Qualquer espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder se
caracteriza como território. Uma abordagem geopolítica, por exemplo, permite
afirmar que um consulado ou uma embaixada em diferentes países, seja considerado como parte de um território de outra nação.
O segundo pressu-posto é: a simples imagem do território equivale a
uma apropriação simbólica do espaço como forma primária do território.
O movimento okupa, quando toma terrenos desocupados e
habitações vazias para proteger seus membros ou fazer uma reunião com fins sociais, políticos e culturais, uti-liza-os com fins territoriais. Assim o movimento LGBT e as comemorações do Dia Internacional do Orgulho Gay através de paradas, protestos e manifestações de rua também constituem, como se vê em Solla (2003), terri-tórios com tempo de existência razoavelmente definido.
Territórios são construídos (e descontruídos) dentro de escalas temporais as mais
diferentes: séculos, décadas, anos, meses ou dias; territórios podem ter um caráter permanente, mas tam-bém podem ter uma existência periódica, cíclica (SOUZA, 2008, p. 81).
Então, para existir território, teríamos: espaço(s), ator(s) e poder(s).
Espaço do qual se originará uma for-ma específica de relação que o ator manterá com ele; o ator (individual, coletivo, social) que se relacionará com o espaço na forma de controle, domínio, apropriação, enfim, exercendo o poder.
“Não há nenhum grupo, mesmo no mais baixo degrau da escada
social, que não tenha e não reivindique avidamente o seu território” (idem, 1954 [1921], p. 71)
É um espaço onde se projetou um trabalho, seja energia e infor-mação, e que, por
consequência, revela relações marcadas pelo poder. O espaço é a ‘prisão original’, o território é a prisão que os homens constroem para si (RAFFESTIN, 1993, p. 144).