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PRESCRIÇÃO?
Primeiramente, todas as dívidas têm um prazo para prescrever. Regulada no Código Civil,
a prescrição de uma dívida indica que o devedor deixa de ter obrigação de a pagar ao
credor, em consequência do seu pagamento não ter sido exigido durante um certo período.
Sendo assim, todos os tipos de dívidas vão acabar por prescrever em determinada altura,
porque apesar de a dívida existir, a partir de determinado prazo é dada a faculdade ao
devedor de recusar o cumprimento da prestação ou de se opor à mesma invocando a sua
prescrição.
No que se refere aos prazos de prescrição, os arts.º 309.º e 310.º, do Código Civil (CC)
indicam dois tipos de prazo: o prazo ordinário, correspondente a 20 anos, e depois
prazos mais específicos. Contudo, frisamos apenas que existem casos que é aplicada a
regulamentação própria, alterando os prazos de prescrição que vão ser referidos de seguida.
São várias as tipologias de dívidas que perdem a sua validade neste prazo,
nomeadamente: Artigo 310.º do Código Civil, como por exemplo, as dívidas à Segurança
Social, as dívidas relativas a juros convencionais, as dívidas relativas às rendas de
contrato de arrendamento, as dívidas decorrentes das pensões de alimentos, as dívidas de
capitais e juros, as dívidas de condomínio.
Uma das questões mais comuns trata-se da prescrição de dívidas às finanças. Saiba que no
caso do IUC a Autoridade Tributária, o consumidor tem 4 anos para proceder à cobrança do
imposto e respetiva coima. Deste modo, é crucial que guarde consigo toda a documentação
de pagamento durante esse período.
Existem também algumas dívidas que prescrevem passados 2 anos, por isso, alguns exemplos
são os seguintes, plasmados no art.º 317.º, do Código Civil, tais como: as dívidas das escolas
(em relação aos serviços concedidos) – Nota que no caso de propinas em estabelecimentos de
ensino superior, o prazo sobe para oito anos; as dívidas a hospitais (em relação aos serviços
concedidos) – nota também que se se tratar de uma instituição pública de saúde o prazo de
prescrição é de três anos; as dívidas dos consumidores finais aos comerciantes pelos bens
vendidos; as dívidas dos consumidores àqueles que executam uma atividade (em relação ao
serviço que prestam) e àqueles que exercem profissões liberais.
Existem ainda dívidas que prescrevem em seis meses, como a dos consumidores aos
espaços comerciais que concedem alojamento e/ou alimentação (vd. art.º 316.º, do DL n.º
47344/66, de 25 de Novembro do Código Civil), e da prestação de serviços de telemóvel e
serviços essenciais como de água, eletricidade, gás, internet e outras de idêntica natureza
(vd. art.º 10.º, da Lei n.º 23/96, de 26 de Julho). Contudo, quando falamos de prescrição de
dívidas telecomunicações, o próprio consumidor tem de invocar a prescrição da mesma
depois dos 6 meses de forma a que possa evitar o seu pagamento.
Diana Tomé