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195 ANOS DE FUNDAÇÃO DO

GRANDE ORIENTE DO BRASIL


– UMA SÍNTESE
por Grão-Mestre Adjunto|Publicado 16/03/2018

195 ANOS DE FUNDAÇÃO DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL – UMA


SÍNTESE

Primeiramente, precisamos ressaltar que a história da Maçonaria Brasileira é


indissociável da história do Brasil. Sendo que, os traços maçônicos em nossa
sociedade são encontrados, segundo Kurt Prober, desde o ano 1724, o que nos
permite deduzir que, a História da Maçonaria no Brasil tem cerca de 293 anos.

Embora a Maçonaria não fosse organizada ou sistematizada no início do seu


surgimento no Brasil, suas ideias e princípios se fizeram presentes e foram
difundidos por alguns maçons da época, através de praticamente todas as
organizações secretas que antecederam a criação de Lojas Maçônicas em nosso
País.

Dessa forma, reiteramos que, embora não tivéssemos ainda a organização de Loja
Maçônica, havia algumas organizações com finalidade políticas e ideais libertários
ou mesmo literárias, através das quais os princípios e espírito maçônicos já se
faziam presente, uma vez que, em todas essas sociedades, tínhamos a
participação de maçons.

Quando falamos em Maçonaria organizada faz-se necessário lembrar que, o


Templo Maçônico só foi introduzido, tal como hoje conhecemos, em 1776 pela
Grande Loja de Londres, leia-se Grande Loja Unida da Inglaterra, enquanto que no
Brasil, só há que falar em Templo Maçônico a partir do século XIX.

Assim, destacamos algumas dessas principais organizações:


1736: Academia dos Felizes – Rio de Janeiro;
1752: Academia dos Seletos – Rio de Janeiro;
1759: Academia Científica – Bahia;
1786: Sociedade Literária do Rio de Janeiro – RJ;
1786: Clube dos Inconfidentes – Ouro Preto/ MG;
1796: Areópago de Itambé – Pernambuco;
1797: “Loja” Cavaleiros da Luz – Bahia;
1800: Loja Maçônica União – Niterói/ RJ;
1801: Instalação da Loja Reunião, sucessora da Loja União;
Várias outras Lojas foram fundadas, mas sem as formalidades ou duração…antes
de 15/11/1815.

A Maçonaria possui quase três séculos de história no Brasil e, desse período, o


Grande Oriente do Brasil registra quase dois séculos, uma vez que completou em
17 de Junho de 2017, 195 anos de fundação, dos quais permaneceu 156 no Rio
de Janeiro e, destes, 136 anos só no Palácio do Lavradio.
Cabe destacar que, a fundação do Grande Oriente do Brasil antecede a um dos
mais importantes acontecimentos da história do Brasil: a Independência, efetivada
a 07 de Setembro de 1822, por D. Pedro I, que veio a ser Grão-Mestre do Grande
Oriente do Brasil, em 04 de outubro do mesmo ano, substituindo José Bonifácio,
primeiro Grão-Mestre. Isso nos permite dizer que a história do GOB é marcada,
desde seu início, por grandes acontecimentos, os quais foram todos liderados por
maçons.

Ressaltamos ainda que, em 1822, quando a campanha pela Independência do


Brasil se tornava mais intensa, é que iria ser criada, com as formalidades de praxe,
a primeira Potência Maçônica do país, com propósitos nacionais. Assim, surgia o
Grande Oriente do Brasil, que inicialmente recebera o nome de Grande Oriente
Brasiliano ou Brasílico, segundo alguns autores.

Lembramos também que, no ano de 1813 fora fundado o Grande Oriente


Brasileiro, formado por quatro Lojas, sendo três da Bahia e uma do Rio de Janeiro,
sendo seu Grão-Mestre, o Irmão Antônio Carlos de Andrade e Silva.

O Grande Oriente do Brasil se tornou uma Obediência extremamente organizada,


com Jurisdição nacional e que teve, inicialmente, como uma de suas principais
incumbências, levar a cabo o processo de emancipação política brasileira.

Dessa forma, reiteramos que, a partir do desdobramento da Loja


Maçônica Commercio e Artes Nº 001, fundada em 15/11/1815, em mais duas
Lojas: União e Tranquilidade Nº 002; e Esperança de Nictheróy Nº 003, em 17 de
Junho de 1822, foi fundado o Grande Oriente do Brasil, que mais tarde se tornou a
maior Potência Maçônica regular e reconhecida da América Latina.

Os primeiros líderes da Maçonaria do Grande Oriente do Brasil foram José


Bonifácio de Andrada e Silva, ministro do Reino e de Estrangeiros e Joaquim
Gonçalves Ledo, Primeiro Vigilante. Ainda, como citamos anteriormente, após a
declaração de Independência do Brasil em 07/ 09/ 1822, o então príncipe regente
D. Pedro I, cujo nome maçônico era Guatimozim, sucedeu a José Bonifácio,
tornando-se o segundo Grão-Mestre do GOB, em 04 de Outubro de 1822, sendo
coroado logo em seguida, em 12 daquele mesmo mês.

Contudo, em 25 de outubro de 1822, os trabalhos do Grande Oriente do Brasil


foram suspensos por D. Pedro I, devido à instabilidade dos primeiros dias de
nação independente, bem como a rivalidade política entre os grupos de José
Bonifácio e de Gonçalves Ledo, que se destacavam ao lado de José Clemente
Pereira e do Cônego Januário da Cunha Barbosa, como os principais líderes dos
maçons. Há que ser registrado que, D. Pedro ficou apenas 21 dias como Grão-
Mestre.

Vale ressaltar que, José Bonifácio era monarquista e Gonçalves Ledo, republicano,
porém, ambos foram a favor da Independência do Brasil.

É importante destacar que, após suspensas todas as atividades maçônicas no


país, por ordem do imperador, somente em novembro de 1831, após a abdicação
de D. Pedro I, que ocorreu em 07 e abril daquele ano, ou seja, cerca de nove anos
depois, foi que os trabalhos maçônicos retornaram com força e vigor. Com isso,
realizou-se, inclusive, a reinstalação da Obediência, sob o título de Grande Oriente
do Brasil, que desde então, nunca mais suspendeu as suas atividades.

Instalado no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, de 1842 até 1978


(ou seja, cerca de 136 anos só no Lavradio) e com Lojas em praticamente todo o
país, o Grande Oriente do Brasil logo se tornou um participante ativo em todas as
grandes conquistas políticas e sociais do povo brasileiro. Toda essa expressiva
atuação do Grande Oriente do Brasil faz com que sua História se confunda com a
própria História do Brasil, principalmente com os principais acontecimentos
ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, pois, como dissemos anteriormente, dos
195 anos de sua fundação, o GOB permaneceu 156 no Rio de Janeiro e, destes,
136 anos só no Palácio do Lavradio.

Assim, através de homens de alto espírito público, colocados em patamares


importantes da atividade humana, principalmente em segmentos formadores de
opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas,
principalmente, o Exército, o GOB registrou seu nome na História do Brasil.
Ressaltamos que, o Grande Oriente do Brasil teve, a partir da metade do século
XIX, atuação marcante em diversas campanhas sociais e cívicas da nação. Nesse
sentido, além da atuação pela Independência, destacamos também, sua
importante ação na campanha abolicionista no país, através da qual conseguiu a
aprovação de leis que combateram, paulatinamente, o escravagismo, culminando
na Abolição da Escravatura, em 13 de maio de 1888.

Dessa forma, podemos destacar que o Grande Oriente do Brasil teve contribuição
direta na promulgação de leis que auxiliaram o processo de consolidação da
abolição da escravatura no país, sendo elas: a Lei de Proibição do Tráfico de
Escravos; Lei do Ventre Livre; Lei do Sexagenário; e a própria Lei Áurea.

Salientamos ainda a importante atuação de José Clemente Pereira, um dos


grandes maçons do GOB, junto ao processo de Abolição da Escravatura, uma vez
que, é de sua autoria o primeiro projeto de abolição, apresentado em 1826.

Vale lembrar ainda que, a Campanha Republicana, que pretendia evitar um


terceiro reinado no Brasil e o colocar na mesma situação das demais nações
centro e sul americanas, também contou com intenso trabalho maçônico de
divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes Republicanos,
espalhados por todo o país.

Desse período, destacamos, tanto na história do Brasil quanto na do próprio GOB,


a importante atuação do maçom Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro
presidente da República, que também viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente
do Brasil; sendo que, durante o primeiro, o gabinete da presidência era composto
apenas por maçons.

No início do Brasil República, foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil


na evolução da política nacional, por exemplo, através de vários presidentes
maçons: além de Deodoro, tivemos Marechal Floriano Peixoto, Prudente de
Morais, Campos Sales, Rodriguez Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca,
Wenceslau Braz Pereira Gomes, Washington Luiz, João Café Filho, Jânio da Silva
Quadros e Michel Temer.
Destacamos também, a atuação do Grande Oriente do Brasil durante a 1ª Grande
Guerra Mundial (1914 – 1918), que apoiava a entrada do Brasil no conflito, ao lado
das nações amigas; e que, mesmo antes dessa entrada, já enviava contribuições
financeiras à Maçonaria Francesa, destinadas ao socorro das vítimas da guerra.

Ressaltamos ainda que, mesmo com uma cisão ocorrida em 1927, que originou as
Grandes Lojas Maçônicas Estaduais brasileiras, o Grande Oriente do Brasil
continuou como ponta-de-lança da Maçonaria em nosso país e com forte atuação
em diversas questões nacionais. Outra cisão ocorreu em 1973, a qual originou os
Grandes Orientes Independentes.

Lembramos que, com a transferência da Capital do país, do Rio de Janeiro para


Brasília, ocorrida no dia 21 de abril de 1960, a Constituição do Grande Oriente do
Brasil, de 1967, estabeleceu a mudança da sua Sede para o Distrito Federal, o que
só ocorre em 01/08/1978.

Assim, somente em 1º de agosto de 1978 é que ocorreu a Instalação do GOB em


Brasília. Portanto, o Rio de Janeiro foi sede do Grande Oriente do Brasil de 17 de
junho de 1822 a 1º de agosto de 1978, ou seja, o Rio de Janeiro sediou o GOB por
cerca de 156 anos e, como enfatizamos anteriormente, destes, 136 foram só no
Palácio do Lavradio.

Observamos também que, em 1983, o Grande Oriente do Brasil investia na


juventude, ao criar, através da Lei Nº 002, de 15 de abril de 1983, sua grande obra
social recente: a Ação Paramaçônica Juvenil (APJ), de âmbito nacional, destinada
ao aperfeiçoamento físico, moral e intelectual dos jovens de ambos os sexos, filhos
ou não filhos de maçons.

Nesse sentido, destacamos que, a admissibilidade ocorre desde os primeiros


tempos, com idade de 07 a 12 anos e de 13 a 21 anos, podendo ser participantes
filhas e filhos de maçons e outros jovens de bons costumes, sendo que, todo e
qualquer postulante para nela ingressar será submetido a uma entrevista.

Além das ações maçônicas e paramaçônicas, o Grande Oriente do Brasil tem


investido também em sua infraestrutura, objetivando o melhor atendimento a todos
os Irmãos e Lojas da Federação. Hoje, o GOB possui patrimônio material e
imaterial consideráveis em diversos Estados, como no Rio de Janeiro e,
principalmente, na Capital Federal, onde sua atual Sede ocupa um grande e
excelente complexo arquitetônico, motivo de muito orgulho para todos nós maçons
gobianos.

Com quase 3.000 Lojas Maçônicas em atividade e, aproximadamente, 95.000


obreiros ativos, sendo reconhecido por mais de uma centena de Obediências
legais e regulares no mundo, o Grande Oriente do Brasil é hoje a maior Potência
Maçônica do mundo latino, reconhecida como regular e legítima pela Grande Loja
Unida da Inglaterra, a qual completou 300 anos em 24 de Junho de 2017, uma vez
que é a sucessora da Grande Loja de Londres.

Cabe destacar também, as atividades mais recentes do Grande Oriente do Brasil


junto ao cenário político atual do país. Dessa forma, citamos, a exemplo dessa
atuação política, o projeto “ficha-limpa” idealizado pelo Irmão Marlon Reis,
encampado pelo GOB, que resultou na Lei Complementar Nº 135/2010, bem como
no Manifesto do Grande Oriente do Brasil pela Moralidade da Gestão Pública, de
26 de Março de 2016, através do qual se dispôs a “apoiar incondicionalmente a
‘Operação Lava Jato’.”

Ainda nesse contexto, vale destacar também as palavras do nosso Sapientíssimo


Irmão Eurípedes Barbosa Nunes, Grão-Mestre Geral Adjunto do GOB, em seu
Artigo nº 269, publicado no Jornal Diário da Manhã, de Goiânia, de 09/04/2016,
intitulado “Ser Honesto na Administração Pública não é uma Virtude, é Antes de
Tudo um Dever”. Através desse artigo, podemos salientar a participação ativa do
Grande Oriente do Brasil nas questões políticas e sociais de nosso país.

Essas ações do Grande Oriente do Brasil são apenas alguns dos compromissos
assumidos pelo Soberano Irmão Marcos José da Silva, Grão-Mestre Geral,
juntamente com os Eminentes Grão-Mestres Estaduais durante a Suprema
Congregação de 2015, firmados através da assinatura da CARTA DE BRASÍLIA.

Assim como na Prancha Circular Nº 008/16, do Grande Oriente do Brasil no Rio de


Janeiro, de 04/04/2016, encaminhando a todas as Lojas da Jurisdição, o Manifesto
do GOB, no qual ressaltamos, uma vez mais, que a “Administração Pública direta
ou indireta, em todos os seus níveis, deverá obedecer aos princípios da
LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e
EFICIÊNCIA”, o que se aplica às Loja Maçônicas e nos permite dizer que também
é válido para a Maçonaria de um modo geral.

Segundo Cícero, “a História é a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida


da memória, a mestra da vida e a mensageira da antiguidade”. Assim, podemos
até afirmar que, a História do Brasil jamais poderá ser contada sem que seja
mencionada, e com destaque, a própria história da Maçonaria Gobiana.

Concluindo, uma vez mais ressaltamos que, a História do Grande Oriente do


Brasil, que se confunde com a própria História da Maçonaria Brasileira e que se
confunde com a História do Brasil, não pode ser esquecida pelo povo brasileiro,
muito menos por nós Maçons. Por essa razão, mais uma vez publicamos um texto
sobre a História da Maçonaria no Brasil, especialmente a Gobiana, com o
propósito de rememorarmos os 195 anos de fundação do Grande Oriente do
Brasil, destacando sucintamente alguns dos feitos de nossa Instituição, mas,
principalmente, para que esses fatos possam perpetuar em nossos corações, nos
servir sempre de inspiração e orgulho por pertencermos a uma Instituição prestes
a completar dois séculos de existência e possuidora de uma história fantástica.

Nós somos os herdeiros legítimos dessa bela história, sua preservação e


disseminação dependem dos maçons gobianos.

Assim, convidamos a todos os Irmãos de nossa jurisdição a fazermos nossa parte


hoje, para que amanhã sejamos lembrados e, talvez, reconhecidos como
verdadeiro maçom proativo e virtuoso.

AILDO CAROLINO
GRÃO-MESTRE ADJUNTO
Presidente do CEO

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