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CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSIS GURGACZ

GABRIEL FELIPE STRACKE

UM ESTUDO DE CASO: LEVANTAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS DE UM EDIFICÍO RESIDENCIAL NA
CIDADE DE CASCAVEL - PR

CASCAVEL - PR
2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSIS GURGACZ
GABRIEL FELIPE STRACKE

UM ESTUDO DE CASO: LEVANTAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS DE UM EDIFICÍO RESIDENCIAL NA
CIDADE DE CASCAVEL - PR

Trabalho apresentado na disciplina de Trabalho de


Conclusão de Curso II, do Curso de Engenharia Civil,
do Centro Universitário Assis Gurgacz, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Professor Orientador: Esp. Engenheiro Civil


Ricardo Paganin.

CASCAVEL - PR
2016
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pois sem ele eu não


teria forças para essa longa jornada e socorro presente na hora
da angústia, ao meu pai Valdir, minha mãe Elza, a minha
madrinha Maria e aos meus irmãos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que iluminou о meu caminho, colocando pessoas


que acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava, permitindo que eu tivesse a
oportunidade e a capacidade de chegar até aqui.
Ao meu pai, Valdir Stracke, e à minha mãe, Elza Tozo, por todo amor, apoio e
carinho todos esses anos. Sou imensamente grato pela educação e valores que vocês
transmitiram a mim. E a minha irmã, Manuela Stracke, pelo carinho e por todas as vezes que
me apoiou nos momentos de estudo.
A minha madrinha Maria Oliveira, que me apoiou no momento em que eu mais
precisei.
Ao meu psicológico Hélio Gonçalves, que tem feito um excelente trabalho comigo
nos últimos anos.
Aos meus amigos Ellon Cassol e Gustavo Hepp, que me incentivaram e acreditaram
na minha capacidade.
Ao meu orientador Ricardo Paganin, pela paciência por aceitar me orientar,
dedicando parte do seu tempo, orientando, lendo e corrigindo este trabalho.
A coordenadora do curso Débora Felten, que sempre foi compreensiva e justa
comigo durante a faculdade.
A todos os professores que tive durante minha vida acadêmica, por passarem seus
conhecimentos e experiências de vida nas salas de aula.
E a todos os demais que, de alguma forma, contribuíram direta ou indiretamente para
que eu concluísse esta etapa da minha vida.
“Faça o que você pode, com o que você tem, no lugar onde você está.”
Theodore Roosevelt
RESUMO

No Brasil, nos últimos anos a construção civil cresceu de forma acelerada, com isso a
demanda de obras aumentou significativamente, levando muitas edificações a apresentarem
desempenhos insatisfatórios, devido a necessidade de um tempo menor para realização das
mesmas, mão de obra não qualificada, entre outros fatores, consequentemente, ocorrendo as
manifestações patológicas, que provocam alterações estéticas e até o comprometimento
estrutural das edificações. O presente trabalho teve o objetivo de levantar as patologias
aparentes em um edifício de três pavimentos, na cidade de Cascavel - PR, sugerindo as
possíveis causas e indicando os métodos corretivos. A metodologia foi um estudo de caso,
abordando os métodos qualitativo e descritivo. As patologias identificadas neste trabalho
foram fissuras e trincas (36,17%), de pintura (27,66%), infiltração (19,15%), bolor (10,64%) e
eflorescência (6,58%). Observando-se as patologias identificadas, verificou-se que as
possíveis origens das mesmas se deram em várias etapas da construção, desde o projeto,
falhas na execução, uso de materiais de baixa qualidade e a falta de manutenção preventiva. A
infiltração foi o problema mais grave apresentado, que ocorreu devido à falta de
impermeabilização da laje de cobertura na etapa de execução da edificação, podendo
comprometer a estrutura com o passar do tempo, se o problema não for sanado.

Palavras-chave: Patologias. Causas. Reparo. Fissuração. Edifício.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização da cidade de Cascavel no estado do Paraná......................................... 14


Figura 2 - Lei da evolução de custos de Sitter.......................................................................... 17
Figura 3 - Fatores de problemas patológicos ............................................................................ 18
Figura 4 – Presença de depósitos salinos em uma parede ........................................................ 22
Figura 5 – Identificação de bolor na extremidade de janela ..................................................... 26
Figura 6 – Manifestação de bolhas na tinta de acabamento ..................................................... 28
Figura 7 – Destacamento da pintura ......................................................................................... 29
Figura 8 – Presença de mancha em pintura da parede .............................................................. 30
Figura 9 – Fissuras de cisalhamento provocadas por expansão térmica da laje ....................... 33
Figura 10 – Trincas inclinadas nos cantos da parede ............................................................... 33
Figura 11 – Fissuras verticais causadas por sobrecargas verticais. .......................................... 34
Figura 12 – Fissura vertical na alvenaria proveniente de sobrecargas. .................................... 34
Figura 13 – Fissuras horizontais na alvenaria .......................................................................... 35
Figura 14 – Exemplos de fissura horizontal provenientes de sobrecarga................................. 35
Figura 15 – Ruptura localizada da alvenaria, a partir do ponto de aplicação da carga ............ 36
Figura 16 – Fissuras inclinadas em aberturas por ação de sobrecarga ..................................... 36
Figura 17 – Fissuras horizontais na alvenaria proveniente da expansão dos tijolos ................ 37
Figura 18 – Fissuras verticais na alvenaria proveniente da expansão dos tijolos..................... 37
Figura 19 – Fissura horizontal na base da alvenaria proveniente da umidade do solo ............ 38
Figura 20 – Destacamento da argamassa no topo do muro, causado pela umidade ................. 38
Figura 21 – Trincas em paredes externas, provenientes da retração de lajes intermediárias ... 39
Figura 22 – Fissuras causadas devido a redução do volume de argamassa .............................. 40
Figura 23 – Deformação do suporte maior que a deformação da viga superior ....................... 41
Figura 24 – Deformação do suporte inferior à deformação da viga superior ........................... 41
Figura 25 - Deformação do suporte idêntica à deformação da viga superior ........................... 42
Figura 26 – Fissuras em paredes com aberturas ....................................................................... 42
Figura 27 – Fissuras horizontais na base da parede.................................................................. 43
Figura 28 – Vista Aérea do edifício analisado ......................................................................... 45
Figura 29 – Ocorrência das patologias ..................................................................................... 48
Figura 30 – Presença de manchas na superfície da laje ............................................................ 49
Figura 31 – Presença de bolor na laje do apartamento ............................................................. 50
Figura 32 – Formação de bolhas, ocasionando o empolamento na pintura .............................. 51
Figura 33 – Destacamento da pintura proveniente da infiltração ............................................. 52
Figura 34 – Presença de eflorescência, acompanhada de bolhas na pintura ............................ 53
Figura 35 – Infiltração em laje ................................................................................................. 54
Figura 36 – Fissura horizontal em parede ................................................................................ 55
Figura 37 – Fissura mapeada por retração da alvenaria ........................................................... 56
Figura 38 – Fissura por movimentação higroscópica ............................................................... 57
Figura 39 – Fissura horizontal por movimentação térmica ...................................................... 58
Figura 40 – Trinca horizontal devido a movimentação da estrutura ........................................ 58
Figura 41 – Fissura inclinada por sobrecarga ........................................................................... 59
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Sais comuns em eflorescência ................................................................................ 23


Quadro 2 - Classificação da fissura de acordo com à abertura ................................................. 31
Quadro 3 - Formulário para levantamento dos problemas Patológicos.................................... 45
Quadro 4 – Formulário preenchido das manifestações patológicas ......................................... 47
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................... 11
1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 12
1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 13
1.4 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 14
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................................... 14
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 16
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 16
2.1.1 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................. 16
2.1.1.1 Conceito ........................................................................................................................ 16
2.1.1.2 Patologia: Origens ........................................................................................................ 17
2.1.1.3 Patologias Advindas do Projeto.................................................................................... 18
2.1.1.4 Patologias Advindas da Execução ................................................................................ 19
2.1.1.5 Patologias Advindas do Material Utilizado .................................................................. 20
2.1.1.6 Patologias Advindas da Utilização ............................................................................... 20
2.1.2 TIPOS DE PATOLOGIAS .............................................................................................. 21
2.1.2.1 Eflorescência ................................................................................................................ 21
2.1.2.2 Infiltração...................................................................................................................... 24
2.1.2.3 Bolor ............................................................................................................................. 25
2.1.2.4 Empolamento, destacamento e manchas de pintura ..................................................... 27
2.1.2.5 Fissuração ..................................................................................................................... 30
CAPÍTULO 3 .......................................................................................................................... 44
3.1 METODOLOGIA ............................................................................................................... 44
3.1.1 Caracterização da Amostra .............................................................................................. 44
3.1.2 Coleta de Dados ............................................................................................................... 45
3.1.3 Análise dos Dados ........................................................................................................... 46
CAPÍTULO 4 .......................................................................................................................... 47
4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 47
4.1.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ......................................................... 47
4.1.1.1 Análise das incidências patologias no edifício X ......................................................... 49
CAPÍTULO 5 .......................................................................................................................... 60
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 60
CAPÍTULO 6 .......................................................................................................................... 61
6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.............................................................. 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
ANEXOS ................................................................................................................................. 66
11

CAPÍTULO 1

1.1 INTRODUÇÃO

Desde o início da história, os humanos passaram a construir seus próprios abrigos


utilizando os elementos naturais ao seu redor. Posteriormente, as estruturas adquiriram
características cada vez mais complexas, pelo reflexo do desenvolvimento das técnicas
adotadas. Passou-se então a utilizar conhecimentos específicos nesta área, como as ciências
exatas, física e química, de forma que as dimensões, a resistência e outros componentes de
uma determinada obra, podiam ser estimados. A evolução constante dessas áreas de
conhecimento aliada as técnicas construtivas e métodos de projeto, fazem com que a
construção civil se mantenha em constante evolução e aperfeiçoamento (COMELLI, 2015).
No entanto, no cenário do mundo moderno, o desenvolvimento em ritmo acelerado
da construção civil, para atender uma demanda cada vez maior por edificações, seja ela
laboral, industrial ou habitacional, impulsionado pela própria modernização da sociedade,
promoveu um grande salto, tornando o setor da construção civil um dos mais importantes
alicerces econômicos do país (AMBRÓSIO, 2004).
Devido ao crescimento da demanda por construções, aliado a programas de
financiamento pelo Governo Federal, como o Minha Casa Minha Vida, que tem o objetivo
fazer com que as famílias parassem de pagar aluguel e adquirissem seu imóvel próprio,
tornou-se frequente as falhas de execução, de gerenciamento, de projeto, imperícia e
negligência, levando algumas edificações a apresentarem desempenho insatisfatório, seja
estético ou funcional, considerando as finalidades que foram propostas inicialmente. Contudo,
houve um aumento em ocorrências de defeitos nas edificações, denominadas de patologias na
construção civil (CAVAGNOLLI, 2013).
De acordo com Terra (2001), as manifestações patológicas aparentes, além do
constrangimento que exercem sobre os usuários da edificação, podem comprometer o
desempenho da estrutura, razões pelas quais esses problemas têm preocupado o meio técnico
do setor da construção civil.
O conhecimento dos problemas patológicos em edificações é indispensável a todos
os trabalhadores da construção civil, começando desde o operário até o engenheiro ou
arquiteto. Logo, quando se conhece a problemática, torna-se mais fácil a identificação de
12

erros, e as chances de cometê-los podem ser reduzidas (SOUZA, 2008 apud PAGANIN,
2013).
É de suma importância a investigação de falhas e avarias nas edificações, que além
de causarem muitas vezes acidentes de natureza grave, como desabamentos, também
contribuem com a depreciação do patrimônio e elevados custos de recuperação e reparos
(VITÓRIO, 2003).
Segundo Paganin (2013), percebe-se a importância de um estudo aprofundado do
assunto, pois a busca da qualidade nas construções é muito grande e deve ser incentivada,
visto que estes problemas podem ser evitados ou corrigidos quando se identifica a causa,
buscando-se sempre a forma mais viável economicamente e tecnicamente.
Contudo, este trabalho teve por objetivo levantar as patologias aparentes existentes
em uma edificação residencial localizada no município de Cascavel – PR, capturar e registrar
imagens, e identificá-las de acordo com o tipo de manifestação patológica, levantar e
quantificar as suas incidências através de gráficos, sugerir as possíveis causas das patologias
existentes e propor um método de reparo para as patologias identificadas.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Levantar as patologias aparentes existentes em um edifício residencial de três


pavimentos na cidade de Cascavel – PR.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Levantar as manifestações patológicas aparentes na edificação;


- Sugerir as possíveis causas das patologias identificadas;
- Indicar o método de reparo para as patologias identificadas.
13

1.3 JUSTIFICATIVA

O estudo das origens patológicas em edificações é de grande importância, pois


envolve diversos fatores que ocasionam as manifestações patológicas. Desde o destacamento
da pintura até a própria sobrecarga imprevista numa estrutura. Grande parte dos
empreendimentos de hoje possuem uma idade relevante e, portanto podem vir a apresentar
desgastes devido à falta de manutenção e má utilização (GONÇALVES, 2015).
Segundo Helene (2003), os fenômenos patológicos geralmente apresentam
manifestações aparentes que se caracterizam a partir da natureza, origem ou também por
mecanismos dos fenômenos envolvidos. Certas manifestações têm maior incidência, devido à
necessidade de cuidados que frequentemente são ignorados, seja no projeto, na execução ou
até mesmo no uso.
Ainda de acordo com o autor acima, as patologias das edificações não acontecem de
forma isolada e sem motivo, geralmente tem origem relacionada a algum erro cometido em ao
menos uma das fases do processo de concepção de uma edificação, sendo importante o
conhecimento da origem do problema e o histórico da construção para que se possa apontar
em que fase do processo ocorreu o erro que veio a gerar determinada manifestação patológica.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (2013), ressalta que a
decorrência de fatores como a falta de treinamento e conhecimento teórico dos profissionais
atuantes na área, surgiram novas normas avaliativas do padrão de qualidade na construção
civil, visando atender os requisitos mínimos para os adquirentes de imóveis, como por
exemplo, a NBR 15575 (2013) - Desempenho de edificações habitacionais, que visa avaliar o
produto oferecido por construtoras perante os padrões mínimos de conforto, estabilidade, vida
útil adequada da edificação, segurança contra incêndios e estrutural.
Conforme a CBIC (2013):

Avaliar o desempenho de sistemas construtivos é um avanço para o setor e constitui


o caminho para a evolução de todos que compõem a cadeia da construção civil, é
preciso somar esforços para melhorar a qualidade das habitações brasileiras,
otimizar o uso dos recursos, compatibilizar e consequentemente, valorizar o projeto
(CBIC, 2013, p. 10).

Com isso, verifica-se a importância em se levantar as manifestações patológicas em


edificações, com o intuito de mostrar que é melhor construir adequadamente do que
14

futuramente corrigir falhas que causam insegurança e desconforto aos usuários, podendo até
mesmo levar ao colapso da estrutura.

1.4 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

Quais são as principais manifestações patológicas aparentes existentes em um


edifício residencial localizado na cidade de Cascavel-PR, por que ocorreu a manifestação e
qual a melhor forma de corrigi-las?

1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa é constituída por um levantamento das manifestações


patológicas internas e externas aparentes existentes em um edifício da cidade de Cascavel –
PR (Figura 1).

Figura 1 - Localização da cidade de Cascavel no estado do Paraná

Fonte: Google Maps (2016)

O edifício X, foi construído há oito anos, possui uma área de 988 m², divididos em
quatro pavimentos, com quatro apartamentos por andar e no pavimento térreo com três
apartamentos, sendo que não houve reformas desde então.
15

A coleta de dados ocorreu por meio de visitas de acordo com a autorização e


disponibilidade dos moradores da edificação e as patologias identificadas foram registradas
por fotografias.
16

CAPÍTULO 2

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.1 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1.1.1 Conceito

Cánovas (1988) apresenta que patologia das construções não é uma ciência moderna,
embora tenha ganhado enfoque nas últimas décadas.
Segundo o mesmo autor, o código de Hamurabi que foi elaborado na Mesopotâmia
há cerca de quatro mil anos atrás, mostra a preocupação na antiguidade com a qualidade e
desempenho das edificações, sendo considerado como o primeiro tratado sobre patologia das
construções. As cinco regras básicas do código citado, teve grande repercussão na qualidade
das construções na época, sendo elas: Se um construtor faz uma casa que não seja firma e seu
colapso venha causar a morte do dono da casa, o construtor deverá morrer; Se o colapso
causar a morte do filho do dono da casa, o filho do construtor deverá morrer; Se o colapso
causar a morte de um escravo do dono da casa, o construtor deverá dar ao proprietário um
escravo e igual valor; Se a propriedade for destruída, o construtor deverá restaurar o que foi
destruído por sua própria conta; Se um construtor faz uma casa e não faz e acordo com as
especificações, e uma parede ameaça desmoronar, o construtor deverá reforçar a parede por
conta própria.
Para Helene (1992), as patologias das construções pode ser entendida como a parte
da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e origens dos defeitos das
construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema
causador.
De acordo com Ripper & Souza (1998), o crescimento muito acelerado da construção
civil provocou a necessidade de inovações, dando margem a certos riscos, aumentando a
necessidade de um maior conhecimento sobre estrutura e materiais empregados, através de
análise dos erros acontecidos, que resultam em deterioração precoce das estruturas ou
acidentes. Contudo, foi constatado o desempenho insatisfatório de algumas estruturas, estes
17

fatores geram a deterioração estrutural, que são diversas, desde o envelhecimento “natural” da
estrutura até mesmo os acidentes que são de responsabilidade de profissionais que utilizam
materiais de baixa qualidade.
Conforme Oliveira (2013), os problemas patológicos só se manifestam após o início
da execução propriamente dita, a última etapa da fase de produção. Em relação a recuperação
dos problemas patológicos, pode-se afirmar que as correções serão mais efetivas, duráveis,
fáceis e baratos quando mais cedo forem reparadas.
A Lei de Sitter foi formulada por Sitter (1984 apud Helene, 1992), mostra os custos
crescendo de acordo com uma progressão geométrica de razão cinco das intervenções de
reparo e diagnostico das patologias. As etapas construtivas são divididas em quatro períodos
correspondentes: o projeto, execução, manutenção preventiva efetuada antes dos primeiros
três anos e a manutenção corretiva efetuada após o surgimento dos problemas.

Figura 2 - Lei da evolução de custos de Sitter

Fonte: Sitter (1984 apud HELENE, 1992)

2.1.1.2 Patologia: Origens

Para Fortes (1994) as patologias podem ocorrer numa estrutura tanto na fase de
construção como durante o período de pós entrega e uso. As condições apresentadas por uma
18

estrutura que favoreça o aparecimento dessas manifestações patológicas são de


responsabilidade do projetista, enquanto o construtor responde pelas falhas construtivas, pela
inconformidade do projeto, normas de execução ou o uso de materiais inadequados. Contudo,
toda estrutura precisa de manutenção durante sua vida útil e a má conservação é um fator para
o surgimento das patologias, sendo então o usuário responsável.
A Figura 3 mostra o estudo de Fortes (1994), apontando as possíveis causas e suas
incidências, sobre a origem dos problemas patológicos.

Figura 3 - Fatores de problemas patológicos

Fonte: Fortes (1994) – adaptado pelo autor (2016)

2.1.1.3 Patologias Advindas do Projeto

De acordo com Ripper & Souza (1998), podem ocorrer várias falhas durante a etapa
de concepção da estrutura. Elas podem ter origem durante o estudo preliminar (lançamento da
estrutura), na execução do anteprojeto ou durante a elaboração do projeto de execução
também chamado de projeto final de engenharia.
Para Pina (2013) a falta de critério e uma má definição das ações atuantes na
edificação, como por exemplo, escolha inadequada do modelo analítico, deficiência de
cálculo da estrutura ou da avaliação da capacidade portante do solo, incompatibilidade do
projeto arquitetônico com os demais (estrutural, hidráulico, elétrico, entre outros).
Couto (2007) lista alguns exemplos de problemas originados na etapa de elaboração
do projeto:
a) Má definição das ações atuantes ou combinação mais desfavorável para a
estrutura;
19

b) Deficiência na avaliação de resistências do solo, podendo levar, por exemplo, a


recalques inesperados ao longo da construção e nos primeiros anos de vida da edificação;
c) Especificação inadequada de materiais;
d) Dimensionamento que leva a grandes deformações na estrutura, levando ao
surgimento de fissuras (peças esbeltas e utilização de grandes vãos);
e) Utilização de juntas estruturais sujeitas à infiltração de água, próximas aos
elementos estruturais;
f) Falta de compatibilização entre os projetos (arquitetônico, estrutural, hidros
sanitário, elétrico, entre outros);
g) Detalhes construtivos impossíveis de serem executados;
De acordo com Silva (2010), as resoluções e métodos empregados devem estar nos
desenhos ou anexadas de forma clara a memoriais descritivos ou especificações, garantindo o
cumprimento da obra de forma precisa. É de suma importância que os projetos estejam
detalhados, finalizados e consolidados, norteados nas normas vigentes de modo a garantir a
segurança.

2.1.1.4 Patologias Advindas da Execução

De acordo com Santos (2014), após a concepção do projeto, a etapa de execução é


iniciada, ou seja, o planejamento da edificação, onde todos os cuidados necessários devem ser
tomados para o bom andamento da obra, como programação de atividades, a correta
distribuição do canteiro de obras e boa previsão de compras são essenciais.
A NBR 14931 (2004) define como execução da estrutura de concreto todas as
atividades desenvolvidas na sua execução, ou seja, sistema fôrmas, armaduras, concretagem,
cura e outras, bem como à inspeção e documentação de como construído, incluindo a análise
do controle de resistência do concreto.
A etapa de execução da estrutura é responsável por grande parte dos problemas
patológicos. A ocorrência dos erros é basicamente devido ao processo de produção, que é
bastante prejudicado, por refletir muitas vezes a problemas socioeconômicos, acarretando em
trabalhadores de baixa qualidade técnica. Assim como, a má gestão de equipes, que podem
levar a falhas graves em atividades como, escoramentos, fôrmas, posicionamento e qualidade
das armaduras, qualidade do concreto (RIPPER & SOUZA, 1998).
20

Para Silveira (2002), a falta de normatização de diversos materiais e procedimentos


acrescida pela falta de fiscalização daqueles já normalizados por partes dos profissionais e
responsáveis técnicos, é de suma importância para evitar patologias, contudo, deve haver a
conscientização por parte dos engenheiros que tangem ao controle e qualidade dos materiais
processos construtivos.

2.1.1.5 Patologias Advindas do Material Utilizado

Os materiais utilizados nas construções, muitas vezes, influenciam o surgimento de


patologias, havendo necessidade de intervenção durante o processo, muitas vezes, as
construtoras utilizam materiais de baixa qualidade, com intuito de encurtar o orçamento da
obra, ou mesmo, aplicar os materiais incorretamente pela falta de conhecimento técnico do
produto. A utilização de materiais similares aos estabelecidos em projeto podem gerar
patologias, pois podem não apresentar o desempenho esperado (PIANCASTELLI, 1997).
De acordo com Oliveira (2013), a qualidade como um todo, não pode prescindir da
qualidade na aquisição dos materiais no canteiro de obra. Devido ao uso de materiais de
diversas origens, é fundamental exigir que estes possuam qualidade garantida, sendo
compostas pelos seguintes elementos: especificações técnicas adequadas na compra de
produtos; controle de recebimento de materiais em obra; correto armazenamento e transporte
de materiais; seleção e fornecedores e materiais e equipamentos.
Para se garantir a qualidade em uma empresa é necessário a normatização de
produtos, projetos, processos e sistemas, pois sem as normas e padrões não há controle,
garantia e nem certificação de qualidade (OLIVEIRA, 2013).

2.1.1.6 Patologias Advindas da Utilização

A NBR 5674 (2012) define manutenção como o conjunto de atividades a serem


desempenhadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional de uma edificação e de
suas partes constituintes de forma a atender as necessidades e segurança dos usuários.
Para o bom desempenho de uma estrutura, o correto uso deve ser observado para a
qual foi projetada, especialmente quanto aos carregamentos e possível presença de materiais
ou elementos agressivos ao concreto armado. Um planejamento adequado de manutenção
21

periódica deve observado, principalmente nas partes onde são mais utilizadas ou suscetível de
desgaste, a fim de evitar problemas patológicos e, em alguns casos, a própria ruína da
estrutura (SANTOS, 2014).
De acordo com Machado (2003), existem construtoras que elaboram um manual de
utilização da edificação, incluindo manutenções periódicas, com lista de materiais utilizados
na construção e uma relação de fornecedores e empresas aptas a executar serviços de
manutenção. Este procedimento está ganhando cada vez mais adeptos, da mesma forma que
os usuários se sentem seguros e mais confiantes nos processos desempenhados pela empresa.
A CBIC (2013) complementa que a formatação de um manual de uso e manutenção é
a melhor ferramenta de defesa, tanto para o comprador/usuário do imóvel quanto para o
responsável técnico, este documento além de auxiliar na manutenção e afetar diretamente a
vida útil e durabilidade do edifício, cessa os compromissos entre adquirente e vendedor. No
entanto, há o compromisso de vender um produto de qualidade que oferece garantias ao
consumidor como qualquer outro produto disponível no mercado, pois apesar de as
construções aparentarem serem resistentes as mais diversas ações, se as orientações o manual
de uso e manutenção não forem seguidos, ela tem grandes chances de apresentar
manifestações patologias, assim como fenômenos naturais que estão fora do controle humano.
Os problemas patológicos ocasionados por ausência de manutenção ou por
manutenção inadequada são originadas do desconhecimento técnico, incompetência, desleixo
e em problemas econômicos. A falta de destinação de verbas para manutenção pode vir a
tornar-se fator responsável pelo aparecimento de problemas estruturais, implicando em gastos
desnecessários e dependendo da situação, pode levar até mesmo a demolição da estrutura
(RIPPER & SOUZA, 1998).

2.1.2 TIPOS DE PATOLOGIAS

2.1.2.1 Eflorescência

Para Cincotto (1988), as eflorescências são caracterizadas pela presença de manchas


de umidade e pelo acúmulo de pó branco sobre a superfície. Para Bauer (1996), elas alteram a
aparência da superfície da qual se depositam e em determinados casos, seus sais constituintes
22

podem ser agressivos causando desagregação profunda, principalmente quando há compostos


expansivos (Figura 4).

Figura 4 – Presença de depósitos salinos em uma parede

Fonte: Granato (2002)

Bauer (1997) define eflorescências como depósitos salinos, principalmente alcalinos


e alcalinos terrosos, na superfície de alvenarias ou revestimentos, provenientes da migração
de sais solúveis presentes nos materiais ou componentes da alvenaria, nas argamassas de
emboço, de fixação ou de rejuntamento, são transportados pela água utilizada na construção,
ou vinda de infiltrações, através dos poros dos componentes de revestimento. Estes sais em
contato com o ar solidificam causando depósitos. Os sais mais comuns solúveis em água e a
fonte provável de seu surgimento (Quadro 1).
23

Quadro 1 - Sais comuns em eflorescência


Composição Fonte provável Solubilidade em água
química
Hidróxido de cálcio Cal liberada na hidratação do cimento
Sulfato de Magnésio Tijolo, água de amassamento
Cloreto de Alumínio Limpeza com ácido muriático Solúvel
Cloreto de Ferro Limpeza com ácido muriático
Carbonato de Carbonatação dos hidróxidos alcalinos de
Potássio cimentos com elevado teor de sais
Carbonato de Sódio Carbonatação dos hidróxidos alcalinos de
cimentos com elevado teor de álcalis
Sulfato de Potássio Reação tijolo-cimento, agregados, água de
amassamento
Sulfato de Sódio Reação tijolo-cimento, agregados, água de Muito Solúvel
amassamento
Cloreto de Cálcio Limpeza com ácido muriático, água de
amassamento
Cloreto de Magnésio Água de amassamento
Nitrato de Potássio Solo adubado ou contaminado
Nitrato de Sódio Solo adubado ou contaminado
Nitrato de Amônia Solo adubado ou contaminado
Fonte - Bauer (2001 apud GRANATO, 2002) – adaptado pelo autor (2016)

Para remoção dos depósitos nas áreas comprometidas, pode-se recorrer a uma
simples lavagem da superfície do revestimento, geralmente já é suficiente para a eliminação
dos depósitos, os mesmo podem voltar a ocorrer, principalmente se as condições continuarem
a serem propícias. O problema tende a diminuir na medida em que os sais forem sendo
eliminados (MOURA, 2004).
Para se evitar a incidência patologia de eflorescência, Uemoto (1988) cita algumas
recomendações:
a) Não utilizar materiais e componentes com elevados teor de sais solúveis;
b) Não utilizar tijolos com elevado teor de sulfatos, a fim de evitar a formação de
substancias solúvel em água ou produtos expansivos;
24

c) Em caso de parede em alvenaria aparente, a absorção de água de chuva pelo tijolo


ocorrerá por capilaridade, podendo ser diminuída através de uma pintura impermeável
resistente a exposição em solução salina;
d) Quando da execução de alvenaria em período de seca, deve-se saturar os tijolos
com água a fim de diminuir a absorção de água de amassamento da argamassa pelo tijolo que
ocorrerá por capilaridade, reduzindo consequentemente o risco de reação tijolo-cimento;
e) Proteger sempre da chuva a alvenaria recém terminada;
f) Reduzir ao máximo a penetração de água na alvenaria;
g) Evitar infiltração de umidade, tanto do solo como da chuva, garantindo boa
vedação e impermeabilização;
h) Utilização de argamassa mista de cimento, cal e areia, de modo a evitar a reação
tijolo-cimento;
A lixiviação da cal do cimento pode ser reduzida utilizando-se cimentos que liberam
menor teor de cal sua hidratação, tais como cimento pozolânico ou de alto-forno.

2.1.2.2 Infiltração

Segundo Apolinário (2013), de todas as qualidades necessárias que as edificações


devam ter, a garantia de estanqueidade à água é a maior delas, pois devem limitar a sua
penetração através de várias barreiras estanques, que vão desde tratamentos com produtos
impermeáveis, até estudo, planejamento e projeto de elementos construtivos como medidas de
prevenção da incidência direta da água sobre a edificação além de evitar condições de riscos à
saúde dos usuários. Porém, quando as edificações são expostas à água através de falhas na
barreira física que deveriam impedir a infiltração, acabam apresentando patologias que
diminuem a vida útil da mesma, podendo em até longo prazo levar ao colapso da estrutura.
Para Vitório (2003), a incidência de problemas causados pela umidade nas
edificações é relativamente expressiva quando comparada com outros tipos de problemas,
podendo chegar a até 50% das incidências. As condições a seguir têm importante papel, pois
visa evitar os efeitos da umidade por infiltração, principalmente se adotados na fase de
projeto:
a) Detalhes arquitetônicos e construtivos adequados para fachadas e coberturas
(frisos, pingadeiras, rufos, beirais, platibandas, juntas, esquadrias e materiais de
revestimento);
25

b) Conhecimento das propriedades dos materiais constituintes das alvenarias quanto


a higroscopicidade, porosidade e absorção de água;
c) Conhecimento sobre a intensidade e duração das precipitações na região e
orientação das fachadas quanto à direção do vento, visto que a infiltração de água nas
fachadas e coberturas pode ser agravada pela intensidade e direção dos ventos e da chuva.
De acordo com a patologia incidente, os serviços de reparos podem englobar a
remoção dos revestimentos incluindo argamassas e pintura. Há situações em que, a parte da
estrutura onde está ocorrendo o defeito observado, seja recuperada, e a umidade volte a surgir
em outro elemento ou em outra parede que ainda não estava afetada (APOLINÁRIO, 2013).
Belém (2011) afirma que é importante ainda salientar que as medidas de recuperação
para sanar essas patologias são consideradas complexas e mais difíceis de serem aplicadas
depois que a obra foi executada. Além disso, tais medidas são consideradas onerosas e muitas
vezes não apresentam resultados satisfatórios. Segundo o Instituto Brasileiro de
Impermeabilização – IBI, quando a aplicação de um sistema de impermeabilização for
executada corretamente, fazendo uso de materiais adequados e por empresas confiáveis, os
custos com sua realização atingem, na média, 2% do valor total da obra. Porém, se essa
impermeabilização for realizada somente depois de serem constatadas patologias na
edificação já pronta, a aplicação desse processo ultrapassa consideravelmente o percentual
citado inicialmente, podendo chegar a valores em torno de 10% do custo total da obra.

2.1.2.3 Bolor

Para Alucci (1988), bolor (fungo em estágio inicial) ou mofo (em estágio avançado)
é uma alteração observável macroscopicamente na superfície dos materiais, sendo uma
consequência do desenvolvimento de microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos.
Promovem decomposição dos revestimentos através da secreção de enzimas que quebram
moléculas orgânicas complexas até compostos mais simples, que são assimilados e utilizados
no seu desenvolvimento. Sendo um organismo vivo, os fungos tem seu desenvolvimento
afetado pelas condições ambientais, sendo a umidade o mais fundamental.
De acordo com Schönardie (2009), o bolor se manifesta nos revestimentos de
fachadas e paredes, causam alterações estéticas pela formação de manchas escuras em
tonalidades preta, marrom e verde ou ainda machas claras esbranquiçadas e amareladas. Além
da questão estética, a proliferação do mesmo em edificações pode acarretar em problemas
26

respiratórios aos moradores, sendo de suma importância garantir a qualidade dos ambientes
internos.
Segundo Uemoto (1999), os fungos são os principais agentes da degradação dos
revestimentos superficiais nas fachadas, pois se adaptam com facilidade a meios estressantes
como baixa umidade, variações bruscas de temperatura e uma baixa quantidade de nutrientes
para sua alimentação. Ainda Cincotto (1995) diz que, mesmo que um material possua todos os
nutrientes necessários para a proliferação de fungos, como carbono, nitrogênio, magnésio e
fósforo, a propagação apenas ocorre quando existir umidade suficiente para a germinação dos
esporos do fungo.
Sua manifestação ocorre em ambientes com elevado teor de umidade ou ambiente
com elevada umidade relativa do ar (acima de 75%) e temperaturas de 10º C à 35º C, sendo
condições ambientais genéricas na região, e mesmo fora destes referenciais, podem ocorrer
emboloramento de acordo com a espécie de fungo (GRANATO, 2002). Além da umidade,
Sato (2000) aponta outros fatores que contribuem para seu desenvolvimento, como a
composição e o pH ácido do substrato e a temperatura ambiente. Esses seres necessitam de
nutrientes que são encontrados em componentes orgânicos da pintura, ou em partículas do ar
que contenham substâncias orgânicas e compostos de nitrogênio, que são os principais
alimentos destes micro-organismos (Figura 5).

Figura 5 – Identificação de bolor na extremidade de janela

Fonte: Schönardie (2009)

Para a solução desta patologia, recomenda-se a remoção das manchas através da


limpeza dos ambientes contaminados, com utilização de produtos à base de cloro ou soluções
fungicidas, podendo até ocorrer a troca de materiais, que estavam contaminados por outros
que resistam a ação do bolor (SOUZA, 2008).
27

Segundo Barros (1997), existem medidas de prevenção para o problema de bolor que
podem ser tomadas ainda na fase do projeto da edificação como, por exemplo, aumentar a
ventilação do ambiente e a iluminação do mesmo. Em banheiro e cozinhas a condensação de
vapor de água faz com que o ambiente seja mais propício à manifestações de bolor. Assim,
para que se tenha uma ventilação eficiente é preciso dimensionar corretamente as janelas
desses ambientes, levando também em consideração o tipo de janela.

2.1.2.4 Empolamento, destacamento e manchas de pintura

De acordo com Marques (2013), as tintas são materiais amplamente utilizados na


construção civil para revestimento de superfícies, para proteção e também pela estética. Vale
ressaltar ainda os aspectos financeiros das pinturas, pois comparadas aos outros materiais de
revestimento elas são relativamente mais baixas.
Alves (2010), afirma que a eficiência de um sistema de pintura não está relacionada
somente à qualidade da tinta a ser aplicada. Para Polito (2006), os materiais de alvenaria são
via de regra porosos, absorvem e podem reter água, desenvolver e abrigar fungos. Sendo que
as propriedades das superfícies, que influem diretamente no comportamento das pinturas são:
a) Porosidade: relação percentual entre o volume de espaços vazios e o volume total.
Esta relação influenciará substancialmente no grau de absorção dos compostos líquidos pela
tinta.
b) Resistência a radiações energéticas: propriedade dos materiais de não sofrerem
deterioração ou decomposição quando expostos às radiações energéticas, especial as radiações
provenientes do sol, como luz ultravioleta.
c) Plasticidade e Fragilidade: plasticidade é a propriedade do material de sofrer
alteração de forma sob ação de forças externas e as manter mesmo após a retirada destas
forças, sem o aparecimento de fissuras.
d) Fragilidade é a propriedade segundo a qual o material se rompe sob a ação de
forças externas, sem ter sofrido deformação;
e) Reatividade química: capacidade do material de combinar com agentes químicos
ambientais.
f) Permeabilidade: propriedade que tem o substrato de permitir a passagem de gases
ou líquidos que poderão resultar em diversas combinações químicas.
28

As patologias encontradas na pintura de um edifício assumem causas diversas que


denotam tanto a conservação e manutenção como problemas mais profundos no sistema
construtivo como um todo (ALVES, 2010).
Para Polito (2006), o empolamento em uma pintura é a deformação convexa numa
película, geralmente resultante de perda localizada de adesão e levantamento do filme da
superfície. Em paredes externas, geralmente são causadas pelo uso da massa corrida PVA,
que é um produto indicado apenas para superfícies internas, já em paredes internas, podem
ocorrer após o lixamento da massa corrida, quando a poeira não foi eliminada ou quando a
tinta não foi devidamente diluída. O uso de massa corrida de baixa qualidade (com pouca
resina) também pode provocar bolhas. A formação de bolhas também ocorre quando a nova
tinta aplicada umedece a película de tinta anterior causando a sua dilatação,
consequentemente a formação de bolhas (Figura 6).

Figura 6 – Manifestação de bolhas na tinta de acabamento

Fonte: Alves (2010)

Para o reparo, Alves (2010), recomenda raspar as partes afetadas, aplicar uma demão
de fundo preparador para paredes, diluído com aguarrás na proporção 2:1 retocar a superfície
com massa acrílica no reboco externo ou massa corrida no reboco interno e aplicar
acabamento.
Logo, o destacamento é a separação de placas de película do seu substrato devido a
uma perda de aderência (MARQUES, 2013) (Figura 7).
29

Figura 7 – Destacamento da pintura

Fonte: Marques (2013)

Ainda conforme o autor citado anteriormente, as principais causas do surgimento


dessa patologia são:
a) Condições de aplicação desfavoráveis: baixa temperatura e umidade elevada ou
aplicação feita sob temperatura elevada, ainda podendo ser por presença de correntes de ar
fortes, as quais provocam uma secagem rápida da película, consequentemente diminuindo a
forma relevante da aderência à base de aplicação;
b) Preparação da superfície deficiente que ao conter sujeiras de vários tipos, tais
como gorduras, poeiras, resíduos de tinta esfoliada ou pulverulenta, podem formar zonas de
reduzida aderência que levam ao consequente destacamento;
c) Ocorrência de infiltrações, que consequentemente levam à presença de umidade
em excesso na superfície de aplicação;
d) Preparação da superfície de base inadequada para executar uma repintura,
ausência de aplicação de primário ou aplicação de primários inadequados;
e) A superfície de base se apresenta demasiado rígida e lisa, características que
diminuem muito a aderência da película;
f) Desrespeito pelos tempos de secagem entre aplicação de demãos, que poderão
provocar diversos problemas que reduzem a aderência do produto à base aplicada;
g) Envelhecimento natural do revestimento por pintura.
As manchas são zonas dos revestimentos por pintura (Figura 8), onde é possível
identificar diferenças de brilho ou coloração em relação ao restante da superfície
(MARQUES, 2013).
30

As manchas aparecem devido à ação de respingos de chuva, de fungos e por ação de


infiltrações (SANTOS, 2013).

Figura 8 – Presença de mancha em pintura da parede

Fonte: Marques (2013)

Para o reparo das manchas, Marques (2013), recomenda uma limpeza ou lavagem
superficial, caso este processo não apresente resultados satisfatórios, o revestimento onde se
encontra a mancha deverá ser removido, utilizando os métodos e produtos adequados e
realizar a repintura, após a preparação da superfície, respeitando os tempos de secagem, em
condições favoráveis e utilizando materiais de boa qualidade.

2.1.2.5 Fissuração

Para Oliveira (2012) fissuras, trincas e rachaduras são manifestações patológicas das
edificações em alvenarias, vigas, pilares, lajes, pisos, entre outros, geralmente causados por
tensões dos materiais. Se o esforço solicitado for maior que a resistência do material, acontece
a falha provocando a abertura e de acordo com sua espessura, será classificada como fissura,
trinca, rachadura, fenda ou brecha.
De acordo com Corsini (2010), tanto as estruturas de concreto, quando nas
alvenarias, a fissura é originada por conta da atuação de tensões nos materiais. Quando o
esforço solicitado for maior do que a capacidade de resistência do material, ocorre a falha,
provocando a abertura de acordo com sua espessura, a fissura tem a tendência de aliviar suas
31

tensões. Ou seja, quanto maior for a restrição imposta ao movimento dos materiais, e quanto
mais frágil ele for maiores serão a magnitude e a intensidade da mesma.
Thomaz (1989), ainda afirma que, um edifício nada mais é do que a interligação
racional de diversos materiais e componentes, sendo comum a especificação de componentes
de boa qualidade e resistência menosprezando elementos de ligação, sendo que um sistema de
juntas às vezes é indispensável para que os componentes apresentem o desempenho esperado.
Muitas vezes, a incompatibilidades entre os projetos de arquitetura, estrutura e fundações não
condizem as tensões, que superam a resistência dos materiais, sendo particularmente
desfavoráveis, dando origem a esta manifestação patológica.
Vitório (2003) cita algumas das causas mais usuais de fissuramento das estruturas:
a) Cura mal realizada;
b) Retração;
c) Variação de temperatura;
d) Agressividade do meio ambiente;
e) Carregamento;
f) Erros de concepção;
g) Projeto mal detalhados;
h) Recalque dos apoios;
i) Acidentes.
Olivari (2003) afirma que, ao analisar uma patologia de fissuração, deve-se
inicialmente proceder à sua classificação, que é feita de acordo com sua espessura, conforme
o Quadro 2.

Quadro 2 - Classificação da fissura de acordo com à abertura


Classificação Abertura
Fissura capilar Menos de 0,2 mm
Fissura De 0,2 mm a 0,5 mm
Trinca De 0,5 mm a 1,5 mm
Rachadura De 1,5 mm a 5 mm
Fenda De 5mm a 10 mm
Brecha Mais de 10 mm
Fonte: Olivari (2003)
32

As aberturas podem ser passivas ou ativas. As fissuras passivas quando chegam à sua
máxima amplitude, estabilizam-se devido ao cessamento das causas que as geraram, como é o
caso das fissuras de retração hidráulica ou das provocadas por um recalque diferencial de
fundação que esteja estabilizado, após certo período de tempo. Já as fissuras ativas, são
produzidas por ações de magnitude variáveis que provocam deformações variáveis no
concreto, porém, não se estabilizam. Também é o caso das fissuras de origem térmica e das de
flexão provocadas por ações dinâmicas e variáveis (VITÓRIO, 2003).

a) Fissurações por movimentações térmicas

De acordo com Thomaz (1989), os elementos e componentes de uma edificação, que


estão em contato com o meio ambiente, estão sujeitos a variações de temperaturas diárias e
sazonais, gerando o movimento de contração e dilatação térmica nos materiais que compõe a
edificação.
Apesar de a temperatura incidir de forma igualitária sobre os materiais, cada um
possui propriedades físicas e coeficientes de dilatação diferentes, sendo que um dos principais
fatores para o surgimento de trincas é esta movimentação térmica diferenciada, que geram
tensões entre os materiais. Para Thomaz (1989), as principais movimentações térmicas
ocorrem em função de:
a) Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeito as
mesmas variações de temperaturas (movimentações diferenciadas entre argamassa de
assentamento e componentes de alvenaria);
b) Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (cobertura em
relação às paredes de uma edificação);
c) Do gradiente de temperaturas ao longo de um mesmo componente (variação entre
a face exposta e a face protegida de uma laje de cobertura);
Ainda de acordo com Thomaz (1989), as lajes de cobertura são as que sofrem os
maiores efeitos da variação térmica dos materiais, uma vez que podem estar diretamente em
contato com a incidência raios solares, abaixo de um telhado, o qual acaba formando um
volume de ar aquecido por radiação do sol nas telhas. O aquecimento desse volume de ar
entre as telhas e a laje faz com que a última apresente uma dilatação térmica, sendo que nos
dias de frio o inverso também ocorre, ou seja, ocorre a retração.
Como as lajes de cobertura estão vinculadas às paredes de sustentação, quando a laje
apresenta dilatação térmica, surgem tensões no corpo da parede e nas lajes (Figuras 9 e 10).
33

Figura 9 – Fissuras de cisalhamento provocadas por expansão térmica da laje

Fonte: Thomaz (1989)

Figura 10 – Trincas inclinadas nos cantos da parede

Fonte: Watanabe (2000)

Para Ripper & Souza (1998), este tipo de fissuração pode ser prevenido, dentre
outros aspectos, pela correta consideração da influência do meio ambiente, pela atenção
especial ao detalhamento das armaduras das peças estruturais que possuam inércias muito
diferentes, pela correta disposição das juntas de dilatação e pelo cuidado na escolha das cores
das pinturas a serem aplicadas para os elementos estruturais.

b) Fissuração devido a sobrecargas

A atuação de sobrecargas previstas ou não em projetos pode produzir fissuras nos


elementos estruturais e de vedação. Segundo (BAUER, 2014 apud ROÇA, 2014) sob ação de
34

cargas uniformemente distribuídas, em função principalmente da deformação transversal da


argamassa de assentamento e da eventual fissuração de blocos ou tijolos por flexão local, as
paredes em trechos contínuos apresentam fissuras tipicamente verticais.
De acordo com Thomaz (1989), existem dois tipos característicos de trincas que
podem surgir causadas por sobrecargas uniformemente distribuídas, sendo eles:
a) Trincas verticais provenientes da deformação transversal da argamassa devido a
ação das tensões de compressão ou flexão local dos componentes de alvenaria. (Figuras 11 e
12).

Figura 11 – Fissuras verticais causadas por sobrecargas verticais

Fonte: Roça (2014)

Figura 12 – Fissura vertical na alvenaria proveniente de sobrecargas

Fonte: Watanabe (2000).


35

b) Trincas verticais provenientes da ruptura por compressão dos componentes de


alvenaria ou da própria argamassa de assentamento ou ainda de solicitações de
flexocompressão da parede (Figuras 13 e 14).

Figura 13 – Fissuras horizontais na alvenaria

Fonte: Roça (2014)

Figura 14 – Exemplos de fissura horizontal provenientes de sobrecarga

Fonte: Watanabe (2000)

Thomaz (1989) demonstra que quando há atuação de sobrecargas concentradas ou


pontuais, podem provocar ruptura dos componentes da alvenaria acarretando no aparecimento
de fissuras inclinadas a partir do local de aplicação da carga (Figura 15).
36

Figura 15 – Ruptura localizada da alvenaria, a partir do ponto de aplicação da carga

Fonte: Thomaz (1989)

Em painéis de alvenaria com a existência de aberturas, como janelas e portas, ocorre


a concentração de tensões em seu entorno. Segundo (BAUER, 2014 apud ROÇA, 2014), a
inexistência de vergas e contravergas acarretam no aparecimento de trincas formadas a partir
do vértice dessas aberturas e sob o peitoril. Sabendo que para Thomaz (1989), essas fissuras
podem se manifestar também sob outros fatores, tais como, a dimensão do painel de alvenaria
a qual está localizado essa abertura, sua posição, e sua rigidez (Figura 16).

Figura 16 – Fissuras inclinadas em aberturas por ação de sobrecarga

Fonte: Thomaz (1989)

c) Fissuras por movimentação higroscópica

De acordo com Thomaz (1989), as mudanças higroscópicas provocam variações


dimensionais nos materiais porosos que integram os elementos e componentes de uma
edificação, o aumento do teor de umidade produz uma expansão do material, enquanto que a
diminuição desse teor provoca uma contração. Caso haja a existência de vínculos que
impeçam ou restrinjam essas movimentações, poderão ocorrer fissuras nos elementos e
37

componentes do sistema construtivo. A umidade pode ter acesso aos materiais de construção
através de diversas vias, tais como: a umidade resultante da produção dos componentes,
umidade proveniente da execução da obra, umidade do ar ou proveniente de fenômenos
meteorológicos e umidade do solo.
As fissurações provocadas por variação de umidade dos materiais de construção são
muito semelhantes àquelas provocadas por variações de temperatura. Entre um caso e outro,
as abertura podem variar em função das propriedades higrotérmicas dos materiais e das
variações da umidade ou temperatura (THOMAZ, 1989). Independentemente da natureza do
material constituinte dos blocos ou tijolos ocorrerão movimentações higroscópicas, e
consequentemente fissuras pela expansão de tijolos cerâmicos (Figuras 17 e 18).

Figura 17 – Fissuras horizontais na alvenaria proveniente da expansão dos tijolos

Fonte: Thomaz (1989)

Figura 18 – Fissuras verticais na alvenaria proveniente da expansão dos tijolos

Fonte: Thomaz (1989)

Thomaz (1989) afirma que podem aparecer também, trincas horizontais na base das
paredes, onde a impermeabilização dos alicerces foi mal executada. Neste caso, os
componentes da alvenaria que estão em contato com o solo absorvem sua umidade, gerando
38

movimentações diferenciais em relação às fiadas superiores, que geralmente estão sujeitas a


insolação direta e à perda de água por evaporação (Figura 19).

Figura 19 – Fissura horizontal na base da alvenaria proveniente da umidade do solo

Fonte: Thomaz (1989)

Ainda de acordo com o autor citado anteriormente, um tipo também muito


característico de trinca por umidade, é aquele presente no topo de muros, peitoris e
platibandas que não estejam devidamente protegidos, pois a argamassa do topo da parede,
absorve a água da chuva e ocorre a movimentação diferencial em relação ao corpo do muro e
ocorre o destacamento da mesma (Figura 20).

Figura 20 – Destacamento da argamassa no topo do muro, causado pela umidade

Fonte: Thomaz (1989)

d) Fissuração por retração

As fissuras por retração ocorrem devido ao aumento de volume no concreto quando


umedecido e uma retração durante o processo de cura. A retração aparece quando a
39

porcentagem de água interna diminui, sendo a retração mais intensa em tempo seco e quente.
Vale ressaltar que e de suma importância o grau de umidade do meio ambiente para o
desenvolvimento da retração (VITÓRIO, 2003).
Para Thomaz (1989), a retração de um concreto ou argamassa, quando a umidade do
ar é constante, se dá de forma mais acelerada nas primeiras idades, podendo vir a tingir cerca
de 50% da retração total com apenas sete dias de condicionamento. Além dos fatores internos
da argamassa e das condições ambientais. A forma geométrica da peça influi decisivamente
na grandeza da retração, pois quanto maior a relação da área exposta da peça, maior será a
retração desenvolvida. A retração de paredes e muros como um todo, e mesmo a retração
diferenciada entre componentes de alvenaria e argamassa de assentamento, podem provocar
fissuras e destacamentos idênticos àqueles provocados por variações de umidade e
temperatura (Figura 21).

Figura 21 – Trincas em paredes externas, provenientes da retração de lajes intermediárias

Fonte: Thomaz (1989)

Há também, as retrações advindas da má porção dos materiais empregados na


argamassa ou ainda na inadequada execução do serviço (assentamento de blocos muito
ressecados), conforme Figura 22, em geral, originam microfissuras e destacamentos quase
imperceptíveis a olho nu, porém, algumas vezes o problema assume proporções maiores
(THOMAZ, 1989).
40

Figura 22 – Fissuras causadas devido a redução do volume de argamassa

Fonte: Watanabe (2000)

e) Fissuras por deformação da estrutura

De acordo com Thomaz (1989), podem surgir problemas graves decorrentes de


deformações causadas por solicitações de compressão, cisalhamento ou torção. A ocorrência
de flechas em componentes estruturais tem causado, entretanto, graves e repetidos transtornos
as edificações, verificando-se frequentes problemas de compressão em caixilhos,
destacamento de pisos cerâmicos, ocorrência de trincas em paredes e acumulo de água em
vigas calhas ou lajes de cobertura.
Ainda de acordo com o mesmo autor a variação da flecha ao longo do tempo está
associada à retração e à deformação lenta do concreto. O mecanismo de deformação lenta é
bastante complexo: nele intervêm, por exemplo, as deformações variadas entre a pasta de
cimento e os agregados, a intensidade e a natureza das cargas aplicadas, a presença ou não de
armadura na zona comprimida das peças, as condições de umidade a que estão sujeitas as
peças, a retração do concreto em função da relação água-cimento empregada e as condições
de cura.
Os elementos de uma edificação mais suscetíveis à flexão das vigas e lajes são as
alvenarias. Para paredes de vedação sem aberturas de portas ou janelas existem três
configurações típicas de fissuras: Deformação do suporte maior que a deformação da viga
superior, que são provenientes do componente de apoio deforma-se mais que o componente
41

superior; Deformação do suporte inferior à deformação da viga superior, que provem de


carregamentos não uniformes das vigas superiores sobre a alvenaria; Deformação do suporte
idêntica à deformação da viga superior, nessa circunstância a parede é submetida
principalmente a tensões de cisalhamento, comportando-se o painel de maneira idêntica a
vigas de concreto, armadas deficientemente contra o cisalhamento (Figuras 23, 24 e 25)
(THOMAZ, 1989).

Figura 23 – Deformação do suporte maior que a deformação da viga superior

Fonte: Thomaz (1989)

Figura 24 – Deformação do suporte inferior à deformação da viga superior

Fonte: Thomaz (1989)


42

Figura 25 - Deformação do suporte idêntica à deformação da viga superior

Fonte: Thomaz (1989)

Thomaz (1989), ainda afirma que nas alvenarias de vedação com aberturas de portas
e janelas (Figura 26), as fissuras poderão ganhar configurações diversas, em função da
extensão da parede, da intensidade da movimentação, do tamanho e da posição destas
aberturas.

Figura 26 – Fissuras em paredes com aberturas

Fonte: Thomaz (1989)

Vale ressaltar ainda que, em alvenarias estruturais, há outro caso típico de fissuração
(Figura 27), que são desenvolvidas pela excessiva deformação das lajes ancoradas em
paredes, ocorrendo nas mesmas esforços a flexão lateral, gerando um trinca horizontal
próxima a parede que se estende pela mesma (THOMAZ, 1989).
43

Figura 27 – Fissuras horizontais na base da parede

Fonte: Thomaz (1989)


44

CAPÍTULO 3

3.1 METODOLOGIA

A pesquisa em questão foi desenvolvida em uma abordagem qualitativa e descritiva.


Qualitativa, pois foi fundamentada em fatos e observações. Descritiva, pois correlaciona
conceitos e teorias. As manifestações patológicas serão levantadas visualmente. No caso desta
pesquisa, buscou-se levantar visualmente as manifestações patológicas de um edifício como
também relacioná-las as causas de seu surgimento e método de correção, com base em normas
e bibliografias.
Em relação aos objetivos, a pesquisa e do tipo explicativa, pois procurou identificar
as patologias que foram encontradas na construção em análise, bem como indicar o método
corretivo mais viável. Quanto aos procedimentos, será um estudo de caso, por se tratar da
análise de um edifício, as falhas construtivas foram levantadas através da coleta de dados das
amostras, por captura de imagens e tabelamento dos dados obtidos.

3.1.1 Caracterização da Amostra

O estudo de caso desta pesquisa foi realizado em um edifício residencial, localizado


no bairro FAG da cidade de Cascavel, região oeste do estado do Paraná. O edifício foi
nomeado de como edifício X, pois não é o objetivo deste trabalho expor de maneira negativa e
para que posteriormente pessoas mal-intencionadas não usem este trabalho para causar
problemas ou constrangimento aos proprietários.
O edifício desta pesquisa conta com quatro pavimentos, uma área construída de 988
m², sendo três apartamentos no térreo e quatro apartamentos nos demais pavimentos,
totalizando em 15 apartamentos. Levando em conta que a obra já foi concluída e está em uso
há proximamente oito anos. É possível verificar a planta baixa do pavimento térreo no Anexo
A e dos pavimentos superiores tipo no Anexo B. É também possível visualizar o edifício
analisado (Figura 28).
45

Figura 28 – Vista Aérea do edifício analisado

Fonte: Google Maps (2016)

3.1.2 Coleta de Dados

A coleta de dados desta pesquisa teve como objetivo reunir o maior número de
informações do edifício residencial através da inspeção visual e fotográfica das partes internas
e externas dos apartamentos, assim como a área externa, através de um formulário
desenvolvido pelo autor da pesquisa (Quadro 3).

Quadro 3 - Formulário para levantamento dos problemas Patológicos


Identificação e Quantificação das Patologias Encontradas
Local
Fissuração Pintura Eflorescência Bolor Infiltração
Apartamento 1
Apartamento 2
Apartamento 3
Apartamento 4
Apartamento 5
Apartamento 6
Apartamento 7
Apartamento 8
Apartamento 9
Apartamento 10
46

Quadro 3 (continuação) – Formulário para levantamento dos problemas Patológicos


Apartamento 11
Apartamento 12
Apartamento 13
Apartamento 14
Apartamento 15
Área uso comum 1
Área uso comum 2
Área uso comum 3
Área uso comum 4
Área externa
Total
Fonte: Autor (2016)

O Quadro 3 contém cada ambiente analisado e também os possíveis tipos patologia


que poderiam ser encontradas. As patologias foram identificadas e quantificadas em cada
ambiente, sendo registrado numericamente. No final do levantamento, quantificou-se a
quantidade de cada patologia encontrada.

3.1.3 Análise dos Dados

De acordo com os dados levantados na vistoria in loco, no mês de novembro de 2016


no edifício X, as patologias foram quantificadas em um quadro, obtendo as quantidades de
cada tipo de patologia por meio de registros fotográficos. Em seguida, foram discutidas as
possíveis causas das manifestações patológicas. Posteriormente, são apresentados gráficos que
auxiliam na análise geral do estudo.
O trabalho foi fundamentado pelas bibliografias existentes, comparando os dados
coletados em campo, com a fundamentação teórica existente. A pesquisa foi limitada ao
levantamento das patologias incidentes, sugerir as possíveis causas e indicar o método de
reparo para as patologias identificadas.
47

CAPÍTULO 4

4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com este estudo de caso, identificaram-se as manifestações patológicas aparentes


existentes no edifício X, através da visita ao local, sendo realizados registros fotográficos para
ilustrar as incidências patológicas.
Os itens discutidos foram separados de acordo com o tipo de manifestação patológica
encontrada.

4.1.1 Apresentação dos dados coletados

Durante a vistoria no edifício X, foram identificadas várias anomalias, tanto nas


áreas internas quanto na área externa, levando-se em conta que a edificação possui oito anos.
O Quadro 4 apresenta a quantificação das patologias identificadas durante a vistoria
da edificação X, relacionando o local analisado e a quantidade de patologias encontradas.

Quadro 4 – Formulário preenchido das manifestações patológicas


Identificação e Quantificação das Patologias Encontradas
Local
Fissuração Pintura Eflorescência Bolor Infiltração
Apartamento 1 Não se encontrava nos dias de visita
Apartamento 2 Não autorizou a entrada
Apartamento 3 1
Apartamento 4 Não apresentou patologias, passou por pintura interna
Apartamento 5 2 1 1
Apartamento 6 1
Apartamento 7 2
Apartamento 8 1 2 1
Apartamento 9 1
Apartamento 10 2 1 1
Apartamento 11 2
48

Quadro 4 (continuação) – Formulário preenchido das manifestações patológicas


Apartamento 12 1 1
Apartamento 13 1 1 1
Apartamento 14 1 1 1
Apartamento 15 1 2 1 1 1
Área uso comum 1 Não apresentou patologias
Área uso comum 2 Não apresentou patologias
Área uso comum 3 1 1
Área uso comum 4 Não apresentou patologias
Área externa 8 1 1 1
Total 17 13 3 5 9
Fonte: Autor (2016)

Conforme a necessidade de verificar quais as patologias que ocorreram com maior


frequência, a Figura 29 demonstra as manifestações patológicas de acordo com a sua porcentagem
de incidência.

Figura 29 – Ocorrência das patologias

19,15%
Fissuração

36,17%
Pintura

Eflorescência 10,64%

Bolor
6,38%

Infiltração

27,66%

Fonte: Autor (2016)


49

As fissurações apresentaram o maior índice de ocorrência, seguidas das patologias de


pintura que foram 24% menores em relação a fissuração. A infiltração foi a terceira patologia
de maior incidência, no entanto, ela foi a causadora das eflorescências encontradas, que foram
as patologias de menor incidência, e vale ressaltar ainda que a infiltração colaborou
diretamente para a manifestação das demais manifestações patológicas. Os bolores tiveram o
segundo menor índice de ocorrência, representando quase duas vezes o índice de
eflorescências. A soma de todas as patologias encontradas na edificação residencial
mencionadas corresponde a 100% dos problemas patológicos encontrados.

4.1.1.1 Análise das incidências patologias no edifício X

Na Figura 30 é possível observar uma patologia de pintura, denominada mancha,


onde se pode identificar a diferença de brilho e coloração em relação ao restante da superfície.
Neste caso, as manchas apareceram devido à ação de infiltração.

Figura 30 – Presença de manchas na superfície da laje

Fonte: Autor (2010)


50

Para o reparo das manchas, primeiramente precisa-se controlar a infiltração e lavar a


superfície com uma solução de água e lixívia, passando água limpa depois, caso este processo
não apresente resultados satisfatórios, o revestimento onde se encontra a mancha deverá ser
removido, utilizando os métodos e produtos adequados e realizar a repintura, após a
preparação da superfície, respeitando os tempos de secagem, em condições favoráveis e
utilizando materiais de boa qualidade (MARQUES, 2013).
A presença de bolor (fungo em estágio inicial) representou 10,64% das patologias
encontradas na edificação X, é possível verificar uma alteração macroscópica na superfície da
laje (Figura 31), sua manifestação ocorreu provavelmente devido a infiltração, juntamente
com a mancha ao lado esquerdo da presença de bolor e também por falta de ventilação, pois
este apartamento encontrava-se fechado, o morador havia se mudado há algumas semanas.

Figura 31 – Presença de bolor na laje do apartamento

Fonte: Autor (2010)

Para a solução desta patologia, recomenda-se a remoção das manchas através da


limpeza dos ambientes contaminados, com utilização de produtos à base de cloro ou soluções
fungicidas, podendo até ocorrer a troca de materiais, que estavam contaminados por outros
que resistam a ação do bolor (SOUZA, 2008).
As patologias de pintura representam 27,66% das manifestações patológicas
encontradas. Foi identificado o empolamento da mesma, com a formação de bolhas, sendo as
causas mais prováveis o uso inadequado de aditivos, utilização de diluentes muito rápidos e
umidade relativa do ar muito elevada (Figura 32).
51

Figura 32 – Formação de bolhas, ocasionando o empolamento na pintura

Fonte: Autor (2016)

Alves (2010), diz que o primeiro passo para o reparo é extinguir a infiltração, pois
caso contrário o problema irá reincidir, após a infiltração resolvida, deve-se raspar as partes
afetadas, aplicar uma demão de fundo preparador para paredes, diluído com aguarrás na
proporção 2:1 retocar a superfície com massa acrílica no reboco externo ou massa corrida no
reboco interno e aplicar acabamento.
Ainda dentre as patologias de pintura, houve o destacamento da mesma na área de
uso comum do edifício X, sendo a causa mais provável a ocorrência de infiltração, pois é
possível notar manchas ao redor da área afetada, que consequentemente levam a presença de
umidade em excesso na superfície de aplicação (Figura 33). Ainda na mesma imagem, além
de se observar o destacamento de pintura e manchas, é possível notar que houve um impacto
mecânico devido a uma possível mudança de algum morador.
52

Figura 33 – Destacamento da pintura proveniente da infiltração

Fonte: Autor (2016)

Para o reparo, recomenda-se realizar a pintura ou repintura, aplicando os métodos


adequados e produtos quimicamente compativeis de acordo com a orientação dos fabricantes,
respeitando os tempos de secagem entre demãos.
Verificou-se que 6,38% das patologias identificadas no edifício X, foram
eflorescências. Sendo que, neste caso, a eflorescência se dá acompanhada pela formação de
bolhas na superfície, novamente a causa mais provável é devido a infiltração nos
apartamentos superiores e também notou-se a presença de sais sobre a superfície (Figura 34).
53

Figura 34 – Presença de eflorescência, acompanhada de bolhas na pintura

Fonte: Autor (2016)

Para remoção dos depósitos nas áreas comprometidas, pode-se recorrer a uma
simples lavagem da superfície do revestimento, geralmente é suficiente para a eliminação dos
depósitos, os mesmo podem voltar a ocorrer, principalmente se as condições continuarem a
serem propícias. O problema tende a diminuir a medida em que os sais forem sendo
eliminados (MOURA, 2004).
A infiltração representou 19,15% das patologias identificadas no edifício X. Para
Vitório (2003), a incidência de problemas causados pela umidade nas edificações é
relativamente expressiva quando comparada com outros tipos de problemas, podendo chegar
a até 50% das incidências.
A Figura 35 ilustra um caso de infiltração que foi causadora de bolor, manchas,
empolamento da pintura e eflorescência, identificada em um apartamento do terceiro
pavimento, sendo que a possível causa foi a inadequada impermeabilização antes da
colocação do revestimento na laje.
54

Figura 35 – Infiltração em laje

Fonte: Autor (2016)

O reparo de infiltrações em lajes pode ocorrer de duas maneiras: com


impermeabilização a frio, que pode utilizar mantas acrílicas ou produtos de vedação, e com a
impermeabilização a quente usando uma manta asfáltica. Neste caso, após a correção da
infiltração o forro de gesso precisa ser substituído.
As fissuras abrangeram 36,17% das patologias identificadas, com diferentes
espessuras de ruptura. Na Figura 36, houve um caso de fissura vertical, que pode ter sido
ocasionada pela falta de amarração entre o pilar e a alvenaria, conforme cita Thomaz (1989),
sendo que esta amarração poderia ter sido com tela metálica ou ferro de amarração.
55

Figura 36 – Fissura horizontal em parede

Fonte: Autor (2016)

O método de reparo de acordo com Thomaz (1989) é dado mediante a inserção de


material flexível no encontro entre a parede e o pilar.
De acordo com Thomaz (1989), a fissura horizontal por falta de amarração entre a
alvenaria e o pilar, pode desencadear a retração da alvenaria.
A Figura 37 mostra um caso de fissura mapeada devido a retração da alvenaria,
conforme a mostra Figura 22 (p. 39), a causa mais provável foi pela forma geométrica da peça,
que influi decisivamente na grandeza da retração, pois quanto maior a relação da área exposta da
peça, maior será a retração desenvolvida.
56

Figura 37 – Fissura mapeada por retração da alvenaria

Fonte: Autor (2016)

Para o reparo desta manifestação patológica, o autor citado acima, recomenda, o


emprego de uma tela metálica leve, como por exemplo, tela de estuque (metal deployée),
inserida na nova argamassa a ser aplicada e transpassando o pilar aproximadamente 20cm
para cada lado, sendo que a alvenaria e o pilar deverão ser lixados após a colocação da tela, e
a argamassa de recuperação deverá ter baixo módulo de deformação (traço 1:2:9 em volume).
Na Figura 38 é possível observar fissura por movimentação higroscópica, em um
muro externo, pode-se verificar na Figura 17 (p. 36) um exemplo, sendo a causa mais
provável para esta fissura, o destacamento entre a alvenaria e a argamassa, devido a variação
de umidade decorrente das chuvas, fazendo com que a se perca a aderência entre a argamassa
57

e a alvenaria, pois as propriedades higroscópicas destes materiais são diferentes, logo, a


movimentação dos mesmos também.

Figura 38 – Fissura por movimentação higroscópica

Fonte: Autor (2016)

Nas ocorrências de destacamento entre componentes de alvenaria e argamassa de


assentamento, particularmente quando propiciam a infiltração da água da chuva, o reparo
mais indicado é feito pela substituição dos blocos fissurados, raspagem da argamassa das
juntas horizontais e verticais até uma profundidade de aproximadamente 15mm, limpeza,
umedecimento e posterior obturação da junta com argamassa de traço 1:1:6 ou 1:2:9 ou uso de
selante (THOMAZ, 1989).

Dentre as patologias de fissuração, houve casos como o da Figura 39, onde ocorreu
uma fissura horizontal na argamassa de revestimento, provocada pela movimentação térmica
da parede, que possui um módulo de deformação diferente da pingadeira acima, sendo o
motivo mais provável devido as movimentações diferenciadas dos componentes.
58

Figura 39 – Fissura horizontal por movimentação térmica

Fonte: Autor (2016)

O método de reparo mais utilizado, segundo Thomaz (1989), é tentar a utilização de


uma pintura elástica encorpada, com aplicação de três ou quatro demãos de tinta à base de
resina acrílica, empregando-se ainda reforço com tela de nylon no local mais danificado.
A Figura 40 apresenta trincas na parede de vedação, provenientes do suporte inferior
à deformação da viga superior, portanto, a causa mais provável é que a parede se comportou
como viga, resultando em trincas horizontais.

Figura 40 – Trinca horizontal devido a movimentação da estrutura

Fonte: Autor (2016)


59

Neste caso, o reparo mais eficiente é efetuado com selantes flexíveis (poliuretano,
silicone, entre outros), abrindo a região da trinca um sulco com formato de “V”, com
aproximadamente 20mm de largura e 10mm e profundidade, intercalando a aplicação entre o
selante e fita crepe (THOMAZ, 1989).
De acordo com a Figura 41, é possível verificar a ocorrência de uma fissura
inclinada, devido a sobrecargas, a causa mais provável para este tipo de fissura é pela falta de
vergas e contravergas que são responsáveis por absorver e distribuir os esforços de tração e
cisalhamento causados pelos vãos de abertura na alvenaria.

Figura 41 – Fissura inclinada por sobrecarga

Fonte: Autor (2016)

Logo, o método de reparo para esta fissura é o mesmo utilizado na fissuração da


figura anterior.
60

CAPÍTULO 5

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o que foi exposto neste trabalho, pode-se afirmar que os objetivos
propostos foram atendidos, pois os mesmos eram de levantar as possíveis causas do
surgimento e indicar o método de reparo das patologias aparentes existentes no edifício X,
localizado no bairro FAG da cidade de Cascavel – PR. Durante a vistoria, as patologias foram
analisadas visualmente e registradas em imagens para que posteriormente pudessem ser
classificadas e analisadas separadamente.
De acordo com os dados obtidos, as fissuras e trincas foram as manifestações
patológicas mais incidentes, representando a maioria das patologias identificadas, a causa
mais provável é que foram as falhas durante o processo de execução. Já as patologias
relacionadas a pintura, tiveram sua origem pelo uso de materiais de baixa qualidade, não
respeitando o tempo de cura e secagem dos componentes de revestimento e também pela
umidade proveniente da infiltração. A infiltração foi a patologia com maior necessidade de
reparo, pois a mesma faz com que o ambiente fique propício para o surgimento de outras
patologias, sua origem é dada pela falta de impermeabilização da laje de cobertura na etapa de
execução. O bolor que é a presença de fungos no revestimento se originou devido ao ambiente
ter a presença de: umidade, baixa incidência solar e pouca ventilação, provenientes muitas das
vezes da infiltração e também pelos elementos não considerados em projeto. Já a
eflorescência foi à patologia que se teve a menor incidência, se manifestou devido a
infiltração, fazendo com que ocorressem as reações químicas pela presença de água,
formando depósitos salinos.
É possível corrigir todas as patologias identificas no levantamento, porém, a
infiltração demonstra a maior necessidade de reparo, pois com o passar do tempo, pode causar
danos nos elementos estruturais, como por exemplo, a corrosão das armaduras, onde a
correção será mais complexa e mais onerosa para corrigir.
É de suma importância que a manutenção preventiva ou corretiva seja levada em
consideração ao longo da vida útil da edificação, sendo que previne e corrige as mesmas,
evitando que o problema se agrave e sejam necessários gastos maiores para a intervenção,
evitando também o desconforto dos usuários.
61

CAPÍTULO 6

6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para trabalhos futuros, sugere-se alguns temas que se destacaram durante a


realização deste, como:
- Realizar um levantamento dos custos totais para fazer o reparo das patologias do
edifício em estudo;
- Realizar o mesmo trabalho em outro edifício da região para fazer um comparativo
das patologias e verificar a relação de incidência entre os mesmos;
- Levantar erros na execução que levaram o surgimento de patologias em edifícios
residenciais.
62

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66

ANEXOS

ANEXO A – Planta baixa do pavimento térreo


67

ANEXO B – Planta baixa tipo dos pavimentos superiores

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