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Para Sempre Alice mostra em detalhes uma vida passando rapidamente.

Diferente
de trabalhos de ficção científica, o longa mostra algo que realmente existe e pode
nos afetar, se não pessoalmente, a um familiar próximo. É uma doença que traz
um desgaste emocional e psicológico muito forte àqueles que estão ao redor do
afetado e é com pequenas indicações de esquecimentos esporádicos que
descobrimos os primeiros sintomas de Alice.

Primeiro foram palavras, apagões de consciência e compromissos que sumiram da


cabeça de Alice. O progresso da degeneração, no entanto, foi muito rápido. Após
poucos minutos (dentro dos 101 min do longa) depois do diagnóstico já começam
as crises de mudança de humor e coisas mais importantes, como o nome e rosto
de Lydia, uma de suas filhas, fica para trás.

É basicamente agonizante acompanhar as perdas de Alice. Em algum momento do


filme, seu médico explica que pessoas com maior capacidade intelectual acabam
perdendo a cognição com maior rapidez devido aos desvios e conexões criados,
criando uma espécie de disfarce sobre a doença. Dentro das circunstâncias, a
estudiosa Alice poderia estar doente há meses, talvez anos, e acabou tendo um
diagnóstico tardio devido a sua habilidade de mascarar os primeiros sintomas.

Em uma conversa com seus filhos, John chega a dizer "que já faz dois meses",
mas essa é uma das poucas menções à passagem temporal do longa. Não é
possível dizer quanto tempo levou para Alice chegar de seu diagnóstico ao último
momento do filme, se passaram meses ou anos.
Na tentativa de explorar com mais ênfase a manifestação do Alzheimer, construindo
uma cena de alguns minutos para mostrar que Alice esqueceu onde fica o banheiro,
o longa deixa também de criar situações nas quais ela aproveita seus últimos anos
sãos. Fica sempre subentendido que esses momentos existem, mas não os vemos
em tela com tanta frequência quanto seus dolorosos problemas ligados à doença.

Longe de ser um roteiro qualquer, a demonstração de coragem e força de vontade


da personagem para superar as perdas cognitivas, e a maneira como esse
sentimento é compartilhado com a família, é uma lição que nos leva a muitas
reflexões. Uma delas é sobre a brevidade da nossa existência tal qual a
concebemos ou imaginamos. A mesma profissional que hoje é referência na
universidade, proferindo palestras como professora convidada em várias cidades
da América, no dia seguinte torna-se alvo de críticas dos alunos por já não poder
mais concatenar o raciocínio de maneira lógica. E então, ela própria, que sempre
se vira como uma intelectual , perde sua identidade e já não se encontra mais como
a pessoa que era.

Dentre o filme vale destacar três pontos em que particularmente vi a correlação da


fala de Alice com nossa realidade.
No primeiro deles, Alice diz que, ao se tornar portadora de Alzheimer, ela passou a
ser definida por sua doença. Ela adquiriu uma marca através da qual todos
passaram a vê-la como apenas “isto”: portadora de Alzheimer. Analogamente, nós,
que temos uma deficiência, com frequência somos definidos por esta condição.

Nossa deficiência acaba sendo o primeiro atributo que vem à mente de alguém
quando pensa em nós ou quando se refere a nós em variadas circunstâncias.

Neste sentido, o desafio de cada pessoa com deficiência é o de deixar de ser “isto”,
e passar a ser “esta”. A marca da deficiência não pode prevalecer sobre a totalidade
da pessoa. Para além de ser um cego, por exemplo, um determinado rapaz que
não enxerga pode ser visto como profissional, como pai, como irmão, como filho,
entre tantos papéis que desempenha.

Em um segundo ponto, Alice diz que, a despeito das limitações decorrentes da


doença de Alzheimer, ela é e se sente capaz de viver em plenitude todas as alegrias
que brotam dos seus relacionamentos. Do mesmo modo, nós que temos uma
deficiência desejamos nos relacionar com os outros por inteiro, e não apenas como
pessoas que têm alguma limitação física ou sensorial.

Em um terceiro ponto, Alice alerta para que seus amigos e parentes próximos não
vejam seus erros como ofensas pessoais. Nesse caso, ela se referia aos
constantes lapsos de memória característicos do Alzheimer, que, de acordo com
sua fala, não deveriam causar embaraço e constrangimento.

Em harmonia com esta visão, os erros e peculiaridades decorrentes das nossas


limitações devem também ser tratados de forma espontânea e com naturalidade.

Se uma pessoa cega se equivocar em relação a quem entrou na sala ou mesmo


tropeçar em algo que ficou pelo caminho, ela e os que estão à sua volta deverão
compreender estes fatos como erros corriqueiros, que, em outros momentos ,
poderiam ocorrer a qualquer um.

Por fim, em um terceiro ponto, Alice pede a todos que capacitem os portadores de
Alzheimer, ao invés de limitá-los. Este parece ser também um pedido
constantemente feito por nós que temos deficiência. Desejamos que os que estão
à nossa volta sejam uma ponte para nos prover recursos e soluções que facilitem
nossas vidas, ao invés de reforçarem e alimentarem nossa dependência.
Eis então a voz de Alice, que, ecoa por todo o mundo, refletindo a tão consagrada
frase: “Nada sobre nós, sem nós!”

Lembranças são verdadeiramente tudo que temos de mais importante na vida.


Além da alegria de poder recordar de momentos felizes, é através da memória que
começamos a aprender tudo que precisamos saber na vida, construímos nosso
caráter e criamos uma carreira. O que acontece a uma pessoa que não pode mais
se lembrar de nada do que aprendeu durante 50 anos de sua vida? Ela deixa de
existir, pois perde sua identidade.

A perda da identidade pode acontecer em diversos momentos da vida, quando


perdemos um parente, um amor, um emprego, um amigo... Geralmente quando
sentimos que não nos encontramos dentro de nós mesmos é por que perdemos
algo ou alguém e, isto acaba resultando na perda de coisas nas quais
acreditávamos.

Muitas vezes, vamos a luta com determinação, superando qualquer obstáculo.


Porém, as vezes a direção que damos para a nossa vida e essa obstinação são
frutos de uma rotina. As vezes, somos escravizados pelos próprios sentimentos e
medos. Quando você descobre que não tem mais tanta certeza do que tinha antes,
você sente que perdeu sua identidade e, isso te faz sentir perdido, sozinho e com
baixa auto-estima.

É difícil acalmar um coração aflito que nesse momento bate forte e acelerado por
emoções das quais você mesmo proporcionou. É a adrenalina, a incerteza do que
está por vir, a insegurança do que se irá descobrir dentro de si. São sonhos que
poderiam ser reinventados, novas perspectivas e com certeza uma nova
identidade. É difícil se permitir e se redescobrir.

É nesse contexto em que o filme se baseia, usando a protagonista como fonte a


sua perda de identidade que se fez exposta, Cheio de momentos emocionantes e
situações verdadeiras, o filme serve como exemplo para qualquer um. Com ou sem
doença, todos devemos seguir nos passos de Alice e aproveitar ao máximo cada
momento. Amanhã tudo pode ter sumido.

A perda de identidade é uma “doença” em que você mesmo é o culpado e só você


possui a cura. É a morte da ingenuidade que existiu e, o amadurecimento que
buscamos para que uma nova identidade seja “inventada”. Muitas vezes é preciso
se perder, para então se encontra
FAINTVISA
(Faculdade Integradas da Vitória de Santo Antão)

ALUNO: MIQUÉIAS MÁRIO ASCENDINO DO NASCIMENTO

Trabalho solicitado pela professora


Vìvian Silva no curso de Psicologia
na disciplina de sociologia aplicada
sociologia no requisito do 1° período

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