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Introdução

Muito se fala em sustentabilidade, a World Commission on Environment


and Development (WCED, 1987) define desenvolvimento sustentável como
sendo aquele que satisfaz as necessidades de hoje sem comprometer o
desenvolvimento das gerações futuras. Segundo o IBGE (2008), para
classificar uma atividade como sendo sustentável ou não, faz-se necessário o
uso de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), que tem por função
analisar os impactos de uma atividades no âmbito social, econômico e
ecológico. No Brasil são utilizados 55 indicadores, sendo algum deles
relacionados a fontes renováveis de energia, tais como: Emissões de origem
antrópica dos gases associados ao Efeito Estufa e Participação de fontes
renováveis na oferta de energia.

Dados do PROCEL (2006) afirmam que por volta de 76% da eletricidade


brasileira em 2004 advinha de hidroelétricas, modo de conversão considerado
renovável. Porém, a instalação de uma grande hidroelétrica acarreta na
inundação de áreas gigantescas de terra, causando impactos ambientais e
esterilização do solo. O território brasileiro tem grande potencial para utilização
de energia solar devido à grande incidência de radiação provinda do sol.
Segundo Martins et al. (2007), o potencial brasileiro é superior ao dos países
que compõem a União Européia, onde a utilização de energia solar é mais
aproveitada. O estudo aqui tratado tem por objetivo desenvolver um
equipamento que seja uma alternativa para o melhor aproveitamento da
energia solar disponível no território nacional.

Segundo Foster et al. (2009), a geração de energia elétrica a partir dos


raios solares, pode ser feita através do calor presente na radiação (energia
térmica),com o uso de coletores e concentradores solares, ou da luz (energia
fotovoltaica), pelo uso de placas voltaicas. A ANEEL (2005) afirma que, no
Brasil, os coletores solares são geralmente aplicados em residências e
comércios, para aquecimento de água. Para a secagem de grãos ou até
mesmo gerar energia mecânica fazendo o uso de turbinas, que necessitam de
o
temperaturas muito mais elevadas, podendo chegar aos 2000 C, são
utilizados concentradores solares, onde atingem-se temperaturas muito
superiores do que em coletores.

A construção de um coletor solar é muito mais simples que a de um


concentrador solar, consequentemente, os custos de produção dos coletores
são menores que os custos de um concentrador. Porém, as temperaturas
atingidas em coletores são muito menores que as nos concentradores. Para
fazer uso da energia térmica proveniente do sol utilizando-se de coletores
solares foi proposto o projeto de um motor termomagnético baseado no
princípio de Curie.

O motor de Curie consiste em um arranjo onde um aro, constituído de


material magnetocalórico, é aquecido por uma fonte de calor até o ponto de
Curie, onde sofre transição de fase e perde as propriedades magnéticas, parte
do material deixa de ser ferromagnético e passa a ser paramagnético. Um
campo magnético constante, normalmente gerado por ímãs permanentes é
colocado próximo ao local onde o calor é fornecido. (PALMY, 2007)

A região onde o aro é aquecido, agora paramagnética, deixa de ser


atraída pelo campo magnético gerado pelos ímãs, enquanto a região a frente é
atraída por esse campo, gerando assim uma força magnética tangencial que
promove um torque no aro. Na Figura 1 tem-se a representação do
funcionamento do motor de Curie.

Figura 1 – Esquematização do motor de Curie. (adaptada de PALMY, 2007)

A vantagem em se trabalhar com motores termomagnéticos se faz


presente na utilização dos materiais magnetocalóricos, existem diversas ligas,
cada uma apresentando o ponto de Curie em uma temperatura diferente.
Utilizando ligas que tenham temperatura de Curie (Tc) mais baixas, entre 30 e
80 oC, é possível a utilização de coletores solares para obtenção da fonte
quente.

A potência de um motor pode ser determinada pelo produto entre seu


torque e sua velocidade angular. Halbach (1980) propôs um arranjo de ímãs
que promove uma concentração do campo magnético em um determinada
região, tal arranjo foi denominado configuração Halbach. Com a utilização de
um arranjo Halbach no motor, as forças magnéticas são intensificadas, e por
consequência, o torque também é.

O calcanhar de Aquiles dos motores termomagnéticos é baixíssima


frequência de funcionamento, isso se deve a vagarosa velocidade de elevação
de temperatura no material magnetocalórico, quando comparada, por exemplo,
a velocidade de chaveamento das bobinas de um motor elétrico. (KARLE,
2000)

Projeto e Metodologia

O objetivo geral do projeto é projetar um motor térmico baseado no


principio de Curie, que tenha como fonte de alimentação energia solar, rejeitos
térmicos industriais, águas termais ou qualquer outra fonte de calor de baixa
temperatura. Almeja-se determinar, via simulação computacional, forças
magnéticas, torque, e a potência mecânica útil produzida pela máquina aqui
proposta.

Para execução do projeto, inicialmente foi realizada uma revisão


bibliográfica, buscando a obtenção de referencias voltada ao estudo de
materiais magnetocalóricos, termomotores.

Em paralelo à revisão bibliográfica, foi efetuado o estudo das


ferramentas computacionais que seriam utilizadas no desenvolvimento do
projeto. Os softwares utilizados promovem estudos referentes a escoamento de
fluidos, trocas térmicas e interações magnéticas

Foi realizado um experimento para a validação dos softwares, bem


como, a construção de um protótipo para a verificação da metodologia aplicada
nas simulações de troca de calor e interações magnéticas. Através dessas
simulações, aplicando a metodologia desenvolvida e estudada em um modelo
geométricoé possível determinar o torque, a frequência e a potência do motor.
Com esses valores, pode-se fazer um projeto mecânico mais consistente e de
maior eficiência.

Etapas realizadas

Foi desenvolvido um modelo geométrico do sistema, a partir desse,


foram realizadas simulações de escoamento de fluido, troca térmica e
interações magnéticas, baseado em alguns resultados, o modelo geométrico foi
sendo alterado e convergindo para uma provável forma final. Também foi
realizada a construção de um protótipo com a finalidade de validar alguns
resultados obtidos em simulações.

Referências bibliográficas

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Atlas de energia elétrica do


Brasil, ANEEL, 2a Ed. – Brasília, 2005.

Foster, R., Ghassemi, M., Cota, A., Solar Energy: Renewable Energy and the
Environment, CRC Press, 2009.

Halbach, K., Design of permanent magnets with oriented rare earth cobalt
material, Nucl. Instum. Method 169: 1, 1980.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Indicadores de


Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2008.

Karle, A., The thermomagnetic Curie-motor for the conversion of heat into
mechanical energy, Neißestr. 1, D 78052 Villingen, Germany, 2000.

Martins,F. R., Pereira, E. B., Abreu, S. L., Satellite-derived solar resource


maps for Brazil under SWERA Project, Elsevier, Solar Energy, 2007.

Palmy, C., A thermo-magnetic Wheel, Europhysics News, 38 (3), 32-34, 2007.

Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL),


Conservação de energia: eficiência energética de equipamnetos e
instalações, Itajubá, MG: FUPAI, 2006.

World Commission on Evironment and Development (WCED), Report of the


World Commission on Environment and Development: Our
Common Future, Geneva, Switzerland, 1987.

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