveis de tensão e é o menos preciso,


especialmente para fadiga de baixo ciclo, por outro lado, é o mais tradicional por ser o mais
simples de implementar para as mais diversas aplicações de projeto, além disso, possui bastante
dados de suporte na literatura e também representa de forma satisfatória aplicações com
classificação de alto ciclo.

O método deformação-vida depende de uma análise detalhada da deformação plástica e


é mais indicado para aplicações de baixo ciclo. Nele várias idealizações devem ser supostas o
que ocasiona incertezas nos resultados.

O método da mecânica da fratura considera a pré-existência de uma trinca e que esta já


tenha sido detectada, sendo aplicado para mapear o crescimento da trinca em relação à
intensidade de tensão. Este é mais prático quando aplicado com a ajuda de algoritmos
computacionais.
57

4.1 ANÁLISE DA VIDA EM FADIGA

Para a análise do tempo de vida em fadiga é necessário o estudo na região onde se


encontram os pontos de maior carregamento da estrutura: na lança. Para isso, foi levantada a
rotina de operação de carregamento para determinar as condições de trabalho analisando-se a
distância entre o ponto de carga e descarga, o tempo de cada ciclo e a carga média movimentada.

Através da varredura da lança foi possível determinar os pontos críticos e obter as


tensões nesta seção pelo método analítico. E então foram feitos os cálculos pra estimar a vida
útil em fadiga.

A expectativa da vida em fadiga é então determinada por um dos critérios mais simples
e conservador encontrados na literatura: o critério de fadiga de Goodman Modificado. Este foi
utilizado para estimar o número de ciclos que o equipamento pode operar sem que surjam
defeitos locais devido à fadiga e, a partir do qual, será necessário um acompanhamento
periódico para identificar a necessidade de intervenções estruturais.

4.1.1 Análise das Tensões pelo Método Numérico

Para análise de tensões numericamente foi utilizado o Método dos Elementos Finitos
(MEF) utilizando o SolidWorks 2014, com a opção de malha de viga, por se tratar de um sistema
treliçado.

4.1.1.1 Modelo

Modelamos a lança no programa SolidWorks utilizando dois tipos de componente


estrutural, o componente do tubo da corda e o componente das treliças.
58

Figura 4.2: Modelo 3D da lança

4.1.1.2 Geração de Malha

Utilizamos uma malha tipo viga por se tratar de elemento estrutural.

Figura 4.3: Malha tipo viga


59

Figura 4.4: Detalhe da malha

4.1.1.3 Condições de Contorno

Foi fixado o pé da lança até onde seria o início dela, pois a modelagem do pé da lança
teve que ser estendida para redução de erros na malha. Então a fixação foi feita onde seriam os
pinos de fixação dela no chassi, porém o SolidWorks Simulation não permite inserir a fixação
com a opção de rotação em um dos eixos que seria o z, em elemento estrutural.

Então, a fixação imposta na geometria foi o engastamento do pé da lança com restrição


do movimento de translação e rotação em x, y e z.

As forças aplicadas no modelo foram as trações dos cabos de içamento de lança e de


içamento de carga, o peso da carga e da carga morta exercidas na ponta da lança, que é alterado
para os três ângulos em estudo carregado e descarregado. Todas essas forças geraram uma
resultante em y e –x, que estão na Tabela 4-1.

Tabela 4-1: Forças aplicadas na ponta da lança

Carregado Descarregado
Ângulo Fx (N) Fy (N) Fx (N) Fy (N)
80,9 -459750 1755 -23594,76 1755,96
52,5 -415268,3 6758,8 -48064,06 6758,8
25,3 -373689 10037 -67751,45 10037,62

Além do peso próprio da lança que foi imposta pela gravidade em toda a estrutura. Pra
isso foi criado três planos de referência para direcionar a gravidade de acordo com o ângulo da
lança.
60

Figura 4.5: Condições de Contorno vista isométrica.

Figura 4.6: Condição de Contorno vista frontal.

4.1.1.4 Resultados

As tensões obtidas das análises para os três ângulos carregado e descarregado foram:

Tabela 4.2: Tensões obtidas no SolidWorks Simulation no caso carregado


Ângulo Tensão máxima MPa
80,9º 193,2
52,5º 303,0
25,3º 390,8

Tabela 4.3: Tensões obtidas no SolidWorks Simulation no caso descarregado


Ângulo Tensão máxima MPa
80,9º 110,4
52,5º 283,9
25,3º 318,6

As tensões máximas obtidas foram altas em comparação com o método analítico. Isso
pode ter ocorrido por limitações do software SolidWorks Simulation, que não permite fazer
algumas condições de contorno como dito anteriormente. Essa tensão alta ocorreu logo no
primeiro elemento após a fixação no qual é uma situação irreal por não ser um engastamento e
sim uma rótula livre para girar em z.

As figuras das análises se encontram no Apêndice 1.


61

4.1.2 Análise das Tensões pelo Método Analítico

Para analisar analiticamente a tensão no ponto, foi utilizado a Análise de Treliças pelo
Método das Seções, que consiste em seccionar a treliça no ponto a ser estudado e, a partir das
equações de equilíbrio para essa parte, determinar as forças desejadas nas vigas da seção.

A análise foi feita para os três ângulos considerados no projeto estrutural (80,9º ; 52,5º
e 25,3º) em duas situações: carregado com a carga máxima permitida para o respectivo ângulo
e descarregado. Para determinar o ponto crítico

4.1.2.1 Condições de Contorno

Fazendo uso da vantagem de simetria da lança o método das seções foi aplicado
levando-se em consideração metade dos valores abaixo citados.

Forças atuantes na estrutura da lança:

 Carga máxima permitida para o ângulo estudado (M)


 Carga de peso morto: m = 9270,5 N
 Peso próprio: P=2240kg
 Tração do cabo de içamento da lança (T)
 Tração do cabo de içamento de carga (Ti)

É necessário encontrar a seção crítica com a máxima tensão na lança, por este motivo,
foi feita uma varredura partindo do pé da lança até uma distância considerada não crítica.

A Figura 4.7 abaixo mostra a lança seccionada com as condições de contorno que,
satisfazendo as equações de equilíbrio de forças e momento para cada situação, permitem
determinar as forças nas vigas seccionadas e, consequentemente, as tensões nas mesmas.

Figura 4.7: Condições de contorno na lança seccionada

Onde φ = 59,89°
62

4.1.2.2 Resultados

A rotina de cálculo foi gerada pelo software Mathcad e segue no Apêndice 3.

As equações que compõe a rotina de cálculo são:

∑ 𝐹𝑥 = 0

−𝐹1 . 𝑐𝑜𝑠(4,48°) + 𝐹2 . 𝑐𝑜𝑠(4,48°) + 𝐹3 cosφ − ((M + m)senα + Pcosα + Tcos + Ticosθ) = 0

∑ 𝐹𝑦 = 0

−𝐹1 . 𝑠𝑒𝑛(4,48°) − 𝐹2 . 𝑠𝑒𝑛(4,48°) − 𝐹3 𝑠𝑖𝑛𝜑 − 𝑃𝑐𝑜𝑠𝛼 − (𝑀 + 𝑚)𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝑇𝑠𝑖𝑛 + 𝑇𝑖𝑠𝑒𝑛Ɵ = 0

∑ 𝑀𝐴 = 0

2𝑦1 𝐹2 . cos(4,48°) − 𝑥𝑔 𝑃𝑐𝑜𝑠 − 𝑥1 ((𝑀 + 𝑚)𝑐𝑜𝑠 − 𝑇𝑠𝑖𝑛 − 𝑇𝑖𝑠𝑒𝑛Ɵ) − 𝑦1 (𝑃𝑠𝑒𝑛


+ (𝑀 + 𝑚)𝑠𝑒𝑛 + 𝑇𝑐𝑜𝑠 + 𝑇𝑖𝑐𝑜𝑠𝜃) = 0

𝜋
𝐴= (𝐷𝑒2 − 𝐷𝑖2 )
4

𝐹1
𝜎=
𝐴

Os resultados da varredura são encontrados no Apêndice 2.


63

4.1.3 Determinação Da Vida Em Fadiga

Partindo de uma curva típica S-N, pode-se estimar o tempo de vida em fadiga.

Figura 4.8: Curva típica S-N

É recomendado, na falta de dados experimentais, aceitar os seguintes valores:

 0,7 < η < 0,8


 a≤3
 b≥6

E a vida é, assim, estimada usando o seguinte critério:

log(𝑆) = 𝛼. 𝑙𝑜𝑔(𝑁) + 𝛽, se 10a < N < 10b

Sendo,
−1 𝜂𝑆𝑢
𝛼= log ( )
𝑏−𝑎 𝑆𝑒
𝑎
(𝜂𝑆𝑢 )2 𝑏−𝑎
𝛽 = log ( )
𝑆𝑒

Logo,

S = 10.N, se 10 ≤ N ≤ 10


1 𝛽
N= 𝑆 𝛼 . 10−𝛼 , Se ≤ S ≤ ηSu
+ ∞, S ≤ Se
64

O número de ciclos aproximado que a estrutura suporta foi estimado pelo critério de
Goodman Modificado por ser de simples aplicação a oferecer uma boa margem de segurança.

Propriedades do material:

 Tensão limite de escoamento: 𝑆𝑦 = 290 𝑀𝑃𝑎


 Tensão de ruptura: 𝑆𝑢 = 415 𝑀𝑃𝑎

As tensões máxima e mínima abaixo obtidas pelo Método Analítico formam


encontradas a 15,11m da ponta da lança.
 𝜎𝑚á𝑥 = 100,34𝑀𝑃𝑎
 𝜎𝑚í𝑛 = 11,36𝑀𝑃𝑎

Para aços o limite de resistência à fadiga pode ser simplificado da seguinte maneira:

𝑆𝑛 = 0,5𝑆𝑢 = 207,5𝑀𝑃𝑎

Porém este deve ter seu valor corrigido conforme explicado na próxima seção.

4.1.4 Fatores de modificadores de resistência à fadiga:

O corpo de prova usado para determinar os limites de resistência a fadiga é preparado


muito cuidadosamente e ensaiado sob condições controladas atentamente. Não é pertinente
esperar que o limite de resistência à fadiga de um elemento estrutural iguale os valores obtidos
no laboratório.

Algumas mudanças incluem:

 Material: composição, base de falha, variabilidade;


 Manufatura: método, tratamento térmico, corrosão de piezo-ciclofricção, condição de
superfície, concentração de tensão;
 Ambiente: temperatura, corrosão, estado de tensão, tempo de relaxação;
 Projeto: tamanho, forma, vida, estado de tensão, concentração de tensão, velocidade.
65

4.1.4.1 Fator de acabamento superficial Ka


A superfície de um corpo de prova é altamente polida com um polimento final na direção
axial para alisar completamente quaisquer riscos circunferenciais. O fator de modificação de
superfície depende da qualidade do acabamento da superfície da peça verdadeira e da
resistência à tração do material da peça e pode ser adotado pela fórmula abaixo, onde os valores
de a e b são encontrados na Tabela 4.4.

𝐾𝑎 = 𝑎𝑆𝑢𝑏 = 0,761

Tabela 4.4: Parâmetros para o fator de modificação de superfície


ACABAMENTO SUPERFICIAL Fator 𝒂 [MPa] Expoente 𝒃
Retificado 1,58 -0,085
Usinado ou laminado a frio 4,51 -0,265
Laminado a quente 57,7 -0,718
Forjado 272 -0,995
Fonte: (BUDYNAS e NISBETT, 2011)

4.1.4.2 Fator de tamanho da peça Kb


Para peças com seção transversal circular submetidas a flexão ou torção obtém-se o
seguinte fator:
𝑑 −0,107
( ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 2,79 ≤ 𝑑 ≤ 51 𝑚𝑚
𝐾𝑏 = { 7,62
1,51𝑑 −0,157 𝑝𝑎𝑟𝑎 51 < 𝑑 < 254 𝑚𝑚

Logo, para o estudo em questão, tem-se: Kb = 0,934.

4.1.4.3 Fator de carregamento Kc

Quando ensaios de fadiga são realizados com flexão rotativa, carregamento axial e
carregamento torcional, os limites de resistência à fadiga diferem com relação a tensão de
resistência do material. O valor médio do fator de tamanho, pode ser definido como:

1 flexão
𝐾𝑐 = { 0,85 axial
0,59 torção

Logo, 𝐾𝑐 = 1 .
66

4.1.4.4 Temperatura Kd
Qualquer tensão induzirá fluência em um material que opere a altas temperatura, assim,
esse fator deve ser considerando, conforme a tabela Tabela 4.5.

Tabela 4.5: Efeito da temperatura de operação


TEMPERATURA [ºC] ST/SRT
20 1,000
50 1,010
100 1,020
150 1,025
200 1,020
250 1,000
300 0,975
350 0,943
400 0,900
450 0,843
500 0,768
550 0,672
600 0,549
Fonte: (BUDYNAS e NISBETT, 2011)

Considerando operação à temperatura ambiente, pode-se adotar: 𝐾𝑑 = 1

4.1.4.5 Confiabilidade Ke

O fator de confiabilidade existe para resguardar contra aproximações e dispersão dos


dados apresentados anteriormente, cujo desvio padrão é de aproximadamente 8% e seu valor
pode ser obtido através da Tabela 4.6.
Tabela 4.6: Fatores de confiabilidade
CONFIABILIDADE [%] 𝑲𝒆
50 1
90 0,897
95 0,868
99 0,814
99,9 0,753
99,99 0,702
99,999 0,659
99,9999 0,620
Fonte: (BUDYNAS e NISBETT, 2011)
67

Como partiu-se de uma curva típica sem dados experimentais, considera-se


confiabilidade de 50% com 𝐾𝑒 = 1 .

4.1.4.6 Fator de efeitos diversos Kf

Embora o fator Kf se destine a levar em conta a redução no limite de resistência à fadiga


em razão de todos os outros efeitos, ele é realmente proposto como lembrente de que eles devem
ser levados em conta, visto que seus valores reais não estão sempre disponíveis.

O valor escolhido arbitrariamente para representar a agressividade da atmosfera da


região portuária, ou seja, sujeita à corrosão é de 𝐾𝑓 = 0,85.

4.1.4.7 Limite de resistência à fadiga corrigido

O valor do limite de resistência à fadiga completamente corrigido 𝑆𝑒 pode então ser


escrito utilizando a equação de Marin abaixo, que assume a forma:

𝑆𝑒 = 𝑘𝑎 𝑘𝑏 𝑘𝑐 𝑘𝑑 𝑘𝑒 𝑘𝑓 . 𝑆𝑛 = 125𝑃𝑎

4.1.5 Critério de Goodman Modificado

Durante a operação do equipamento, um determinado ponto crítico pode sofrer uma


flutuação na tensão atuante. Essa flutuação, muitas vezes assume uma forma senoidal, no
entanto, descobriu-se que para padrões periódicos a forma da onda não é importante e sim seus
máximos e mínimos. Assim podemos caracterizar o padrão de flutuação de tensões através de
seus valores de amplitude e médios. A Figura 4.9, mostra um padrão de flutuação de tensão
com o tempo onde a tensão mínima é maior do zero. (BUDYNAS E NISBETT , 2011)
68

Figura 4.9: Padrão de flutuação de tensão com o tempo (BUDYNAS e NISBETT, 2011).

Podendo-se, assim, escrever as definições de tensão amplitude e tensão média como:

𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛
𝜎𝑎 = = 44,49𝑀𝑃𝑎
2
𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚í𝑛
𝜎𝑚 = = 55,85𝑀𝑃𝑎
2

Onde:
𝜎𝑎 = tensão amplitude [MPa]
𝜎𝑚 = tensão média [MPa]
𝜎max = tensão máxima do padrão de flutuação de tensão [MPa]
𝜎min = tensão mínima do padrão de flutuação de tensão [MPa]

Há vários critérios que tentam prever a falha por fadiga de um componente sob tensão
flutuante. Entre eles pode-se citar o critério de Goodman modificado, Gerber, Soderberg e
ASME-elíptica. A Figura 4.10 mostra um diagrama representando a combinação das tensões
média e amplitude, para os critérios citados. Nesse diagrama, os pontos sobre a linha ou acima
dela indicam falha por fadiga.
69

Figura 4.10: Diagrama de Critérios de falha por fadiga (BUDYNAS e NISBETT, 2011)

O critério de Goodman foi escolhido pelos seguintes motivos:


 Trata-se de uma linha reta e a álgebra é linear e fácil
 É facilmente traçada, em todo instante e para todo problema
 Revela sutilezas de percepção nos problemas de fadiga
 Aplicação simples
 Amplamente utilizado na engenharia

Aplicando-se, então Goodman no problema,

𝑘=𝑝=𝑞=1

1
𝑞
(𝜎𝑎 )𝑞
𝑆= ( ) = 51,4𝑀𝑃𝑎
𝑘𝜎𝑚 𝑝
1− ( 𝑆 )
𝑢

Percebe-se que a tensão de fadiga acima calculada é menor do que o limite de resistência
à fadiga corrigido determinado em 4.1.4.7 (S<Se), logo considera-se que a lança estudada tem
vida infinita para fadiga.
70

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O projeto estrutural do guindaste portuário fixo sobre pedestal seguiu todas as diretrizes
indicadas na norma técnica NBR8400, base fundamental para esta etapa do presente trabalho.
Todos os possíveis coeficientes e boas práticas de engenharia foram aplicados afim de se
garantir uma boa margem de segurança.
A análise estática da lança treliçada e do cavalete elevado leva em consideração todas
as solicitações simultâneas e majoradas; onde é confirmada a resistência contra o escoamento
de acordo com o material escolhido, o aço A572, muito utilizado em estruturas de máquinas de
elevação de carga. Na análise contra flambagem dos mesmos componentes, foram encontrados
coeficientes de segurança contra escoamentos satisfatórios. Os pinos das juntas de ligação
foram analisados contra cisalhamento considerando o momento de trabalho mais penoso e,
apesar do material escolhido ser o mesmo de toda estrutura, foram encontrados altos fatores de
segurança, algo plausível visto se tratar de um componente crítico.
Para a determinação da vida em fadiga do objeto em estudo foi escolhido o componente
considerado mais crítico quanto a operação sob tensão flutuante: a lança. Através método da
seção das treliças e o apoio dos programas Mathcad e Excel, foi feita uma varredura na lança
afim de determinar a seção mais crítica e encontrar as tensões máxima e mínima atuantes nos
tubos. Para essa escolha foi levada em consideração a amplitude e a média das variações das
tensões. Seguindo as orientações encontradas em literaturas sobre o tema fadiga, foi definido o
limite de resistência a fadiga devidamente corrigido por fatores modificadores que, foi
comparado com a tensão de fadiga calculada pelo critério de Goodman Modificado, um dos
mais simples e mais usados na engenharia. A tensão de fadiga apresentou-se inferior com uma
boa margem do limite encontrado o que conclui vida infinita sob fadiga para o componente.
Era esperado para tal estudo, o apoio do Método dos Elementos Finitos afim de reduzir
etapas para o resultado encontrado. Porém, por motivos diversos, não foi possível utilizar o
meio para conclusões devida discrepância entre os resultados obtidos e os esperados. A falta de
experiência na utilização dos softwares de simulação, acirrada pela ausência de disciplina
aprofundada em simulações computacionais na grade da graduação, foi um dos grandes
problemas enfrentados. Além disso, as limitações encontradas no programa escolhido,
SolidWorks Simulation, que não permite inserir a fixação em elemento estrutural com a opção
de rotação em um dos eixos para representar a ligação pinada, acarretou em tensões muito
distantes das esperadas.
71

6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS

Este trabalho apresenta o desenvolvimento do projeto estrutural de um guindaste de


lança treliçada sobre pedestal de acordo com a norma técnica e os procedimentos vigentes no
Brasil. O projeto baseia-se nos conhecimentos adquiridos ao longo da graduação de Engenharia
Mecânica e foram fundamentais para a conclusão da mesma, uma vez que as disciplinas de
Projetos de Máquinas, Mecânica dos Sólidos, Dinâmica, Mecânica da Fratura e Fadiga foram
as principais bases conceituais para o desenvolvimento.
Foi também apresentada a análise da lança treliçada quanto às tensões atuantes ao logo
de sua estrutura e sua expectativa da vida em fadiga pelo método mais simples e usado na
engenharia: Goodman modificado. O estudo visa garantir a vida útil em fadiga aceitável em
relação ao esperado para toda estrutura em si, fato confirmado ao se obter vida em fadiga infinita
como resultado.
Quanto a futuras perspectivas espera-se o dimensionamento dos mecanismos
necessários para o acionamento da funcionalidade do guindaste. Também se faz necessário e
interessante a indicação do procedimento de revestimento da estrutura para a proteção contra
corrosão, visto a considerável agressividade da área portuária.
72

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS INTERNATIONAL, ASTM


A572 / A572M-15 - Standard Specification for High-Strength Low-Alloy Columbium-
Vanadium Structural Steel, West Conshohocken, PA, 2015

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8400 - Cálculo de


Equipamento para Levantamento e Movimentação de Cargas, 1984

BEER, Ferdinand P. Beer; JOHNSTON E. Russel, Jr. - Mecânica Vetorial para Engenheiros;
5. ed.; Makron Books, McGraw-Hill, 1994

BEER, Ferdinand P. Beer; JOHNSTON E. Russel, Jr.- Resistência dos Materiais, Mc Graw
Hill, 1989

BRASIL, Aroldo Vinagre - Máquinas de Levantamento, Editora Guanabara, 1988

BUDYNAS, Richard G. ; NISBETT, J. Keit Nisbett - Elementos de Máquinas de Shigley:


Projeto de Engenharia Mecânica, McGraw-Hill, 2011.

MERIAM, James L.; KRAIGE L. Glenn – Mecânica para Engenharia Vol. II: Dinâmica, 6ªed,
LTC, 2009

Endereço eletrônico de consulta de fornecedor e fabricante:

 https://www.comercialgerdau.com.br

Acesso: 22/05/2015

8 APÊNDICES
73
APÊNDICE 1
Análise das tensões atuantes no SolidWorks

Carregado =80,9°

Carregado =52,5°

Carregado =25,3°
74

Descarregado =80,9°

Descarregado =52,5°

Descarregado =25,3°
APÊNDICE 2 75

Tensões ao longo da lança


d X1 80,9 52,5 25,3 80,9 52,5 25,3
Carregado Máx Descarregado Mín s sm S
6,02 27,13 -94,876 -92,365 -84,343 -94,876 -10,826 -20,736 -26,34 -10,826 42,025 52,851 48,158
5,89 27 -95,432 -93,379 -86,083 -95,432 -11,063 -21,64 -27,75 -11,063 42,1845 53,2475 48,394
5,78 26,88 -95,832 -94,106 -87,337 -95,832 -11,231 -22,287 -28,763 -11,231 42,3005 53,5315 48,565
5,64 26,75 -96,199 -94,769 -88,486 -96,199 -11,38 -22,874 -29,686 -11,38 42,4095 53,7895 48,725
5,50 26,61 -96,518 -95,338 -89,481 -96,518 -11,504 -23,376 -30,481 -11,504 42,507 54,011 48,867
P
5,34 26,45 -96,807 -95,85 -90,384 -96,807 -11,612 -23,825 -31,196 -11,612 42,5975 54,2095 48,998
é
5,17 26,28 -97,054 -96,282 -91,156 -97,054 -11,698 -24,201 -31,801 -11,698 42,678 54,376 49,113
4,98 26,09 -97,274 -96,659 -91,843 -97,274 -11,768 -24,527 -32,332 -11,768 42,753 54,521 49,219
d
4,77 25,88 -97,459 -96,968 -92,418 -97,459 -11,818 -24,788 -32,767 -11,818 42,8205 54,6385 49,313
a
4,54 25,65 -97,619 -97,225 -92,913 -97,619 -11,852 -25,002 -33,132 -11,852 42,8835 54,7355 49,399
4,29 25,4 -97,747 -97,42 -93,309 -97,747 -11,869 -25,158 -33,413 -11,869 42,939 54,808 49,473
l
4,02 25,14 -97,851 -97,565 -93,629 -97,851 -11,869 -25,267 -33,625 -11,869 42,991 54,86 49,540
a
3,72 24,83 -97,927 -97,654 -93,86 -97,927 -11,852 -25,324 -33,76 -11,852 43,0375 54,8895 49,597
n
3,39 24,50 -97,979 -97,692 -94,016 -97,979 -11,818 -25,332 -33,826 -11,818 43,0805 54,8985 49,648
ç
3,03 24,14 -98,006 -97,677 -94,09 -98,006 -11,767 -25,291 -33,82 -11,767 43,1195 54,8865 49,692
a
2,63 23,74 -98,008 -97,609 -94,087 -98,008 -11,697 -25,198 -33,742 -11,697 43,1555 54,8525 49,728
2,20 23,31 -97,986 -97,491 -94,007 -97,986 -11,611 -25,057 -33,595 -11,611 43,1875 54,7985 49,758
1,72 22,83 -97,938 -97,315 -93,845 -97,938 -11,503 -24,86 -33,371 -11,503 43,2175 54,7205 49,782
1,2 22,31 -97,867 -97,089 -93,607 -97,867 -11,378 -24,616 -33,078 -11,378 43,2445 54,6225 49,799
0,62 21,73 -97,767 -96,799 -93,281 -97,767 -11,228 -24,308 -32,7 -11,228 43,2695 54,4975 49,811
Carregado Máx Descarregado Mín s sm S
21,11 -97,59 -97,227 -94,153 -97,59 -11,304 -24,954 -33,745 -11,304 43,143 54,447 49,658
20,51 -97,68 -97,82 -95,113 -97,82 -11,383 -25,543 -34,684 -11,383 43,2185 54,6015 49,766
19,91 -97,753 -98,35 -95,98 -98,35 -11,446 -26,07 -35,55 -11,446 43,452 54,898 50,076
19,31 -97,81 -98,818 -96,754 -98,818 -11,492 -26,534 -36,313 -11,492 43,663 55,155 50,355
18,71 -97,851 -99,223 -97,435 -99,223 -11,522 -26,935 -36,983 -11,522 43,8505 55,3725 50,602
18,11 -97,876 -99,565 -98,023 -99,565 -11,536 -27,274 -37,559 -11,536 44,0145 55,5505 50,817
17,51 -97,885 -99,845 -98,518 -99,845 -11,533 -27,55 -38,043 -11,533 44,156 55,689 51,000
M
16,91 -97,876 -100,062 -98,919 -100,06 -11,514 -27,763 -38,433 -11,514 44,274 55,788 51,150
e
16,31 -97,852 -100,216 -99,228 -100,22 -11,479 -27,913 -38,73 -11,479 44,3685 55,8475 51,268
i
15,71 -97,811 -100,308 -99,443 -100,31 -11,428 -28,001 -38,935 -11,428 44,44 55,868 51,353
o
15,11 -97,754 -100,337 -99,566 -100,34 -11,36 -28,026 -39,046 -11,36 44,4885 55,8485 51,407
14,51 -97,681 -100,303 -99,595 -100,3 -11,276 -27,989 -39,064 -11,276 44,5135 55,7895 51,427
d
13,91 -97,592 -100,206 -99,531 -100,21 -11,176 -27,889 -38,989 -11,176 44,515 55,691 51,415
a
13,31 -97,486 -100,047 -99,374 -100,05 -11,059 -27,726 -38,821 -11,059 44,494 55,553 51,371
12,71 -97,364 -99,825 -99,124 -99,825 -10,926 -27,5 -38,56 -10,926 44,4495 55,3755 51,294
l
12,11 -97,226 -99,541 -98,781 -99,541 -10,777 -27,212 -38,205 -10,777 44,382 55,159 51,185
a
11,51 -97,071 -99,195 -98,345 -99,195 -10,611 -26,861 -37,158 -10,611 44,292 54,903 51,045
n
10,91 -96,9 -98,784 -97,816 -98,784 -10,43 -26,448 -37,217 -10,43 44,177 54,607 50,871
ç
10,31 -96,713 -98,311 -97,193 -98,311 -10,232 -25,971 -36,584 -10,232 44,0395 54,2715 50,665
a
9,71 -96,509 -97,776 -96,478 -97,776 -10,017 -25,432 -35,857 -10,017 43,8795 53,8965 50,429
9,11 -96,29 -97,178 -95,669 -97,178 -9,787 -24,831 -35,037 -9,787 43,6955 53,4825 50,160
8,51 -96,054 -96,518 -94,768 -96,518 -9,54 -24,166 -34,124 -9,54 43,489 53,029 49,860
7,91 -95,801 -95,794 -93,773 -95,801 -9,277 -23,438 -33,118 -9,277 43,262 52,539 49,533
7,31 -95,533 -95,008 -92,685 -95,533 -8,997 -22,649 -32,019 -8,997 43,268 52,265 49,502
6,71 -95,248 -95,116 -91,504 -95,248 -8,702 -21,797 -30,827 -8,702 43,273 51,975 49,468
6,11 -94,947 -93,248 -90,23 -94,947 -8,39 -20,882 -29,542 -8,39 43,2785 51,6685 49,433
76
APÊNDICE 3

Vida em Fadiga de um Guindaste Portuário


MEMÓRIA DE CÁLCULO

Elaboração: Jessica G. Hiller Ferreira


Data: 03/07/2015
Revisão: 7
77
Método Analítico:
Análise das tensões - Método das seções em treliças:
Meio da lança:

Carregado:

α := 80.9deg

β := 13.85deg

θ := 3.49deg

m := 9270.5

M := 25000⋅ 9.81

( M + m) 5
C := = 1.273 × 10
2
5
Cx := C⋅ sin ( α) = 1.257 × 10
4
Cy := C⋅ cos ( α) = 2.013 × 10

162321.42
T :=
2
4
Tx := T⋅ cos ( β) = 7.88 × 10
4
Ty := T⋅ sin ( β) = 1.943 × 10

50903.61
Ti :=
2
4
Tix := Ti⋅ cos ( θ) = 2.54 × 10
3
Tiy := Ti⋅ sin ( θ) = 1.549 × 10

x1 := 15.11

y1 := 0.5588

x1
xg :=
2

x1⋅ 82⋅ 9.81 3


P := = 6.077 × 10
2
3
Px := P⋅ sin ( α) = 6.001 × 10

Py := P⋅ cos ( α) = 961.189
78

 −1 1 cos ( 59.89deg)   −1 1 0.502 



u :=  0 0 −sin ( 59.89deg)  =  0 0 −0.865 
 0 2⋅ y1   0 1.118 0 
 0  

  2.359 × 10 
5
 Tix + Tx + Cx + Px
v :=  −( −Cy − Py + Ty + Tiy)  =  110.743 
 Py⋅ xg + ( Px + Tx + Tix + Cx) ⋅ y1 + ( Cy − Ty − Tiy)⋅ x1   
   1.262 × 105 

 −1.23 × 105 
 
F := lsolve ( u , v) =  1.129 × 105 
 
 −128.017 

5
F1 := F0 , 0 = −1.23 × 10

5
F2 := F1 , 0 = 1.129 × 10

F3 := F2 , 0 = −128.017

Di := 79.38

De := 88.9

A :=
(
π⋅ De − Di ⋅ 10
2 2 ) −6
−3
= 1.258 × 10
4

F1 7
σ := = −9.775 × 10
A
6
σ = −97.754 × 10

di := 27.50

de := 31.75

A :=
( 2
π⋅ de − di ⋅ 10
2 ) −6
= 1.978 × 10
−4
4

F3 5
σ := = −6.473 × 10 3
A σ = −647.295 × 10
79

α := 52.5deg

β := 17.54deg

θ := 3.55deg

m := 9270.5

M := 12900⋅ 9.81

( M + m) 4
C := = 6.791 × 10
2
4
Cx := C⋅ sin ( α) = 5.388 × 10
4
Cy := C⋅ cos ( α) = 4.134 × 10

291123.78
T :=
2
5
Tx := T⋅ cos ( β) = 1.388 × 10
4
Ty := T⋅ sin ( β) = 4.387 × 10

27163.41
Ti :=
2
4
Tix := Ti⋅ cos ( θ) = 1.356 × 10

Tiy := Ti⋅ sin ( θ) = 840.973

x1 := 15.11
y1 := 0.5588

x1
xg :=
2

x1⋅ 82⋅ 9.81 3


P := = 6.077 × 10
2
3
Px := P⋅ sin ( α) = 4.822 × 10
3
Py := P⋅ cos ( α) = 3.7 × 10
80

 −1 1 cos ( 59.89deg)   −1 1 0.502 



u :=  0 −0 −sin ( 59.89deg)  =  0 0 −0.865 
 0 2⋅ y1   0 1.118 0 
 0  

  2.11 × 10 
5
 Tix + Tx + Cx + Px
v :=  −( −Cy − Py + Ty + Tiy)  =  331.334 
 Py⋅ xg + ( Px + Tx + Tix + Cx) ⋅ y1 + ( Cy − Ty − Tiy)⋅ x1   
   9.499 × 104 

 −1.262 × 105 
 
F := lsolve ( u , v) =  8.499 × 104 
 
 −383.017 

5
F1 := F0 , 0 = −1.262 × 10

4
F2 := F1 , 0 = 8.499 × 10

F3 := F2 , 0 = −383.017

Di := 79.38

De := 88.9

A :=
( 2
π⋅ De − Di ⋅ 10
2 ) −6
= 1.258 × 10
−3
4

F1 8
σ := = −1.003 × 10
A
6
σ = −100.337 × 10

di := 27.50

de := 31.75

A :=
( 2
π⋅ de − di ⋅ 10
2 ) −6
−4
= 1.978 × 10
4

F3 6
σ := = −1.937 × 10 6
A σ = −1.937 × 10
81

α := 25.3deg

β := 16.47deg

θ := 2.81deg

m := 9270.5

M := 8545⋅ 9.81

( M + m) 4
C := = 4.655 × 10
2
4
Cx := C⋅ sin ( α) = 1.989 × 10
4
Cy := C⋅ cos ( α) = 4.208 × 10

328819.20
T :=
2
5
Tx := T⋅ cos ( β) = 1.577 × 10
4
Ty := T⋅ sin ( β) = 4.661 × 10

18618.90
Ti :=
2
3
Tix := Ti⋅ cos ( θ) = 9.298 × 10

Tiy := Ti⋅ sin ( θ) = 456.387

x1 := 15.11

y1 := 0.5588

x1
xg :=
2

x1⋅ 82⋅ 9.81 3


P := = 6.077 × 10
2
3
Px := P⋅ sin ( α) = 2.597 × 10
3
Py := P⋅ cos ( α) = 5.494 × 10
82

 −1 1 cos ( 59.89deg)   −1 1 0.502 



u :=  0 −0 −sin ( 59.89deg)  =  0 0 −0.865 
 0 2⋅ y1   0 1.118 0 
 0  

  1.895 × 10 
5
 Tix + Tx + Cx + Px
v :=  −( −Cy − Py + Ty + Tiy)  =  509.439 
 Py⋅ xg + ( Px + Tx + Tix + Cx) ⋅ y1 + ( Cy − Ty − Tiy)⋅ x1   
   7.205 × 104 

 −1.253 × 105 
 
F := lsolve ( u , v) =  6.447 × 104 
 
 −588.903 

5
F1 := F0 , 0 = −1.253 × 10

4
F2 := F1 , 0 = 6.447 × 10

F3 := F2 , 0 = −588.903

Di := 79.38

De := 88.9

A :=
( 2
π⋅ De − Di ⋅ 10 )
2 −6
= 1.258 × 10
−3
4

F1 7
σ := = −9.957 × 10
A
6
σ = −99.566 × 10

di := 27.50

de := 31.75

A :=
(
π⋅ de − di ⋅ 10
2 )
2 −6
−4
= 1.978 × 10
4

F3 6
σ := = −2.978 × 10 6
A σ = −2.978 × 10
83

Descarregado:

α := 80.9deg

β := 13.85deg

θ := 3.49deg

m := 9270.5

M := 0

( M + m) 3
C := = 4.635 × 10
2
3
Cx := C⋅ sin ( α) = 4.577 × 10

Cy := C⋅ cos ( α) = 733.102

12971.20
T :=
2
3
Tx := T⋅ cos ( β) = 6.297 × 10
3
Ty := T⋅ sin ( β) = 1.553 × 10

1853.61
Ti :=
2

Tix := Ti⋅ cos ( θ) = 925.086

Tiy := Ti⋅ sin ( θ) = 56.419

x1 := 15.11

y1 := 0.5588

x1
xg :=
2

x1⋅ 82⋅ 9.81 3


P := = 6.077 × 10
2
3
Px := P⋅ sin ( α) = 6.001 × 10

Py := P⋅ cos ( α) = 961.189
84

 −1 1 cos ( 59.89deg)   −1 1 0.502 



u :=  0 −0 −sin ( 59.89deg)  =  0 0 −0.865 
 0 2⋅ y1   0 1.118 0 
 0  

  1.78 × 10 
4
 Tix + Tx + Cx + Px
v :=  −( −Cy − Py + Ty + Tiy)  =  85.344 
 Py⋅ xg + ( Px + Tx + Tix + Cx) ⋅ y1 + ( Cy − Ty − Tiy)⋅ x1   
   3.974 × 103 

 −1.429 × 104 
 
F := lsolve ( u , v) =  3.556 × 103 
 
 −98.656 

4
F1 := F0 , 0 = −1.429 × 10

3
F2 := F1 , 0 = 3.556 × 10

F3 := F2 , 0 = −98.656

Di := 79.38

De := 88.9

A :=
(
π⋅ De − Di ⋅ 10
2 2 ) −6
= 1.258 × 10
−3
4

F1 7
σ := = −1.136 × 10
A
6
σ = −11.36 × 10

di := 27.50

de := 31.75

A :=
( 2
π⋅ de − di ⋅ 10
2 ) −6
= 1.978 × 10
−4
4

F3 5
σ := = −4.988 × 10 3
A σ = −498.835 × 10
85
α := 52.5deg

β := 17.54deg

θ := 3.55deg

m := 9270.5

M := 0

( M + m) 3
C := = 4.635 × 10
2
3
Cx := C⋅ sin ( α) = 3.677 × 10
3
Cy := C⋅ cos ( α) = 2.822 × 10

40757.09
T :=
2
4
Tx := T⋅ cos ( β) = 1.943 × 10
3
Ty := T⋅ sin ( β) = 6.142 × 10

1853.61
Ti :=
2

Tix := Ti⋅ cos ( θ) = 925.027

Tiy := Ti⋅ sin ( θ) = 57.387

x1 := 15.11

y1 := 0.5588

x1
xg :=
2

x1⋅ 82⋅ 9.81 3


P := = 6.077 × 10
2
3
Px := P⋅ sin ( α) = 4.822 × 10
3
Py := P⋅ cos ( α) = 3.7 × 10
86

 −1 1 cos ( 59.89deg)   −1 1 0.502 



u :=  0 −0 −sin ( 59.89deg)  =  0 0 −0.865 
 0 2⋅ y1   0 1.118 0 
 0  

  2.886 × 10 
4
 Tix + Tx + Cx + Px
v :=  −( −Cy − Py + Ty + Tiy)  =  322.543 
 Py⋅ xg + ( Px + Tx + Tix + Cx) ⋅ y1 + ( Cy − Ty − Tiy)⋅ x1   
   −6.953 × 103 

 −3.526 × 104 
 
F := lsolve ( u , v) =  −6.222 × 103 
 
 −372.854 

4
F1 := F0 , 0 = −3.526 × 10

3
F2 := F1 , 0 = −6.222 × 10

F3 := F2 , 0 = −372.854

Di := 79.38

De := 88.9

A :=
(
π⋅ De − Di ⋅ 10
2 )
2 −6
−3
= 1.258 × 10
4

F1 7
σ := = −2.803 × 10
A
6
σ = −28.026 × 10

di := 27.50

de := 31.75

A :=
(
π⋅ de − di ⋅ 10
2 )
2 −6
= 1.978 × 10
−4
4

F3 6
σ := = −1.885 × 10 6
A σ = −1.885 × 10
87
α := 25.3deg

β := 16.47deg

θ := 2.81deg

m := 9270.5

M := 0

( M + m) 3
C := = 4.635 × 10
2
3
Cx := C⋅ sin ( α) = 1.981 × 10
3
Cy := C⋅ cos ( α) = 4.191 × 10

64593.41
T :=
2
4
Tx := T⋅ cos ( β) = 3.097 × 10
3
Ty := T⋅ sin ( β) = 9.157 × 10

1853.61
Ti :=
2

Tix := Ti⋅ cos ( θ) = 925.691

Tiy := Ti⋅ sin ( θ) = 45.436

x1 := 15.11

y1 := 0.5588

x1
xg :=
2

x1⋅ 82⋅ 9.81 3


P := = 6.077 × 10
2
3
Px := P⋅ sin ( α) = 2.597 × 10
3
Py := P⋅ cos ( α) = 5.494 × 10
88

 −1 1 cos ( 59.89deg)   −1 1 0.502 



u :=  0 −0 −sin ( 59.89deg)  =  0 0 −0.865 
 0 2⋅ y1   0 1.118 0 
 0  

  3.648 × 10 
4
 Tix + Tx + Cx + Px
v :=  −( −Cy − Py + Ty + Tiy)  =  483.134 
 Py⋅ xg + ( Px + Tx + Tix + Cx) ⋅ y1 + ( Cy − Ty − Tiy)⋅ x1   
   −1.383 × 104 

 −4.913 × 104 
 
F := lsolve ( u , v) =  −1.237 × 104 
 
 −558.495 

4
F1 := F0 , 0 = −4.913 × 10

4
F2 := F1 , 0 = −1.237 × 10

F3 := F2 , 0 = −558.495

Di := 79.38

De := 88.9

A :=
( 2
π⋅ De − Di ⋅ 10 )
2 −6
= 1.258 × 10
−3
4

F1 7
σ := = −3.905 × 10
A
6
σ = −39.046 × 10

di := 27.50

de := 31.75

A :=
(
π⋅ de − di ⋅ 10
2 )
2 −6
−4
= 1.978 × 10
4

F3 6
σ := = −2.824 × 10 6
A σ = −2.824 × 10
89
Estimativa da vida útil em fadiga:

6
σmáx := 100.34⋅ 10
6
σmín := 11.36⋅ 10

σmáx − σmín 6
σa := = 44.49 × 10
2

σmáx + σmín 6
σm := = 55.85 × 10
2

6
Sy := 290⋅ 10
6
Su := 415⋅ 10

Goodman Modificado:

k := 1

p := 1

q := 1

1
q
 ( σa) q 
S :=   = 5.141 × 107
  k⋅ σm  p  7
S = 5.14 × 10
1 −   
  Su  

Fatores Modificadores do limite de resistência à Fadiga

Fator de Superfície Ka

aka := 57.7

bka := −0.718
Ka := aka⋅ 415
(bka)
Ka = 0.761
90
Fator de Tamanho Kb

De := 88.9
( − 0.107 )
Kb := 1.51⋅ ( De)
Kb = 0.934

Fator de Carregamento Kc

Kc := 1

Fator Temperatura Kd

Kd := 1

Fator de confiabilidade Ke

• Confiabilidade 50%
Ke := 1
Fator efeitos diversos Kf 91

Valor escolhido arbitrariamente para representar a agressividade da atmosfera da região


portuária, ou seja, sujeita à corrosão
Kf := 0.85

Limite de Resistência à Fadiga Corrigido

6
Sn := 0.5⋅ Su = 207.5 × 10

Se := Ka⋅ Kb⋅ Kc⋅ Kd⋅ Ke⋅ Kf ⋅ Sn 8


Se = 1.25 × 10

Caso S < Se, considera-se vida infinita.


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93
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