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A QUEDA DA PREGAÇÃO
O apreço pela pregação, que noutras épocas era tão fascinante para a
igreja, caiu de maneira drástica. A experiência e a observação cuidadosa têm-
nos mostrado que, para número expressivo de cristãos, o momento da
pregação no culto público tem sido o mais fatigante e desinteressante dele.
Não raro muitos dormem, mechem no celular, conversam irreverentemente,
levantam-se para beber água – mesmo estando sem sede. Não há fascínio,
temor, amor ou quebrantamento diante do anúncio da Palavra. Vejamos
algumas possíveis razões para tal fenômeno.
2. POSSÍVEIS RAZÕES
Judiclay em seu artigo diz que: “O pastor moderno precisa voltar-se para
o estudo profundo das Escrituras e para a pregação expositiva da revelação
divina. Pequenos sermões tópicos, carregados de ilustrações sentimentais, que
se ouvem nos púlpitos, [...] não satisfazem as mais profundas necessidades
espirituais dos ouvintes”
Vãs filosofias
Anglada (Knox, p.10) também analisa que uma das principais causas
para o declínio da pregação é um afastamento, constante e progressiva, “do
Cristianismo das Escrituras”. Filosofias, as mais variadas, tais como o
subjetivismo – a ideia de que tudo é relativo a quem interpreta, o racionalismo –
a ideia de que tudo o que for além da razão é irracional, e o pragmatismo tem
afastado corações da Palavra de Deus. Lamentavelmente essas vãs filosofias
tem dominado a maneira da igreja pensar, levando-a a esquecer-se de que a
Escritura é nossa única “regra de fé e prática”, como postula a Confissão de
Fé de Westminster.
Vale aqui um enfoque especial neste último inimigo citado. Ele pode ser
o mais perigoso justamente porque parece ser o menos letal. O pragmatismo é
em essência considerar mais importante o alvo do que os métodos. “Não
importa se é certo. O que importa é se dá certo” – pensa o pragmático.
Preguiça pastoral.
3. UM GRANDE PROBLEMA
Ele cita Stuart Olyott que diz: “Se alguém gastasse uma semana lendo
toda a Bíblia e, na semana seguinte, se familiarizasse com os principais
acontecimentos da história da igreja, o que observaria? Que a obra de Deus no
mundo e a pregação estão intimamente ligadas. Onde Deus age, ali a
pregação floresce. Em todos os lugares em que a pregação é menosprezada
ou está ausente, ali a causa de Deus passa por um tempo de improdutividade.
O Reino de Deus e a pregação são irmãos siameses que não podem ser
separados. Juntos, eles permanecem de pé ou caem”.
Portanto, refletirmos sobre a teologia da pregação não é exercício de
somenos. Deus forma seu Povo por meio da Sua Palavra. Onde não há a
Palavra de Deus não pode se dizer que há Povo de Deus. O pastor não pode
se dar ao luxo de pregar suas ideias ou depender de sua eloquência – coisa
que Loyd Jones chamou de abominação. A preguiça no ministério pastoral de
pregar a Palavra tem sido um terrível empecilho na obra de Deus.
5. A PALAVRA DE DEUS
A Palavra de Deus tem primazia sobre tudo o que existe. Por isso, ela é
o elemento definidor de nosso relacionamento com Deus. Em Gênesis, antes
da queda, Deus caminhava na viração do dia com Adão e Eva, e conversava
com eles. A tentação da serpente maligna foi justamente colocar em dúvida a
Palavra de Deus – assim como ele fez com Cristo no deserto.
Também foi a partir da Palavra de Deus que Abrão rumou para a terra
que Deus ainda lhe revelaria: “Ora, disse Deus a Abrão” Gn 12.1. Isso fica
ainda mais patente quando Deus fala para seu povo: “Aplicai o coração a todas
as palavras que hoje testifico entre vós (...). Porque esta palavra não é para
vós coisa vã; antes, é a vossa vida” Dt 32.46-47. Foi também ao ouvir a
Palavra de Deus que o menino Samuel pode conhecer a Deus e ter um
relacionamento com Ele (1 Samuel 3.7). O ponto supremo de Deus se
relacionando com Seu povo foi quando Sua Palavra se encarnou e habitou
entre nós. Hebreus 1.1 diz que hoje Deus nos fala através do Filho.
Certamente com esse texto nos seus pensamentos Paulo diz que Jesus,
o Messias, no seu retorno destruirá o homem da iniquidade, aquele é uma
espécie de incorporação do mal, que age no poder do diabo, apenas com o
sopro da Sua boca: com as Suas Palavras.