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28/06/2019 Mercosul e UE fecham acordo histórico | Notícias e análises sobre a economia brasileira e mundial | DW | 28.06.

2019

NOTÍCIAS / ECONOMIA

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ECON O M I A

Mercosul e UE fecham acordo histórico


Tratado de livre-comércio vinha sendo negociado há duas décadas. Governo brasileiro celebra resultado, que vai eliminar
tarifas e facilitar comércio entre os dois blocos. Juntos, grupos representam 25% do PIB mundial.

Após duas décadas de negociações, o Mercosul e a União Europeia (UE) finalmente fecharam nesta sexta-feira (28/06) um acordo comercial
entre os dois blocos.

Um anúncio oficial deve ser feito pelos líderes dos dois grupos que participam do encontro do G20 em Osaka, no Japão, mas membros do
governo Bolsonaro e líderes europeus e da Argentina já estão celebrando o resultado.

"Momento histórico aguardado há 20 anos: Mercosul e União Europeia assinam acordo comercial", publicou a conta no Twitter do Ministério
da Agricultura brasileiro.

Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, escreveu na mesma rede social: "Acordo comercial fechado! Um momento
histórico. Em meio a tensões comerciais internacionais, nós estamos mandando um sinal forte de que defendemos o comércio regulamentado.
É o maior acordo comercial que a UE já negociou."

Jean-Claude Juncker
@JunckerEU

#Mercosur #trade deal done! A historical moment. In the midst of


international trade tensions, we are sending a strong signal that we
stand for rules-based trade. Largest trade agreement has ever
https://www.dw.com/pt-br/mercosul-e-ue-fecham-acordo-histórico/a-49406926 1/5
28/06/2019 Mercosul e UE fecham acordo histórico | Notícias e análises sobre a economia brasileira e mundial | DW | 28.06.2019
concluded. Positive outcome for environment &
consumers.europa.eu/!kq96Rg
2,341 2:30 PM - Jun 28, 2019

Press corner
Highlights, press releases and speeches
ec.europa.eu

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Uma nota conjunta dos ministérios da Economia e Agricultura classificou o acordo de "um marco histórico entre o Mercosul e a UE, que
representam, juntos, cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas".

"Em momento de tensões e incertezas no comércio internacional, a conclusão do acordo ressalta o compromisso dos dois blocos com a
abertura econômica e o fortalecimento das condições de competitividade", diz a nota.

A comissária para o Comércio da UE, Cecilia Malmström, disse que "o acordo de hoje aproxima a Europa e a América do Sul num espírito de
cooperação e abertura".

"Em países com fortes laços históricos e com mercados relativamente fechados até agora, o acordo vai poupar as empresas europeias de mais
de 4 bilhões de euros em taxas aduaneiras – quatro vezes mais do que o nosso acordo com o Japão", afirmou ela. "Este acordo acrescenta mais
quatro países à nossa impressionante lista de aliados comerciais", disse, em referência a Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil também comemorou o acordo e considerou esse pacto comercial como o mais
importante já negociado pelo Brasil. "Esse acordo pode representar o passaporte para o Brasil entrar na liga das grandes economias do
comércio internacional", disse em comunicado o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Por meio do Twitter, o presidente Jair Bolsonaro, que está no Japão para a cúpula do G20, também celebrou o resultado. "Grande dia!",
escreveu. 

Jair M. Bolsonaro @jairbolsonaro · 8h


Histórico! Nossa equipe, liderada pelo Embaixador Ernesto Araújo,
acaba de fechar o Acordo Mercosul-UE, que vinha sendo negociado
sem sucesso desde 1999. Esse será um dos acordos comerciais mais
importantes de todos os tempos e trará benefícios enormes para
nossa economia.

Jair M. Bolsonaro
@jairbolsonaro

Juntos, Mercosul e UE representam 1/4 da economia mundial e


agora os produtores brasileiros terão acesso a esse enorme
mercado. Parabenizo também os Ministros Paulo Guedes e Tereza
Cristina, bem como as equipes de seus ministérios, pelo empenho
neste objetivo. GRANDE DIA!
49.6K 2:19 PM - Jun 28, 2019

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Horas antes do anúncio, o presidente da França, Emmanuel Macron, chegou a ameaçar que seu país não assinaria nenhum tratado com o
Mercosul caso o governo Bolsonaro se retirasse do Acordo de Paris sobre o clima. Mas a comitiva brasileira sinalizou depois aos franceses que
o país deve continuar no acordo. 

Em seu comunicado sobre o pacto comercial, os europeus afirmaram que o tratado prevê "o princípio de prevenção para a segurança
alimentar e às regras ambientais e contém compromissos específicos sobre direitos trabalhistas e proteção ambiental, incluindo a
implementação do acordo climático de Paris". Dessa forma, o Brasil terá que permanecer no acordo se quiser manter o tratado com os
europeus. 

Termos do acordo

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28/06/2019 Mercosul e UE fecham acordo histórico | Notícias e análises sobre a economia brasileira e mundial | DW | 28.06.2019
A maior parte dos detalhes do acordo ainda não foi divulgada, mas o governo brasileiro apontou que ele deve abranger bens –  incluindo
setores industrial e agrícola –, serviços, investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais e barreiras técnicas.  O documento
firmado ainda prevê que mais de 90% das exportações do Mercosul terão tarifas zeradas pela UE na próxima década. O restante das
exportações terá reduções parciais, com cotas de importação - ainda não está claro os limites dessas cotas. Para os países do Mercosul, os
prazos de transição nos seus setores mais sensíveis variam de 10 a 15 anos. 

Entre os produtos brasileiros que devem ter as tarifas eliminadas estão suco de laranja, frutas e café solúvel. "Os exportadores brasileiros
obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros. As empresas brasileiras serão beneficiadas com a
eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais", diz a nota divulgada pelo governo brasileiro.

"Em compras públicas, empresas brasileiras obterão acesso ao mercado de licitações da UE, estimado em 1,6 trilhão de dólares. Os
compromissos assumidos também vão agilizar e reduzir os custos dos trâmites de importação, exportação e trânsito de bens."

Nos últimos anos, a questão dos produtos agrícolas vinha sendo um dos principais empecilhos para o avanço do acordo. Os brasileiros e
argentinos queriam mais acesso ao mercado europeu, mas vários governos da UE temiam um efeito desestabilizador no setor agrícola de seus
países. Os brasileiros, por sua vez, se mostravam resistentes com a entrada de produtos industriais europeus e a vontade do bloco de ingressar
com mais peso no setor de serviços do Brasil.

Para destravar esses pontos, o acordo prevê um calendário. Os europeus devem eliminar tarifas, mas vão estabelecer cotas de importação para
vários produtos agrícolas. Já o Mercosul vai estabelecer um cronograma, que pode se estender por uma década, para eliminar várias tarifas de
produtos europeus.

O Ministério da Economia do Brasil estima que o acordo vai representar um aumento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de dólares em 15 anos,
podendo chegar a 125 bilhões de dólares se considerada a redução das barreiras não tarifárias. Ainda segundo a área econômica, o aumento de
investimentos no Brasil nesse período pode alcançar 113 bilhões de dólares graças ao acordo comercial.

O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina,  Horacio Reyser, publicou um vídeo do momento em que negociadores dos
dois blocos concluíram as negociações, em Bruxelas. 

Horacio Reyser
@HoracioReyser

Logramos cerrar el histórico acuerdo Mercosur-UE tras más de 20


años de negociaciones. Es un hito que marca un antes y un
después, con potencial para transformar la matriz productiva
nacional, incrementar el PBI y generar empleo y atraer inversiones.
2,014 2:12 PM - Jun 28, 2019

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28/06/2019 Mercosul e UE fecham acordo histórico | Notícias e análises sobre a economia brasileira e mundial | DW | 28.06.2019

Reação europeia

O acordo entre Mercosul e UE é o maior já negociado pelos europeus, ultrapassando tratados semelhantes firmados entre os membros do
bloco e o Japão e o Canadá.

Os europeus apontaram, em nota, que o acordo vai ajudar a aumentar as exportações europeias para "produtos que enfrentavam tarifas altas
ou algumas vezes até proibitivas", entre eles automóveis (que hoje têm tarifas de 35%) e autopeças (14-18%). Os europeus também afirmaram
que o setor agrícola da UE deve ser beneficiado, em especial com a redução de tarifas para produtos como chocolate (hoje com tarifa de 20%),
vinho (27%) e lacticínios, como queijos (28%). 

Ainda segundo a UE, o acordo prevê que os países do Mercosul se comprometem a garantir que uma lista de 357 produtos alimentícios
europeus de "alta qualidade" com indicações de origem não seja limitada pelos sul-americanos. A lista inclui queijos e cervejas, entre outros
produtos.

As negociações para um acordo que contemplasse descontos nas tarifas dos produtos negociados entre os blocos ficaram emperradas por 20
anos. Em 2004, os dois blocos chegaram a trocar propostas, mas a iniciativa fracassou diante da discordância sobre a natureza dos produtos e
serviços que seriam englobados no acordo. A partir de 2010, no entanto, as negociações foram retomadas e passaram a ganhar mais força em
2015. 

Mesmo com as dificuldades para se chegar a um pacto nos últimos anos, o comércio entre os dois blocos aumentou de maneira constante. Em
2014, as trocas comerciais chegaram a 267 bilhões de dólares, saindo de um patamar de 90 bilhões de dólares em 2004, ano em que a troca de
ofertas fracassou.

Em 2018, só o Brasil realizou um comércio de 76 bilhões de dólares com a União Europeia, e as exportações brasileiras para o bloco
totalizaram 18% do total exportado pelo país.

O Mercosul vende para a UE principalmente produtos agrícolas, que representam 43% das exportações. O bloco europeu, por sua vez,
exporta sobretudo equipamentos industriais e de transporte, que representam 46% das vendas externas.

Em 2014, alguns países do Mercosul, entre eles o Brasil, chegaram a considerar contornar algumas das regras do bloco e negociar
separadamente com a União Europeia por causa de uma série de empecilhos impostos pela Argentina como condição para retomar as
negociações. Um consenso entre os países do bloco só ocorreu quando Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil finalmente acertaram a entrega
de uma proposta conjunta.

Agora, após o acordo político, o texto deve ser submetido a uma avaliação jurídica e traduzido para os idiomas de ambos os blocos antes da
assinatura final, que precisa ser dada, no caso da UE, por todos os seus países-membros. Este requisito não é trivial, considerando-se o
contexto atual da Europa. Em 2016, a região belga da Valônia quase inviabilizou a ratificação do acordo comercial alcançado com o Canadá.

JPS/ots

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O MÊ S D E JUNHO E M IMAGENS

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28/06/2019 Mercosul e UE fecham acordo histórico | Notícias e análises sobre a economia brasileira e mundial | DW | 28.06.2019

Governo Bolsonaro chega ao G20 em atrito


com europeus
No inicio da cúpula do G20, o presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva reagiram duramente às declarações
de líderes europeus que manifestaram preocupação com a política ambiental do Brasil. O principal alvo foi a
chanceler Angela Merkel. Bolsonaro disse que nao viajou para ser "advertido". Já o ministro Augusto Heleno
disse que os europeus "não têm moral" para criticar o Brasil. (27/06)

LEIA M A I S

"Não dá para negociar nada com Bolsonaro"


Em entrevista à DW, eurodeputado Martin Häusling diz que presidente brasileiro não compartilha mesmos valores democráticos da União Europeia e que
por isso não há base para negociar acordo com Mercosul. (13.06.2019)  

Merkel descreve situação sob Bolsonaro como dramática


Chanceler federal alemã diz ver com preocupação questão dos direitos humanos e proteção ao meio ambiente no Brasil, mas defende que abrir mão de um
acordo entre União Europeia e Mercosul não é a resposta. (26.06.2019)  

Após confusão na agenda, Bolsonaro se reúne com Macron no G20


Após governo brasileiro anunciar cancelamento de encontro, presidente tem conversa informal com líder francês e o convida a visitar a Amazônia. Reunião
bilateral aparentemente não constava na agenda da comitiva francesa. (28.06.2019)  

Belgas superam impasse para salvar acordo entre UE e Canadá


Governo federal belga chega a entendimento com regiões administrativas para destravar tratado de livre-comércio, que deveria ser assinado nesta quinta.
Texto ainda precisa da aprovação de todos os membros do bloco. (27.10.2016)  

O mês de junho em imagens


Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês. (25.06.2019)  

Data 28.06.2019

Assuntos relacionados Zona do euro, Mercosul, G8, União Europeia, Tráfico humano

Palavras-chave Mercosul, União Europeia, livre comércio, tratado

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