Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Trabalho apresentado à
disciplina Trabalho,
Educação e Saúde, sob a
orientação da Prof.a Dra.
Flávia Freire.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................... 6
3. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 28
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 30
5. ANEXOS ...................................................................................................................................... 33
4
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
adoecimento que comumente são desenvolvidos com o tempo ao longo do ato de cuidar
(BATISTA ET AL., 2014). Cabe ressaltar, entretanto, que isto não acontece via de regra,
pois conforme Vieira et al. (2011) os programas de saúde pública e a oferta de serviços
nesse sentido ainda é modesta. Isto faz com que o Estado assuma reduzidas
responsabilidades, ainda legando aos familiares as maiores atribuições pelos cuidados dos
indivíduos.
então vinha sendo uma questão conflituosa em virtude dos confrontos com Conselhos
Regionais.
Em 2002, com a reedição da Classificação Brasileira de Ocupações, foi
reconhecida a ocupação de cuidador formal (YAO, 2006 apud BATISTA ET AL., 2014).
Ademais, também foi implementada a Portaria GM nº 702/2002 para estabelecer as Redes
Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, integradas com hospitais gerais e Centros de
Referência em Assistência à Saúde do Idoso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
No ano seguinte, uma cópia da Portaria nº 5.153/99 foi apresentada. A partir de
então, buscou-se elaborar o Programa Nacional de Cuidadores de Idosos, num prazo de 60
dias. Foi aprovada uma proposta de capacitação, de forma descentralizada e nos próprios
estados e municípios, dos profissionais que participam da Rede de Serviços de Ação
Continuada, do Ministério do Desenvolvimento Social. Tal projeto se daria com apoio de
técnicos dos ministérios, buscando melhorar a qualidade de operacionalização do trabalho
(MINISTÉRIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2009 apud BATISTA ET AL., 2014).
Em 2003, outra proposta foi aditada à Portaria nº 5.153/99. Tal proposta, segundo
Yao (2006) apud Batista et al. (2014, p. 882), buscava estabelecer uma rede de apoio aos
cuidadores formais de pessoas incapacitadas. Esta rede abrangeria a capacitação de
profissionais da rede de Atenção Básica, os cuidadores de idosos de instituições e também
os cuidadores familiares. Ela seria criada pela identificação das Unidades Básicas de
Saúde e Equipes do Programa Saúde da Família, com conteúdos adequados às
necessidades locais, sob uma lógica de orientação e acompanhamento: “as equipes de
saúde da Atenção Básica seriam responsáveis por acompanhar os cuidadores formais de
seu território”.
No ano de 2007, ocorreu uma oficina em Blumenau (SC), coordenada pela Área
Técnica de Saúde da Pessoa Idosa e pelo Ministério da Saúde (MS), onde se intentou
retomar aquilo que foi iniciado em 2003, a discussão acerca do tema dos cuidadores de
idosos. Falou-se sobre os cursos e a capacitação de formadores para ministrar os mesmos,
com assuntos como a inter-relação entre os treinamentos: aulas práticas e teóricas das
quais participassem tanto os treinados como os treinadores. Além disso, ainda segundo
Batista et al. (2014), discutiu-se, entre outros temas, a ligação do cuidador com o MS e
com o Ministério da Assistência Social e Combate à Fome, algo que dá caráter
interministerial às portarias relacionadas.
“No que tange à discussão sobre a formação dos cuidadores, foi consenso na
oficina a necessidade de o formador ser um profissional de nível universitário das
áreas de saúde, serviço social ou educação. Além desses requisitos, os formadores
11
deveriam ter conhecimentos gerais sobre saúde, com ênfase naqueles referentes ao
envelhecimento e cuidados à pessoa idosa com distintos níveis de dependência”.
(YAO, 2009 apud BATISTA ET AL., 2014 p. 882)
Acre, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Blumenau-SC e
São Paulo (por intermédio da PUC-SP e em parceria com o MS) são exemplos de regiões
que aplicaram os fundamentos discutidos na oficina. Cabe ressaltar que, com exceção de
São Paulo, onde ocorreu inter-relação entre cursos para cuidadores e para formadores,
“[os] cursos foram financiados pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão
do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) ” (YAO, 2013 apud BATISTA ET AL.,
2014 p. 882).
Além disso, é necessário acionar diversas parcerias, tais como a própria família,
instituições religiosas, amigos e vizinhos, a fim de atender a promoção da saúde do
cuidador em seus diversos aspectos –físico, mental e espiritual. O vínculo com
instituições religiosas apresenta-se como influência positiva, já que muitas vezes, o
cuidador possui “[...]crenças e valores um recurso interior para a ação prática cotidiana
e alívio de angústias”. (PEREIRA; MUNIZ, 2012, p.323).
15
Foi realizada uma coleta de dados através de entrevista (anexo 1) com duas pessoas,
cuidadoras informais de portadores da Doença de Alzheimer. As entrevistas foram gravadas
e, posteriormente, os dados obtidos foram passados para a forma escrita. Vale ressaltar, ainda,
que os relatos foram analisados com base na Tabela 2, evidenciada anteriormente neste
estudo.
De acordo com os dados obtidos nas entrevistas com os cuidadores, há
predominância de mulheres e de laço familiar de filiação na adoção da posição de cuidar,
algo que já foi anteriormente percebido por outros pesquisadores, como Cruz e Hamdam
(2008). Ademais, chegou-se a conclusão que o motivo predominante da assunção da
posição de cuidador se dá em virtude da disponibilidade, em primeiro lugar, e depois em
virtude da necessidade. Também aparecem motivações baseadas na reciprocidade, algo
que condiz com as motivações evidenciadas por Silveira et al (2006), inseridas
anteriormente na Tabela 2.
Percebeu-se, ainda, que, as famílias, inicialmente, não acreditam nos diagnósticos
dados pelos médicos, assim como afirmam Silveira et al (2006), vide Tabela 2. Apenas
após certo período de tempo, com o desenrolar da doença, é que os cuidadores passam a
aceitar a realidade, ainda assim, de forma não decisiva. Um fator que demonstrou ser
determinante para tal foi a divergência entre os posicionamentos dos diferentes médicos
que tratam do mesmo paciente.
Outro fator evidenciado após as entrevistas foram os enfoques dados pelos
entrevistados acerca das características que consideram mais importantes para ser um bom
cuidador. Nesse sentido, as características predominantes encontradas foram amor, em
21
digna. São familiares que precisam de apoio para aceitar o inevitável e até para
providenciar coisas práticas, em momentos que o pensamento está conturbado, por razão
da morte de um ente querido. (Pan-Americana da Saúde.- Brasília: Ministério da Saúde
2014)
O trabalho desenvolvido pelos profissionais da Atenção Domiciliar de Volta
Redonda pode proporcionar um fim de vida diferente para quem a medicina não tem mais
solução. O cuidado vai até o preparo do corpo para as despedidas e as visitas de luto para
confortar a família. Foi com o Preparo do Corpo no Domicílio-Ritual de Passagem
Sagrado que o serviço do município foi selecionado pelo Laboratório de Inovação em
Atenção Domiciliar ‘’Nossa ideia sempre foi devolver ao paciente a dignidade que a
doença tirou’’ resume o médico José Antônio Pereira Fernandes, que compõe uma das
equipes do município. (Pan-Americana da Saúde.- Brasília: Ministério da Saúde 2014)
O município de Volta Redonda, com 261.522 habitantes (2103), conta com 61
equipes de saúde da família, sendo 34 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBF), 8
Unidades Básicas de Saúde (UBS) tradicionais e um Núcleo de Apoio de Saúde da Família
(NASF). A Rede de Urgência e Emergência (RUE) conta com Samu regional, uma UPA e
outros três serviços de emergência com funcionamento 24 horas, chamados de Centro de
Atendimento Intermediário de Saúde (CAIS). Conta com dois hospitais públicos, o São
João Batista e o Munis Rafful, além de dois particulares que prestam serviços de alta
complexidade em cardiologia e oncologia. (Pan-Americana da Saúde.- Brasília: Ministério
da Saúde 2014)
Na área de saúde mental, são cinco Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) sendo:
três caps, um Caps-AD, um CAPSi, um serviço ambulatorial e quatro residências
terapêuticas. (Pan-Americana da Saúde.- Brasília: Ministério da Saúde 2014)
O município é dividido em dois distritos sanitários, o norte e no sul, e cada equipe
de Atenção Domiciliar atende a um desses territórios, a sul tendo por base a UPA do
município e a norte baseada no HMMR, que são fontes de captação de pacientes. (Pan-
Americana da Saúde.- Brasília: Ministério da Saúde 2014)
O serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do município começou em 2009, porém
antes disso o Hospital São João Batista já tinha um serviço próprio de desospitalização
desde o início da década de 1990. Agora, com a possibilidade de habilitação de uma
terceira equipe, o SAD tem uma proposta de absorver a equipe do Hospital São João
Batista, adequando-a aos critérios do Programa Melhor em Casa e fazendo uma nova
divisão do território. (Pan-Americana da Saúde.- Brasília: Ministério da Saúde 2014)
27
3. CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados, observa-se que com o decorrer das mudanças
sociais, demográficas e epidemiológicas relacionadas a sociedade brasileira, tornou-se
necessária a criação de redes de atenção fora do contexto hospitalar. Diante disso, as políticas
e ações de prevenção, promoção, educação e recuperação em saúde que são realizadas na
atenção domiciliar se tornaram imprescindíveis para bem-estar das famílias e comunidades.
Desta forma a atenção domiciliar se caracteriza como uma modalidade assistencial no qual
busca reorganizar o trabalho em saúde, envolvendo um conjunto de ações que garante a
continuidade do cuidado, e desta forma exige das profissionais estratégias de saúde que
auxiliem o cuidado em relação ao doente e da família. Observa-se que os profissionais
apresentaram desafios que envolvam demandas físicas, psíquicas e sociais, cabendo a estes, a
responsabilidade de ampliar o seu olhar tanto no que concerne o cuidado com o doente, como
no amparo e capacitação do cuidador, diferenciando o serviço de atenção domiciliar e
incentivando a participação e a autonomia da família na produção do cuidado. Nesse
contexto, os profissionais demonstraram que o cuidar em domicílio muitas vezes é desafiador
tanto para equipe de saúde como para o cuidador familiar. Embora seja evidente o potencial
da equipe, vale ressaltar que permanece os desafios do cuidar, permeados de saberes clínicos
ampliados, e por vezes dotados de saberes singulares. Destaca-se a importância de integrar a
este cuidado o papel da família, posto que, esta é a maior incentivadora na recuperação do
processo saúde e doença.
A atenção domiciliar revela-se como espaço de atuação integral e interdisciplinar com
práticas complementares e substitutivas às outras intervenções da saúde. Nessa perspectiva, o
trabalho busca abordar as várias formas de cuidado, sejam elas formal, onde os cuidados de
saúde, estão relacionados em função de sua profissão, e uso de habilidades originadas em
treinamentos específicos; e informal, onde cuidadores informais geralmente são familiares ou
pessoas próximas do indivíduo adoecido, como amigos e vizinhos, desempenham, assim,
cuidados não profissionais e, portanto, não remunerados. Desta forma, este trabalho busca
também mostrar um estudo de caso sobre o cuidado domiciliar na doença de Alzheimer, no
qual mostra que a medida que a doença progride surge a demanda por cuidados especiais,
função importante no qual é desempenhada pelos cuidadores, e também o impacto sofrido
pelos cuidadores dos pacientes com DA, e desafios enfrentados por profissionais do Serviço
de Atenção Domiciliar ao compartilhar o cuidado dos pacientes assistidos em domicílio com
seus familiares/cuidadores. Desta forma, diante de tal realidade, torna-se necessário
29
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sena, R. R. De, Aparecida, E., Castro, B. De, & Andrade, A. M. (n.d.). Oferta e demanda
na atenção domiciliar em saúde Supply and demand in home health care, 903–912.
Sousa, A. I. De. (n.d.). A gestão do cuidado na Atenção Domiciliar. Porto Alegre | RS
UFCSPA 2015
Caderno de Atenção Domiciliar. Brasília | DF. Vol 1 ; Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/geral/CAD_VOL1_CAP5.pdf acessado 30 de Maio de
2018.
PINTO, S. et al. Tecendo Redes: os planos da educação, cuidado e gestão na construção
do SUS, a experiência de Volta Redonda-RJ. Hucitec editora. São Paulo, 2012
33
5. ANEXOS
Idade do cuidador:
Idade do paciente:
Este questionário objetiva coletar informações acerca do relacionamento entre os pacientes acometidos pela
Doença de Alzheimer e seus principais cuidadores, no intuito de avaliar que tipo de fatores são relevantes
para para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Tal relatório consiste em fonte de dados para a
pesquisa sobre “A relação eu-outro e o Alzheimer: de que forma este relacionamento pode interferir na
doença?”.
1. Há quanto tempo você é cuidador?
( ) Entre 1 e 6 meses
( ) De 6 meses a 1 ano
( ) De 1 a 2 anos
( ) de 2 a 3 anos
( ) Há mais de 3 anos
2. Qual o seu grau de parentesco com o paciente?
( ) Cônjuge
( ) Filho (a)
( ) Irmão (ã)
( ) Outro. Especifique: ___________________________________________
3. Ao receber o diagnóstico da doença, a família, inicialmente:
( ) Não acreditou
( ) Aceitou imediatamente
( ) Outro. Especifique: ___________________________________________
4. Quais motivos o levaram a se tornar cuidador?
5. Quais características considera mais importantes para ser um bom cuidador?
7. O que significa o ato de cuidar na sua opinião?
8. Quais sentimentos predominam em você durante o ato de cuidar?
9. Descreva como era seu relacionamento com o paciente antes da doença.
10. Quais alterações ocorreram após a doença?
11. Você identifica fatores no relacionamento que aparentam trazer benefícios ao paciente? Se sim,
quais são estes fatores? Que tipo de benefícios você percebe?
12. Você identifica fatores no relacionamento que possam ser ansiogênicos (fazem mal) ao paciente?
Se sim, quais são estes fatores? Que tipo de consequências negativas você percebe?
34