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Alteridade na Filosofia

No âmbito da Filosofia, alteridade é o contrário de identidade. Apresentada por Platão (no


Sofista) como um dos cinco "gêneros supremos", ele recusa a identificação do ser como
identidade e vê um atributo do ser na multiplicidade das Ideias, entre as quais existe a relação
de alteridade recíproca.

A alteridade tem também papel de relevo na lógica de Hegel: o "qualquer coisa", o ser
determinado qualitativamente, está em uma relação de negatividade com o "outro" (nisso
reside a sua limitação), mas está destinado a se tornar em outro, a se "alterar",
incessantemente, mudando as próprias qualidades (assim as coisas materiais nos processos
químicos).

O uso do termo também surge na filosofia do século XX (existencialismo), mas com significados
não equivalentes.

Alteridade na Antropologia

A Antropologia é conhecida como a ciência da alteridade, porque tem como objetivo o estudo
do Homem na sua plenitude e dos fenômenos que o envolvem. Com um objeto de estudo tão
vasto e complexo, é imperativo poder estudar as diferenças entre várias culturas e etnias.
Como a alteridade é o estudo das diferenças e o estudo do outro, ela assume um papel
essencial na antropologia.

Mesmo sem percebermos ou ainda sem dizer uma única palavra, ao nos confrontarmos com o
estranho, o não familiar, de alguma forma, nossas condutas, ações e pensamentos moldam-se
a partir dessa interação. Essa interação entre o “eu”, interior e particular a cada um, e o
“outro”, o além de mim, é o que denominamos de alteridade. Esse conceito parte do
pressuposto de que todo indivíduo social é interdependente dos demais sujeitos de seu
contexto social, isto é, o mundo individual só existe diante do contraste com o mundo do
outro.

O antropólogo brasileiro Gilberto Velho elucida: “A noção de outro ressalta que a diferença
constitui a vida social, à medida que esta efetiva-se através das dinâmicas socais. Assim sendo
a diferença é, simultaneamente, a base da vida social e fonte permanente de tensão e
conflito.”* Simplificando, Gilberto Velho mostra de que forma a interação entre a parte íntima
e interior do indivíduo e o outro forma o cerne da vida social. Ao interagirem, os indivíduos
reafirmam o que faz parte de si mesmo e o que faz parte do mundo externo.

Esse processo de diferenciação é parte também da construção da identidade do sujeito, que se


molda a partir da distinção entre “o que eu sou” e “o que eu não sou”. Esse ponto leva-nos ao
problema fundamental da questão: a impossibilidade da existência do eu-individual sem o
conflito com o diferente, o estranho, o outro.

A ideia da alteridade é tratada por algumas disciplinas distintas, sendo a Psicologia, a Filosofia
e a Antropologia as principais. Emboras suas abordagens sejam diferentes, o conflito entre o
mundo interno e o mundo externo sempre está em questão.

Para a Psicologia, trata-se do processo de formação psíquica do ser humano. Lev Semenovitch
Vygotsky é um dos autores da psicologia que se dedicaram ao estudo do complexo processo
de formação e do desenvolvimento humano. A atividade humana no meio social é o principal
impulso que movimenta todo o processo de formação da psiquê humana. Nesse sentido, o
teórico aproximava-se e concordava em vários aspectos com a teoria marxista acerca do
mundo social e das implicações da ação humana em seu meio. Vygotsky afirmava isso baseado
na ideia de que é pela interação social que o sujeito constrói-se como indivíduo diante do
confronto com o mundo externo. Em suma, ao distinguirmos aquilo que não somos, também
determinamos aquilo que somos.

Para a Antropologia, a alteridade volta-se para a observação do contato cultural entre grupos
étnicos diferentes e dos conflitos consequentes que se desenvolveram sob diferentes
perspectivas. A descoberta do “Novo Mundo”, isto é, o início da colonização europeia nas
Américas, parece ser o ponto de partida para os questionamentos que envolvem a ideia de
alteridade. O encontro com o “outro” é marcado pelo medo e pelo fascínio, pela distinção
clara entre o que é estranho e o que não é. O contraste cultural, de certa forma, acaba
fortalecendo a noção de que “aquilo que sou é diferente daquilo que não sou”, o que, em
outras palavras, significa dizer que o mundo estranho é um enorme espelho que reflete o que
é familiar ao destacar tudo aquilo que nos é estranho.

Modernidade liquida

A SOCIEDADE PÓS-MODERNA SOFRE MUDANÇAS EM RITMO INTENSO

Para definir as condições da pós-modernidade e discutir as transformações do mundo


moderno nos últimos tempos, o sociólogo sempre preferiu usar o termo “modernidade
líquida”, por considerar “pós-modernidade” um conceito ideológico.

Bauman escolhe o “líquido” como metáfora para ilustrar o estado dessas mudanças:
facilmente adaptáveis, fáceis de serem moldadas e capazes de manter suas propriedades
originais. As formas de vida moderna, segundo ele, se assemelham pela vulnerabilidade e
fluidez, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça esse estado
temporário das relações sociais.

Há 100 anos, ser moderno significava buscar um ponto de perfeição e hoje representa o
progresso constante, sem um resultado final único prestes a ser conquistado.

A ESTRUTURA FAMILIAR MUDOU DRASTICAMENTE

Em entrevista ao canal Quem Somos Nós?, o professor Luís Mauro Sá Martino explica as
transformações do conceito de “família” segundo Bauman: “A partir do século 19 ou 20, o
afeto e amor surgem como elementos fundadores da família, mas nem sempre foi assim e não
é por acaso que nosso imaginário sempre gostou de idealizar as histórias de amor”, observa.

“No passado, as pessoas casavam com quem os pais mandavam, mas os laços de uma família
ainda eram algo sagrado. Hoje, por outro lado, constituímos várias “famílias”, assumindo as
diferenças disso em relação ao mundo pré-moderno, com a independência e também as
dificuldades que essa pluralidade de relacionamentos pode trazer.”

AS CONEXÕES NO MUNDO MODERNO FORAM INDIVIDUALIZADAS

Bauman observa que o século 20 sofreu uma passagem da sociedade de produção para a
sociedade de consumo. Com isso, também passamos pelo processo de fragmentação da vida
humana e deixamos de pensar em termos de comunidade — a qual nação, grupos ou
movimento político pertencemos. A identidade pessoal, após essa transformação, restringiu o
significado e propósito da vida e da felicidade a tudo aquilo que acontece com cada pessoa
individualmente.

“A ideia de progresso foi transferida da ideia de melhoria partilhada para a de sobrevivência


do indivíduo”, resumiu o sociólogo em entrevista para a Revista Cult. “O progresso é pensado
não mais a partir do contexto de um desejo de corrida para a frente, mas em conexão com o
esforço desesperado para se manter na corrida.”

Pontos-chave

A modernidade imediata é “líquida” e “veloz”, mais dinâmica que a modernidade “sólida” que
suplantou. A passagem de uma a outra acarretou profundas mudanças em todos os aspectos
da vida humana.

A modernidade líquida seria "um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com
rapidez e de forma imprevisível". Na sociedade contemporânea, emergem o individualismo, a
fluidez e a efemeridade das relações. “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”.
Essa é uma das frases mais famosas do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em
janeiro de 2017, aos 91 anos.

A sociedade do consumo Bauman observa que o século 20 sofreu


uma passagem da sociedade de produção para a sociedade de
consumo. Isso não significa que não exista uma produção, mas que o
sentido do ato de consumir ganhou outro patamar. Se as grandes
ideologias, alicerces e instituições se tornaram instáveis, o consumo
se tornou um elemento central na formação da identidade. Muito além
da satisfação de necessidades, consumir passa a ter um peso
primordial na construção das personalidades. O ter se torna mais
importante que o “ser”. Temos inúmeras possibilidades de escolha e
consumimos produtos que identifiquem um determinado estilo de vida
e comportamento. Ao transformar tudo em mercadoria, nossa
identidade também se constitui a partir da satisfação do prazer pelo
consumo. Marcas e grifes se tornam um símbolo de quem somos. Sua
compra também significa um status social, o desejo de um
reconhecimento perante os outros. Satisfazer por completo os
consumidores, na realidade, significaria não ter mais nada para
vender. Consumir também significa descartar. Temos acesso a tudo o
que queremos e ao mesmo tempo as coisas se tornam rapidamente
obsoletas. “O problema não é consumir; é o desejo insaciável de
continuar consumindo”, diz Bauman. Tanto que o descarte do lixo é
um grande problema na sociedade. Bauman escreve: “Rockefeller
pode ter desejado construir suas fábricas, estradas de ferro e torres de
petróleo altas e volumosas e ser dono delas por um longo tempo [...],
Bill Gates, no entanto, não sente remorsos quando abandona posses
de que se orgulhava ontem; é a velocidade atordoante da circulação,
da reciclagem, do envelhecimento, do entulho e da substituição que
traz o lucro hoje – não a durabilidade e a confiabilidade do produto”.
As pessoas também precisam se reinventar para que não se tornem
obsoletas. Elas precisam ter identidades fluidas. Segundo Bauman,
“na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem
primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua
subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira
perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria
vendável”.... - Veja mais em https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-
disciplinas/atualidades/zygmunt-bauman-o-pensamento-do-sociologo-
da-modernidade-liquida.htm?cmpid=copiaecola

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