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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA – CAMPUS DE VÁRZEA GRANDE


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

MEURY JOICY BIAZATTI

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FILTRAÇÃO


FILTROS DE MANGA
Aplicação: Controle de emissões atmosféricas com particulados de cimento

CUIABÁ-MT
2019
MEURY JOICY BIAZATTI

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FILTRAÇÃO


FILTROS DE MANGA
Aplicação: Controle de emissões atmosféricas com particulados de cimento

Trabalho apresentado à disciplina de Operações


Unitárias I para conclusão da disciplina no curso
de Engenharia Química da Faculdade de
Engenharia de Várzea Grande da Universidade
Federal de Mato Grosso.

Orientador: Alfredo dos Santos Weber

CUIABÁ-MT
2019
SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................................. 4
1.1. Apresentação de tecnologia ............................................................................................. 4
1.2. Abordagem físico-matemática......................................................................................... 7
1.3. Aplicações industriais ...................................................................................................... 9
2. Equacionamento da operação ............................................................................................. 10
2.1. Hipóteses e abordagens matemáticas ............................................................................ 10
2.2. Equações de operação .................................................................................................... 12
3. Análise do sistema .............................................................................................................. 12
3.1. Dados do projeto: .......................................................................................................... 12
3.2. Influencia dos fatores na eficiência da filtragem ........................................................... 13
Referências ............................................................................................................................... 15
ANEXO 1 ................................................................................................................................. 17

3
1 Introdução
1.1.Apresentação de tecnologia
A poluição do ar é considerada o produto indesejável mais visível da civilização. O ar
poluído é formado por componentes na forma de sólidos, líquidos gases ou vapores,
denominados particulados (HINDS, 1999).
A contínua descarga de poluentes na atmosfera tem acarretado em diversas
modificações climáticas, além de ser prejudicial à saúde humana. Este fato resulta no
surgimento de restrições e leis ambientais cada vez mais rígidas, tornando essencial a
instalações de equipamentos que filtrem esses resíduos, diminuindo-os ou eliminando-os
(BARBOSA & SILVA, 2013).
Dentro desse contexto, a filtração é definida como um processo de separação de
partículas dispersas em um fluido através de meios porosos, e caracteriza uma técnica
relativamente simples, versátil e econômica. A filtração é utilizada em diversas aplicações,
tais como proteção respiratória, limpeza de ar dos efluentes de caldeiras, processo com
materiais nucleares, limpezas de salas e recuperação de materiais particulados (HINDS,
1999).
A filtração pode ser rotulada em duas categorias, de acordo com o que acontece com o
meio filtrante, sendo a “deep filtration”, que ocorre dentro do meio filtrante, ou a “cake
filtration”, que advém na superfície do filtro, após a formação de uma camada de pó derivada
da captura de partículas. Este último tipo de filtração é o mais comum industrialmente, porém
há um aumento da perda de carga nesses casos, justamente pelo aumento da espessura da
torta. Portanto, esse acúmulo de particulado deve ser removido periodicamente para manter a
queda de pressão pelo filtro dentro dos limites práticos de operação (TIENI, 2005).
Um dos filtros mais eficientes para coleta de partículas a partir da filtração superficial,
quando se tem o fluido como ar, é o filtro de tecido ou filtro de manga, que é inclusive o mais
comum em sistemas de filtração para controle de poluição do ar (HESKRTH, 1996).
Durante o funcionamento em filtros de mangas, o gás poluído passa pelo tecido ou
também chamada manga, que, por sua vez, retém os particulados. Depois de vários ciclos de
filtração, uma fração dessas partículas fica presa permanentemente no tecido, formando a
torta de filtração, que junto com o tecido constituem o meio filtrante definitivo. Essa
construção é a razão da alta eficiência dos filtros de mangas, chegando a 99%, na filtragem de
partículas pequenas (LORA, 2002).

4
O tecido utilizado na filtração depende da temperatura e acidez do gás filtrado, das
propriedades do pó, da razão de filtração gás/tecido, do tipo de limpeza do sistema, e da
geometria do coletor de pó. Esta escolha é determinante no desempenho de um filtro (TIENI,
2005).
A produção de tecidos se inicia com uma unidade estrutural básica, denominada fibra,
que pode ser originaria da natura ou de processos industrializados. As fibras naturais oriundas
de algodão e lã, por exemplo, são de alta qualidade, mas apresentam limitações de
temperatura. Por motivos como este, houve uma grande preocupação quanto ao
desenvolvimento de fibras sintéticas, como nylon, poliéster, acrílico e outras, que resistam a
condições elevadas de temperaturas, ataque químico, apresentando também um menor custo e
menor diâmetro de fibras (MARTINS, 2001).
Os tecidos utilizados nos filtros de mangas são produzidos em sua maioria a partir do
trançado de fibras, que oferecem baixa resistência ao fluxo de gás e possui acabamento
flexível com boas características de liberação. Já os nãos trançados são mais indicados para
filtros de mangas com sistema de limpeza por jato pulsante (MARTINS, 2001).
Pode haver um tratamento posterior aos tecidos, com diversos intuitos. Os tecidos
podem ser tratados com silicone para facilitar a liberação da torta, podem também ser lavados
antes da operação para evitar encolhimento, ou passarem por tratamentos térmicos, físicos e
químicos, como a calandragem, onde os tecidos passam por rolos para uniformizar a
superfície, dentre outras operações (TIENI, 2005).
Finalmente, devem-se considerar alguns fatores para o encurtamento útil e operacional
de uma manga, bem como as condições de fluxo de gás, o fator mais preocupante que leva em
conta a temperatura que o tecido suporta, sendo possível até mesmo resfriar o gás antes de
filtra-lo, mas garantir que o mesmo não possua umidade e ácidos condensáveis. O tecido deve
aguentar também a abrasão, resultada da fricção ente as mangas, vibrações e impactos do gás.
Ademais, a durabilidade do tecido é influenciada diretamente com a concretização da limpeza
(TIENI, 2005).
A limpeza é um dos fatores mais importantes a serem considerados num filtro de
manga, visto que se a mesma não for adequada, ela provoca um acréscimo da queda de
pressão residual ou danifica o filtro. As principais formas de limpeza dos filtros são: vibração
mecânica, pulso de ar reverso e fluxo de ar reverso (TIENI, 2005).
O sacudimento mecânico envolve a remoção do pó por agitação horizontal ou vertical,
e não tem resultado quando o particulado consiste em partículas aderentes. O ar reverso, por

5
sua vez, baseia-se na retirada dos sólidos pela inversão do sentido do fluxo do ar, e é
preferível em operações com baixas vazões. E, por fim, o jato pulsante de ar comprimido, o
mais utilizado, consiste em um tubo de Venturi acoplado ao topo de cada manga que gera um
jato de ar que percorre toda a extensão do tecido, expandindo-a e fazendo com que a camada
presa ao tecido se desprenda (SANTINI, 2011).

Mecanismos de filtração

O mecanismo de funcionamento de um filtro depende do contato físico da partícula e


do coletor (no caso, filtros de tecidos), que é função do tamanho das particuladas e da
velocidade das mesmas, e da superfície de coleta. Os mecanismos de capturas podem ser
classificados como: impactação inercial ou difusional, e interceptação; e a presença de força
gravitacional ou eletrostática que modifica a eficiência de coleta do filtro em determinadas
situações micro (TIENI, 2005).
Mecanismo inercial: assume-se que a partícula tem massa inércia, de modo que o gás
não pode passar através da fibra, logo, passa ao redor. Portanto, a partícula desliza da linha de
corrente de gás e se choca contra a fibra, sendo coletada. Esse mecanismo é eficiente para
partículas com mais ou menos 10 μm (TIENI, 2005).
Mecanismo difusional: é aplicado para partículas menores e funciona devido ao
movimento Browniano. As partículas são influenciadas por um bombardeamento de
moléculas de gás ao redor da partícula (BILLINGS, 1970).
Interceptação direta: a captura se dá devido ao tamanho finito da partícula que, ao
passar por um obstáculo resultado de difusão, inércia ou pelo próprio movimento do fluido,
tem seu contato quando a trajetória do centro da partícula passa a uma distancia de um raio da
superfície (AGUIAR, 1991).
Mecanismo gravitacional: efeito da gravidade sobre a partícula, causando um desvio
na trajetória normal. Esse mecanismo é predominante para baixas velocidades e grandes
partículas. Além disso, a eficiência depende da direção do fluxo, sendo melhor quando este é
de cima para baixo (TIENI, 2005).
Influencia de forças eletrostáticas: proporcionam o aumento da eficiência da filtração
por causa da formação de tortas menos compactas, que consequentemente oferecem menor
resistência ao escoamento de gás. A presença de forças elétricas num filtro pode ser tanto
pelas cargas nas partículas e coletores (resultante de choque ou atrito entre as moléculas),
quanto pela indução de um campo elétrico externo (COURY, 1986).

6
1.2.Abordagem físico-matemática

As principais variações na operação de filtros de mangas resultam da interação de


quatro dados de projeto: meio filtrante e técnica de limpeza, discutidas anteriormente, e da
perda de carga e velocidade de filtração (TIENI, 2005).
No quesito perda de carga, sabe-se que a mesma aumenta proporcionalmente a
quantidade de partículas retidas, sendo que o máximo de perda de carga antes da limpeza é o
parâmetro utilizado para determinar a potencia requerida no processo. Além disso, a perda de
carga é um fator determinante na frequência de limpeza do filtro, e, consequentemente, no
tempo de vida do tecido (JEON, 2004).
A perda de carga é, portanto, uma variável impreterível a ser analisada no projeto,
descrevendo a resistência que o fluxo de gás tem a passar pelo filtro. A queda de pressão total
de um sistema pode ser calculada pela diferença de pressão entre dois pontos do filtro, entrada
e saída, expressa, geralmente, em termos de pascal ou milímetros de água (SEVILLE, 1997).
Nesse contexto, segundo Tieni (2005), dente as diversas formas de se calcular a queda
de pressão na filtração, tem-se a aproximação cumulativa, na qual a queda de pressão total é
dividida em: queda de pressão no meio filtrante, ∆𝑃𝑚𝑓 , e queda de pressão na torta de
filtração ∆𝑃𝑡 .
∆𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑃𝑚𝑓 + ∆𝑃𝑡 (1)

A partir da lei de Darcy para fluidos incompressíveis, podem-se escrever as quedas de


pressões, para escoamentos com baixos valores de Reynolds, mostradas nas equações 2 e 3.
𝜇𝑔
∆𝑃𝑚𝑓 = 𝐵 ∗ 𝑣 ∗ 𝐿𝑚𝑓 (2)
𝑚𝑓

𝜇𝑔
∆𝑃𝑡 = ∗ 𝑣 ∗ 𝐿𝑡 (3)
𝐵𝑡

Onde:
𝜇𝑔 : Viscosidade do gás
v: Velocidade superficial do gás
𝐿𝑚𝑓 : Espessura média do filtro
𝐵𝑚𝑓 : Permeabilidade do filtro
𝐿𝑡 : Espessura média da torta
𝐵𝑡 : Permeabilidade da torta

Por sua vez, 𝐿𝑡 depende da massa da torta, que pode ser obtida pelo balanço mássico
indicado na equação 4.
𝑤 = 𝐿𝑡 ∗ 𝜌𝑝 ∗ (1 − 𝜀) (4)

7
Onde:
𝑤: Massa de torta por unidade de área
𝜌𝑝 : Densidade das partículas
𝜀: Porosidade da torta

Reescrevendo a equação 1 substituindo os termos pelas equações 2, 3 e 4, obtém-se a


seguinte relação:

𝜇𝑔 𝜇𝑔 𝑤
∆𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐵 ∗ 𝑣 ∗ 𝐿𝑚𝑓 + 𝐵 ∗ 𝑣 ∗ 𝜌 (5)
𝑚𝑓 𝑡 𝑝 ∗(1−𝜀)

𝐿
A razão 𝐵𝑚𝑓 é chamada de resistência específica do meio filtrante, 𝐾𝑚𝑓 [m-1], e a razão
𝑚𝑓

1
é a resistência específica da torta de filtração, 𝐾𝑡 [m*kg-1].
𝐵𝑐 ∗𝜌𝑝 ∗(1−𝜀)

∆𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑆= = 𝐾𝑚𝑓 + 𝐾𝑡 ∗ 𝑤 (6)
𝑣

Onde:
S: Arraste

Por sua vez, a velocidade de filtração, ou seja, a velocidade do gás na interface do


tecido, determina a área total efetiva do tecido necessária para limpar o fluxo volumétrico
esperado. Esse parâmetro associado ao método de limpeza escolhido determina as dimensões
do filtro, e influenciam no custo inicial do equipamento e sua manutenção (TOGNETTI,
2007).
A velocidade de filtração para qualquer aplicação de filtro depende das características
do pó, dos tamanhos dos particulados, da concentração de entrada dos mesmos, da
temperatura do gás e do tipo de tecido, segundo Seville (1997). Esses dados são obtidos
experimentalmente e são tabelados.
Finalmente, tem-se a variável porosidade do meio filtrante, que embora não tão
relevante quanto as citadas anteriormente, deve ser levada em conta nos estudos e projetos de
filtros de gases, já que é ligada diretamente a queda de pressão (FRANCO, 2012).
A porosidade pode ser obtida por métodos diretos que se fundamentam em
experimentos realizados com a torta de filtração, e por métodos indiretos, que são derivados
de equações já conhecidas, como a equação 7, de Ergun (FRANCO, 2012).

∆𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (1−𝜀)2 𝑣 (1−𝜀) 𝜌𝑓∗𝑣3


= 150 ∗ 𝜇𝑔 ∗ *𝐷 2+1,75* * 𝐷 (7)
𝐿 𝜀3 𝑝 𝜀3 𝑝

Onde:
𝜀: Porosidade
8
𝐷𝑝 : Diâmetro da partícula
𝜌𝑓 : Densidade do fluido

Ademais, o cálculo da área de filtração pode ser obtido com a equação 8 simplificada:

𝑄
𝐴= (8)
𝑣

Onde:
A: Área total de filtração
𝑣:Velocidade de filtração
𝑄:Vazão de ar

Por fim, a partir da área total de filtração, e da área de cada manga, pode-se obter o
número de mangas necessárias, pela equação 9.
𝐴
𝑁=𝐴 (9)
𝑚

Onde:
N: Quantidade de mangas
𝐴𝑚 : Área por manga

1.3.Aplicações industriais

A filtração de gases pode ser aplicada em diversos cenários como na proteção


respiratória em ambientes de trabalho com ar insalubre, em limpezas de ar de efluentes de
caldeiras, ou de salas de recuperação de material particulada, e também pode ser usado em
materiais nucleares (HINDS, 1999).
A aplicação proposta no presente trabalho para exemplificar o dimensionamento de
filtros manga foi a filtração de ar poluído com partículas de cimento, uma das matérias primas
mais utilizadas na construção civil, e grande fonte de contaminação (SCHLOTTFELDT,
2012).
O cimento é um agente químico de risco, ou seja, que pode penetrar no organismo por
inalação através de vias respiratórias, na forma de poeira, fumo, gases, neblina, vapores,
absorção dérmica ou ingestão. Desta forma, esse contato pode gerar efeitos mutagênicos,
carcinogênicos, teratogênicos, organotóxicos e imunotóxicos no organismo (COSTA, 2004).
Dentro da classificação de agentes químicos, o cimento é dito poeira inerte, que
quando manuseado, dispersa grandes quantidade no ar. Vale ressaltar que este material é
formado por álcalis, uma mistura de argila e calcário, e ao ser aplicado em construções civis,
necessita de água para sofrer cristalização (SCHLOTTFELDT, 2012).

9
Segundo Pacheco (2012), a seleção de filtros manga para um processo fabril depende
de diversas variáveis industriais, com complexidades diferentes. Esses graus são enumerados
de um a 10 patamares tecnológicos para desempoeiramento. Para processos industriais que
envolvem cimento – o particulado aqui estudado - ferro-liga, cobre, e outros, são classificados
no nível seis, devido a exigência de filtros de manga de alto porte. Esse tipo de filtração
acarreta em uma necessidade maior de manutenção.
Industrialmente, o processo de purificação de ar começa no exaustor, que puxa o ar e
todos os particulados dispersos no ambiente, até o filtro de manga. Todo o sistema deve ser
bem planejado para que o material partilhado gerado na operação em questão chegue até o
filtro e tenha tratamento adequado, evitando a contaminação do ambiente e das pessoas
(ELETRIC, 2018). A figura 1 representa um filtro de manga de alto porte utilizado para esses
processos.
Figura 1 Filtro de Manga de alto porte

Fonte: Eletric (2018)

2. Equacionamento da operação

O projeto de equipamentos de controle do tipo de mangas para determinado material


poluído depende essencialmente da escolha do sistema de limpeza, do tipo de meio filtrante, e
das equações de operação que dimensionam a área de filtragem (SANTINI, 2011).

2.1.Hipóteses e abordagens matemáticas


Tipo de limpeza

O sistema definido para a análise teórica realizada foi o de pulso de ar, que, segundo
Cooper (2002) demanda uma menor área filtrante, e é, portanto, compacto e econômico. Vale
ressaltar que esse sistema necessita de instalações de compressores de ar.
10
Meio filtrante
Para particulados de cimento, o material definido para a filtração foi o tecido de feltro
de polipropileno (PP), que suporta uma temperatura de trabalho de 90ºC, aceitável visto o
cenário considerado (PACHECO, 2002). Embora o PP seja um pouco mais caro do que o
Poliéster (PL), o polipropeno apresenta resistência á água, SO2, e álcalis, compostos que
podem estar presentes no ambiente de trabalho proposto. Além disso, o PP também possui
resistência a combustão, o que é necessário, visto que a mistura da argamassa se apresenta de
forma exotérmica e deve ser considerada. A figura 2 apresenta um breve resumo das
principais características dos meios filtrantes mais utilizados.

Figura 2 Resistência de aplicações das mangas filtrantes

Fonte: Batistoni (2011)

Velocidade de filtração

A velocidade de filtração, como já mencionado, é um fator determinante no


dimensionamento de filtros de mandas, e depende principalmente da partícula a ser coletada e
sua concentração, do material filtrante e do sistema de limpeza. Para pulso de ar reverso e
meio filtrante tipo feltro, tem-se a tabela na figura 3 como referencia para as velocidades.

Figura 3 Velocidades recomendadas para filtração com pulso de ar reverso

Fonte: Pacheco (2002)


11
Utilizando-se o cimento como poluente, sabe-se que a velocidade para filtração
recomendada é de 9 ft/min, ou 2,7432 m/min.

Sistema de exaustão de ar

O uso de exaustores no caso estudado é fundamental para garantir a maior eficiência


da filtragem de ar. Esse equipamento faz parte do sistema de ventilação industrial e tem um
papel importante no conforto e na qualidade do ar (Ventisilva, 2018).
O sistema de exaustão de ar poluído foi escolhido baseado em catalogo da Ventisilva
de acordo com a aplicação requerida do sistema. Escolheu-se um exaustor axial, cuja ficha se
encontra no anexo 1. Esse exaustor, recomendado para troca de ar em indústrias, galpões e
tubulações, tem dimensões que variam de 20 cm a 1m. Para o estudo feito, considerou-se o
modelo E30T6 que possui diâmetro de 300 mm, rotação de 1160RPM, vazão de 25m3/min, e
pressão de 6mmca.

2.2.Equações de operação

A área filtrante é obtida pela relação da velocidade de filtração definida pela equação
8. Como já foram definidas a velocidade de filtração e a vazão de exaustão, tem-se que:

𝑚3
25 𝑚𝑖𝑛
2
𝐴= 𝑚 = 9,1134 𝑚
2,7432 𝑚𝑖𝑛

Considerando mangas de 300 mm de diâmetro e 1,5 m de comprimento, sabe-se que a


área por manga é de 0,1059 m2, obtendo-se a partir da equação 9:
9,1134𝑚2
𝑁= ≅ 86 𝑚𝑎𝑛𝑔𝑎𝑠
0,1059𝑚2
3. Análise do sistema

3.1.Dados do projeto:

Vale ressaltar a importância de se utilizar polipropileno como fibra para a filtragem


exemplificada, visto que o PP, diferente do poliéster, é capaz de resistir a temperaturas mais
suficientemente elevadas sem sofrer desgastes ou desenvolver carga elétrica, além da sua
considerável resistência a substancias química e combustão. (VOLANS, 2018). Os dados
obtidos pelo modelo explanado anteriormente, encontram-se na tabela 1.

12
Tabela 1 Dados de Projeto

Área de filtração 9,1134 m2


Tecido das Mangas Polipropileno
Dimensionamento da Manga 0,3m x 1,5m
Temperatura Máxima 90°C
Número de mangas 86
Velocidade da filtração 2,7432 m/min
Pressão 6 mmCa
Vazão 25m3/min
Desenvolvimento de carga
Não aplicável
elétrica

Segundo a literatura pesquisada, a queda de pressão em filtros de manga é obtida


experimentalmente e depende de diversas variáveis de processo, como resistência do meio
filtrante e da torta. Devido a falta de acesso a esses parâmetros tabelados para as condições
determinadas, e a ausência de equipamentos para análise experimental do sistema, não foi
possível determinar esses dados.

3.2.Influencia dos fatores na eficiência da filtragem

Para concluir o estudo apresentado, faz-se uma análise dos parâmetros de qualidade
considerados em um dimensionamento de filtro manga, de acordo com Pacheco (2002),
verificando a interferência desses na eficiência da filtragem:
Fibra: recobre a tela de sustentação em todos os sentidos. O material mais econômico
utilizado atualmente para a maioria dos processos filtrantes é o poliéster, entretanto, foi o
considerado no presente estudo o polipropileno, devido a sua resistência superior a certos
compostos.
Tela de sustentação: confere ao meio filtrante a resistência mecânica aos possíveis
jatos de lavagem, e a capacidade de retenção de pó. As características da tela dependem de
diversos outros fatores como:
Qualidade do fio da tela: o fio de maior resistência com preço de mercado é o
multifilamento. Esse fio também possui baixo alongamento de ruptura, fazendo com que a
manga possua estabilidade dimensional na limpeza e no trabalho de filtragem.
Gramatura da tela: deve se considerar a qualidade do fio da tela levando em conta
também o peso em g/m2. Telas leves resultam em materiais baratos e baixas resistências
mecânicas. Considera-se uma gramatura de tela equivalente a 30% da gramatura do feltro.

13
Material da tela: Geralmente é o mesmo da fibra, porém pode haver certas aplicações
onde seja necessário uma mesclagem de materiais, resultante numa manga com maior vida
útil.
Gramatura do feltro: Baixas gramaturas resultam em uma menor vida útil da manga,
devido sua menor resistência a abrasão e maior permeabilidade do ar. Recomenda-se que as
mangas de jato pulsante, por exemplo, tenham 550 g/m2 para oferecer uma boa resistência a
abrasão.
Permeabilidade do ar: Uma maior permeabilidade resulta na maior penetração do pó e
consequente entupimento precoce da tela, além de uma menor perda do sistema que aumenta
a velocidade das partículas e o atrito entre as partículas, diminuindo a vida útil da manga.
Acessórios: são considerados como acessórios a cordoalha de cobre para
descarregamento da eletricidade estática e sistemas de fixação de mangas como anel de feltro,
anel de vedação e anel aço-mola.
Espessura: deve se considerar uma espessura não tão reduzida para evitar rasgos
precoces devido à abrasão. Esse fator depende diretamente da densidade do feltro.
Encolhimento na temperatura de trabalho: Se a manga não for termofixa na
temperatura de trabalho, a mesma pode encolher mais que 1%, ficando desta forma, justa
demais para a gaiola. Isso pode comprometer a limpeza pelo destacamento do pó pela ação do
jato de ar, aumentando a perda de carga progressivamente, até saturar o meio filtrante.
Tração de ruptura: Depende basicamente da tela de sustentação do feltro que compõe a
manga, e diminui no decorrer do uso desta, devido à fadiga mecânica derivada do jato. Logo,
quanto maior o valor da tração inicial, maior será o tempo de uso da manga.
Alongamento: Assim como a tração, também depende da tela de sustentação. Um
alongamento demasiado acarreta no esgarçamento da manga com o passar do tempo. Este fato
pode ocasionar também o encolhimento e sucessivamente os problemas já mencionados no
tópico anterior.
Dimensões: o dimensionamento da manga é crucial para eficiência desta. Devem-se
atentar principalmente as medidas nominais e reais, os sistemas métricos adotados, e os dados
fornecidos pelos catálogos das empresas.
Tratamentos e acabamentos: São operações adicionais que dependem das
especificações da manga, podendo ser químicos, físicos e outros, como citado nas seções
anteriores.

14
Referências

AGUIAR, M. L. Filtração de ar em filtros de tecido. Universidade Federal de São Carlos


(Dissertação de Mestrado), 1991.

BARBOSA, Marcelo Garcia; SILVA, Celso Luiz da. Eficiência de um filtro de mangas no
tratamento de gases oriundos de caldeira de queima de biomassa sólida. Fórum Ambiental
da Alta Paulista, p. 293-308, 2013.

BATISTONI, Celésio. Padronização e desenvolvimento de filtros de mangas. Universidade


Tecnológica Federal do Paraná (Trabalho de Conclusão de Curso), 2011.

BILLINGS, Charles E.; WILDER, J. Handbook of fabric filter technology. Volume I. Fabric
filter systems study. 1970.

COOPER, C. David; ALLEY, Forrest Christopher. Air pollution control: A design approach.
Waveland Press, 2010.

COSTA, Marco Antonio F. da. Segurança e saúde no trabalho: cidadania, competitividade e


produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

COURY, J. R. Filtração de gases em filtros granulares. FREIRE, JT; GUBULIN, JC


Tópicos especiais de sistemas particulados. v. 2, 1986.

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sc.com.br/produto/view/001-filtros-de-mangas#.XMJQfuhKjIU>. Acesso em: 24 abr. 2019.

FRANCO, Kleber Serrão et al. Filtração de gases a altas pressões. 2012.

HESKETH, Howard E.; CAL, Mark P. Air Pollution Control: traditional and hazardous
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HINDS, William C. Aerosol technology: properties, behavior, and measurement of airborne


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JEON, Ki-Joon; JUNG, Yong-Won. A simulation study on the compression behavior of dust
cakes. Powder technology, v. 141, n. 1-2, p. 1-11, 2004.

MARTINS, J. C. Estudo da deposição de material particulado no meio filtrante durante a


filtração gás-sólido. Universidade Federal de São Carlos (Tese de Doutorado). 2001

15
PACHECO, T.A. “Como obter o rendimento máximo dos filtros de manga” Semana
Brasileira de Cimento - SBC & Derivados n° 407, 2002.

SANTINI, J. Filtro de Mangas para o Controle de Emissões Atmosféricas de Material


Particulado Gerados no Beneficiamento de Mármore e Granitos. Universidade de Passo
Fundo (Trabalho de Conclusão de Curso), 2011.

SCHLOTTFELDT, Daniel Donida. Os riscos associados ao uso do cimento na construção


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SEVILLE, J. P. (Ed.). Gas cleaning in demanding applications. Springer Science &


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SILVA LORA, E. E. Prevenção e controle da poluição nos setores energético, industrial e de


transporte. 2002.

TIENI, Érica Flávia et al. Filtração de gases: Estudo do fenômeno da limpeza por blocos.
2005

TOGNETTI, Érica Rodrigues et al. Influência das condições operacionais na formação e


remoção de tortas de filtração de gases. 2007.

VOLANS (Org.). Filtros de Manga. 2018. Disponível em: <http://www.volans-


filtros.com.br/filtro-manga>. Acesso em: 24 maio 2019.

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ANEXO 1
Ficha de dados do exaustor escolhido para o exemplo

17

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