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Clifford Geertz (1926 – 2006)

A religião e a cultura

BIOGRAFIA:

Cllifford Geertz, foi um antropólogo norte americano que mais influenciou a segunda
metade do século XX. Possui cerca de 21 livros publicados, foi professor emérito da Universidade
de Princeton, em Nova Jérsei, nos Estados Unidos. Seu trabalho no "Institute for Advanced Study"
de Princeton se destacou pela análise da prática simbólica no fato antropológico.

Foi considerado, por três décadas, o antropólogo mais influente nos Estados Unidos.
Desenvolveu diversos temas como: comércio social, desenvolvimento econômico, estrutura política
tradicionais, parentesco e vida familiar, arte, identidade, influenciou e influência inúmeras áreas,
inclusive a psicologia.

Para Geertz “o cientista social de uma maneira geral deveria fazer com que as diversas
sociedades (cada vez mais complexas e mais diversificadas) sejam capazes de atingir algum
entendimento entre si.” (entrevista publicada na folha de SP 18/02/2001)

Insatisfeito com a metodologia usado na antropologia, Geertz a considerava “abstrata e


de certa forma distanciada da realidade de campo”, ele desenvolve a partir da década de 50, a
antropologia contemporânea chamada de antropologia hermenêutica ou simbólica ou interpretativa.
A ênfase está na compreensão de uma cultura e não na explicação. O objetivo inalcançável seria
conseguir ver a cultura com os olhos de um nativo. Para ele, mesmo se ficarmos no meio do
caminho, isto é, se não compreendermos uma cultura na sua totalidade, pelo menos seremos
capazes de compreender e de nos relacionar de uma forma mais harmoniosa com outras culturas.

A antropologia interpretativa entende a cultura enquanto um sistema de símbolos =


significados. Logo, a etnografia deve ser uma “descrição densa, ou seja, para conhecer a cultura,
mais do registrar os fatos, deve-se analisar, interpretar e buscar os significados contidos nos atos,
ritos, performances humanas e não apenas descrevê-los. De acordo com Geertz, elaborar uma
etnografia a partir de uma descrição densa é interpretar e elaborar uma leitura da leitura que os
nativos fazem da própria cultura.

Por exemplo: Sobre o seu objeto de estudo – as rinhas de galo em Bali, Geertz diz que
o antropólogo deve trazer a questão central desse fenômeno e não apenas tratar como passatempo
ou um rito. Geertz busca a “finalidade cognitiva e emocional” desse símbolo. Quais as emoções,
aprendizados que vai contribuir para a formação de uma personalidade.

Ele diz: “o que a briga de galo diz que diz em um vocabulário de sentimentos – é a
emoção do risco, o desespero da perda, o prazer do triunfo. Assim, o que diz não é apenas o risco
é excitante, a perda deprimente ou o triunfo gratificante, tautologias (verdades) banais de afeto,
mas que é destas emoções, assim exemplificadas, que a sociedade é constituída e indivíduos são
colocados juntos. Ir às brigas de galo e participar dela é para o balinês, uma espécie de educação
sentimental, onde ensina e reforça as emoções.”

No âmbito da religião suas referencias empíricas derivam da experiência vividas na


Indonésia e em Marrocos, na qual originou 2 livros:

1. A religião de Java procura traduzir as observações realizadas em uma cidade indonésia na


apresentação de 3 variantes de uma tradição religiosa: hinduísmo, budismo e islamismo.
2. Observando o Islã (1968) observa a relação entre a religião islâmica e duas formações
nacionais Indonésia e Marrocos.

As influências de Geertz:

Apesar de Emilié Durkheim entender a religião através de símbolos e dos efeitos que
cada uma delas afeta os indivíduos tanto socialmente como emocionalmente, será Max Weber que
vai influênciar Clifford Geertz por 3 motivos:

1 – Entender os fenômenos religiosos para entender a sociedade;

2 – Interesses por temas da modernidade e na modernização e as perspectivas


históricas que eles exigem;

3 – Problematização entre o sentido e a teodiceia (é um ramo da teologia que trata da


coexistência de um Deus todo-poderoso de bondade infinita com o mal – o mal existe como lição
para entendermos o bem).

O estudo antropológico da religião, na opinião de Geertz, está num estado de


estagnação geral, ou seja, não há nenhum progresso teórico de maior importância. Para ele, existe
uma “tradição intelectual” entre Durkheim (Natureza do Sagrado), Weber (Economia e Religião),
Freud (Rituais Pessoais e Coletivos) e Malinoswski (Diferença entre Religião e Senso Comum). Os
pesquisadores não procuram outros teóricos, outros conhecimentos. Ele compara essa
reduplicação de conhecimento ao que acontece nas artes – academicismo – você estuda um pintor
e reproduz a obra com o mesmo víeis. Esse academicismo não proporciona novas descobertas,
não traz novos conhecimentos para a ciência, filosofia, artes... Isso não quer dizer que devemos
abandonar as tradições, mas sim ampliá-las, com precaução para não cair em um “ecletismo
arbitrário, traficância teórica superficial e a simples confusão intelectual.
Para fugir dos perigos mencionados, ao desenvolver um novo conhecimento, procura
pesquisar a cultura da análise religiosa.

A religião no século XIX é simplesmente uma forma primitiva, um modo arcaico de


pensamento e distanciada da vida moderna (ciência, política, direito...). Já para os antropólogos do
século XX, a religião é um espaço que estabelece a prática e a crença humana, e que não pode
ser reduzido. A crença religiosa desempenha um papel importante na formação do individuo e
influência nas suas escolhas e consequentemente na sociedade e que deve ser estudado.

Nesse aspecto o estudo antropológico da religião deve ser realizado em 2 estágios:

1 – análise do sistema de significados incorporados nos símbolos que formam a religião


propriamente dita;

2 – análise do relacionamento desses sistemas aos processos sócios-estruturais e


psicológicos. Com isso, Geertz conceitua religião de forma mais psicossocial, privilegiando a
dimensão cultural. Além, disso um dos componentes essenciais é o da interiorização da religião
transformada em parte na personalidade do indivíduo.

Geertz critica os estudos antropológicos em que há uma negligência do segundo estágio


e maior ênfase ao primeiro.

Geertz analisa a religião enquanto um “sistema cultural” e das coisas sagradas como
“símbolos”.

Por influência de Max Weber, ele entendia a “cultura como um sistema de símbolos, uma
teia de significados produzida dentro de um sistema compartilhado pelos membros de cada
sociedade.” Isto é, a cultura não é representada pelo indivíduo/grupo, mas pelos seus mitos, rituais
e símbolos. Logo, analisar uma cultura não é buscar leis intrínsecas que transpassam a cultura e
muito menos se tornar um “nativo” para entender o objeto/símbolo. Se a cultura se compõe de
símbolos que permite compreender a realidade, o antropólogo deve interpretar esses símbolos para
interpretar uma cultura.

As dinâmicas sociais e seus significados estão dentro de um “universo imaginativo”


simbólico e faz sentido apenas para aquele(s) que estão nesse universo, por isso, a necessidade
da descrição densa, analisar os símbolos pelo olhar do grupo/indivíduo.

Geertz define Religião como “um sistema de símbolos que atua para estabelecer
poderosas, penetrantes e duradouras disposições e motivações nos homens através da formulação
de conceitos de uma ordem de existência geral e vestindo essas concepções como tal aura de
factualidade (verdade) que as disposições e motivações parecem singularmente realistas.”

O símbolo é qualquer objeto, ato, acontecimento, qualidade ou relação que serve de


vínculo a uma concepção – a concepção é o significado de símbolo.

Os símbolos sagrados sintetizam o ethos de um povo e sua visão de mundo mais ampla
sobre a ordenação das coisas. A religião ajusta os dois conceitos. O ethos de um povo = hábito,
caráter, qualidade de vida, costume. São os conjuntos de características de um comportamento
que moldam a identidade de uma coletividade.

E a visão de mundo - conhecimentos, ideias

Geertz “ na crença e na prática religiosa, o ethos de um grupo torna-se intelectualmente


razoável porque demonstra representar um tipo de vida idealmente adaptado ao estado das coisas
atual que a visão do mundo descreve, enquanto essa visão de mundo torna-se emocionalmente
convincente por ser apresentada como uma imagem de um estado de coisas verdadeiros,
especialmente bem arrumado para acomodar tal tipo de vida.”

O objetivo da religião para Geertz:

Segundo ele, a religião vai ser a resposta a um tríplice desafio:

1) perplexidade diante de falta de explicações – as pessoas não vivem sem uma


explicação, a falta desta causa um grande vazio. Estamos sempre em busca de
respostas;
2) Elimina o sofrimento, a dor, a perplexidade do mundo (como por exemplo a perda de
um ente querido).
3) “Paradoxo ético obstinado", ou seja, quando a injustiça, o mal, reina sem dar sinais
de que será revertida.

Diante deste desafio tríplice somos acometidos de uma "grave ansiedade", somos
tomados por um sentimento de falta de sentido, de que seria impossível interpretar e entender o
mundo. Esses pontos é o que chamamos de caos.

Ou seja, os símbolos religiosos formulam uma adequação entre um estilo de vida


particular (Ethos) e uma metafísica específica (visão de mundo – implícita muitas vezes).

A religião ajusta as ações humanas a uma ordem cósmica e projeta imagens desta
ordem cósmica no plano da experiência humana o que ocorre no cotidiano de cada povo.
Geertz faz uma reflexão ao dizer que esse “pequeno milagre particular” que cada pessoa
realiza anualmente, semanalmente, diariamente ou até a cada hora não é investigado em termos
empíricos e seria muito interessante descobrir até que ponto a religião interfere nas ações
humanas.

A religião não fornece explicações, mas ela sempre dá a certeza ao crente de que elas
existem.

E como a religião é capaz de formular um sistema tão coerente e fechado, capaz de


literalmente fornecer ao crente uma nova visão de mundo? Como ela se fortalece na consciência
de seus fiéis?

Os símbolos culturalmente construídos modelam disposições e motivações religiosas,


na qual Geertz denomina de “perspectiva religiosidade” que ao contrário do senso comum (que é
baseado em uma experiência), a perspectiva religiosa pauta-se numa convicção sem experiência;
e descreve como caracterizações psicológicas (“tendências persistentes”, inclinações crônicas”)

As disposições e motivações induzidas pelos símbolos ancoram a religião firmemente


na subjetividade servindo de referência para a relação do sujeito com a realidade.

É correta afirmar que os padrões culturais são “modelos” – conjuntos de símbolos cujas
relações uns com outros modelam as relações entre entidades, no sistema físico, orgânico e social.
O modelo assume 2 dimensões:

1- Modelo DE realidade (concepções gerais) são a representação de modo simbólico


destes padrões de comportamento, algo que Geertz diz que só acontece entre
humanos.
2- Modelo PARA realidade (disposições mentais) funcionam para estabelecer
informações para padrões de comportamento.

É esse duplo aspecto que separa os símbolos de outras espécies de formas


significativas.

Por exemplo: A cruz para os cristãos, no "modelo de" ela é um símbolo que relembra a
paixão de Cristo, sua morte para salvar os homens. Enquanto "modelo para" reside na capacidade
simbólica que ela tem de propor um determinado comportamento, no caso, um comportamento
definido como cristão, como de alguém que acredita em Cristo. Que respeite os mandamentos,
perdoe, pratique a caridade...
O ritual por sua vez, ao ser encenado define a perspectiva religiosa, é o ponto em que
os aspectos deposicionais/motivacionais e conceituais/ideacionais se concretizam na vida do
crente. É nos rituais religiosos, em que os símbolos são manipulados e seu significado é reforçado.

Para Geertz, o momento do ritual seria a ocasião do puramente religioso, pois antes e
depois do ritual, o crente vive no mundo do senso comum.

A “perspectiva religiosa” subjetivada e objetivada nos rituais colore e informa o senso


comum e é aí que a religião se torna aplicada. Dessa forma, a religião tem seu impacto sobre o
cotidiano e o mundo comum. As disposições e motivações vão garantir a moralidade, a vivencia de
acordo com as inclinações metafísicas sendo objetivamente verdadeiras.

SLIDE 16 - No dia 24 de outubro, é realizado nos países muçulmanos um ritual - Ashura


- para lembrar da morte de Imam Hussain, neto do profeta Maomé, morto na Batalha de Kerbala
no século 7. Muçulmanos xiitas comemoram a data se autoflagelando, fazendo marcas nas próprias
testas com facões e espadas. O ato é considerado uma homenagem ao sacrifício de Hussain. As
crianças também participam do rito, que é considerado um dos dias mais importantes do calendário
islâmico. A Ashura é comemorada pela população muçulmana em países como Iraque, Irã, Turquia,
Bahrein, Líbano, Paquistão e Índia. Apesar da aparente violência, a comemoração é pacífica e feita
com respeito e devoção. Apenas os muçulmanos xiitas homenageiam o martírio de Imam Hussain
se autoflagelando. Os sunitas fazem jejum e ficam de luto neste dia

Uma outra teoria formulada por Geertz, é de que as atitudes sociais são justificadas pela
religião (caso do islamismo ??). É nesse ponto que Geertz vem falar de religião como uma
instituição, com regras, leis, estatutos, na qual irá direcionar a vida de um grupo dentro de uma
sociedade.

Foi o que Max Weber fez ao estudar o espírito do capitalismo, na qual ele percebeu que
parte do comportamento social que ajudou no desenvolvimento do capitalismo tinha origem nas
práticas puritanas dos burgueses protestantes. Esses burgueses acreditavam que o trabalho duro,
a economia do dinheiro e uma conduta severa diante da sociedade eram importantes formas de
servir a Deus. Para Weber a ética protestante favoreceu o desenvolvimento do capitalismo. Daí a
importância de compreender o fenômeno religioso para entender a sociedade.

Mas, Geertz complementa, dizendo que muitas vezes pode não existir uma relação
harmônica entre a atitude religiosa como experiência e a religiosa como instituição, como também
pode ocorrer mudanças tanto nas disposições e motivações como na instituição (valores, regras...)
Ao analisar as distintas implicações destas duas teorias, Geertz nos fala sobre a
“Ideologização da Religião” em que o crente perde a perspectiva religiosa para ir de encontro a
religião dita como instituição. Não se leva mais em conta o ethos e a visão de mundo de uma
pessoas, mas sim a atitude religiosa e uma determinada configuração institucional. Na qual
influenciará na vida social, política e econômica de uma sociedade.

Carl Gustav Jung

Durante esse trabalho sobre o Geertz, lembramos de Carl Gustav Jung, talvez seja o
psicólogo que mais tentou aliar religião e ciência. Ele foi discípulo de Freud, e ao se separar de seu
mentor, desenvolveu a Psicologia Analítica, que busca estudar às diversas maneiras como o
inconsciente se expressa, isto é, através de sonhos, à imaginação e a desenhos.

Seu trabalho tem alguns pontos semelhantes com Geertz, quando analisa a religião
através da cultura (símbolos), ritos e mitos, mas também compreendendo as estruturas da psique
humana.

Jung afirma que é na religião – uma das formas que o homem pode encontrar auxílio
para buscar sua individuação e alcançar seu self. E isso é possível através dos símbolos que são
fontes de expressão do inconsciente.

Quando um símbolo traz à consciência conteúdos arquetípicos, gera profundas


transformações na psique do indivíduo, proporcionando-lhe um mergulho interno rumo ao
autoconhecimento.

Os arquétipos são conteúdo do inconsciente coletivo, todos nós herdamos as mesmas


imagens arquetípicas básicas, que serão preenchidas por nossa experiência consciente. Existe um
número inimaginável de arquétipos: pai, mãe, herói, criança, Deus, demônio, nascimento, morte,
renascimento, sábio, embusteiro, sol, lua.

Para ele: “ Os símbolos são produtos naturais e espontâneos...Nos sonhos os símbolos


surgem espontaneamente, pois sonhos acontecem, não são inventados; eles constituem, assim, a
fonte principal de todo o nosso conhecimento a respeito do simbolismo [...] Há muitos símbolos, no
entanto (e entre eles alguns de grande valor), cuja natureza e origem não é individual mas sim
coletiva. Sobretudo as imagens religiosas: o crente lhes atribui origem divina e as considera
revelações feitas ao homem. O cético garante que foram inventadas. Ambos estão errados. É
verdade, como diz o cético, que símbolos e conceitos religiosos foram, durante séculos, objetos de
uma elaboração cuidadosa e consciente. É também certo, como julga o crente, que a sua origem
está tão compreendida nos mistérios do passado que parece não ter qualquer procedência
humana. Mas, são, efetivamente, “representações coletivas” - que procedem de sonhos primitivos
e de fecundas fantasias. (JUNG, 2008a, p.64-65).

Em seu livro, “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo”, Jung traz uma série de conceitos
ligados à formação de símbolos. Para ele, os símbolos trazem uma matriz da consciência, que é o
símbolo propriamente dito, aquilo que se apresenta, que é manifesto; e, por outro lado, uma matriz
inconsciente, que tem seus significados arraigados à própria cultura da humanidade e que se fazem
presentes nos mitos, ritos, religiões, nas artes e em todas as outras formas de manifestação cultural
humana.

’’ Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já


foram conscientes e no entanto desaparecem da consciência por terem sido esquecidos ou
reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e, portanto, não
foram adquiridos individualmente, mas devem sua existência apenas à hereditariedade.”

Para Jung, em oposição a Freud, o ser humano não nasce como uma “tábula rasa”,
assume-se a postura de que o ser humano nasce com uma espécie de “herança genérica” no
próprio psiquismo, constituído pelo inconsciente coletivo e seus respectivos arquétipos. É com esta
tese que o autor deseja explicar por que existem formas similares de comportamento, entre os mais
diversos e distintos povos, que culminam na criação e assimilação de símbolos, de mitos, de ritos
dentre outras.

Como exemplo temos o símbolo da cruz, aparece não só no Cristianismo, mas também
na cultura grega, germânica e pré-colombiana, que estão distantes entre si, e que, possivelmente,
e principalmente entre os pré-colombianos, não tiveram nenhum contato ou intercâmbio cultural.
Este e outros exemplos levaram Jung a postular não só a existência de um inconsciente, que se
expressa através dos símbolos míticos, mas a existência de um inconsciente coletivo, (inerente a
todos os seres humanos), que, a partir de sua linguagem simbólica, independentemente da cultura,
da posição geográfica ou do credo religioso, leva todos os seres humanos a estarem culturalmente
interligados a uma coletividade simbólica trazida pelo inconsciente.

Como foi relatado em seu caso clínico, Jung conta que no início de sua carreira um
doente psiquiátrico, ao olhar para o sol, relatou que o vento tinha sua origem no sol, que possuía
um falo, um tubo, que direcionava o mesmo por todos os cantos. Jung não deu muita importância
para o caso, contudo, anos mais tarde, quando lia sobre antigas liturgias de Mitra, recém
descobertas, se deparou com o mito sobre a origem do vento em um tubo, muito similar ao relato
do paciente. Com este relato, dentre outros apresentados por seus pacientes, é que ele promoveu
uma verdadeira “viagem” entre os relatos clínicos e os símbolos, mitos e crenças existentes na
história da humanidade.
Jung apesar de ter sido favorável à fé religiosa, porém, um grande crítico das religiões
institucionalizadas, sobretudo ao Protestantismo que, para ele, estava “esvaziado” do simbólico
que, como já observamos, é a expressão máxima do inconsciente coletivo. Assim, como ao
cristianismo que nega alguns aspectos do arquétipo - como anima. Ele também foi um crítico aos
teólogos, pois acreditava que eles estavam muito mais preocupados em provar a existência de
Deus do que auxiliar os fiéis na experiência de perceber Deus, na qual levaria ao desenvolvimento
pleno do ser e consequentemente na sociedade.

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