Ajustes na indústria brasileira frente aos “dilemas” do crescimento
econômico nos anos 2000
Cicera Samara Rodrigues¹; Christiane Luci Bezerra Alves²; ¹Autor Principal e
²Orientadora; Departamento de Ciências Econômicas/ URCA, cicerasamararodrigues@hotmail.com; chrisluci@hotmail.com
O esgotamento do processo de substituição de importações, desde o final dos anos
1970, expõe as fragilidades de uma economia brasileira com características fortemente protecionistas: escalas produtivas ineficientes, custos e preços elevados, produtos tecnologicamente defasados, contrastando com margens de lucro bastante elásticas. Com a profunda reforma da política comercial em março de 1990, a indústria brasileira iniciou um processo de transformação estrutural para se integrar ao mercado mundial. A partir de 1990, passou-se à adoção de políticas liberais de comércio, com o fim das barreiras não-tarifárias e a diminuição das tarifas. A abertura da economia, no 1º governo FHC, acabou por ocasionar déficits vultosos na balança comercial e no saldo de transações correntes e a manutenção da taxa de juros em patamares elevados, visando atração de capitais estrangeiros, aumenta significativamente a dívida pública brasileira, fragilizando e comprometendo o setor público, refletindo-se, também, em restrição no nível de atividade econômica. Na segunda metade dos anos 1990, o controle da inflação, ancorado na sobrevalorização do câmbio teria contribuído, para muitos autores, para um processo de “desindustrialização” da economia brasileira. O setor produtivo local teve de engendrar uma reação defensiva para se adaptar e sobreviver em um ambiente de bruscas mudanças e acirrada competição. O baixo dinamismo da economia brasileira persiste nos anos 2000, refletido em baixas taxas de crescimento do PIB, o que também se manifesta na restrição do crescimento da indústria de transformação. Esse cenário de restrições ocorre a despeito do contexto internacional favorável no mercado de bens, que manteve a expansão do comércio mundial, valorização do preço internacional das commodities e momentos de expansão da liquidez. Nesse contexto, dada a manutenção de uma política econômica no Governo Lula que mantém câmbio apreciado e elevadas taxas de juros, comprometendo os níveis de investimento privado e gastos públicos no Brasil, este trabalho pretende identificar o padrão de comportamento da indústria brasileira frente aos “dilemas” do crescimento econômico nos anos 2000.
Indústria brasileira; Governo Lula; Restrições ao Crescimento
1- Aluna de Graduação da URCA/bolsista CNPQ; 2 – Professora Mestre do Departamento de