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Seu principal alvo foi os sindicatos. A greve dos mineiros de 1984-85 foi um ponto de
virada nesta trajetória. A vitória do governo permitiu a imposição de seu programa econômico
neoliberal quase sem resistência. Mouffe chamou este momento de “revolução neoliberal”
(MOUFFE, 2018, s/p). O uso do termo revolução é péssimo.
Stuart Hall chama de “populismo autoritário” e nota que se trata de uma combinação
inusitada: de um lado, os velhos temas conservadores (família, dever, autoridade, padrões,
tradicionalismo); de outro, a agenda agressiva do neoliberalismo: auto-interesse,
individualismo competitivo e anti-estatismo. [MAIS PRÓXIMO DE BOLSONARO]
Amplos setores foram seduzidos pela retórica thatcheriana, que prometia libertá-los da
opressão estatal e garantir sua liberdade individual (MOUFFE, 2018, s/p). A forma burocrática
de implementação do Estado de Bem-Estar Social – ou seja, de cima para baixo, sem
participação popular, de uma forma técnica, etc. – permitiu que o discurso thatcherista ressoasse
e ganhasse amplitude nas massas. Além disso, a dama de ferro conseguiu ganhar a simpatia de
alguns setores da classe trabalhadora ao opor seus interesses à vinda de imigrantes que foram
apresentados como aqueles responsáveis pelo desemprego (MOUFFE, 2018, s/p).
“Por eso en mi último libro le doy tanta importancia a Margaret Thatcher, porque su
ejemplo muestra claramente cómo se puede transformar profundamente en el plano de la
hegemonía el sentido común, sin poner en cuestión la base de las instituciones liberal-
democráticas. Con Thatcher hubo una transformación hegemónica que rompió el modelo
socialdemócrata y el Estado keynesiano. El neoliberalismo es una ruptura que no acaba con las
instituciones pluralistas del Estado. Para la izquierda, se trata de operar, como Thatcher lo hizo,
una ruptura hegemónica, pero en la dirección opuesta. Eso es lo que llamo reformismo radical:
sin poner en cuestión las instituciones propias del régimen democrático, hay que operar una
transición hegemónica. Eso es lo que cierta izquierda radical no acepta: según su lógica, o bien
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se mantiene el Estado y no cambia nada o bien se lo derriba por completo. Hay que entender
que el Estado es una cristalización de relaciones de fuerzas” (MOUFFE, 2019).
Outra fase desta transição tem início em 1989, com a queda do Muro de Berlim. Duplo
consenso que se estende pelas décadas de 90, 00 e 2010 a respeito da organização das
sociedades ocidentais: os líderes políticos deveriam ser eleitos (“regime liberal-pluralista”?) e
as economias deveriam ser administradas segundo as regras de Friedman. Trata-se do “fim da
história”, o “ponto final de uma evolução ideológica da humanidade” (FUKUYAMA, 1989).
O consenso de Washington se difunde.
A capitulação neoliberal foi apresentada como uma “terceira via”, além da esquerda e
da direita, a concepção mais avançada de “política progressiva” (progressive politics)
(MOUFFE, 2018, s/p).
O consenso no centro parecia não precisar mais de uma divisão “nós” e “eles” e o novo
modelo político parecia prescindir do antagonismo. Temos a transformação da
socialdemocracia em social-liberalismo (MOUFFE, 2018, s/p).
Como apontou Hall, o discurso trabalhista passou a integrar todas as figuras discursivas
do Tatcherismo:
The ‘taxpayer’ (hard-working man, over-taxed to fund the welfare ‘scrounger’) and
the ‘customer’ (fortunate housewife, ‘free’ to exercise limited choice in the
marketplace, for whom the ‘choice agenda’ and personalized delivery were
specifically designed). No-one ever thinks either could also be a citizen who needs or
relies on public services. (HALL, 2015, p. 25)
Transição do fordismo para o pós-fordismo. De acordo com Mouffe (2013; 2018), teria
sido o que em termos gramscianos é designado por “revolução passiva”.
O filósofo favorito de Thatcher era Friedrich Hayek, que insistia que a “verdadeira”
natureza do liberalismo era buscar reduzir ao máximo o poder do Estado, minimizando sua
influência no mercado e permitindo, com isso, maximizar seu objetivo político central: a
liberdade individual. Outro movimento embasado na filosofia hayekiana foi o de ressignificar
a ideia de democracia, subordinando-a à de liberdade. Democracia era, para ele, uma noção
secundária, que deveria estar ligada à ideia de liberdade individual. A defesa da liberdade
econômica e da propriedade privada substituem a defesa da igualdade como o valor privilegiado
por uma sociedade liberal. Hayek opunha liberdade (individual) à democracia e dizia que esta
deveria, em último caso, ser abolida, a fim de preservar aquela. (cf. Hayek, 1944; 1960).
Momento populista
Qual a natureza das transformações dos últimos trinta anos? Quais suas consequências
para a política democrática?
(segunda onda do feminismo), de sexualidade (o movimento queer), de raça (as lutas anti-
racistas) e de ecologia (ecossocialismo?) (MOUFFE, 2018, s/p).
O momento populista seria aquele advindo após a crise de 2008, quando as contradições
do modelo neoliberal vieram à tona [desregulamentação exacerbada?] e permitiram que
inúmeros movimentos anti-establishment, de direita e de esquerda, questionassem a formação
hegemônica neoliberal.
Movimento necessário: estabelecer uma fronteira política que quebre com o consenso
pós-político do centro. Este passo os partidos socialdemocratas, convertidos ao neoliberalismo,
não podem dar, uma vez que eles acreditam que a democracia deve objetivar o consenso e que
é possível haver política sem um adversário.
Radicalização da democracia
Clearly articulating democracy with equal rights, social appropriation of the means of
production and popular sovereignty will command a very different politics and inform
different socioeconomic practices than when democracy was articulated with the free
market, private property and unfettered individualism. (MOUFFE, 2018, s/p)
Importância da transição de uma formação hegemônica para outra e sua distinção para
uma ruptura revolucionária.
Tal estratégia recusa visa modificar as instituições políticas por meio de procedimentos
democráticos e rejeita o falso dilema entre reforma e revolução.
(i) A perspectiva reformista enxerga o Estado como uma instituição neutra, cujo
papel é reconciliar os interesses dos vários grupos sociais;
(ii) O reformismo radical, partindo de Gramsci, considera o Estado como a
cristalização das relações de força e como o terreno de luta. Não se trata de um
meio homogêneo, mas de um conjunto desigual de ramos e funções, apenas
relativamente integradas por práticas hegemônicas que tomam lugar dentro dele
(parece retomar as posições da II Internacional);
(iii) Os revolucionários veem o Estado como uma instituição opressiva que deve ser
abolida.
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Mouffe defende que a classe trabalhadora não tem, a priori, um papel privilegiado na
luta anticapitalista.
Existe uma dimensão afetiva necessária para motivar as pessoas a agirem politicamente.
Esta crise tem sua origem na falta de confrontação agonística e esta não seria resolvida
com o estabelecimento de uma democracia não-representativa. A solução, para Mouffe, é o
engajamento com o Estado e com as instituições representativas, com o objetivo de transformá-
las profundamente.
Negri e Hardt, por sua vez, defendem a estratégia da deserção e do êxodo. Tal estratégia
se modifica no Assembly, onde eles defendem que a Multidão não pode evitar tomar o poder,
mas que ela precisa tomá-lo “diferentemente” (NEGRI; HARDT, 2017 p. 288).
Além disso, eles defendem que a Multidão pode se auto-organizar e que o papel da
liderança é meramente tático: as decisões estratégicas devem ser tomadas pela Multidão:
context, it is only because they serve the productive multitude. This is not an
elimination of leadership, then, but an inversion of the political relationship that
constitutes it, a reversal of the polarity that links horizontal movements and vertical
leadership. (NEGRI; HARDT, 2017, p. xv)
Os sujeitos políticos coletivos são criados por meio da representação; eles não existem
de antemão.
A estratégia populista para Mouffe é sempre uma guerra de posição (Gramsci). Ela
nunca implica fazer uma guerra de movimento.
“Sé que hubo mucha gente en Podemos, como por ejemplo Juan Carlos Monedero, que
dijo que como no se llegó al poder, la estrategia populista no funcionó” (MOUFFE, 2019).
Sua estratégia, por outro lado, é a de um reformismo radical, que afirma que é possível
mudar as coisas sem por em questão o sistema de maneira revolucionária e que sim podem
oferecer alternativas à globalização neoliberal.
Mouffe advoga por uma radicalização da democracia liberal por meio de reformas.
É uma luta pela hegemonia. Para evitar que as demandas democráticas do povo sejam
articuladas pelos populismos de direita, é preciso construir populismos de esquerda.
“¿Por qué esa gente vota por esos partidos? Son gente de clases populares, no es un
atavismo, esos partidos de alguna manera resuenan con las demandas de esa gente, hay que
comprender eso para dar una respuesta progresista a esas demandas. Es lo que ha hecho Francia
Insumisa y así logró los votos de distritos que eran muy lepenistas, lo cual desautoriza lo que
dice Fassin. En el distrito de Amiens, una parte desindustrializada y abandonada por el Partido
Socialista, el periodista y ahora diputado por Francia Insumisa François Ruffin logró acercar a
muchísima gente que hasta hace poco votaba masivamente por el Frente Nacional. No eran
intrínsecamente racistas, sino que hasta ese momento el único discurso que daba sentido a lo
que les estaba pasando era el discurso antiinmigrante. Ruffin iba y discutía con esta gente y
trataba de entender sus problemas y decirles que la culpa no la tenían los migrantes sino la
fuerzas neoliberales, y veía cómo la gente cambiaba de opinión. ¿Cuáles son las demandas
democráticas que tiene esa gente y por qué están articuladas así? Esa es la cuestión” (MOUFFE,
2019).
Esquerda radical europeia: teria desenvolvido uma certa fobia com relação ao Estado e
ao tema da soberania.
Mouffe identifica o rechaço ao Estado como uma característica que aproxima a esquerda
radical do neoliberalismo.
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O neoliberalismo é uma ruptura que não acaba com as instituições pluralistas do Estado.
É preciso investigar melhor qual a relação entre o neoliberalismo e as instituições republicanas;
as instituições liberal-democráticas. É possível que as instituições próprias do regime
democrático sejam as mesmas em um contexto neoliberal; que permaneçam intactas?
“Con respecto a la soberanía, una de las cosas que me critican es la importancia que yo
doy a la necesidad de organizarse a escala nacional. Pero estoy plenamente convencida de eso:
hay que partir del nivel nacional. Esa fue una gran limitación del movimiento altermundialista.
¿Por qué se acabó y no tuvo un impacto muy importante? Porque eran elaboraciones que no
salían de organizaciones enraizadas en la escala nacional, sino de foros a donde iban
representantes de ong del mundo entero y se discutía de cosas importantes, pero los asistentes
regresaban a sus países y no había suficiente gente con la cual estuviesen realmente en contacto.
Si uno quiere transformar de verdad las cosas, eso no pasa en reuniones en el nivel internacional.
Por ahí va mi reticencia hacia experimentos como DIEM25 [Democracia en Europa
Movimiento 2025]. Es reproducir a escala europea los errores del altermundialismo. No se
puede organizar un movimiento comenzando desde arriba. Lo que hay que hacer es partir de la
organización a escala nacional y de ahí pasar al nivel internacional, porque tampoco creo que
se pueda luchar contra el neoliberalismo a escala puramente nacional. Hay que establecer una
sinergia a escala europea, pero eso no pasa si no se tiene un anclaje nacional a partir del cual se
van uniendo esfuerzos” (MOUFFE, 2019).
“[…] Todos los altermundialistas veían el Estado como una cosa negativa y Chávez les
dijo: «miren, nosotros somos el Estado». Las experiencias nacional-populares se hicieron a
través del Estado, y eso te dice cómo este puede ser un instrumento de transformación
importante, si se lo pone al servicio de los ciudadanos. Eso ha tenido una cierta influencia
incluso sobre Michael Hardt y Antonio Negri; después de un viaje que hicieron a Bolivia en el
que conocieron a Álvaro García Linera, cambiaron en parte su discurso. Ya no eran tan anti-
Estado como antes. Para mí, el populismo de izquierda es llegar al poder para transformar las
relaciones de fuerzas en el Estado y hacerlo también en la sociedad” (MOUFFE, 2019).
“En Europa, la coyuntura ofrece un panorama que con Íñigo Errejón muchas veces
hemos estado de acuerdo en definir de «latinoamericanización» de Europa, en el sentido de que
nuestras sociedades se han convertido en sociedades oligárquicas” (MOUFFE, 2019).
“Hoy en día nosotros tenemos realmente una fractura entre un grupo cada vez más
pequeño de súper ricos, por un lado, y por el otro, clases medias pauperizadas. Hay una analogía
entre esta situación y lo que existía, y en muchos aspectos sigue existiendo, en varios países de
América Latina. Ahí la cuestión era hacer entrar a las masas populares en el Estado para
democratizarlo, lo cual en algunas partes ya había tenido antecedentes, como en Argentina con
el peronismo” (MOUFFE, 2019).
“Dentro de América Latina, hay muchas diferencias entro los distintos casos. No sé si
ha sido el mejor, pero lo que yo no entiendo es por qué no se valora más el caso argentino. Me
parece que Cristina Fernández de Kirchner intentó ir mucho más lejos que Luiz Inácio Lula da
Silva, por ejemplo. En el conflicto del campo, ella quiso poner en cuestión esa dependencia de
Argentina de la producción de la soja, y cuando quiso aumentar las retenciones fue con el fin
de utilizar esas ganancias para redistribuirlas. No lo logró, pero sí hubo el intento7. También
pueden verse la Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual y lo que se hizo en el ámbito
cultural: las universidades del conurbano, en la periferia de Buenos Aires. Su gobierno fue
bastante radical en muchos aspectos. Otra cosa es que hubo una gran articulación entre
movimientos sociales y Estado: esa sinergia sí existió en Argentina. Sin embargo, la imagen
que hay aquí en Europa es la de un gobierno autoritario y corrupto, y no se reconocen todos los
avances sociales que se han dado bajo el kirchnerismo” (MOUFFE, 2019).
“Yo estoy a favor de más posibilidades de reelección. No entiendo por qué existe ese
fetichismo de que uno no puede ser candidato más de una o dos veces, en la medida, claro, que
las elecciones sean realmente democráticas. Estoy segura de que Cristina Fernández habría
ganado en primera vuelta en 2015 si se hubiera podido presentar. Entiendo las razones para
limitar los mandatos, se teme que alguien se instale y establezca algún régimen autocrático.
Pero si hay garantías democráticas, no veo el problema. Franklin D. Roosevelt fue elegido
cuatro veces en eeuu; en Alemania, Angela Merkel, a través de un sistema parlamentario, lleva
14 años en el poder y nadie lo ve como problema” (MOUFFE, 2019).
“El dilema de tener una política agonística es que requiere que tu adversario también te
trate así. En el caso de Chávez, las elites siempre lo trataron como un intruso y nunca aceptaron
su legitimidad. Cuando tienes un opositor que te trata como enemigo, ¿cómo lo puedes tratar
como adversario? Eso lleva a posturas más autoritarias, y en el caso de Fernández de Kirchner
fue parecido. Todo depende de cómo se ubica el oponente” (MOUFFE, 2019).
“El problema es que en muchos casos no hubo una real lucha hegemónica y no se
construyeron de manera suficiente identidades ciudadanas. Los gobiernos se limitaron a
satisfacer demandas de consumo sin bregar por construir nuevas subjetividades. Otorgaron
bienes materiales a la gente, pero llegó un momento en el cual el boom de los commodities
cesó, la redistribución no pudo seguir en el mismo nivel, y entonces la gente se tornó en contra
del Estado ya que este no estaba en condiciones de cumplir como antes” (MOUFFE, 2019).
Voto popular na direita
“Para ellas, votar ese partido de alguna manera significaba valorizarse, era una cuestión
de identificación. Significaba conseguir una forma de dignidad y salirse de la condición de
«asistidas». De la misma manera, en Argentina votar por Macri podía hacerte sentir de clase
media. A la gente no le gusta esa condición de «asistida», es necesario crear formas de
subjetividad en que las personas se puedan valorar. A nosotros nos puede «valorizar» votar por
ciertos partidos porque es una forma de sentir que ayudamos a quienes lo necesitan, pero a
veces el pueblo se siente seducido por los partidos de derecha porque así siente que sale de su
condición. La cuestión es lograr un discurso para esas clases populares que las haga sentir
valoradas. Es un punto importante: hay que crear una conciencia de ciudadanos. Tal vez el que
ha ido más lejos es Chávez. Les procuró una identidad política a las masas venezolanas. De eso
queda algo y así es como podemos explicar el apoyo que aún sigue teniendo Nicolás Maduro.
Chávez les dio una dignidad que no tenían antes. La cuestión es crear un nuevo sentido común”
(MOUFFE, 2019).
“‘No hay Estado democrático’ […]. Es decir, no hay traducción institucional posible de
este fondo disruptivo, expansivo, de la política. En todo caso pueden darse algunos efectos, en
términos de libertades o derechos. Pero ‘la democracia no se identifica con una forma de Estado,
sino que designa una dinámica autónoma con respecto a los lugares, a los tiempos, a la agenda
estatal’” (RANCIÈRE, 2015).
Laclau
“¿Cuál es el problema, para mí, de la representación? La cuestión es la siguiente: si la
democracia y la representación se oponen es porque se piensa que la democracia representa una
identidad popular de la cual los mecanismos representativos están esencialmente excluidos.
Rousseau mismo pensaba que la única forma real de democracia era la democracia directa.
Estaba pensando en la Ginebra de su tiempo, de la cual tenía de todos modos una idea bastante
utópica. Pero la condición de los grandes Estados hacía aparecer el momento de la
representación como algo ineludible” (LACLAU, 2015).
de lo que él llamaba “el sistema de necesidades”. Habría entonces un corte absolutamente claro
entre el momento de la totalidad (estatal) y el de la dispersión (privada). Marx respondió a eso:
no es verdad, el Estado es el campo de la particularidad porque es el instrumento de la clase
dominante y sólo si emerge una clase que es en sí misma y por sí misma el universal -es decir
que emerge al nivel de la sociedad civil- esta fragmentación y particularismo puede ser
superado. Para Marx esto implicaba el fin de la política y la extinción paulatina de las formas
estatales” (LACLAU, 2015).
Gramsci como ponto intermediário entre Marx e Hegel? A sociedade civil é um ponto
de construção do universal, mas o Estado também. Concepção de Estado integral. O momento
do universal é um momento político? O que isso quer dizer?
Rancière
“‘No hay Estado democrático’ […]. Es decir, no hay traducción institucional posible de
este fondo disruptivo, expansivo, de la política. En todo caso pueden darse algunos efectos, en
términos de libertades o derechos. Pero ‘la democracia no se identifica con una forma de Estado,
sino que designa una dinámica autónoma con respecto a los lugares, a los tiempos, a la agenda
estatal’” (RANCIÈRE, 2015).
O que é um poder político e por que um poder, para ser político, precisa integrar, em
alguma medida, o princípio democrático da igualdade?
Sobre o poder:
“Siempre hubo poder y hay muchas formas de poder que no son políticas: el poder del
jefe, el del maestro, el del patrón, el del amo... Son poderes privados, poderes de relación de
autoridad que funcionan socialmente. Lo que me interesa es pensar cómo se puede fundar de
modo general la idea misma de lo político. Y lo que me interesa verdaderamente es el modo en
que el principio democrático funciona en sí mismo siempre como un desafío con respecto al
principio estatal. Porque el principio estatal, a pesar de todo, siempre funcionó como un
principio de confiscación y privatización del poder colectivo” (RANCIÈRE, 2015).
“Para pensar el tema de la representación hay que partir del hecho de que hoy, quizá sea
muy distinto y formidable en Argentina pero al menos en los países europeos es así, el principio
representativo del Estado está totalmente integrado en los mecanismos de una oligarquía que
se reproduce. No funciona en absoluto como una mediación para una construcción de voluntad
popular. Quizá fue así en el pasado de los Estados europeos, pero desde luego ya no es el caso.
La representación está casi vacía. Este sería el primer punto” (RANCIÈRE, 2015).
“En segundo lugar, otro aspecto importante es que estamos de acuerdo en este aspecto
doble o bifaz del sistema representativo, pero hay que ver de qué lado va a caer la balanza.
Desde luego, yo prefiero un sistema representativo a otro, un sistema en el que los mandatos
sean cortos, no sean renovables, ni acumulables, etc. Y si hablamos de democracias
latinoamericanas, yo no puedo concebir un régimen democrático si cada seis años tenemos que
elegir al mismo presidente [en referencia a Venezuela]. Creo que un presidente demócrata es el
que hace su trabajo y se va. Y entrega el poder a otro que no sea sí mismo porque si no estamos
ante una privatización del poder” (RANCIÈRE, 2015).
Na América Latina não há uma integração quase total entre poder político (Estado e
representação parlamentar) e poder financeiro? Onde isso não ocorre?
É possível viver em uma democracia real? Ou iremos sempre viver com oligarquias que
dominam e pequenos intervalos de manifestação popular?
catástrofe puede permitir la liberación. Está Toni Negri, por su lado, que piensa que el mismo
proceso de trabajo en condiciones capitalistas crea las condiciones del comunismo futuro. Hay
grupos que dicen que tienen que madurar las condiciones objetivas, que hay que crear instancias
de vanguardia y que en unos cinco mil años vendrá la revolución buena de verdad. Etc”
(RANCIÈRE, 2015).
“Yo a todo eso digo no. Insisto en esta presencia popular alternativa con respecto a la
confiscación del poder de todos por parte del Estado o de poderes vinculados a poderes
financieros. La primera condición de otro futuro es que ampliemos aquí y ahora esferas de
iniciativa de un pensamiento compartido, de modos de decisión compartida, de focos de
autonomía que den poder a cualquiera. ¿Dónde están las condiciones de otros futuros que no
sean la reproducción del presente? En el presente. ¿Dónde va a llevar esto? Yo no lo sé. Lo que
sí sé es que lo que puede llevar a otra cosa distinta al presente es la constitución de otros focos
de poder y expresión autónomos, de otras formas de uso de las capacidades de los anónimos.
Es decir, que mantengamos o renovamos las formas de existencia de un poder que no es un
poder oligárquico” (RANCIÈRE, 2015).
TIQQUN/Comitê Invisível: pensam que apenas uma espécie de catástrofe pode permitir
a libertação.
Rancière: insiste numa presença popular alternativa ao confisco do poder de todos por
parte do Estado ou de poderes vinculados a setores financeiros. A primeira condição de outro
futuro é que ampliemos, aqui e agora, esferas de iniciativa de um pensamento compartilhado,
de modos de decisão compartilhada, de focos de autonomia que deem poder a qualquer um. As
condições para construção de um futuro que não seja mera repetição do presente estão no
presente? O que pode levar a algo distinto do que vivemos no presente é a constituição de outros
focos de poder e de expressão autônomos, a outras formas de uso das capacidades dos
anônimos. Procurar construir as formas de existência de um poder que não seja um poder
oligárquico.
Laclau
Não há um fora radical do campo da representação. A construção das oposições vai ter
que se dar dentro do campo da lógica da representação.
Segundo Laclau, haveria algo na lógica estatal que escapa aos Estados cristalizados que
enfrentamos hoje, ao “Estado sob as formas atuais”. Nesse sentido, levar em conta a parte dos
que não têm parte passa necessariamente por uma construção política estatal (?) e pelos
mecanismos representativos.
Rancière
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“No hay ciencia de la política, sólo hay ciencias del gobierno. Y se piensa que la ciencia
del gobierno (o de las encuestas) es la ciencia de la política. Pero no hay ciencias de la política,
sólo presentaciones, presentificaciones de la política, casos. Lo podríamos llamar tal vez
representaciones pero mucho cuidado con los equívocos, porque lo que se llama representación,
esto es el juego electoral, sólo es una entre varias formas de presentación. Tiene que haber otras,
formas de presentación autónomas de un poder alternativo, sobre todo cuando la representación
de tipo parlamentario se convirtió en casi nada. Y esto hay que decirlo muy claro” (RANCIÈRE,
2015).
Bibliografia
LACLAU, Ernesto. “Discusión entre Jacques Rancière y Ernesto Laclau sobre Estado
y democracia”. Link: https://www.eldiario.es/interferencias/democracia-representacion-
Laclau-Ranciere_6_385721454.html. Acesso em 23 de junho de 2019. 2015
MOUFFE, Chantal. For a Left Populism. Londres: Verso, 2018 (versão ebook sem
paginação)
_______. Agonistics: Thinking the World Politically. London & New York: Verso, 2013
NEGRI, Antonio. HARDT, Michael. Assembly. New York: Oxford University Press,
2017
RANCIÈRE, Jacques. “Discusión entre Jacques Rancière y Ernesto Laclau sobre Estado
y democracia”. Link: https://www.eldiario.es/interferencias/democracia-representacion-
Laclau-Ranciere_6_385721454.html. Acesso em 23 de junho de 2019. 2015