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Casa construída em madeira pelo

sistema de plataforma
Adaptado de http://www.usp.br/nutau/madeira/paginas/index.htm em jan. 2019.

O sistema
O sistema plataforma é extremamente flexível. A madeira é um material de fácil manejo,
podendo ser serrada com facilidade, assim muitas vezes, as formas, as medidas podem
ser alteradas, contanto, é claro, que continuem atendendo ao seu papel estrutural.

Assim muitas vezes dentro do próprio site serão encontradas soluções diferentes para
problemas similares, e isto foi feito propositadamente para frisar esta característica do
material.

Outro ponto a ser frisado é que como o sistema tem origem, e é mais intensamente usado
nos países da América do Norte, muitas vezes estes países e as técnicas que aplicam,
estarão citados no texto.

O sistema plataforma tem sido usado no Canadá, Estados Unidos, Escandinávia, Japão,
Austrália, Nova Zelândia, entre outros para construção de casas e outras edificações
térreas, de dois e de três pisos em áreas urbanas ou rurais e em unidades isoladas ou
múltiplas.

HISTÓRICO

O sistema que deu origem ao sistema plataforma é o "baloon frame" denominação devida
à aparência "etérea" da estrutura de madeira de 2 x 4 polegadas (5,08 x 10,16 cm),
constituiu-se numa revolução na construção, que era ideal para as condições americanas.

O "baloon frame" foi inventado por George Washington Snow (1797 - 1870), um
engenheiro civil de Chicago. A primeira obra no sistema foi a igreja St. Mary's em
Chicago, construída em 1833.

A madeira após sua decadência na arquitetura monumental, cedendo lugar para o ferro, o
aço e para o concreto, teve aplicação em uma escala imensa na arquitetura vernácular
americana como resultado deste sistema.

O método tradicional de poste e viga requeria madeiras muito pesadas (de grande seção)
e considerável habilidade de carpintaria na lavração da madeira. Com o sistema "balloon"
eram requeridas apenas habilidades elementares para fixar por pregação apenas peças
leves de madeiras de dimensões padronizadas. Este sistema versátil e simples tornou-se
a maneira de se fazer casas na América do Norte, mesmo naquelas com lâmina de tijolos
nas paredes externas em lugar do fechamento em madeira.

Konrad Wachsmann, escreveu o livro Holzhausbau (1930), publicado na Alemanha, onde


é descrito com riqueza de detalhes esta forma de construção ("balloon frame"). Esse
trabalho foi claramente influente em muitos jovens arquitetos europeus dos anos trinta.

Também teve importância no desenvolvimento do sistema, a invenção da máquina de


produzir pregos em massa, que substitui os pregos forjados a mão. As máquinas para
produzir prego foram patenteadas na Inglaterra e nos Estados Unidos por falta de 1790.
A variedade de pregos aumentou até cobrir cada uso especializado na construção de
"timber frame". Em 1968 haviam 270 diferentes tipos de prego sendo usados na
construção residencial e rural nos Estados Unidos.

Outro fator importante foi a grande documentação oficial elaborada pelos órgãos oficiais
dos Estados Unidos e Canadá, que eliminaram a mística da construção antes de encorajá-
la, como tem feito o sistema de documentação britânico.

O sistema plataforma se originou do Sistema Baloon Frame. O fato de ter se tornado


altamente padronizado somado a sua simplicidade, tem feito com que ele seja muito mais
usado que o próprio sistema "balloon" ao qual vem substituindo.

CARACTERÍSTICAS

O caráter distinto da estrutura plataforma é que ele quebra o todo complexo da estrutura
da casa em várias partes distintas, fáceis de compreender e fáceis de construir.

Trata-se de estrutura em que não existe a costumeira hierarquia de elementos principais


e secundários, ligados através de encaixes, mas onde numerosas tiras finas de dimensões
uniformes são colocadas em distâncias modulares e unidas por simples pregos.

Essa estrutura permite aproveitar o trabalho industrial da madeira em dimensões


unificadas, e torna-se possível pelo baixo preço dos pregos; por outro lado, abrevia o
tempo de montagem e não exige conhecimentos especializados, sendo tolerante a
inevitáveis pequenos erros.

Suas Principais características são

utilização de peças de madeira de pequena seção;

peças em ângulo reto e com poucos encaixes;

paredes portantes;

uniões quase que exclusivamente por pregos e

bastante flexibilidade arquitetônica.


NO BRASIL

Considerando-se

a versatilidade do sistema para a construção de casas de variados tamanhos e classes de


acabamento;

a adequação do sistema plataforma para utilização de madeira de pequeno diâmetro;

a facilidade para adoção da técnica;

a facilidade para treinamento do pessoal;

a possibilidade de se iniciar a introdução do sistema a partir do uso de tábuas no


fechamento e na construção de pisos, paredes, forros e telhados;

a possibilidade de se utilizar o sistema para a construção de casas de um a três pisos de


várias classes de custo;

a adequação para a pré-fabricação;

a existência de abundante documentação técnica sobre o sistema;

tratar-se de sistema com mais de 150 anos de uso em várias partes do mundo.

É razoável supor-se o sistema plataforma como digno de estudo para implantação no país
com algumas pequenas alterações que não modifiquem suas características fundamentais,
de modo que fiquem asseguradas a padronização das seções das madeiras, desempenho
estrutural, a estanqueidade, a liberdade arquitetônica e a simplicidade de construção.

Matéria Prima

O sistema construtivo "balloon" foi criado quando ainda não existiam os painéis de
madeira compensada ou aglomerada, usados atualmente para fechamento de paredes,
coberturas, forros e contrapisos.

Usava-se então exclusivamente madeira serrada. Assim o sistema pode ser aplicado no
Brasil usando-se principalmente madeira serrada.

O fato de utilizar peças de pequenas dimensões torna possível a utilização de madeira


proveniente de florestas jovens, compostas de árvores de pequenos diâmetros que é mais
barata.
Fundação
As casas de madeira têm massa muito menor que as de alvenaria de tijolos ou de blocos
de concreto. Mesmo assim necessitam de fundações adequadas para assegurar apoio firme
e permanente para a construção.

O tipo de fundação depende de vários fatores:

topografia;

tipo de solo;

número de pisos;

uso da construção;

partido arquitetônico;

disponibilidade de mão de obra, etc.

A fundação pode ser feita de diversos materiais:

blocos de cimento;

concreto;

alvenaria de tijolos ou de pedra;

totalmente em madeira ou misto.

Concreto e Alvenaria

Figura 1 - Detalhe da ancoragem da parede diretamente na base e piso de alvenaria


A fundação totalmente em concreto ou alvenaria, deve ser feita de tal modo que haja uma
plataforma plana e seca onde a superestrutura de madeira seja fixada.

A fixação é feita através de prisioneiros chumbados na base.

A partir dessa base são erguidos as paredes e os outros componentes da edificação.

As fundações em alvenaria devem ser construídas com os mesmos critérios de construção


para casas de tijolos ou de blocos de concreto.

Madeira

Os terrenos que ficam em morros e em várzeas, geralmente os menos valorizados,


apresentam obstáculos à construção convencional de alvenaria, que exige fundações,
cortes de terra e aterros. A construção em madeira pode ser bastante adequada a essas
condições por ser mais leve que as construções convencionais e permitir com facilidade
o uso de estrutura sobre estacas de madeira ou colunas de concreto

A base é composta por estacas de madeira tratadas com diâmetro entre 15 e 25 cm.
As estacas são enterradas cerca de 1 m no solo, e apoiadas em um bloco de concreto de
aproximadamente 30 cm de diâmetro por 15 cm de altura, fundido no local, de modo a
que não sofram recalque com as cargas normais da construção.
Deve haver uma distância de pelo menos 40 cm entre o solo e o vigamento.

Figura 2 - Estacas de madeira

A distância entre as estacas depende do projeto e das dimensões do vigamento ou


barroteamento a ser usado.
Figura 3 - Esquema para uso de estacas na fundação.

Tratamento

O tratamento deve ser feito em autoclave, com creosoto, CCA (arseniato de cobre
cromatado) ou CCB (borato de cobre cromatado), de acordo com a disponibilidade.

Em regiões sujeitas a cupim de solo, deve haver tratamento do solo com produtos
químicos, e deve-se evitar o enterramento de restos de madeira.

Figura 4 - A fundação em madeira pode ser feita em um terreno sem que sejam necessárias movimentações de terra.
Piso
Estrutura

A estrutura do piso pode ser feita em madeira, em alvenaria de tijolos ou em concreto.

Alvenaria

Figura 5 - Detalhe da ancoragem da parede diretamente na base e piso de alvenaria.

Quando o piso é feito em alvenaria os elementos das paredes são aplicados diretamente
sobre a base do piso.

Fixação

A fixação é feita através de prisioneiros chumbados na base.

Madeira

O piso de madeira pode ser apoiado em fundação de madeira ou de alvenaria.

Piso e fundação de madeira


Estrutura do Piso

Quando a estrutura do piso é feita em madeira:

1º- Um conjunto de vigas é apoiado sobre as estacas de madeira, de alvenaria ou


baldrame,

2º- Perpendicularmente ao conjunto de vigas é colocado um conjunto de barrotes

3º- Sobre os barrotes é pregado o contrapiso ou piso propriamente dito.


VIGAS

Sobre as estacas de madeira correm vigas, geralmente paralelas à maior dimensão das
construções. As vigas que suportam os barrotes do piso.

Figura 6 - Vigamento feito com vigas compostas.

As Vigas podem ser simples ou compostas.

Vigas simples

Seção = 6 x 20 cm ou 8 x 30, por exemplo.

A seção deve ser definida de acordo com o projeto, os vãos, as cargas e a espécie de
madeira utilizada.

Vigas compostas

Normalmente são utilizadas duas ou três peças de 4 cm de largura e alturas entre 20 e 30


cm. Unidas através de pregos, parafusos ou coladas.

Fixação

A fixação das vigas é feita através de pregos, parafusos ou prisioneiros, de acordo com
material da base.

Quanto à forma de apoio e fixação da estrutura sobre as estacas de madeira pode ser feita:

sobre o topo ou

apoiada em rebaixos feitos nas faces das estacas.

A primeira alternativa exige menos operações manuais e expõe menos a madeira das
estacas.
As vigas mesmo que apoiadas nos topos das estacas de madeira, devem ser a elas ligadas
através de cintas metálicas pregadas em ambas.

BARROTES

O barroteamento é um conjunto de peças (barrotes) de madeira que são apoiadas no


vigamento e dão suporte ao contrapiso ou diretamente ao piso.

Figura 7 - - Barroteamento.

Dimensões dos barrotes (Tabela 1 - Vãos Livres suportados por vigas, de acordo com as espécies, classes de madeira,
seção transversal e espaçamento entre as vigas. Fonte: Canadian Frame House Construction - Central Mortgage and
Housing Corporation.

Tabela 1).

Largura = 4 cm Altura = variando de 9 a 30 cm, de acordo com os vãos, espaçamentos,


espécies e classes de madeira utilizadas. Espaçamento = entre 30 a 60 cm, de acordo com
a espessura e outras características mecânicas do contrapiso.

Na América do Norte existem tabelas para seleção de espécies, classes, alturas das
peças de acordo com os vãos, com as cargas, e com os espaçamentos entre os
barrotes.
A elaboração dessas tabelas exige antes de tudo testes com as várias espécies e
classes de qualidade de madeira, para isso deve haver um sistema de classificação
aceitos por produtores e por usuários da madeira.
Para uma primeira aproximação pode-se utilizar para o E. grandis produzido no
Brasil.
Tabela 1

Dim Espaçamento das Vigas (m.)


Espécie Classe
(cm.) 0,3 0,4 0,5 0,6
4 x 14 2,8 2,4 2,1 1,9
4 x 18 4,0 3,6 3,4 3,1

4 x 24 5,1 4,6 4,3 3,9
4 x 28 6,2 5,6 5,2 4,8
4 x 14 2,1 1,9 1,7 1,5
4 x 18 3,5 3,0 2,7 2,5
Pinus.sp 2º
4 x 24 4,6 4,0 3,5 3,2
4 x 28 5,9 5,0 4,6 4,1
4 x 14 - - - -
4 x 18 3,0 2,5 2,4 2,1

4 x 24 4,1 3,5 3,2 2,9
4 x 28 5.0 4,2 3,8 3,6
4 x 14 2,9 2,6 2,3 2,1
4 x 18 3,9 3,5 3,2 2,9

4 x 24 5,0 4,5 4,0 3,7
4 x 28 6,0 5,5 5,0 4,7
E.grandis
4 x 14 2,6 2,2 2,0 1,8
4 x 18 3,9 3,4 3,0 2,8

4 x 24 5,0 4,3 3,8 3,5
4 x 28 6,0 5,5 5,0 4,7
Tabela 1 - Vãos Livres suportados por vigas, de acordo com as espécies, classes de madeira, seção transversal e
espaçamento entre as vigas. Fonte: Canadian Frame House Construction - Central Mortgage and Housing Corporation.

Teor de Umidade

Os barrotes devem ter umidade máxima de 20% e devem ter sempre que possível
umidade uniforme entre as peças, para que durante a secagem até o teor de umidade de
equilíbrio, sofram aproximadamente a mesma contração. Isso assegura um piso plano e
sem tensões.

Tanto as peças do vigamento como do barroteamento devem ser aplainadas depois de


secas para que tenham dimensões uniformes, principalmente em largura.

Pregação

Os barrotes devem ser pregados às vigas através de pregação lateral inclinada.

Os pregos devem ter 3 mm de diâmetro por 75 mm de comprimento.


O diâmetro e o comprimento dos pregos dependem da densidade da madeira. Madeiras
mais densas podem ser pregadas com pregos de menor diâmetros e menor comprimento.

Madeira

Madeira para vigamento ou barroteamento deve ser de espécie ou classe que ofereça
resistência mecânica e rigidez suficientes com adequada segurança.

Outras características importantes das peças para vigamento e barroteamento são boa
resistência ao arrancamento de pregos e ausência de empenamentos.

Quando os barrotes apresentam pequenos arqueamentos (crook), eles devem ser


colocados com a convexidade para cima de modo a servir de contra flecha.

Quando nos barrotes existirem nós, os maiores devem ser colocados para cima, no canto
comprimido da peça, pois nessa posição os nós têm menos efeito negativo sobre a
resistência da peça.

Piso de madeira e fundação de alvenaria

Figura 8 - Detalhes da união da fundação em concreto com a estrutura do piso e da parede no sistema plataforma.

No caso de estruturas de piso de madeira apoiadas sobre fundações em alvenaria, o


barroteamento é apoiado sobre uma peça de madeira denominada soleira.
A soleira é uma peça de seção 4 x 9 ou 4 x 14 cm apoiada e fixada ao baldrame.
Entre o baldrame e a soleira há necessidade de um selante que evite a passagem de
umidade para a madeira, essa barreira de umidade é importante para a durabilidade da
peça, mesmo assim essa peça deve ser tratada com preservativo, fungicida e inseticida.
Fixação

A fixação da soleira ao baldrame de alvenaria pode ser feita por chumbadores ou por
buchas cravadas com parafusos de ancoragem de 12,7 mm (1/2" polegada).
Contrapiso

A mesma etapa construtiva pode ser denominada piso ou contrapiso dependendo do tipo
de acabamento que se deseja obter.

O contrapiso ou o piso são pregados sobre os barrotes.

Figura 9 - Contrapiso ou piso de assoalho aplainado em macho e fêmea.

Materiais

O contrapiso ou piso pode ser feito de:

Assoalho aplainado em macho e fêmea (Figura 9).

Madeira compensada (Figura 10).

O compensado deve ser do tipo à prova d'água e deve ter espessura entre 15 mm e 25 mm,
dependendo do tipo de compensado e do espaçamento entre os barrotes.

CONTRAPISO

O contrapiso é usado quando o piso não apresenta as propriedades de resistência mecânica


e de fechamento, e necessitam de uma base de apoio, por exemplo, carpete, parquet ou
carpete de madeira. O piso é colocado sobre o contrapiso.

Figura 10 - Contrapiso de compensado.


Na América do norte atualmente se utiliza bastante o O.S.B. (oriented strand board),
painel estrutural feito de partículas de madeira de forma lamelar, como contrapiso.

PISO

O piso é usado, quando sobre os barrotes será pregado diretamente o piso (Fig.1).

Em caso de se pregar o piso diretamente sobre os barrotes, pode-se utilizar o assoalho


tipo macho e fêmea.

Quando se utiliza madeira de eucalipto deve-se evitar peças com larguras maiores que
15 cm.

Acústica

O isolamento acústico entre o piso do pavimento superior e o teto do piso inferior não
envolve apenas a diminuição da transmissão do som aéreo, mas também os ruídos de
impacto.

Assim, devem ser considerados a isolação acústica e o controle do ruído de impacto,


que é causado, por exemplo, por um objeto caindo ou deslizando ao longo de uma
superfície.

Pode ser causado também por vibrações, por exemplo, de máquinas de lavar roupa,
condicionador de ar e outros.

Um dos métodos de medição do ruído de impacto é expresso como classe de ruído de


impacto (Impact Noise Rating "INR").

Materiais Absorvedores

O projeto de uma casa "quieta" pode incorporar outro sistema de tratamento sonoro, a
absorção através de materiais absorvedores de som que podem minimizar a quantidade
de ruído pela redução da reflexão dos sons.

O material absorvedor de som não tem necessariamente resistência a ruídos aéreos.

O mais importante material absorvedor é a chapa de fibra de baixa densidade, que


incorpora inúmeras pequenas reentrâncias e orifícios absorvedores.

Em geral esse material consiste de placas de 30 x 30 cm e é geralmente usado nos forros.

Este tipo de chapa é produzido no Brasil e utiliza madeira de eucalipto como matéria
prima.

Esquemas de Isolamento para o Piso

A Figura 11 apresenta detalhes da estrutura do madeiramento do piso, detalhes dos painéis


utilizados no fechamento e os valores de isolamento acústico aéreo e de impacto.
Figura 11 - Transferência de som e impacto em combinações de forro e piso.
Paredes
Estrutura

As paredes externas consistem normalmente de estrutura, fechamento (interno e externo),


barreira de vapor e isolamento térmico, quando necessários, e aberturas para portas e
janelas.
A estrutura é a primeira etapa construtiva da parede no sistema plataforma.

Partes da estrutura

A estrutura é formada por montantes, barras horizontais e contraventamento.

Figura 12 - Estrutura da parede.

A estrutura da parede é formada por duas peças horizontais, uma na base do painel, e
outra no topo. Os montantes são apoiados na peça da base, dando apoio à peça superior.

Após a montagem das paredes é colocada mais uma peça horizontal sobre a peça superior,
que permite reforço da parede e amarração entre painéis e entre paredes.
Figura 13 - Montagem da estrutura da parede.

Figura 14 - Detalhes da montagem da estrutura da parede.

BARRAS HORIZONTAIS

Seção = 4 x 9 cm

As barras horizontais devem cobrir todo o comprimento da parede.

As emendas das barras horizontais são feitas no centro dos montantes através de pregação.

As emendas das barras inferiores não devem coincidir com a das barras superiores (Fig.1).

A terceira barra horizontal, sobreposta à linha superior, somente é colocada e pregadas


depois que todas as paredes são posicionadas e aprumadas.
MONTANTES

Seção = 4 x 9 cm

Fazem a sustentação vertical.

Sua altura depende do pé direito que se quer adotar:

H montantes = pé direito menos 12 cm (3 x 4 cm, relativos as alturas das peças


horizontais).

Todos os montantes devem ter o mesmo comprimento e devem ser seccionados em


esquadro, em equipamento que assegure perfeita perpendicularidade dos cortes.

A distância entre os montantes varia normalmente entre 30 cm e 60 cm.

Em construções de três pisos usa-se

1º piso- 30 cm

2º piso- 40 cm

3º piso- 60 cm

Figura 15 – Distância entre os montantes conforme o pavimento.

Manter módulo de 120 cm

Arranjo dos Montantes

Os arranjos dos montantes em junções de paredes têm duas funções básicas

Criar uma sólida união entre as paredes através dos montantes.

Criar uma superfície que servirá de base para a fixação do revestimento interno.
Nota-se em todas as alternativas que nos cantos e interseções sempre há a formação de
um espaço para a pregação do fechamento interno, formado por dois montantes
convenientemente posicionados.

Figura 16 - Alternativas de arranjo dos montantes de cantos externos.

Figura 17 - Alternativas de arranjo dos montantes de cantos em junções de paredes externas e internas.

CONTRAVENTAMENTO

Seção = 2 x 10 cm

O contraventamento é feito unindo diagonalmente a barra superior horizontal com a barra


horizontal inferior.

Geralmente, em termos estruturais, a posição mais recomendada é unindo-se


diagonalmente o canto superior da extremidade da parede à peça horizontal inferior, mas
também podem ser adotadas outras posições.

Essa peça deve ser encaixada nas bordas externas dos montantes e das peças horizontais
e nelas pregadas com pelo menos 2 pregos de 2,5 mm de diâmetro por 60 mm de
comprimento em cada montante.
As peças de contraventamento devem fazer um ângulo tão próximo quanto possível de
45º com as peças estruturais da parede.

Paredes externas Devem ser contraventadas para evitar o colapso por solicitação de
forças horizontais principalmente provocadas por ventos.

Paredes internas Paredes internas que suportam a carga do telhado podem precisar de
contraventamento. Em paredes apenas divisórias o contraventamento é importante para
dar rigidez a peça.

O maior inconveniente desse tipo de contraventamento é a quantidade de mão de obra.


A feitura do rebaixo para encaixe do elemento diagonal é uma das operações mais
demoradas da confecção dos painéis.

Não há necessidade contraventamento quando

O fechamento externo é feito com madeira compensada ou outro tipo de painel


estrutural ("flakeboard" ou O.S.B.) Esses painéis quando adequadamente pregados na
ossatura de elementos de 4 x 9 cm, formam uma parede rígida e estanque.

O fechamento externo é feito com peças de madeiras pregadas em diagonal.

Pode-se fazer o fechamento das paredes ainda na posição horizontal, o que facilita
bastante a montagem.

Montagem

1º-Marcação

A construção da parede inicia-se pela marcação da posição dos montantes nas barras
horizontais inferior e superior.

São marcadas a partir de uma das extremidades da peça horizontal, as linhas de centro
dos montantes, e com auxílio de um esquadro de carpinteiro são traçadas linhas
distanciadas de 2 cm de cada lado da linha de centro, que servirão de orientação para
pregação dos montantes nas barras horizontais.

Também devem ser marcadas as posições das linhas de centro das portas, janelas e
paredes divisórias.

2º-Barras Horizontais e Montantes

As paredes são feitas com os elementos apoiados horizontalmente sobre a plataforma.

Nessa posição é possível a pregação das peças horizontais nos topos dos montantes.

São cravados dois pregos por montante na peça inferior e dois na peça superior.
Os montantes são pregados através dos topos com pregos de 80 mm de comprimento, que
atravessam as barras horizontais. A montagem das paredes pode incluir até o fechamento
externo.

3°-Contraventamento

É feito o contraventamento. Antes deve-se deixar a parede no esquadro. Os montantes


são recortados pra fazer o encaixe da peça de contraventamento.

A melhor maneira de se determinar se a parede está no esquadro, é fazendo a medida


da mesma diagonalmente nos dois sentidos e comparar os valores que deverão ser iguais.

4º-As Paredes são levantadas

Depois de terminada a montagem, as paredes são levantadas pela extremidade superior,


aprumadas e escoradas através de tábuas que unem a parte superior das paredes até o piso
da plataforma.

As paredes laterais, no caso de construção in loco, devem ser construídas antes das
paredes frontais.

As paredes laterais são aquelas que suportam as tesouras ou o encaibramento do telhado.

Depois de terminada a construção e o levantamento das paredes laterais, são feitas as


paredes frontal e dos fundos.

A distância exata entre as faces interiores das paredes laterais será o comprimento das
paredes frontal e dos fundos.

5º- 2º Barra Horizontal

Por último é colocada a segunda barra horizontal superior (Figura 18).

Figura 18 - Encaixes das paredes interna e frontal na parede lateral.


Vãos

As aberturas, isto é, as portas e janelas, requerem estruturas especiais nas paredes,


principalmente nas paredes que recebem cargas dos telhados ou de pisos superiores.

A seguir a descrição da estrutura e de suas peças constituintes através da numeração da


figura abaixo (Figura 19)

Figura 19 - Estrutura dos vãos de janelas e portas.

Nº1 - VERGAS

O vão superior das aberturas é sustentado pelas vergas.

As vergas são geralmente compostas de duas peças de 4 cm de espessura justapostas


pelas faces, entre as quais é colocada uma peça de 1 cm de espessura como calço para
completar os 9 cm de espessura das paredes.

Fixação

As duas peças e o calço são pregados com pregos de 75 mm.

As vergas são fixadas por meio de pregações nas extremidades feitas através dos
montantes completos que fazem par com os montantes que a suportam.

Dimensionamento

Sua altura é definida em função da largura da abertura.

A tabela abaixo (Tabela 2) apresenta as alturas das vergas recomendadas por para várias
larguras de aberturas.
A tabela é geral, a dimensão das peças pode variar de acordo com a espécie, classe e
características do projeto.
Vãos Máximos Dimensão das Vergas
110 4 x 14
150 4 x 18
200 4 x 24
250 4 x 28
Tabela 2 - Dimensões das vergas em função vãos.

No caso de vãos maiores ou de cargas muito grandes pode-se utilizar no lugar do


calço de madeira, uma barra de aço de 1 cm de espessura. Nesse caso a união das peças
de madeira é feita através de parafusos passantes. Em casos especiais se utilizam treliças
de madeira para a função de verga.

Nº2 Montantes curtos que transmitem a carga para a verga

Para transmitir a carga dos elementos horizontais superiores da parede até a verga são
usadas peças de seção 4 x 9 cm com os comprimentos correspondentes.

Fixação

Essas peças devem ser pregadas à verga com pregação lateral inclinada e na barra
superior através de pregação normal ao plano da peça e topo do montante curto.
A distância entre os montantes curtos deve acompanhar a distância normal dos
montantes.

Nº3 Montantes que suportam as vergas

As vergas são suportadas nos extremos por pares de montantes, um em cada


extremidade.

Esses montantes são cortados da altura da verga até a barra horizontal inferior.

Fixação

São pregados justapostos a montantes inteiros com pregos de 75 mm de comprimento.

Nº4 Soleira (só em vãos de janela)

Sua seção é de 4 x 9 cm

Na parte inferior da abertura das janelas são usados montantes reduzidos que suportam a
soleira

Fixação

A soleira é pregada sobre a ponta superior dos montantes curtos com pregos de 80 mm
de comprimento. A soleira deve ser também pregada, com pregos inclinados, ao
montante cuja extremidade superior suporta a verga.
Nº5 Montantes curtos que suportam a carga da soleira

Para transmitir a carga suportada pela soleira até a barra horizontal inferiores da parede,
são usadas peças de seção 4 x 9 cm com os comprimentos correspondentes.

Fixação

Essas peças devem ser pregadas à soleira com e à barra horizontal inferior, através de
pregação normal ao plano das peças e ao topo dos montantes curtos.

As dimensões dos montantes, vergas e soleira, devem ser determinadas de acordo


com as dimensões das esquadrias a serem utilizadas incluindo seus batentes.

Uma alternativa de colocação das vergas é logo abaixo da barra horizontal superior,
assim elas suportam diretamente as cargas verticais. Os montantes que suportam as
vergas são pouco mais longos e na linha superior dos batentes superiores é colocada
uma barra de 4 x 9 cm pregada nos montantes que suportam a verga. Entre essa peça e a
verga são colocadas peças de 4 x 9 cm com comprimentos adequados (Figura 1).

Figura 20 - Opção para a estrutura que suporta os vãos.

Nas portas a barra horizontal inferior deverá permanecer até a aprumação e a amarração
das paredes, é depois serrada rente à face do montante e retirada.
Fechamento externo

O fechamento das paredes, principalmente das externas, são partes constituintes de sua
estrutura.

O fechamento é dividido em duas partes o "sheating" (fechamento estrutural) e o


"siding" (acabamento).

Figura 21 - Parede com fechamento externo feito em duas etapas: "sheating" e "siding".

“Siding” - Acabamento

"Siding" é a camada mais externa, definida como cobertura final da parte externa de
uma parede de uma casa de estrutura de madeira.

Esta etapa é opcional devendo ser aplicada em função da vedação que se deseja obter, e
do tipo de acabamento que se quer aplicar.

Materiais

Tábuas montadas em posição horizontal, vertical ou inclinada, geralmente aplainadas e


formando macho e fêmea;

Tabuinhas rachadas (shingles);

Ou outros tipos de painéis inclusive plásticos e alumínio.

“Sheating” – Fechamento Estrutural

A camada de fechamento denominada "sheathing" é definida como: cobertura estrutural.


É usada diretamente sobre montantes ou vigas de uma estrutura.

É usado normalmente no lado externo da estrutura da parede.


Materiais

+ indicados - madeira compensada ou madeira aglomerada estrutural, fabricada com cola


a prova d'água de 12 ou 15 mm de espessura.

+ baratos - tábuas simplesmente serradas ou tábuas aplainadas

Resistência

A figura abaixo (Fig.2) apresenta várias alternativas de fechamento estrutural de paredes


e suas respectivas resistências à deformação.

Fig.2 - Resistência comparativa à deformação de vários tipos de fechamentos de paredes


- Fator arbitrário de resistência = 1, estrutura de 4 x 9 cm, montantes distanciados de 40
cm (entre centros) fechado com tábuas (macho e fêmea) horizontais.

FECHAMENTO COM TÁBUAS²

As tábuas de fechamento devem ter espessura em torno de 2 cm e largura entre 10


e 20 cm.
Peças de menores larguras são preferidas, pois apresentam menores contrações ou
inchamentos por peça quando há mudança na umidade.
De qualquer maneira é conveniente que as peças do fechamento não apresentem
umidade acima de 15% no ato da construção.

Tipologias

As tábuas podem ser posicionadas horizontalmente ou diagonalmente³.


O posicionamento diagonal (Fig.3) dispensa o contraventamento e seus inconvenientes,
contudo sua colocação é mais trabalhosa e demorada que a aplicação horizontal. O
fechamento externo com tábuas diagonais pode ainda ser usado para efeito estético.

O posicionamento vertical não é adequado para o sistema, pois exigiria a colocação de


travessas horizontais de peças estruturais, não exigidas com posicionamento horizontal
ou diagonal.

Fig.3- Posicionamente horizontal feito com tabuas chanfradas (Fig.5)

Fig.4- Posicionamente diagonal feito com tabuas chanfradas (Fig.5).

Fixação

Os pregos para fechamento externo devem ser galvanizados ou zincados a fogo, de modo
que não provoquem manchamento da madeira, principalmente quando as paredes são
atingidas por chuvas.

Para pregar as tábuas de fechamento são recomendados pregos de:


2 mm de espessura para madeiras duras;
2,5 mm para madeiras moles e
50 mm de comprimento.

As emendas podem ser feitas tanto em tábuas horizontais como em diagonais, contudo
devem ser feitas sobre os montantes, fig. no 10.17.
No caso de as tábuas terem macho e fêmea nas extremidades as emendas podem ser feitas
fora dos montantes.

Largura da Tábua Nº de pregos


(cm.) p/montante
10 a 15 1 ou 2
15 a 20 2 ou 3
20 a 25 3 ou 4

Tab.1- Número de pregos usados por montante para fixação do revestimento na estrutura.

Fig.5- Alternativas de fechamento de paredes com tábuas e regras de pregação.


Fig. 6- Alternativas de fechamento de paredes com tábuas e regras de pregação.

Fig.7 - Fechamento externo de paredes com tábuas.


A- Cobrindo a estrutura do piso
B- Início do fechamento no contrapiso

Em virtude da falta de painéis estruturais adequados a preços acessíveis no Brasil,


provavelmente o fechamento de menor custo na atualidade é feito através de tábuas aplainadas
em macho e fêmea ou com rebaixos para encaixe

No fechamento em diagonal é conveniente que as tábuas recubram os painéis de parede e


as laterais das vigas ou barroteamento, pois assim será assegurada melhor união entre os dois
conjuntos (estrutura do piso e parede).

Madeira

Para fechamento externo devem ser evitadas espécies de madeira (ou clones) com
tendência a colapso, com ocorrência de grã espiralada e com grandes coeficientes de
retratibilidade, além de peças com nós soltos, principalmente quando não é feito
fechamento interno da parede.

Sheating x Siding

Em países da América do Norte, aonde as temperaturas no inverno são extremamente


baixas, costuma-se usar sheating + siding para assegurar melhor vedação das paredes.

Na maioria das regiões do Brasil não haveria necessidade de tal desempenho em vedação,
contudo deve ser feito todo o possível para que se obtenha paredes estanques, todavia
aspectos econômicos devem ser considerados quando a uma parede se deve acrescentar
uma camada a mais de material.

Assim, no Brasil é perfeitamente viável que se aplique apenas uma camada de


revestimento externo: a "sheating", a camada de revestimento estrutural.

Na América do Norte em virtude da necessidade de se assegurar completa estanqueidade,


quando o "sheathing" é feito com tábuas, é recomendado o uso de papel betuminado entre o
"sheathing" e o "siding", o qual é dispensado quando o "sheathing" é feito com painéis de
madeira compensada ou de madeira aglomerada estrutural.
Depois que as paredes foram levantadas, aprumadas e conectadas umas às outras através
de pregação, e as suas faces externas terem sido fechadas, as faces internas das paredes
apresentam à vista os montantes e as peças horizontais.

O aspecto dessas paredes, a despeito do aplainamento da madeira da estrutura, é


relativamente tosco.

Em casas de campo, onde o acabamento rústico pode ser aceito, o lado interno das
paredes externas pode dispensar o fechamento.
Onde há necessidade de um melhor acabamento para as paredes internas, e onde as
instalações elétricas e hidráulicas devam ser encobertas, há necessidade de recobrimento
interno.

O recobrimento interno pode ser

Molhado - é aquele em que é aplicada algum tipo de massa molhada e a massa é


moldada no local;

Seco - acabamento seco "dry wall".

1- MOLHADO

O recobrimento úmido requer a criação de uma base para receber a massa.


Essa base pode ser

placas de gesso;
painéis de papel betuminado;
telas de arame e
folha de flandres vazada e expandida.

A mais usada em lugares não sujeitos a umidade são as placas de gesso,


Seção: 40 x 120 cm de lado, e 10 a 13 mm de espessura.

Montagem

1º-Fixar
As placas são pregadas nos montantes e nas peças horizontais das paredes. Dependendo
do clima essas placas de gesso apresentam recobrimento impermeável na face voltada
para a parede.

2º-Rebocar
Sobre as placas de gesso é aplicada uma camada de reboco¹ de 12 mm de espessura.
O reboco é composto basicamente por areia e cal.
A aplicação é geralmente feita em duas camadas e é bastante trabalhosa, requerendo um
certo tempo para a secagem.

Esse método de recobrimento vem sendo substituído pelos métodos secos.


Na América do Norte estão disponíveis misturas especiais para banheiros e regiões da
cozinha que apresentam riscos de umedecimento.

2- SECOS

Os métodos de recobrimentos secos são feitos através da aplicação de painéis de gesso,


madeira compensada, chapas de fibra de madeira e lambris de madeira.

Na aplicação de recobrimentos secos, seja de gesso ou dos outros tipos de chapas, há


necessidade de que os montantes sejam retos, isto é, apresentem um mínimo de
curvaturas, como o arqueamento, no sentido da espessura das paredes.

PAINÉIS DE GESSO

Os painéis de gesso, "gypsum board" apresentam uma camada de gesso recoberta por
duas camadas de papel Kraft nas faces.
Os painéis apresentam os cantos chanfrados para facilitar a operação de rejuntamento
das uniões.

Dimensões

Há painéis de várias dimensões, os mais usados têm 1,22 x 2,44 m e espessura entre 10
e 15 mm de espessura.

Fig.1- Acabamento de uma parede em gesso (dry wall).

Montagem²

1º-Posicionar
Os painéis de gesso podem ser aplicados horizontalmente ou verticalmente.
Normalmente os painéis de 1,22 x 2,44 m são aplicados horizontalmente de modo que a
emenda entre dois painéis seja feita a uma altura abaixo da linha de visão.
Painéis de 0,60 m de largura em geral são pregados verticalmente.
2º-Fixar
Para serem fixados nos montantes e nas peças horizontais das paredes, os painéis de
gesso podem ser:

Pregados pregos de 35 a 40 mm de comprimento ou


Parafusados parafusos auto-atarrachantes.

3º-Rejuntar
Após a pregação as chapas devem ser rejuntadas, para isso utiliza-se massa de gesso e
papel gomado ou fita adesiva específica para este fim.
1-Inicialmente aplica-se com uma espátula larga, uma camada de gesso nas uniões,
2-depois de seco, aplica-se uma cinta de papel gomado ou fita adesiva na união,
3-depois disso passa-se outra camada de massa de gesso sobre a junta, recobrindo toda
a área chanfrada. Se for necessário devem ser aplicadas mais camadas de cimento de
rejuntamento.

4º-Lixar
Quando a massa de gesso secar, lixa-se a junta com lixa fina.
Os cantos superiores ou inferiores podem ser rejuntados ou recobertos por uma moldura
de canto.

A aplicação de painéis de gesso requer treinamento dos aplicadores, mas pessoal treinado
pode ter grande pro-dutividade na aplicação.

MADEIRA COMPENSADA

Podem ser também usados painéis de madeira compensada ou chapas de fibra.

Dimensões

Os painéis de madeira compensada devem ter espessura entre 6,5 mm para


espaçamentos de montantes de 40 cm e 10 mm, para montantes espaçados de 60 cm.
Os painéis de madeira compensada geralmente tem 1,22 m de largura por 2,44 m de
comprimento.

Fixação

Os painéis podem ser simplesmente pregados nos montantes e nas peças horizontais ou
pregados e colados com adesivos especiais.

CHAPAS DE FIBRAS

As chapas de fibra são aplicadas da mesma maneira que a madeira compensada.

Dimensões

Para montantes espaçados de 60 cm utiliza-se chapas de fibra de 12,7 mm de espessura.


LAMBRIL

O fechamento com lambril pode ser usado quando se que quer obter efeitos decorativos.

Madeira

A escolha da madeira depende da disponibilidade e da aparência desejada. É importante


que as peças estejam secas, com o teor de umidade o mais próximo possível do valor de
equilíbrio.

Dimensões

A largura das peças deve situar-se entre 7,5 e 15 cm.


A espessura depende do espaçamento entre os montantes, espaçamentos de 40 cm
requerem peças de 10 mm de espessura, e de 60 cm requerem peças de no mínimo 15
mm de espessura.

Fixação

Devem-se utilizar dois pregos de 50 mm de comprimento por montante.


A madeira maciça não é um bom isolante acústico, por isso quando se deseja que o som
produzido em uma sala ou no ambiente externo não seja transferido para um dormitório,
por exemplo, há necessidade de se negociar alternativas em termos de materiais e de
técnicas de redução da transmissão de sons.

Boa parte dos problemas de excesso de vazamentos sonoros são devidos a deficiências
de projetos, tais como

Portas mal ajustadas ou empenadas;


Tomadas de força ou interruptores nas mesma área nos dois lados da parede.

Assim um bom projeto com boa execução são importantes na construção de paredes ou
pisos resistentes ao som.

A resistência de um elemento de construção, parede ou piso, à passagem do som aéreo é


classificada por sua classe de transmissão de som (Sound Transmission Class "STC").

Assim quanto maior o parâmetro, melhor é a barreira sonora. A eficiência aproximada


de paredes com diferentes classes de transmissão de som são apresentadas na Tab.1.

STC Eficiência
25 Conversa normal pode ser compreendida bastante facilmente
35 Conversa em voz alta audível, mas não compreensível.
45 Conversa em voz alta difícil de ser ouvida
48 Conversa em voz muito alta ouvida muito fracamente
50 Conversa em voz muito alta não audível

Tab.1- Eficiência aproximada de paredes com várias classes de transmissão de sons.


Fonte: Anderson, 1975.

SOLUÇÕES

Para amenizar as deficiências de comportamento acústico da casa construída pelo


sistema plataforma¹, foram desenvolvidas soluções relativamente simples e econômicas
e que se encaixam na filosofia do sistema, isto é, trabalho predominantemente a seco,
através de painéis industrializados.

O sistema se baseia na combinação de chapa de fibra de madeira amortecedora de


ruídos com painéis de gesso (gypsum wall board).
Fig.1- São apresentados alguns tipos de paredes e suas classes de transmissão de som.

Paredes espessas de materiais densos tais como de alvenaria isolam o som, mas em casas
de estrutura de madeira paredes internas de tijolos ou bloco de concreto encareceriam a obra
e criariam problemas estruturais devido à grande massa.

Explicação dos esquemas de parede

A
A parede com chapa de gesso de 12,7 mm (0,5 polegada) de espessura em cada lado é a
mais usada por ser econômica,
porém, a mesma parede fechada com painéis de gesso de 19,9 mm ( 5/8 de polegada),
melhora sensivelmente seu desempenho acústico com pequena diferença em custo.

B
A parede do detalhe B envolve a aplicação de painel de gesso de 9,5 mm (3/8 de
polegada) pregado à estrutura de madeira, mais uma camada de reboco de gesso estuque
de 12,7 mm (0,5 polegadas) aplicada sobre o painel de gesso, nos dois lados da parede.
Com isso se ganha 2 dB na escala de isolamento.

C
A aplicação de uma chapa de fibra de madeira amortecedora de 12,7 mm (0,5 polegada)
pregada à estrutura de madeira e um painel de gesso de 12,7 mm colado à chapa de fibra
nos dois lados confere uma classe de transmissão de som de 46 dB. Esta solução é
menos demandante de mão de obra que a parede B por não depender da aplicação in
loco de reboco.

E
O exemplo E é bastante efetivo, inclui um conector resiliente entre o montante de
madeira e o painel de gesso de 9,5 mm de espessura, e sobre o painel de gesso é colada
uma chapa de fibra de madeira de 12,7 mm de espessura de cada lado da parede. Essa
parede tem um isolamento de som de 52 dB.

Existem outras soluções, mas envolvem estruturas de madeira independentes para os


dois lados da parede.
O uso de montantes desencontrados faz melhorar sensivelmente o isolamento acústico
das paredes, sem alteração dos painéis de fechamento utilizados,
As paredes, no entanto devem ser mais espessas e há aumento significativo do número
de montantes de madeira.
As tesouras são uma montagem de várias peças formando uma estrutura rígida,
geralmente de forma triangular.
São capazes de suportar cargas sobre vãos mais ou menos grandes, sem suporte
intermediário.

Esse tipo de estrutura tem tido bastante desenvolvimento nos últimos anos através de
novos conectores, e tem sido muito usada.

Fig.1 - Estrutura de uma casa de madeira com cobertura feita com tesouras.

CARACTERÍSTICAS

Prática para ser feita;


Exige apenas um conhecimento básico de carpintaria;
Construção rápida;
Sua colocação praticamente não demanda andaimes;
Seu uso é mais favorável em casas retangulares e telhado em duas águas¹;
Usadas geralmente em vãos entre 6 e 12 metros.

Em virtude de não necessitar de apoio intermediário, o interior das edificações são


mais flexíveis e a própria obra pode tornar-se uma área de trabalho para a construção
das paredes internas, fechamento interno, colocação de portas e janelas e todo o
acabamento.

Na Fig.1 pode-se ver uma estrutura de uma parede frontal com oitão, uma estrutura
composta de montantes curtos, como se fossem prolongamentos dos montantes da
parede. Esse tipo de estrutura pode ser usada em substituição a uma tesoura. O uso do
oitão facilita a pregação do fechamento com tábuas horizontais, pois os montantes
ocupam sempre o mesmo plano. O mesmo não acontece quando tesouras são usadas
como suporte do oitão, porque dependendo da solução adotada poderão existir peças em
planos diferentes.
As tesouras podem ser usadas para telhados com quatro águas e também para construções
em L, sendo necessário nesse caso a construção de tesouras de diversas formas e dimensões.

DIMENSIONAMENTO

Deve-se observar os diferentes tipos de telha usados, sua massa e os esforços de


ventos a serem considerados.

Outro fator importante é o tipo de madeira a ser utilizado, bem como sua classe, pois
esses fatores são fundamentais no dimensionamento estrutural.

MADEIRA²

Os membros devem ser de madeira aplainada nas quatro faces de modo a não
apresentar diferenças dimensionais significativas principalmente nas espessuras.

Os elementos estruturais, principalmente os comprimidos, devem ser selecionados


para apresentarem nós ou outros defeitos abaixo de certa dimensão, de acordo com a
dimensão da própria peça, por exemplo, em algumas classes o diâmetro do nó não pode
ser superior a um quarto da largura da peça.

A madeira deve ter teor de umidade próximo de 15% (base seca) e no máximo 19%.

Na América do Norte e na Europa geralmente se usa madeira de coníferas de baixa ou


média densidade para elementos estruturais seja de telhado, parede, piso ou fundação. O E.
grandis produzido no Brasil em geral apresenta densidades aproximadas das coníferas dos
países temperados usadas em estruturas de 04, a 0,60 de densidade básica.

ELEMENTOS DE UNIÃO

Os elementos de união das tesouras podem ser:

Chapuz de madeira compensada estrutural com espessuras de 10 a 15 mm;


Madeira serrada de 20 mm de espessura;
Folha de flandres perfurada;
Conectores especiais de chapa metálica prensada (gang nail).

Chapuz

Os chapuzes são pregados nos elementos estruturais e se possível também colados. A


colagem tem uma influência bastante positiva na rigidez das tesouras.

As tesouras conectadas com compensado devem ter chapuzes nos dois lados das peças
estruturais.

Os chapuzes de compensado devem ser de madeira de boa resistência mecânica, mas


não excessivamente duras ou pesadas para não dificultar a pregação.
O ideal seria o uso de chapuzes de compensado de pinho do Paraná ou de outra madeira
medianamente dura, colados com resina fenólica, capazes de suportar umidade e de
durar por muitos anos.

FIXAÇÃO

Os pregos a serem usados dependem do tipo de madeira, quanto mais densa a madeira
menor deve ser o diâmetro, e vice versa.

Para assegurar um desempenho satisfatório durante solicitações extremas por ventos,


as tesouras devem ser fixadas na estrutura da parede através de pregação e através de
placas ou cintas metálicas apropriadas

TIPOLOGIAS

Há três tipos de tesouras comumente usadas na América do Norte:


"W",
"pitched howe"
"scissors"

Fig.2 - Tipos de tesoura. A-Tipo W, B- Tipo Pitched Howe e C- Tipo Scissors.

Tesoura tipo W
A tesoura mais usada é a do tipo "W", também denominada "Fink" e "Polenceau".

Esse tipo de tesouras é mais adaptável para projetos com

Vãos - de até 12 metros.

Inclinação - normalmente usada em telhados de cimento amianto ou de telhas de


barro.

Plantas - retangulares de tal modo que com uma largura constante requerem um só
tipo de tesoura.

Dimensões das peças-


Seção - 4 x 9 cm

Espaçamento - as tesouras são geralmente projetadas para espaçamento entre elas de


60 cm. Fazendo com que sejam usadas paredes com montantes obedecendo ao mesmo
espaçamento, de modo que a cada tesoura corresponda um montante, permitindo melhor
transferência da carga para a fundação.

Fig.3- Esquema para construção de uma tesoura do tipo W.

Acima (Fig.3) está um esquema do dimensionamento de uma tesoura tipo W.


Comentários:

Vão - O esquema se aplica a tesouras com vãos entre 5 e 8,5m e unidas com chapuzes
de compensado.

Inclinação - A tesoura A, que apresenta maior grau de inclinação, usa peças de união
maiores do que a tesoura B, que tem menor grau de inclinação.

Fixação - A fixação dos chapuzes é feita com pregos. A quantidade de pregos varia de
acordo com o vão da tesoura e com a carga que se pretende sustentar.

Tipologia - A tesoura C é uma variação da tesoura B, qpresentando a mesma


inclinação. A diferença esta no corte perpendicular das peças. Não apresenta a mesma
resistência da tesoura B, mas sua execução é mais fácil.
Fig.1- Estrutura de uma casa de madeira com cobertura com cumeeira

A estrutura com cumeeira permite várias possibilidades construtivas, como

Aproveitamento do espaço entre o telhado e o forro,


Construção de forros inclinados
Construção de telhados em quatro águas e outras variações, tais como águas furtadas.
Indicado quando se quer usar uma maior inclinação da cobertura

No entanto seu projeto e construção requerem maior conhecimento de carpintaria do


que o empregado na construção de tesouras.

Fig.2 - Estrutura de telhado, sistema de cumeeira.

DIMENSÕES

Cumeeira - 4 X 30 cm.

Caibros - 4 x 14 cm.

Travessas Horizontais - 4 x 14 cm.


Barrotes do forro - 4 cm de largura por altura variável de acordo com o vão.

Espaçamento - 60 cm.

MADEIRA

A cumeeira e os caibros devem ser de madeira leve e resistente, de classes com nós
pequenos ou inexistentes e devendo ser o mais reta possível, pois estas peças serão
bastante solicitadas.

Fig.3- Detalhe da emenda dos barrotes . São aoresentadas duas soluções possíveis.

Fig.4 - Detalhe do encaixe dos barrotes e caibros na estrutura da parede.


O sistema permite a construção de coberturas planas ou quase planas, a estrutura desse
tipo de cobertura é parecida com o madeiramento de piso de segundo andar.

O madeiramento é dimensionado de acordo com

Os vãos
A madeira disponível
O espaçamento entre barrotes
A dimensão da projeção lateral.

A cobertura nesse caso é feita em várias camadas:

1°-Estrutura - Sobre o madeiramento é pregado algum tipo de painel tal como madeira
compensada, madeira aglomerada estrutural, ou mesmo tábuas com macho e fêmea.

2°-Impermeabilização - Sobre a camada estrutural é aplicado um filme impermeável.

3°- Acabamento - Geralmente em folha metálica ou uma cobertura a base de betumem


e fibras.

Fig.1- Madeiramento para o telhado plano com beiral com mais de 90 cm.
Fig.2- Madeiramento para o telhado plano com beiral com menos de 90 cm.
A construção de escadas tem técnica estabelecida no sistema plataforma. Estando
previstos dois tipos de escadas:

Principal mais bem acabada, indicada para a ligação de pisos habitados.

Secundária mais simples, para ligação a porões ou sótãos não normalmente


habitados.

Ambas têm seus parâmetros bem definidos e procedimentos de construção apropriados.

Podem ser de vários tipos, retas de um só lance, "L" longo, "U" estreito, incluindo
variações dentro dos vários tipos.

Fig.1 - Os dois tipos de escada: Secundária e Principal

Regras gerais para escadas

Altura
É um requisito primordial para as escadas principais,
Deve haver uma altura mínima livre entre os degraus e o piso superior de 2,06 m,
Nas secundárias a altura livre mínima é de 1,93 m.

Espelhos
Alturas dos espelhos entre 19 e 20 cm são considerados adequados.

Cobertores
Os cobertores devem ter cerca de 23 cm de largura total.
Todavia em virtude de pequenas diferenças de altura entre os dois pisos, muitas vezes as
dimensões dos espelhos e coberturas devem ser calculadas¹.

Largura
As larguras das escadas principais não podem ser menores que 81 cm livres a partir do
corrimão.
Uma regra prática estabelece que a largura dos cobertores mais duas vezes a dimensão dos
espelhos dever ser próximo de 63.
Assim, quando se aumenta à altura deve-se diminuir a largura dos degraus.

Corrimão
Um corrimão contínuo deve ser feito em pelo menos um dos lados da escada. Quando
as escadas são abertas dos lados deve haver proteção por balaústres.

Madeira
É fundamental que todos os elementos da escada sejam feitos com madeira previamente
seca, com teor de umidade equivalente à umidade de equilíbrio médio do ambiente da
edificação.

CONSTRUÇÃO

A estrutura da abertura do piso do segundo andar deve ser feita durante a construção do
madeiramento do piso superior.

A estrutura da plataforma é pregada nos montantes das paredes que limitam a escada,
Os montantes devem também suportar as barras laterais através de pregação.

A dimensão mais longa da abertura da escada pode ser paralela ou perpendicular aos
barrotes do segundo piso.
Todavia é muito mais fácil estruturar a abertura quando ela é paralela aos barrotes do
piso superior.

Fig.2 - Estrutura padrão para abertura do piso superior. Abertura da escada paralela aos
barrotes do piso.
Fig.3 - Estrutura padrão para abertura do piso superior. Abertura da escada
perpendicular aos barrotes do piso.

MONTAGEM

A escada é composta basicamente pelas barras laterais e os elementos de degraus


As barras laterais² suportam a carga e servem de apoio aos elementos de degraus, isto é,
o cobertor e o espelho, e podem ser feitas de duas maneiras.

Escadas Secundárias

É feita só com cobertor sem o espelho.


Os assentos dos cobertores são recortados na prancha.
A parte restante abaixo do recorte deve ter no mínimo 9 cm de largura
Em escadas secundárias as barras laterais geralmente são feitas em madeira aplainada de
4x28 cm .

Os cobertores podem ser feitos de uma prancha aplainada nas quatro faces de 4 cm de
espessura que é pregada no canto horizontal dos recortes da barra.

Em geral escadas com até 90 cm de largura são suportadas apenas pelas duas barras
laterais.
Escadas mais largas exigem a adição de uma ou mais barras recortadas no interior do vão
entre as duas barras laterais.

Escadas Principais

Usam-se cobertor e espelho.


Nesse caso utiliza-se tábua de 2,8 cm de espessura aplainada nas quatro faces como
cobertor e uma tábua de 2 cm de espessura como espelho.
BIBLIOGRAFIA
A principal fonte para o desenvolvimento deste trabalho foi a tese de doutoramento de
Reinaldo Herreiro Ponce - O Potencial da madeira de Florestas de Eucalipto para
Construção de edificações -sob orientação do professor Ualfrido Del Carlo, apresentada
na FAU-USP no ano de 1997.

Outros livros consultados estão citados abaixo

ANDERSON, L. O. WOOD-FRAME HOUSE CONSTRUCTION, AGRICULTURE


HANDBOOK NO 73, U. S. DEPARTMENT OF AGRICULTURE, FOREST SERVICE,
WASHINGTON, 223 PP. 1975.

DEL CARLO, UALFRIDO .EDIFICAÇÕES EXPERIMENTAIS COM


ESTRUTURAS DE MADEIRA. SÃO PAULO : FAUUSP/NUTAU, 1996.

CREIGHTON, THOMAS H. AMERICAN ARCHITECTURE.


WASHNGHTON:ROBERT B. LUCE, 1964.

DOWNING, ANDREW JACKSON. THE ARCHITECTURE OF COUNTRY


HOUSES. NEW YORK: WILWY AND PUTNAM, 1850.

HIGNETT, H, W. CANADIAN WOOD-FRAME HOUSE CONSTRUCTION.


(PRESIDENT) CENTRAL MORTGAGE AND HOUSING CORPORATION,
OTAWA, 1968.

KRONKA, ROBERTA C . SISTEMA CONSTRUTIVO EM MADEIRA DE


REFLORESTAMENTO UTILIZADO NO CEMBIO/IEE/USP; SÃO PAULO: 1999

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