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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 4


1. INTRODUÇÃO

O intenso crescimento da população mundial nas últimas décadas gerou


demandas importantes dentre as quais pode-se citar a necessidade de aumentar
produção de alimentos, reduzir a velocidade de expansão das fronteiras agrícolas e
realizar a adequada gestão dos resíduos urbanos gerados pela atividade humana e
industrial, sobretudo nas grandes cidades. A busca por produtos e processos que
elevem a produção de alimentos e, concomitantemente, promovam a reciclagem dos
resíduos urbanos constitui um desafio para os governos e para a comunidade
científica mundial.
Nos últimos anos, o Distrito Federal (DF) tem apresentado uma das maiores
taxas de crescimento populacional do Brasil, alcançando quase três milhões de
habitantes. Com um eficiente sistema de coleta e tratamento, o DF produz diariamente
cerca de 400 toneladas de lodo de esgoto (CAESB, 2017). O lodo de esgoto é um
resíduo urbano de difícil manejo, e que precisa de novas tecnologias de tratamento
para sua disposição final.
Apesar do uso na agricultura apresentar uma excelente opção para destinação
do lodo de esgoto, a legislação ambiental impõe limitações para seu uso,
principalmente com relação à presença de patógenos e a concentração de metais
pesados. Em decorrência dessas limitações de uso, o lodo de esgoto produzido no
DF se acumula nos pátios de secagem e armazenamento, se tornando um passivo
ambiental. Assim, o uso deste resíduo na agricultura contribuirá para a promoção da
sustentabilidade ambiental e para a produção de alimentos.
Trabalhos recentes realizados no DF têm demonstrado o potencial agronômico
do biochar obtido após a pirólise do lodo de esgoto (FARIA et al., 2017). A
termodegradação realizada pela pirólise elimina os agentes patogênicos presentes no
LE.
Apesar dos benefícios agroambientais decorrentes do uso da tecnologia
biochar, no caso específico da matéria prima lodo de esgoto, ainda há dúvidas sobre
a possibilidade de contaminação do solo e das águas subterrâneas com metais
tóxicos oriundos de seu biochar, como apontado por Park et al. (2011) e Lu et al.
(2016).
Dessa forma, para garantir a segurança do uso agrícola do biochar, há
necessidade de se compreender a dinâmica de acúmulo de metais pesados no solo
via aplicação de biochar de lodo de esgoto em condições de campo.
2. REVISÃO DE LITERATURA

Entre as alternativas tecnológicas para tornar o lodo de esgoto útil à produção


agrícola, o processamento térmico apresenta vantagens como redução do volume e
do custo de transporte (MÉNDEZ; TERRADILLOS; GASCÓ, 2013), além da
eliminação de microrganismos indesejáveis (VESILIND; RAMSEY, 1996). O biochar é
um produto sólido, rico em carbono, obtido pelo aquecimento de biomassa sob
condições controladas de oxigenação, em processo conhecido como pirólise (SOHI,
2012).
A composição e origem da biomassa que dará origem ao biochar tem efeito
sobre seu conteúdo de metais. Biochar obtido de madeira, palha de arroz, esterco de
animais, dentre outros, de modo geral, apresentam teores reduzidos, pois estes não
fazem parte de sua composição naturalmente. Já o biochar obtido de lodo de esgoto
tem teores de metais que variam em função de ser esgoto industrial ou urbano, do
tratamento que este recebe e se há lançamento da rede de captação de águas pluviais
neste.
Van Wesenbeeck et al. (2014) observaram que mesmo em uma pequena ilha
o conteúdo de metais variou significativamente entre comunidades e ao longo dos
anos. Sendo que os teores tanto no lodo de esgoto quanto no biochar foram superiores
aos permitidos pela legislação para aplicação no solo. Por outro lado, Park et. al.
(2011), avaliando a aplicação de biochar de esterco de frango e podas de árvore, e
Bian et al. (2014), avaliando biochar de palha de trigo, não encontraram teores que
limitassem seu uso na agricultura.
Durante a pirólise a maior parte dos metais, tais como Pb, Ni, Cu, Zn e Cr, são
retidos no biochar (fração sólida), pois estes apresentam ponto de ebulição superior à
temperatura utilizada (VAN WESENBEECK et al., 2014; LU et al., 2016). Metais como
As e Hg e deixam o reator, sendo lançados na atmosfera durante a pirólise juntamente
com vapor e outros gases (CO, CO2, N2O, CH4).
Assim, a pirólise concentra metais no biochar (LU et al., 2016), e dependendo
do teor de metais presentes no lodo de esgoto pode tornar inviável seu uso para fins
agrícolas. Conforme maior a temperatura de pirólise utilizada maior é a concentração
de metais no biochar (LU et al., 2016).
Mesmo havendo concentração de metais observa-se que quando aplicado ao
solo o biochar afeta o comportamento dos metais alterando sua solubilidade,
biodisponibilidade, transporte e distribuição espacial. Assim, há redução dos teores
no solo e imobilização, estando menos biodisponíveis do que os metais no lodo de
esgoto (PARK et al., 2011). Além disso, a aplicação de biochar em solos contaminados
com metais tem potencial de remediação pela imobilização dos metais, reduzindo sua
disponibilidade para as plantas (PARK et al., 2011; BIAN et al., 2014).

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