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Magnetismo:
É um fenômeno de atração ou repulsão que existe entre certos materiais. Os imãs são
conhecidos como um material ferromagnético, podendo ser natural ou artificial. A
palavra “magnetismo” vem de uma região da Ásia menor chamada Magnésia
(Turquia) onde século atrás observou-se o minério magnetita que é um imã natural.
Outro imã natural é a própria terra, cuja ação sobre a agulha imantada das bússolas é
conhecida desde os tempos antigos.
Oersted foi o primeiro a observar, em 1820, que a corrente elétrica que percorre um
fio também pode produzir efeitos magnéticos, isto é, que ela pode mudar a orientação
da agulha de uma bússola. Os efeitos magnéticos produzidos pela passagem de uma
corrente num fio podem ser aumentados enrolando-se este fio de modo a formar uma
bobina de muitas espiras e preenchendo-se o interior da mesma com um cilindro de
ferro
Pólos Magnéticos
Quando se coloca um material ferromagnético próximo de um imã em forma de barra,
verifica-se uma atração através de suas extremidades. As propriedades magnéticas de
uma barra não são iguais em qualquer ponto, ocorre uma concentração em suas
extremidades. A estes pontos onde se manifestam a atração com maior intensidade é
chamado de pólos magnéticos.
Se dispuser de duas barras imantadas e colocar uma próxima da outra, deixando uma
fixa e outra livre, verifica-se que ocorrerá uma força de atração entre as barras. No
entanto, separando as barras e girando a barra móvel em 180 graus e novamente
aproximar uma da outra, verifica-se uma força de repulsão. Com isso, pode dizer que
existe duas espécies de pólos Uma que promove a atração e a outra que promove a
repulsão.
Campo magnético
No espaço que circunda um imã ou um condutor percorrido por uma corrente elétrica,
existe um campo magnético. O campo magnético é formado por um conjunto de
linhas de fluxo magnético, também denominado de linhas de força, cujo número e
forma dependem da fonte geradora.
O campo magnético pode ser visualizado quando limalha de material ferromagnético
é pulverizada sobre um imã. Tais partículas se comportam como minúsculos imãs e se
alinham na direção do campo magnético, formando o que é chamado de linhas de
indução ou linhas de fluxo. As linhas de indução são sempre contínuas e mostram
claramente a forma do campo magnético. O vetor do campo magnético, B, está
relacionado com suas linhas de indução da seguinte maneira:
a – a reta tangente a uma linha de indução num ponto qualquer dá a direção do vetor
B nesse ponto;
b – as linhas de indução são traçadas de tal maneira que o número de linhas que
atravessam, por unidade de área, uma superfície perpendicular às mesmas é
proporcional ao módulo do vetor B na região considerada.Assim sendo, onde as linhas
de indução estão muito próximas umas das outras, B será grande. Sendo pequeno
onde elas estiverem muito separadas.
FORÇA DE MAGNETIZAÇÃO – H
É a força que estabelece um fluxo magnético (ampères por metro). Pode-se
dizer que é a força magnética por unidade de comprimento. Desta forma se um
condutor retilíneo conduz 1 A, em um metro desse condutor terá uma força de
magnetização de 1A/m.
RELUTÂNCIA MAGNÉTICA
É a resistência que apresenta um material de ser magnetizado. Os materiais de
difícil magnetização apresentam grande relutância.
RETENTIVIDADE MAGNÉTICA
É definida como sendo a habilidade que possui um material de reter uma parte
do campo magnético após a interrupção da força magnetizante.
MAGNETISMO REMANENTE – Br
É assim denominado o magnetismo que resta no material após a remoção da
força magnetizante.
FORÇA COERCIVA – Hc
É a magnetização inversa que anula o magnetismo remanescente ou residual.
CURVA DE SATURAÇÃO (CURVA B x H)
É obtida quando se coloca uma barra de ferro que nunca foi imantada no
campo de um solenóide. Verifica-se que à medida que se aumenta a intensidade de
campo H, a densidade de fluxo B cresce até uma saturação (Figura 2).
Figura I.22
CURVA DE HISTERESE
É um fenômeno que ocorre nos materiais ferromagnéticos ao serem
magnetizados, e de acordo com a solicitação crescente ou decrescente, ocorrerá uma
resposta a esta solicitação com um certo atraso.
Alguns materiais ferromagnéticos quando magnetizados através de um campo
externo não retornam completamente ao estado inicial quando é removido. Como
mostrado na Figura 4, partindo-se da origem O, onde a peça está desmagnetizada,
aumentando gradativamente a força magnética, o fluxo dentro do material cresce
rapidamente no início, e depois lentamente até a sua saturação.
Reduzindo a força magnética até zero (Figura 4b) resulta em magnetismo
residual (Br). O fluxo torna-se zero quando for atingido o ponto c (Figura 4c). Este
valor chamado de força coerciva do material (Hc).
Com o aumento do campo inverso chega-se novamente a saturação.
Aumentando a força de magnetização na direção original completa-se a curva de
histerese.
Figura I.23
CAMPO DE FUGA
A interrupção das linhas de força dá origem a novos pólos, provocando a
dispersão das linhas de fluxo que dão origem ao campo de fuga (Figura abaixo).
No ensaio por partículas magnéticas, ao aplicar um pó ferromagnético no local
onde exista um campo de fuga, devido à formação de um dipolo magnético, provocará
o agrupamento das partículas, ou seja, as partículas se acumulam em torno do campo
de fuga. Desta forma, pode-se dizer que o ensaio por partícula magnética é um
detector de campos de fuga, que são revelados pela presença e acúmulo de partículas.
2. MÉTODO DE MAGNETIZAÇÃO.
Magnetização Longitudinal
É um método de magnetização que produz um campo magnético longitudinal
na peça, fechando o circuito através do ar. Detecta descontinuidades transversais.
Magnetização Circular
As linhas de força que formam o campo magnético circulam através da peça
em circuito fechado, não fazendo uma ponte através do ar. Detecta descontinuidades
longitudinais.
Magnetização Multidirecional
É um método em que simultaneamente são aplicados na peça dois campos
magnéticos: longitudinal e circular. Esta técnica permite detectar descontinuidades em
diversas orientações.
Vantagens:
- Na inspeção de componentes seriados onde se reduz substancialmente o
tempo de inspeção;
- Economia de partículas magnéticas;
- Cada peça ou componente é manuseada apenas uma vez;
Desvantagens:
- Seu emprego se restringe a peças de geometria simples;
- Menor detectabilidade de descontinuidades, comparada com os métodos
seqüenciais;
3. TÉCNICAS DE MAGNETIZAÇÃO
Figura II.3
Figura II.4
A – Condutor central
É a técnica de magnetização obtida pela passagem de corrente em um ou mais
condutores (geralmente de cobre) posicionados no interior de um orifício da peça. O
campo magnético gerado na peça é circular – vide Figura 7. É uma técnica utilizada
para inspeção de tubos, flanges, engrenagens e peças ocas em geral.
Fig. II5
B – Bobinas.
Nessa técnica a peça é colocada no interior de uma bobina ou solenóide.
Figura II.6
4 – TÉCNICAS DE ENSAIO
5. MÉTODOS DE ENSAIO
VIA SECA
Neste caso o pó magnético (seco) pode ser aplicado de forma manual ou
bombas aspersoras que pulverizam as partículas na região de análise. As partículas
por via seca são mais sensíveis na detecção de descontinuidades próximas à
superfície.
VIA ÚMIDA
É o método de ensaio no qual as partículas encontram-se em dispersão num
líquido. O líquido pode ser a água, querosene ou óleo leve. Os aplicadores por via
úmida são na forma de chuveiro de baixa pressão no caso de máquinas estacionárias
ou manuais, tipo borrifadores, que produzem uma névoa sobre a região de exame.
Existe no mercado suspensões na forma de “spray”.
6. PÓS MAGNÉTICOS
7. DESMAGNETIZAÇÃO
Limpeza – jato de areia, escova de aço, solvente, etc. O objetivo é retirar da superfície
em exame todo material que prejudica o ensaio.
Técnica de Varredura – Escolhida a técnica de magnetização a ser empregada, é
importante que o inspetor procure visualizar ou esquematizar a peça, como será o
campo magnético formado, se longitudinal ou circular – não se conhece a orientação
da descontinuidade. Para garantir que a inspeção foi adequada é preciso que uma
outra varredura, defasada de mais ou menos 90º do eixo anterior, seja realizada na
mesma região. Vide Figura 11
Requisitos técnicos:
- atender os requisitos e critérios de aceitação previsto em normas
- apresentar características técnicas para o inspetor executar calibrações com
o intuito de garantir a confiabilidade do ensaio.
- Atender as exigências de trabalho contínuo ou não com um nível de
resposta de reprodutibilidade e desempenho adequados.
-
Análise dos requisitos dos equipamentos:
Técnica do ioque:
- Produz campo magnético longitudinal
- Não aquecem os pontos de contatos, já que a corrente magnetizante flui
pelo enrolamento do ioque, e não pela peça.
- Campo magnético na área útil esteja entre 17 e 65 A/m
- Comprovação da força de magnetização – levantar uma massa de 4,5 kg
no máximo espaçamento entre os pólos, para Corrente Alternada.
Técnica do eletrodo:
- Neste a corrente circula pela peça entre os dois eletrodos
- Corrente – é função da espessura da peça:
- Espessura menor que 20 mm - utilizar corrente entre 3,6 a 4,4 Ampéres
por milímetro de espaçamento entre eletrodos.
- Espessura maior ou igual a 20 mm – 4,0 a 5,0 Ampéres por milímetro
de espaçamento entre eletrodos.
- Tomar cuidados na sua utilização – por exemplo, a corrente de
magnetização só deve ser ligada após o posicionamento adequado dos
eletrodos na peça – Existe possibilidade de abertura de arco entre a peça e
o eletrodo.
- Cálculo da corrente de magnetização – Exemplo
Técnica da Bobina:
Resposta:
1 – Dividir a seção em 10 partes – 400 mm cada. Isto é função do equipamento
utilizado.
2 – Com base na Norma Petrobrás 1598-a, para L/D maior que 4 usa-se a seguinte
fórmula para determinar a quantidade de Ampères –espira, dado por:
Normas aplicáveis:
- ASME V artigo 7 – Exame por partícula magnética
- ASTM A 275-82 – Método para exame de forjados de aço
- ASTM E 709-80 – Prática recomendada para exame por partículas
magnéticas.
Procedimento:
- Objetivo;
- Aplicação;
- Normas de referência;
- Material a ser examinado;
- Equipamentos de ensaio;
- Técnicas de magnetização;
- Correntes de magnetização;
- Partículas ferromagnéticas
- Temperatura da peça e da suspensão
- Estado das superfícies a serem examinadas;
- Método e/ou ferramentas para preparação e limpeza da superfície;
- Esquema indicativo da sobreposição;
- Descrição da execução do exame;
- Desmagnetização
- Limpeza final;
- Mapa de registro dos resultados;
- Formulários e relatórios
- Critérios de aceitação.
INDICAÇÕES NÃO RELEVANTES (INDICAÇÕES FALSAS)
São indicações corretas, produzidas por um campo de fuga que não tem sua
causa numa descontinuidade que afete a utilização da peça. As causas mais comuns de
aparecimento de indicações não relevantes são:
- corrente de magnetização excessiva;
- geometria da peça;
- variações de permeabilidade dentro da peça;
- peças com tratamento térmico localizado;
- interface entre dois materiais com propriedades magnéticas diferentes.