Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Sumário
Se hoje você tivesse que fazer uma prova subjetiva para ingresso em carreira
jurídica de alto nível (Magistratura, Advocacia Pública, Ministério Público, etc.), se
sentiria preparado (a)?
Calma, não é nenhuma fórmula mágica. Mas, com base na nossa experiência
e na de diversos outros aprovados em concurso, descobrimos que a maioria dos
APROVADOS em cargos de alto nível orienta sua rotina de estudos levando em conta
tanto a 1ª quanto a 2ª fase, especialmente aqueles que passaram rapidamente (i.e. em
ÍNICIO
torno de 2 anos).
Eu, Jorge, por exemplo, quebrei a cara na minha primeira prova subjetiva.
Não sabia nem (i) como estudar, (ii) que tipo de conteúdo era exigido e, muito menos,
(iii) qual a melhor forma de escrever uma resposta discursiva. E por que isso? Por que
eu era “burro”? Não... simplesmente porque eu ignorava o estudo para a 2ª fase até o
momento em que fui convocado para fazer uma!
pode estar pensando... nada mais justo, eu pensei isso naquela época, mas tomei
coragem e arrisquei fazer diferente. Deu certo... e hoje descobri que não fui um caso
isolado. Já como procurador, comecei a notar que diversos colegas juízes, procuradores,
promotores e defensores também estudaram de forma simultânea para ambas as fases.
3
Entretanto, enquanto professor, notei que a maioria dos alunos ignora o
estudo para a 2ª fase até chegar na véspera da reta final, gerando ansiedade, dificuldade
e – por fim – reprovações.
Antes, porém, quero mostrar o que geralmente acontece quando o
concurseiro procrastina o estudo da fase subjetiva para a última hora, conforme diversas
mensagens que eu e o Prof. Valter Ventura recebemos – constantemente - de alunos ÍNICIO
em situação de reta final:
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
4
www.portalbnd.com.br
ÍNICIO
@bomnodireito
5
Como você pode ver, as dúvidas são recorrentes e generalizadas.
Se por um lado há o receio de não priorizar a 1ª fase (objetiva), por outro
bate o medo de negligenciar 100% o estudo pré-edital para a etapa
subjetiva... e assim restar inviabilizada a chance de aprovação na
“segundona”.
Vejamos o caso real de uma aluna que precisou enfrentar uma prova
discursiva pela primeira vez. Ela nos confidenciou que treinou apenas na “reta final” e
que não tinha conseguido simular adequadamente (com o uso de cronômetro) a
resolução de questões subjetivas, tanto em virtude do pequeno lapso de tempo entre
as provas de 1ª e 2ª fase quanto pelo fato de ter destacado 90% da sua energia para
revisar os materiais (cadernos e livros de doutrina). Consequência disso é que o
aprendizado da candidata ficou todo para o momento da estreia oficial, conforme se
depreende das mensagens abaixo:
ÍNICIO
A rigor, essa formatação de prova não é das piores. Basta dividir o tempo
www.portalbnd.com.br
45 minutos para resolver cada questão de 30 linhas e 2h45m para resolver o parecer.
Concursandos mais experientes sabem que esse cenário não é dos mais tensos, podendo
até mesmo ser considerado “suave”.
De fato, ele está certo..., mas o que não percebeu é que, para ter
esse “tempo a mais” de treino, bastava ter começado a estudar antes para
a 2ª fase, ainda que de forma CADENCIADA... e com isso, de
repente, se tornaria juiz do TRF 2, no Espírito Santo, sua
terra natal, nesse mesmo ano..., contudo, a ÍNICIO
procrastinação em estudar para a 2ª fase possivelmente
retardará sua posse em um ou dois anos...
Tomando por base as experiências reais que ora compartilhamos, fica nítido
que grande parte dos concursandos não costumam pensar na segunda fase antes de
passar na primeira, optando por vivenciar 100% da preparação para a etapa subjetiva
nos moldes do esquema “reta final”. Essa postura acaba resultando em um dos
seguintes cenários: (i) o candidato chega totalmente “cru” na primeira “segundona” e
dificilmente passa ou (ii) o candidato precisa enfrentar muitas etapas subjetivas até
adquirir maturidade e estar preparado para passar.
ÍNICIO
Assim, percebemos que, embora fosse clara para nós, aprovados, a maneira
pela qual se deve estudar para ambas as fases simultaneamente, muitos alunos ainda
não sabem exatamente como executar tal estudo de maneira eficiente.
pessoais do concursando, (ii) uma estratégia de estudo direcionada e eficiente e (iii) uma
@bomnodireito
cadência que possa ser considerada ideal e não prejudique o alcance do objetivo maior,
que é a aprovação em todas as fases do certame com chance efetiva de posse.
Embora não haja uma regra única e absoluta, a prática demonstra ser
possível distinguir dois perfis básicos de concursandos que decidem estudar para a
etapa subjetiva, a saber: (i) por opção, quando o(a) estudante decide estudar
simultaneamente para as etapas objetiva e subjetiva, situação em que o estudo deve
ser tipicamente pré-edital e mais cadenciado e (ii) por obrigação, quando o(a)
candidato(a) efetivamente foi aprovado na primeira fase e precisa conduzir um estudo
mais intenso e focado, geralmente em um curto período de tempo.
ASPECTOS
1ª e 2ª FASE
(ESTUDO SIMULTÂNEO)
2ª FASE
(ESTUDO EXCLUSIVO)
ÍNICIO
(CADÊNCIA LEVE) (CADÊNCIA ALTA)
Secundária (90% do foco Prioritária
PREPARAÇÃO
continua na primeira fase) (foco exclusivo na segunda fase)
Reduzida
Ampliada
CADÊNCIA (Periodicidade
(Periodicidade diária)
mensal/quinzenal)
PREOCUPAÇÃO
COM REGRAS Mínima Máxima
EDITALÍCIAS
Pontos de maior incidência para Pontos de alta e média
a carreira, e que já foram incidência, treinando a
FOCO estudados na perspectiva da resolução de questões inclusive
fase objetiva em pontos ainda não estudados
(estudo em multiperspectiva) (treinar cenários de tensão)
www.portalbnd.com.br
São os princípios básicos, boas práticas, técnicas e pontos de cuidado que se esperam
de um candidato no momento da prova subjetiva.
1) Ao abrir o caderno, dar primeiramente uma olhada básica (por alto) em ÍNICIO
todas as questões e começar pela que mais domina (foco: ganhar confiança);
5) Evitar começar a resposta com SIM ou NÃO, salvo se, pelo perfil do
enunciado, a resposta precisar ser declinada de maneira extremamente
objetiva;
9) Ter muito cuidado com a gestão dos fatores TEMPO e ESPAÇO. Com
ÍNICIO
relação ao tempo, não se pode pecar por excesso ou preciosismo. É essencial
trabalhar cada questão de maneira a se desincumbir integralmente tratando de
todos os pontos de abordagem constantes do enunciado, contudo com
objetividade e concisão, e assim evitar perder tempo na resolução das demais
questões ou peça/sentença. Se por um lado é preciso expor o conhecimento,
por outro é essencial dosar o tempo global de prova. Mesmo dominando o
assunto, não é hora de redigir uma monografia. Quanto ao espaço, é
fundamental lembrar da importância de um sumário prévio (como já frisado
acima). Ele organiza as ideias e evita esquecer pontos. Também ajuda a adequar
a resposta ao espaço permitido, além de assegurar que cada ponto de
abordagem seja tratado de maneira equânime (Ex: numa questão de 30 linhas
contendo 4 pontos de abordagem, nada de destacar 9 linhas para escrever
sobre os 3 primeiros e deixar apenas 3 linhas para tratar do último). Ademais,
deve-se evitar a repetição de raciocínio e transcrição de dispositivos legais. Isso
toma espaço desnecessário. É muito comum o (a) candidato(a) repetir ideias
como mecanismo de reforço temático, usando expressões como: "em outras
www.portalbnd.com.br
palavras", "vale dizer", "em suma", etc. A repetição torna o texto cansativo e
@bomnodireito
toma tempo e espaço. Para o espelho, basta uma vez! Também é preciso evitar
a poluição do texto com exemplos, salvo se o examinador expressamente exigi-
los no enunciado. Limite-se a conceituar os institutos e a responder o que
inquirido. Quando muito relevante, o exemplo é cabível, mas lembre-se que a
exemplificação sem o conceito expõe despreparo e falta de conhecimento. É
preciso, enfim, assimilar a seguinte lógica: “O preciosismo em uma questão te
12
fará, quando muito, ganhar alguns décimos. Deixar de responder a uma
questão inteira te fará perder um ou mais pontos”.
Com efeito, não basta ler ou treinar apenas na “reta final”, pois embora tais
habilidades pareçam simples, apenas os candidatos bem treinados e sintonizados com
tais premissas conseguem aplicá-las de modo eficiente e com mais naturalidade até
mesmo nos cenários de tensão inerentes à prova.
ÍNICIO
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
13
4. ONDE ENCONTRAR MATERIAL PARA O ESTUDO
EM MULTIPERSPECTIVA?
Na verdade, muitas pessoas até querem fazer essa preparação simultânea, mas
não dispõem de um direcionamento ou mesmo de um material adequado para isso.
ÍNICIO
Onde encontrar um material adequado para estudar para ambas as fases?
tiveram ótimos resultados... mas, sem dúvida, era cansativo e muitas vezes nos
sentíamos perdidos... não sabíamos por onde começar, muito menos onde terminar!
Nossa equipe fez um “back test” (teste de retroatividade) tomando por base
as provas objetivas e discursivas aplicadas nos últimos 8 anos em 4 dos principais nichos
específicos de carreiras jurídicas (Advocacia Pública, Magistratura Federal, Magistratura
Estadual e Ministério Público Estadual).
A partir dessa minuciosa análise, selecionamos os 12 PONTOS DE ÍNICIO
MAIOR INCIDÊNCIA NA 2ª FASE em cada uma das carreiras, para que sejam
trabalhados nesse sistema de MULTIPERSPECTIVA (estudo global parametrizado
tangenciando as fases objetiva e subjetiva) e veiculados semanalmente de modo a
permitir que o candidato encaixe facilmente o material na sua rotina com apenas 3 ou
6 horas por semana !
perspectiva da 2ª fase, uma vez que os temas de alta incidência na prova de sentença muitas
vezes são distintos dos pontos recorrentes na prova de questões discursivas. Essa característica
@bomnodireito
23
Ponto 12 – 1ª fase
(jurisprudência/objetivas
Ponto 12 – 1ª fase
(jurisprudência/objetivas/
Ponto 12 – 1ª fase
(jurisprudência/objetiv
Ponto 12 – 1ª fase
(jurisprudência/objetivas/
/legislação) legislação) as/legislação) legislação) ÍNICIO
Você sabe quais os temas mais incidentes na 2ª fase para sua carreira? Se
sim, você se sente seguro para desenvolver esses temas tanto na prova subjetiva quanto
na objetiva?
ÍNICIO
o Semanas ímpares (treino de primeira fase):
f) 1 peça/sentença comentada
@bomnodireito
18
BÔNUS – VIDEOAULAS SOBRE TÉCNICAS PARA PROVA DISCURSIVA E
O ESTUDO EM MULTIPERSPECTIVA
Parabéns por ter chegado até aqui! Agora você já conhece as premissas
básicas do estudo em multiperspectiva e as “novas habilidades” que precisa
assimilar para enfrentar uma 2ª fase.
Por isso, nada mais justo que você experimente - desde já - o estudo em
multiperspectiva com uma amostra do material veiculado no PROGRAMA PONTO NA
MÃO. Nas próximas páginas encontrará uma pequena parcela do conteúdo veiculado
no Programa, a saber: 1 questão objetiva oficial comentado, 3 questões V/F de
jurisprudência relevante, parcela da “Revisão Acelerada”, 1 questão subjetiva
comentada e 1 questão subjetiva inédita por carreira
ATENÇÃO: no PPNM você terá acesso à um material bem mais completo e ordenado!
ÍNICIO
(i) Advocacia Pública
(ii) Magistratura Federal
(iii) Magistratura Estadual
(iv) Ministério Público Estadual
1 - (2018; CESPE; PGM - João Pessoa) Considerando o entendimento dos tribunais superiores,
assinale a opção correta, no que diz respeito a agentes públicos.
a) Para o STJ, em processo disciplinar que apure infração administrativa que configura ação
penal, o prazo prescricional será determinado pela pena em abstrato cominada na condenação
penal transitada em julgado.
b) Para o STJ, é vedado a banca examinadora de concurso público exigir em questão da prova ÍNICIO
conhecimento de legislação superveniente à publicação do edital.
c) Para o STF, não será devido o abono de permanência ao policial civil que permanecer em
atividade após o preenchimento dos requisitos para a concessão da aposentadoria voluntária
especial.
d) Para o STJ, candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas ofertadas em
edital terá direito subjetivo à nomeação caso comprove o surgimento de vagas durante a
validade do certame.
e) Para o STF, processo administrativo disciplinar é válido mesmo quando a defesa técnica da
parte não é efetivada por advogado, desde que assegurados a ampla defesa e o contraditório.
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
ÍNICIO
Prezado amigo (a) BND,
Para facilitar seu estudo de véspera - antes da prova objetiva - em relação ao PONTO 1 (AGENTES
PÚBLICOS), segue a transcrição dos dispositivos constitucionais ou legais e súmulas de maior
incidência sobre o assunto, em formato esquematizado e estratégico (com destaques), de modo
a permitir uma REVISÃO ACELERADA.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Dispositivos destacados Comentários BND
Art. 37 [...] NOTA DO PROFESSOR: Este dispositivo é de eficácia
I - os cargos, empregos e funções contida para os brasileiros e de eficácia limitada para
públicas são acessíveis aos os estrangeiros.
brasileiros que preencham os
www.portalbnd.com.br
requisitos estabelecidos em lei, assim JULGADO RELEVANTE: “Os requisitos do edital para o
como aos estrangeiros, na forma da ingresso em cargo, emprego ou função pública
@bomnodireito
E o STF?
1. O candidato aprovado em concurso público dentro
do número de vagas previsto no edital possui direito
subjetivo à nomeação.
2. A Constituição de 1988 comina de nulidade as
contratações de pessoal pela Administração Pública
sem a observância das normas referentes à
indispensabilidade da prévia aprovação em concurso
público (CF, art. 37, § 2º), não gerando, essas
contratações, quaisquer efeitos jurídicos válidos em
relação aos empregados contratados, a não ser o
direito à percepção dos salários referentes ao período
www.portalbnd.com.br
Art. 37 [...]
Função de Confiança só pode ser exercido por
III - o prazo de validade do concurso servidor.
público será de até dois anos,
prorrogável uma vez, por igual Cargo comissão pode ser exercido por qualquer
www.portalbnd.com.br
V - as funções de confiança,
exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a
serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em
24
lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e
assessoramento;
Como já caiu?
25
(PGE-SP/2018/VUNESP)
O servidor ocupante de cargo temporário do quadro
da Administração Pública Direta do Estado de São
Paulo vincula-se:
Além das disposições constitucionais, a matéria de servidores públicos é regulada por lei local
de cada ente federativo. De todo modo, o Estatuto dos Servidores Públicos Federais (lei
8112/90) muitas vezes é cobrado também em PGEs/PGEMs diversas, além de servir de
inspiração (frequentemente um literal copia e cola) para Estatutos Locais. Por essa razão,
veremos brevemente alguns dos dispositivos mais importantes dessa norma.
Embora seja uma lei extensa, a maior parte das questões se concentra em três títulos da norma:
Vamos lá?
@bomnodireito
*por limitação de espaço disponibilizamos apenas uma pequena parte da Revisão Acelerada.
30
GABARITO
1 - (2018; CESPE; PGM - João Pessoa) Considerando o entendimento dos tribunais superiores,
assinale a opção correta, no que diz respeito a agentes públicos.
a - Para o STJ, em processo disciplinar que apure infração administrativa que configura ação
penal, o prazo prescricional será determinado pela pena em abstrato cominada na condenação
penal transitada em julgado.
b - Para o STJ, é vedado a banca examinadora de concurso público exigir em questão da prova
conhecimento de legislação superveniente à publicação do edital.
c - Para o STF, não será devido o abono de permanência ao policial civil que permanecer em
atividade após o preenchimento dos requisitos para a concessão da aposentadoria voluntária
especial.
d - Para o STJ, candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas ofertadas em
edital terá direito subjetivo à nomeação caso comprove o surgimento de vagas durante a
validade do certame.
e - Para o STF, processo administrativo disciplinar é válido mesmo quando a defesa técnica da
parte não é efetivada por advogado, desde que assegurados a ampla defesa e o contraditório.
ÍNICIO
GABARITO: E
- Comentários:
Portanto, a regência do prazo passa a observar as regras previstas no art. 109 e seguintes do
Código Penal. Neste sistema criminal, o prazo prescricional varia conforme a pena cominada
para a infração penal. Enquanto não houver sentença penal transitada em julgado, considera-se
www.portalbnd.com.br
a pena em abstrato (art. 109 do CP), mas após o decisum condenatório, a pena aplicada em
@bomnodireito
Alternativa b: INCORRETA. O STJ entende que a banca examinadora pode exigir conhecimento
referente a legislação superveniente ao edital, porém, a norma deve ter relação com as
disciplinas previstas no edital. Segue trecho de um dos julgados da corte cidadã:
[...]
edital do concurso público. Porém, o surgimento de vagas durante a validade do certame não
enseja direito subjetivo à nomeação, conforme já decidiu o STJ no MS 22.813-DF (Informativo
630).
No mesmo sentido: STF, RE 837311/PI (Informativo 811). Vale ressaltar que, se o candidato
demonstrar de forma inequívoca a necessidade de nomeação durante o período de validade do
certame e que há a preterição arbitrária e imotivada ao não nomear os aprovados, haverá
direito subjetivo à nomeação.
33
Alternativa e: CORRETA. A defesa técnica por advogado no PAD não é requisito para sua
validade. O servidor acusado deve ter a faculdade de se fazer representar por advogado, mas
caso não a exerça, não haverá nulidade. É importante ressaltar que ao longo do processo, deve
ser garantida ao servidor o contraditório e ampla defesa. Neste sentido:
FALSO
Comentários: De fato, é POSSÍVEL que lei estabeleça direito ao PREFEITO municipal de perceber
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO e TERÇO DE FÉRIAS. Acontece que esse entendimento foi
sufragado pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em julgamento submetido ao rito da ÍNICIO
repercussão geral, e não pelo STJ, conforme consta no enunciado.
A tese foi fixada sob o rito da REPERCUSSÃO GERAL (tema 484 - item 2).
Segundo o STF: "O art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento
de terço de férias e décimo terceiro salário".
social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição
Federal, até a edição de lei complementar específica, não alcançando as hipóteses de
aposentadoria especial de que tratam os incisos I e II da mesma norma.
VERDADEIRO
34
Comentários: É o teor da SÚMULA VINCULANTE nº 33: APLICAM-SE AO SERVIDOR PÚBLICO, no
que couber, as REGRAS DO REGIME GERAL da previdência social sobre APOSENTADORIA
ESPECIAL de que trata o ARTIGO 40, § 4º, INCISO III DA CONSTITUIÇÃO Federal, até a edição de
LEI COMPLEMENTAR específica.
Novamente, a leitura atenta da súmula vinculante se mostra importante para que o candidato
não confunda o seu teor. De fato, a tese vinculante fixada pelo STF somente trata sobre a
aposentadoria especial do servidor público com fundamento no inciso III do § 4º do art. 40 da
CF, ou seja, atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Não abrange, assim, as hipóteses de aposentadoria especial de servidores deficientes (inciso I)
e que exercem atividades de risco (inciso II).
FALSO
Com efeito, a Constituição Federal assegura a livre manifestação do pensamento, mas proíbe o
anonimato, conforme expresso em seu art. 5º, IV, razão que sustenta a tese de que seria vedada
a instauração do processo administrativo disciplinar tendo por base denúncia anônima. ÍNICIO
Diante disso, o Ministério Público estadual promoveu ações civis públicas com vistas a anular
os atos referidos, sob o fundamento de que seriam incompatíveis com a Constituição,
pleiteando, na ação que questiona a contratação de professores (i), a devolução ao erário dos
valores dispendidos e, nas demais (ii e iii), que cessassem as cobranças, assegurando-se aos
alunos frequência gratuita oas cursos e restituição do quanto pago a título de matrículas e
mensalidade.
www.portalbnd.com.br
a. dispõe o Ministério Público de legitimidade para, por meio de ação civil pública, questionar
a adoção das políticas públicas referidas?
Por outro lado, o citado entendimento não impede que haja a cobrança valores
referentes a cursos de pós-graduação em nível de especialização, pois estes se referem,
majoritariamente, a atividades de extensão e pesquisa, cujo financiamento pode ocorrer com
recursos privados, nos termos da exegese do art. 213, §2º, da CF/88. Apenas o ensino é
obrigatoriamente custeado com recursos públicos. A extensão e a pesquisa apenas poderão
recebê-los.
www.portalbnd.com.br
O entendimento foi adotado pelo STF em julgado sob regime de repercussão geral.
@bomnodireito
Deste modo, diante da licitude da cobrança, não é devida a restituição dos valores.
37
COMENTÁRIOS
1 - INTRODUÇÃO
É uma questão que exige uma resposta muito longa. Nestes casos você precisa ficar
atento ao uso do espaço no início da resposta, para não faltar no final. Uma medida que lhe
ajudará é a esquematização pontual do que você pretende colocar na sua resposta. Além disso,
faça uso de períodos simples, curtos e objetivos e evite informações que não têm pertinência
direta com o que é exigido pela questão.
Além disso, o art. 127, caput, da CF/88 afirma ser incumbência do Ministério
@bomnodireito
Público a defesa da ordem jurídica, o que legitima sua atuação com o fito de garantir que os
poderes públicos atuarão em conformidade com o ordenamento jurídico.
Cabe ainda ao parquet a defesa dos direitos sociais e individuais indisponíveis, nos
termos do já citado art. 127, caput, da CF/88, bem como a defesa de direitos difusos e coletivos,
conforme afirma o art. 129, III, da CF/88.
38
A jurisprudência entende que o Ministério Público também tem legitimidade para
defesa de direitos individuais homogêneos quando estes forem revestidos de interesse social.
Neste sentido:
Diante disto, podemos concluir que o Ministério Público tem legitimidade para ação
civil pública que questiona a licitude da contratação de professores temporários, tendo em vista
www.portalbnd.com.br
o risco de dano ao patrimônio público, bem como de violação à ordem jurídica, por
inobservância da regra do concurso público.
@bomnodireito
Os agentes públicos devem ter, via de regra, vínculos estáveis e duradouros com a
administração pública, permitindo um maior grau de profissionalização e consequente eficiência
na prestação dos serviços públicos. Por esta razão, aqueles que atuam em nome do Estado
devem ser servidores públicos ocupantes de cargo efetivo ou empregados públicos, ambos
previamente submetidos a concurso público, conforme exigido pelo art. 37, I, da CF/88.
Vale ressaltar que, em alguns casos, o poder público pretende realizar o concurso
público, mas este exige um trâmite que envolve questões orçamentárias e administrativas, além
do tempo para sua implementação até a efetiva homologação. Muitas vezes, durante este
trâmite, o interesse público fica desacobertado, justificando a contratação de temporários para
suprir a demanda.
Porém, é preciso atenção, pois esta hipótese deve ser vista com cautela. É preciso
coibir o uso desta modalidade de contratação pelo administrador como forma de burlar a regra
do concurso público. Um exemplo desta cautela consta na jurisprudência do STF consta na ADI
3721/CE, na qual foi julgada inconstitucional uma hipótese de contratação temporária de
professores para projetos educacionais ordinários:
É preciso ressaltar que o ente deve editar uma lei prevendo as hipóteses que
ensejarão a contratação temporária. Todavia, esta lei deve respeitar os parâmetros
constitucionais explicados acima. A tese fixada no tema 612 da repercussão geral do STF resume
bem os requisitos:
www.portalbnd.com.br
Tema 612: Nos termos do art. 37, IX, da Constituição Federal, para que
@bomnodireito
Além disso, a lei não poderá prever a prorrogação por prazo indefinido dos
contratos temporários, conforme decidido pelo STF na ADI 3663/MT.
Caso a contratação de temporários seja feita de forma irregular, ela será nula. Ainda
assim, o contratado terá direito aos salários referentes ao período que prestou serviços. Além
disso, terá direito ao FGTS. O entendimento foi firmado na jurisprudência do STF, sob o regime
de repercussão geral:
A temporariedade pode ser identificada sob dois ângulos: alguns refugiados ficarão
temporariamente no Estado e as suas demandas por serviços desaparecerão em um futuro
muito próximo. Outros, porém, poderão fixar residência no Estado. Neste caso, até que se faça
um concurso público para contratação de mais professores ocupantes de cargo efetivo, surge a
necessidade temporária de prestação do serviço educacional para estas pessoas.
www.portalbnd.com.br
O excepcional interesse público, por sua vez, se dá pelo fato de que o direito à
educação é fundamental e o ensino obrigatório é direito subjetivo dos indivíduos, nos termos
@bomnodireito
Por fim, o próprio enunciado diz que a contratação se deu em conformidade com a
lei estadual que regulamenta o tema. Portanto, encontram-se preenchidos todos os requisitos
exigidos para esta espécie de contratação.
Ante sua licitude, é indevida a pretensão de devolução dos valores pagos aos
professores. Ainda que houve ilicitude, como já demonstrado, o STF entende que os professores
continuam fazendo jus aos salários e depósitos de FGTS referentes ao tempo de serviços
prestados, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado.
Atento à importância deste direito, o texto constitucional (art. 205) impõe que a
educação é:
- Direito de todos.
Além disso, o art. 206 da Carta Política elenca princípios que norteiam a prestação do serviço
educacional. Dentre estes princípios, destacam-se dois:
IV);
Mais adiante, ao tratar de forma mais detalhada dos serviços educacionais, o art.
208 impõe que o Estado garanta:
44
- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (Inciso I);
Além disso, o caput do art. 205 da CF/88, fundamentaria a cobrança das taxas, pois
impõe a colaboração da sociedade na promoção do ensino. Por fim, fundamentavam a cobrança
no fato de que, na distribuição dos recursos para a educação, o Estado deveria priorizar o ensino
obrigatório, nos termos do art. 212, §3º, da CF/88.
ÍNICIO
O tema foi levado ao STF que não concordou com a tese das Universidades. Para o
tribunal, a cobrança viola a Constituição, em especial o art. 206, IV, da CF/88.
Segundo a corte, o art. 208 da CF/88 não limita a atuação do Estado, mas impõe
que este mantenha uma estrutura necessária que permita ao cidadão comum,
independentemente de ter ou não recursos financeiros, o acesso aos níveis mais elevados de
ensino, dependendo apenas da sua competência intelectual.
Além disso, o art. 206, IV, da CF/88 não tem a aplicação limitada de acordo com o
grau de ensino. Se o texto constitucional não fez distinção de sua aplicação, não cabe ao
interprete fazê-la (ubi lex non distinguir nec nos distinguere debemus).
www.portalbnd.com.br
Por fim, a sociedade já contribui com a promoção e incentivo do ensino através dos
@bomnodireito
Com o fim de preservar a moralidade pública, em seu art. 37, incisos XVI e XVII, a
Constituição Federal veda a acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públicas,
tanto na Administração Direta como na Indireta. Conclui-se, portanto, que a inacumulabilidade
de cargo público emerge como regra, cujas exceções são expressamente estabelecidas no corpo
da própria Carta Magna.
Com efeito, na exceção prevista na alínea "b" do inciso XVI do art. 37 da CF, o
conceito de "cargo técnico ou científico" era uma das controvérsias jurisprudenciais que
pairavam sobre a interpretação dessa norma para fins de acumulação.
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
Após esse julgamento, o Superior Tribunal de Justiça começou a se alinhar a esse
entendimento. Entretanto, mesmo com a manifestação reiterada do Supremo Tribunal Federal
dessa posição, ainda podem ser encontradas decisões recentes, inclusive do Superior Tribunal ÍNICIO
de Justiça, em sentido contrário.
No tocante ao teto constitucional, previsto no art. 37, XI, da CF, sendo a acumulação
legítima, considera-se cada um dos vínculos em separado para fins de aplicação do limite de
remuneração.
acumuláveis, ainda que acima, no cômputo global, não interfere nos objetivos que inspiram o
texto constitucional. As situações alcançadas pelo art. 37, XI, da CF são aquelas nas quais o
@bomnodireito
Prezado aluno,
O assunto foi introduzido a partir da legislação, uma vez que se trata de importante
dispositivo constitucional sobre a Administração Pública (disposições gerais). No entanto, exigiu-
se apenas o conhecimento básico do texto constitucional, o que não representa problemas para
candidatos a concursos de alto rendimento.
Segundo já decidiu o STJ, somente se pode considerar que um cargo tem natureza
técnica se ele exigir, no desempenho de suas atribuições, a aplicação de conhecimentos
especializados de alguma área do saber. (Segunda Turma, REsp 1569547-RN, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 15/12/2015, Informativo 575).
Recurso especial improvido.
(...) a natureza técnica apenas poderia ser conferida aos cargos que
exigissem, no desempenho de suas atribuições, a aplicação de
conhecimentos especializados de alguma área do saber. Anotou que
www.portalbnd.com.br
RMS 28497/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Cármen
Lúcia, 20.5.2014. (RMS-28497)
50
Posteriormente, a questão aborda outro tema sensível sobre o tema, desta vez
acerca da limitação de horas para fins de acumulação. Nesse ponto, é importante ressaltar que
a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vinha oscilando. De início, manteve o limite de
60 horas semanais, com julgados, inclusive, da Primeira Seção, verbis:
6. Segurança denegada.
Por sua vez, o Tribunal da Cidadania começou a se alinhar a essa posição, afastando
o limite por ausência de previsão constitucional. Nesse sentido, vejamos acórdão que
expressamente reconhece a adequação do entendimento ao posicionamento consolidado pelo
STF:
pública. Precedentes.
viabiliza retribuição pecuniária inferior ao que se tem como razoável,
presentes as atribuições específicas dos vínculos isoladamente
considerados e respectivas remunerações. ÍNICIO
Da mesma forma, os arts. 95, parágrafo único, I, e 128, § 5º, II, “d”, da
CF veiculam regras quanto ao exercício do magistério por juízes e
www.portalbnd.com.br
Cabe idêntica conclusão quanto ao art. 40, § 11, da CF, sob pena de
criar situação desigual entre ativos e inativos, contrariando preceitos
de envergadura maior, entre os quais a isonomia, a proteção dos
valores sociais do trabalho — expressamente elencada como
fundamento da República —, o direito adquirido e a irredutibilidade de
vencimentos.
a) A responsabilização do agente público por ato de improbidade administrativa que cause lesão
ao erário exige regime jurídico estatutário, mas o exercício da atividade pode ser decorrente de
concurso público ou cargo em comissão.
b) Todo ato de improbidade administrativa que cause lesão ao erário exige dolo do agente e
perda patrimonial pública.
ÍNICIO
c) Constitui ato de improbidade administrativa o enriquecimento ilícito por perceber vantagem
econômica para intermediar a liberação ou a aplicação de verba pública, desde que haja prejuízo
ao Poder Público igual ou superior a essa vantagem.
d) Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade
administrativa por atentar contra os princípios da Administração Pública.
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
Para acelerar sua revisão de primeira fase no que tange ao tema IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA, segue a transcrição dos dispositivos constitucionais ou legais e súmulas de
maior incidência, de maneira estruturada e destacada:
tema. É o que deve receber a atenção para essa etapa do concurso. Como se trata de uma lei
curta, vale a pena conhecê-la bem.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DISPOSITIVOS DESTACADOS COMENTÁRIOS BND
Art. 37. A administração pública direta e (TRF4 – 2016) As penas da Lei de Improbidade
indireta de qualquer dos Poderes da União, Administrativa possuem independência das
dos Estados, do Distrito Federal e dos esferas penais, civis e administrativas, mas
Municípios obedecerá aos princípios de não podem ser aplicadas cumulativamente.
legalidade, impessoalidade, moralidade, (assertiva incorreta).
publicidade e eficiência e, também, ao (TRF2 – 2018) Considere as assertivas abaixo
seguinte: (...) e assinale a alternativa correta. Segundo o
STF:
§ 4º Os atos de improbidade administrativa I - É prescritível a ação de reparação de danos
importarão a suspensão dos direitos à Fazenda Pública decorrentes de ilícito civil.
políticos, a perda da função pública, a II - É prescritível a ação de ressarcimento
indisponibilidade dos bens e o decorrente de ato de improbidade
ressarcimento ao erário, na forma e administrativa praticado com culpa.
gradação previstas em lei, sem prejuízo da III- São imprescritíveis as ações de
ação penal cabível. ressarcimento decorrentes de ato de
improbidade administrativa praticado com
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de dolo. (todas as assertivas estão corretas).
prescrição para ilícitos praticados por ÍNICIO
qualquer agente, servidor ou não, que OBS: No julgamento do RE 852.475/SP, o STF
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as fixou a seguinte tese de Repercussão Geral:
respectivas ações de ressarcimento. “São, portanto, imprescritíveis as ações de
ressarcimento ao erário fundadas na prática
de ato doloso tipificado na Lei de
Improbidade Administrativa.”
LEI Nº 8.429/1992
DISPOSITIVOS DESTACADOS COMENTÁRIOS BND
Art. 1° Os atos de improbidade praticados (TRF2 -2014) Quem não é agente público (o
por qualquer agente público, servidor ou terceiro, previsto no artigo 3º da Lei nº
não, contra a administração direta, indireta 8.429/92) não pode responder isoladamente
ou fundacional de qualquer dos Poderes da (sem a presença de qualquer agente público),
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos em ação de improbidade, e ser submetido às
Municípios, de Território, de empresa medidas gerais previstas no artigo 12 da
incorporada ao patrimônio público ou de mencionada legislação. (alternativa correta)
www.portalbnd.com.br
*por limitação de espaço disponibilizamos apenas uma pequena parte da Revisão Acelerada.
b) Todo ato de improbidade administrativa que cause lesão ao erário exige dolo do agente e
perda patrimonial pública.
d) Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade
administrativa por atentar contra os princípios da Administração Pública.
GABARITO: D.
- Comentários:
60
Alternativa a: INCORRETA. O art. 1º da Lei nº 8.429/92 afirma que os atos de improbidade são
“praticados por qualquer agente público, servidor ou não (...)”, ou seja, não exige que o sujeito
ativo do ato seja agente público com vínculo estatutário. Com efeito, o conceito de agente
público trazido por esse dispositivo legal é bastante amplo, o que tem levado o STJ a considerar
que nele estão incluídos, por exemplo, os empregados de empresas públicas e sociedades de
economia mista, regidos pela CLT (MS 13.191/DF, 1ª Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJe
04/08/2015; MS 13.142/DF, 1ª Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 04/08/2015). Logo, está
errada a alternativa a.
Alternativa b: INCORRETA. O art. 10, que cuida do ato ímprobo por dano ao erário, afirma
expressamente que a conduta pode ser “dolosa ou culposa.” Trata-se, aliás, da única espécie de
ato de improbidade administrativa que contempla a figura culposa, pois os atos de
enriquecimento ilícito (art. 9º) e de violação a princípios (art. 11) demandam a presença de
dolo. Embora parte da doutrina questione a constitucionalidade do art. 10 nesse particular,
argumentando que a punição por improbidade dependeria da má-fé do agente (i.e., do dolo),
sendo insuficiente a mera presença de imperícia, negligência ou imprudência (culpa), certo é
que a jurisprudência tem reputado válido esse dispositivo legal. Nesse sentido,
Fonte: GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 4ª. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 252-254.
Não há, portanto, exigência de que a vantagem econômica percebida pelo agente público seja
igual ou inferior ao prejuízo causado ao Poder Público, como consta na alternativa c, o que a
torna incorreta. ÍNICIO
Alternativa d: CORRETA. A alternativa d, por sua vez, traz afirmação que reproduz o que consta
no art. 11, VI, da LIA, senão vejamos: “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública (...): VI - deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo”. Sobre o tema, é relevante mencionar que o STJ já afirmou não configurar
improbidade administrativa “o simples atraso na entrega das contas sem que exista dolo na
espécie” (AgRg no REsp 1382436/RN, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 20/08/2013, DJe 30/08/2013). Isso porque, como afirmado em comentário à
questão 2, a configuração do ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 exige a
demonstração de prática dolosa de conduta que atente contra os princípios administrativos. Isso
não torna, contudo, incorreta a assertiva d, já que ela reproduz o texto legal.
Alternativa e: INCORRETA. A conduta narrada na letra e se amolda àquela descrita no art. 10,
www.portalbnd.com.br
XIII, da LIA:
@bomnodireito
Embora essa seja a justificativa para o gabarito, cumpre reconhecer que ele não
está imune a críticas. Primeiro, porque, como visto nos comentários à questão anterior, o
patrimônio público pode ser atingido mesmo que o erário (interpretado como a representação
dos interesses econômicos do Estado) não seja alcançado. Em segundo lugar, porque o STJ tem
trabalhado com a presunção de dano ao erário, ao menos na hipótese da dispensa de licitação,
como visto acima,, raciocínio que poderia ser estendido à hipótese descrita no enunciado. Em
terceiro lugar, porque a assertiva não afirma que está a tratar apenas do ato ímprobo do art. 10.
Logo, mesmo se se entender que não estaria configurado o dano ao erário indispensável à
caracterização do ato do art. 10, a conduta narrada poderia ser enquadrada como violadora de
princípios que regem a Administração Pública (art. 11). De qualquer forma, embora o gabarito
seja questionável, o candidato, diante dessa questão, estando ciente da controvérsia existente
sobre o que dispõe a alterativa, deveria optar pela alternativa d, já que constitui mera paráfrase
do texto legal, mostrando-se, portanto, a opção mais segura.
ÍNICIO
FALSO
CONDUTA ilícita. (STJ, Primeira Turma, REsp 1766149/RJ, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Rel.
p/ Acórdão Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em 08/11/2018, DJe 04/02/2019,
@bomnodireito
Informativo 639).
VERDADEIRO
FALSO
- Comentários: Os AGENTES POLÍTICOS, com EXCEÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, ÍNICIO
encontram-se sujeitos a DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO, de modo que se submetem tanto à
responsabilização civil pelos atos de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA quanto à
responsabilização político-administrativa por CRIMES DE RESPONSABILIDADE. (STF, Plenário,
Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
10/5/2018, Informativo 901).
Constituem sujeitos ativos do ato, por sua vez, o agente público e o terceiro que
tenha induzido ou concorrido para a prática do ato ou haja dele se beneficiado de qualquer
forma. A lei traz um conceito amplo de agente público, em seu art. 2º, o qual abrange “todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração”, algum cargo, emprego
ou função pública; abrange inclusive, por exemplo, o estagiário das pessoas indicadas no art. 1º,
conforme já decidiu o STJ. Quanto ao terceiro, por sua vez, só se justifica a sua inclusão no polo
passivo da ação se nela também constar um agente público, já que aquele, como visto, só
participa do fato praticado por este, de modo que não pode ser responsabilizado isoladamente,
consoante igualmente tem entendido o STJ.
“terceiro”, de modo que podem, sim, responder por improbidade, cabendo, apenas, adequar as
sanções previstas em lei à natureza da pessoa jurídica. Note-se, outrossim, que, na maioria dos
casos, a prática de ato ímprobo pela pessoa jurídica impõe a desconsideração da personalidade ÍNICIO
jurídica (art. 50, Código Civil), o que permite a responsabilização dos sócios.
integram a Administração Indireta. Por conseguinte, podem ser sujeitos passivos do ato ímprobo
e as pessoas que com ela mantenham vínculos podem ser sujeitos ativos do ato.
@bomnodireito
demonstrada.
Cabe delimitar, outrossim, a natureza dos atos que podem ser reputados ímprobos. ÍNICIO
Os atos administrativos constituem, por excelência, aqueles submetidos ao controle da Lei nº
8.429/92. Embora a improbidade possa ser constatada na prática de atos administrativos
vinculados, é especialmente no âmbito dos atos administrativos discricionários que a
improbidade costuma ser perpetrada. O poder discricionário é associado a uma margem de
liberdade de que goza o administrador, o qual possui uma esfera de apreciação para, analisando
conveniência e oportunidade, decidir por praticar ou não – e, em caso positivo, por como
praticar – determinado ato administrativo. Assume importância, então, a noção de mérito
administrativo, tradicionalmente considerada infensa ao controle jurisdicional.
Isso posto, atente-se à tipologia objetiva e subjetiva dos atos de improbidade. A Lei
nº 8.429/92 prevê três formas básicas de ato ímprobo. Em primeiro lugar, o ato que ocasiona o
enriquecimento ilícito do agente público, previsto no art. 9º da lei. Em segundo, o que
representa dano ao erário, ainda que não se traduza em vantagem econômica para o agente,
consoante estatui o art. 10. Em terceiro, pode significar, simplesmente, afronta aos princípios
que regem a Administração Pública e os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
ÍNICIO
lealdade às instituições, como se depreende do art. 11. A essas três categorias iniciais o
legislador acrescentou, por meio da Lei Complementar nº 157/2016, outra espécie de ato
ímprobo, que pode ser considerada um subtipo de ato que provoca dano ao erário. Trata-se,
conforme prevê o art. 10-A, dos atos de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
ou tributário, assim reputados qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da LC
nº 116/2003.
jurisprudência do STJ, a improbidade não corresponde à mera ilegalidade, mas a uma ilegalidade
qualificada pelo elemento subjetivo do agente. Com efeito, exige-se o dolo do agente para a
@bomnodireito
configuração dos atos descritos nos arts. 9º e 11 e, a culpa ou o dolo, na hipótese do art. 10,
conforme tem reconhecido o STJ. Parte da doutrina, respaldada por parte da jurisprudência
(inclusive por precedentes do STJ), defende que a culpa, nesse caso, há de ser a culpa grave (em
que o evento é previsível para pessoas diligentes e responsáveis, qualidades que se espera do
gestor público). Discute-se, ainda, sobre a aplicabilidade, no âmbito da improbidade, da noção
de cegueira deliberada (willful blindness), desenvolvida inicialmente no direito penal. Para essa
teoria, o agente responde pelo ato mesmo que não o tenha praticado diretamente ou dele tido
68
ciência expressa se, diante de elementos claros apontando para a existência de ilicitude, preferir
não tomar as medidas necessárias para verificar a idoneidade da situação. O tema ainda é
incipiente na jurisprudência, mas já se verifica julgado de tribunal regional federal aplicando
essa teoria à improbidade administrativa.
da função pública. Essa orientação já foi adotada pelo STJ em alguns casos, mas não é,
atualmente, a que predomina na jurisprudência.
ÍNICIO
As ações cíveis em que é parte sociedade de economia mista federal, bem como as
ações criminais em que o crime é praticado em detrimento de sociedade de economia mista
federal, são de competência da Justiça Federal (Súmula nº 42, STJ). Na ação de improbidade,
todavia, a competência passa pela verificação de quem ocupa o polo ativo da demanda. Se o
MPF é o autor, o entendimento prevalente no STJ é de que a competência necessariamente é
da Justiça Federal, já que ele constitui órgão da União. Isso não impede, todavia, que o juiz
federal examine se o MPF possui atribuição para atuar no feito e, caso conclua pela sua
inexistência, extinga o processo sem resolução do mérito pela ilegitimidade ativa. Note-se,
também, que a União pode ter interesse em ocupar, isoladamente ou em litisconsórcio, o polo
ativo da demanda, hipótese em que a competência, necessariamente, será da Justiça Federal
(art. 109, I, CF).
o prazo igualmente é de cinco anos 5 anos (art. 142, I). Note-se, ainda, que, na hipótese de o
@bomnodireito
fato também constituir crime, a prescrição segue o prazo previsto na lei penal para a prescrição
da pretensão punitiva. Trata-se de comando expresso da Lei nº 8.112 (art. 142, §2º), que tem
sido estendido pelo STJ também aos casos em que o agente não é regido por esse diploma legal.
(art. 19). Embora a jurisprudência do STJ tenha oscilado a esse respeito, o entendimento mais
recente é pela aplicação da Lei da Ação Popular, por integrar o microssistema de tutela coletiva,
que prevê a remessa necessária quando o autor é vencido. ÍNICIO
Em relação às sanções pela prática do ato ímprobo, cabe atentar ao art. 12, que
prevê as seguintes penalidades: perda de bens ou valores acrescidos de forma ilícita,
ressarcimento dos danos, perda de função pública, suspensão de direitos políticos por prazo
determinado (que varia conforme o ato praticado), multa civil e proibição de contratar com o
Poder Público e de receber benefícios e incentivos fiscais por prazo certo (que também varia
conforme o ato praticado). A perda da função pública, sublinhe-se, pode ser determinada pelo
juiz mesmo que o agente seja vinculado à administração estadual ou municipal, inexistindo, aí,
violação ao pacto federativo.
Esse rol de sanções é mais amplo do que o previsto na CF (art. 37, §4º), mas se tem
entendido pela sua constitucionalidade, argumentando-se que o constituinte fixa apenas um rol
mínimo de sanções. Registre-se, ainda, que se tem discutido acerca da possibilidade da fixação
de indenização por danos morais coletivos na ação de improbidade, o que não possui previsão
na Lei nº 8.429/92; o STJ tem admitido essa possibilidade, mas a questão ainda é controversa na
jurisprudência.
www.portalbnd.com.br
Note-se, outrossim, que essas penas podem ser aplicadas cumulativamente ou não,
a critério do juiz. Não se admite, apenas, que seja imposta unicamente a sanção de
@bomnodireito
ressarcimento ao erário, já que esta não representa, a rigor, uma punição. Cabe ao juiz, atento
à medida da culpabilidade, à gravidade do ato e à extensão do dano causado (art. 12, parágrafo
único, Lei nº 8.429/92), bem como à proporcionalidade e à razoabilidade, fixar as sanções
necessárias para a reprimenda do ato.
ÍNICIO
COMENTÁRIOS DA EQUIPE BND
Ao tratar dos sujeitos, a questão exigia que o candidato abordasse tanto aqueles
que podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade (aqueles que praticam o ato) – agente
público, particular, pessoa jurídica e agente político – quanto os possíveis sujeitos passivos.
71
Em relação aos sujeitos ativos, como comentado na questão acima, é essencial que
o candidato domine o conceito de agente público na Lei de Improbidade Administrativa (art. 2º)
e a possibilidade do particular que haja induzido ou concorrido para a prática do ato ou dele
tenha se beneficiado de qualquer modo ser réu na ação (art. 3º). A questão ainda exigia
conhecimento sobre a possibilidade de agentes políticos e pessoas jurídicas responderem por
improbidade administrativa. Dos agentes políticos já se tratou nos comentários à questão
anterior.
Em relação à pessoa jurídica, era preciso observar que ela se enquadra no conceito
legal de terceiro, conforme esclarece a doutrina (GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco.
Improbidade Administrativa. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 222/223). Ademais,
conforme o STJ, "Considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas
por atos ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de
uma demanda de improbidade, ainda que desacompanhada de seus sócios" (REsp 970.393/CE,
Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 21.6.2012, DJe 29.6.2012).
por ato de improbidade administrativa se deu somente com base no art. 11 da LIA” (EDRESP -
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL - 1505356 2013.03.52814-2, HERMAN
BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:13/09/2017). Caberia, ainda, expor a ÍNICIO
compatibilidade da norma com o princípio da intranscendência da pena, previsto no art. 5º,
XLV, CF, ressaltando todavia, que só se transmitem as sanções de natureza pecuniária.
O item foi comentado na questão discursiva anterior, pelo que se reporta o leitor à
sua leitura, a fim de evitar repetição.
Neste ponto, o examinador exigia que o candidato expusesse a natureza dos atos
www.portalbnd.com.br
que podem ser imputados ímprobos, com domínio de conceitos estudados em Direito
Administrativo. A resposta seguiu, em linhas gerais, as lições presentes em GARCIA, Emerson;
@bomnodireito
ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
(...)
instâncias civil e administrativa são independentes, de sorte que é possível, mesmo diante da
absolvição no processo administrativo, a condenação por improbidade (AgRg no HC 349.528/PB,
@bomnodireito
5ª Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 27/09/2017; MS 21.305/DF, 1ª Seção, Rel.
Min. Herman Benjamin, DJe 26/04/2017; AgRg no AgRg no AREsp 558.920/MG, 2ª Turma, Rel.
Min. Assusete Magalhães, DJe 13/10/2016; AgRg no AREsp 587.848/RS, 5ª Turma, Rel. Min.
Jorge Mussi, DJe 15/12/2014).
74
e) Competência: A questão do foro por prerrogativa de função; atos praticados em detrimento
de sociedade de economia mista federal.
DJE 14/10/2016:
ÍNICIO
(STF, Pet 5123 AgR, Relator: Min. Marco Aurélio, Primeira Turma,
julgado em 18/08/2015). SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E
@bomnodireito
concreto, pois se trata de Ação Civil Pública que visa apurar atos de
improbidade praticados em detrimento da sociedade de economia
@bomnodireito
A LIA possui previsão expressa quanto prescrição das ações destinadas à imposição
das sanções pela prática de improbidade administrativa (art. 23):
O destaque neste item da resposta deve ser dado ao entendimento de que o decurso do prazo
prescricional não afeta a pretensão de ressarcimento de danos causados ao erário quando
decorrente de ato doloso; aplicando-se o art. 37, §5º, da CF, que consagra a imprescritibilidade
da pretensão de ressarcimento ao erário. Trata-se de entendimento recentemente pacificado
pelo STF em sede de repercussão geral, de conhecimento obrigatório pelo candidato (RE
852475, Rel. Min. Alexandre De Moraes, Rel. p/ Acórdão: Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno,
julgado em 08/08/2018, Processo Eletrônico DJe-058 Divulg 22-03-2019 Public 25-03-2019).
permanece vinculado aos fatos narrados pelo autor, mas não ao enquadramento legal e às
sanções por ele requeridas. Com efeito, conforme o STJ:
As sanções aplicáveis pela prática do ato ímprobo constam no art. 12: (1) perda de
bens ou valores acrescidos de forma ilícita, (2) ressarcimento dos danos, (3) perda de função
pública, (4) suspensão de direitos políticos por prazo determinado (que varia conforme o ato
praticado), (5) multa civil e (6) proibição de contratar com o Poder Público e de receber
benefícios e incentivos fiscais por prazo certo (que também varia conforme o ato praticado).
79
É importante que o candidato conheça a existência de discussões quanto à
constitucionalidade deste rol, pois mais amplo do que o previsto na CF (art. 37, §4º), sabendo
que prevalece a corrente que sustenta a constitucionalidade.
Outro debate importante diz respeito à indenização por danos morais coletivos.
Ainda que ausente previsão na Lei nº 8.429/92, o STJ tem admitido essa possibilidade; a questão,
contudo, ainda é controversa na jurisprudência, tanto que o TRF4, por exemplo, não a admite (
TRF4, AC 5001696- 43.2015.404.7103, Terceira Turma, Relator p/ Acórdão Fernando Quadros
da Silva, juntado aos autos em 09/03/2016).
A perda da função pública pode ser determinada pelo juiz mesmo que o agente
seja vinculado à administração estadual ou municipal, inexistindo, aí, violação ao pacto
federativo.
Note-se, outrossim, que essas penas podem ser aplicadas cumulativamente ou não,
a critério do juiz. Consoante a jurisprudência do STJ, “a aplicação cumulativa das penalidades é
considerada facultativa, observando-se a medida da culpabilidade, a gravidade do ato, a
extensão do dano causado e a reprimenda do ato ímprobo” (AgInt no REsp 1563621/SP, Rel.
Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 26/06/2018, DJe 03/08/2018).
na prática do ato que lhe foi imputado como ímprobo; pelo contrário,
malgrado o acórdão recorrido mantivesse a condenação dos
@bomnodireito
ação de improbidade (art. 17). Contudo, é importante que o candidato conheça as críticas
doutrinárias que têm sido formuladas a esse dispositivo, as quais sugerem, inclusive, que ele
não seja aplicado. Também é preciso estar atento à posição habitualmente assumida pelo MPF ÍNICIO
nesse particular, o qual igualmente defende a possibilidade de acordos em ação de improbidade.
1 - Candidato, sabe-se que uma das sanções previstas na Lei nº 8.429/92 – Lei de Improbidade
Administrativa, é a perda da função pública que, conforme o art. 12, pode ser aplicada em
condenações por uma das modalidades de improbidade. Nesse contexto, indaga-se: (a) o
magistrado tem discricionariedade para aplicar qualquer das sanções previstas no art. 12,
conforme a gravidade do ato? Ou necessariamente deverá se ater ao texto legal, aplicando
todas as sanções previstas no inciso correlacionado à capitulação do ato de improbidade? (b)
81
caso o agente não mais esteja ocupando a função pública na qual praticou o ato pelo qual foi
condenado, é legítima a perda da função que está praticando no momento do trânsito em
julgado da condenação? (c) e caso o agente público já esteja aposentado no momento do
trânsito, é legítima a cassação da aposentadoria?
das correntes sustenta que o agente público condenado somente pode perder a função pública
que ele utilizou para a prática do ato de improbidade. Ou seja, por se tratar de norma que
descreve e pune infrações administrativas, deve ser interpretada de modo restritivo, não
podendo sofrer interpretação extensiva. Assim, a sanção de perda da função pública não poderia
atingir cargo público diverso daquele que serviu de instrumento para a prática da conduta ilícita.
Prezado aluno, ÍNICIO
vem externando forte preocupação com o respeito, pelos agentes públicos, ao dever de lealdade
@bomnodireito
perante a Administração, da qual resultou a previsão, na Constituição atual (art. 14, § 9º e art.
37, § 4º), da figura improbidade administrativa, regulamentada pela Lei 8.429/92, apta a ensejar
ao mau administrador, entre outras consequências, a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
3. Em ação civil pública por ato de improbidade, basta que o autor faça
uma descrição genérica dos fatos e imputações dos réus, sem
necessidade de descrever em minúcias os comportamentos e as
sanções devidas a cada agente.
84
4. É possível condenar os agentes ímprobos em pena diversa das
pleiteadas pelo parquet. Compreensão dos princípios do Direito
Romano jura novit curia e da mihi factum dabo tibi ius, em que as leis
são do conhecimento do juiz, bastando que as partes lhe apresentem
os fatos.
Quanto à perda da função pública, nos casos em que o agente não estaria mais
ocupando a função relacionada ao ato improbo no momento do trânsito em julgado da
condenação, e a possibilidade de perda de função diversa, era importante pontuar a flagrante
divergência jurisprudencial existente entre as Turmas do Superior Tribunal de Justiça,
ressaltando que a questão ainda não encontra resposta pacificada. Nesse sentido, seguem
julgados das 1ª e 2ª Turma, com entendimentos diametralmente opostos:
LEGAL.
@bomnodireito
2. "O art. 12 da Lei 8.429/92, quando cuida das sanções aplicáveis aos
www.portalbnd.com.br
ÍNICIO
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
89
5.3. TREINO MAGISTRATURA ESTADUAL
1 – (TJSC, 2017, FCC) Coviello, em seu magnífico Manuale di Diritto Civile Italiano, é quem
explica a matéria com maior clareza.
Uma cousa, diz êle, é independer, a obrigatoriedade da lei, do conhecimento dos que lhe estão
sujeitos e outra cousa é poder-se invocar o êrro de direito como pressuposto de certos fatos,
dos quais a lei faz derivar consequências jurídicas. A primeira não comporta dúvidas; a
segunda exige um exame, uma indagação.
Quando se admite a possibilidade de se invocar o êrro de direito, tal outro qualquer êrro, como ÍNICIO
pressuposto de um fato jurídico, isto não significa que se abra exceção à regra da
obrigatoriedade das leis mesmo contra quem não as conhece.
A única distinção a fazer-se é a relativa ao fim visado por quem alega ignorância ou êrro de
direito.”
(Vicente Rao. O Direito e a Vida dos Direitos. 1° volume. tomo I. p. 382. São Paulo, Max
Limonad. 1960).
Esse texto
a) aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando
que não a conhece, salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia
entre as partes, é anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou
principal do negócio, e não implique recusa à aplicação da lei.
b) aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando
www.portalbnd.com.br
que não a conhece, é anulável a transação quando o erro de direito foi o motivo, único ou
principal, do acordo, sobre as questões que tiverem sido objeto de controvérsia entre as partes.
@bomnodireito
c) não se aplica ao direito brasileiro, porque ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que
não a conhece, sendo defeso alegar a invalidade de negócio jurídico fundada em erro de direito.
d) aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando
que não a conhece, é nulo o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou
90
principal do negócio, salvo, na transação, a respeito das questões que forem objeto de
controvérsia entre as partes.
e) não se aplica ao direito brasileiro, porque, quando o erro de direito for o motivo único de
negócio jurídico, admite-se a alegação de desconhecimento da lei que o proíbe.
1 – O donatário que não executou encargo assumido em face do doador como condição para
a celebração da doação onerosa poderá ser constituindo em mora por notificação
extrajudicial.
( ) Verdadeiro ( ) Falso
2 – A seguradora pode recusar a contratação de seguro a quem tenha restrição financeira junto
a órgãos de proteção ao crédito, ainda que se disponha a pronto pagamento, ante a
autonomia da vontade, princípio regente dos contratos. ÍNICIO
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
O amplo tema “contratos” é de grande relevância para as provas da magistratura estadual, com
@bomnodireito
elevado grau de incidência em questões objetivas, discursivas e sentenças. Por esse motivo, o
tema deve ser estudado de forma bastante ampla, com repetidas leituras da lei seca e de obras
doutrinárias que permitam o conhecimento do tratamento jurisprudencial dado à matéria.
Justamente por isso fiz uma seleção mais vasta, contemplando também dispositivos da PARTE
GERAL (Título: Negócios Jurídicos). Dentro da PARTE ESPECIAL, fui além e inseri inclusive os
artigos que dão suporte ao direito obrigacional, para em seguida adentrar na normatização
ligada aos CONTRATOS.
Não bastasse, fiz questão de encerrar pontuando alguns dispositivos relevantes envolvendo os
ATOS UNILATERAIS.
É importante, desde já, perceber que o tema “contratos”, em 1ª fase, é exigido basicamente
com base no conhecimento da lei seca.
O estudo das provas objetivas deixa claro que alguns temas costumam ser mais cobrados em
provas de primeira fase.
Dentre eles, destacamos os seguintes pontos: validade do negócio jurídico; classificação dos
contratos; vícios redibitórios; evicção; compra e venda; fiança; doação; transporte.
ÍNICIO
Para facilitar seu estudo de primeira fase, segue a transcrição dos dispositivos
constitucionais ou legais e súmulas de maior incidência, com os respectivos destaques.
Esses temas precisam ser bem estudados, razão pela qual persiste a necessidade
de estudo completo da matéria.
Art. 112. Nas declarações de vontade (TJSC, 2010) Nas declarações de vontade se atenderá
se atenderá mais à intenção nelas mais à intenção nelas consubstanciada do que ao
consubstanciada do que ao sentido sentido literal da linguagem. Isto representa dizer que
literal da linguagem. cabe ao intérprete investigar qual a real intenção dos
contratantes, pois o que interessa é a vontade real e
não a declarada (CORRETA).
92
Art. 113. Os negócios jurídicos devem (TJRS, 2016) Sobre os efeitos da boa-fé objetiva,
ser interpretados conforme a boa-fé é INCORRETO afirmar que: a) servem de limite ao
e os usos do lugar de sua celebração. exercício de direitos subjetivos (CORRETA); b)
resultam na proibição do comportamento
contraditório (CORRETA); c) qualificam a posse,
protegendo o possuidor em relação aos frutos já
percebidos (INCORRETA); d) servem como critério
para interpretação dos negócios jurídicos (CORRETA);
e) reforçam o dever de informar das partes na relação
obrigacional (CORRETA).
Art. 422. Os contratantes são (TJRS, 2016) Sobre os efeitos da boa-fé objetiva,
obrigados a guardar, assim na é INCORRETO afirmar que: a) servem de limite ao
conclusão do contrato, como em sua exercício de direitos subjetivos (CORRETA); b)
execução, os princípios de probidade resultam na proibição do comportamento
e boa-fé. contraditório (CORRETA); c) qualificam a posse,
protegendo o possuidor em relação aos frutos já
Nota: o princípio da boa-fé objetiva é percebidos (INCORRETA); d) servem como critério
insistentemente objeto de para interpretação dos negócios jurídicos (CORRETA);
questionamento em provas de e) reforçam o dever de informar das partes na relação
primeira fase, devendo-se conhecer obrigacional (CORRETA).
os dispositivos legais pertinentes e as
discussões doutrinárias. (TJRS, 2016) Sobre a extinção do contrato, assinale a
alternativa correta: [...] implica, necessariamente, o
fim de todos os efeitos decorrentes da relação
obrigacional (INCORRETA).
GABARITO
1 – (TJSC, 2017, FCC) Coviello, em seu magnífico Manuale di Diritto Civile Italiano, é quem
explica a matéria com maior clareza.
Uma cousa, diz êle, é independer, a obrigatoriedade da lei, do conhecimento dos que lhe estão
sujeitos e outra cousa é poder-se invocar o êrro de direito como pressuposto de certos fatos,
www.portalbnd.com.br
dos quais a lei faz derivar consequências jurídicas. A primeira não comporta dúvidas; a
@bomnodireito
Quando se admite a possibilidade de se invocar o êrro de direito, tal outro qualquer êrro, como
pressuposto de um fato jurídico, isto não significa que se abra exceção à regra da
obrigatoriedade das leis mesmo contra quem não as conhece.
A única distinção a fazer-se é a relativa ao fim visado por quem alega ignorância ou êrro de
direito.”
96
(Vicente Rao. O Direito e a Vida dos Direitos. 1° volume. tomo I. p. 382. São Paulo, Max
Limonad. 1960).
Esse texto
c) não se aplica ao direito brasileiro, porque ninguém se escusa de cumprir a lei alegando
que não a conhece, sendo defeso alegar a invalidade de negócio jurídico fundada em
erro de direito.
e) não se aplica ao direito brasileiro, porque quando o erro de direito for o motivo único
de negócio jurídico, admite-se a alegação de desconhecimento da lei que o proíbe.
ÍNICIO
GABARITO: A
Comentários:
Erro é a falsa noção de qualquer dos elementos do ato ou negócio jurídico, a falsa
representação da realidade. Ensina Francisco Amaral que “no erro há também divergência, não
entre a vontade e a declaração, mas entre a vontade realmente declarada e uma vontade
hipotética, a que existiria no agente se não estivesse em erro” (Direito Civil – Introdução, p. 492-
493).
à disciplina legal, salvo no caso em que quem o invoca não pretende fugir à aplicação da lei,
@bomnodireito
demonstrando ter sido o desconhecimento de uma regra dispositiva que o levou à prática de
um ato que não se realizaria se houvesse conhecimento da realidade (CC, art. 139).
Conclui-se, portanto, que está correta a alternativa “a”, afirmando que o texto se
aplica ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que
não a conhece, salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia
entre as partes, é anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou
principal do negócio, e não implique recusa à aplicação da lei.
1 – O donatário que não executou encargo assumido em face do doador como condição para
a celebração da doação onerosa poderá ser constituindo em mora por notificação
extrajudicial.
VERDADEIRO
ÍNICIO
Segundo o Código Civil, o donatário que não executa o encargo perde a doação (art.
553 e 555).
FALSO
FALSO
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
ÍNICIO
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
100
PONTO PRIORITÁRIO: CONTRATOS
1 – (TJBA, 2019, CESPE) Tarcísio celebrou, em março de 2015, contrato de promessa de compra
e venda de imóvel em construção, em regime de incorporação imobiliária, com determinada
vendedora/construtora, tendo sido pactuado que a entrega do imóvel ocorreria em março de
2017, com a possibilidade de prorrogação desse prazo por até cento e oitenta dias.
Em novembro de 2018, como o imóvel ainda não havia sido entregue por culpa exclusiva do
promitente vendedor, Tarcísio ajuizou ação para rescindir o contrato de promessa de compra
e venda, por inadimplemento contratual. Entre outros pedidos, requereu, (i) a declaração da
rescisão, (ii) a restituição integral das parcelas já pagas e (iii) a indenização a título de lucros
cessantes, porque sua pretensão era passar a residir em imóvel próprio para deixar de pagar
aluguel.
possibilidade da rescisão, o pedido de restituição das parcelas pagas não deveria ocorrer de
forma integral, mas com retenção de 10% a 25% dos valores, para justa indenização dos
prejuízos decorrentes da resolução contratual. Sustentou, também, que os lucros cessantes ÍNICIO
não haviam sido demonstrados pela apresentação de contrato de locação ou outro
documento que indicasse que o autor gastou com alugueres em razão da não entrega do
imóvel.
a) A teoria do adimplemento substancial deve ser aplicada nesse caso, haja vista a alegação
da ré de que a edificação estava 94,5% concluída quando Tarcísio ajuizou a ação? Em sua
resposta, aborde o conceito dessa teoria e os requisitos jurisprudenciais para sua aplicação.
c) Mesmo Tarcísio não tendo juntado aos autos comprovante que indicasse o gasto que teve
www.portalbnd.com.br
com alugueres, os lucros cessantes ainda assim serão devidos, de acordo com o entendimento
do STJ?
@bomnodireito
O tema é tratado pelo art. 402 do Código Civil, cujo teor é claro no sentido de que,
salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
www.portalbnd.com.br
No caso, não deve haver qualquer tipo de retenção por parte da construtora, uma
vez que esta deu causa à resolução. Muito a propósito, o STJ possui entendimento segundo o
@bomnodireito
Assim, ainda que a questão não seja pacífica, pode-se dizer que mesmo não tendo
juntado aos autos comprovante que indicasse o gasto que teve com alugueres, os lucros
cessantes seriam devidos, conforme entendimento do STJ.
1. O art. 475 do Código Civil atribui à parte lesada pelo inadimplemento o direito
potestativo (ou poder formador) de promover a resolução do contrato. Essa prerrogativa,
contudo, é temperada pela função limitadora exercida pelo princípio da boa-fé objetiva, na
medida em que o art. 187 do Código Civil qualifica como ato ilícito o exercício de um direito que
www.portalbnd.com.br
exceda manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
@bomnodireito
Sobre o tema:
Na jurisprudência:
promitente vendedor, como concluído pelo Tribunal de origem, a
consequência jurídica, estampada na referida súmula, é a imediata e
integral restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador. ÍNICIO
Assim, não há que se falar na aplicação da teoria do adimplemento
substancial, tendo em vista que o acórdão estadual está em
consonância com o posicionamento deste Tribunal Superior, nos
termos da Súmula n.º 83/STJ. (...) (AgInt no REsp 1729742/SE, Rel.
Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em
15/5/2018, DJe 28/5/2018)
deve ser aplicada, conforme entendimento firmado pelo STJ no AgInt no REsp 1729742/SE, Rel.
Ministro Marco Aurélio Bellizze, 3ª Turma, j. em 15/5/2018.
@bomnodireito
[...]
Veja-se:
Prezado aluno,
quanto ao grau de proximidade entre as partes contratuais nas suas relações sociais.
@bomnodireito
Ainda sobre essas diferenças, restou assentado no voto da eminente relatora, Min.
Nancy Andrighi, ser possível encontrar muitas distinções de regime jurídico entre a
responsabilidade contratual e a extracontratual, inclusive com relação: (i) à capacidade das
partes, quanto à prova do prejuízo; (ii) à avaliação da culpa entre os sujeitos envolvidos no dano;
(iii) aos diferentes graus de culpa para a imputação do dever de indenizar; (iv) ao termo inicial
para a fixação do ressarcimento; e, por fim, (v) à possibilidade de prefixação do dano e de limitar
ou excluir a responsabilidade, pois somente a responsabilidade contratual permite fixar, limitar
ou mesmo excluir o dever de indenizar.
Diante desse cenário, aquela e. Corte concluiu ser adequada a distinção dos prazos
prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades contratual e
extracontratual. Disse ainda que é decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de
pretensão fundamentadas em inadimplemento contratual.
Um último comentário.
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
111
5.4. TREINO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
( ) Verdadeiro ( ) Falso
Vamos juntos acelerar sua revisão de primeira fase no que tange ao tema
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA com ênfase nas carreiras do Ministério Público Estadual.
apontado inicialmente, a cobrança deste tema mescla a abordagem literal da Lei nº 8.429/92
com entendimentos jurisprudenciais, em sua maioria do STJ, exigindo, em raras situações,
@bomnodireito
Assim, para a prova de 1ª fase, orientamos que o aluno estude na doutrina aspectos
gerais da improbidade administrativa, dando maior atenção leitura da LIA e sua aplicação pelo
STJ, combinando, é claro, com a resolução de questões objetivas.
DICA BND: A cobrança da LIA em provas objetivas possui assuntos capazes de causar uma maior
confusão, são eles: 1) espécies de atos de improbidade expressamente definidos nos incisos dos
113
artigos 9º, 10 ou 11; 2) prazo de prescrição e sua contagem; 3) tipos de sanções aplicáveis para
cada ato de improbidade. Desta forma, tenha atenção redobrada para não perder pontos em
situações desta natureza. Avante!
Para facilitar seu estudo de primeira fase, segue a transcrição dos dispositivos ÍNICIO
constitucionais ou legais de maior incidência, com os respectivos destaques:
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL
Dispositivos desatacados da Lei de
Como já caiu?
Improbidade Administrativa
(MPE-MG/2018) “estão sujeitos às penalidades da Lei nº
Art. 1º (...) 8.429, de 2 de junho de 1992, os atos de improbidade
Parágrafo único. Estão também praticados contra o patrimônio de entidade que receba
sujeitos às penalidades desta lei os subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
atos de improbidade praticados órgão público, bem como daquelas para cuja criação ou
contra o patrimônio de entidade que custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
receba subvenção, benefício ou de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
incentivo, fiscal ou creditício, de anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
órgão público bem como daquelas repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
para cuja criação ou custeio o erário públicos. (CORRETA).
www.portalbnd.com.br
Nota do professor:
A maioria das questões envolvendo este dispositivo
tenta confundir a extensão definida no artigo 8º da LIA,
sobretudo quanto à menção expressa do termo “está
sujeito às cominações desta lei”.
Pondera-se que em relação às sanções perda da função
pública ou suspensão dos direitos políticos são pessoais,
mas os sucessores estarão sujeitos à todas as outras
cominações (multa, perda de bens ou ressarcimento) até
o limite do valor de sua herança.
Afinal, as sanções de caráter penal pessoal são
intransferíveis, mas aquelas associadas ao patrimônio
vinculam os sucessores a qualquer título, desde que
decorram de atos de improbidade que causem lesão ao
erário ou enriquecimento ilícito (art. 9º e 10º da LIA).
Para complementar o entendimento sobre o ponto ÍNICIO
segue julgado do STJ:
*por limitação de espaço disponibilizamos apenas uma pequena parte da Revisão Acelerada.
116
GABARITO
GABARITO: B
patrimônio público. Todavia, partindo-se de uma leitura açodada do artigo 12 da LIA, iniciou-se
@bomnodireito
a discussão sobre a natureza do ressarcimento, como espécie de sanção ou não, o que traz
inegável reflexo no momento de dosimetria das sanções a serem aplicadas.
Assim, o STJ dirimiu tal controvérsia reconhecendo que o ressarcimento não possui
natureza de sanção propriamente dita. Vejamos o seguinte julgado:
117
STJ. REsp 1761202/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 11/03/2019:
Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei,
havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de
origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao
www.portalbnd.com.br
VERDADEIRO
1
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: VI - por ter sido adquirido
com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento,
indenização ou perdimento de bens.
120
SEJA ALIENADO e, caso seja julgado procedente o pedido formulado contra o agente na ação de
improbidade, assegurar o ressarcimento dos danos que porventura tenham sido causados ao
Erário.
Em síntese, o STJ entende que os bens de família podem ser objeto de medida de
indisponibilidade prevista na Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que há apenas a
LIMITAÇÃO DE EVENTUAL ALIENAÇÃO DO BEM.
FALSO
FALSO
01 – (2017; MPE-SP) O Promotor de Justiça ajuíza ação civil pública em face de determinado
agente público, alegando que ele praticou ato de improbidade administrativa que causou
dano ao erário. Formula pedido de condenação do Réu em razão do ilícito previsto no artigo
10 da Lei no 8.429/92 e, afirmando ser suficiente, pede que o infrator seja condenado apenas
ao ressarcimento do dano e ao pagamento de multa civil.
Nas condições dadas, pode o Juiz condenar o réu pela prática de ato de improbidade
administrativa, prevista no artigo 11 da Lei no 8.429/92, às sanções de multa civil, perda do
cargo e de suspensão dos direitos políticos? Justifique sua resposta. (Máximo: 60 linhas)
Do afirmado acima, denota-se que, por emanação do devido processo legal (art. 5º,
LIV da CF), nosso ordenamento jurídico adota o princípio da adstrição ou congruência, com vistas
a estabelecer o respeito ao contraditório, à inércia da jurisdição e à ampla defesa, que garantem
aos litigantes não serem surpreendidos sem que tenham ciência prévia e clara dos limites da
demanda, e, por conseguinte, da decisão judicial que colocará termo ao embate e poderá impor
o cumprimento de obrigações ou sanções de natureza cível e penal.
qualificação jurídica diversa daquela apontada na petição inicial, desde que abarcada pelos fatos
narrados.
Por fim, com relação à dosimetria realizada pelo magistrado, reitera-se que em
razão da indisponibilidade do direito tutelado, o juízo não está vinculado às sanções requeridas
na petição inicial, podendo aplicar as penalidades previstas no artigo 12 da LIA de forma
cumulativa ou não, em atenção à proporcionalidade e razoabilidade, e levando em conta a
extensão do dano causado e o proveito patrimonial obtido pelo agente, conforme previsto no
art. 12, parágrafo único, da LIA.
ÍNICIO
COMENTÁRIOS DA EQUIPE BND
Com isso, uma abordagem introdutória dos dois temas acima mencionados levaria
o candidato a trabalhar o PRINCÍPIO DA ADSTRIÇÃO OU CONGRUÊNCIA e sua aplicação na LIA,
seja para a classificação do ato de improbidade ou para a imposição de sanções, por meio da
exposição do seu conceito e a menção aos dispositivos legais e jurisprudenciais correlatos ou
jurisprudências consolidadas dos Tribunais Superiores.
Neste momento, era crucial dividir a resposta nos dois questionamentos que
deveriam ser solucionados, facilitando tanto a correção como a visualização pelo examinador
de seus argumentos jurídicos.
(..)
124
VI - No tocante ao argumento de decisão extra petita ou ultra petita,
sua inconsistência jurídica resulta do fato de que, ainda que não
tenha sido expressamente requerida a aplicação de determinada
sanção pelo promovente da ação de improbidade administrativa,
não há nenhum impedimento para o julgador estabelecer uma
reprimenda não reclamada de forma ostensiva.
8.429/92.
@bomnodireito
Por sua vez, em sendo o prefeito denunciado pela prática de ato de improbidade,
o foro competente para processamento e julgamento é o juízo da Primeira instância, pois o foro
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações
penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa, como entende a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, acompanhado pelo Superior Tribunal de Justiça.
Prezado aluno,
127
De início, é importante pontuar a escolha de um tema sensível ao MP estadual
(improbidade administrativa), quer seja devido à sua incidência nas atividades rotineiras dos
promotores, quer seja pelas várias controvérsias jurisprudenciais que sobre ele pairam.
Como você já sabe, para moldar seu estudo e desenvolver as “novas habilidades” é
necessário o treino constante ao longo do tempo. É esse contato cadenciado dos temas mais
exigidos que possibilitará a sua aprovação na 2ª fase até mesmo de primeira, sem falar no ganho
de eficiência no estudo direcionado para a 1ª fase.
Por isso mesmo, quero te convidar para ACELERAR SUA APROVAÇÃO se inscrevendo no
Programa Ponto na Mão – PPNM.
Basta clicar no link abaixo e escolher a carreira ou carreiras de seu interesse para
aprender se preparar em multiperspectiva de forma eficiente:
ÍNICIO
QUERO ACELERAR
MINHA APROVAÇÃO
(clique acima)
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito
135
7. QUEM SOMOS?
Este e-book foi redigido a várias mãos e após intensos debates com aprovados
excepcionais de diversas carreiras, que ficarão responsáveis pela organização e produção do
PROGRAMA PONTO NA MÃO-BND, confira parte desse time:
ÍNICIO
Amanda Teitel: Aprovada em 1º lugar para o MP-RJ (2018).
www.portalbnd.com.br
@bomnodireito