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VERDADE
SOBRE
OS
SISTEMAS
DE
ESGOTO
ANDECE
www.andece.org
Impresso na Espanha.
Depósito Legal: M-56991-2008
ISBN: 978-84-612-8206-7
Este livro não poderá ser reproduzido, nem total nem parcialmente, sem prévia permissão
formal do editor.
ÍNDICE
Apresentação. 7
ÍNDICE 3
CAPÍTULO 6: Segurança. 67
6.1 A necessidade de garantir a segurança nos sistemas de esgoto sanitário 67
6.2 A garantia de segurança oferecida pela Normativa Européia 70
6.2.1 Classificação dos tubos de concreto armado de seção circular 71
segundo a Norma UNE-EN 127916
6.2.2 Características mecânicas mínimas 73
6.2.3 Sistemas de união entre tubos de esgoto sanitário 75
6.3 Segurança e durabilidade 79
6.4 Peças complementares 81
CAPÍTULO 9: Custos. 95
9.1 Custos de execução de um projeto de esgoto sanitário ou drenagem 96
9.1.1 Vida útil do condutor 96
9.1.2 Custo inicial 97
9.1.3 Custo de manutenção e recuperação 98
9.1.4 Valor residual 98
9.2 Custos no uso de um sistema de esgoto sanitário ou drenagem 99
9.3 Custos indiretos para a sociedade: custos a médio/longo prazo 103
ÍNDICE 5
117
para esgoto ou drenagem.
Capacidade hidráulica 118
Capacidade de tolerância a cargas 119
Estabilidade 120
Resistência à deterioração física 121
Estabilidade térmica 122
Manuseio e peso 123
Segurança 124
Sustentabilidade 125
Custos 126
Bibliografia 127
ANDECE, Associação
, Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
APRESENTAÇÃO
O público alvo para o qual foi planejado este livro é amplo: desde o técnico da admi-
nistração ou o projetista das redes de esgoto até o órgão publico ou o responsável de uma
empresa gestora de águas. Esperamos que a leitura deste pequeno livro auxilie na escolha
dos elementos que venham compor um sistema de esgoto sanitário ou drenagem,
aplicando-se o melhor critério possível em termos de serviço, durabilidade e custo.
Tudo o que aqui se encontra escrito é certo e comprovado. Não iremos nos deter a compli-
cadas expressões matemáticas, contudo, tampouco nos expressaremos desneces-
sariamente. Naqueles casos em que a curiosidade do leitor não for satisfeita ou quando
houver qualquer dúvida sobre a veracidade dos argumentos expostos, estarão
estabelecidas todas as referências para que este se aprofunde no assunto. Caso seja
necessário, ficaremos felizes em esclarecer qualquer dúvida ou facilitar-lhe o material de
consulta que considere necessário.
Neste livro, a ANDECE desenvolve argumentos que possam ser comuns no que pauta
os tubos em geral, independente do material com que forem fabricadas, ou indagações
específicas quanto as fabricadas com concreto (armado ou não).
A administração de obras públicas supõe uma grande responsabilidade para com a so-
ciedade. Em consequência, o técnico responsável deve estar informado das características
dos diferentes produtos que se encontram disponíveis no mercado. Dentro das caracte-
rísticas que são necessárias considerar, deve atribuir-se especial ênfase, no caso de tubos
destinados a utilização em redes de esgoto e drenagem, quanto as características
mecânicas e hidráulicas, quanto a durabilidade do produto, segurança, sustentabilidade e,
por conseguinte, quanto a seu custo. Não apenas o custo intrínseco, correspondente ao
produto em si, mas também aquele relacionado com sua correta instalação e posterior
manutenção que, logicamente, serão cobertos às expensas do ente público, que findada a
sua instalação e já em uso, durante todo o período de sua vida útil.
Ficaremos muito satisfeitos se, através da leitura destas páginas, o técnico puder encontrar
mais facilidade em seu trabalho no momento de julgar certas soluções frente a outras.
APRESENTAÇÃO 7
E DRENAGEM
Em um meio urbano ou rural, em terrenos ou em
as águas usadas.
indesejáveis.
10
CAPÍTULO 1
Inicialmente, os tubos podem ser classificados, de maneira muito genérica e simples, em dois grupos:
• sistemas sob pressão: transportam fluídos com tubo cheio. Normalmente as características
do fluído e da pressão de trabalho serão características conhecidas. A pressão é realizada
mediante equipamentos de propulsão (impulsores) ou sem os mesmos (através da ação da
gravidade).
• sistemas sem pressão: transportam um fluído em lâmina livre, ou seja, em
regime normal de funcionamento, não atuam completamente cheios. Excepcionalmente
entram em carga, quando
se produzem circuns-
tâncias atípicas, como
chuvas torrenciais. O fluí-
do que transportam é
formado, na maioria
dos casos, por líquidos
com uma pequena pro-
porção de sólidos em
suspensão e prossegue
variando suas proprieda-
des em função das des-
Os sistemas de esgoto sanitário ou drenagem, que são objeto desta publicação, se encontram
abrigados na segunda classificação, pois neste livro são tratados apenas as conduções sem
pressão.
Um sistema de esgoto pode ser formado por apenas uma tubulação ou por várias
tubulações interconectadas entre si, sendo que, nesse caso, temos uma rede de esgoto.
O objetivo de uma rede de esgoto é coletar o efluente das conexões dos usuários e
transportá-lo até um centro de tratamento de águas residuais, onde, uma vez que as águas
tenham sido convenientemente tratadas, o líquido é transportado, por pressão ou
gravidade, a uma câmara receptora ou a um reservatório para sua reutilização.
• Redes por separador absoluto: existe uma rede para as águas negras e outra para as
brancas, de maneira que estas últimas não se contaminem e possam verter-se
diretamente a uma bacia fluvial.
Atualmente, as águas brancas coletadas nas cidades estão sendo consideradas como ne-
gras devido à alta contaminação por elementos orgânicos, metais, hidrocarbonetos, entre
outros.
• Não visitáveis.
- Circulares.
- Ovais.
• Visitáveis.
Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
- Circulares.
- Circulares com suporte.
- Ovais.
- Seções especiais.
ANDECE, Associação
,
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USUÁRIO (1)
Esta condução pode pertencer a uma rede primária, secundária ou terciária (sempre em
função do tamanho da rede), que recolhe e transporta os resíduos dos usuários.
Normalmente, ao longo da rede também podem ser encontrados poços de inspeção
COLETORES (5)
(*)
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
A água, uma vez tratada, pode ser enviada à uma fonte de recepção (riacho, rio, etc.), ou a
reservatórios para sua posterior reutilização em usos autorizados (lavagem de ruas,
campos de golfe, agricultura, etc.).
(*) Não deve confundir-se Emissário com “Emissário Submarino”, pois este último se designa àquela instalação que transporta
águas negras de uma população relativamente pequena (que vive próxima ao mar), através de uma tubulação colocada e fixada no
fundo do mar, com ponto de deságue mar adentro, distância da costa suficiente para que as águas negras descartadas não
afetem a população nem ao meio-ambiente, devido ao efeito diluente que a enorme quantidade de água do mar
provoca.
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“Todo produto cumpre suas funções com perfeição sempre que for utilizado dentro do
limite de suas características próprias”.
Assim, qualquer rede de esgoto apresenta uma maior qualidade e, portanto, um fun-
cionamento melhor, quando os tubos que a compõem tenham sido instalados e tra-
balhem dentro dos parâmetros que os permitem aproveitar suas propriedades. Quando,
por razões de qualquer circunstância, realizamos instalações nas quais os tubos em-
pregados estão fora dos parâmetros nos quais suas propriedades são capazes de prestar
um serviço de qualidade, estamos convertendo a rede de esgoto em uma fonte de
problemas a curto, médio e/ou longo prazo.
Para a instalação em redes de esgoto, no mercado, atualmente são oferecidos tubos dos
seguintes materiais:
• Tubos de concreto.
• Tubos de cerâmica.
• Tubos de aço.
16
CAPÍTULO 2
Fonte: ACPA
• Tipo UNE: seu cálculo mecânico se baseia no complemento nacional da Norma UNE EN
127916/2004 para Tu-
bos simples e armados. P 150º ± 3º P
P
• Tipo ASTM: seu cálcu-
lo mecânico se baseia
ANDECE, Associação
na Norma americana
ASTM.
,
• De conformidade com a
Norma M.O.P.U. (Atuali-
zado pela UNE-EN 1916
150º ± 3º
e seu complemento na-
150º ± 3º 30º ± 3º
cional UNE-EN 127916).
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• Circulares.
• Ovais.
Os tubos de plástico admitem uma primeira classificação em três grupos, em função da qual
solução estrutural adotada em sua fabricação:
•
Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
que o material intermediário entre sílica, carbonato, micro esferas, etc., se classifica
independentemente.
20
5.2.1 Construção multicamada ou construção de parede oca com seções axiais ocas,
construção de tipo A1.
Um tubo ou componente com superfícies interior e exterior lisas, no qual as paredes ex-
teriores e interio-
res estão conec-
tadas por nervos
axiais internos ou
por uma capa
intermediária em
forma de espuma
ou não, de materi-
al termoplástico,
são chamado de
tipo A1.
Na Figura 1 são
mostrados exem- Figura 1
plos típicos de
construções do ti-
po A1”.
“5.2.2 Construção de parede oca com seções ocas dispostas em forma radial ou heli- Capítulo 2: Tipos de tubos presentes no mercado
coidal, construção do tipo A2.
Na Figura
2 é mos-
trado um
exemplo
típico de
construção
do tipo A2”. Figura 2
5.1.1 Construção
acanalada ou
corrugada:
Um tubo ou
componente
com superfície
interna lisa e
externa anular
perfilada ou
helicoidal oca
ou sólida, co-
mo é chamado
de tipo B.
A figura 1
Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
mostra exem-
plos habituais
de construções
do tipo B". Figura 1
Para uma melhor compreensão destes tipos de tubulações plásticas, a seguir, será
esclarecido cada um dos diferentes sistemas de fabricação e apresentação das
tubulações.
• Tubos alveolares: são similares àos compactos, salvo seu interior que possui alvéolos
,
• Tubos corrugados: são fabricados com uma única parede ou com parede dupla.
Quando são de parede dupla, a exterior é corrugada, enquanto a interior é
completamente lisa.
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- Extrusão.
- Co-extrusão.
- Extrusão e moldagem (se molda à camada exterior).
• Os tubos de PRV e/ou PRFV são particulares. Embora cada fabricante tenha seu próprio
método de fabricação, em geral se baseiam em um eixo, fixo ou giratório, ao qual vão
se enrolando, em diferentes camadas, filamentos de fibra de vidro, adicionando resina
Capítulo 2: Tipos de tubos presentes no mercado
de poliéster não saturada e adições (areias, carbonato cálcico, etc.).
24
CAPÍTULO 3
Na hora de escolher a opção mais coerente para cada projeto, dentre aquelas que
acabaram de ser apresentadas, deve se ter uma série de considerações que continuarão a
ser expostas e desenvolvidas ao longo deste livro.
Em primeiro lugar, o projetista deverá determinar se a rede de esgoto será por sistema
unitário ou por separador absoluto.
Não é nosso desejo entrar em detalhes nos processos de cálculo mecânico de tubos enterrados,
já que existem publicações que tratam este tema de maneira específica (por exemplo, para o
caso de tubos de concreto armado, o “Manual de cálculo, desenho e instalação de tubos de
concreto armado”, as “Recomendações para tubulações de concreto armado em redes de
esgoto sanitário e drenagem” do CEDEX ou o “Pipe handbook” da American Concrete Pipe
Association).
3.2. Funcionalidade
Uma vez que o técnico tenha a informação necessária sobre as características que devem
atender a rede de esgoto sanitário, deve tomar a decisão de utilizar uma tubulação das
muitas que são oferecidas no mercado, que garantam, com o maior nível de segurança
possível, pois uma vez colocada em operação a rede possuirá um funcionamento ótimo e
seguro.
• Capacidade hidráulica
• Resposta estrutural
• Durabilidade
• Instalação
• Custo
• Sustentabilidade
Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
Nos capítulos seguintes trataremos dos cinco primeiros pontos. Trata-se de características
técnicas ou ligadas de maneira direta à parâmetros técnicos.
ANDECE, Associação
,
28
CAPÍTULO 4
Capacidade Hidráulica
Muitos estudos comprovam que o material das conduções não possui nenhuma influência
real. À luz destas provas, já são muitas as administrações que exigem o uso dos mesmos
coeficientes de rugosidade nos cálculos de redes de esgoto e drenagem, visto que a
implantação de diâmetros internos menores aos realmente necessários, como
consequência de uma presunção de capacidade hidráulica superior à real, pode dar
origem a graves problemas:
Antes de projetar e calcular uma rede de esgoto de qualidade, alguns pontos impor-
tantes para o sistema devem ser analisados, tais como:
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 29
Para cada projeto particular, deverá ser estudado qual é a solução mais adequada a todos
os níveis, incluindo a escolha do tipo de tubo a ser instalado.
• Ter em consideração o número de habitantes que usarão esta rede ou ramal, não apenas
no momento de sua construção, mas sim durante toda a vida útil planejada para a insta-
lação, fazendo-se uma extrapolação através das taxas de crescimento da área.
• Realizar uma correta valoração da vazão de águas negras, industriais e brancas (conside-
rando-se os regimentos pluviais da área), que verterão à rede ou ramal.
• Quantificar adequadamente qualquer outra possível descarga (vazões infiltradas, etc.),
Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
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Como valor de velocidade máxima, somente considerar 3,0 m/s em águas negras e 5,0
m/s em sistemas unitários de águas brancas. Se a velocidade do fluído for superior, efei-
tos físicos como a abrasão podem se tornar relevantes.
Com estes valores e a topografia do terreno, pode ser definida a seção do condutor
considerando-se que as características hidráulicas proporcionadas pelo condutor para a
seção definida, ante às variações previstas de vazão, devem proporcionar uma
velocidade o mais constante quanto possível ao fluído, que deve manter-se dentro dos
limites máximo e mínimo estabelecidos.
4.2.1. Fórmulas
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 31
(Maning)
(Bazín)
(Kutter)
Em 1939 Colebrook publicou suas fórmulas, que foram completadas por Moody em 1944
com o surgimento do diagrama que leva seu nome. A aplicação desta fórmula é indicada
para conduções de fluídos em regimes turbulentos.
Uma diversidade de estudos e experiências conseguiu provar que estes valores empíricos
que alguns fabricantes de tubos, especialmente os de tubulações plásticas, atribuem a este
coeficiente, frente a outras tubulações (entre as que se incluem, as de concreto), não
correspondem com a realidade nem com a experiência.
Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
A perda de carga é uma perda de energia por parte do fluído. No fluido, essa energia está em
forma de energia cinética (velocidade) ou potencial (pressão). O fluido pode entregar energia
em forma de energia mecânica (turbo máquinas) ou de calor (trabalho necessário para vencer
as forças de fricção viscosa). No caso das
conduções em lâmina livre (sem pressão),
o que o fluido perde é energia cinética
(velocidade) em razão da fricção viscosa
ANDECE, Associação
32
Quando os condutores em pauta são redes de esgoto, já foi demonstrado que o tipo de tubo a
ser instalado tem pouca influência. Para instalações em lâmina livre, a rugosidade superficial do
tubo tem menos importância, conforme o diâmetro aumenta. Além disso, com pouco tempo de
atividade, um sistema de esgoto produz a proliferação de um biofilme nas paredes do condutor
que iguala as condições superficiais, seja qual for a rugosidade inicial do tubo.
Além do mais, os estudos indicam que os fatores realmente relevantes, quanto a capacidade
hidráulica, são: o número de conexões por poços de visita/inspeção e as características
destes, as mudanças de direção, as conexões de outras descargas, a qualidade da água
conduzida...
Uma capacidade hidráulica superior implica que se pode utilizar uma tubulação de
diâmetro inferior, conservando a mesma vazão.
A igualdade das demais condições implica que uma tubulação plástica tem a mesma capacida-
de hidráulica que uma tubulação de concreto armado. Portanto, para um mesmo projeto não
se poderá reduzir o diâmetro da tubulação baseando-se simplesmente no material dos
tubos a serem instalados.
O projetista deve ter cuidado ao estabelecer estes valores em seus cálculos. É de grande impor-
tância conhecer a fonte de informação dos mesmos e, em consequência, sua credibilidade.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 33
4.2.3. Valor de “n” a aplicar nos cálculos hidráulicos nas redes de esgoto
“INTRODUÇÃO:
Por este motivo os projetistas atribuem uma enorme importância à escolha da fórmula
ANDECE, Associação
(*) Se desejar receber qualquer das publicações que fazemos referência, requisite sem nenhum custo na ANDECE.
(andece@andece.org).
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CONCLUSÕES:
De acordo com todos os trabalhos analisados e levando em conta que na maior parte das
cidades espanholas, as redes de esgoto são por sistema unitário, parece procedente e
razoável recomendar a utilização DE UM VALOR ÚNICO “n” para a fórmula de Manning
para efeitos de projeto e cálculo.
Este valor do coeficiente “n” deve ser submetido à consideração em casos pontuais, em
função das características de projeto do coletor (excessivas mudanças na inclinação
longitudina, obstáculos para o movimento livre da água dentro da tubulação, etc.) onde é
recomendado utilizar algum coeficiente de segurança adicional que ficaria, portanto, fora
do campo da análise hidráulica de uma rede de esgoto.
O desenvolvimento dos trabalhos de verificação de irregularidades superficiais ou
coeficiente de rugosidade das tubulações, em serviço mediante o medidor de rugosidade
indicado na primeira parte deste informe, apontará, sem dúvidas, novas luzes ao
conhecimento deste controverso assunto da escolha do coeficiente de rugosidade
adequado no projeto das redes de esgoto”.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 35
“Os Tubos de PVC-U, cimento amianto, metal revestido internamente por centrifugação, con-
creto centrifugado e aço revesitdo internamente, são hidraulicamente equivalentes, ou seja,
para o mesmo diâmetro permitem assegurar a mesma vazão, para a mesma perda de carga”.
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O resultado dos experimentos foi que o valor médio do coeficiente “n” de Manning era
praticamente o mesmo para todos os materiais, sendo inferior a 0,010 (o coeficiente
n=0,011 - 0,014 recomendado pelos fabricantes de tubos de concreto não é um
coeficiente de laboratório, mas sim de projeto) em ambos casos.
Frequentemente os fabricantes de tubos plásticos propõem os valores do coeficiente “n” de laboratório
como valores de projeto, visto que oferecem em seus catálogos a vantagem de que seus tubos
apresentarem valores "n" menores que as do concreto e, baseando-se nesse argumento, incitam os
técnicos para economizarem custos diminuindo o diâmetro interno dos tubos a serem instalados.
Consideramos oportuno fazer referência aos valores recomendados para o coeficiente “n”
de Manning em função do tipo de instalação.
TabELA 1
Redes por sistema unitário 0.012
Redes em bom estado Redes por separador Águas residuais 0.013
absoluto Águas pluviais 0.012
Redes em mal estado 0.014
Quadro extraído da publicação “recomendações para tubos de concreto armado em redes de esgoto e
drenagem”, editado pelo Centro de Publicações Secretaria Técnica Ministério de Fomento - CEDEX
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 37
“O estudo aprofundado da perícia nas peças fabricadas pelas partes, permite afirmar que a
S.A. (X) não poderia respaldar, as publicações realizadas, concernentes unicamente a
esgoto sanitário, a qual diz que o desempenho hidráulico do PVC –'permite em muitos casos
ganhar um diâmetro no momento do dimensionamento da rede'– e sobretudo que
–'assim, o diâmetro 800 poderia substituir um de 1000 de concreto até uma vazão
máxima de 1365 l/s'– apoiando-se em um gráfico aparentemente ajustado tecnicamente
quando nenhuma experiência e nenhum dado formal científico ou técnico permitiam,
inclusive atualmente, calcular, tal e como o fez, para aplicar a fórmula de STRICKLER, um
coeficiente K de 120, para o PVC, e de 70 para o concreto, sem dar importância ao fato de que ela
mesma e outras empresas já haviam inserido estes coeficientes em publicidades anteriores que
de fato concerniam à tubos de diâmetro inferior, tendo observado que o perito, em uma nota de
síntese, afirmou que, segundo considerações hidráulicas consolidadas, a natureza do material
tem uma influência ainda mais frágil conforme aumenta-se o diâmetro”.
Como foi indicado no início da exposição deste caso, o folheto foi denunciado por publi-
cidade enganosa perante a Justiça Francesa, que por condenação penal executória, com
data de 12 de Setembro de 2002, ORDENOU à empresa em questão:
“Cessar toda difusão e toda utilização da publicidade censurada, e isto sob pena provisional
de 2.000 €, por dia e infração, devidamente constatada passado o prazo de um mês a contar
desde a presente sentença”.
Além do citado, pela importância que isto representa para o técnico que vai dimensionar
uma rede, para aquele que a supervisiona ou para aquele que a executa, transcrevemos
alguns parágrafos da mencionada sentença:
• “Tendo observado que o perito, em uma nota de síntese, afirmou que, segundo conside-
rações hidráulicas consolidadas, a natureza do material tem uma influência ainda
mais frágil conforme aumenta-se o diâmetro”.
• “A Norma NFP 16 – 100 de 1998, que tinha como objeto, segundo o item 1.1, definir as
propriedades mínimas exigíveis, assim como as especificações e os métodos de ensaio,
relativos especialmente aos tubos circulares e, de forma geral, a todos os elementos constitu-
tivos das redes de saneamento, define, em seu item 6.2.2, que para os elementos das redes
que tenham sua geometria retilínea, a rugosidade da parede interior ligada à natureza
do material não influi, de maneira significativa, sobre a capacidade da rede em
serviço…”.
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• “Que esta publicidade, aqui presente, seja dirigida essencialmente aos profissionais de
instalação de tubos, que não possuem de fato obrigatoriamente todos os conhecimentos
requeridos sobre a fabricação destas e suas prestações antes de poder experimenta-las
excede a tolerância admissível de uma concorrência leal”.
Na Espanha esta prática é, infelizmente, muito comum. Existem inúmeros exemplos de fa-
bricantes de tubos de plástico que não possuem rubor algum ao confeccionar folhetos cla-
ramente tendenciosos e com conteúdos enganosos.
• O diâmetro útil (interno) comercializado pela maioria dos fabricantes de tubos plásticos
não é aquele com o qual catalogam suas tubulações. Essa catalogação é feita, em sua
maioria, de acordo com a classe DN/DE. Isto implica que é dado como diâmetro
nominal o externo. O diâmetro interno é, portanto, o resultado da subtração de duas vezes
o valor da espessura nominal, do valor indicado pelo fabricante.
Figura 1
• Os poços de visita, mudanças de sentido, inclinações, etc, tem mais importância para
o cálculo real da perda de carga, modificando substancialmente o valor “n” do tubo a ser
instalado.
Capítulo 4: Capacidade Hidráulica
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 39
No seguinte quadro se mostra uma lista de Diâmetros Nominais (DN em mm.) e diâmetros
internos (DI em mm) de diferentes tubos plásticos (tipo B -corrugados-), de classe SN 8.
Esta tabela foi extraída da Norma UNE-EN 13476 e nela são fixados os diâmetros internos
mínimos a serem exigidos das tubulações plásticas classificadas com diâmetro nominal
segundo a série DE. Como pode ser observado e comprovado pela indicação na Figura 1.
b: O diâmetro interno real de um tubo depende do material, da estrutura e da rigidez. Pode ser maior que o mínimo
especificado nesta tabela. Para maiores informações siga as instruções do fabricante.
c: O diâmetro inteno médio mínimo, dim,mín. de um componente não deve ser inferior a 98% do diâmetro interno
médio mínimo do tubo para o qual foi projetado ou deve ser ajustado conforme esta tabela, o que for de maior valor.
40
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 41
Por outro lado, a coluna de água da seção diminui na altura, assim o fluido perde
energia e a vazão diminui.
42
CAPÍTULO 5
A excelente durabilidade dos tubos de concreto armado se deve à baixa relação água/cimento
do concreto pré-fabricado, à grande capacidade resistente a compressão do concreto, a sua
alta densidade e aos exigentes controles de qualidade levados a cabo na fabricação.
Capítulo 5: Capacidade de Carga e Durabilidade
Em muitos países os custos associados às reparações e manutenção dos sistemas de esgoto
sanitário e drenagem aumentaram a níveis tais que as administrações públicas se viram obriga-
das a elevar substancialmente as exigências de qualidade. Na Alemanha, por exemplo, o custo
estimado associado à reparação de sistemas de esgoto defeituosos no ano de 1995 foi de
aproximadamente 100 bilhões de marcos alemães: Cerca de 50 bilhões de euros (*). Com o au-
mento da percentagem de tubos de plástico instalados, com uma vida útil entre 40 e 50% inferior
a dos tubos de concreto armado, estes gastos dispararam nos anos seguintes.
(*) Valores de 1995: não foi considerado a inflação acumulada desde 1995 até a atualidade.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 43
As dosagens de cimento e aço para fabricação dos tubos de concreto armado, assim
como as espessuras e diâmetros, estão normalizados, ficando assim determinada sua
resistência mecânica. Esta resistência mecânica é verificada na fábrica através de restrito
controle de qualidade. Todo tubo de concreto armado conforme a Norma vigente (UNE-EN
1916) tem garantida sua capacidade de carga, para que não seja necessário realizar testes
posteriores na obra (tubos com marca de qualidade de produto).
É muito frequente a divisão dos tubos em rígidos e flexíveis de acordo com seu comportamento
mecânico ante as exigências a que são expostos. Contudo, não é muito precisa a fronteira entre
um tipo e outro, a opção mais amplamente aceita é entender a condição de rígido ou flexível,
não como uma propriedade do tubo
unicamente, mas sim do conjunto que
formam o próprio tubo e o terreno de
preenchimento que o cerca (vala, berço de
apoio e terreno de entrada). Os tubos flexíveis
são aqueles que admitem grandes
deformações pela ação das cargas verticais,
produzindo um efeito de ovalização. Uma vez
que o tubo tenha sido instalado em vala,
quando submetido a tal esforço, é aumentado
o deslocamento horizontal de seus flancos,
produzindo uma interação solo-estrutura que
mobiliza os esforços passivos do terreno.
44
Nos tubos rígidos, por outro lado, a deformação sob cargas de serviço é insignificante e, portanto, sua
resposta depende unicamente do próprio tubo. Isto não implica que o tipo de instalação realizada
não tenha nenhuma influência. Também no caso das tubulações de concreto, a compactação do
berço do tubo e do terreno lateral contribuem para a transmissão de cargas laterais, o que favorece
que o tubo trabalhe a compressão ao longo de toda sua circunferência, resistindo à cargas maiores.
Portanto, o terreno (o modo como o tubo é
instalado) pode influir favoravelmente na capa-
cidade do tubo para resistir às solicitações de
esforços aos quais o mesmo está submetido. A
diferença é que no caso das tubulações de concreto
não é necessário compactação alguma na hora de
instalar o tubo, sendo esta uma opção com a qual o
agente da execução pode contar em seu trabalho
de determinar a opção mais conveniente em
termos econômicos ou práticos, de rapidez de
Fonte: ACPA
execução, no momento de realizar a obra.
Atualmente a Norma européia (EN 13476) admite que a tubulação possa alcançar
deformações de até 15% “sem que isto cause um grave prejuízo nas propriedades da
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 45
100
80 mais importante
Contribuição Relativa (%)
60
40
20
0
Instalação Profundidade Rigidez do tubo Material do tubo
TEPPFA (Associação Européia de Tubulação de Plástico e Acessórios) sustenta que a deformação depende quase total-
mente (80%) da instalação (fonte: informe de TEPPFA).
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Porém, esta premissa apenas se cumpre de maneira adequada se o solo das laterais do tubo
tiver sido compactado corretamente. Portanto, um sistema de tubos plásticos é, a partir do
ponto de vista do comportamento mecânico, uma estrutura formada pelo tubo plástico e pelo
terreno que o circunda.
A resposta estrutural dos tubos de plásticos depende da interação que se dá entre os tubos, o
terreno de enchimento ou preenchimento e o terreno natural. Isto indica que o elemento
resistente de maior importância é o terreno que envolve os tubos, diferente dos sistemas
compostos por tubos de concreto. Portanto, a resposta estrutural destes sistemas de
tubulações é altamente dependente tanto dos materiais utilizados em sua instalação, como
das condições de execução. Diversos estudos fixam a dependência do comportamento dos
sistemas plásticos para esgoto sanitário frente à instalação em até 90%. O que refletimos no
seguinte gráfico são as conclusões de um informe da TEPPFA – European Plastic Pipes and
Fittings Association (Associação Européia de Tubulações e Acessórios Plásticos), onde é
concluído que a influência da instalação é de 80%.
Uma condução de concreto armado é resistente por si só, já que se trata de um elemento
rígido, contrastando com as tubulações flexíveis, que se deformam alterando sua seção e,
portanto reduzindo sua capacidade hidráulica.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 47
Na Norma Européia UNE-EN 13476-3, referente aos tubos e acessórios com superfície inter-
na lisa e superfície externa corrugada (Tipo B), para sistemas de escoamento e esgoto
enterrados sem pressão, se distinguem os seguintes níveis nominais de rigidez anular:
Estes valores indicam a rigidez anelar inicial do tubo (2, 4, 8 e 16 kN/m2, respectivamente).
Como indicado anteriormente, no caso das tubulações de plástico, a rigidez decai progres-
sivamente com o tempo, devido ao fenômeno de fluência, que consiste em um “envelheci-
mento” ou “regressão” dos tubos, uma vez que os mesmos estão submetidos às exigências
mecânicas que devem suportar quando em serviço. A evolução temporal deste processo
não é igual para todos os materiais plásticos. Cada tipo de material tem suas próprias curvas
características de regressão.
Na fórmula utilizada para o cálculo da rigidez circunferencial específica (RCE) das tubulações
plásticas ocorrem as seguintes intervenções:
Considerando-se que o valor de Ec, é uma propriedade do material utilizado (ainda que va-
riável no tempo), tão somente é possível trocar os valores I, e dm para conseguir a RCE
desejada. Isto implica sempre uma maior altura da superfície corrugada (para aumentar o
valor de I), o que resulta em diâmetro interno menor menor capacidade hidráulica.
48
A queda da rigidez devido à variação que o módulo de elasticidade sofre, nos diferentes
tubos de plástico, se dá em função do material com que são fabricados e do tempo de uso.
Na Tabela 2 podemos ver uma comparação da evolução da rigidez circunferencial no tempo
de diferentes tipos de tubulações, segundo a Norma DIN 16961–2.
TABELA 2
6
RCE (KN/m2)
0
RCE inicial RCE aos 2,7 meses RCE aos 50 anos
Como pode ser observado, em uma tubulação de PVC-U a resistência em 50 anos é 2 vezes
Capítulo 5: Capacidade de Carga e Durabilidade
menor que a inicial, em uma de PE é 5,33 vezes menor e em uma de PP 6,7 vezes menor. Em
uma tubulação de concreto a resistência em 50 anos é, como já comentado anteriormente,
maior que a inicial (em 28 dias).
Por outro lado, determinados materiais plásticos como o Polietileno ou o PRFV sofrem um
processo, que na literatura inglesa se denomina "Environmental Stress-Corrosion Cracking",
ou seja, “ruptura por fadiga”, ou “tensão ambiental”. Este fenômeno se define como a falha
acelerada do material devido a ação combinada das tensões produzidas por uma má
instalação (grandes deformações) e a propriedade de regressão do próprio material, junto
com a ação agressiva de certos agentes químicos que degradam o material que compõe a
tubulação. Nesta situação de máxima debilidade, na qual o material está trabalhando em
condições que o situam em um ponto próximo a seu limite de fluência, o material plástico
se torna vulnerável ao ataque de alguns produtos químicos tais como azeites, álcool e
detergentes, aos quais seria, em condições normais, perfeitamente resistente.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 49
Portanto, a resistência do polietileno aos agentes agressivos depende tanto do agente como
do estado de tensão, que é variável devido ao fenômeno da regressão por fluência e a das
condições de instalação.
• “Guia Técnico sobre redes de esgoto e drenagem urbana”, publicada pela CEDEX em
janeiro de 2007.
• “Sistemas de esgoto com tubos plásticos estruturados”, conferência realizada no
curso técnico de Ávila pelo gerente de saneamento de Uralita sistemas de tubulações.
• “Estudo do fenômeno de quebra por tensão ambiental”, Universidade do Chile, Facul-
dade de Ciências Físicas e Materiais.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
50
ser verdade, entretanto, ocorre também que as matérias primas com as queis aqueles eram fabricados
e as que são utilizadas hoje são basicamente as mesmas: água, pedras, areia e algum aglutinante.
O aglutinante usado naquela época era o cal. Hoje em dia esse aglutinante é o cimento.
Da mesma forma como ocorre com qualquer outro material, o concreto pode
deteriorar-se como consequência de determinadas ações físicas a que for submetido.
Os principais efeitos físicos que podem afetar as tubulações de esgoto e drenagem são a
abrasão, o efeito dos ciclos de gelo/degelo e o efeito dos jatos de água com pressão
usados para limpar depósitos das tubulações dos sistemas de esgoto.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 51
a.1) Abrasão
52
a.2) Gelo
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 53
superior a 300 bar, os tubos de plástico podem sofrer danos durante o processo de
limpeza quando a pressão necessária para eliminar os depósitos difíceis seja supe-
rior 120 bar.
b) Ações Químicas
A resistência que o concreto apresenta ao ataque químico por determinadas substâncias de-
pende fundamentalmente de sua permeabilidade e da distribuição e tamanho dos poros.
• Pela formação de sais, também solúveis, e extração das mesmas quando haja um
excesso contínuo de água.
54
Os dois primeiros casos se produzem quando a água circulante é muito pura e não con-
tém minerais.
Em todos os casos, as ações químicas que podem atuar sobre os tubos de concreto
armado podem minimizar-se, e inclusive eliminar-se, conseguindo-se assim uma
proteção muito alta, face ao ataque químico.
• Sulfatos: é uma das causas de agressão mais perigosas. O ataque por sulfatos se
produz pela combinação do íon sulfato com o aluminato de cálcio hidratado do
cimento e com hidróxido de cálcio liberado durante a hidratação do cimento. A
primeira combinação (íon sulfato + aluminato de cálcio hidratado) produz Etringi-
ta (sulfo-aluminato de cálcio). A segunda (íon sulfato + hidróxido de cálcio) produz
gesso. Ambos são expansivos: seu volume é substancialmente maior que aquele
dos depósitos reagentes que os formaram. Como consequência se produz uma
desintegração do concreto. Para que a reação de ataque dos sulfatos sobre o con-
creto ocorra é preciso que o conteúdo no aluminato tricálcico do cimento supere
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 55
Se buscarmos ao nosso redor, poderemos encontrar exemplos de até que ponto o con-
creto pode chegar a ser durável: alguns aquedutos romanos executados em concreto
estão perfeitamente aptos para o uso por mais de 2.000 anos. Em Israel foi descoberto
uma rede de tubulações enterradas com uma idade aproximada de 3.000 anos. O
primeiro sistema de esgoto colocado em funcionamento com tubos de concreto de que
se tem registro documental na EEUU foi instalado em Mohawk, New York, em 1842. Em
1982 foi realizado a extração de 5 tubos que a constituíam, para estudo e arquivo
histórico. Os tubos extraídos estavam em excelentes condições de serviço depois de 140
anos em atividade.
A evolução da sociedade nestes últimos 100 anos resultou em uma vertiginosa mudança
nos usos e costumes tradicionais e nos sistemas urbanos de assentamento da população.
(*) A EHE define os níveis específicos de exposição Qa, Qb e Qc. A Norma UNE EN 127916/2004 além de identificar estes níveis específicos
do concreto, os particulariza para as tubulações de concreto e aponta as soluções específicas para cada caso.
56
À seguir é realizada uma revisão dos diferentes fatores que podem afetar um sistema de
esgoto ou drenagem seja internamente ou externamente.
Os tubos de concreto
possuem uma excelente
resistência aos agentes
atmosféricos. Não são afe-
tados por variações térmi-
cas nem pela exposição
aos raios ultravioleta e são
resistentes ao fogo. De
outra forma não seríamos
capazes de encontrar
seus componentes a
plena vista em qualquer
ambiente natural.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 57
Em claro contraste, quando uma tubulação de plástico sofre um incêndio, sua destruição é
inevitável e resulta no colapso do sistema.
Porém, não é necessário apelar à situações tão drásticas. A simples exposição, durante a
condução, por exemplo, a temperaturas superiores a 45ºC, pode resultar em sérias e
irreversíveis deformações nas tubulações plásticas compostas de materiais termoplásticos.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
A exposição direta aos raios ultravioleta também leva a uma degradação das propriedades
físicas e mecânicas da maioria das tubulações plásticas.
Graças à estes avanços tecnológicos, tanto nos métodos e maquinário utilizados nos
processos de fabricação, como na qualidade e projeto dos produtos que integram a
produção, as conduções realizadas com tubos de concreto armado são, hoje em dia,
quando se projeta e realiza uma instalação de tubulações para uma rede de esgoto, a
melhor solução na hora de satisfazer as seguintes relações:
58
TABELA 1
Área de
Procedimentos de Avaliação Ações preventivas
Exposição
Para problemas potencialmente bioquí- • Aumentar a alcalinidade total
micos em redes de esgoto, determinar a acrescentando agregados de calcário.
taxa de desenvolvimento ou de produção • Usar barreira de recobrimento.
de ácido, se houver algum. • Usar cimentos RS.
INTERIOR Para efluentes de tipo ácido, deter- • Aumentar a alcalinidade total
minar o pH, incluindo as variantes acrescentando agregados de calcário.
cíclicas, assim como as características • Aumentar o recobrimento do
do fluxo, sejam contínuas ou intermi- concreto.
tentes. • Usar barreira de recobrimento.
Avaliar as condições de instalação • Utilizar um material de preenchi-
desde o ponto de vista potencial, mento de calcário.
EXTERIOR
atual e futuro quanto a acidez do • Utilizar uma camada de recobrimento.
terreno. • Usar cimentos RS.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 59
Se trata de uma instituição que investe muito dinheiro para determinar os procedimentos
técnicos idôneos no momento da realização de obras de engenharia civil. Sua filosofia de
projeto é, neste sentido, a mais conservadora que se pode conceber:
• Aversão ao risco.
• Busca pela durabilidade.
• Consideração da rentabilidade do projeto a longo prazo.
No manual em pauta é apontado que “a vida útil de muitos produtos é menor do que a vida
útil de cálculo, e isto deve ser considerado no processo de projeto de análise de ciclo de vida”…
“A maioria dos estudos realizados estimam uma vida útil entre 70 e 100 anos para as
tubulações de concreto. Dentre os departamentos de estradas de rodagem de 9 estados, 3
estabeleceram uma vida útil de 100 anos, 5 entre 70 e 100, e um de 50.”
A respeito dos materiais plásticos considera-se que: “São muitos os materiais que aten-
dem à categoria genérica de plásticos. Cada um deles pode ser adequado ou inadequado
para cada aplicação particular. A aplicação histórica das tubulações de plástico é limita-
da. O projetista não deveria esperar uma vida útil superior aos 50 anos para estes mate-
riais”.
60
“A análise do projeto deveria incluir o custo inicial de construção e os custos futuros de manu-
tenção, reparação e substituição ao longo da vida útil considerada para o projeto (...) nos casos
em que seja necessário substituir os tubos instalados durante a vida útil do projeto, o projetista
deverá incluir todos os custos derivados de tal processo”.
“A escolha do material deve ser realizada considerando-se a vida útil dos materiais em questão”.
“Os condutores de drenagem devem ser posicionados e projetados de maneira que apresen-
tem o mínimo risco para a segurança das pessoas e do tráfego”.
”A escolha do material deve ser baseada na comparação dos custos totais das distintas
alternativas ao longo da vida útil do projeto, que depende dos seguintes fatores:
• Durabilidade (vida útil).
• Resistência estrutural.
• Rugosidade hidráulica.
• Condições de instalação (berço e preenchimento lateral).
• Resistência à corrosão e à abrasão.
• Requisitos para estanqueidade do sistema”.
“A escolha não deverá ser feita usando unicamente o critério do menor custo”.
Capítulo 5: Capacidade de Carga e Durabilidade
“Somente devem ser escolhidos os materiais que satisfaçam os critérios topográficos e de
projeto”.
“O condutor escolhido deve satisfazer os critérios estruturais e hidráulicos atendendo aos se-
guintes fatores:
• Custos de construção e manutenção.
• Risco de falha ou danos à propriedade.
• Segurança do tráfego.
• Considerações ambientais ou estéticas.
• Considerações políticas ou de conforto.
• Requisitos de uso do terreno”.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 61
“Os tubos de concreto armado (THA) demonstraram ser significativamente mais duradouros
que os tubos de aço corrugado (TAC)”.
“O THA são mais rentáveis, apesar dos custos de instalação dos TAC serem menores”.
“Apesar de menor, o custo inicial de instalação, o mais provável é que os TAC devam ser
instalados de uma e quatro vezes ao longo da vida útil de uma tubulação de concreto
armado”.
“O comitê considera apropriado amenizar este risco diferenciando as instalações onde as tubu-
lações rígidas e flexíveis são adequadas:
• Em vias por onde circulem mais de 3000 veículos ao dia é necessária a utilização de tu-
bos de concreto armado.
• Em vias por onde circulem mais de 1500 veículos ao dia é necessária a utilização de drenos
de concreto armado”.
“Os tubos rígidos (concreto armado) são mais tolerantes que os tubos flexíveis (plástico ou
metal corrugado), face a uma pobre compactação do terreno de preenchimento”.
“Dado o nível reduzido atual de pessoal, não é realista esperar uma inspeção contínua
das tubulações”.
62
Fonte: ACPA
“Quando a estrada for projetada para resistir a um pico anual de volume superior a 4500
veículos diários, os novos materiais utilizados na infra-estrutura de drenagem podem ser
especificados para sistemas de drenagem que não se encontrem sob a estrada” (isto implica
que o concreto armado é o único material adequado nestes casos).
“Se considera que a vida útil das tubos de concreto armado é de 100 anos”. Capítulo 5: Capacidade de Carga e Durabilidade
“Para os tubos metálicos corrugados pode considerar-se uma vida útil superior, se uma
amostra representativa do material apresenta uma vida útil superior. Para a maioria dos tubos
metálicos corrugados estudados, as tabelas de amostras apresentam uma vida útil de projeto
de 25 anos”.
“Os tubos de polietileno de alta densidade demonstraram possuir uma vida útil de projeto
de 50 anos. Não é permitido o uso destes tubos abaixo do pavimento nem seu aterramento
a grandes profundidades”.
Uma tubulação de concreto armado de 84” de diâmetro nominal (2.130 mm), que contava
44 anos em serviço, foi retirada durante a reconstrução de uma rodovia. Originalmente, o tu-
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 63
Este estudo foi finalizado em 1982, depois de 10 anos de investigação. Trata-se de um in-
forme extremamente técnico de 173 páginas, no qual são descritas as conclusões extraídas
após o estudo de 1.616 condutores de drenagem. O objeto do estudo foi tubos corru-
gados de metal e tubos de concreto armado.
A escolha dos condutores foi aleatória entre aqueles que apresentavam um diâmetro
interno maior que 42” (1.07 m). As amostras foram divididas por idade:
Foi considerado:
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
• O tamanho do tubo.
• O tipo de tubo.
• O fabricante (no caso de ter esses dados).
• O tipo de proteção do tubo.
• A espessura de cada tubo.
• A topografia geral.
• A data da inspeção.
64
(0.349(pH)1.204)7.758
Vida útil em anos
(Inclinação)0.824
O alcatrão de hulha é um líquido marrom ou negro de elevada viscosidade que possui odor de
naftalina e é formado pela união de hidrocarbonetos aromáticos, bases nitrogenadas e fenóis.
Ao aquecer carbono betuminoso em recipientes lacrados sem ar até cerca de 650 a 800 °C, o
carbono se decompõe nos seguintes produtos:
A economia gerada para a cidade, que pôde reutilizar os tubos foi de $54.500.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 65
66
CAPÍTULO 6
Segurança
Graças à rigidez dos tubos de concreto armado não ocorrem grandes deformações que possam
comprometer a estanqueidade do sistema nas juntas entre tubos ou entre tubos e poços ou
elementos auxiliares. E, sobretudo, não ocorrem situações que permitam que, dos elementos
contíguos, surjam deformações diferentes. A Norma UNE-EN 13476 classifica de maneira
diferente a classe de resistência de tubos e acessórios de plástico, pelo fato de possuírem
distintos graus de rigidez que implicam em deformações diferentes entre os lados de cada junta
que conecte o tubo a um acessório, comprometendo gravemente o estanqueidade.
O conceito de segurança é
intrínseco à criação, por
Capítulo 6: Segurança
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 67
A criação dos primeiros sistemas de esgoto obedecia as questões tanto de conforto como
de salubridade. O objetivo era libertar as ruas do constante acúmulo de resíduos e lixo, e
também proteger os cidadãos de um ambiente propício para proliferação de doenças, tais
como a cólera ou a febre amarela. Após a revolução francesa, em resposta aos surtos de
doenças graves deste tipo, que acabaram com milhares de vidas, foram constituídas as
primeiras redes de esgoto modernas, nas grandes cidades como Paris e Londres.
O avanço gerado por estas instalações, quanto ao conforto e a segurança dos cidadãos,
teve como consequência a disseminação dos sistemas de esgoto modernos, que foram
estendendo-se, primeiro pelas cidades de maior tamanho e, posteriormente por todos os
municípios dos países desenvolvidos. Atualmente, o uso das redes de esgoto está
totalmente difuso.
A ideia inicial com a qual foram construídas estas redes de esgoto, era muito simples:
Durante anos este esquema funcionou e foi ampliado à medida que a população aumenta-
va. Os volumes transportados por estas redes foram assimilados pelo ambiente próximo aos
núcleos de origem.
68
Pouco a pouco, a natureza foi avisando ao homem de que o aumento do esgoto co-
locaria o meio ambiente em sérios problemas, devido ao enorme volume de águas
residuais: a natureza já não era capaz de assimilar tal quantidade de esgoto em tempo
hábil.
O aumento da contaminação nos rios e lençóis freáticos, dos quais eram obtida a água de
consumo humano, causou uma reavaliação de conceitos, os quais, apontavam para a
construção das redes de esgoto. Foi então estabelecido um princípio básico:
NÃO contaminar
• Impermeabilizar, de ma-
neira segura, os depó-
sitos de resíduos sólidos,
tratando de seus ele-
mentos contaminantes.
• Construir Estações de
Tratamento Seguras ao
final das redes de esgoto
que conduzissem apenas
elementos (líquidos ou sóli-
dos), não contaminantes.
• Estudar as redes de
esgoto instaladas para
encontrar soluções que
as convertam em condu-
tores seguros, e não con-
taminantes.
• Construir redes de esgo-
to seguras, que garan-
tam a estanqueidade,
tanto de vazamentos,
Capítulo 6: Segurança
como de infiltrações.
Os fabricantes de tubos de
concreto armado desenvol-
veram um trabalho continu-
ado de acordo com estas de-
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 69
As Normas vigentes relativas à tubos e poços de visita de concreto UNE-EN 1916, UNE-EN
127916, UNE-EN 1917 e UNE-EN 127917 são muito exigentes na hora de garantir a
qualidade. Os requisitos mínimos que estas Normas trazem garantem um comportamento
adequado do sistema em termos de resistência mecânica e estanqueidade.
Para garantir o comportamento mecânico dos tubos de concreto armado, além de reali-
zar um cuidadoso projeto e processo de fabricação por parte do fabricante, é realizado
um controle estatístico no qual uma percentagem dos tubos, escolhidos aleatoriamente,
são submetidos a testes destrutivos para garantir que suas cargas de fissura e ruptura
estão acima daquelas determinadas pela Norma como mínimas para cada classe de
resistência.
Para garantir a estanqueidade dos tubos devem ser incorporadas juntas elastoméricas,
sem as quais um tubo de concreto armado encontra-se em desacordo com a Norma
vigente. A fim de comprovar a total estanqueidade do sistema, são realizados testes com
água ou ar, sob pressão, nos tubos individualmente e são realizados os ensaios nos
tubos alinhados, para comprovar a estanqueidade da junta.
70
6.2.1. Classificação dos Tubos de Concreto Armado de Seção Circular segundo a Nor-
ma UNE-EN 127916
TABELA 3 A
CLASSIFICAÇÃO TIPO E
Classe de Resistência
60 90 135 180
300 X V V V
400 X V V V
500 X V V V
700 X V V V
800 X V V V
900 X V V V
1000 V V V V
1100 V V V V
DN 1200 V V V V
1300 V V V V
1400 V V V V
1500 V V V V
1600 V V V V
1800 V V V V
2000 V V V A
Capítulo 6: Segurança
2500 V V A A
3000 A A A A
Naquelas combinações marcadas com “A” a Norma uNE-EN 127916 não estabelece requisitos para a armadura. Podem ser
utilizadas caso seja solicitado pela direção da obra. Nestes casos o fabricante deverá fornecer o projeto de armação dos tubos.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 71
TABELA 3 B
CLASSIFICAÇÃO TIPO A
Classe de Resistência
I II III IV V
300 X V V V V
400 X V V V V
500 X V V V V
700 X V V V V
800 X V V V V
900 V V V V V
A NDEC E, Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
1000 V V V V V
1100 V V V V V
DN 1200 V V V V V
1300 V V V V V
1400 V V V V V
1500 V V V V V
1600 V V V V V
1800 V V V V V
2000 V V V A A
2500 V V A A A
3000 A A A A A
Naquelas combinações marcadas com “A” a Norma uNE-EN 127916 não estabelece requisitos para a armadura. Podem ser
utilizadas caso seja solicitado pela direção da obra. Nestes casos o fabricante deverá fornecer o projeto armação dos
tubos.
72
Uma vez fabricados, os tubos de concreto armado deverão resistir, no mínimo, às cargas de
fissura e de ruptura que são indicadas nas tabelas 4 ou 5 segundo a classe escolhida.
TABELA 4 A: Cargas de fissura e de ruptura (em kN/m2) nos THA de seção circular segundo a classificação Tipo E (UNE 127.916).
300 / / 18 27 27 40,5 36 54
400 / / 24 36 36 54 48 72
500 / / 30 45 45 67,5 60 90
600 / / 36 54 54 81 72 108
700* / / 42 63 63 94,5 84 126
800 / / 48 72 72 108 96 144
900* 36 54 54 81 81 121,5 108 162
1000 40 60 60 90 90 135 120 180
1100* 44 66 66 99 99 148,5 132 198
1200 48 72 72 108 108 162 144 216
1300* 52 78 78 117 117 175,5 156 234
1400 56 84 84 126 126 189 168 252
1500 60 90 90 135 135 202,5 180 270
1600 64 96 96 144 144 216 192 288
1800 72 108 108 162 162 243 216** 324**
2000 80 120 120 180 180 270 ** **
Capítulo 6: Segurança
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 73
74
w w w. ande ce. o rg
TABELA 5: Cargas de fissura e de ruptura (em kN/m 2) nos THA de seção oval (UNE 127.916).
600/900 / / 36 54 54 81 72 108
700/1050 / / 42 63 63 94,5 84 126
800/1200 / / 48 72 72 108 96 144
900/1350 / / 54 81 81 121,5 108 162
1000/1500 / / 60 90 90 135 120 180
1200/1800 48 72 72 108 108 162 / /
1400/2100 56 84 84 126 126 189 / /
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 75
Se as uniões são soldadas, o sistema passa a ser longitudinalmente rígido em toda sua ex-
tensão. Se, por exemplo, os tubos são instalados com uma temperatura ambiente elevada, ao
serem enterrados, baixar sua temperatura, sofrerão contrações que resultarão em tensões
sobre as uniões rígidas, o que elevará a possibilidade de falha. O sistema terá também
maiores dificuldades para assumir qualquer bancos de terra ou buracos no terreno. Quando
estes bancos de terra ou buracos estiverem presentes, o sistema se encontrará, novamente,
sobrecarregado em algumas áreas conforme a situação de projeto.
Cada fabricante pode ter seu projeto particular de junta, e fabricá-la em borracha natural
(SBR), borracha etileno (EPDM) ou borracha acrilonitrila butadieno (ABS), desde que sempre
haja a garantia da estanqueidade do sistema de acordo com a Norma.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
FigurA. 1: uniões flexíveis com tubos de concreto com encaixe tipo ponta e bolsa.
FigurA 2: uniões flexíveis com tubos de concreto com encaixe tipo macho e fêmea.
FigurA 3: Comparação entre uniões flexíveis nos tubos de concreto com encaixe tipo ponta e bolsa e do tipo macho e fêmea.
76
Na Figura 4 são detalhadas 3 formas de união entre tubos com diferentes tipos de juntas.
Juntas delta
ou arpão
Junta localizada
na ponta interna
da fêmea
União
entre
módulos de
poços de
visita
Capítulo 6: Segurança
• Juntas delta ou arpão: Podem ser de distinta geometria, de acordo com o fabricante.
São posicionadas na extremidade da ponta do tubo. Para o uso deste tipo de junta é requerido
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 77
que a ponta tenha um rebaixo ou seja acanalada. Deve ser aplicado um lubrificante
na bolsa do outro tubo a ser unido. (Figura 4, parte superior).
• Junta disposta na extremidade da fêmea: Como nos dos casos anteriores, a geometria é
desenhada pelo fabricante. Neste caso se adota a disposição contrária: a junta será instalada
na extremidade da fêmea (com superfície acanalada), sendo aplicado o lubrificante na
extremidade do macho do outro tubo a ser unido. (Figura 4, parte inferior).
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
As uniões entre os módulos que formam os poços de visita deverão também incorporar
uma junta elastomérica, de forma que assegure a estanqueidade entre os diferentes
elementos. Existem diversos acabamentos para os módulos que permitem alojar as juntas
de maneira funcional e segura. (Figura 5)
78
• Teste hidrostático: cada tubo é preenchido com água e submetido a uma pressão de
50 kPa durante 15 minutos (5 metros de coluna de água).
• Teste de estanqueidade de junta:
Capítulo 6: Segurança
(*) Dados extraídos da publicação “recomendações para tubos de concreto armado em redes de esgoto e drenagem”
publicado pelo Ministério dos Transportes – Ministério de Meio ambiente e pelo Centro de Estudos e Experimentos de Obras
Públicas CEDEX.- Novembro de 2005
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 79
- Sob desvio angular e esforço cortante: Combinação dos dois testes anteriores.
Fonte: ACPA
precisam de pessoal
especializado nem cer-
tificado mediante algum título específico de instalação. Unicamente deve ser cumprida a
Norma UNE EN 1610 e as recomendações do fabricante.
80
Para minimizar o risco de falha, os fabricantes destes tipos de tubos, recomendam seu reco-
brimento por concreto, fazendo com o que a tubulação se converta em um cofre moldado.
Com este exemplo, queremos destacar a importância que tem para o bom funcionamento
de uma rede de esgoto, o conceito de “segurança em serviço”. Este conceito é, em muitos
casos, independente dos cálculos realizados para o dimensionamento da rede.
critos anteriormente, a
união entre os tubos e
módulos do poço, rea-
lizada mediante juntas
elastoméricas é estan-
que. Fonte: ACPA
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 81
82
CAPÍTULO 7
A velocidade com que uma sociedade evolui para níveis de melhor situação econômica se reflete
no contínuo aumento da qualidade de vida dos indivíduos que a compõem. Na melhoria do am-
biente em que o indivíduo desenvolve sua vida: seu trabalho, sua residência, sua educação, o sis-
tema de saúde do qual desfruta, a organização e serviços prestados por sua cidade ou seu país…
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 83
As obras de hoje não são realizadas mediante o uso de uma grande quantidade de mão de
obra. O maquinário foi, pouco a pouco, colocando-se a serviço do ser humano. Livrando-o
daquelas atividades que exigiam um desgaste físico excessivo. Atualmente é perceptível,
segundo a legislação relativa ao manuseio de cargas, a utilização do maquinário necessário
para o movimento de cargas pesadas.
A dor nas costas devido ao manuseio de cargas é um dos principais problemas de saúde
relacionados ao trabalho. Devido a isso, na União Européia, têm sido desenvolvidas
Normas tendentes a resguardar a saúde dos operários.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
20 Kg 10 Kg
“O risco de sofrer uma lesão nas costas au- Altura do cotovelo
menta se a carga é:
25 Kg 15 Kg
• Pesada demais: não existe um limite de Altura da mão
peso para que uma carga seja segura,
porém, um peso de 20-25 kg é difícil de 20 Kg 10 Kg
ser erguido pela maioria das pessoas. Altura sob o joelho
• Grande demais: se a carga é grande, não
é possível seguir as instruções básicas 10 Kg 5 Kg
84
7.2. Peso dos tubos utilizados nas redes de esgoto sanitário e drenagem
Por volta dos anos 60 ou 70, certo fabricante de tubos de PVC indicou em seu catálogo que
os tubos fabricados (diâmetro exterior máximo, aproximado de 160 / 200mm) eram mais
leves e de mais fácil manuseio que os tradicionais de concreto simples que se encon-
travam no mercado, e assim foram aceitos. Naquela época, essa afirmação estava certa.
Atualmente, para grandes e médios diâmetros, essa afirmação não é válida, já que os tubos
de plásticos são, funcionalmente, exatamente iguais de manusear que os de concreto.
Capítulo 7: Manuseio e Leveza
A partir do ponto de vista da leveza, o argumento utilizado era aceitável, já que era possível
que estes tubos fossem manuseados por duas pessoas, não sendo necessário o uso de
maquinário para sua descarga, repartição e colocação na vala.
O aumento do consumo de tubos para esgoto fez com que os fabricantes que utilizavam
outros materiais, não tradicionais e ecológicos, na composição de seus tubos (PVC, PE, PP, PRV,
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 85
etc.) fossem pouco a pouco introduzindo-se em setores de mercado nos quais anteriormente
não estavam presentes, aumentando, de ano em ano, o diâmetro de seus tubos. E com este
aumento, seus tubos foram perdendo suas características de fácil manuseio e leveza.
Como exemplo, à seguir são expostos os pesos apresentados, para diferentes diâmetros
nominais, pelos tubos de PVC compacto e de poliéster com fibra de vidro, projetados para
ser usados em sistemas de esgoto, encontrados no mercado atualmente:
Ø
Tipo de Tubo Kg/m Kg/Tubo
Externo Tubo
Tubo PVC Compacto Série 4 200 4,50 6 m. 27,00
Tubo PVC Compacto Série 4 250 7,20 6 m. 43,20
Tubo PVC Compacto Série 4 315 11,10 6 m. 66,60
Tubo PVC Compacto Série 4 400 17,90 6 m. 107,40
Tubo PVC Compacto Série 4 630 44,20 6 m. 265,20
Tubo PVC Compacto Série 4 800 71,30 6 m. 427,80
Ø
Tipo de Tubo Kg/m Kg/Tubo
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
Externo Tubo
Tubo Poliéster - PRV 200 6,40 6 m. 38,40
Tubo Poliéster - PRV 250 8,10 6 m. 48,60
Tubo Poliéster - PRV 300 10,00 6 m. 60,00
Tubo Poliéster - PRV 400 17,40 6 m. 104,40
Tubo Poliéster - PRV 600 34,90 6 m. 209,40
Tubo Poliéster - PRV 800 61,10 6 m. 366,60
86
• As atuais Normas de
segurança e saúde
no trabalho impli-
cam que a deno-
No transporte de tubos plásticos também se utiliza maquinário, da mesma minação dos tubos
forma como ocorre com os tubos de concreto plásticos como...
manuseáveis
LEVES
A necessidade de utilizar máquinas para manejo dos tubos plásticos, os iguala aos
tubos de concreto no que se refere ao manuseio.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 87
88
CAPÍTULO 8
No caso dos tubos de plásticos, uma correta implementação é, tal como explicado no
Capítulo 5, mais crítica, face ao correto comportamento estrutural do sistema e a sua
integridade, do que a correta fabricação do tubo. O controle que deve ser realizado na
instalação de um sistema executado com tubos plásticos, para cumprir com os
parâmetros do projeto envolve um grande aumento de custo do projeto e uma
expansão de seus prazos de execução, que necessitam de condições mais laxistas, o que
também se traduz em custo.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 89
8.2. Implementação
À respeito dos itens a) e b), fato é subentendido que todo fabricante responsável cuida
de seu produto e o entrega de acordo com as Normas vigentes.
Para os itens c), e d), é repassado ao leitor o que é indicado no Manual Técnico, editado
pela ASETUB (Associação Espanhola de Fabricantes de Tubos Plásticos) para tubos de PVC.
Não se pode esquecer que à medida que a sua espessura é diminuída, aumentam-se as
precauções a serem tomadas.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
“No carregamento, transporte e descarga dos tubos e acessórios são utilizados os meios ade-
quados e tomadas as precauções necessárias para evitar danos e degradação dos mesmos”.
• "Os veículos devem ter uma superfície livre horizontal, plana, livre de pregos ou outros
elementos que possam danificar os tubos. Os tubos soltos devem estar apoiados em
toda sua extensão, para uma melhor distribuição das cargas."
• "Deve ser evitado que os tubos sobressaiam à plataforma do caminhão,
deixando uma extremidade em balanço."
• "Os tubos com alta rigidez deverão ficar na parte inferior da carga, e os de baixa
rigidez, na parte superior."
• "Quando se realiza o carregamento de tubos com bolsa, os tubos devem ser colocados
no veículo de forma que as bolsas não sejam submetidas a cargas excessivas."
• "A carga deve ser presa sobre os veículos, sem utilizar elementos como correntes e ou
cordas, em contato com os tubos, pois podem danificá-los. É recomendado o uso de
fitas ou cintas evitando o ajuste excessivo."
90
• "A descarga dos tubos e acessórios deve ser realizada ordenadamente, evitando atirá-
los do caminhão ao solo, ou golpeá-los violentamente."
“O empilhamento dos
tubos com bolsa deve
ser realizado alter-
nando as bolsas e
deixando-as sobressair
para que os tubos se
Capítulo 8: Implementação dos Sistemas de Esgoto
apóiem ao longo de
toda sua geratriz”. Fonte: ACPA
“Os tubos de PVC-U devem ser mantidos protegidos dos raios solares, isto é particular-
mente importante em épocas de maior radiação solar ou quando são previstos longos pe-
ríodos de armazenamento. Neste caso é recomendada uma proteção adequada por meio
de uma coberta opaca com livre circulação de ar (tipo lona)”.
“Os tubos armazenados devem estar situados de tal forma que combustíveis, dissolven-
tes, colas, pinturas agressivas, etc., não entrem em contato com os mesmos”.
“Não deve ser permitida a armazenagem de tubos em zonas onde possam ter contato com
outras conduções de vapor ou água quente assegurando-se de que a temperatura da
superfície externa do tubo não alcance os 45ºC”.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 91
Dentre os parágrafos anteriores alguns pontos que, por suas importantes implicações,
foi considerado pertinente a ser destado.
Ainda, existem muitas outras perguntas que podem surgir de todas as considerações
extraídas do manual da ASETUB. A primeira é se, geralmente, são observadas estas Normas
de boa prática e de senso comum. A resposta é que, geralmente, não. Porém, mesmo tendo
observado atentamente e seguido rigorosamente estas regras: Pode a condição de
flexibilidade de um tubo de plástico garantir sua recuperação depois de certo impacto ou
esmagamento? Os operários da obra estão capacitados para reconhecer com facilidade se
o acidente excedeu o limite elástico do tubo? Isso seria possível mediante uma mera
inspeção visual?
92
O tubo de concreto pode ser colocado sobre um preenchimento de apoio que pode ser
de concreto, usualmente em massa, ou de material granular compactado. A altura de tal
preenchimento é o que determina o fator de apoio que, como mencionado anterior-
mente, é a relação entre a carga admissível do tubo instalado e a carga admissível do
ensaio de compressão diametral.
Como material para preenchimento lateral e preenchimento de cobertura, pode ser apro-
veitado o terreno natural obtido ao escavar a vala, dada a pequena contribuição de ambos
à resposta mecânica da condução.
Por outro lado e, salvo quando o terreno é de muito boa qualidade, os preenchimentos la-
terais e de cobertura devem ser selecionados, isentos de pedras, com uma classe
granulométrica de 20mm como máximo (Página 306 do Manual Técnico da ASE-TUB), o
que encarece a obra, já que causa um desequilíbrio pela quantidade de movimentação de
solo, e diminui a sustentabilidade deste tipo de sistemas de tubos.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 93
controle na obra. Isto se deve ao maior fator crítico de sua instalação e a inevitável ne-
cessidade de compactação de todo o material envolto ao tubo, assim como a obrigato-
riedade de aplicar material selecionado de preenchimento.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
94
CAPÍTULO 9
Custos
As tubulações de concreto
armado são altamente com-
petitivas em termos econô-
micos. Para as classes maiores
de diâmetros comercializados
no mercado das tubulações de
esgoto, a compra de um metro de tubulação de concreto armado é mais econômica que a
compra de uma tubulação de plástico. E, inclusive naqueles casos onde os tubos plásticos são
mais baratos, ao se formalizar o orçamento, o custo de um mesmo projeto (preço das
unidades de obra) executado com tubos plásticos, se observa que normalmente é superior
ao de um sistema executado com tubos de concreto armado (desde que sejam cumpridas as
condições de instalação fixadas pelas Normas UNE-EN 13476 e UNE-EN 1610).
Para os tubos de diâmetros pequenos pode ocorrer o caso no qual o custo de projeto seja
menor para uma tubulação de plástico do que para uma de concreto. Deve ser consi-
derado, tanto nesta hipótese como nas anteriores, um conceito fundamental: o custo de
amortização.
O custo de amortização é a ferramenta que deve ser utilizada quando se deseja comparar a
Capítulo 9: Custos
rentabilidade de várias opções de investimentos. Dado que a vida útil de uma tubulação de
concreto armado é o dobro da de uma tubulação de plástico (como observado no Capítulo 5,
uma tubulação de concreto armado garante uma vida útil com o mínimo de 40% maior que
uma tubulação de plástico). O custo de amortização de uma tubulação de concreto armado
(custo repercutido sobre cada ano de serviço da tubulação) é sempre menor.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 95
A vida útil dos tubos de concreto pode ser considerada de 100 anos, segundo o U.S. Army
Corps of Engineers (Corpo de Engenheiros do Exército Americano). Na Espanha, quando
respeitada a Norma atual, pode ser garantido um mínimo de 70 anos.
96
O fato de que tubos plásticos de pequenos diâmetros pesarem menos, pode nos levar à errônea
conclusão de que com elas conseguiremos uma importante economia. Se tivermos em conta o
aporte total da instalação: não apenas do tubo e sua implementação, mas também de outros
custos derivados, estritamente necessários para uma correta instalação dos tubos plásticos, tais
Capítulo 9: Custos
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 97
Quando se contempla a instalação de tubos que, por seu grande diâmetro necessitem de
equipamentos mecânicos para o seu manuseio, o conceito de peso desaparece. A dife-
rença que resulta, em termos econômicos, de manusear com uma máquina 500 ou 800Kg,
é desprezável, já que os custos associados à utilização de uma máquina estão relacionadas
ao tempo que está trabalhando e não do peso a ser manuseado.
Os tubos de concreto armado são recicláveis. Enquanto o custo energético que com-
preende a reciclagem de um tubo plástico é muito alto, o custo associado à reciclagem do
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
concreto é baixo.
Quando estas condições não forem satisfeitas, a brita obtida pode ser utilizada, por
exemplo, como base firme para estradas.
Além disso, as tubulações de concreto são reutilizáveis. Dentro do marco de sua vida útil,
podem passar a fazer parte de qualquer outro novo sistema de esgoto após terem sido
desenterradas.
98
Se o técnico cair na tentação de usar um critério meramente baseado nos preços de compra
pode estar cometendo um grave erro. Sirvam de exemplo os seguintes casos:
Estes tubos começaram a ter problemas com o decurso do tempo, porque, diante das
exigências às quais o sistema estava submetido, o perfil, tensionado desde sua fabri-
cação, se soltou e começou a desaparecer em alguns trechos. Isto representaria um
custo significativo em termos de manuten-
ção e reparos.
II CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 99
Os sistemas de esgoto realizados com tubos plásticos nos quais não foram realizadas
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
Isto, por infortúnio, é a prática comum em nosso país. Nossas pesquisas indicam que o
mais frequente é que os instaladores procedam a colocação dos tubos plásticos de
maneira exatamente igual as de tubos de concreto.
100
Estas instalações mal executadas são como uma bomba-relógio. Novamente, os custos de
reparação ou substituição são enormes no momento em que essas falhas ocorrem,
geralmente muito antes de que se cumpra a vida útil para a qual o sistema foi projetado.
Naqueles terrenos que contém pedras com granulometria superior ou igual a 20mm
(não existem muitos terrenos não selecionados que satisfazem esta condição), se o
tubo a ser instalado é de plástico, não se deve utilizar o solo extraído da vala para
realizar o leito e cobertura do tubo.
material seleciona-
Além disso, o solo de preenchimento
do não é em abso-
luto desprezível. Mas apresenta pedras de tamanho muito
sem dúvida, o custo superior aos 2cm máximos reco-
de substituição dos mendados.
Os tubos de concreto armado não possuem nenhum tipo de limitação com relação ao
solo de preenchimento a ser utilizado.
• Tubos de plásticos que não receberam o devido cuidado durante seu armazenamento
Se for unido um tubo que apresenta uma deformação inicial com outro que não se
esteja deformado, a união entre ambos apresentará sérios problemas para manter a
estanqueidade, seja qual for o sistema de juntas utilizado. Estes vazamentos não
apenas comprometem a segurança ambiental, mas também o correto funcionamento
das estações de tratamento (infiltrações) e o correto escoamento das águas residuais
(penetração de raízes ou terreno de enchimento que podem bloquear a tubulação).
Nas ocasiões nas quais o sistema entra em carga, existe o risco do terreno envolto da
junta com problema seja socavado, o que pode provocar soterramento ou até o
colapso do terreno sobre a condução.
102
O fenômeno do "corrugation
growth" pode agravar os
problemas que, por si, já
poderiam produzir os efeitos
da abrasão sobre as finas
paredes internas destes tubos.
Os pontos mecanicamente
mais debilitados da parede
interna são, precisamen-
te, aqueles onde as pa-
redes internas e externas
estão em contato.
Não somente por serem os que
sofrem maiores deformações
(e portanto, suportam maiores tensões). O processo no qual une as paredes internas e
externas, mediante processos térmicos semelhantes à soldagem, geram uma
debilitação intrínseca desta área em relação ao resto da estrutura da parede. E são
precisamente estes pontos os que mais sofrem os efeitos da abrasão, por estarem mais
expostos ao fluxo.
A partir de um ponto de vista pouco especulativo (até agora só existem indícios: a opinião
de reputados cientistas e algumas resoluções de organizações como as Nações Unidas)
pode-se dizer que os efeitos da contaminação e do aquecimento global podem ser muito
consumo energético é moderado. Além disso, são recicláveis e este processo de reci-
clagem não requer uma elevada aplicação energética. Por último, podem ser reutilizáveis,
enquanto os tubos plásticos não.
104
A produção dos tubos de concreto armado, assim como a mão de obra utilizada, é local.
Sempre se pode encontrar uma fábrica de tubos de concreto armado próximo de onde
forem utiliza-los.
A durabilidade dos tubos de concreto armado é muito superior a dos tubos de plásticos, o
que lhes atribui um valor extra como solução sustentável em termos econômicos,
ambientais e sociais.
Os tubos de concreto armado são recicláveis e reutilizáveis. Enquanto que a energia neces-
sária para reciclar o material de um tubo de plástico é muito grande, as necessidades
energéticas do processo de reciclagem do concreto são modestas.
A ND EC E, Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
106
CAPÍTULO 10
Como definição inteligível dos conceitos anteriores foi assumido, posteriormente, o Princí-
pio nº 3 da Declaração do Rio (1992), que entende a sustentabilidade como:
Nações Unidas, pediu um relatório que atualizasse nossos princípios éticos e estabelecesse
os princípios de uma sociedade sustentável.
“A Terra é nosso lar. Está viva com uma comunidade vida única. As forças da na-
tureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra forneceu as
condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da
comunidade de vidas e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de
uma biosfera saudável, com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de
plantas e animais, terras férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global,
com seus recursos finitos, é uma preocupação comum para todos os povos. A
proteção da vitalidade, a diversidade e a beleza da Terra é um dever sagrado.
108
Entre 1998 e 2001 o DTI – Department of Trade and Industry (Departamento de Comércio e
Indústria) do Reino Unido, organização de prestígio imparcial, financiou um estudo
realizado pela consultora holandesa independente INTRON. Neste estudo é comparada a
sustentabilidade de 7 tipos de tubos fabricados com distintos materiais com base no
método LCCA - Life Cycle Cost Analysis (Análise de Custo do Ciclo de Vida). O estudo ficou a
cargo da Concrete Pipe Association (Associação de Tubos de Concreto) do Reino Unido e,
como o objetivo principal era realizar um estudo de qualidade, aberto e transparente, foi
requisitado à Building Research Establishment (BRE), que o revisasse de uma maneira
crítica(*).
As características do estudo das conduções foram as seguintes (idênticas para todos os
materiais analisados):
Capítulo 10: Sustentabilidade
1 km
Em lâmina livre
Ambiente não agressivo
DN 300 e DN 450
1 a cada 100 m
50 anos
(*) Em caso de interesse pelo mencionado estudo, a ANDECE pode fornecê-lo sem custo algum. Solicite-o
• Extração de matérias-primas.
• Fabricação de todos os componentes da condução.
• Transporte de tais componentes até a obra.
- A distância média de transporte para os tubos de concreto e poços foi igualmente
tomada por 130Km. O número de fábricas que produzem tubos plásticos é menor
que o daquelas que produzem tubos de concreto, pois a distância de transporte
foi considerada igual ao dobro, ou seja, 260km.
Para os tubos plásticos o fator limitante para o transporte é o volume. No caso
das tubos de concreto é o peso.
• Construção da condução na obra.
- Foi assumido que o procedimento de construção e a qualidade do terreno de enchi-
mento eram os mesmos para todos os materiais. A distância de transporte média de tal
solo de reaterro foi considerado igual a 25km.
• Uso e manutenção da condução: Foi estabelecido em 50 anos.
- Foi considerado para este estudo que as condições de manutenção são similares
para todos os materiais.
• Demolição ou abandono do sistema:
- Chegou-se à conclusão de que não se trata de um fator discriminante.
110
Necessidade de recursos
As matérias-primas
que são utilizadas na Recursos
pré-fabricação de 0,6
concreto são natu-
rais, abundantes e não 0,5
Tubos de Cerâmica
midos e os impactos 0,2
energéticos gerados
0,1
no processo, distri-
buídos pela vida útil 1 2 3 4 5 6 7
do produto são
menores que os
produzidos por outros EnergIa Consumida
produtos alternativos.
3
1,5
consumo. A eficácia
Tubos de Cerâmica
Tubos de Concreto
alcançada no proces- 1
so produtivo dos pré-
0,5
fabricados de concre-
to permitem a otimi- 1 2 3 4 5 6 7
zação do uso do
cimento, principal
componente consu- EmiSSÕES À AtmOsfera
midor de energia em
1,2
sua fabricação.
1
Capítulo 10: Sustentabilidade
Tubos de PVC de parede compacta
emissões à atmosfera
0,8
Tubos de PVC de Dupla Parede
Podemos comprovar
Tuboshelicoidais de PEAD (PE HD)
Tubos de PVC Estruturado
Desperdício rESÍDuOS
Os tubos de concreto 30
são os que mais
25
produzem resíduos
Considerações sociais
A grande acessibilidade às matérias-primas, as quais podem ser encontradas nas
A NDEC E, Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
112
Além disso, constata-se que, no universo dos tubos plásticos, os fabricados em PVC são os que
apresentam uma menor compatibilidade ambiental, tal como indicado por outros fabricantes
de tubos plástico de polietileno e polipropileno.
Desde 1987, mais de duzentos municípios da Alemanha e muitos outros países europeus
proibiram ou restringiram a utilização de elementos fabricados com PVC (tubos, conexões,
etc.) como material de construção nas obras públicas. Esta iniciativa surgiu na cidade
alemã de Bielefeld depois de um incêndio em um prédio público, onde ocorreram graves
danos materiais devido à corrosão por ácido clorídrico. Investigações posteriores
mostraram outros problemas como contaminação por dioxinas.
Diante de todo o exposto pode-se dizer que os tubos de concreto são produtos que respei-
tam o meio ambiente, fabricados com produtos naturais e não contaminantes, presentes em
nosso planeta no mesmo estado em que se encontram como produto final e que
cumprem com perfeição as exigências expressas no relatório Brundtland:
Esta afirmação, tão simples e ao mesmo tempo tão importante, não pode ser feita pelos fabrican-
tes de tubos de plástico. Todas elas utilizam derivados de um combustível fóssil como o petróleo:
Capítulo 10: Sustentabilidade
• Tubos de PVC: a matéria-prima é produzida com uso de etileno e cloro, este último
altamente contaminante.
Nesse ponto do Século XXI, por sorte ou por infelicidade, já são conhecidos os efeitos
produzidos sobre o Meio Ambiente das indústrias que utilizam, para a fabricação de seus
produtos, derivados da petroquímica e do cloro.
“O homem é o maior contribuinte, com suas decisões, em prejudicar o atual Meio Am-
biente”
114
Os tubos plásticos possuem, como todo produto, seu campo adequado de aplicação. Mas
este, na grande maioria dos casos, sem dúvida, não é o das instalações de esgoto e
drenagem.
Os tubos de concreto armado representam, por si próprios, uma boa solução face a luta
que os responsáveis pelas obras enfrentam contra o tempo. Mais ainda quando utilizados
dentro dos centros urbanos. Ao tratar-se de estruturas autoportantes, uma vez situado o
tubo sobre seu leito de areia, somente cabe realizar o preenchimento e a compactação do
terreno até chegar à reposição da superfície, reduzindo o tempo de obra que causa
transtornos à cidade e gera perdas econômicas e de qualidade de vida para os cidadãos.
A união mediante junta elástica dos tubos de concreto armado, entre si e com os poços de
visita e com peças especiais, torna uma rede de esgoto realizada com elementos pré-
fabricados de concreto um conjunto a prova de vazamento, formado por uma estrutura
auto resistente e que irá melhorar suas propriedades ao longo do tempo. Não deve se es-
quecer que enquanto as propriedades dos tubos plásticos decrescem, as do concreto,
crescem.
instalação, que devem ser seguidas por tubos, poços e peças especiais fabricadas em
concreto armado (Normas UNE-EN 1916 e 1917, UNE 127916 e 127917, e EN1610).
Alguns fabricantes, cujo número aumenta a cada dia, além do controle interno da qualidade
de seus produtos, estão obtendo as Marcas de Qualidade de produto através das empresas
homologadas para tanto, que certificam, não apenas a qualidade dos produtos, mas tam-
bém a credibilidade dos processos.
116
CAPÍTULO 11
Quando um técnico tem diante de si o projeto de uma rede de esgoto, deve ponderar
muito bem qual é a solução que melhor se ajusta às necessidades do projeto (diâmetros
necessários, classe de resistência, tipo de terreno, etc.). Os tubos mais apropriados para
um projeto são os que melhor cumprem, em conjunto, os seguintes requisitos:
• Custo:
- No projeto.
- Em uso.
Capacidade hidráulica
Todos os tipos de tubos para esgoto em serviço possuem o mesmo coeficiente “n”
de Manning, seja qual for o material do qual são compostos.
118
Estabilidade
Quando um sistema de
esgoto for instalado
abaixo do nível do lençol
freático, seja casualmente
(chuvas) ou permanen-
temente, a água exterior
exerce uma pressão sobre
a tubulação que pode
chegar a desestabilizá-la.
• Os tubos plásticos
podem apresentar
sérios problemas de
flutuação devido a seu
peso inferior. Neste
caso, a única solução
para garantir a esta-
bilidade do sistema é seu travamento em um leito de concreto mediante amarras.
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
• Os tubos de concreto armado são estruturalmente estáveis. Uma vez instalados seu
próprio peso se encarrega de que se mantenham na posição adequada, pois não são
afetados pelos pequenos assentamentos do terreno nem pela pressão exercida pela
água.
120
Abrasão
• A Norma UNE-EN 13476 determina as espessuras mínimas admissí-
veis entre 1 e 5mm (DN110 e DN1200, respectivamente) para tubos
plásticos.
Limpeza
• Os tubos de concreto armado aguentam a ação de
jatos a uma pressão superior a 300bar.
Estabilidade térmica
Todas as tubulações podem ser afetadas pela radiação solar ou pelas altas
temperaturas durante sua estocagem na obra. Em certas ocasiões, seja por projeto ou
acidentalmente, os condutores podem transportar substâncias inflamáveis.
• Se uma condução de plástico sofrer ação do fogo, isto gerará, sem nenhuma
AN DE CE , Associação Nacional de Pré-fabricados e Derivados de Cimento
122
Manuseio e peso
A maior parte de baixas trabalhistas estão relacionadas com problemas nas costas. Estas
baixas, além de ameaçar a saúde dos trabalhadores, geram um enorme custo tanto para
as empresas como para os contribuintes.
• As leis de prevenção
de riscos laborais es-
tabelecem as cargas
máximas que uma
pessoa pode erguer.
A tendência em toda
Europa é estabelecer
o limite de 25kg.
• Os custos de manu-
seio de cargas com
maquinário estão
associados à quan-
tidade de tempo de
uso do mesmo, e
não ao peso da car-
ga manuseada.
Segurança
• Os tubos de concreto armado incorporam, em cada uma de suas uniões, juntas elasto-
méricas que garantem a estanqueidade. Os tubos de plástico contemplam este tipo de
união, mas também outros, como a união soldada, que pode apresentar problemas
ante a assentamentos do terreno ou contrações (se instalado o tubo aquecido devido
às condições ambientais durante a estocagem).
• Os tubos de concreto armado são rígidos. Praticamente não se deformam, sendo que o
sistema de uniões com juntas elastoméricas garante a estanqueidade. Os tubos
plásticos sofrem grandes deformações (de até 15%), onde o correto funcionamento
destas juntas se torna seriamente comprometido.
124
Sustentabilidade
• Os tubos de concreto armado possuem uma vida útil muito superior aos tubos
plásticos.
Custos
• Para os demais casos, os tubos de concreto ainda são mais baratos em termos de custo
de amortização (trata-se de considerar o custo da instalação por ano de vida útil) já que
a duração dos tubos de concreto armado é no mínimo 40% (pode chegar até 50%)
superior a dos tubos plásticos.
• Os sistemas de esgoto de plástico são menos confiáveis que os de concreto, já que sua
integridade estrutural e garantia de estanqueidade é menor, sendo que o gasto em
tarefas de manutenção é muito superior.
126
BIBLIOGRAFIA
127