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Resumo
No meio acadêmico assim como em outros setores da sociedade é notória
a valorização e defesa da vegetação urbana como elemento indispensável
à fisionomia das cidades. Diversos estudos têm sido feitos na busca de
uma definição mais precisa do que se entende por Áreas Verdes (AV)
públicas e na consolidação de metodologias que criem indicadores que
possam expressar informações relativas à qualidade ambiental e de vida
da população, sendo em maior evidência, o Índice de Áreas Verdes (IAV).
Este trabalho tem por objetivo levantar e analisar estudos acerca dos
diferentes conceitos e metodologias a respeito do IAV na literatura
científica que trata do tema. Para tanto, foram consultados nas bases
indexadoras, artigos científicos na área de planejamento urbano, bem
como teses, dissertações, legislações e manuais sobre o tema. Verificou-
se ainda grande variação nos termos utilizados e pouco consenso entre as
metodologias dos índices. Espera-se que esse trabalho possa contribuir
para os debates a respeito da definição de indicadores urbanos que
colaborarem para a estruturação de cidades com mais qualidade de vida e
mais adequadas ambientalmente.
Abstract
In academia as well as in other sectors of society is evident the
appreciation and defense of urban vegetation as an essential element to
the physiognomy of cities. Several studies have been made about in the
search for a more precise definition of what is meant by public Green Areas
(AV) in the consolidation of methodologies that create indicators that can
express relating informations to environmental quality and population
quality of life, being most evident, the Green Area Index (IAV). This paper
aims to survey and analyze studies on the different concepts and
methodologies regarding the IAV in the scientific literature dealing with the
theme. So, were consulted in the indexing databases, scientific articles in
1 Introdução
Até o final da Idade Média, a vegetação era associada ao perigo, ao rústico, à falta de
civilização, era considerada um ambiente impróprio para o homem e cabia a este
eliminá-la para favorecer o progresso (SEGAWA, 1996; OLIVEIRA, 1996). Com a
Revolução Industrial, o crescimento desordenado gerou graves problemas sanitários
que afetaram diretamente a saúde e a qualidade de vida da população. No entanto, já
no século XVIII, com as propostas sanitaristas cujo objetivo era propor melhorias das
condições higiênicas e físicas dos espaços urbanos, o contato com a natureza
primitiva foi substituído por parques, jardins públicos e avenidas arborizadas, visando
embelezar e também sanear as cidades (SECCHI, 2009). Segawa (1996) afirma que,
no final do século XIX, o conceito de ruas arborizadas e parques como pulmões das
cidades já era amplamente assimilado. Nos períodos seguintes, a intensa urbanização
em função do crescimento acelerado das cidades e a valorização do solo urbano, os
espaços verdes foram relegados a segundo plano (COSTA e FERREIRA, 2011).
Pesquisas atuais apontam que a presença de AV no meio urbano pode trazer
inúmeros benefícios, tais como: a manutenção do equilíbrio dos ciclos biogeoquímicos;
manutenção das taxas de evapotranspiração; manutenção do microclima; manutenção
da fauna; melhoria da qualidade do ar através da eliminação de materiais tóxicos
particulados e gasosos e sua incorporação nos ciclos biogeoquímicos; redução do
escoamento superficial; fluxo de organismos entre fragmentos; atenuação sonora;
valorização visual da paisagem; prevenção de deslizamentos e inundações; efeito
direto quando relacionadas à recreação ao ar livre e acesso a ambiente para prática
de atividades físicas; redução hipertensão arterial; melhoria na produtividade no
trabalho; valorização econômica do local; saúde física e diminuição de fadiga e stress
mental; aumento da qualidade de vida e a valorização econômica desses espaços.
Neste sentido, as áreas verdes públicas urbanas são objeto de diversos trabalhos que
se voltam não só para a análise da qualidade ambiental, mas também da qualidade de
vida nas cidades (COSTA E FERREIRA, 2011; OLIVEIRA, 1996; NUCCI, 2001).
Definir e quantificar por meio de indicadores a presença necessária de vegetação
nas cidades visando uma melhor qualidade do ambiente urbano é um tema que
apresenta grandes dificuldades. Não há consenso em relação a uma definição clara do
que seria AV. Há também incerteza na definição de parâmetros e indicadores que
apontem quantificações ideais da presença das AV nas cidades. O índice em maior
evidência é o Índice de Áreas Verdes (IAV), porém, falta ainda consenso conceitual e
metodológico entre os estudiosos do assunto. Esse trabalho tem por objetivo levantar
e analisar estudos acerca dos diferentes conceitos e metodologias a respeito do IAV
na literatura científica que trata do tema. Para tanto, foram consultados em bases
indexadoras, artigos científicos na área de planejamento urbano, bem como teses,
dissertações, legislações e manuais sobre o tema.
Espera-se que esse trabalho possa contribuir para os debates a respeito da
definição de indicadores urbanos que colaborarem para a estruturação de cidades
com mais qualidade de vida e mais adequadas ambientalmente.
2 Revisão bibliográfica
3 Discussão
Para o contexto urbano, principalmente na contemporaneidade onde as cidades
crescem de forma pouco planejada, percebe-se a importância das AV como elementos
de promoção da qualidade de vida e de qualidade ambiental.
Desenvolver índices que traduzam os benefícios das AV ao ambiente urbano tem
se configurado uma árdua tarefa a pesquisadores e estudiosos do tema AV. Essa
tarefa ganha peso diante da dificuldade de definição não só do que é AV, mas também
de como proceder metodologicamente para a criação dos IAV. Dentre as
metodologias, merece destaque o método adotado por Zanin (2007) em que
categorizando diferentes tipos de AV, torna mais evidentes os níveis diferenciados de
benefícios que podem ser alcançados com as diversas AV, uma vez que um parque e
um canteiro arborizados podem oferecer diferentes tipos e níveis de benefícios à
população e ao ambiente urbano.
A função, a qualidade, o estado de conservação e o acesso podem ser elementos
importantes quando se pretende analisar quais benefícios as AV podem trazer para a
qualidade ambiental de uma área urbana e para a qualidade de vida da população
residente nessa área. Diante disso, ganham destaque os métodos que não só
quantificam, mas também buscam qualificar as AV e estabelecer hierarquias ou níveis
de benefícios oferecidos por cada uma delas na composição dos indicadores.
O papel da percepção ambiental nesse tipo de estudo, como defende Oliveira
(1999), mostra-se como uma importante perspectiva a ser investigada, visto que já é
um desenho de estudo consagrado no campo do urbanismo e pode sim encontrar seu
papel na avaliação ambiental das AV a partir da contribuição dos usuários. Com isso,
seria um incremento de qualificação, também defendido por Rosset (2005), associado
à quantificação das áreas verdes urbanas, dando mais robustez de análise e
diagnóstico ao IAV. Analisar o quanto uma AV é acessível faz com que sua
quantificação se aproxime ainda mais da realidade de uso e dos benefícios para a
população a dessas áreas.
Percebe-se que mesmo com a diversidade de metodologias, e da falta de
consenso acerca obtenção do IAV, já há uma considerável investigação em algumas
cidades no Brasil para esse fim. Percebe-se ainda um aumento recente de
pesquisadores, visto que grande parte dos estudos se realizou nos últimos anos.
4 Conclusão
O objetivo desse trabalho foi verificar o estado da arte em que se encontram os
estudos acerca das metodologias desenvolvidas para obtenção do IAV para as áreas
urbanas. Para tal análise, partimos de uma revisão de literatura onde pode-se
constatar a diversidade de conceitos, nomenclaturas, e definições ainda incertas, tanto
do que vem a ser AV como a dificuldade de se chegar a um consenso acerca das
diversas metodologias para obtenção do Índice de Áreas Verdes. Tal inconsistência é
apontada por alguns autores e dificulta a comparação dos índices entre cidades e
áreas diferentes a partir de estudos distintos. O IAV poderia definir-se como
ferramenta não só de diagnóstico e levantamento das áreas existentes, mas poderia
se constituir em importante instrumento de simulações para o planejamento urbano de
novas áreas e gestão de áreas já existentes.
Agradecimentos
Agradecimentos às agências de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes).
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