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ANÁPOLIS - GO
2018
JOÃO PEDRO MILHOMEM DIAS CARNEIRO ROMÃO MINETTI
ANÁPOLIS - GO
2018
ii
João Pedro Milhomem Dias Carneiro Romão Minetti. Análise Ciênciométrica da
produção científica sobre o fenômeno de Ilhas de Calor Urbanas / João Pedro
Milhomem Dias Carneiro Romão Minetti – Anápolis: Centro Universitário de Anápolis
– GO UniEvangélica, 2018.
33 páginas.
iii
ANÁLISE CIENCIOMÉTRICA SOBRE O FENÔMENO DE ILHAS DE
CALOR URBANAS
_____________________________________________
Prof. Dr. Allan Valle Toledo da Silveira
Centro Universitário de Anápolis, UniEvangélica
Presidente da Banca Examinadora – Orientador
_____________________________________________
Prof. Me. Ricardo Elias do Vale Lima
Centro Universitário de Anápolis, UniEvangélica
Membro da Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof. (a) Dr. Josana de Castro Peixoto
Centro Universitário de Anápolis, UniEvangélica
Membro da Banca Examinadora
iv
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus acima de tudo, pela vida, minha saúde e por todas as oportunidades
que tive.
Aos meus pais, Antônio Romão Minetti e Clairy Milhomem Dias Carneiro Romão
Minetti, pelo amor, paciência, confiança e exemplo de vida além de fornecerem toda base
necessária para a conclusão de meus objetivos. Obrigado por tudo.
A minha irmã Anna Paula Milhomem Dias Carneiro Romão Minetti, por me dar suporte
em todas as horas que precisei, mesmo que para isso não precisasse falar nenhuma palavra, por
ser minha maior companheira e mais leal aliada.
Ao professor Dr. Allan Valle Toledo da Silveira, pela total dedicação e
responsabilidade, pela disposição em me orientar acreditando no meu potencial, por me ajudar
em inúmeros momentos, pela paciência e exemplo de disciplina.
Ao meu cunhado e amigo, Lucas Marquezan Nascimento pelo auxílio sendo esta a
menor de todas suas contribuições. Pela paciência, amizade, ensinamentos, “puxões de orelha”
e encaminhamento para ser um excelente profissional.
Aos meus amigos, João Victor Ferreira Perenne, Vitor Paulino Ribeiro, Gustavo
Andrade de Oliveira, Daniel Ramos Franco Rabelo, Elion Vilaça Lente, Itallo Caetano Borges
Damasceno, João Paulo De Souza Jordão Paulino Santos, Igor Camargo Nunes, Luiz Gustavo
De Souza Jordão Paulino Santos, Rodrigo Silva Barbosa, Ranon Bento Pereira, Marcos Wilson
Rodrigues de Lima, Paulo André Silva Oliveira, Pedro Wilson Rodrigues de Lima e Daniel
Waldir Rodrigues pelo incentivo e pelo bom humor em todos momentos.
vi
“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem
perder o entusiasmo”.
(Winston Churchill)
vii
RESUMO
viii
ABSTRACT
Disorganized urban growth and increasing numbers of health domains have been the main
problems of the 21st century and are responsible for affecting human health and the
environment. Among them, the so-called "heat island" has been the subject of scientific studies.
The objective of this work was to carry out a scientometric analysis of the scientific production
on the phenomenon of heat islands between the years 2008 and 2018. For a scientometric
analysis it was carried out a search on the Google Scholar and Science Direct sites. Titles, year
of publication, city and state of development of the project, and object of work study was
analyzed. The research in Google Scholar presented 105 academic productions aimed at
modeling heat islands in mesoscale, with predominance of cities in the state of São Paulo. In
Science Direct 412 articles were found, with predominance of models in microscale, being the
tendency a tendency to increase the publication of the theme during the analyzed period.
However, although a theme has become a relevant subject of interest in the international
scientific community, it was found that studies in Brazilian cities are still incipient, indicating
that it has the potential to be explored in future by research groups.
ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 10
2. OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 12
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................. 12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 12
3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................. 13
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................ 18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................... 19
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 29
x
1. INTRODUÇÃO
10
distribuição da temperatura, não levam em consideração as características dos alvos superficiais
e do relevo e produzem resultados que dificultam intervenções mais localizadas. (AMORIM,
2015).
Diversas pesquisas em nível mundial visam identificar modelos de predições de
temperatura de áreas urbanas. A análise cienciométrica pode ser utilizada como ferramenta de
avaliação do desenvolvimento da produção científica de uma determinada área do
conhecimento (RUIZ et al. 2009),
A comunidade científica envolvida com esta temática visa não apenas identificar a
presença do fenômeno em centros urbanos, como também propor modelos que auxiliem em
predições acuradas para, a longo prazo, auxiliarem nos planejamentos das cidades. Tais
predições sobre clima urbano, entretanto, são complicadas pela presença de fontes não
estacionárias como clima e mudança de uso da terra, que trazem mudanças drásticas nos
regimes climáticos em todo o mundo (PIELKE et al., 2011).
Um destaque é dado ao artigo de STEWART (2011), que realiza uma revisão crítica
acerca das metodologias empregadas nas pesquisas sobre ilhas de calor, que, em sua maioria,
revelam uma prática científica incipiente.
Obter o entendimento cienciométrico na temática de modelagem de ilhas de calor
urbana propicia um levantamento inicial da produção científica e tecnológica. Este estudo
torna-se importante não só pelos impactos que são causados por este fenômeno, mas
compreender a importância de se ter um melhor planejamento urbano em uma cidade.
Cienciometria é a ciência que busca analisar a produção científica e tecnológica, através
do estudo dos aspectos quantitativos da produção intelectual para compreende-la. Desta forma,
estudos cienciométricos são encarregados de avaliar a produção científica, utilizando
indicadores quantitativos para terem suas informações validadas (RAZERA, 2016).
11
2. OBJETIVOS
12
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Mais da metade da população atual do mundo vive nas cidades e esta fração deve
aumentar para 66% em 2050 (ONU, DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS ECONÓMICOS E
SOCIAIS, 2015).
No Brasil, na década de 1960, as expansões da economia brasileira promoveram o
surgimento de polos urbanos. No período 1967-1973, o chamado ‘milagre econômico’, trouxe
uma nova etapa na relação ‘urbanização-migração’, em face da maturação do desenvolvimento
urbano-industrial, momento em que a existência de um operariado crescentemente
sindicalizado apontava para transformações sociais e políticas que marcariam profundamente a
história brasileira. (MATOS, 2012).
Nos anos de 1970, a população urbana brasileira ultrapassou a população rural: 52
milhões contra 41 milhões respectivamente. Nesse período, o esgotamento de áreas de fronteira
agrícola ocasionou nova reorientação das trajetórias migratórias o que resultou no aumento da
concentração da população em cidades de maior tamanho. A expansão dos grandes centros
urbanos ganhava nova expressão espacial com a emergência das configurações metropolitanas
(MATOS, 2012).
Nas últimas décadas o Brasil vem passando por um acelerado processo de urbanização.
Tal assertiva pode ser corroborada pelo fato de que atualmente mais de 80% da sua população
reside em áreas urbanas (IBGE, 2017), o que vem gerando preocupações em relação à qualidade
de vida nas cidades, visto que o crescimento populacional, aliado a falta de planejamento e
investimentos urbanos, tem acarretado numa série de consequências negativas. (RAMOS,
2017).
Como argumentam Kotharkar; BAGADE (2017), com as mudanças climáticas, o
crescimento urbano e gestão de recursos torna-se um grande desafio para as economias em
ascensão, especialmente nos países em desenvolvimento (KOTHARKAR; BAGADE, 2017).
Dentre eles, podemos citar o fenômeno chamado de ilhas de calor.
A ilha de calor urbana (do inglês Urban Heat Island - UHI) é o calor característico das
áreas urbanas, quando comparadas com seus arredores (não-urbanizados) referindo-se
geralmente ao aumento na temperatura do ar (NEIVA, 2014). Elas são formadas em áreas
urbanas e suburbanas porque muitos materiais de construção comuns absorvem e retêm mais a
13
radiação solar do que os materiais naturais em áreas rurais ou menos urbanizadas
(GARTLAND, 2010). Tal fenômeno foi considerado por Rizwan et al. (2008) como um dos
principais problemas ambientais do século XXI.
O primeiro trabalho sobre ilhas de calor data do início do século XIX. Em 1833, Luke
Howard, um cientista inglês considerado o pai da meteorologia moderna, inaugurou as
primeiras pesquisas em clima urbano, que mais tarde sustentaram a análise da ilha de calor
urbana, ao comparar a temperatura da cidade com o meio rural, encontrando naquelas, valores
bem mais elevados, acima de 2º C (STEWART, 2011).
Entretanto, foi apenas em 1958 que Gordon Manley, denominou pela primeira vez o
gradiente térmico mais elevado, encontrado na cidade, como ilha de calor. Lucena (2012), ao
realizar uma revisão sobre ilhas de calor, afirma que os trabalhos de LANDSBERG (1956) e
CHANDLER (1965) também são clássicos para o estudo de climas urbanos. O primeiro
comparou o centro urbano de Londres com suas imediações e observou médias térmicas anuais
superiores na cidade, principalmente no que concerne à temperatura mínima. Já o segundo
monitorou a ilha de calor urbana e encontrou diferenças de até 2,0º C na área central, no verão,
em relação a sua circunvizinhança.
Confrontados com a perspectiva intimidadora de alterações climáticas irreversíveis e a
deterioração ambiental desenfreada, a pesquisa científica sobre os efeitos das atividades de
transformação e a mudança de uso do solo no clima urbano pode potencialmente contribuir com
as pesquisas referentes ao uso e gestão de energia, saúde humana, ecologia urbana, redução da
poluição atmosférica e, portanto, proporcionando um desenvolvimento urbano mais sustentável
(GRIMMOND et al., 2010).
Por exemplo, Li e Bou-Zeid (2013) argumentam que a sinergia do fenômeno de ilhas de
calor com as ondas de calor potencializa os seus efeitos sobre os moradores urbanos. Como
resultado aumentam o risco de morte relacionada ao calor em condições de clima
excepcionalmente quentes em ambientes urbanos em uma proporção muito maior do que nos
arredores rurais (HEAVISIDE et al., 2016).
Chan et al. (2011) ao conduzirem estudo sobre a mortalidade nas cidades de Hong Kong,
Bangkok e Delhi sugerem que a mortalidade aumenta de 4,1% para 5,8% para cada 1° C a partir
de temperatura de 29 ° C.
Diante desse fato têm sido realizados esforços significativos em pesquisas científicas
para avaliar o impacto do fenômeno da ilha de calor sobre o ambiente urbano. Alves (2016) cita
14
os trabalhos de Amorim (2005); Alcoforado e Andrade (2006); Kolokotroni e Giridharan,
(2008); Charabi e Bakhit (2011); Brandsma e Wolters (2012) como alguns dos mais relevantes.
Diversas pesquisas visam identificar modelos de predições de temperatura de áreas
urbanas. Os modelos de ilhas de calor urbana variam conforme a escala espacial utilizada,
podendo abranger desde poucos metros até toda uma malha escala urbana (MIRZAEI, 2015).
Em uma microescala, os denominados modelos da energia de edifícios consistem em
predizer as demandas de resfriamento de espaços. Muitos estudos sobre o microclima podem
ser encontrados na literatura de acordo com Moonen et al. (2012).
Eles utilizam modelos para simular fluxos de ar em torno de edifícios, turbulência,
processos de troca de calor, vapor em edifícios e dispersão de poluentes. Estudos conduzidos
por Perini e Magliocco (2014) e Taleghani et al. (2014) são alguns exemplos mais recentes de
simulação de microclimas urbanos. Entretanto, tais modelos apresentam resolução espacial
bastante baixa pois são limitados principalmente a uma parte isolada do edifício onde a
influência de edifícios vizinhos em seu desempenho de energia é ignorada (SAILOR, 2014).
Na escala local (até 10 km), a interação de um edifício com seu ambiente circundante
na camada superficial é a base do desenvolvimento de modelos de microclima. Os modelos de
dossel urbano, são amplamente utilizado para investigar o fluxo de energia (e
consequentemente de calor) de uma camada urbana (Masson, 2000). Tais modelos consideram
a geometria que a rua e as construções ao seu redor interferem na dinâmica atmosférica
(HAMDI; SCHAYES, 2008).
Em geral, o impacto de diferentes parâmetros, tais como a orientação do edifício, a
relação de aspecto do “cânion” da rua, materiais de superfície, vegetação, plantio de árvores
são usados para simular a convecção de superfície, conforto pedestre e a ventilação urbana
(Tominaga et al., 2015).
Entretanto é a investigação de ilhas de calor em larga escala de uma cidade que é
amplamente adotada em áreas de climatologia e meteorologia urbanas. O impacto das políticas
de escala urbana para mitigar a ilha de calor, por exemplo, ventilação urbana, gestão da
dispersão da poluição são analisados usando principalmente as ferramentas de mesoescala
(MIRZAEI, 2015).
Embora inúmeras cidades tenham empiricamente documentado UHIs, a literatura
sugere que a variação das maneiras de capturar os dados sobre calor, bem como métodos de
analisa-los são vastos. (VOELKE; SHANDAS, 2017). Entretanto, a abordagem mais
15
proeminente é o uso de métodos baseados em satélite, que se baseiam na extensa
disponibilidade de conjuntos de dados para praticamente todas as cidades do planeta (CAO,
2010).
A modelagem de ilhas de calor em escala maiores (tamanho de cidades) são uma das
aplicações do sensoriamento remoto. As imagens térmicas tomadas por satélites e dispositivos
de medição via aérea são processadas para correlacionar temperaturas superficiais e uso de
terra/cobertura de terra de uma cidade. Para esse efeito, os modelos de regressão são comumente
desenvolvidos para explicar a variação da temperatura superficial da superfície terrestre (LST),
associada a parâmetros como a posição topográfica e a diversidade da cobertura terrestre, o
volume de construção por área, orientação. (MALLIC; RAHMAN; SINGH, 2013).
As plataformas de satélite fornecem medição direta do UHI por meio de sensores
específicos que são colocados no satélite. As fontes mais comuns de dados de temperatura por
satélite são o Landsat e o Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer
(ASTER). Embora as imagens de satélite do Landsat e do ASTER forneçam medidas de
temperatura no nível da superfície em resoluções variadas, a análise estatística subsequente com
cobertura do solo oferece insights sobre o papel da forma urbana que ajuda a explicar a
distribuição de temperaturas em toda a região de estudo (HAMSTEAD et al., 2016).
Desta forma, a denominada modelagem espacial destina-se a simular, em ambiente
computacional, fenômenos dinâmicos espaciais que ocorrem no meio urbano. Mudanças de uso
do solo, dinâmica de tráfego, fluxo de pedestres, enchentes, dispersão de poluentes
atmosféricos, praticamente qualquer forma de fenômeno dinâmico observado em áreas urbanas
pode ser modelada por meio de modelos estatísticos, alimentadas por mapas digitais de cidades,
elaborados e/ou refinados por imagens de satélite (Almeida, 2010).
Essa técnica de representação das ilhas de calor oferece um avanço significativo em
relação às formas tradicionais de representações cartográficas por meio de interpolações que,
embora muito úteis do ponto de vista da visualização da distribuição da temperatura, não levam
em consideração as características dos alvos superficiais e do relevo e produzem resultados que
dificultam intervenções mais localizadas (AMORIM et al., 2015). Estudos do uso de
sensoriamento remoto infravermelho de satélite na estimativa das propriedades físicas
superficiais cidades foi investigado recentemente por pesquisadores como Sobrino et al., 2012;
Deng e Wu (2013); Nichol (2019).
16
No Brasil, Ortiz, Teixeira e Amorim (2017) citam diversos trabalhos nos quais as
investigações sobre ilhas de calor em cidades de pequeno e médio porte têm detectado a
manifestação do fenômeno em grandes magnitudes, criando situações de desconforto térmico.
Os estudos das ilhas de calor urbanas têm se mostrado um instrumento importante para
a gestão do espaço urbano, uma vez espacialização das diferenças das temperaturas intra-
urbanas e rurais próximas pode oferecer subsídios para amenizar a magnitude de tais ilhas de
calor (AMORIM; CARDOSO, 2015), fornecendo perspectivas ao reordenamento ao território
urbano (ALVES, 2016).
O processo de urbanização global acelerou-se tanto em intensidade como em área física,
o que conduziu a um interesse crescente no entendimento de suas implicações na saúde humana,
no funcionamento dos ecossistemas, no tempo e, possivelmente, no clima, como um
contribuinte para o aquecimento global (Imhoff et al., 2010).
A cienciometria pode ser entendida como a forma de quantificar as atividades científicas
e tecnológicas produzidas, tendo como foco conhecer as tendências, metodologias ou até
mesmo o interesse de determinados centros de pesquisa. (RIBEIRO, 2015)
Ela não pode substituir um método analítico sobre determinado assunto, mas tem a
capacidade de provocar maior visibilidade dos dados da pesquisa. Tal recurso é importante para
identificar quais áreas precisam de maior preocupação (LAURINDO & MAFRA, 2010).
17
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a análise cienciométrica foi elaborado um conjunto de dados padronizados através
de pesquisa realizada na plataforma Science Direct, operado pela editora Elservier, com cerca
de 3.800 periódicos de divulgação científica (ELSERVIER, 2018) e no site Google Acadêmico,
que, consiste em uma ferramenta gratuita de pesquisa que permite a recuperação de trabalhos
acadêmicos publicados em eventos, revistas científicas, livros, periódicos, artigos etc.
(GOOGLE ACADEMICO, 2018). O material foi acessado na biblioteca do Centro
Universitário de Anápolis, GO entre os dias 14 e 31 de maio de 2018.
Para este estudo duas buscas distintas foram realizadas. Na primeira foi utilizando, no
idioma inglês, os termos ilhas de calor, incluindo obrigatoriamente o termo modelo (“heat
island” AND model) a partir da plataforma Science Direct. Após a obtenção da listagem das
publicações, foi feita uma triagem para identificar publicações sem interesse, como capítulos
de livro, erratas, editoriais etc. de forma a obter as publicações, considerando somente as áreas
de pesquisa que abrangessem a temática e os tipos de trabalhos desejados, que foram Reseach
Articles e Review Articles. Tais termos deveriam constar nos títulos, abstracts ou palavras-
chaves de artigos de periódicos cadastrados na plataforma do Science Direct entre os anos de
2000 a 2018.
A segunda busca foi realizada,a partir do Google Acadêmico, utilizando os termos em
língua portuguesa. Tais termos deveriam constar apenas nos títulos dos trabalhos publicados no
mesmo período.
A análise foi realizada para obter diferentes informações tais como: distribuição
geográfica dos estudos realizados (publicações brasileiras), o número de artigos produzidos ao
longo dos anos; a qualidade das publicações caracterizadas pelo extrato Qualis, as principais
revistas interessadas no tema e os assuntos relacionados.
Após o levantamento dos dados, foram confeccionados gráficos de dispersão e de barras
pelo editor de planilhas Excel (Microsoft®, 2016). Além disso os dados relacionados ao número
de artigos publicados e diferentes anos foram submetidos a uma correlação de Pearson para
averiguar a tendência de aumento do número de publicações ao longo do tempo.
18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 1 demonstra a quantidade de publicações em português, realizadas no Google
Acadêmico, por estados brasileiros. Ao total foram 105 publicações realizados em vinte estados
brasileiros e no Distrito Federal. HSU et al., (2011) argumentam que a diversificação e o
interesse de pesquisadores de diferentes estados aumentam a divulgação e número de citações
dos trabalhos desenvolvidos.
É possível verificar que ao longo dos anos o número de pesquisas aumentou nos anos
de 2016 e 2017. Entretanto, esse crescimento, pode ser considerado ainda inicial, dado que não
pudemos identificar ainda uma comunidade expressiva de pesquisadores que estariam
desenvolvendo o tema em língua portuguesa. O coeficiente de determinação, que indica
ajustamento ao modelo de regressão linear, não foi estatisticamente significativo (gl=10, p =
0,14).
30
25
Número de Pubicações
20
15
10
0
2008 2010 2012 2014 2016 2018
Período de Avaliação
19
35
30
25
Publicações
20
15
10
0
SP GO RJ PE MT RS AM DF MG PB PR MS PA AL BA CE MA PI SC
Estados
Anápolis foi local de estudo em um dos trabalhos desenvolvidos. Foi conduzido por
Gonçalves (2017), que constatou a existência de ilha de calor no bairro de Vila Goiás. De acordo
com o referido autor, o adensamento urbano caracterizado por geometrias que barram os ventos
e aumentam a taxa de absorção do calor; o albedo dada a constante impermeabilização do solo;
além da ação antrópica de remoção de vegetação e consequente redução da evapotranspiração
favoreceu o aumento de temperatura no meio urbano, em relação as áreas mais afastadas, que
juntamente com o aquecimento das superfícies artificiais caracterizam a formação de ilhas de
calor urbana.
Outro fator que também colaborou tanto na formação da ilha de calor, de acordo com
Gonçalves (2017) no bairro analisado, foram as dinâmicas urbanas, especialmente o uso e
ocupação do solo e suas reverberações nos fluxos e mobilidade: na área estudada, mesmo
apresentando um uso do solo majoritariamente residencial, possuindo poucos exemplares
comerciais, a sua localização dentro da malha urbana da cidade faz com que o bairro se torne
uma zona de ligação entre os demais bairros, aumentando o fluxo de automóveis, que por sua
vez se relacionar com o aumento de calor gases poluentes.
Estudos sobre o Google Acadêmico têm surgido, buscando esclarecer sua
potencialidade e confiabilidade como instrumento de recuperação de informações científicas
(Mugnaini, 2008). Apesar de apresentar grande abrangência, um meta-buscador eficiente e uma
indexação das citações, ainda segundo este autor, os diversos resultados, gerados por meio de
20
diferentes metodologias, permitem listar algumas ressalvas sobre as informações obtidas a
partir do Google Acadêmico: a) nem todos os periódicos importantes indexados pelas bases de
dados tradicionais estão indexados pelo Google Acadêmico; b) as citações a documentos
recentes são mais comuns no Google Acadêmico, uma vez que documentos mais antigos estão
disponíveis em menor quantidade na internet. Este último pode ser uma explicação do aumento
das publicações pesquisadas justamente nos anos de 2016 e 2017 na série temporal.
Em relação aos trabalhos publicados em língua inglesa na plataforma Science Direct,
entre os anos de 2008 a 2018, houve a publicação de 412 artigos. A figura mostra que os artigos
que trataram da temática “ilhas de calor” vem aumentando constantemente nos últimos anos,
com um maior número de publicações nos últimos três anos (2016,2017,2018), como pode ser
observado na Figura 3. O valor do coeficiente de correlação de Pearson foi alto (r = 0,92; p=
Publicações = -154E2 + 7,6909 * Período de avaliação
0,001).
Correlation: r = ,91623
90
80
70
60
Publicações
50
40
30
20
10
0
2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Período de avaliação
21
Tabela 1. Relação dos periódicos científicos pesquisados na plataforma Science Direct, com a temática ilhas de calor, entre os anos de 2008 a
2018.
Fator de
Impacto
CAPES
Qualis
Geral
Total
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Periódicos
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Fator de
Impacto
CAPES
Qualis
Geral
Total
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
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Periódicos
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Fator de
Impacto
CAPES
Qualis
Geral
Total
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Periódicos
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Building and Environment é uma revista internacional que publica artigos de pesquisa
originais e artigos de revisão relacionados à ciência da construção, física urbana e interação
humana com o ambiente interno e externo construído. De maneira semelhante, Energy and
Buildings é uma revista internacional que publica artigos com ligações explícitas ao uso de
energia em edifícios. O objetivo é apresentar novos resultados de pesquisa e novas práticas
comprovadas que visam reduzir as necessidades de energia de um edifício e melhorar a
qualidade do ambiente interno. Desta forma, as publicações de ambas estão relacionadas a
modelos de ilhas de calor em microescala.
Já as revistas Urban Climate e Sustainable Cities and Society atendem as comunidades
científicas e de tomadores de decisão com a publicação de pesquisas sobre teoria, ciência e
aplicações relevantes para a compreensão das condições climáticas urbanas e mudanças em
relação à sua geografia e às dinâmicas, socioeconômicas, tecnológicas e ambientais em
ambientes urbanos, contemplando desta forma artigos que modelam em sua maioria ilhas de
calor em escala local e meso escala.
Em relação a qualidade dos periódicos acessados no Science Direct pode-se observar na
Tabela 2 que cerca de 46% apresentam extrato Qualis A1 no triênio 2013-2016, nas áreas de
Ciências Ambientais ou Interdisciplinar. Tais dados corroboram a ideia de que a temática de
ilhas de calor, em nível internacional, é publicada em periódicos renomados.
Tabela 2. Extrato Qualis CAPES dos periódicos pesquisados na plataforma Science Direct.
Qualis CAPES Número de
Revistas
A1 30
A2 7
B1 4
B3 1
B4 2
Sem classificação 20
Total Geral 64
26
Periódico Fator de
Impacto
Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics 3,09
Journal of Environmental Management 2,94
Ecological Engineering 2,91
Applied Geography 2,69
Computers, Environment and Urban Systems 2,66
Geoderma 2,55
Ecological Modelling 2,36
Applied Mathematical Modelling 2,35
Global and Planetary Change 2,29
Urban Climate 2,11
Journal of Mathematical Analysis and Applications 2,05
Weather and Climate Extremes 1,86
Renewable Energy 1,78
Sustainable Cities and Society 1,77
International Journal of Applied Earth Observation and Geoinformation 1,60
Advances in Space Research 1,44
Journal of Cleaner Production 1,36
Procedia Computer Science 1,34
ISPRS Journal of Photogrammetry and Remote Sensing 1,33
Journal of Hydrology 1,06
Energy Procedia
Advances in Climate Change Research
Climate
Engenharia Agricola
Ocean & Coastal Management
Pacific Science Review A: Natural Science and Engineering
Preventine Medicine Report
Sustainable Environment Research
The Egyptian Journal of Remote Sensing and Space Science
É necessário enfatizar, como argumentado por Barros (2014) que o FI deve ser apenas
um dos indicadores a serem considerados na avaliação de periódicos. Tanto é que nem todas as
áreas do conhecimento da CAPES utilizam o indicador FI para estabelecer o Qualis de suas
revistas e muitas áreas o utilizam apenas como um dos indicadores, mas não o único.
27
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
28
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCOFORADO, M.J., ANDRADE, H., 2006, “Nocturnal urban heat island in Lisbon
(Portugal): main features and modelling attempts”, Theoretical and Applied Climatology, vol.
84, pp. 151– 159.
BRANDSMA, Theo; WOLTERS, Dirk. Measurement and statistical modeling of the urban
heat island of the city of Utrecht (the Netherlands). Journal of Applied Meteorology and
Climatology, v. 51, n. 6, p. 1046-1060, 2012.
CHAN, A. L. S. Developing a modified typical meteorological year weather file for Hong Kong
taking into account the urban heat island effect. Building and Environment, v. 46, n. 12, p.
2434-2441, 2011.
CHANDLER, T. J., 1965, The climate of London. London, Hutchinson e Co. Publishers LTD.
CAO, Xin et al. Quantifying the cool island intensity of urban parks using ASTER and
IKONOS data. Landscape and urban planning, v. 96, n. 4, p. 224-231, 2010.
29
CHARABI, Yassine; BAKHIT, Abdelhamid. Assessment of the canopy urban heat island of a
coastal arid tropical city: the case of Muscat, Oman. Atmospheric Research, v. 101, n. 1, p.
215-227, 2011.
DENG, Chengbin; WU, Changshan. Examining the impacts of urban biophysical compositions
on surface urban heat island: A spectral unmixing and thermal mixing approach. Remote
Sensing of Environment, v. 131, p. 262-274, 2013.
GARTLAND, L. Ilhas de calor: Como mitigar zonas de calor em áreas urbanas. São Paulo:
Oficina de textos, 2010. 248p.
GIONGO, P. R.; MOURA, G. B. A.; SILVA, B. B.; ROCHA, H. R.; MEDEIROS, S. R. R.;
NAZARENO, A. C. Albedo à superfície a partir de imagens Landsat 5 em áreas de cana-de-
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