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Edital Organizado
Resolução CJF 67/09 – 407/16
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Edital Organizado
Resolução CJF 67/09 – 407/16
1.10.1. Educação
1.10.2. Dos Índios e Quilombolas
2. DIREITO PREVIDENCIÁRIO
2.1. SEGURIDADE SOCIAL. SAÚDE, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA. DISTINÇÕES.
2.2. CUSTEIO – VALOR DE BENEFÍCIO – TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
2.3. RGPS – SEGURADOS E DEPENDENTES
2.3.1. Segurados e dependentes
2.4. BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
2.4.1. Aposentadoria por idade
2.4.1.1. Aposentadoria devida ao portador de deficiência (idade e tempo)
2.4.2. Aposentadoria por tempo de contribuição
2.4.3. Pensão por morte
2.4.4. Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
2.4.5. Auxílio-acidente
2.4.6. Aposentadoria especial
2.4.7. Professores e aposentadoria
2.4.8. Auxílio-reclusão
2.4.9. Salário-maternidade
2.4.10. Salário-família
2.5. APOSENTADORIA RURAL – SEGURADO ESPECIAL
2.6. ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS
2.6.1. Seguro-defeso
2.7. REGIME PRÓPRIO
2 2.8.
2.9.
PREVIDÊNCIA PRIVADA E COMPLEMENTAR
PROCESSO ADMINISTRATIVO PREVIDENCIÁRIO
2.10. AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DEMAIS QUESTÕES DA LEI 8.213
3. DIREITO PENAL – PARTE GERAL
3.1. INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL
3.1.1. Princípio da insignificância
3.2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
3.3. TEORIA DO CRIME: FATO TÍPICO – ILÍCITO/ANTIJURÍDICO - ERROS
3.3.1. Dolo e culpa
3.3.2. Crime impossível
3.3.3. Cosunção, absorção, subsidiariedade e especialidade
3.3.4. Desistência voluntária, arrependimento eficaz e posterior
3.3.5. Teoria dos erros
3.3.6. Teoria da ilicitude – antijurídico - excludentes
3.4. TEORIA DO CRIME: CULPABILIDADE
3.5. TEORIA DA PENA – EFEITOS DA CONDENAÇÃO – CONCURSO DE CRIMES
3.5.1. Dosimetria: aplicação de qualificadoras, agravantes, atenuantes
3.5.2. Das Penas: regime
3.5.3. Pena de multa
3.5.4. Efeitos da condenação
3.5.5. Concurso de agentes
3.5.6. Concurso de crimes e crime continuado
3.6. MEDIDA DE SEGURANÇA
3.7. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – REABILITAÇÃO E PERDÃO JUDICIAL
3.7.1. Prescrição
3.7.2. Perdão judicial
3.7.3. Livramento condicional
4. DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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9.1.1. LINDB
9.1.2. Pessoa – capacidade – personalidade
9.2. PESSOAS JURÍDICAS – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
9.2.1. Desconsideração da personalidade jurídica
9.3. BENS
9.4. FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS; DAS PROVAS
9.4.1. Fato e Negócio jurídico
9.4.2. Prescrição e Decadência
9.4.3. Ato ilícito e boa-fé
9.4.4. Fraude contra credores X Fraude à execução
9.4.5. Das provas
9.5. OBRIGAÇÕES
9.5.1. Juros
9.5.2. Arras e cláusulas penais
9.6. CONTRATOS
9.6.1. Seguro
9.6.2. Locação
9.6.3. Fiança
9.6.4. Mútuo
9.6.5. Alienação fiduciária
9.6.6. Extinção contratual
9.7. RESPONSABILIDADE CIVIL – ATOS UNILATERAIS
9.8. DIREITOS REAIS
9.8.1. Sistema financeiro de Habitação
5 9.8.2.
9.9.
Estatuto da cidade
DIREITO AGRÁRIO
9.10. ESTATUTO DA CRIANÇA/ADOLESCENTE. ESTATUTO DA JUVENTUDE. ESTATUTO DO IDOSO.
9.11. DIREITO DE FAMÍLIA
10. DIREITO PROCESSUAL CIVIL
10.1. TEORIA GERAL DO PROCESSO: NORMAS, JURISDIÇÃO, AÇÃO, EQUIVALENTES JURISDICIONAIS
10.1.1. Direito Intertemporal no CPC
10.1.2. Arbitragem
10.2. COMPETÊNCIA
10.2.1. Justiça Federal
10.3. SUJEITOS DO PROCESSO
10.3.1. Gratuidade da justiça
10.4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: LITISCONSÓRCIO, ASSISTÊNCIA, DENUNCIAÇÃO A LIDE, DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA, CHAMAMENTO AO PROCESSO E AMICUS CURIAE
10.4.1. Litisconsórcio
10.4.2. Assistência
10.4.3. Denunciação da lide
10.4.4. Chamamento ao processo
10.4.5. Desconsideração da personalidade jurídica
10.4.6. Amicus curiae
10.5. DOS ATOS PROCESSUAIS
10.5.1. Das nulidades
10.6. TUTELAS PROVISÓRIAS
10.7. PROCEDIMENTO: FORMAÇÃO, EXTINÇÃO, PROCEDIMENTOS.
10.8. TEORIA GERAL DAS PROVAS
10.9. DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA.
10.9.1. Coisa julgada
10.9.2. Remessa necessária
10.10. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
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1. DIREITO CONSTITUCIONAL
1.1. Teoria Geral do Direito Constitucional
Constituição. Conceito. Classificação. Elementos. Poder constituinte: originário e derivado.
Hermenêutica constitucional. O constitucionalismo brasileiro. A ordem constitucional
vigente. Emendas à Constituição. Disposições gerais e transitórias. República e federação no
direito Constitucional em geral. Sistema brasileiro.
1.1.1. Neoconstitucionalismo e constitucionalismo
● Neoconstitucionalismo: resposta aos horrores ocorridos na 2ª Guerra, se consagrando a partir
das novas constituições europeias, principalmente a Lei Fundamental de Bonn (Constituição
Alemã de 1949).
o Conceito: concepção teórica que busca superar concepções positivistas, valorizando a
10 razão prática no âmbito jurídico e buscando soluções não meramente legais/subsuntivas
para os denominados hard cases. Parte de uma nova concepção dogmática,
principiológica e de caráter eminentemente axiológico.
o Brasil:
▪ Seu 1 º marco ocorre com a publicação da CF de 1988.
▪ 2º marco: pilares principais:
● Reconhece a força normativa da Constituição: deixa de considerar a
Constituição como documento político e de caráter programático. A força
normativa irradia perante todo o ordenamento, devendo ser, além de
moldura, a razão, através de seus princípios e dogmas.
● Expansão da jurisdição Constitucional: centraliza os direitos fundamentais
na discussão jurídica, de modo que o judiciário passa a ser visto como
protetor dos direitos, havendo a criação de mecanismos para a sua tutela,
como as ações de controle de constitucionalidade e demais ações
constitucionais. Tema relevante para Jurisdição Constitucional.
● Desenvolvimento de nova dogmática de interpretação constitucional:
novas leituras das cláusulas gerais (sem previsão de resultado no texto
legal) e conceitos indeterminados (há opção para o juiz no texto legal);
distinção qualitativa entre princípios e regras de criação de postulados para
resolver a colisão de normas constitucionais, com a aplicação, dentre
outros, da técnica da ponderação.
▪ Marco filosófico: pós-positivista (jusnaturalismo + positivismo) defesa
de valores caros para a sociedade atual, particularmente a defesa da
dignidade humana, de influência kantiana. Propõe reconstruir o
significado da ordem jurídica, não se podendo considerar como mero
sinônimo de neoconstitucionalismo e sim seu fundo filosófico.
Influencia tanto a dogmática quanto a própria doutrina constitucional.
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● Poder Constituinte Supranacional: “virada kantiana” – o estado tem que defender o indivíduo.
o -1945: fim da 2ª Guerra Mundial. Antes, o indivíduo era considerado sujeito
apenas no plano nacional. A soberania estatal era considerada absoluta, não
havendo proteção do indivíduo em relação ao poder do estado.
o -Após, o sujeito passa a ser visto no plano internacional e a soberania estatal
deixar de ser absoluta para ser relativa. Foi guiada pelo princípio da dignidade
da pessoa humana. Foi criada a ONU, com sistema normativo internacional.
Assim, nasce a visão do Poder Supranacional.
● Os estados estão condicionados a POVO, TERRITÓRIO e GOVERNO SOBERANO, e não a uma
Constituição. Logo, nem todo Estado possui uma Constituição.
● Ferdinand Lassale: Sentido sociológico. Para ele existe duas constituições que convivem
paralelamente. A constituição real e efetiva seria resultado da soma dos fatores reais de
poder.
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o Real: real e efetiva, que corresponde à soma dos fatores reais de poder e que regem
esse país. Em caso de conflito com a constituição escrita, a constituição real prevalece.
▪ Fatores reais de poder: Forças reais que mandam no país. Lassale diz que está
ligado aos anseios dos detentores de poder na realidade dos fatos do que com a
forma que o poder emana do povo. São as forças que atuam na política, e
legitimamente, como monarquia, banqueiros, grande burguesia.
o Escrita: folha de papel, que só teria validade se correspondesse a constituição
real, ou seja, se tivesse suas raízes nos fatores reais de poder.
● Carl Schmitt: documento que determina as normas fundamentais e estruturais (ele faz
a divisão entre leis constitucionais, normas materialmente constitucionais). Decisão
política fundamental. Normas Constitucionais e Leis constitucionais.
o A constituição não se apoia em suas normas, mas na decisão política que lhe
dá existência.
● Hans Kelsen: dever ser, fruto da vontade racional do homem, sistema normativo
piramidal. Há dois sentidos que fundamentam uma Constituição para ele:
o Lógico Jurídico: se fundamenta em uma norma hipotética fundamental.
o Jurídico-positivo: é a norma que o ordenamento fundamenta sua validade.
● Poder Constituinte Difuso é o fundamento da aplicação mutação constitucional, ou
seja, alteração no significado e sentido interpretativo do texto constitucional em
virtude de mudança na percepção política, social e econômica.
● Não se admite um poder constituinte derivado de terceiro grau. Só os Estados (poder
13 de 2º grau) possuem poder constituinte derivado. Assim, o município, ao editar sua lei
orgânica, não o faz sob fundamento de poder constituinte e nem mesmo sua lei é
paradigma para algum controle de constitucionalidade. ATENÇÃO: não tem poder
constituinte derivado decorrente em municípios. Ele não possui Constituição, mas LEI
ORGÂNICA. Não há Poder Constituinte Derivado Decorrente de 3º grau.
o Isso deve ser lembrado em caso de CPI municipal, que não possui poderes
próprios de autoridade judicial, como as CPIs Federais e Estaduais.
● A constituição nova não torna inconstitucional a legislação anterior quando da edição da lei,
mas tão somente as revoga/não recepciona. Não existe inconstitucionalidade superveniente.
o ATENÇÃO: a teoria moderna aceita a inconstitucionalidade superveniente,
conceituando esta como lei que sofreu um processo de inconstitucionalização,
considerando o tempo e as mudanças verificadas no cenário jurídico, político,
econômico e social do país. Não há uma sucessão de Constituições, mas uma
desarmonia com a CF e com o tempo, tornando-se incompatível com o texto
constitucional. Essa inconstitucionalidade se dá com relação à constituição
vigente, e não uma Constituição antiga.
● Em relação ao Poder Constituinte Originário, o Brasil adotou a teoria POSITIVISTA, para a qual
o poder constituinte originário é ilimitado e pré-jurídico (político).
● As normas que no advento da Constituição anterior eram de competência da União e, com a
constituição nova, passam a ser do Estado ou Município, são recepcionadas, permanecendo
válidas até que o ente disponha de modo diverso.
● Teorias que fundamentam o Poder Constituinte Originário:
o Positivistas (constituinte): Como para Kelsen todo o poder estatal é um poder
positivado, se o poder constituinte é pré-estatal, então ele é um poder de fato,
e não jurídico, pois o direito só surge quando já há um Estado. Não aceita o
direito natural. Não há como uma Constituição surgir sem um fundamento de
validade. Logo, é um Poder de Fato.
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● Justeza e conformidade funcional: não se pode chegar a uma interpretação que subverta,
altere ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte
originário.
● Método Normativo-Estruturante: trabalha com a concepção de que a norma jurídica não se
identifica com seu texto – expresso -, pois ela é o resultado de um processo de concretização;
texto da norma, então, não tem normatividade, mas apenas validade. A normatividade não é
produzida pelo texto (que é apenas a forma da lei atuando como diretriz e limite a uma
determinada concretização), mas resulta da implementação de uma decisão (governamental)
que concretize a norma.
● A Constituição dirigente busca por programa a serem realizados, possuindo inspiração
ideológica socialista. Foge-se, portanto, da visão tradicional de constituição que concebe como
lei processual ou instrumento de governo, definidora de competências e reguladora de
processos. Assim, não implica a adoção de uma concepção procedimentalista, mas sim
buscando programas econômicos e sociais a serem realizados.d
● A derrotabilidade da norma jurídica significa a possibilidade, no caso concreto, de uma norma
ser afastada ou ter sua aplicação negada, sempre que uma exceção relevante se apresente,
ainda que a norma tenha preenchido seus requisitos necessários e suficientes para que seja
válida e aplicável.
o Por força da doutrina da derrotabilidade das regras (defeasibility), uma norma
pode alojar infinitas exceções implícitas e imprevisíveis que, em um dado caso
concreto, justificam seja episodicamente afastada, a pretexto de se fazer
Justiça ou de assegurar os seus fins, permanecendo íntegro o texto que
17 alberga o seu comando. Na feliz síntese de Carsten Bäcker, “derrotabilidade
deve ser entendida como a capacidade de acomodar exceções”
o Derrota-se a norma, jamais o texto que a abrigou. Declara-se a “norma”
inconstitucional, no sentido de que naquela ocasião, ela é inconstitucional.
Trata-se de uma declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto.
o Hart percebeu que em razão da impossibilidade de as normas preverem as
diversas situações fáticas, ainda que presentes seus requisitos, elas contém, de
forma implícita, uma cláusula de exceção (tipo: a menos que), de modo a
ensejar, diante do caso concreto, a derrota/superação da norma
o A não ser por meio de dons premonitórios, é impossível ao legislador
antever todas as hipóteses reais que justificariam fosse excepcionada a regra
que pretende elaborar.
o A derrotabilidade (ou superabilidade) de uma regra implica a não incidência
de uma norma existente, válida e eficaz, ou seja, embora tenha percorrido
todos os degraus da escada ponteana, não se sagra vitoriosa no caso que
normatizou.
o Nisso se distingue do controle de constitucionalidade, afinal, enquanto a
sindicância de constitucionalidade aquilata a validade das normas, a
derrotabilidade trabalha com uma norma válida, mas episodicamente afastada
em nome do que é (ou parece ser) justo.
● A constituição como processo público é aquela da sociedade aberta dos intérpretes, de Peter
Häberle, onde pode ser interpretada em qualquer espaço, e não apenas por juristas no bojo
dos processos.
●
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1.1.4. Classificação
● Quanto ao papel, as Constituições podem ser classificadas em Constituição-lei, Constituição-
fundamento e Constituição-moldura.
● Quanto à finalidade, em garantia, balanço e dirigentes
● Quanto ao MODO de ELABORAÇÃO:
o Históricas: juridicamente flexíveis, pois pode ser modificada pelo legislador
ordinário, mas, normalmente, são política e socialmente rígidas, sendo
raramente modificadas.
o Dogmáticas:
● Quanto à origem:
o Promulgada
o Outorgada
o Cesarista
● Quanto ao CONTEÚDO: formal ou material.
● Quanto à extensão: sintética ou analítica.
● A CF é DIRIGENTE OU PROGRAMÁTICA, pois abundam normas programáticas.
● Em constituição flexível, a lei ordinária altera a Constituição caso esta seja contrária à nova lei,
pois não há hierarquia.
● Constituição negativa ou garantia é típica do Estado Liberal, pois visa coibir os ataques do
Estado através do estabelecimento de garantias aos indivíduos. Já a Constituição dirigente,
possui normas programáticas em seu bojo, dando atenção especial à implementação de
18 programas pelo Estado.
● Constituição Balanço: explicita as características atuais da sociedade, trazendo parâmetros que
devem ser observados à luz da realidade econômica, política e social existente.
● Constituição simbólica: A preocupação com a implementação de dispositivos constitucionais
e, em particular, de suas promessas sociais, não é central. As controvérsias constitucionais são
decididas com base nos códigos da política e conforme conflitos de interesse. Nessa luta,
acabam preponderando os interesses dos grupos mais poderosos, dos denominados
“sobrecidadãos”, que conseguem utilizar a Constituição e o Estado em geral como instrumento
para satisfazer seus interesses. A juridicidade da Constituição fica comprometida pela
corrupção da normatividade jurídica igualitária e impessoal, conforme o binômio legal-ilegal.
As controvérsias constitucionais são decididas com base no código do poder.
1.1.5. Normas Constitucionais e histórico
● As normas internas que forem contrárias ao tratado internacional de direito humanos, seja ele
equivalente à emenda constitucional ou supralegal, têm sua eficácia normativa suspensa.
● Reserva legal: submissão à lei.
o Simples: a CF autoriza que a lei restrinja algo, sem definir o que deverá constar
na lei.
o Qualificada: a CF, além de autorizar a restrição, estabelece os fins
necessariamente a serem perseguidos ou os meios a serem adotados pelo
legislador.
● Necessário se faz compreender a distinção entre eficácia meio e eficácia fim.
o A primeira, presente em todas as normas, traz consigo um efeito negativo
(negação às normas inferiores que lhe são contrárias), um efeito interpretativo
(vetor de interpretação para as demais normas, ainda que pendente a sua
regulamentação), e um efeito de vedação do retrocesso (o conteúdo da norma
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● Cabe ação rescisória para readquirir direitos políticos perdidos por cancelamento de
naturalização em virtude de ação transitada em julgado.
● A perda de mandato legislativo independe de votação pela casa do parlamentar quando esta
se der em virtude de condenação por improbidade administrativa, uma vez que esta
suspende os direitos políticos.
● Partido político não se equipara às entidades paraestatais.
● Partido político não é entidade paraestatal, pois não realiza atividade de interesse público. Há
previsão expressa nesse sentido.
● É possível que haja relação com entidades não nacionais e o partido político com fins de
estudo, pesquisa e doutrinação política.
● Os filiados dos partidos possuem iguais obrigações e deveres.
● A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação judicial
eleitoral, transitada em julgado, “ex vi” do artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar 64/90,
em sua redação primitiva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do artigo 1º, inciso I,
alínea "d", na redação dada pela Lei Complementar 135/2010, aplicando-se a todos os
processos de registros de candidatura em trâmite.
o Inelegibilidade não é sanção. Ostenta natureza jurídica de “requisito negativo
de adequação do indivíduo ao regime jurídico do processo eleitoral.”
o Retroatividade mínima: a nova lei altera as consequências jurídicas de fatos
ocorridos antes da sua edição.
o Retrospectividade: a nova lei atribui novos efeitos jurídicos, a partir de sua
29 edição, a fatos ocorridos anteriormente.
o STF: É válida a aplicação do prazo de oito anos de inelegibilidade àqueles que
foram condenados pela Justiça Eleitoral, por abuso do Poder Econômico ou
político anteriormente à edição da Lei Complementar 135/2010.
● As decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do pleito eleitoral (ou logo
após o seu encerramento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma
repercutam sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso
concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior. STF
– repercussão geral
● ADPF 45: Controle de Políticas públicas. Saúde. Mínimo existencial VS. Reserva do possível. Se
não implementado o mínimo existencial, não há como se alegar a reserva do possível. Deve-se
demonstrar objetivamente a incapacidade financeira de realizar os preceitos mínimos da
Constituição.
● ADPF 347: Estado de coisas inconstitucionais. O STF deferiu a medida liminar para deferir os
pedidos de audiência de custódia e liberação de verbas do FUNPEN.
1.3. Repartição de competências – Organização dos Entes
Repartição de competências. União: bens e competência. Competência exclusiva,
competência de normas gerais, competência comum e competência concorrente. Os Estados-
membros na Constituição. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional
do Estado-membro. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, no
Distrito Federal e nos Territórios. Os Municípios na Constituição. Competência municipal,
organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios.
1.3.1. Organização dos entes
● A lei de incorporação, divisão e desmembramento de estados é LEI COMPLEMENTAR.
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● Lei estadual que dispõe sobre instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídio é
INCONSTITUCIONAL, uma vez que se trata de competência da UNIÃO legislar sobre
comunicação.
● Inconstitucional Constituição Estadual conceder meia passagem aos estudantes usuários de
transportes coletivos MUNICIPAIS.
● O Município tem competência para legislar sobre a atividade de mídia exterior (propaganda
comercial) utilizada nos espaços urbanos. Não se confunde com a competência da União em
legislar sobre propaganda.
● É constitucional lei estadual que faculta a matrícula escolar antecipada de crianças que
venham a completar seis anos de idade até o final do ano letivo de matrícula, quando lei
federal impunha indigitada idade mínima como requisito para cursar o ano letivo.
● Lembrar que, em regra, não há iniciativa privada para matéria tributária, SALVO quando for
para matéria tributária dos Territórios, pois é iniciativa privativa do Presidente da República:
organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e
pessoa da administração dos Territórios
● É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de mercadorias realizada na saída de
estabelecimentos comerciais localizados na cidade. A Lei prevê que, após o cliente efetuar o
pagamento nas caixas registradoras da empresa instaladas, não é possível nova conferência na
saída. Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local (art.
30, I, da CF/88), ainda que, de modo reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor.
STF. 2ª Turma. RE 1052719 AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/9/2018
(Info 917).
32 ● Viola a Constituição lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados ou
não, transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana do município. Cuida-
se de competência da União estabelecer diretrizes para a política agropecuária, o que inclui o
transporte de animais vivos e sua fiscalização. Há desproporcionalidade quando se verifica que
a legislação federal já prevê uma série de instrumentos para garantir a qualidade dos produtos
destinados ao consumo pela população e a existência digna e a ausência de sofrimento dos
animais.
● Inconstitucional leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de serviços de
acondicionamento ou embalagem das compras, por violação à livre iniciativa.
● Norma da Constituição Estadual que obrigue o Estado e o município a reservar vaga à
deficientes não é inconstitucional, pois repete norma da CF.
● Segundo o STF, a lei estadual que atribui competência ao Governador de Estado de nomear
ocupantes de cargos administrativos na estrutura de Defensoria Pública Estadual viola a
autonomia administrativa da Defensoria Púbica Estadual, bem como as normas gerais
estabelecidas pela União na Lei Complementar nº 80/1994 pelo exercício de competência
legislativa concorrente.
● É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de
veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique inabilitado por
mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização do
serviço, durante o período de garantia contratual.
o A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados. Isso significa que os Estados-membros
podem complementar a legislação federal editada pela União. Obviamente, as
normas estaduais não podem contrariar as normas gerais elaboradas pela
União. O Ministro Relator entendeu que, neste caso, o Estado de Pernambuco
extrapolou a competência concorrente e não apenas complementou a
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34 ●
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plenamente possível que juiz de primeiro grau determine afastamento do vereador de seu
cargo, não havendo que se falar em autorização da Câmara para isso.
● Crimes cometidos ANTES da diplomação:
o Não precisa dar ciência à Casa do recebimento a denúncia,
o Nem de licença da Casa.
● Crimes cometidos APÓS a diplomação:
o O STF recebe a denúncia independentemente de licença da CASA e os
comunica, que poderão sustar a ação.
● A licença para exercer cargo de Ministro de Estado suspende a imunidade parlamentar,
entretanto, não faz com que o mandato seja perdido. (art. 56)
● Membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de
Ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao parlamento. Apesar de
perder sua imunidade em relação às palavras proferidas, não perde a prerrogativa de foro em
matéria penal, competindo ao STF julgar os Ministros de Estado em crimes comuns e crimes de
responsabilidade, salvo se, neste último, os crimes dos Ministros forem conexos com o do
Presidente, ocasião em que será competente o Senado.
● Não é possível renunciar às imunidades parlamentares. As imunidades são do cargo, e não da
pessoa.
● As imunidades não abrangem aos suplentes.
● A imunidade dos parlamentares abrange a prisão civil por alimentos, uma vez que o texto
constitucional não faz qualquer distinção.
●
35 O STF entende que o Poder Judiciário dispõe de competência para impor, por autoridade
própria, as medidas cautelares a que se refere o artigo 319 do CPP. Entretanto, sendo a
finalidade da imunidade formal proteger o livre exercício do mandato parlamentar contra
interferências externas, a razão da norma constitucional não pode ser contornada pela via de
medidas cautelares diversas da prisão. Assim, o ato emanado do Poder Judiciário que houver
aplicado medida cautelar que impossibilite direta ou indiretamente o exercício regular do
mandato legislativo, deve ser submetido ao controle político da Casa Legislativa respectiva,
nos termos do art. 53, §2º da CF.
● “Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação definitiva.
Ademais, o § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar do parlamentar, não
proibindo, portanto a prisão decorrente da sentença transitada em julgado.” (STF. AP 396
QO/RO )
● Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda
automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação (decisão) da Câmara ou
do Senado, respectivamente? A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si
só, para acarretar a perda automática do mandato eletivo de Deputado Federal ou de
Senador? 1ª Turma do STF: DEPENDE. • Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de
120 dias em regime fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação.
Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem
poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88. • Se o Deputado
ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação
criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá
deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, da CF/88, se o condenado deverá ou não perder o
mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).
STF. 1ª Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018 (Info 903). 2ª Turma do
STF: NÃO. A perda não é automática. A Casa é que irá deliberar. O STF apenas comunica, por
meio de ofício, à Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal informando sobre a
condenação do parlamentar. A Mesa da Câmara ou do Senado irá, então, deliberar (decidir)
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como entender de direito (como quiser) se o parlamentar irá perder ou não o mandato eletivo,
conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88. Assim, mesmo com a condenação criminal, quem
decide se haverá a perda do mandato é a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal. STF. 2ª
Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904) (obs: o Relator
Edson Fachin ficou vencido neste ponto)
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● Súmula vinculante 54: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias,
mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.
Atualmente (depois da EC 32/2001) Antes da EC 32/2001 (texto originário
da CF/88)
As MPs possuem prazo de eficácia de 60 dias. As MPs tinham prazo de eficácia de 30
dias.
A medida provisória será prorrogada uma única vez por igual
período se, mesmo tendo passado seu prazo de 60 dias, ela Não havia número máximo de
não tiver sido ainda votada nas duas Casas do Congresso reedições das medidas provisórias.
Nacional.
Enquanto não fossem votadas pelo
Dessa forma, o prazo máximo da MP é 120 dias (60 + 60). Congresso Nacional, elas podiam ficar
sendo reeditadas quantas vezes o
Se não for aprovada neste período, ela será considerada Presidente da República quisesse.
rejeitada por decurso do prazo, perdendo a sua eficácia desde
a sua edição. A MP 2.096, por exemplo, foi
reeditada mais de 80 vezes (durou
É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida mais de 6 anos até ser votada).
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua
eficácia por decurso de prazo (§ 10 do art. 62 da CF/88).
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição
37 cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995
até a promulgação desta emenda, inclusive.
A CF não abre qualquer exceção para MP legislar sobre matéria penal, processual penal ou
processual civil, não obstante o STF já tenha se manifestado no sentido de caber MP para
matéria penal benéfica.
O Quorum para derrubar VETO é MAIORIA ABSOLUTA.
Lei de conversão de MP não convalida os vícios formais porventura existentes em medida
provisória, podendo estes vícios formais ser objeto de análise do STF.
O trancamento de pauta das MP só obsta votar matérias passíveis de serem tratadas por MP.
Assim, é possível tratar sobre EC, LC, e outras matérias vedadas à MP.
Emenda parlamentar em MP só pode se tiver relação temática com a MP submetida à
apreciação. Se tiver objeto diverso ela deve ser considerada inconstitucional. “Contrabando
legislativo”
● ATENÇÃO: decretos legislativos e leis ordinárias possuem mesma força, mesmo nível
hierárquico, sendo utilizados em matérias diferentes. Ambos tiram seu fundamento de
validade diretamente da Constituição.
● Não há hierarquia entre LEI COMPLEMENTAR/ORDINÁRIA e DECRETO AUTÔNOMO. Ambos são
normas primárias, que podem inovar a ordem jurídica.
● A iniciativa popular de emenda à Constituição Estadual é compatível com a Constituição
Federal, encontrando fundamento no art. 1º, parágrafo único, no art. 14, II e III e no art. 49, VI,
da CF/88. Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para
emendas ao próprio texto, mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento
para que as Constituições Estaduais prevejam a possibilidade, ampliando a competência
constante da Carta Federal. STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 25/10/2018 (Info 921). #IMPORTANTE
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● Não é necessária prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba denúncia
e instaure ação penal contra Governador de Estado por crime comum.
● Súmula 637-STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que
defere pedido de intervenção estadual em Município.
o O recurso extraordinário destina-se a impugnar decisões judiciais (em sentido
estrito). Quando o Tribunal de Justiça decide um pedido de intervenção
estadual essa decisão, apesar de emanar de um órgão do Poder Judiciário,
reveste-se de caráter político-administrativo (e não jurisdicional). Logo, por se
tratar de uma decisão político-administrativa proferida pelo Poder Judiciário,
contra ela não cabe recurso extraordinário já que não existe uma “causa
judicial
● ATENÇÃO: em súmula vinculante, acrescenta-se os seguintes legitimados em relação à ADI:
o VI - o Defensor Público-Geral da União;
o XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e
Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
● Para que haja intervenção federal em estado membro que deixa de pagar precatório, deve
ficar demonstrado que esse inadimplemento se deu de forma voluntária e intencional.
Dificuldade financeira não justifica intervenção.
● Conflita com a Constituição Federal norma de Constituição Estadual que junge à aprovação da
Assembleia Legislativa a escolha de candidato à vaga do quinto em Tribunal. A CF não exige
aprovação do Legislativo.
42 ● Constituição Estadual não pode prever foro por prerrogativa de função para os Delegados de
Polícia considerando que não há previsão semelhante para os Delegados Federais na
Constituição Federal (STF ADI 2587)
1.6.3. Competências Judiciais
● Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição
cabe aos órgãos judiciários competentes de primeira instância.
● O artigo 109, §2º, da CRFB/88, não trata das autarquias federais. Entretanto, o STF entende
que se aplica às autarquias também. Então, fique ligado nas questões ok? A CF não fala nada,
mas o STF sim.
● O STF é competente para julgar ação que for de interesse de toda magistratura. Porém, se for
de interesse de mais algum servidor, ele não é competente. Assim, o STF entende que não é
competente para julgar originariamente ação intentada por juiz federal postulando a
percepção de licença-prêmio com fundamento na simetria existente entre a magistratura e o
Ministério Público. Isso se deve à interpretação restritiva que é dada às competências do STF.
Logo:
o A LOMAN não trata sobre licença prêmio aos magistrados.
o A LOMP versa sobre licença prêmio na lei do MP.
● Compete ao STF: Quando a causa interessar a totalidade dos juízes, ou ficar configurado após
o julgamento na primeira instância o impedimento de mais da metade dos desembargadores
para apreciar o recurso voluntário/remessa necessária → STF.
o Inclusive em sede de ACP/Ação Popular.
● Competência do STF para conflitos federativos:
o Diferença entre conflito entre entes federados e conflito federativo: no
primeiro, pelo prisma subjetivo, observa-se litigância judicial promovida pelos
membros da Federação, no segundo, além da litigância, a conflituosidade da
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1.6.4. CNJ
● Súmula 649 STF: são inconstitucionais os Conselhos Estaduais de Justiça, ainda que criados
pela Constituição Estadual e ainda que portadores de atuação estritamente administrativa. São
inconstitucionais, quer sejam internos, quer sejam externos. Somente a CF pode prever tal
espécie de órgão.
● O prazo de 1 ano para o CNJ rever¸ de ofício ou mediante provocação, os PAD de juízes e
membros de tribunais só se aplica para REVISÃO. Para PAD de competência
originária/autônoma NÃO!
● O CNJ é constitucional, desde que mantida sua natureza estritamente administrativa, que não
abrange, porém, ingerência sobre o STF, mantido este órgão como cúpula do Poder Judiciário.
o O fato de o CNJ ter como membros estruturais advogados e cidadãos não o
torna inconstitucional.
▪ Em relação a estes, há aplicabilidade direta dos impedimentos
impostos na Constituição Federal aos magistrados, entre os quais a
vedação à advocacia, à atividade política e à ocupação de cargo
público diverso do magistério. Ou seja, as vedações aplicam-se aos
agentes externos ainda que não expressamente a eles dirigidos.
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● Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente
administrativas, o controle de controvérsia que está submetida à apreciação do Poder
Judiciário.
● A CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas
disciplinares. A competência constitucional do CNJ é autônoma (e não subsidiária). Assim, o
CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido dada oportunidade para que a corregedoria local
pudesse investigar o caso.
● A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se
sujeita ao parâmetro temporal de um ano previsto no artigo 103-B, §4º, V, da CF.
● CNJ no exercício do controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional. CNJ
pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público
para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e
assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta decisão do CNJ não configura
controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade dos atos
administrativos do Poder Judiciário.
o O presente julgado, no entanto, aponta, de forma categórica – mais do que em
outros julgados anteriores, que já pareciam caminhar nessa direção - que o
CNJ detém competência para afastar, por inconstitucionalidade, a aplicação
de lei invocada como fundamento para o ato administrativo objeto do
processo de controle instaurado perante aquele órgão, por ato expresso e
formal tomado pela maioria absoluta de seus membros. Isso não equivaleria
à declaração de inconstitucionalidade da lei, já que não decretaria – muito
44 menos com eficácia erga omnes – a sua invalidade, projetando o efeito de sua
decisão unicamente aos órgãos submetidos ao seu poder fiscalizatório.
o Demais disso, pôs-se em evidência o entendimento, bastante corrente na
doutrina, de que as leis inconstitucionais não são normas atendíveis, porque
colidem com uma Lei Maior, ou seja, a Constituição (princípio da juridicidade).
Ainda que essa linha de orientação seja costumeiramente invocada para
justificar a possibilidade de o chefe do Poder Executivo deixar de aplicar uma
lei por tê-la como contrária à Constituição, essa mesma linha de pensar
estende-se aos chamados órgãos administrativos autônomos,
constitucionalmente incumbidos da tarefa de controlar a validade dos atos
administrativos, tais como o TCU, o CNMP e o CNJ. Súmula 347-STF: O Tribunal
de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
● Não cabe MS contra ato de deliberação negativa (ausência de decisão) do CNJ ou CNMP, por
não se tratar de ato que gere a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do
Judiciário. Se o órgão não decidiu nada, não há ato a ser atacado no STF.
o Não compete ao STF apreciar originariamente pronunciamento do CNJ que
tenha julgado improcedente pedido de cassação de ato normativo editado por
vara judicial.
o Decisões negativas: aquelas que simplesmente tenham mantido decisões de
outros órgãos, nada fez. Pode ser reconhecimento de sua incompetência ou
recusa de intervir em determinado procedimento.
● CNJ pode anular e avocar processo administrativo disciplinar por falta de quorum e
imparcialidade dos julgadores. O Regimento Interno do CNJ e precedentes do Supremo
Tribunal Federal autorizam o exercício dessa competência pelo CNJ, notadamente quando se
verifique a insuficiência de quórum para produzir uma decisão cristalina por maioria absoluta.
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● O CNJ pode afirmar que determinada lei ou ato normativo é inconstitucional se esse
entendimento já estiver pacificado no STF. Não se está a declarar inconstitucionalidade, mas
em deixar de aplicar norma inconstitucional.
● O CNJ pode, no entanto, substituir, anular ou reformar decisões da banca do concurso que
firam os princípios da razoabilidade, da igualdade, da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade e da publicidade. Isso porque a discricionariedade da banca de concurso não se
confunde com arbitrariedade. Se houver desrespeito aos princípios constitucionais da
administração pública, será possível a plena revisão da decisão pelo Conselho.
● Como regra geral, o controle dos atos do CNJ pelo STF somente se justifica nas hipóteses de: a)
inobservância do devido processo legal; b) exorbitância das competências do Conselho; e c)
injuridicidade ou manifesta irrazoabilidade do ato impugnado.
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controle abstrato de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 3/5/2018 (Info 900).
● O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de
procuração com poderes específicos. A procuração deve mencionar a lei ou ato normativo que
será impugnado na ação. Repetindo: não basta que a procuração autorize o ajuizamento de
ADI, devendo indicar, de forma específica, o ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito
não seja cumprido, a ADI não será conhecida. Vale ressaltar, contudo, que essa exigência
constitui vício sanável e que é possível a sua regularização antes que seja reconhecida a
carência da ação. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
6/6/2018 (Info 905).
● Segundo a jurisprudência do STF, a ADPF, como instrumento de fiscalização abstrata das
normas, está submetida, cumulativamente, ao requisito da relevância constitucional da
controvérsia suscitada e ao regime da subsidiariedade.
● A ADPF e a ADI são fungíveis entre si. Assim, o STF reconhece ser possível a conversão da ADPF
em ADI quando imprópria a primeira, e vice-versa. No entanto, essa fungibilidade não será
possível quando a parte autora incorrer em erro grosseiro. É o caso, por exemplo, de uma APF
proposta contra uma Lei editada em 2013, ou seja, quando manifestamente seria cabível a ADI
por se tratar de norma posterior à CF/88
● Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra decisão judicial
transitada em julgado. Este instituto de controle concentrado de constitucionalidade não tem
como função desconstituir a coisa julgada. STF. Decisão monocrática.
46 ● A decisão proferida em medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade estadual não
se submete à cláusula da reserva de plenário, não havendo falar, em decorrência, de violação
da Súmula Vinculante n.º 10/STF. (...) o Relator atua monocraticamente como longa manus do
órgão colegiado na presença do periculum in mora.
● É desnecessária a submissão à regra da reserva de plenário, quando a decisão estiver fundada
em jurisprudência do Plenário do STF, de modo que pode ser julgado por turma.
● A interpretação conforme a constituição é um tipo de situação constitucional imperfeita, pois
somente atenua a declaração de nulidade em caso de inconstitucionalidade de alguma
interpretação. Isso porque, em alguns casos, a interpretação conforme a Constituição é
equiparada a uma declaração de nulidade sem redução de texto. Para MENDES, ao fixar como
constitucional dada interpretação da norma, a decisão não declara a inconstitucionalidade de
todas as outras possíveis interpretações da norma (MENDES et. al., 2008, p. 1252-1253), daí a
situação constitucional imperfeita.
o A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a
interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de
inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e
efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração
Pública federal, estadual e municipal."
● É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida. Para que seja realizada esta modulação, exige-se o voto de 2/3
(dois terços) dos membros do STF (maioria qualificada). STF. Plenário. RE 586453/SE, rel. orig.
Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 20/2/2013 (Info 695). É
possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de
constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/3/2017 (Info 857).
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● O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 prevê o seguinte: “(...) a concessionária poderá contratar
com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao
serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados.”
o Se o órgão fracionário de um Tribunal (ex: uma das Turmas do TRT) julga ilegal
a terceirização contratada por uma concessionária do serviço público,
afastando a aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, esta decisão viola a
súmula vinculante 10?
o SIM. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 permite a terceirizaçãoda atividade-fim
das empresas concessionárias do serviço público. Logo, se um órgão
fracionário do TRT afasta a aplicação deste dispositivo, haverá afronta à
súmula vinculante 10 por violação à cláusula da reserva de plenário.STF. 1ª
Turma.Rcl 27068/MG, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Luís
Roberto, julgado em 5/3/2018 (Info 896).
o NÃO. O ato reclamado, ao considerar ilegal a contratação de empregado, por
empresa interposta, para prestar serviços essenciais à atividade fim da
tomadora, nos termos da Súmula 331, I, do TST, não declarou expressamente,
nem implicitamente, a inconstitucionalidade de qualquer norma especial de
regência aplicável ao caso. É firme a jurisprudência do STF no sentido de que
não se exige reserva de plenário para a mera interpretação e aplicação das
normas jurídicas que emerge do próprio exercício da jurisdição, sendo
necessário, para caracterizar violação à cláusula de reserva de plenário, que a
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● A perda do mandato parlamentar que tenha proposto a ação de controle preventivo (MS) de
constitucionalidade à EC implicará tornar o prosseguimento da ação IMPOSSÍVEL, na forma da
jurisprudência do STF, uma vez que há ausência de legitimidade para a causa.
o Diferente é a perda de representatividade congressista quando um partido
ingressa com ADI. A ADI irá ter continuidade.
● A distinção entre inconstitucionalidade e inconveniência também é aplicável no que concerne
às Emendas Constitucionais: aquele primeiro juízo tem como parâmetro a interpretação da
Constituição Federal, este último pode ter diversos parâmetros (econômicos, políticos, sociais,
culturais, etc.), não tendo aptidão para invalidar a norma.
● A Emenda Constitucional só pode ser declarada inconstitucional materialmente se ferir
cláusulas pétreas, logo, está adstrito às limitações materiais, explícitas ou implícitas, diferente
das leis, que basta desrespeitar qualquer norma constitucional para ser declara
inconstitucional. Por isso, diz-se que o parâmetro de constitucionalidade das EC é
estreitíssimo.
● Papel do AGU nas ações de controle de constitucionalidade.
o É citado para defender o ato impugnado. (CF e lei 9868)
o A atuação do AGU é um múnus público, que pode ser mitigado quando houver
entendimento do STF quanto à inconstitucionalidade do ato impugnado.
o Quando já tiver manifestado em parecer sobre a inconstitucionalidade da
norma.
● É possível a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a ADPF, desde que
53 fique demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que
comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste
acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas
partes no processo. O STF irá apenas homologar as disposições patrimoniais que forem
combinadas e que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes. A homologação
estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade à
prestação jurisdicional.
● Efeito repristinatório: a declaração de inconstitucionalidade de uma lei alcança, inclusive, os
atos pretéritos com base nele praticados, eis que o reconhecimento desse supremo vício
jurídico, que inquina de total nulidade os atos emanados do Poder Público, desampara as
situações constituídas sob a sua égide e inibe – ante a sua inaptidão para produzir efeitos
jurídicos validos. A declaração de inconstitucionalidade, seja ela lei permanente ou
temporária, encerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competência de rejeição
deferida ao STF, consistente em remover do ordenamento positivo a manifestação estatal
inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as consequências
daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia das leis e das normas afetadas pelo
ato declarado inconstitucional.
o De um lado, há a suspensão cautelar de eficácia do ato reputado
inconstitucional, de outro, a restauração das normas estatais revogadas pelo
diploma objeto da ADI.
o EXCEÇÃO: não haverá efeito repristinatório se a norma anterior padecer do
mesmo vício de inconstitucionalidade
● Os Conselhos Federais de Fiscalização Profissional (ex: Conselho Federal de Corretores de
Imóveis – COFECI) não podem propor ações de controle concentrado de constitucionalidade
porque não estão no rol do art. 103 da CF/88, que é taxativo. Os conselhos de fiscalização
profissional têm como função precípua o controle e a fiscalização do exercício das profissões
regulamentadas, exercendo, portanto, poder de polícia, atividade típica de Estado, razão pela
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qual detêm personalidade jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais
conselhos não se ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente
aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria
ou classe de profissionais.STF. Plenário ADC 34 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 05/03/2015.
STF. Plenário. ADPF 264 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/12/2014.
o Exceção: o Conselho Federal da OAB é legitimado para propor ADI ADC e ADPF
(art. 103, VII, da CF/88).
● Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade servem como verdadeiro parâmetro de
aferição da constitucionalidade material dos atos estatais. STF.
● De acordo com a CF, os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, terão status de norma constitucional. Tais tratados podem fundamentar tanto o
controle de constitucionalidade quanto o controle de convencionalidade.
● Não se aplica cláusula de reserva de plenário para as TURMAS do STF, vez que elas possuem a
competência regimental para declaração de inconstitucionalidade sem ofensa ao artigo 97 da
CF. Se possuem competência para julgar o Recurso Extraordinário, por óbvio que possuem
competência para declarar inconstitucionalidade.
● O Supremo Tribunal Federal altera sua jurisprudência, de modo a admitir a legitimação das
"associações de associações de classe", de âmbito nacional, para a ação direta de
inconstitucionalidade.
● Não basta para uma associação de classe que deseja fazer questionamentos sobre a
54 constitucionalidade de um dispositivo legal apenas dizer em seu estatuto que possui
abrangência nacional. Associações de classe precisam comprovar representatividade em, pelo
menos, nove estados da federação para serem consideradas aptas a ajuizar ações de
controle concentrado de constitucionalidade.
o Tomando de empréstimo, por analogia, o critério do caráter nacional do art.
8º da Lei nº 9.096/1995 para o registro de partidos políticos, firmou-se a
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que suficiente a
prova da existência de membros ou associados em pelo menos um terço dos
Estados da Federação – nove Estados – para que configurado o caráter
nacional da entidade de classe a que alude o art. 103, IX, da Lei Maior.
Interpretação conforme VS declaração de nulidade sem redução de texto
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É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de
decisão” de caráter abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo STF em sede de
controle abstrato de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 3/5/2018 (Info 900).
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado para o controle de
decreto regulamentar de lei estadual. Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto
autônomo. Mas sendo um decreto que apenas regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento
de ADI.
Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal de
justiça local e outra perante o STF, o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o
da segunda – do STF – se preenchidas duas condições cumulativas: 1) se a decisão do Tribunal
de Justiça for pela procedência da ação e 2) se a inconstitucionalidade for por
incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem correspondência na
Constituição Federal. Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha
correspondência na Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o controle abstrato
de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 3659/AM, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 13/12/2018 (Info 927).
o O fundamento para o TJ/AM decidir que a lei é inconstitucional foi o princípio
da igualdade. Este princípio da igualdade está previsto na Constituição do
Estado e possui correspondência na Constituição Federal. Em outras palavras,
essa previsão pode ser encontrada tanto na Constituição Estadual como na
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● O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério
Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante
que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
● O Ministério Público Federal é parte ilegítima para ajuizar ação civil pública que visa à
anulação da tramitação de Projeto de Lei do Plano Diretor de município, ao argumento da
falta de participação popular nos respectivos trabalhos legislativos. No caso concreto, o MPF
ajuizou ACP contra o Município de Florianópolis e a União argumentando que o Poder
Executivo Municipal teria encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de Lei do Plano
Diretor da cidade sem a realização das necessárias audiências públicas, o que violaria o
Estatuto da Cidade. O STJ entendeu que a legitimidade para essa demanda seria do Ministério
Público estadual (e não do MPF).
● MPDFT: Julgado por TRF; O PGJDFT pode ser destituído antes do término do mandato por
voto de maioria absoluta do SENADO FEDERAL, e não da Câmara Legislativa do DF.
● O conflito de atribuição que cabe ao PGR resolver (MPFxMPE) é o administrativo. O judicial é
questão de competência, de modo que cabe ao STJ dirimir (JFxJE)
● O MP tem legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo que
importe em lesão ao patrimônio público.
●
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● O estado de sítio é a única fase ou momento da vida coletiva que, pela sua excepcional
gravidade, a Constituição toma como fato gerador de restrições à liberdade de imprensa, na
forma da lei.
● O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser
prorrogado uma vez por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
decretação.
o O Estado de sítio, no caso comoção grave de repercussão nacional ou
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o
Estado de Defesa só pode perdurar por trinta dias, podendo ser prorrogado
tantas vezes, pelo mesmo prazo.
o O Estado de sítio, no caso de declaração de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira poderá ser decretado por todo tempo que perdurar a
guerra ou a agressão armada estrangeira.
● Estado de sítio: ouvir Conselho da República e o Consleho de Defesa Nacional.
● Conselho da República: pronunciar-se sobre: estabilidade da União
o intervenção federal, estado de sítio, estado de defesa, bem como,
o questões relevantes para estabilidade das instituições democráticas.
● Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos
desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
58 federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer
tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático
1.9.1. Militares
O oficial só poderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou, de
tribunal especial, em tempo de guerra.
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hipossuficientes que sejam presas em flagrante. Esta lei viola a autonomia administrativa,
financeira, didática e científica assegurada às universidades no art. 207 da CF/88
(inconstitucionalidade material). Além disso, contém vício de iniciativa (inconstitucionalidade
formal), na medida em que foi usurpada a iniciativa privativa do Governador. – Cabe à
defensoria pública a defesa dos hipossuficientes.
● É inconstitucional que instituição pública de ensino profissionalizante cobre anuidade para
custear despesas com a alimentação dos alunos.
● STJ: A IES não pode recusar a matrícula de aluno aprovado em vestibular em razão de
inadimplência em curso diverso anteriormente frequentado por ele na mesma instituição, não
se mostrando razoável que se faça uma interpretação extensiva dos artigos 5 e 6 da Lei 9870
de modo a prejudicar o consumidor.
o A referida lei somente autoriza, excepcionalmente, que a IES não renove a
matrícula de alunos que estejam inadimplentes há mais de 90 dias no âmbito
da mesma relação contratual.
● O estabelecimento por Resolução de marco para verificação de idade completa da criança para
enquadramento em pré-escola ou ensino fundamental NÃO VIOLA a LDB.
● Hipótese em que houve conclusão de curso superior antes do trânsito em julgado da decisão
em que se discutia a idoneidade do ato de matrícula do aluno, manifestou-se pela aplicação da
teoria do fato consumado à espécie.
● O estabelecimento de condições para a concessão do financiamento do FIES insere-se no
âmbito da conveniência e oportunidade da Administração, e, portanto, não podem ser
modificados ou afastados pelo Judiciário, sendo reservado a este Poder apenas o exame da
60 legalidade do ato administrativo, sendo-lhe defesa qualquer incursão no mérito
administrativo”
● A LEP (execução penal) determina obrigatoriedade de ensino médio, regular ou supletivo, com
formação geral ou educação profissional de nível médio, em obediência ao preceito
constitucional de sua universalização.
● LDB: Português e matemática são obrigatórios nos três anos do ensino médio, assegurada às
comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas.
● Não cabe interpretação extensiva para admitir participação de estudante que cursou
gratuitamente o ensino médio em sua totalidade em instituição filantrópica sem fins
lucrativos, mantida com verba de Município, no processo seletivo para preenchimento de
vagas reservadas a estudantes de escolas públicas. Não pode interpretar extensivamente, sob
pena de inviabilizar o fim buscado por meio de ação afirmativa. Estudar em instituição
filantrópica não se equipara à escola pública, não havendo direito à cota.
● Constitucional LEI ESTADUAL que fixa número máximo de alunos por sala.
● Inconstitucional cobrança de anuidade por instituição pública de ensino profissionalizante com
intuito de custear despesas com a alimentação dos alunos. Viola a legalidade e, ainda que
instituído por lei, violaria a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
● Educação básica: ensino infantil, fundamental e médio.
● Os percentuais de aplicação obrigatório na educação COMPREENDEM as receitas proveniente
de transferências.
● Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos às escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, nos termos da lei.
● Norma estadual que assegura ao aluno, mediante a apresentação de requerimento, o direito
de não realizar provas e exercícios escolares em dias considerados de guarda pela religião, em
universidade, É INCONSTITUCIONAL, pois afronta a autonomia didático-científica e de gestão
financeira e patrimonial das universidades.
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● O ensino médio não é obrigatório, mas sim gratuito. A obrigatoriedade é de ensino dos 4 aos
17 anos.
● I - A função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula, abrangendo
também a preparação de aulas, a correção de provas, o atendimento aos pais e alunos, a
coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção de unidade escolar. II - As
funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico integram a carreira do
magistério, desde que exercidos, em estabelecimentos de ensino básico, por professores de
carreira, excluídos os especialistas em educação, fazendo jus aqueles que as desempenham ao
regime especial de aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 5º, e 201, § 8º, da Constituição
Federal. Aposentam com redução de 5 anos. III - Ação direta julgada parcialmente
procedente, com interpretação conforme, nos termos supra. (É o atual entendimento!) –
Superada a súmula 726 do STF
● Cotas Nível Superior – em CADA processo seletivo.
o 50%, no mínimo, para estudante que cursou integralmente ensino médio em
escolas públicas.
▪ 50% para estudante com renda familiar per capta igual ou inferior à 1,5
salário mínimo
▪ 50% independentemente da renda familiar, bastando estudar em escola
pública.
o As vagas serão preenchidas por turno e curso, por autodeclarados pretos,
pardos e indígenas, em proporção igual a de pretos, segundo o último censo
do IBGE.
61 o Em caso de não preenchimento nos termos acima, as vagas remanescentes
deverão ser preenchidas por estudantes que tenham cursado integralmente o
ensino médio em escola pública.
● Cotas Ensino Técnico de Nível Médio – em CADA processo seletivo.
o 50%, no mínimo, para estudante que cursou integralmente ensino fundamental
em escolas públicas.
▪ 50% para estudante com renda familiar per capta igual ou inferior à 1,5
salário mínimo
▪ 50% independentemente da renda familiar, bastando estudar em escola
pública.
o As vagas serão preenchidas por turno e curso, por autodeclarados pretos,
pardos e indígenas, em proporção igual a de pretos, segundo o último censo
do IBGE.
o Em caso de não preenchimento nos termos acima, as vagas remanescentes
deverão ser preenchidas por estudantes que tenham cursado integralmente o
ensino fundamental em escola pública.
● Constitucional cobrança de taxa de especialização (pós graduação lato sensu) pelas
universidades. Já doutorado e mestrado (stricto sensu) é gratuito! Essas duas últimas estão
ligadas à manutenção e desenvolvimento das instituições de ensino de magistério superior,
e não podem ser cobradas.
o A conclusão é de que o princípio da gratuidade do ensino público, no que
concerne às universidades públicas, se restringe às atividades de ensino e
àquelas necessárias à sua manutenção. Não abrange, portanto, as atividades
de pesquisa e extensão.
● É legal a exigência feita por universidade (não há óbice na LDB), com base em resolução por ela
editada, de prévia aprovação em processo seletivo com condição para apreciar pedido de
revalidação de diploma obtido em instituição de ensino estrangeira. Logo, não há
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Valorização do Magistério (Fundef) deve ser calculado com base no valor mínimo nacional
por aluno extraído da média nacional. STF. Plenário
Não se aplica o CDC aos contratos de crédito educativo, porque o objeto do contrato é um
programa de governo, em benefício do estudante, sem conotação de serviço bancário.
Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como meio lícito de
cumprimento, pela família, do dever de prover educação. Não há, na CF/88, uma vedação
absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever expressamente, não proíbe o
ensino domiciliar. No entanto, o ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque
não há legislação que regulamente os preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de
ensino. Assim, o ensino domiciliar somente pode ser implementado no Brasil após uma
regulamentação por meio de lei na qual sejam previstos mecanismos de avaliação e
fiscalização, devendo essa lei respeitar os mandamentos constitucionais que tratam sobre
educação. STF. Plenário. RE 888815/RS, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 12/9/2018 (repercussão geral) (Info 915).
Constitucional cobrança de mensalidade em escola militar, inclusive por ato infralegal, pois
não é tributo.
1.10.2. Dos Índios e Quilombolas
● Possuem o usufruto exclusivo do solo, rios e lagos. Subsolo NÃO. A propriedade é da União.
● Aproveitamento dos recursos hídricos e potenciais energéticos, pesquisa e lavra das riquezas
minerais: autorização do CN + ouvir as comunidades afetadas + participação da comunidade
nos resultados da lavra.
64 ● Remoção de indígenas: em regra é vedado, salvo por referendo do CN nos casos de catástrofe,
epidemia que ponha em risco a população indígena OU interesse da soberania do País, após
deliberação do CN, garantido o retorno imediato após cessação do risco.
● As benfeitorias derivadas de ocupação de boa-fé em terras indígenas podem ser indenizadas
em ação contra a União. Do contrário não.
● Os índios, suas comunidades e organizações possuem legitimidade para ingressarem em juízo
em defesa de seus direitos, intervindo o MP em todos os atos do processo.
● As terras ocupadas por comunidades quilombolas ou tradicionais que façam uso coletivo da
área serão regularizadas de acordo com as normas específicas, aplicando-se-lhes, no que
couber, os dispositivos desta Lei. STF deu interpretação conforme, sem redução de texto, ao
referido parágrafo, a fim de afastar qualquer entendimento que permita a regularização
fundiária das terras públicas ocupadas por quilombolas e outras comunidades tradicionais da
Amazônia Legal em nome de terceiros ou de forma a descaracterizar o modo de apropriação
da terra por esses grupos. (art. 4, §2º, Lei 11.952)
● É necessária a participação da FUNAI em procedimento de licenciamento ambiental de
atividade que possa vir a impactar terras indígenas.
● Súmula 650 STF: As ocupações indígenas por aldeamento extintos e, assim, remotas, não
qualificam como públicas (da União) as áreas, com o que são legítimos os títulos particulares
formados após a cessação da ocupação.
o Deve haver, quando da promulgação da CF/88, se não ocupação indígena
pacífica, ao menos renitente esbulho por particulares, que se qualifica por
conflito atual de fato ou judicial sobre a posse, conflito que inexiste, por
exemplo, se já desocupadas as terras pelos indígenas, ainda que de forma
forçada.
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demarcada. 5) Ações individuais: quanto às ações individuais que questionam a boa-fé dos
portadores de títulos de propriedade, proveu-se o recurso para explicitar que ao STF não
foram submetidos outros processos a respeito de questões individuais relacionadas à área,
devendo eles ainda serem julgados pelos juízes naturais. 6) Posse das fazendas desocupadas:
eventuais disputas do tipo devem ser resolvidas pelas comunidades interessadas, com a
participação da FUNAI e da União, sem prejuízo da intervenção do Ministério Público e do
Judiciário. 7) Condições estipuladas na decisão: as condições integram o objeto da decisão e
fazem coisa julgada material. Portanto, tais diretrizes não podem ser objeto de
questionamento em outros processos. Isso não significa transformação da coisa julgada em ato
normativo geral e abstrato, vinculante para outros processos que discutam matéria similar. Em
outras palavras, essas condições estipuladas para a Raposa Serra do Sol não vinculam os
juízes e tribunais quando forem julgar questões envolvendo outras terras indígenas. Vale
ressaltar, entretanto, que é natural que o entendimento do STF sobre o tema sirva de força
argumentativa para outros casos semelhantes. STF. Plenário. Pet 3388 ED — Terceiros/RR, rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2013 (Info 725).
● É a própria comunidade que atesta a autoatribuição como remanescentes quilombolas.
● O processo de demarcação de terras indígenas, tal como regulado pelo Decreto nº 1.775/1996,
não vulnera os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que garante aos
interessados o direito de se manifestarem.
● Como regra, se os índios não estavam na posse da área em 05/10/1988, ela não será
considerada terra indígena (art. 231 da CF/88). Existe, contudo, uma exceção a essa regra.
Trata-se do chamado renitente esbulho. Assim, se, na época da promulgação da CF/88, os
67 índios não ocupavam a terra porque dela haviam sido expulsos em virtude de conflito
possessório, considera-se que eles foram vítimas de esbulho e, assim, essa área será
considerada terra indígena para os fins do art. 231. O renitente esbulho se caracteriza pelo
efetivo conflito possessório, iniciado no passado e persistente até o marco demarcatório
temporal da data da promulgação da Constituição de 1988, materializado por circunstâncias
de fato ou por controvérsia possessória judicializada. Vale ressaltar que, para que se
caracterize o renitente esbulho, é necessário que, no momento da promulgação da CF/88, os
índios ainda estivessem disputando a posse da terra ou tivessem sido delas expulsos há
pouco tempo. Se eles foram dela expulsos muitos anos antes de entrar em vigor a CF/88, não
se configura o chamado “renitente esbulho”. Exemplo: no caso concreto apreciado pelo STF, a
última ocupação indígena na área ocorreu no ano de 1953, data em que os índios foram
expulsos da região. Nessa situação, a Corte entendeu que não estava caracterizado o renitente
esbulho, mas sim “a desocupação forçada ocorrida no passado” já que, no momento da
promulgação da CF/88, já havia se passado muitos anos da saída dos índios do local e eles não
mais estavam em conflito possessório por aquelas terras. STF. 2ª Turma. ARE 803462 AgR/MS,
Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 9/12/2014 (Info 771).
● Texto importante sobre o tema:
A proteção das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios representa um aspecto
fundamental dos direitos e das prerrogativas constitucionais assegurados ao índio.
Sem ter a garantia de que irá permanecer nas terras por eles já tradicionalmente ocupadas, os
índios ficam expostos ao risco da desintegração cultural, da perda de sua identidade étnica, da
dissolução de seus vínculos históricos, sociais e antropológicos e da erosão de sua própria
consciência.
Entretanto, somente são reconhecidos aos índios os direitos sobre as terras que
tradicionalmente ocupem se a área estiver habitada por eles na data da promulgação da CF/88
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(marco temporal) e, complementarmente, se houver a efetiva relação dos índios com a terra
(marco da tradicionalidade da ocupação).
No caso concreto, por exemplo, o relatório elaborado pela FUNAI indicou que há mais de 70
anos não existia comunidade indígena ou posse indígena no local em disputa. Logo, o marco
temporal não estava preenchido, sendo, portanto, impossível reconhecer a posse indígena
daquelas terras. Em outras palavras, não estavam atendidos os requisitos necessários para se
reconhecer aquela área como sendo uma terra tradicionalmente ocupada por índios, nos
termos do art. 231 da CF/88.
No entanto, mesmo a terra não se enquadrando no conceito do art. 231, caput e § 1º da
CF/88, a União pode decidir acolher as populações indígenas naquela área. Para isso, porém,
terá que desapropriar as terras, pagando justa e prévia indenização em dinheiro aos
proprietários, considerando que, não sendo terras tradicionalmente ocupadas por índios,
essa área não se constitui em bem da União (art. 20, XI).
O art. 68 do ADCT estabelece que “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que
estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado
emitir-lhes os títulos respectivos.”
Em 2003, foi editado o Decreto nº 4.887, com o objetivo de regulamentar o procedimento
para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas
por remanescentes das comunidades dos quilombos.
O STF entendeu que este Decreto não invadiu esfera reservada à lei. O objetivo do Decreto foi
68 tão somente o de regular o comportamento do Estado na implementação do comando
constitucional previsto no art. 68 do ADCT. Houve o mero exercício do poder regulamentar da
Administração, nos limites estabelecidos pelo art. 84, VI, da Constituição.
O art. 2º, caput e § 1º do Decreto nº 4.887/2003 prevê como deve ser o critério utilizado pelo
Poder Público para a identificação dos quilombolas. O critério escolhido foi o da
autoatribuição (autodefinição). O STF entendeu que a escolha desse critério não foi
arbitrária, não sendo contrária à Constituição. O art. 2º, §§ 2º e 3º, do Decreto preconiza que,
na identificação, medição e demarcação das terras dos quilombolas devem ser levados em
consideração critérios de territorialidade indicados pelos remanescentes das comunidades dos
quilombos. O STF afirmou que essa previsão é constitucional. Isso porque o que o Decreto está
garantindo é apenas que as comunidades envolvidas sejam ouvidas, não significando que a
demarcação será feita exclusivamente com base nos critérios indicados pelos quilombolas.
O art. 13 do Decreto, por sua vez, estabelece que o INCRA poderá realizar a desapropriação
de determinadas áreas caso os territórios ocupados por remanescentes das comunidades
dos quilombos estejam situados em locais pertencentes a particulares. O STF reputou válida
essa previsão, tendo em vista que em nenhum momento a Constituição afirma que são nulos
ou extintos os títulos eventualmente incidentes sobre as terras ocupadas por remanescentes
das comunidades dos quilombos. (AQUI É DIFERENTE DOS ÍNDIOS, QUE SÃO NULOS OS
TÍTULOS)Assim, o art. 68 do ADCT, apesar de reconhecer um direito aos quilombolas, não
invalida os títulos de propriedade eventualmente existentes, de modo que, para que haja a
regularização do registro em favor das comunidades quilombolas, exige-se a realização do
procedimento de desapropriação.
Por fim, o STF não acolheu a tese de que somente poderiam ser consideradas terras de
quilombolas aquelas que estivessem sendo ocupadas por essas comunidades na data da
promulgação da CF/88 (05/10/1988). Em outras palavras, mesmo que na data da promulgação
da CF/88 a terra não mais estivesse sendo ocupada pelas comunidades quilombolas, é
possível, em tese, que seja garantido o direito previsto no art. 68 do ADCT.
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2. DIREITO PREVIDENCIÁRIO
2.1. Seguridade Social. Saúde, Previdência e Assistência.
Distinções.
Seguridade Social. Conceitos fundamentais. Natureza. Princípios. Fontes do Direito da
Seguridade Social. Interpretação, aplicação, integração e eficácia das normas. Direito
intertemporal. Direito adquirido e expectativa de direito.
● Irredutibilidade dos benefícios:
o Valor REAL: benefícios PREVIDENCIÁRIOS.
o Valor NOMINAL: saúde pública e assistência social.
69 ● SEGURO-DESEMPREGO não é benefício previdenciário, sendo gerenciado pelo Ministério do
Trabalho, e não pela Previdência Social.
● São as fontes materiais que interferem na produção das normas jurídicas de direito
previdenciário, e não as fontes formais.
● A Lei Eloy Chaves foi o nascimento da previdência social PRIVADA. Doutrina majoritária e
CESPE.
● Uniformidade entre as prestações urbanas e rurais: os benefícios devem ser os mesmos,
entretanto, o valor da renda mensal é equivalente, mas não igual, uma vez que o custeio do
rural é diferente dos urbanos.
● STJ: A substituição de um medicamento postulado na inicial por outro para tratar a mesma
doença NÃO constitui novo pedido, o qual é o próprio tratamento médico.
● Não confundir TRÍPLICE forma de custeio com a gestão QUADIPARTITE.
o Custeio: empregados, empregadores, sociedade.
o Gestão: empregados, empregadores, órgãos públicos e aposentados.
● Súm 142 STJ: cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins
previdenciários.
● Não se admite prova exclusivamente testemunhal para comprovar tempo de serviço, salvo na
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.
● Não é inconstitucional a inclusão de sócios e administradores de sociedades e titulares de
firmas individuais como contribuintes obrigatórios da previdência social. – São contribuintes
individuais. Súmula 466 STF.
● Não incide contribuição previdenciária sobre auxílio-transporte (vale-transporte), mesmo
que pago em pecúnia. STJ 2017
● É contado como tempo de contribuição o tempo exercido na condição de ALUNO-aprendiz (e
não MENOR aprendiz, que SEMPRE é computado para fins de aposentadoria) referente ao
período de aprendizado profissional realizado em escola técnica, desde que comprovada
REMUNERAÇÃO, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e o vínculo empregatício.
Deve apresentar certidão do estabelecimento de ensino frequentado.
o Súmula 18 TNU; Súmula 24 AGU: Provado que o aluno aprendiz de Escola
Técnica Federal recebia remuneração, mesmo que indireta, à conta do
orçamento da União, o respectivo tempo de serviço pode ser computado para
fins de aposentadoria previdenciária.
● O GILRAT só incide aos empregados e trabalhadores avulsos, não havendo previsão para a
empresa recolher sobre o serviço prestado por contribuinte individual (há divergência quanto
a tal fato).
o GILRAT ou SAT: 1% a 3% sobre o total pago da contribuição do empregado
71 (20%+2%), para custeio de benefícios por incapacidade a TODOS seus
empregados.
o Adicional GILRAT: para custear a aposentadoria especial do próprio segurado,
ao empregado especificamente, pago por empregado específico (12%, 9% ou
6%). Logo, (20%+sat+adicional gilrat)
● Súmula 351 do STJ: “a alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho – SAT –
é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou
pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro”
● Cota patronal, em regra, pode extrapolar o teto do RGPS, SALVO a de empregado doméstico.
o O empregado sim, este sempre contribuirá de acordo com o TETO do RGPS.
● A noventena começa a contar da PUBLICAÇÃO DA LEI que instituiu/majorou o tributo
● O 13º não é contado para fins de cálculo de salário-benefício, mas é contado para salário-
contribuição, incidindo contribuição.
● O INSS não arrecada nenhuma contribuição, estando todas a cargo da RFB.
o ATENÇÃO: PGF inscreve em dívida ativa em caso de benefício previdenciário
pago INDEVIDAMENTE ou ALÉM DO DEVIDO, aplicando-se a LEF.
● As contribuições previdenciárias descontadas pela massa falida, dos salários dos empregados,
e não repassadas aos cofres previdenciários, DEVEM SER RESTITUÍDAS à previdência antes do
pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, porque se trata de bens que não
integram o patrimônio do falido. (são as importâncias passíveis de restituição, que estavam tão
somente em poder do falido).
● Os juros moratórios na repetição do indébito tributário são devidos a partir do trânsito em
julgado. Aplica-se às contribuições.
● A EBAS que possuir isenção/imunidade da sua cota patronal não fica isenta de recolher, como
responsável pela retenção, a cota do empregado, pois trata-se de obrigação do recolhimento
(retenção e pagamento).
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● Preservado o valor nominal do montante principal dos atrasados, é possível aplicação dos
índices negativos de correção monetária. Os negativos acabam se compensando com os
positivos supervenientes. Entendimento em vigor.
● No gozo do salário-maternidade, o empregador só recolhe a cota patronal, uma vez que o
patrão não efetua o pagamento do salário, e sim o INSS, que desconta a contribuição devida
da empregada ao pagar a ela o benefício.
● A redução de proventos de aposentadoria, quando esta foi concedida em desacordo com a lei,
não ofende o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.
● A partir da entrada em vigor da lei 8870, o décimo terceiro salário não integra o salário de
contribuição para fins de cálculo do salário de benefício. (Incide contribuição sobre o décimo
terceiro, mas não é integrante do cálculo de salário benefício, ou seja, não é salário para
cálculo do SB)
● O auxílio quebra de caixa consubstancia-se no pagamento efetuado mês a mês ao empregado
como uma forma de compensar os riscos assumidos pela função exercida que envolve guarda
e conferência de dinheiro. Incide contribuição previdenciária sobre o auxílio quebra de caixa. O
auxílio quebra de caixa tem nítida natureza salarial e integra a remuneração. Logo, possuindo
natureza salarial, conclui-se que esta verba integra a remuneração, razão pela qual incide
contribuição previdenciária.
●
72
A EC 20/98 alterou a redação do artigo 195, I, da CF, ampliando a autorização para instituição
do PIS e COFINS incidentes sobre o resultado da atividade econômica (trocando a expressão
faturamento pela expressão receita ou faturamento, bem como para instituição das
contribuições previdenciárias, trocando a expressão folha de salários por folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título. Acrescentou-se ainda
na contribuição patronal a contribuição para o autônomo que lhe preste serviço, mesmo que
sem vínculo empregatício.
o A COFINS e o PIS são duas contribuições para o financiamento da seguridade social. A
primeira, COFINS, incide sobre a receita ou o faturamento (CF, 195, I, b), paga por todos
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os contribuintes, lucrativos ou não. Já o PIS incide sobre o lucro líquido, de forma que os
contribuintes que registram prejuízos no exercício não estão sujeitos a seu pagamento.
A partir de tal Emenda, resolve-se a questão dos rendimentos financeiros (juros)
o STF - empregado: tanto no período anterior, quanto no período posterior à EC 20/98, a
contribuição previdenciária patronal pode incidir sobre os ganhos habituais do
empregado a qualquer título, ainda que não estritamente qualificado como “folha de
salários”, como adicionais de periculosidade e insalubridade, gorjetas, prêmios, etc.
Aqui a jurisprudência não se alterou. A contribuição social a cargo do empregador
incide sobre ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou posteriores à Emenda
Constitucional 20/1998. STF. Plenário. RE 565160/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 29/3/2017 (repercussão geral) (Info 859).
o STF - empregador: antes da vigência da EC20/98, não era possível incidir contribuição
patronal sobre valores pagos àqueles que não eram empregados, como os autônomos,
sócio-gerente, sócio-administrador e avulso que prestam serviço ao empregador. Aqui
a jurisprudência se alterou, pois passa ser obrigatório recolher.
O sócio gerente só é segurado obrigatório na qualidade de contribuinte
obrigatório quando receber remuneração pelo seu trabalho – pró labore.
Se for remunerado tão somente pela distribuição de lucros, não é
considerado segurado obrigatório.
A contribuição social a cargo do empregador incide sobre ganhos HABITUAIS do empregado,
quer anteriores ou posteriores à Emenda Constitucional 20/1998.
tributárias previstas na constituição são passíveis de instituição por lei ORDINÁRIA, não
havendo vício quanto a isso. A discussão de alteração do caput e manutenção dos
incisos foi vencida. O que prevaleceu foi o caput.
o É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural
pessoa física, instituída pela Lei nº 10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida
com a comercialização de sua produção (RE 718874/RS, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 29 e 30/3/2017. Repercussão geral. Info 859). O STF rejeitou os
embargos de declaração opostos contra esta decisão e declarou que o entendimento
deve ser mantido mesmo após a edição da Resolução 15/2017 do Senado Federal. Além
disso, o STF entendeu que não deveria haver modulação dos efeitos da decisão. STF.
Plenário. RE 718874 ED-primeiros a oitavos/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 23/5/2018 (Info 903)
O segurado especial, se comercializa seu produto, deve contribuir (deve-se analisar). Se não
comercializa, não deve contribuir. Sua principal diferença em relação ao empregador rural
pessoa física é a impossibilidade de o segurado especial ter empregados permanentes, já que
sua produção é individual ou familiar. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização
da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
É constitucional a contribuição adicional de 2,5% (dois e meio por cento) sobre a folha de
74 salários instituída para as instituições financeiras e assemelhadas pelo art. 3º, § 2º, da Lei nº
7.787/89, ainda que considerado o período anterior à EC 20/98. STF. Plenário. RE 599309/SP,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/6/2018 (repercussão geral) (Info 905).
o Antes mesmo da emenda, já era permitida a fixação do adicional
com base na capacidade contributiva e na equidade no custeio da
seguridade. Portanto, em momento anterior à promulgação da
citada emenda, já se colocava em prática o conceito de diversidade
da base de financiamento da seguridade pública, cujo fundamento
é a ideia de equidade, com base no princípio da solidariedade
o Não houve a instituição de nova modalidade de contribuição, mas
apenas de majoração de alíquota. Em outras palavras, o § 1º do art.
22 não criou uma nova contribuição ou fonte de custeio para a
Previdência. Ele apenas previu uma alíquota diferenciada para as
instituições financeiras. Logo, não há qualquer
inconstitucionalidade sob o ponto de vista formal.
o As instituições financeiras possuem maior capacidade produtiva, de
forma que não há qualquer inconstitucionalidade na exigência de
uma alíquota maior para que estas entidades contribuam para a
manutenção do sistema de seguridade social. Dessa forma, não
houve violação ao princípio da igualdade nem aos seus dois
subprincípios: o da capacidade contributiva e o da equidade para
manutenção do sistema de seguridade social.
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180 contribuições
RMI: 70% + 1% a cada 12 meses.
Reduz 5 anos para professor no tempo de contribuição
o Aposentadoria por tempo de contribuição: não exige idade.
100% do salário de benefício + fator previdenciário.
35H 30M
Para excluir fator cabe a regra 85/95
Aqui reduz 5 anos para professor no tempo de contribuição
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78 123, de modo a majorar o benefício comum percebido pelo deficiente já aposentado por
aposentadoria comum, mas os efeitos financeiros não poderão retroagir. É uma hipótese de
desaposentação específica.
2.4.2. Aposentadoria por tempo de contribuição
● Foi assegurado o direito adquirido de todos os segurados que preencheram os requisitos para
a aposentadoria por tempo de contribuição até 28.11.1999 (publicação da lei do fator
previdenciário) ao cálculo da sua aposentadoria por tempo de contribuição sem a incidência
do fator previdenciário.
2.4.3. Pensão por morte
● Os menores tutelados e enteados, equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e
comprovada dependência econômica.
● Compete à Justiça Estadual – e não à Justiça Federal – processar e julgar ação que tenha por
objeto a concessão de pensão por morte decorrente de óbito de empregado ocorrido em
razão de assalto sofrido durante o exercício do trabalho.
● Art. 120. Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do
trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação
regressiva contra os responsáveis.
● Súmula 52 da TNU: para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularização do
recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual posteriormente a seu
óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por empresa tomadora de
serviços. (Vedação à contribuição ficta para haver qualidade de segurado).
● O art. 120 da Lei nº 8.213/91 prevê que "nos casos de negligência quanto às normas padrão de
segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência
Social proporá ação regressiva contra os responsáveis." Assim, este dispositivo autoriza que o
INSS proponha ação de regresso contra o ex-empregador pedindo o ressarcimento dos
valores que pagou e ainda irá pagar a título de pensão por morte. É possível aplicar este art.
120 para outros casos que não envolvam acidente de trabalho? SIM. O STJ decidiu que: É
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possível que o INSS ajuíze ação regressiva contra o autor do homicídio pedindo o
ressarcimento dos valores pagos a título de pensão por morte aos filhos de segurada, vítima
de homicídio praticado por seu ex-companheiro. O art. 120 da Lei 8.213/91 não é numerus
clausus (taxativo) e, assim, não exclui a responsabilidade civil do causador do dano prevista no
art. 927 do CC
● Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a
formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas EM
PROCESSO JUDICIAL no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa
● Viúva que recebe pensão por morte de seu marido não deve pagar ao filho posteriormente
reconhecido em ação de investigação de paternidade a quota das parcelas recebidas antes da
sentença de reconhecimento da paternidade, em respeito à situação jurídica definitivamente
constituída. No caso concreto, a retroatividade da sentença esbarra em um obstáculo: o fato
de que as verbas previdenciárias recebidas pelo beneficiário ostentam caráter alimentar e
mostram-se irrepetíveis já que tem por objetivo garantir a subsistência, salvo má-fé.
● O cônjuge separado de fato deverá demonstrar a dependência econômica.
● O cônjuge separado de fato que já recebia pensão alimentícia, concorre em igualdade de
condições com os dependentes do 16, I.
● STF/STJ: não há condição de dependente de segurado do concubino, pois se cuida de relação
paralela ao matrimônio.
● STJ: O reconhecimento de morte presumida para fins previdenciários não se confunde com a
declaração de ausência dos diplomas cíveis e processuais.
79 ● STJ: compete à JF a ação judicial para reconhecer a morte presumida para fins de percepção de
pensão por morte.
● Em caso de prova do desaparecimento do segurado em consequência de acidente, desastre ou
catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provisória independentemente da declaração
de morte presumida e do prazo de 60 dias de ausência.
● Fica desobrigado os dependentes no caso de reaparecimento do segurado.
● No caso dos absolutamente incapazes, pois contra eles não correrá a prescrição, a
jurisprudência e o INSS entendem que o benefício será devido desde a data do falecimento,
mesmo que o requerimento seja protocolizado após 90 dias do óbito.
o Assim, no caso de paternidade reconhecida anos depois do absolutamente
incapaz (menor de 16), o menor pode pleitear todo valor retroativamente
desde a data do óbito.
o O que importa é que seja ABSOLUTAMENTE incapaz na data do óbito.
o Não haverá retroação se algum dependente já havia se habilitado, pois o INSS
não poderá pagar em duplicidade se não sabia da existência do menor que não
se habilitou a bom tempo.
● Súm 63 TNU: A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensão por morte
prescinde de início de prova material.
● Súmula 416-STJ: É devida pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter
perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de sua
aposentadoria até a data do seu óbito.
o A concessão da aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial
independe da manutenção da condição de segurado. Isto posto, basta que seja
preenchido os requisitos para se aposentar. Assim, seus dependentes terão
direito à pensão por morte.
● Termo inicial da pensão por morte REGRA:
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● Súmula 336-STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à
pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente.
● Ao menor sob guarda é garantido o direito à pensão por morte. O ECA deve prevalecer sobre a
modificação legislativa na Lei RGPS, em homenagem ao princípio da proteção integral e
80 preferência da criança e adolescente
● Súmula TNU 52: Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularização do
recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual posteriormente a seu
óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por empresa tomadora de
serviços. É vedada contribuição post mortem de contribuinte individual.
● A jurisprudência vem deferindo pensão por morte ao segurado que percebe auxílio-acidente e
não trabalha mais e nem contribui.
● STF: impossibilidade de revisão de pensão por morte cuja RMI antiga era inferior à 100%.
Mesmo argumento do auxílio-acidente: tempus regit actum.
● Deve ser reconhecido aos avós do segurado falecido o direito ao recebimento de pensão por
morte em razão de terem sido os responsáveis pela criação do neto, ocupando verdadeiro
papel de genitores, observada o requisito de dependência econômica.
● Para a concessão de pensão por morte, é possível a comprovação da união estável por meio de
prova exclusivamente testemunhal.
● O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual,
não impede a concessão da parte individual da pensão por morte PREVIDENCIÁRIA do
dependente com deficiência mental.
● Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus dependentes
habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil,
independentemente de inventário ou arrolamento. – Mesma coisa as verbas trabalhistas e o
FGTS depositado.
o Assim, em caso de falecimento do autor no curso de ação ou execução, os
dependentes habilitados na previdência social do autor falecido poderão
habilitar-se, comprovando o óbito e a condição de dependentes
previdenciários, mediante certidão fornecida pelo próprio INSS.
● O benefício cessará em:
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o STJ: o segurado que deixa de contribuir para a Previdência Social, por estar
incapacitado para o labor, não perde a qualidade de segurado.
o Deve-se avaliar se na DII ainda havia manutenção da qualidade de segurado.
● O empregado beneficiário de auxílio-doença que tiver o benefício cessado e for acometido
novamente da doença incapacitante, dentro de 60 dias da cessação, desobriga a empresa de
arcar com os 15 primeiros dias, considerando-se como prorrogação do benefício e
descontando-se do benefício os dias trabalhados, se for o caso.
● A DIB de auxílio-doença que não se consegue aferir a Data de Início da Incapacidade será a
citação, quando não for possível retroagir à data do requerimento administrativo. STJ.
● Nos 15 dias de pagamento de auxílio-doença pelo empregador, o STJ entende que possui
natureza indenizatória, motivo pelo qual é isento de contribuição previdenciária.
● § 3º Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante quinze
dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de
sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença a
partir da data do novo afastamento. § 4º Na hipótese do § 3º deste artigo, se o retorno à
atividade tiver ocorrido antes de quinze dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-
doença a partir do dia seguinte ao que completar os quinze dias de afastamento, somados os
períodos de afastamento intercalados. (Feito para não prejudicar o empregador em razão de
atestados picotados)
● ATENÇÃO: O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela
previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma
delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o segurado
83 estiver exercendo.
o Nesse caso, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a
qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência
somente as contribuições relativas a essa atividade.
o Quando o segurado que exercer mais de uma atividade e se incapacitar
definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido
indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.
o O valor poderá ser inferior ao salário mínimo, desde que somado às demais
remunerações recebidas resultar um valor superior ao salário mínimo.
● A concessão da aposentadoria por invalidez deve considerar não apenas os elementos
previstos no art. 42 da Lei nº 8.213/91, mas também aspectos socioeconômicos, profissionais e
culturais do segurado, ainda que o laudo pericial tenha concluído pela incapacidade somente
parcial para o trabalho.
● Em hipótese de doença com estigma social, como AIDS e obesidade mórbida, ainda que não
tenha sido reconhecida a incapacidade do requerente para sua atividade pessoal, o julgador
PODE analisar as condições pessoais e sociais para concessão de benefício por incapacidade.
o Súmula 78 da TNU: Comprovado que o requerente de benefício é portador do
vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas
e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face a
elevada estigmatização social da doença.
● Ao portador de HIV, constatada a incapacidade laboral, porém, capacidade para vida
independente, não pode obstar a percepção de LOAS, pois o benefício não pode ser concedido
só quando o indivíduo não pudesse se locomover, o que não parece ser o intuito do legislador.
● Se a incapacidade surgir posteriormente ao requerimento administrativo, o termo inicial do
benefício por incapacidade concedido judicialmente deverá ser fixado na data da citação
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● SE a doença não estiver incluída como profissional ou do trabalho, mas que tenha resultado
das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relacione diretamente, o
INSS deverá considerá-la como acidente do trabalho.
● ATENÇÃO! O auxílio-acidente não integra o salário-de-contribuição (não é tributado) para fins
de cálculo da contribuição. Mas TÃO SOMENTE para fins de cálculo do salário-benefício de
qualquer aposentadoria. Assim, há consideração do valor para fins do cálculo de salário-
benefício, de modo a elevar a futura aposentadoria, MAS, não incidirá contribuição.
o Considera-se contribuição para fins de cálculo do SB de qualquer benefício
posterior.
● STJ: para a concessão de auxílio-acidente fundamentado na perda de audição, é necessário
que a sequela seja ocasionada por acidente de trabalho e que haja uma diminuição efetiva e
permanente da capacidade para a atividade que o segurado habitualmente exercia.
o STJ 44: a definição, em ato regulamentar, de grau mínimo de disacusia
(problema auditivo), não exclui, por si só, a concessão do benefício
previdenciário.
● STJ: não havendo concessão de auxílio-doença, bem como ausente prévio requerimento
administrativo para a percepção do auxílio-acidente, o termo a quo para recebimento do
auxílio-acidente é a data da citação do INSS.
● Não é possível acumular dois: Caso surja direito a um novo benefício de auxílio acidente, é
vedada a percepção de dois, de modo que será mantido o benefício mais vantajoso em relação
à RMI.
● STF/AGU/TNU: incabível revisão de benefícios antigos concedidos com RMI menor ao atual,
86 50%, em homenagem ao princípio tempus regit actum.
● O segurado especial, cujo acidente ou moléstia é anterior à vigência da Lei n. 12.873/2013, que
alterou a redação do inciso I do artigo 39 da Lei n. 8.213/1991, não precisa comprovar o
recolhimento de contribuição como segurado facultativo para ter direito ao auxílio-acidente.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.361.410-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 08/11/2017
(recurso repetitivo) (Info 619). Obs: depois da Lei nº 12.873/2013 o segurado especial continua
tendo direito ao auxílio-acidente sem precisar comprovar o recolhimento de contribuição
como segurado facultativo. Assim, a tese seria melhor redigida se afirmasse o seguinte: O
segurado especial, seja antes ou depois da Lei nº 12.873/2013, tem direito ao auxílio-acidente
sem precisar comprovar o recolhimento de contribuição como segurado facultativo
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● SAT: alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo
grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de
risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.
● Conforme a jurisprudência atual do STF, o fornecimento de equipamento de proteção
individual – EPI – realmente eficaz ao empregado afasta o direito ao benefício da
aposentadoria especial (REGRA), uma vez que o equipamento foi capaz de neutralizar a
nocividade do agente.
o (EXCEÇÃO) Todavia, o mesmo entendimento não se aplica quando se tratar de
exposição do trabalhador a ruído acima dos limites de tolerância, ainda que
fazendo uso de EPI. Estabeleceu também o STF que, em caso de dúvida, esta
se deve resolver em favor do segurado.
● STJ/TNU: É possível a realização de perícia indireta, por similaridade, em casos em que as
empresas nas quais a parte autora trabalhou estiverem inativas, sem representante legal e não
existirem laudos técnicos ou formulários que possam comprovar condições de insalubridade,
que ensejem o reconhecimento de tempo especial de serviço.
● SUM 82 TNU Categorias profissionais que possuem direito à aposentadoria especial: Além dos
profissionais da saúde, contempla os trabalhadores que exercem atividades de serviços gerais
em limpeza e higienização de ambientes hospitalares.
● Em aposentadoria especial inexiste diferença entre homens e mulheres, sendo 100% do SB,
não incide fator previdenciário.
● O aposentado especial que retornar à atividade especial terá o benefício suspenso. A lei não
veda o retorno à atividade comum.
87 ● Aposentadoria especial segundo o texto de lei, é concedido ao empregado, trabalhador avulso
e contribuinte individual somente se cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de
produção. Isto porque somente nesses casos há a respectiva fonte de custeio prévia. (GILRAT).
Atenção, o STJ considerou o artigo 64 do RPS ilegal, motivo pelo qual é cabível o benefício ao
contribuinte individual.
o Essa menção de “somente se cooperado e filiado à cooperativa existe em
virtude do fato de que apenas quanto à contratação do contribuinte individual
descrito, há a previsão de incidência da contribuição do 22, II, da 8212, que
financia a aposentadoria especial (§6º, art. 57, lei 8213)
o Não há vedação legal para contribuinte individual, desde que comprove a
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física. Neste sentido é a
súmula 62 da TNU. Alguns divergem aqui. Acompanhar essa tese em prova!
● A atividade especial é considerada como tempo de trabalho permanente, não ocasional nem
intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do
segurado.
o SUM 49 TNU: a exposição aos agentes nocivos à saúde ou integridade física
não precisa ocorrer de forma permanente.
● ATENÇÃO: considera-se como atividade especial os períodos de descanso, férias, afastamento
decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez
acidentária, percepção de salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado
estivesse exercendo atividade considerada especial.
● SUM 68 TNU: o laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à
comprovação da atividade especial do segurado.
● SUM 55 TNU A conversão do tempo de atividade especial em comum deve ocorrer com
aplicação do fator multiplicativo em vigor na data da concessão da aposentadoria.
o ATENÇÃO Exceção ao tempus regit actum, pois não considera o fator
multiplicativo vigente na época da atividade laboral.
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individual ou facultativo. Mas é PERMITIDA a opção, desde que manifestada, também, pelos
dependentes, ao benefício mais vantajoso.
● Os dependentes de segurado preso em regime fechado ou semiaberto fazem jus ao auxílio-
reclusão ainda que o condenado passe a cumprir pena em prisão domiciliar.
● É possível a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que recebia salário de
contribuição pouco superior ao limite estabelecido como critério de baixa renda pela
legislação da época de seu encarceramento. Assim, é possível a concessão do auxílio-reclusão
quando o caso concreto revelar a necessidade de proteção social, permitindo ao julgador a
flexibilização do critério econômico para deferimento do benefício pleiteado, ainda que o
salário de contribuição do segurado supere o valor legalmente fixado como critério de baixa
renda no momento de sua reclusão.
● Na análise de concessão do auxílio-reclusão, o fato de o recluso que mantenha a condição de
segurado pelo RGPS estar desempregado ou sem renda no momento em que foi preso
demonstra que ele tinha “baixa renda”, independentemente do valor do último salário de
contribuição. O critério econômico da renda deve ser aferido no momento da reclusão, pois é
nele que os dependentes sofrem o baque da perda do provedor. Se, nesse instante, o
segurado estava desempregado, presume-se que se encontrava em baixa renda, sendo,
portanto, devido o benefício a seus dependentes. (REPETITIVO)
● Para a concessão de auxílio-reclusão (art. 80 da Lei n. 8.213/1991), o critério de aferição de
renda do segurado que não exerce atividade laboral remunerada no momento do
recolhimento à prisão é a ausência de renda, e não o último salário de contribuição. (STJ, info
618, fev/2018)
89 2.4.9. Salário-maternidade
● Na própria lei 8213, há prorrogação de salário-maternidade, por mais duas semanas nos
períodos anteriores e posteriores, ou seja 14 antes e 14 depois, mediante atestado médico
específico, em casos excepcionais.
● Poderá o benefício ser requerido em 5 anos a contar da data do parto (prescrição), haja vista a
ausência de fixação de prazo máximo para o seu requerimento.
● A lei 8213 foi alterada no artigo 71-A, garantindo o salário-maternidade na adoção ou guarda
judicial para fins de adoção por 120 dias, independentemente da idade da criança. Foi
estendido aos homens segurados da Previdência.
● No gozo do salário-maternidade, o empregador só recolhe a cota patronal, uma vez que o
patrão não efetua o pagamento do salário, e sim o INSS.
● O salário-maternidade tem natureza salarial, e incide contribuição PATRONAL e o INSS
recolherá a parte do empregado.
● Devido a todas seguradas, sem exceção.
● A RMI é calculada conforme determinado em lei, pois substitui a remuneração. Assim, não se
calcula com base no salário de benefício.
● Considera-se parto o evento que gera certidão de nascimento ou certidão de óbito.
● Em caso de aborto não criminoso a segurada terá direito ao benefício por duas semanas.
● A segurada aposentada (por idade ou tempo de contribuição) que retorna à atividade fará jus
ao salário maternidade.
● Não se aplica o teto do RGPS ao salário maternidade, no caso de empregada e avulsa, mas se
aplica o teto do STF para percepção. Ainda, salário maternidade é considerado para fins de
salário-contribuição, devendo incidir contribuição sobre ele. Já auxílio-acidente só é
considerado para fins de salário-benefício, não sendo considerado como salário-contribuição
(não tributa).
● O salário-maternidade é o único benefício considerado como salário-contribuição para fins de
cálculo e incidência da contribuição.
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● STJ: é possível considerar o tempo de serviço rural anterior ao advento da lei 8213 para fins de
carência de aposentadoria híbrida por idade, sem que seja necessário o recolhimento de
contribuições previdenciárias para este fim. No entanto, perderá a possibilidade de redução
de 5 anos.
o ATENÇÃO: o trabalho rural anterior à lei 8213, em caso de aposentadoria por
tempo de contribuição, não será computado para efeito de carência, conforme
o artigo 55, §2º, mas tão somente como tempo de serviço.
o A aposentadoria híbrida pode ser concedida ainda que a última atividade do
segurado seja urbana, ou seja, ele começou na atividade rural e depois migrou
para a urbana.
● A ausência de prova de atividade rural extingue o processo sem resolução do mérito por
carência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do processo, não gerando
coisa julgada.
● Súmula 149-STJ: A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade
rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário.
●
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95 Assim, verificado que ele não consegue trabalhar, entretanto, consegue ter uma vida
independente, há de se analisar as circunstâncias econômicas e sociais de modo a deferir o
LOAS. LOAS não é para um vegetal, é para aquele que não consegue se manter, ainda que
consiga andar em casa e ser independente nas necessidades pessoais.
§ 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com
qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência
médica e da pensão especial de natureza indenizatória.
§ 5o A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito
do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada.
● § 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser declarada pelo requerente ou
seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento
para o deferimento do pedido.
§ 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de aprendizagem não serão
computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3o deste
artigo.
● § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados
outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação
de vulnerabilidade, conforme regulamento.
§ 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a realização
de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem
motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência.
● Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão concedente quando
a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual.
● § 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora de que trata o caput deste
artigo e, quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não
tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser
requerida a continuidade do pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de
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96 2.6.1. Seguro-defeso
● SEGURO-DEFESO: devido ao pescador artesanal que exerça sua atividade exclusiva e
ininterruptamente, de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar.
o Valor de 1 salário-mínimo mensal enquanto durar o período de defeso.
o Não pode ser superior a 5 meses.
o Ininterruptamente significa: atividade exercida durante o período
compreendido entre o defeso anterior e o defeso em curso; ou 12 meses
imediatamente anteriores ao defeso em curso, dando-se preferência ao que
for menor.
o O segurado não fará jus a mais de um benefício no mesmo ano decorrente
de defesos relativos a espécies distintas.
o A concessão do benefício não é estendida às atividades de apoio à pesca e
nem aos familiares do pescador profissional que não satisfaçam os requisitos e
as condições estabelecidas na lei.
▪ ATENÇÃO: as atividades de apoio, considera-se assemelhado ao
pescador artesanal, enquadrando-se como segurado especial, mas
não tem direito ao seguro-defeso. Atividade de apoio é reparo de
petrecho, embarcação, etc.
o Vedado percepção de LOAS e seguro-defeso concomitante.
o Para fazer jus, o pescador não poderá estar em gozo de nenhum benefício
decorrente de benefício previdenciário ou assistencial de natureza continuada,
exceto pensão por morte e auxílio-acidente.
o
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cônjuge do participante. STJ. 3ª Turma. REsp 1715485-RN, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 27/02/2018 (Info 620)
● ATENÇÃO: Previdência Complementar só se aplica aos cargos efetivos. Não se aplicam aos
cargos em comissão. Isso porque estes contribuem ao RGPS, ocasião em que poderão
recolher à previdência privada.
● O benefício de previdência privada fechada é excluído da partilha em dissolução de união
estável regida pela comunhão parcial de bens. STJ. 3ª Turma. REsp 1.477.937-MG, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 27/4/2017 (Info 606). #OLHAOGANCHO: Apenas a título
de reforço de argumentação, vale ressaltar que a aposentadoria pública (benefício pago pelo
INSS) também não é incluída na meação como "bem", sendo incomunicável.
● É possível a inclusão de companheiro como beneficiário de suplementação de pensão por
morte quando existente, no plano de previdência privada fechada, apenas a indicação de ex-
cônjuge do participante.
● Os valores recebidos de boa-fé pelo assistido, quando pagos indevidamente pela entidade de
previdência complementar privada em razão de interpretação equivocada ou de má aplicação
de norma do regulamento, não estão sujeitos à devolução.
● Nos planos de benefícios de previdência privada patrocinados pelos entes federados –
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas
direta ou indiretamente -, para se tornar elegível a um benefício de prestação que seja
programada e continuada, é necessário que o participante previamente cesse o vínculo
laboral com o patrocinador, sobretudo a partir da vigência da Lei Complementar nº 108/2001,
99 ●
independentemente das disposições estatutárias e regulamentares
O patrocinador não possui legitimidade passiva para litígios que envolvam
participante/assistido e entidade fechada de previdência complementar, ligados estritamente
ao plano previdenciário, como a concessão e a revisão de benefício ou o resgate da reserva de
poupança, em virtude de sua personalidade jurídica autônoma. Obs: não se incluem, no
âmbito da matéria afetada, as causas originadas de eventual ato ilícito, contratual ou
extracontratual, praticado pelo patrocinador. Em outras palavras, a tese acima definida não
engloba a discussão quanto a atos ilícitos cometidos pelo patrocinador. STJ. 1ª Turma. REsp
1.370.191-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info
630).
●
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o Não incide o prazo decadencial para tratar de fatos não apreciados pela
Administração no ato da concessão.
o Revisão do benefício: a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do
recebimento da primeira prestação.
o Impugnação de indeferimento parcial: a contar do dia em que tomar
conhecimento da decisão que o benefício não é concedido de acordo com o
desejo do segurado .
● Em caso de má-fé não corre a decadência para rever os atos da previdência social.
● Súmula 175-STJ: Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS.
● O art. 115 da Lei nº 8.213/91 prevê expressamente a possibilidade de inscrição em dívida ativa
do valor correspondente a benefício previdenciário ou assistencial indevidamente recebido e
não devolvido ao INSS. A inscrição em dívida ativa será por conta da PGF. Só pode inscrever
em dívida ativa os créditos constituídos após a publicação da MP que foi convertida em lei,
do referido dispositivo. Neste caso, é a própria PGF que irá cobrar o débito em execução
fiscal.
● Valores recebidos por força de decisão/sentença/acórdão: é para benefícios PREVIDENCIÁRIOS e
ASSISTENCIAIS
Devolverá os
Segurado recebe o benefício por força de...
valores?
1ª) tutela provisória, que é, posteriormente, revogada na sentença. STJ (REPETITIVO) e
TNU: SIM
2ª) sentença, que é, posteriormente, reformada em 2ª instância.
101 STF: NÃO
3ª) sentença, mantida em 2ª instância, sendo, no entanto, reformada
NÃO
em Resp.
4ª) sentença transitada em julgado, que posteriormente, é
NÃO
reformada em Ação rescisória.
**Em provas objetivas, atentar para o enunciado da questão para verificar se ele fala
em STF ou STJ. No entanto, se não mencionar nada, marque o entendimento do STJ
(deve devolver). Isso porque no STF o tema ainda não está consolidado enquanto que
no STJ já existe até precedente em recurso especial repetitivo.
● STJ: Os valores pagos em virtude de tutela judicial cassada NÃO podem ser ressarcidas por
desconto do benefício previdenciário com fundamento no artigo 115, II, da Lei 8213, pois só
pode utilizar-se de tal dispositivo para reaver os valores além do devido concedidos
administrativamente. Para reaver os valores pagos em virtude de tutela judicial, o INSS deverá
manejar ação judicial de cobrança.
● Súm 142 STJ: cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins
previdenciários.
● A anotação em CTPS produz prova fidedigna e possui presunção de veracidade, iuris tantum.
● Desaposentação: somente lei pode criar benefícios e vantagens no âmbito do RGPS, não
havendo, por ora, direito à desaposentação.
● Se a ação foi proposta perante juizado itinerante, não precisa de requerimento administrativo.
● Se a ação foi proposta sem prévio requerimento administrativo, mas o INSS já apresentou
contestação de mérito, o processo também deverá prosseguir normalmente (não será extinto).
Isso porque o fato de o INSS ter contestado e de ter refutado o mérito da pretensão
demonstra que há resistência ao pedido (a autarquia não concorda com o pleito), de forma
que existe interesse de agir por parte do autor.
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Lei nº 7.986/89. Como é (era) feita essa comprovação? É necessário que o requerente
apresente documentos?
o Antes da edição da Lei nº 9.711/98: a comprovação desse trabalho podia ser
feita por todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive mediante
justificação administrativa ou judicial. Não se exigia início de prova material.
o Depois da edição da Lei nº 9.711/98: a comprovação somente produzirá efeito
quando baseada em início de prova material. Assim, se for realizada
justificação, administrativa ou judicial, essa prova só produzirá efeitos se for
acompanhada de início de prova material. Não se admite prova
exclusivamente testemunhal.
o Para recebimento do benefício previsto no art. 54 do ADCT/88, a justificação
administrativa ou judicial é por si só, meio de prova hábil para comprovar o
exercício da atividade de seringueiro quando requerida na vigência da Lei nº
7.986/89, antes da alteração legislativa trazida pela Lei nº 9.711/98, que
passou a exigir início de prova material.
● Incide contribuição previdenciária sobre os valores recebidos a título de CORREÇÃO
MONETÁRIA em execução de sentença na qual se reconheceu o direito a reajuste de
servidores públicos. Por outro lado, não há incidência de contribuição previdenciária sobre os
JUROS DE MORA relativos às diferenças remuneratórias pagas aos servidores públicos. Assim,
os juros moratórios consectários de condenação judicial que reconheceu a mora da
Administração Pública no pagamento de diferenças remuneratórias aos servidores não
integram a base de cálculo da contribuição para o PSS, prevista no art. 16-A da Lei nº
103 10.887/2004
● O abono de permanência em serviço (vulgarmente conhecido como “pé-na-cova”), outrora
previsto no art. 87 da Lei 8.213/91, se encontra, hoje, revogado no âmbito do RGPS.
● É devido abono anual (gratificação natalina) ao segurado e ao dependente da Previdência
Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão
por morte ou auxílio-reclusão”. Não há salário-maternidade, portanto. Abono anual é uma
renda extra devida ao segurado e ao dependente da Previdência Social que, durante o ano,
percebeu auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-
reclusão. Tem por objetivo assegurar ao segurado ou seu dependente uma gratificação de
Natal extra no fim do ano, com alguma semelhança ao 13º salário ou gratificação natalina
previsto na Lei nº 4.090, de 1962.
● Compete à Justiça Estadual – e não à Justiça Federal – processar e julgar ação que tenha por
objeto a concessão de pensão por morte decorrente de óbito de empregado ocorrido em
razão de assalto sofrido durante o exercício do trabalho.
● Correção monetária dos valores em atraso calculada de acordo com o Manual de Orientação
de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal até a promulgação da Lei nº 11.960/09
(INPC), a partir de quando será apurada, conforme julgamento proferido pelo C. STF (IPCA-E),
sob a sistemática da repercussão geral (Tema nº 810 e RE nº 870.947/SE), pelos índices de
variação do IPCA-E, tendo em vista os efeitos ex tunc do mencionado pronunciamento. Isso foi
o que o STF entendeu em sede de repercussão geral. Aí o STJ em repetitivo disse,
posterioremente:
o De acordo com o STJ, a utilização do INPC é lícita enquanto tal índice for capaz
de exprimir o fenômeno inflacionário (não deve ser aplicado para sempre, mas
tão somente enquanto refletir a realidade inflacionária nacional). Explica o
colendo STJ que a adoção do INPC não configura afronta ao que foi decidido
pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral (RE 870.947/SE).
Isso porque, naquela ocasião, determinou-se a aplicação do IPCA-E para fins
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vigente, embora possa tal atribuição ser delegada por aquele aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União.
● Parte da doutrina considera a transação penal exceção à regra da jurisdição necessária,
podendo ser aplicada nas hipóteses de ação penal pública condicionada à representação.
3.1.1. Princípio da insignificância
● Princípio da insignificância x Bagatela imprópria:
o Insignificância (bagatela própria): não se aplica o direito penal em razão da
insignificância da lesão ou do perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. O
interesse tutelado não sofreu nenhum dano ou ameaça de lesão relevante. A
conduta é formalmente típica, mas materialmente atípica. É o desvalor do
resultado/conduta e é causa de exclusão da tipicidade material do fato.
o Bagatela Imprópria: Conquanto presentes o desvalor da conduta e do
resultado, evidenciando-se conduta material/formal típica, antijurídica e
culpável, a aplicação da pena, considerando-se as circunstâncias do caso
concreto, em especial o histórico do autor do fato, torna-se desnecessária. É o
valor ínfimo da culpabilidade em concurso com requisitos post factum que
levam à desnecessidade da pena no caso concreto. A pena não é meramente
retributiva, devendo sempre ser aplicada,
Súmula 599: Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes contra a Adminsitração
Pública. Obs: aceita no descaminho.
Rádio Clandestina
o STJ: Não se aplica a insignificância, mesmo que seja de baixo potência, vez
105 que se trata de delito formal de perigo abstrato, que dispensa a
comprovação de qualquer dano ou do perigo, presumindo-se este
absolutamente pela lei.
o STF: Sim, é possível aplicar a insignificância em casos excepcionais, desde que
a rádio clandestina opere em baixa frequência, em localidades afastadas dos
grandes centros e em situações nas quais ficou demonstrada a inexistência de
lesividade.
A conduta em questão, ainda que aplicado o princípio da
insignificância, teria seu sancionamento suficiente na esfera
administrativa.
o De acordo com o STF, o crime do art. 183 da Lei nº 9.472/97 somente ocorre
quando houver habitualidade. Se esta estiver ausente, ou seja, quando o
acusado vier a instalar ou se utilizar de telecomunicações clandestinamente,
mas apenas uma vez ou de modo não rotineiro, a conduta fica subsumida no
art. 70 da Lei 4.117/62, pois não haverá aí um meio ou estilo de vida, um
comportamento reiterado ao longo do tempo, que seria punido de modo mais
severo pelo art. 183 da Lei nº 9.472/97 (STF. HC 93870/SP, rel. Min. Joaquim
Barbosa, 20.4.2010).
o STJ: A prática de atividade de telecomunicação sem a devida autorização dos
órgãos públicos competentes subsume-se no tipo previsto no art. 183 da Lei
9472/97, divergindo da conduta descrita no art. 70 da Lei 4117/62, em que se
pune aquele que, previamente autorizado, exerce a atividade de
telecomunicação de forma contrária aos preceitos legais e aos regulamentos.
A conduta de transmitir sinal de internet, via rádio, como se fosse um provedor de internet,
sem autorização da ANATEL, configura o crime do art. 183 da Lei nº 9.472/97?
o STJ: SIM. A transmissão clandestina de sinal de internet, via radiofrequência,
sem autorização da ANATEL, caracteriza, em tese, o delito previsto no art. 183
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● Nos crimes omissivos impróprios é necessária uma qualificação especial do agente, ou seja,
autores delimitados, descritos pela lei Penal.
● Lembrar que não é cabível a autoria mediata em crimes culposos, pois o resultado
naturalístico é produzido involuntariamente pelo agente, não sendo possível a utilização de
um inimputável para a prática de um crime que não se pretendeu produzir pelo agente
mediato.
● Crime habitual: a pluralidade de atos é um só crime, trata-se de hipótese em que a ação é
hábito, como no exercício ilegal da medicina.
● Crime continuado: cada ato é punível e o conjunto de delitos constitui um delito só, por
dependência de todos eles. Há um liame entre eles de modo, tempo e lugar.
● Crime permanente: é aquele em que seus efeitos perduram pelo tempo.
● Responsabilidade penal da pessoa jurídica: a CF prevê hipóteses, como o artigo 173, §5º, nos
crimes contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular, bem como no
artigo 225, §3º, nos crimes ambientais.
o STJ: entendia pela necessidade da dupla imputação. Depois que o STF se
manifestou pela inaplicabilidade, o STJ mudou seu entendimento adequando-
o ao entendimento do STF.
o STF: diz que a CF não fez essa obrigação, entendendo pela possibilidade de
condenação da pessoa jurídica dissociada da pessoa física.
● Sociedade de risco do direito penal: perigos que podem surgir com a evolução das sociedades,
de modo que é preciso adequar os tipos penais à realidade. Hoje, temos a preocupação com os
direitos difusos, havendo a criação de tipos abstratos e cumulativos.
109 ● Crimes/tipos de perigo abstrato: diante da probabilidade de uma ação ser considerada
perigosa, o legislador antecipa a proteção do direito penal ao dano propriamente dito,
punindo uma conduta entendida como perigosa ao bem jurídico a ser protegido. O tipo penal
visa evitar não o dano, mas o próprio perigo do dano. Ex: soltar balão de fogo. Liquefação.
Espiritualização.
● Crimes/tipos cumulativos: punição da conduta que, de forma isolada, não seria relevante, mas
se praticada generalizadamente traria prejuízos para sociedade. Ex: delitos ambientais. Logo:
não pune a conduta por sua lesividade, mas para prevenir a prática generalizada, que é capaz
de provocar perigo supraindividual.
● Direito Penal Negocial: resposta à expansão do direito penal, que passa a tutelar bens
jurídicos supraindividuais, ameaçados por novos riscos sociais. Nesse modelo, o Estado abre
mão de parcela do ius puniendi e incorpora institutos negociais no ordenamento, sob a
justificativa de redução de custos com o aparato judicial e de maior eficiência no combate à
criminalidade organizada.
● Crimes Plásticos: são tipos penais criados para determinadas épocas, em virtude da evolução
social, como os crimes contra o sistema financeiro, crimes digitais, etc.
● Crimes Naturais: São os crimes que são importantes em todos os momentos históricos, como
no caso do homicídio, furto, roubo, etc.
3.3.1. Dolo e culpa
● Crime PROGRESSIVO x PROGRESSÃO CRIMINOSA:
o Crime PROGRESSIVO: queria desde o início o crime mais grave, mas tem que
passar pelo menos grave. Não mudou o dolo.
o PROGRESSÃO Criminosa: Primeiro o agente praticou um crime menos grave
(era o objetivo). Depois ele resolveu progredir e praticar um crime mais grave.
Muda o DOLO.
● Crime Progressivo = C vem antes de P. A vontade vem antes.
● Progressão Criminosa = C vem depois de P. A vontade vem depois.
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● DOLO:
o Dolo direto: determinado, intencional, imediato, incondicionado. O agente
prevê um resultado e dirige a sua conduta na busca de realiza-lo.
▪ Primeiro grau: é o dolo em relação ao fim proposto e aos meios
escolhidos.
▪ Segundo grau: é o dolo em relação aos efeitos colaterais,
representados como necessários, sem os quais o efeito desejado não
ocorre. Ex: bomba em avião para matar um sujeito, e acaba matando
outros.
o Dolo indireto: é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um
resultado certo e determinado. O agente não dirige sua conduta a uma
finalidade precisa.
● Nos delitos culposos a ação do tipo não está determinada legalmente. Seus tipos são, por isso,
abertos ou com necessidade de complementação, já que o juiz tem que completá-los para o
caso concreto. Assim, o juiz tem que interpretar o ato culposo, complementando o tipo
fechado.
3.3.2. Crime impossível
●
110 O Código Penal adotou a teoria objetiva moderada em relação ao crime impossível. Isso
porque o artigo 17 exige, para a caracterização do crime impossível, que o objeto seja
absolutamente impróprio ou o meio seja absolutamente ineficaz, caracterizando-se a
tentativa quando os meios sejam relativamente eficazes ou impróprios.
● Para a teoria objetiva pura, não há distinção entre inidoneidade absoluta ou relativa, já que em
ambos os casos não haveria bem jurídico em perigo, sendo o fato, portanto, impunível.
● Para a teoria subjetiva, não importa se o meio ou o objeto são absoluta ou relativamente
ineficazes ou impróprios, pois que, para a configuração da tentativa, basta que o agente tenha
agido com vontade de praticar a ação penal. O agente, no caso, seria punido apenas pela
intenção.
● Crime putativo: quando o agente acha estar cometendo um crime. Só em sua órbita subjetiva
ele acha. Espécies: erro de tipo e erro de proibição.
3.3.3. Cosunção, absorção, subsidiariedade e especialidade
● Quando o falso é meio para o descaminho, fica por ele absorvido.
● É possível a absorção de um crime meio mais grave por um crime fim mais leve.
● Prescrito o crime fim, inviável o início da ação penal quanto ao crime meio já absorvido.
● Contravenção penal não absorve crime tipificado no Código Penal.
● O princípio da consunção pode ser aplicado mesmo que o crime a ser absorvido (crime-meio)
seja mais grave do que o crime-fim. O que importa é que o crime-meio tenha exaurido a sua
potencialidade lesiva, segundo se extrai da Súmula 17-STJ ("Quando o falso se exaure no
estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido"). Assim, admite-se que uma
infração penal de maior gravidade (maior pena em abstrato), quando utilizado como simples
instrumento para a prática de delito menos grave (menor pena), seja por este absorvido (STJ
AgRg no REsp 1274707/PR).
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● Se o juiz apura, pelas características pessoais do indígena, sua integração social – escolaridade,
fluência na língua portuguesa ou outros elementos de convicção -, dispensa-se a realização de
exame antropológico para mesma finalidade.
● A instauração de incidente de insanidade mental pressupõe a configuração de dúvida razoável
sobre a própria imputabilidade criminal do acusado, ou seja, não é de ser deferido apenas
porque apresentado pela defesa.
● Embriaguez – álcool ou droga:
o Não é isento de pena: voluntária ou culposa.
o É isento de pena: embriaguez completa em caso fortuito ou força maior,
devendo ser inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
o Diminui 1 a 2/3: não tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato em razão de embriaguez causada por caso fortuito ou força maior.
● É isento de pena aquele que ao tempo da ação ou omissão era inteiramente incapaz de
entender o fato criminoso.
o Se for entre a denúncia e a prolação de sentença, suspende o processo até
que o acusado se restabeleça, com a nomeação de curador.
o Se sobrevier a insanidade no curso da execução penal, vai para o manicômio.
3.5. Teoria da pena – efeitos da condenação – concurso de crimes
Das penas: das espécies de penas; das penas privativas da liberdade: reclusão e detenção;
regras do regime fechado; regras do regime semiaberto; regras do regime aberto; regime
especial; direitos do preso; legislação especial relativa aos direitos e ao trabalho do preso e a
114 outras questões relativas à execução penal; superveniência de doença mental; detração
penal; das penas restritivas de direitos: normas gerais sobre as penas restritivas de direitos;
conversão das penas restritivas de direitos; prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas; interdição temporária de direitos; da pena de multa: normas gerais sobre
a pena de multa; pagamento da multa; suspensão da execução da multa; da cominação das
penas; penas privativas da liberdade; penas restritivas de direitos; pena de multa; da
aplicação da pena: fixação da pena; critérios especiais da pena de multa; multa substitutiva;
circunstâncias agravantes; agravantes no concurso de pessoas; reincidência; circunstâncias
atenuantes; concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes; cálculo da pena; concurso
material; concurso formal; crime continuado; multas no concurso de crimes; erro na
execução do crime; resultado diverso do pretendido; limite das penas; ordem de execução
das penas no concurso de infrações; da suspensão condicional da pena: requisitos da
suspensão da pena; revogação obrigatória e facultativa da suspensão da pena; prorrogação
do período de prova; efeito do cumprimento das condições da suspensão condicional da
pena; do livramento condicional: requisitos do livramento condicional; soma de penas
relativas a infrações diversas, para fim do livramento condicional; condições a que fica
subordinado o livramento condicional; revogação obrigatória e facultativa do livramento
condicional; efeitos da revogação; a declaração de extinção da pena e o crime cometido na
vigência do livramento condicional; dos efeitos genéricos e específicos da condenação; da
reabilitação.
Teoria das penas
o Teoria absoluta: doutrinas que defendem a natureza retributiva das penas. A
pena seria um fim em si própria, como castigo, reação, reparação, retribuição
do crime. É justificada pelo seu valor axiológico, não sendo um meio,
tampouco um custo, mas sim um dever metajurídico que possui em si seu
próprio fundamento. PENA = retribuir.
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valem para qualquer pessoa que praticou aquele crime. Isso porque a valoração abstrata já
foi feita pelo legislador. A valoração a ser realizada pelo juiz é a do caso concreto
● Condenação criminal não pode ser utilizada como "maus antecedentes" e também como
"personalidade" negativa, sob pena de bis in idem.
● Os antecedentes sociais do réu não se confundem com os seus antecedentes criminais. São
circunstâncias distintas, com regramentos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado
utilizar as condenações anteriores transitadas em julgado como "conduta social desfavorável".
● É vedado utilizar IPL ou ação penal em andamento para AGRAVAR A PENA BASE. Só se pode
reincidência e maus antecedentes se transitada em julgado. No mesmo sentido, não se pode
empregar para exasperar a pena base, seja a título de maus antecedentes, seja a título de
conduta social ou personalidade do agente.
● STJ: não é possível considerar a condenação transitada em julgado, correspondente a fato
posterior ao narrado na denúncia, para valorar negativamente antecedentes, conduta social
ou personalidade do agente. APENAS CRIMES ANTERIORES, ainda que o trânsito em julgado
seja superveniente ao crime cuja a ação penal se refere
● • Crime continuado do caput do art. 71 do CP: o critério para se determinar o quantum da
majoração (entre 1/6 a 2/3) é apenas a quantidade de delitos cometidos. Assim, quanto mais
infrações, maior deve ser o aumento. • Crime continuado específico (art. 71, parágrafo único,
do CP): a fração de aumento será determinada pela quantidade de crimes praticados e
também pela análise das circunstâncias judicias do art. 59 do Código Penal. STJ. 5ª Turma.
REsp 1718212/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/04/2018.
● Nos delitos contra a ordem tributária e contra a Administração Pública é possível o
116 agravamento da pena-base com fundamento no prejuízo sofrido pelos cofres públicos, quando
o valor do prejuízo representa montante elevado, dada a maior reprovabilidade da conduta.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1249284/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
05/06/2018.
● O excesso de velocidade não constitui fundamento apto a justificar o aumento da pena-base
pela culpabilidade, por ser inerente aos delitos de homicídio culposo e de lesões corporais
culposas praticados na direção de veículo automotor, caracterizando a imprudência,
modalidade de violação do dever de cuidado objetivo, necessária à configuração dos delitos
culposos.
● O fato de o crime de corrupção passiva ter sido praticado por Promotor de Justiça no
exercício de suas atribuições institucionais pode configurar circunstância judicial desfavorável
na dosimetria da pena. Isso porque esse fato revela maior grau de reprovabilidade da
conduta, a justificar o reconhecimento da acentuada culpabilidade, dada as específicas
atribuições do promotor de justiça, as quais são distintas e incomuns se equiparadas aos
demais servidores públicos latu sensu.
● É possível a aplicação da agravante genérica do art. 61, II, “c”, do CP nos crimes preterdolosos,
como o delito de lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP).
o O artigo 129, §3º, descreve conduta dolosa autônoma, sendo o resultado
morte mera consequência. A conduta dolosa preenche autonomamente o tipo
legal e o resultado culposo denota mera consequência. Assim sendo, é cabível
a agravante genérica de traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou
outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido. O
crime inicial foi doloso, de modo que o agente quis o primeiro resultado e
praticou mediante traição, emboscada, etc., sendo a morte somente a
consequência culposa de seu ato.
● Decisão transitada em julgado:
o Reincidência: acaba após 5 anos. STJ e STF
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o Maus antecedentes:
▪ STF: não pode vigorar para sempre, não pode usar decisão transitada
em julgado após escoado 5 anos para mais antecedentes. Tanto a
reincidência como os maus antecedentes obedecem ao sistema da
temporariedade.
▪ STJ: pode usar decisão transitada em julgado após 5 anos como maus
antecedentes. Reincidência: sistema da temporariedade. Maus
antecedentes: sistema da perpetuidade.
o Reincidência: FATO E CONDENAÇÃO PRETÉRITA. Se ocorrer no curso de outra
ação é reincidência (STF).
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● Súm STF 719: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação IDÔNEA.
o Tal motivação deve se prender exatamente às circunstâncias judiciais. Deve
ser demonstrado concretamente a existência de circunstâncias judiciais
desfavoráveis.
o Isto posto, não cabe motivo mais gravoso por quantidade de droga
apreendida.
● Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos (ex: prestação
pecuniária), o CP prevê, como consequência, a reconversão da pena restritiva de direitos em
privativa de liberdade. Logo, o juiz não deve decretar o arresto dos bens do condenado como
forma de cumprimento forçado da pena substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena
já é a medida que, por força normativa, atribui conectividade à pena restritiva de direitos.
● Desde que as circunstâncias judiciais sejam desfavoráveis ao réu e que a decisão judicial esteja
devidamente fundamentada, mediante apresentação de justificativa plausível, admite-se a
imposição do regime inicial semiaberto para o cumprimento de pena aplicada em patamar
inferior a quatro anos, nos termos do § 3º do art. 33 do CP e do Enunciado 719 da Súmula do
Supremo Tribunal Federal. HC 124.876, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 24-2-2015,
acórdão publicado no DJE de 11-3-2015
o 2ª Turma denegou em sentença que se sustentava ilegalidade em razão da
fixação do regime semiaberto para o cumprimento de pena inferior a quatro
anos, exclusivamente em razão da exasperação da pena base. O Colegiado
118 destacou que, na espécie, embora a pena final fixada fosse inferior a quatro
anos, duas das circunstâncias judiciais contidas no art. 59 do CP seriam
desfavoráveis aos pacientes — as circunstâncias e as consequências do crime
—, o que, nos termos do § 3º do art. 33 do CP (“A determinação do regime
inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios
previstos no art. 59 deste Código”) e do Enunciado 719 da Súmula do STF (“A
imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea”), impediria a aplicação do regime inicial mais
brando.
● Tese 96 PGR: É possível a regressão de regime de cumprimento de pena do apenado
que pratica novo crime doloso , ainda que não haja trânsito em julgado em relação ao
novo crime, pois, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a Lei de
Execução Penal não prevê tal requisito para regressão de regime. ACATADO PELO STF e
STJ!
●
●
3.5.3. Pena de multa
É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. Se o
condenado morre, a pena de multa é extinta.
Na fixação da pena de multa, o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do
réu.
● A execução de pena de multa é da Fazenda Nacional, porém, o Ministério Público pode adotar
medidas assecuratórias para garantir o pagamento desta. Art. 142 CPP.
o Mudança de entendimento: STF: Cabe ao MP a cobrança prioritária da pena
de multa pecuniária imposta em sentença penal condenatória, sem prejuízo da
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A autoria colateral desconfigura o concurso de pessoas, pois entre os sujeitos não havia liame
subjetivo. A autoria colateral não é a mesma coisa que coautoria, pois não há concurso de
pessoas. Ocorre a autoria colateral quando dois ou mais agentes estão agindo na mesma
circunstância, objetivando o mesmo fim, mas sem existir entre eles o liame subjetivo.
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punibilidade. Essa situação configura uma privação de liberdade sem pena. STF. 2ª Turma. HC
151523/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/11/2018 (Inf
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Diretor, quantia essa oriunda de contratos ilegais celebrados pela Petrobrás. O STF entendeu
que esta conduta se enquadra no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). Obs: foi a
primeira condenação do STF envolvendo a chamada “operação Lava Jato”
● Desacato: para a configuração do crime, não é necessário que o funcionário público se sinta
ofendido, sendo indispensável que o menoscabo tenha alvo certo, de forma que a vítima deve
ouvir a palavra injuriosa ou sofrer diretamente o ato. É essencial para a configuração do delito
que o funcionário público esteja no exercício da função, ou, estando fora, que a ofensa seja
empregada em razão dela. Deve, pois, haver o chamado nexo funcional. A crítica ou a censura
sem excessos, por sua vez, não constituem desacato, ainda que veementes.
O STF tem entendido que em caso de decisão que determina alguma providência, sob pena
de multa diária, esta multa diária já é a pena, não havendo que se utilizar do direito penal
para punir por desobediência.
Ainda subsiste o crime de desacato no ordenamento jurídico. Não prevalece a tese de
inconvencionalidade com base no Pacto de San José da Costa Rica
o Desacato não viola a liberdade de expressão
o Descriminalizar o desacato não traria benefícios porque o fato constituiria
injúria
o Corte IDH admite que excessos na liberdade de expressão sejam punidos
o A figura penal do desacato não tolhe o direito à liberdade de expressão, não
retirando da cidadania o direito à livre manifestação, desde que exercida nos
limites de marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os excessos.
124 Para configurar denunciação caluniosa basta a instauração do inquérito policial, não
necessitado o indiciamento da pessoa cuja conduta criminosa foi imputada, de modo que não
haverá desclassificação para o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção.
Falso testemunho se dá na esfera judicial e administrativa.
Contrabando: bem tutelado é a moralidade administrativa, a saúde e a segurança pública. O
bem juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto elidido, alcançando
também o interesse estatal de impedir a entrada e a comercialização de produtos proibidos
em território nacional.
o Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de
descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na
conduta. STJ. 3ª Seção. CC 160748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 26/09/2018 (Info 635). Ratio: O simples fato do produto
mantido em depósito ter origem estrangeira é suficiente, por si só, para
atrair a competência da Justiça Federal. Os crimes de contrabando e de
descaminho tutelam prioritariamente interesse da União porque a ela
compete privativamente definir os produtos que não podem ingressar no
país, além de exercer a fiscalização aduaneira e de fronteira (arts. 21, XXII e
22, VIII, da CF/88).
o
o
4.1.1. Crimes funcionais
● Atípica a conduta de utilizar de mão-de-obra de outro servidor público para, em determinados
momentos, fazer com que este preste serviços particulares a ele, não obstante possa ser
caracterizado como improbidade administrativa.
o Entretanto, se utiliza verba pública para pagar salário de empregado
particular, haverá o crime de peculato. É o caso de cargo em comissão que
realiza atividades exclusivamente privadas para o agente do crime, sendo
remunerado por verba pública.
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● Peculato USO:
o Bem infungível e não consumível: não é fato típico.
▪ Segundo a doutrina e jurisprudência majoritárias, é atípico o “uso
momentâneo de coisa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao
patrimônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral restituição
a quem de direito.”
o Bem fungível ou consumível: é fato típico.
o EXCEÇÃO (DL 201-67): peculato uso por prefeito
▪ é fato típico à luz do artigo 1º, II, do DL 201-67.
▪ Deve ser coisa INFUNGÍVEL, pois se for coisa fungível, pratica o
peculato do CP.
● Peculato: não exige que tenha a posse do bem, podendo simplesmente valer-se da qualidade
de servidor público e da facilidade para subtrair o bem. Basta concorrer para que a coisa seja
subtraída.
o Situação 1. Servidor público que se utiliza da mão-de-obra de outro servidor
público (normalmente seu subordinado) para, em determinados momentos,
fazer com que este preste serviços particulares a ele. Esta conduta não
configura peculato nem qualquer outro crime. Atenção: se o indivíduo que se
utilizou do servidor público for Prefeito, ele cometerá o delito do art. 1º, II, do
DL 201/67.
o Situação 2. Servidor público que utiliza a Administração Pública para pagar o
salário de empregado particular. Aqui o chefe contrata um indivíduo
125 supostamente para ser servidor público (cargo comissionado), mas, na
verdade, ele manda que a pessoa contratada preste exclusivamente serviços
particulares ao seu superior. Esta conduta, em tese, configura peculato.
o O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime
de peculato (art. 312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua
consumação, que o funcionário público se aproprie de dinheiro, valor ou outro
bem móvel em virtude do “cargo”. Depositário judicial não é funcionário
público para fins penais, porque não ocupa cargo público, mas a ele é
atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens
ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623). Obs: vale ressaltar
que o STJ decidiu apenas que a conduta do depositário judicial que vende os
bens sob sua guarda não comete o crime de peculato, pois não é funcionário
público e não ocupa cargo público. No entanto, a depender das peculiaridades
do caso concreto, a conduta pode configurar, em tese, os tipos penais dos arts.
168, § 1º, II, 171 ou 179 do Código Penal.
o Para configurar peculato exige-se um valor patrimonial. Diferente de
corrupção, que pode ser favores relacionados ao cargo.
● A configuração do crime de prevaricação exige demonstração da vontade livre e consciente de
deixar praticar ato de ofício, como também do elemento subjetivo específico do tipo, qual
seja, a vontade de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
● A causa de aumento do 327, §2º, pressupõe de que o crime deve ter ocorrido em decorrência
de direção, imposição hierárquica. Não basta mero exercício de cargo Parlamentar
● Na concussão o agente exige a vantagem indevida, apenas. Não há violência ou grave ameaça.
Se for cometido com violência ou grave ameaça será extorsão.
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● O simples fato de o réu exercer um mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa
de aumento do art. 327, § 2º, do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de "imposição hierárquica").
o A causa de aumento de pena prevista no § 2º do art. 327 do CP aplica-se ao
Chefe do Poder Executivo (ex.: Governador do Estado) e aos demais agentes
políticos. STF. Plenário. Inq 2606/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/9/2014
(Info 757). Vale ressaltar, no entanto, que: O simples fato de o réu exercer um
mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa de aumento do art.
327, § 2º, do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de "imposição hierárquica")
● Corrupção passiva: não precisa de ser ato de ofício, entretanto, se em consequência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional, a pena é aumentada de um terço.
o Não é necessário demonstrar o ato de ofício especificamente praticado em
contrapartida, mas, apenas, que a vantagem indevida guardou liame causal
com o exercício das funções públicas pelo funcionário, de modo que o
funcionário público pratique atos funcionais dirigidos ao responsável pelo
pagamento da propina.
● Não se configura o crime de desobediência na hipótese em que as notificações do responsável
pelo cumprimento da ordem foram encaminhadas por via postal, sendo os avisos de
recebimento subscritos por terceiros. Para caracterizar o delito de desobediência, exige-se a
notificação pessoal do responsável pelo cumprimento da ordem, demonstrando a ciência
126 inequívoca da sua existência e, após, a intenção deliberada de não cumpri-la
● O reconhecimento da inépcia da denúncia em relação ao acusado de corrupção ativa (art. 333
do CP) não induz, por si só, ao trancamento da ação penal em relação ao denunciado, no
mesmo processo, por corrupção passiva (art. 317 do CP). Prevalece o entendimento de que,
via de regra, os crimes de corrupção passiva e ativa, por estarem previstos em tipos penais
distintos e autônomos, são independentes, de modo que a comprovação de um deles não
pressupõe a do outro.
● No caso de advocacia administrativa, a pena depende da legitimidade ou não do interesse
patrocinado perante a administração pública.
● A conduta de excluir indevidamente os dados corretos dos sistemas informatizados ou bancos
de dados da Administração Pública é apenas DOLOSA e deve ser permeada pelo fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Se não for dolosa não há
crime, mas um mero acidente.
● O particular que entrega vantagem exigida num crime de concussão não comete fato típico.
Se não há corrupção ativa nem pelo ato de dar a vantagem solicitada pelo funcionário
público autor de corrupção passiva, com muito mais razão se há de ignorar a entrega da
vantagem exigida na concussão.
● Extingue-se a punibilidade do falso testemunho ou da falsa perícia se ao gente, antes da
sentença no processo em que ocorreu o ilícito, se retrata ou declara a verdade.
● Denunciação caluniosa pode ser em relação à CRIME, CONTRAVENÇÃO, ou qualquer
procedimento oficial.
● STF: se o advogado instruir a testemunha a mentir em depoimento judicial responde como
partícipe do crime de falso testemunho. Trata-se de verdadeira exceção à impossibilidade de
participação em crimes de mão própria.
● O diretor de organização social pode ser considerado funcionário público por equiparação para
fins penais (art. 327, § 1º do CP). Isso porque as organizações sociais que celebram contratos
de gestão com o Poder Público devem ser consideradas “entidades paraestatais”, nos termos
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do art. 327, § 1º do CP. STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
11/9/2018 (Info 915).
● O pagamento da diferença do imposto devido, antes do recebimento da denúncia, não
extingue a punibilidade pelo crime de corrupção ativa atrelado ao de sonegação fiscal. Ex:
João, sócio de uma empresa, ofereceu e pagou propina ao fiscal para que pudesse recolher um
valor menor de imposto. Assim, em vez de pagar R$ 400 mil de imposto, João pagou apenas R$
100 mil. Os fatos foram descobertos. João praticou, em tese, corrupção ativa (art. 333 do CP) e
sonegação fiscal (art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90). Antes que a denúncia fosse oferecida, João
pagou a diferença do imposto devido acrescido de multa, juros e correção monetária. Esse
pagamento irá gerar a extinção do crime de sonegação fiscal, mas não da corrução ativa que
deverá ser julgada normalmente. STJ. 6ª Turma. RHC 95.557-GO, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 21/06/2018 (Info 631). (Particular contra adm. pública)
● Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente.
o Qualquer autoridade administrativa que tiver ciência da ocorrência de infração no
Serviço Público tem o dever de proceder à apuração do ilícito ou comunicar
imediatamente à autoridade competente para promovê-la, sob pena de incidir no
delito de condescendência criminosa (art. 143 da Lei 8.112/90); considera-se
autoridade, para os efeitos dessa orientação, somente quem estiver investido de
poder decisório na estrutura administrativa, ou seja, o integrante da hierarquia
superior da Administração Pública. (STJ, MS 14159/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, j; 24/08/2011.
127 ● § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público.
o Prefeitos, Governadores e o Presidente da República incidem no aumento, já
que exercem cargo/função de direção do órgão que representam (INQ
1768/PA – STF, dezembro/2004) É entendimento reiterado desta Corte que a
causa de aumento de pena prevista no §2º do art. 327 do Código Penal se
aplica aos agentes detentores de mandato eletivo que exercem,
cumulativamente, as funções política e administrativa.”
● “Prevalece na jurisprudência do STF e do STJ a inexistência de bilateralidade entre os crimes de
corrupção passiva e ativa, pois, de regra, tais comportamentos delitivos, ‘por estarem
previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes, de modo que a
comprovação de um deles não pressupõe a do outro’ (RHC 52.465/PE, Rel. Ministro Jorge
Mussi, julgado em 23/10/2014).
4.1.2. Crimes contra a fé pública
● É possível a condenação de agente pela prática do crime de uso de documento falso sem a
realização de prova pericial no documento utilizado. Com fundamento em documentos e
testemunhos constantes do processo, acompanhados da confissão do acusado
● O STJ reafirmou o seu entendimento no sentido de que é atípica a mera declaração falsa de
estado de pobreza realizada com o intuito de obter os benefícios da justiça gratuita, uma vez
que o documento possui presunção relativa que comporta prova em sentido contrário.
● O falso, quando realizado para acobertar descaminho, é por este absorvido, ainda que a pena
do crime de falso seja maior do que o crime formalmente tributário (descaminho). Assim,
aplicado o princípio da insignificância sobre o delito de descaminho, não há que se falar em
denúncia por crime de falso, pois este foi absorvido pelo descaminho.
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● Falsidade ideológica, segundo Hungria, somente se configura se o papel tiver sido confiado ao
agente, para ulterior preenchimento. Se o agente se tivesse apossado (à revelia do signatário)
do papel que preencheu, o crime é de falsidade material.
● É aplicável o princípio da consunção quando os crimes de uso de documento falso e falsidade
ideológica – crimes-meio - são praticados para facilitar ou encobrir a falsa declaração, com
vistas à efetivação do pretendido crime de sonegação fiscal – crime-fim -, localizando-se na
mesma linha de desdobramento causal de lesão ao bem jurídico, integrando, assim, o iter
criminis do delito-fim”.
● No crime de atribuição de falsa identidade, o agente pode perpetrar a ação tanto oralmente,
com poder de ludibriar, quanto por escrito, preenchendo um formulário falso.
● Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade.
Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP) porque: 1) currículo Lattes não é
considerado documento por ser eletrônico e não ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é
passível de averiguação e, portanto, não é objeto material de falsidade ideológica. Quando o
documento é passível de averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideológica
mesmo que o agente tenha nele inserido informações falsas
● Prefeito que assina documentos previdenciários com conteúdo parcialmente falso não deve
ser condenado por falsidade ideológica se não foram produzidas provas de que ele tinha
ciência inequívoca do conteúdo inverídico da declaração. Neste caso, ele deverá ser absolvido,
nos termos do art. 386, III, do CPP, por ausência de dolo, o que exclui o crime.
● Configura crime de contrabando a importação de colete à prova de balas sem prévia
autorização do Comando do Exército. A importação de colete à prova de balas não se
128 enquadra em nenhum tipo penal previsto no Estatuto do Desarmamento. Aquele que poderia
gerar algum tipo de dúvida seria justamente o art. 18. Ocorre que colete à prova de balas não
pode ser considerado acessório. Isso porque a palavra "acessório" mencionada no art. 18 é
acessório de arma de fogo, ou seja, algo que complementa, que se agrega à arma de fogo para
melhorar o seu funcionamento ou desempenho. Exs: silenciador, mira telescópica etc. O colete
à prova de balas é uma proteção contra armas de fogo e não um acessório desta. STJ. 6ª
Turma. RHC 62851-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/2/2016
● Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho, ainda
que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018 (Info 635). #IMPORTANTE
● Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que investiga o cometimento do delito
previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de mercadoria
estrangeira, permitida pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de
pagamento de imposto de importação.
● Moeda falsa e falsificação grosseira:
o A doutrina e a jurisprudência diz que falsificação grosseira é estelionato (artigo
171, CP), com possibilidade de sursis. A competência passa a ser da Justiça
Estadual.
▪ Aqui, conforme o caso, é possível aplicar o princípio da insignificância.
o Se for uma falsificação grosseira ao extremo, a ponto de ser perceptível a olho
nu, não possuindo imitatio veri, sequer poderá ser estelionato, sendo conduta
atípica.
o Os padrões a serem utilizados são técnicos (periciais) e sociais, devendo
enganar a sociedade, tendo aparência física de verdadeira.
o Ainda que a moeda falsa seja de menor valor, é INAPLICÁVEL princípio da
insignificância, pois o bem jurídico tutelado é amplo, abrangendo a fé pública e
a segurança das transações financeiras.
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Constituição Federal assegura à parte o acesso ao Poder Judiciário. O processo tem natureza
dialética, possibilitando o exercício do contraditório e a interposição dos recursos cabíveis, não
se podendo falar, no caso, em “indução em erro” do magistrado. Desse modo, verifica-se
atipicidade penal da conduta de invocar causa de pedir remota inexistente para alcançar
consequências jurídicas pretendidas, mesmo que a parte ou seu procurador tenham ciência da
ilegitimidade da demanda. A deslealdade processual é combatida por meio do Código de
Processo Civil, que prevê a condenação do litigante de má-fé ao pagamento de multa, e ainda
passível de punição disciplinar no âmbito do Estatuto da Advocacia. Assim, o chamado
“estelionato judicial” pode ensejar infrações civil e administrativa, mas não configura crime.
Vale ressaltar que o indivíduo poderá responder por eventual ilicitude dos documentos que
embasaram o pedido judicial, sendo isso, contudo, um crime autônomo (ex: falsidade
documental), que não se confunde com a imputação de estelionato judicial. STJ. 5ª Turma. HC
435.818/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/05/2018. STJ. 6ª Turma. RHC 88.623/PB,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018.
O atual entendimento do STJ é no sentido de que o uso de arma de brinquedo, em roubo, NÃO
autoriza a incidência da causa especial de aumento de pena baseada no emprego de arma.
Esta deve ter potencial lesivo. É roubo, mas não é majorante.
o Arma absolutamente ineficaz não incide majorante. Se relativamente ineficaz,
incide. Arma branca também incide. Quaisquer artefatos lesivos.
o Cabe ao réu demonstrar a ausência de potencial lesivo. (STJ diz que ausência
de potencial lesivo não dá causa para majorante, STF diz que não importa o
potencial lesivo)
132 o A majorante da pena está vinculada ao potencial lesivo.
o No porte ilegal de arma de fogo aplica-se o princípio da consunção,
considerando que o porte ilegal de arma de fogo funciona como crime meio
para a prática do roubo (crime fim), sendo por este absorvido.
o Desnecessária apreensão e da realização de perícia na arma, desde que
provado o seu uso no roubo por outros meios de prova.
É legítima a incidência de causa de aumento por crime cometido durante o repouso noturno
no caso de furto praticado na forma qualificada. Assim, o juiz condena pelo crime qualificado
(1ª fase) e posteriormente aplica a causa de aumento (3ª fase).
Latrocínio – 2 mortes em um único ato criminoso:
o STF e doutrina majoritária: um único crime de latrocínio.
o STJ: concurso formal impróprio, pois houve vontade mediante uma única ação
de matar os dois.
Ameaçar de causar um mal espiritual para conseguir vantagem econômica indevida configura
extorsão.
Saque indevido com cartão clonado é FURTO MEDIANTE FRAUDE, e não estelionato. STJ.
o No estelionato a vítima incorre em erro e entrega o bem espontaneamente.
o No furto mediante fraude a o bem é retirado em que a vítima perceba.
Os bens materiais de valor econômico é que podem ser objeto de furto. Os de mero valor
afetivo podem levar à reparação na esfera cível, mas não tipificam o crime.
Para incidência da majorante por crime noturno, não importa se os moradores não estão
dormindo. A vulnerabilidade é objetiva pelo simples fato de praticar o crime durante a noite,
período de maior vulnerabilidade, e não comporta exceções.
Se o réu que furtou energia elétrica paga o valor antes de ser oferecida a denúncia, há extinção
da punibilidade pelo princípio da subsidiariedade do direito penal.
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Resolução CJF 67/09 – 407/16
O pagamento do débito oriundo de furto de energia elétrica (art. 155, § 3º do CP) antes do
oferecimento da denúncia é causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 9º da Lei nº
10.684/2003?
o 6ª Turma do STJ: SIM O valor fixado como contraprestação de serviços
públicos essenciais como a energia elétrica e a água, conquanto não seja
tributo, possui natureza jurídica de preço público, aplicando-se, por analogia,
as causas extintivas da punibilidade previstas para os crimes tributários. STJ. 6ª
Turma. AgRg no AREsp 796250/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
26/09/2017. STJ. 6ª Turma. REsp 1.687.826/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior;
DJE 27/09/2017.
o 5ª Turma do STJ: NÃO O furto de energia elétrica não pode receber o mesmo
tratamento dado aos crimes tributários, considerando serem diversos os bens
jurídicos tutelados e, ainda, tendo em vista que a natureza jurídica da
remuneração pela prestação de serviço público, no caso de fornecimento de
energia elétrica, é de tarifa ou preço público, não possui caráter tributário, em
relação ao qual a legislação é expressa e taxativa. Nos crimes patrimoniais
existe previsão legal específica de causa de diminuição da pena, qual seja, o
instituto do arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP. STJ. 5ª
Turma. HC 412208-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 20/03/2018 (Info
622). STJ. 5ª Turma. RHC 98.045-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
21/06/2018.
O STF e o STJ adotam a teoria da amotio, segundo a qual dá-se a consumação do furto/roubo
133 quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num curto espaço de
tempo, independentemente de deslocamento ou posse mansa e pacífica.
o STJ/STF: Se considera consumado o delito de furto quando, cessada a
clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja
possível à vítima retomá-lo, por ato seu ou de terceiros, em virtude de
perseguição imediata. Desde então, o tema encontra-se pacificado na
jurisprudência dos Tribunais Superiores.
O roubo, com ou sem violência real, é crime, não importando se a real intenção do agente era
subtrair para ficar com o bem ou apenas substrair para usar momentaneamente.
No estelionato, a fraude pode ser empregada para induzir ou manter a vítima em erro.
o Induzir: cria a falsa percepção da realidade.
o Manutenção: a própria vítima se encontra equivocada e o fraudador faz
mantê-la em erro, não desfazendo o engano percebido. Caso do
estacionamento.
O furto qualificado privilegiado (primário, bons antecedentes..., diminui de 1 a 2/3) é figura
harmônica com o sistema penal no qual vige a interpretação mais favorável das normas penais
incriminadoras, havendo compatibilidade com o furto de res furtiva de pequeno valor
independentemente de circunstâncias qualificadoras.
Receptação:
o O eventual desconhecimento da origem ilícita dos bens ou sua conduta
culposa deve ser comprovada pela defesa, não constituindo inversão do ônus
da prova.
o Talonário de cheques pode ser objeto material do crime de receptação, dada a
existência de valor econômico do bem e a possibilidade de posterior utilização
fraudulenta para obtenção de vantagem ilícita.
o É inaplicável o princípio da consunção entre os crimes de receptação e porte
ilegal de arma de fogo, por serem delitos autônomos e de natureza jurídica
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Súmula 492 STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
STF: em caso de flagrante de tráfico de drogas, afasta-se a possibilidade de aplicação da
atenuante da confissão espontânea, já que esta circunstância se aplica somente se o relato do
criminoso for capaz de contribuir para o esclarecimento da verdade real, o que não ocorre na
situação em que ele é preso cometendo o crime.
Laudo preliminar de constatação de substância entorpecente é mera peça informativa, mas
suficiente para a lavratura do auto de prisão em flagrante e da oferta de denúncia, nos
termos dos arts. 20, §1º, da Lei 6.368/76 e 28, §1º, da Lei 10.409/02. Uma vez juntado aos
autos o laudo pericial definitivo, atestando a ilicitude da substância, resta, portanto, suprida
eventual irregularidade na fase inquisitorial.
Apesar da redação do tipo penal do artigo 25 (duas ou mais pessoas se unirem para praticar as
condutas do art. 33), ele está muito mais próximo do artigo 288 do CP, do que do mero
concurso de agentes, ou seja, o fato de duas ou mais pessoas praticarem crime de tráfico em
coautoria não induz automaticamente o reconhecimento da associação ao tráfico do artigo
35. A configuração de associação ao tráfico exige prova da estabilidade e permanência do
liame mantido entre os agentes.
o Para configuração do delito de associação para o tráfico de drogas é
necessário o dolo de se associar com estabilidade e permanência, sendo que
a reunião de duas ou mais pessoas sem o animus associativo não se subsume
ao tipo doa art. 35 da LD.
o Ausente a estabilidade e permanência, há mero concurso de agentes, e este
139 não é apto, per si, a caracterizar o artigo 35 da LD.
O simples fato de ajustar a realização do tráfico de drogas, sem ter iniciado executado o núcleo
do tipo – POSSE e, não havendo associação (art. 35, LD), não houve subsunção ao tipo. Meros
atos preparatórios ao tráfico de drogas não configuram crime (Nino Toldo – TRF3). O direito
penal só pode punir os atos executórios; os preparatórios não, salvo se constituírem crime.
O artigo 42 da LD, que fala sobre as circunstâncias acerca da dosimetria, não diminuem as do
artigo 59 do CP, mas as circunstâncias do artigo 42 tem maior relevância em relação às demais
circunstâncias do art. 59. Em sentença penal deve-se fazer referência às duas normas, que
devem ser aplicadas conjuntamente.
É possível exasperar a pena base pela quantidade de drogas apreendida na primeira fase. STJ.
STF. Isso não impede de conceder o tráfico privilegiado na terceira fase.
o No mesmo sentido, eu posso deixar de exasperar a pena base na primeira fase
em relação à quantidade de droga apreendida e utilizá-la só na terceira fase,
para diminuir a fração da causa de diminuição do tráfico privilegiado.
A aplicação do tráfico privilegiado está condicionado ao preenchimento dos requisitos
cumulativos: a)primariedade; b)bons antecedentes; c) não se dedicar a atividades criminosas;
d) não integrar organização criminosa.
o ATENÇÃO: conquanto inquéritos policiais e ações penais em andamento não
possam ser utilizados para agravar a pena base, é perfeitamente possível para
AFASTAR a causa de diminuição do tráfico privilegiado, por DEDICAR-SE A
ATIVIDADES CRIMINOSAS.
STF tem precedentes que é possível considerar o contexto da prática delituosa, a quantidade e
a natureza da droga no afastamento na causa de diminuição da pena, a fim de concluir que o
réu possa integrar organização criminosa, afastando o tráfico privilegiado. (controverso).
Lembre-se: não se pode exasperar a pena base com a quantidade de drogas e utilizar na
terceira fase para aumentar ou ser causa da diminuição da fração do tráfico privilegiado.
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liberdade. Descriminalizar significa deixar de considerar uma conduta como crime. Mesmo
sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006
(porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência. Argumento principal: se a
contravenção penal, que é punível com pena de prisão simples, não configura reincidência,
mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência, considerando que
este delito é punido apenas com “advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e
“medida educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade
de conversão em pena privativa de liberdade pelo descumprimento. Há de se considerar,
ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da LD está sendo fortemente questionada.
A nova lei de drogas não exige manifestação do MP após apresentação da defesa preliminar,
como era exigido anteriormente pela lei antiga.
O art. 28 da Lei de Drogas não contempla o tratamento especializado como sanção
compulsória a ser aplicada ao usuário de drogas. Na verdade, após fazer menção às penas de
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e
comparecimento a programas educativos, o art. 28 , §7º, da Lei nº 11.343/06, limita-se a
dispor que o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator,
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
especializado.
O tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza
com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do art. 33 da Lei de
Tóxicos. O tratamento penal dirigido ao delito cometido sob o manto do privilégio apresenta
contornos mais benignos, menos gravosos, notadamente porque são relevados o
141 envolvimento ocasional do agente com o delito, a não reincidência, a ausência de maus
antecedentes e a inexistência de vinculo com organização criminosa. Há evidente
constrangimento ilegal ao se estipular ao tráfico de entorpecentes privilegiado os rigores da
Lei n. 8.072/90.
O Plenário do STF, no julgamento do HC 97.256, declarou, incidentalmente, a
inconstitucionalidade da proibição de substituição da pena privativa de liberdade pela pena
restritiva de direitos prevista nos arts. 33, § 4º, e 44, caput, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas).
A execução da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos” do § 4º do art.
33 da Lei 11.343/2006 foi suspensa por Resolução do Senado Federal, nos termos do art. 52, X,
da Constituição.
o “No plano dos tratados e convenções internacionais, aprovados e
promulgados pelo Estado brasileiro, é conferido tratamento diferenciado ao
tráfico ilícito de entorpecentes que se caracterize pelo seu menor potencial
ofensivo. Tratamento diferenciado, esse, para possibilitar alternativas ao
encarceramento. É o caso da Convenção Contra o Tráfico Ilícito de
Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas, incorporada ao direito interno
pelo Decreto 154, de 26-6-1991. Norma supralegal de hierarquia
intermediária, portanto, que autoriza cada Estado soberano a adotar norma
comum interna que viabilize a aplicação da pena substitutiva (a restritiva de
direitos) no aludido crime de tráfico ilícito de entorpecentes.
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● A multa do crime de licitação diverge do sistema bifásico geral estabelecido no CPP, uma vez
que consiste em pagamento de quantia fixada em percentuais calculados na vantagem
efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente, cujos não poderão ser
inferiores a 2% nem superiores a 5% do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa
ou inexigibilidade de licitação.
o O valor da pena de multa será revertida para Fazenda Pública prejudicada, e
não ao FUNPEN, conforme preconiza o CP.
● ATENÇÃO: Artigo 89 da lei 8666 (divergência quanto ao resultado danoso STF e STJ)
o STJ: o crime do artigo 89 da Lei 8666 exige dolo específico de causar dano ao
erário a e a caracterização de efetivo prejuízo – crime material.
o STF: consuma-se tão somente com a dispensa ou inexigibilidade de licitação
fora das hipóteses legais. Deve haver DANO ou a FINALIDADE de
enriquecimento ilícito, INTENÇÃO ESPECÍFICA DE LESAR O ERÁRIO, devendo
estes requisitos se situarem no plano subjetivo. Não se exige prova de
prejuízo financeiro ao erário, uma vez que o bem jurídico tutelado não se
resume ao patrimônio público, mas coincide com os fins buscados pela CF, ao
exigir que a licitação assegure igualdade de condições a todos concorrentes.
o STF: INFO 891, março de 2017
▪ Exige especial fim de agir consistente na intenção específica de lesar o
erário ou obter vantagem indevida.
▪ Exige-se descumprimento de formalidades mais violação aos
princípios da Administração Pública: irregularidades pontuais não é
142 causa para tipificar Se houve apenas irregularidades pontuais
relacionadas com a burocracia estatal, isso não deve, por si só, gerar a
criminalização da conduta. Deve violar os princípios fundamentais da
Administração Pública, sob pena de atipicidade material.
▪ Decisão amparada em parecer técnico e jurídico: não haverá crime se
a dispensa se deu com base em parecer, salvo se o parecerista estiver
de conluio com o administrador, o que pode ser demonstrado.
● O fato de a ilegal dispensa de licitação ter sido embasada em
parecer jurídico que afirmava a licitude do proceder não é, por
si só, suficiente a descaracterizar o dolo, mormente quando os
elementos probatórios indicam, com segurança, que o
apelado tinha plena ciência da ilicitude da dispensa.”
● Deve ser analisado alguns critérios para verificar se o ilícito administrativo configura
também crime do artigo 89.
o A) existência ou não de parecer jurídico autorizando a dispensa ou a
inexigibilidade. O parecer faz que a boa-fé seja presumida, não sendo
presunção absoluta, de sorte que o dolo pode ser provado. Havendo parecer,
é possível afirmar seu dolo através dos elementos dos autos, pois o agente
pode estar de conluio com o parecerista.
o B) a denúncia deverá indicar a existência de especial finalidade do agente de
lesar o erário ou de promover enriquecimento ilícito.
o C) a denúncia deverá descrever o vinculo subjetivo entre os agentes.
● Artigo 89 é improbidade do artigo 10!!! – punido a título de DOLO e CULPA em caso de
improbidade – “frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.
o O artigo 10 da 8429, em regra, precisa da demonstração de danos ao erário,
MAS, no caso de dispensa indevida de licitação, o STJ entende que o prejuízo
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● 1) A declaração de emergência feita por Governador do Estado, por si só, não caracteriza
situação que justifique a dispensa de licitação; 2) O crime do art. 89 da Lei de Licitações não é
inconstitucional nem viola o princípio da proporcionalidade; 3) O aditamento realizado
descaracterizou o contrato original e, portanto, configura, em tese, a prática do art. 92; 4) O
fato de a dispensa de licitação e de o aditamento do contrato terem sido precedidos de
parecer jurídico não é bastante para afastar o dolo caso outros elementos externos indiciem a
possibilidade de desvio de finalidade ou de conluio entre o gestor e o responsável pelo
parecer.
● Artigo 90 da 8666 – frustrar, fraudar o caráter competitivo, com intuito de vantagem com a
adjudicação do objeto da licitação:
o Embora o texto fale “mediante ajuste de preços” o preceito legal insere
também “qualquer outro meio”, de modo que podem autorizar a
143 interpretação analógica para outras ações.
o O tipo subjetivo, finalidade específica, é “obter, para si ou para outrem,
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. ”
o STF: configura crime de fraude ao caráter competitivo fracionar licitação para
utilizar-se de modalidade licitatória distinta da determinada por lei.
● Não há qualquer fundamento, segundo o STF para que se tenha a decisão do TCU como
condição de procebilidade de ação penal referente à crimes de licitação.
o Ainda que haja prévia decisão do TCU julgando REGULARES as contas
relacionadas aos crimes de licitação, tal decisão NÃO VINCULA a esfera penal,
que pode receber a denúncia pelos mesmos fatos, já que independente as
instâncias, não tendo o TCU atribuição de interditar investigação criminal.
o Os inquéritos civis – improbidade ou ilícitos civis – são aptos à esfera
criminal, podendo ser oferecido denúncia base neles.
o Ainda que um laudo técnico, produzido por órgão do MP, não cumpra com as
formalidades do CPP em relação às perícias, constituem documento, que pode
ser valorado segundo a fé que merecer pelo juiz.
● Se a dispensa de licitação indevida (aparente 89 da 8666) for praticada por prefeito, não será
crime da lei de licitações, mas sim do DL 201/67
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● ATENÇÃO: o inciso V do artigo 1º da Lei 8137 não é crime tributário material “negar ou deixar
de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação.” Não sendo crime tributário material, PRESCINDE de instauração de processo
administrativo-fiscal para desencadeamento da persecução penal, não se submetendo à SV 24,
uma vez que é crime FORMAL, mesmo que no rol do artigo 1 da lei.
● A fluência do prazo prescricional dos crimes contra a ordem tributária, previstos no art. 1º,
incisos I a IV, da Lei n. 8.137/90, somente tem início após a constituição do crédito tributário,
o que se dá com o encerramento do procedimento administrativo-fiscal e o lançamento
definitivo.
● Nos crimes de sonegação, a causa de aumento prevista em caso de grave dano à coletividade
não se aplica somente se o valor dos tributos sonegados forem maior do que dez milhões. Isso
porque o dispositivo da Receita Federal define “quantia vultuosa” para fins internos de
acompanhamento prioritário pela Fazenda Nacional dos processos de cobrança, não limitando
ou definindo o que seja grave dano à coletividade.
● O reconhecimento da prescrição tributária em execução fiscal não é capaz de justificar o
trancamento da ação penal referente aos crimes contra a ordem tributária previstos na Lei
8.137.
● SV 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, do inciso I a IV do art. 1º da Lei
8137, antes do lançamento definitivo do tributo.
o Desnecessária a juntada integral do Procedimento Administrativo Fiscal
correspondente.
148 ● Descaminho é crime tributário formal (não se restringe ao valor sonegado, mas também às
atividades comerciais dentro do país).
o A causa extintiva da punibilidade pelo pagamento do tributo NÃO SE APLICA
aos crimes tributários formais (descaminho e contrabando), mas só aos
crimes TRIBUTÁRIOS MATERIAIS.
o Aplica-se o princípio da insignificância ao descaminho, mas não se aplica ao
contrabando, uma vez que atinge toda sociedade.
● Agente fiscal que exige dinheiro para deixar de emitir auto de infração de débito tributário
comete crime especial previsto na lei 8137, e não concussão.
● Pagamento de penalidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender às
exigências da autoridade tributária quanto à exibição de livros e documentos fiscais não se
adéqua a nenhuma da hipóteses de extinção da punibilidade previstas no §2º do artigo 9 da lei
10864.
● Em se tratando de crime funcional contra a ordem tributária, o pagamento do tributo não
extingue a responsabilidade penal do agente público.
● Pagamento integral, parcelamento e insignificância:
No caso dos seguintes delitos:
•crimes contra a ordem tributária (arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137/90);
•apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP); STJ acolhe o entendimento
do STF, aplicando os 20mil como limite para aplicação da insignificância nos crimes
tributários formais!!!
•sonegação previdenciária (art. 337-A do CP):
o O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após
o trânsito em julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do
agente, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei nº 10.684/2003.
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● Mesmo não tendo havido ainda a constituição definitiva do crédito tributário, já é possível o
início da investigação criminal para apurar o fato.
● O simples fato de o acusado ser sócio e administrador da empresa constante da denúncia não
pode levar a crer, necessariamente, que ele tivesse participação nos fatos delituosos, a ponto
de se ter dispensado ao menos uma sinalização de sua conduta, ainda que breve, sob pena de
restar configurada a repudiada responsabilidade criminal objetiva.
● Para que seja proposta ação penal por descaminho não é necessária a prévia constituição
definitiva do crédito tributário. Trata-se de um crime formalmente tributário. Não se aplica a
Súmula Vinculante 24 do STF. O crime se consuma com a simples conduta de iludir o Estado
quanto ao pagamento dos tributos devidos quando da importação ou exportação de
mercadorias.
● A principal diferença entre os dois crimes é a seguinte:
Art. 1º, I Art. 2º, I
É crime material. É crime formal.
Para a sua consumação, exige-se que haja a Para a sua consumação, basta que o agente
efetiva supressão ou redução do tributo, caput. tenha feito a declaração falsa, omitido
Em suma, o tipo penal exige que tenha havido declaração ou empregado outra fraude com o
sonegação. objetivo de se eximir do pagamento do tributo.
O tipo penal não exige que tenha havido
sonegação. Aliás, se o agente conseguir
efetivamente a sonegação, ele não responderá
150 pelo art. 2º, I, mas sim pelo art. 1º, I.
É indispensável a constituição definitiva do Não é necessária a constituição definitiva do
crédito tributário. crédito tributário.
Aplica-se a SV 24-STF. Não se aplica a SV 24-STF.
É descabida a discussão sobre a nulidade ou não do procedimento administrativo fiscal em
processo criminal. A alegação de vícios no referido procedimento deve ser manejada na esfera
adequada para o exercício da pretensão anulatória do crédito tributário, e não no âmbito da
Justiça Criminal.
É possível a exasperação da pena base aplicada ao crime de sonegação fiscal pela análise do
montante de crédito tributário suprimido ou reduzido a partir da ação delituosa.
Expor à venda produtos impróprios para consumo – deixa vestígios, razão pela qual a perícia é
indispensável para a demonstração de materialidade delitiva.
A malversação dos recursos oriundos do FINAM e administrados pela SUDAM se amoldam no
tipo penal da lei 8137.
A garantia aceita na execução fiscal não possui a natureza jurídica de pagamento da exação e,
portanto, não fulmina a justa causa para a persecução penal, pois não configura hipótese
taxativa de extinção da punibilidade do crime tributário.
Os crimes previstos na Lei nº 8.137/1990 não violam o disposto no art. 5º, inc. LXVII, da
Constituição da República. Os crimes contra a ordem tributária não violam a CF, pois não
instituem a prisão por dívida. A punição decorre do ato de sonegar, do desvalor de fraudar o
fisco. O simples não pagar não é crime. Portanto os atos são sim criminosos e constitucionais.
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● Simples fato de ter recebido a propina em espécie não configura lavagem de dinheiro. O mero
recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando recebido
pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa. STF. 2ª Turma. AP
996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904). Recebimento de propina em
depósitos bancários fracionados pode configurar lavagem. Pratica lavagem de dinheiro o
sujeito que recebe propina por meio de depósitos bancários fracionados, em valores que não
atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias à comunicação compulsória
dessas operações. Ex: suponhamos que, na época, a autoridade bancária dizia que todo
depósito acima de R$ 20 mil deveria ser comunicado ao COAF; diante disso, um Deputado
recebia depósitos periódicos de R$ 19 mil para burlar essa regra. Para o STF, isso configura o
crime de lavagem. Trata-se de uma forma de ocultação da origem de valores.
●
VI do CPP que revogou tacitamente o art. 2º, II, do DL 201/67. A lei não prevê um prazo
máximo de afastamento cautelar, mas o STJ possui julgados sustentando que não deve ser
superior a 180 dias, pois tal fato caracterizaria uma verdadeira cassação indireta do mandato.
STJ. 5ª Turma. HC 228023-SC, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu, julgado em 19/6/2012.
● A pena de inabilitação para exercício de cargo/função pública, prevista no art. 1.º, § 2.º, do
Decreto-Lei 201/67, é extinta, necessariamente, se houver prescrição da pena privativa de
liberdade. Assim, conforme a jurisprudência do STF, do STJ e do TSE, extinta a pena privativa
de liberdade pela prescrição da pretensão punitiva, também terá o mesmo fim a pena dela
decorrente de inabilitação para o exercício de cargo ou função pública. STJ. 5ª Turma. AgRg
no REsp 1381728-SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/12/2013 (Info 533).
● O crime do art. 1º, I, do Decreto-Lei 201/1967 é próprio, somente podendo ser praticado por
prefeito, admitida, porém, a participação, nos termos do art. 29 do CP. Exemplo: Deputado
Federal apresentou emenda parlamentar ao orçamento da União autorizando o repasse de
recursos para o Município “X”, verba destinada à aquisição de uma ambulância. O recurso foi
transferido, foi realizada a licitação, mas o certame foi direcionado em favor de determinada
empresa que superfaturou o preço. Ficou demonstrado que o Prefeito, o Deputado e os
donos da empresa vencedora estavam em conluio para a prática dessa conduta. Desse modo,
todos eles irão responder pelo delito do art. 1º, I, do DL 201/67. STF. 2ª Turma. Inq 3634/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/6/2015 (Info 788).
● O art. 1º, XIV, do DL 201/67 prevê que o Prefeito pratica crime quando nega execução a lei
federal, estadual ou municipal, ou deixa de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da
recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente. Para configuração do
153 delito em tela, é indispensável que o MP comprove a inequívoca ciência do Prefeito a respeito
da ordem judicial, não sendo suficiente que a determinação judicial tenha sido comunicada a
terceiros. Para que o Prefeito pudesse ser responsabilizado criminalmente, seria indispensável
a sua intimação pessoal. STF. 1ª Turma. AP 555/SC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
6/10/2015 (Info 802).
● “Como se sabe, não só a Constituição da República, mas também a Lei – algumas delas –
cuidam dos chamados crimes de responsabilidade, que, historicamente, têm merecido a
inclusão entre as infrações penais, como se a matéria de Direito Penal mesmo se tratasse. Não
vemos como aderir à tese. Tal modalidade de infração tem natureza política, não sendo por
outra razão que a jurisdição que dela cuida tem a mesma feição (política). Quem julga os tais
crimes de responsabilidade, ainda quando sejam integrantes do Poder Judiciário, compõe a
denominada jurisdição política, precisamente em razão do fato, relevantíssimo, de se examinar
a ilicitude segundo definições de comportamentos e, assim, de violação de regras, próprios ao
exercício das atividades dos agentes políticos. No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem
jurisprudência pacífica em sentido contrário, isto é, do entendimento de que a matéria seria
de Direito Penal, e não de Direito Administrativo Constitucional. A consequência é de grande
relevo: se se trata mesmo de crime, como quer crer a Suprema Corte, a iniciativa ou a
legitimidade ativa para a persecução (que, então, seria penal) caberia unicamente ao
Ministério Público, independentemente de representação (por ausência de previsão legal).
Com isso, não teria sido recepcionado pelo texto constitucional a norma prevista na Lei nº
1.079/50, que previa que todo cidadão teria legitimidade para oferecer denúncia no caso das
infrações ali dispostas (art. 14 e art. 41), contra o Presidente da República, Ministros de
Estado, Ministros do Supremo Tribunal Federal e Procurador-Geral da República.”
(Comentários ao Código de Processo Penal e sua Jurisprudência. Ed. Atlas. 8ª Edição. Pag. 88
da versão eletrônica)
o Ressalte-se que esta posição dos autores, mais uma vez, não tem sido acolhida
pela jurisprudência do STF, que recentemente validou o processo de
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● Não obstante o acordo de colaboração premiada, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial. Nos depoimentos que
prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e
estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
● Competência para homologação do acordo de colaboração premiada se o delatado tiver foro
por prerrogativa de função: Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que
teriam sido praticados por autoridade (ex: Governador) e que teriam que ser julgados por foro
privativo (ex: STJ), este acordo de colaboração deverá, obrigatoriamente, ser celebrado pelo
Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal competente (STJ). Assim,
se os fatos delatados tiverem que ser julgados originariamente por um Tribunal (foro por
prerrogativa de função), o próprio acordo de colaboração premiada deverá ser homologado
por este respectivo Tribunal, mesmo que o delator não tenha foro privilegiado. A delação de
autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do respectivo Tribunal para a
respectiva homologação e, em consequência, do órgão do Ministério Público que atua perante
a Corte. Se o delator ou se o delatado tiverem foro por prerrogativa de função, a homologação
da colaboração premiada será de competência do respectivo Tribunal.
● Análise da legitimidade do delatado para impugnar o acordo de colaboração premiada: Em
regra, o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo de colaboração premiada.
Assim, em regra, a pessoa que foi delatada não poderá impetrar um habeas corpus alegando
que esse acordo possui algum vício. Isso porque se trata de negócio jurídico personalíssimo.
Esse entendimento, contudo, não se aplica em caso de homologação sem respeito à
prerrogativa de foro. Desse modo, é possível que o delatado questione o acordo se a
157 impugnação estiver relacionada com as regras constitucionais de prerrogativa de foro. Em
outras palavras, se o delatado for uma autoridade com foro por prerrogativa de função e,
apesar disso, o acordo tiver sido homologado em 1ª instância, será permitido que ele impugne
essa homologação alegando usurpação de competência.
● O descumprimento de acordo de colaboração premiada, por si só, não justifica a decretação da
prisão preventiva. Isto porque não há uma relação direta entre a prisão preventiva e o acordo
de colaboração premiada, tampouco há previsão legal neste sentido. É necessário verificar, no
caso concreto, a presença dos requisitos da prisão preventiva, não podendo o decreto
prisional ter como fundamento apenas a quebra do acordo.
o Logo, o STF rechaça a tese do acoplamento estrutural entre a colaboração
premiada e a prisão preventiva, uma vez que não consta na lei de organizações
criminosas a prisão como consequência da quebra do acordo, bem como
porque o artigo 312 do CPP não contempla tal hipótese.
o Prisão preventiva não é moeda de troca ou punição antecipada.
● Delação que contém menção de fato criminoso de autoridade com foro:
o O STJ decidiu que sim. O acordo pode ser celebrado pelo Ministério Público de
1ª instância e homologado pelo juízo de 1ª instância. Após a homologação,
remete-se a investigação para o Tribunal competente (no caso, o STJ, por força
do art. 105, I, “a”).
o Para o STF: NÃO. Se a delação do colaborador mencionar autoridade com
prerrogativa de foro (ex: Governador), este acordo deve ser celebrado pelo
Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal
competente (STJ). #IMPORTANTE
o Lembrar que a houve mudança em 2018 das regras de foro, só sendo
relacionado com crimes ligados ao cargo/função.
● Diversamente das Leis de Drogas e de Lavagem de Capitais, a Lei n. 12.850/13 (Lei das
Organizações Criminosas) não faz referência expressa à necessidade de prévia autorização
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judicial (só prévia comunicação) para a execução da ação controlada quando se tratar de
crimes praticados por organizações criminosas, assemelhando-se, nesse ponto, à sistemática
vigente à época da revogada Lei n. 9.034/95 (art. 2º, II).
● É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas obtidas
no acordo de colaboração premiada, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no
acordo em relação ao colaborador. Assim, por exemplo, se um indivíduo celebra acordo de
colaboração premiada com o MP aceitando fornecer provas contra si, estas provas somente
poderão ser utilizadas para as sanções que foram ajustadas no acordo. STF. 2ª Turma. PET
7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922). Ainda que remetido a
outros órgãos do Poder Judiciário para apuração dos fatos delatados, o juízo que homologou o
acordo de colaboração premiada continua sendo competente para analisar os pedidos de
compartilhamento dos termos de depoimentos prestados no âmbito da colaboração. STF. 2ª
Turma. PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922).
● A homologação da delação premiada pode ficar condicionada ao não cometimento de novas
infrações penais, aferível pelo recebimento de denuncia em face do colaborador.
o A pratica superveniente de infração penal, enquanto causa passível de
justificar a não-homologação ou a rescisão de acordo de colaboração
premiada, prescinde de ser comprovada por meio da declaração de culpa
exarada por juiz penal quando já presentes, nas pecas de informação
constantes nos autos, elementos suficientes para evidenciar o cometimento
dos fatos cogitados.
o É que não se trata de reconhecer a responsabilidade penal propriamente dita
158 e aplicar, em consequência, uma sanção de natureza penal o que, certamente,
demandaria a conclusão da instrução processual cabível e da deliberação do
juiz penal competente; trata-se, diferentemente, de reconhecer a simples
prática de fato jurídico passível de caracterizar o descumprimento de
obrigação contratual, cuja comprovação, como é cediço, pode se dar por
quaisquer meios admissíveis em direito
o 6. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, em paradigmático precedente de
relatoria do Min. Dias Toffoli, assentou o entendimento de que a colaboração
premiada é um negocio jurídico processual uma vez que, além de ser
qualificada expressamente pela lei como meio de obtenção de prova, seu
objeto e a cooperação do imputado para a investigação e para o processo
criminal, atividade de natureza processual, ainda que se agregue a esse
negocio jurídico o efeito substancial (de direito material) concernente a sanção
premial a ser atribuída a essa colaboração.
o 8. O investigado não tem direito subjetivo à homologação de acordo de
colaboração premiada, máxime porque o § 8º do art. 4º da Lei no 12.850/13
assim o estabelece expressamente, condicionando a convalidação à devida
observância das disposições contratuais e legais pertinentes.
● Todavia, os depoimentos do colaborador premiado, sem outras provas idôneas de
corroboração, não se revestem de densidade suficiente para lastrear um juízo positivo de
admissibilidade da acusação, o qual exige a presença do fumus commissi delicti. 13. Se
“nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de
agente colaborador” (art. 4º, § 16, da Lei nº 12.850/13), é lícito concluir que essas declarações,
por si sós, não autorizam a formulação de um juízo de probabilidade de condenação e, por via
de consequência, não permitem um juízo positivo de admissibilidade da acusação
● Por essa razão, a Lei 12.850/2013 dispõe que nenhuma sentença condenatória será proferida
com fundamento exclusivo nas declarações do agente colaborador. Assinalou que a
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prática do fato criminoso” (art. 91, II, b, do Código Penal), e de todos os bens,
direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes
de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores
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165 ● O simples fato de o advogado do investigado ter sido interceptado não é causa, por si só, para
gerar a anulação de todo o processo e da condenação que foi imposta ao réu. Se o Tribunal
constatar que houve indevida interceptação do advogado do investigado e que, portanto,
foram violadas as prerrogativas da defesa, essa situação poderá gerar três consequências
processuais: 1ª) Cassação ou invalidação do ato judicial que determinou a interceptação; 2ª)
Invalidação dos atos processuais subsequentes ao ato atentatório e com ele relacionados; 3ª)
Afastamento do magistrado caso se demonstre que, ao assim agir, atuava de forma parcial. Se
o próprio juiz, ao perceber que o advogado do investigado foi indevidamente "grampeado",
anula as gravações envolvendo o profissional e, na sentença, não utiliza nenhuma dessas
conversas nem qualquer prova derivada delas, não há motivo para se anular a condenação
imposta.
● A prova produzida durante a interceptação não pode servir apenas aos interesses do órgão
acusador, sendo imprescindível a preservação da sua integralidade, sem a qual se mostra
inviabilizado o exercício da ampla defesa, tendo em vista a impossibilidade da efetiva
refutação da tese acusatória, dada a perda da unidade da prova.
o É obrigatória a disponibilização aos acusados de todo o conteúdo das conversas
gravadas em interceptação telefônica.
● Compete à Justiça Federal (e não à Justiça Militar) decidir pedido de quebra de sigilo telefônico
requerido no âmbito de inquérito policial instaurado para apurar a suposta prática de crime
relacionado ao uso de artefato incendiário contra o edifício-sede da Justiça Militar da União,
quando o delito ainda não possua autoria estabelecida e não tenha sido cometido contra
servidor do Ministério Público Militar ou da Justiça Militar.
● A interceptação telefônica poderá ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da
autoridade policial, na investigação criminal, ou do MP, na investigação criminal e na ação
penal.
● Ocorrerá em autos apartados, apensados ao IP ou ao Processo, preservando-se o sigilo das
diligências, gravações e transcrições.
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167 merecedor do benefício, que é norma excepcional, para ser normalmente processado com
todas as garantias pertinentes.
o É constitucional a norma do art. 89 da Lei nº 9.099/95, que estabelece os
requisitos para a concessão do benefício da suspensão condicional do
processo, entre eles o de não responder o acusado por outros delitos. Assim, a
existência de ações penais em curso contra o denunciado impede a concessão
do sursis processual por força do art. 89 da Lei nº 9.099/95.
O Ministério Público, ao não ofertar a suspensão condicional do processo, deve fundamentar
adequadamente a sua recusa. Se a recusa do MP foi concretamente motivada não haverá
ilegalidade sob o aspecto formal.
En.243 da Súmula deste Superior Tribunal de Justiça, "o benefício da suspensão do processo
não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso
formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja
pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano".
o 2. O mesmo entendimento é aplicável à transação penal, que não pode ser
ofertada aos acusados de crimes cuja pena máxima, considerado o concurso
material, ultrapasse 2 (dois) anos, limite para que se considere a infração de
menor potencial ofensivo. Precedente.
1) A Lei 10.259/01, ao considerar como infrações de menor potencial ofensivo as
contravenções e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, não
alterou o requisito objetivo exigido para a concessão da suspensão condicional do processo
prevista no artigo 89 da Lei 9.099/95, que continua sendo aplicado apenas aos crimes cuja
pena mínima não seja superior a um ano.
2) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem
a pena de multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário
da norma legal comine pena mínima superior a um ano.
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3) A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-
dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a
possibilidade de aplicação do referido instituto, desde que o faça de forma fundamentada.
4) Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão
condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo
legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência. (Tese julgada sob o rito do
artigo 543-C do CPC/73 - TEMA 920)
5) Opera-se a preclusão se o oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo
ou de transação penal se der após a prolação da sentença penal condenatória.
6) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais
cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite
de um ano. (Súmula 243/STJ)
7) A existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a obstar o
oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo.
8) A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual,
operada em processo anterior, não pode ser valorada em seu desfavor como maus
antecedentes, personalidade do agente e conduta social.
9) É constitucional o artigo 90-A da Lei 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes
militares.
10) Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a
168 soma das penas máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida
exasperação, no caso de crime continuado ou de concurso formal, e ao se verificar que o
resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se a competência do Juizado Especial
Criminal.
11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio, previsto no artigo 28 da Lei
11.343/06, é de menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial
estadual, já que ele não está previsto em tratado internacional e o artigo 70 da Lei 11.343/06
não o inclui dentre os que devem ser julgados pela justiça federal.
12) A conduta prevista no artigo 28 da Lei 11.343/06 admite tanto a transação penal quanto a
suspensão condicional do processo.
Tratando-se de concurso material, a competência é definida pela SOMA das penas
abstratamente cominadas. Caso resulte somatório superior a dois anos, fica afastada a
competência do juizado especial, pois ultrapassado o limite previsto no art. 61 da Lei 9099.
Os únicos recursos previstos na Lei 9099/95 são a apelação e os embargos de declaração.
Logo, na hipótese de denegar a apelação ou a julgar deserta, cabíveis seriam apenas o habeas
corpus ou mandado de segurança, a depender se a sentença redunde em riscos à liberdade de
locomoção ou não.
No Juizado Especial Criminal, o prazo para a interposição de apelação é de 10 dias, já inclusas
as razões recursais
A suspensão condicional não é direito público subjetivo do réu, mas um poder-dever do MP, e
o magistrado, caso discorde do não oferecimento, deve aplicar, por analogia, o art. 28 do CPP
e remeter os autos ao PGJ
De acordo com o art. 89 da Lei nº 9.099/95, a suspensão condicional do processo é instituto de
política criminal, benéfico ao acusado, que visa a evitar a sua sujeição a um processo penal,
cujos requisitos encontram-se expressamente previstos na norma em questão. É constitucional
a norma do art. 89 da Lei nº 9.099/95, que estabelece os requisitos para a concessão do
benefício da suspensão condicional do processo, entre eles o de não responder o acusado por
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outros delitos. Assim, a existência de ações penais em curso contra o denunciado impede a
concessão do sursis processual por força do art. 89 da Lei nº 9.099/95. STF. 1ª Turma. AP
968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018 (Info 903). STF. 2ª Turma. RHC 133945 AgR,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/06/2016.
Súmula 415/STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da
pena cominada.
A perda do valor da fiança constitui legítima condição do sursis processual, nos termos do
artigo 89, § 2º, da Lei 9.099/1995.
STF: Não há que se falar em obrigatoriedade do Ministério Público quanto ao oferecimento do
benefício da suspensão condicional do processo. Do contrário, o titular da ação penal seria
compelido a sacar de um instrumento de índole tipicamente transacional, como é o sursis
processual. O que desnaturaria o próprio instituto da suspensão, eis que não se pode falar
propriamente em transação quando a uma das partes (o órgão de acusação, no caso) não é
dado o poder de optar ou não por ela. Também não se concede o benefício da suspensão
condicional da execução da pena como direito subjetivo do condenado, podendo ela ser
indeferida quando o juiz processante demonstrar, concretamente, a ausência dos requisitos do
art. 77 do CP.
Douglas Fischer fala que não é correto falar em discricionariedade regrada em crime de menor
potencial ofensivo: Aqui, a discricionariedade parece incompatível com a existência de
regras já previamente fixadas em Lei, reduzindo a margem de opções deixadas ao
Ministério Público e ao Juiz.”
169
6. DIREITO PROCESSUAL PENAL
6.1. Introdução e Teoria Geral Processual Penal
Conceito. Finalidade. Caracteres. Princípios gerais. Fontes. Repartição constitucional de
competência. Garantias constitucionais do processo. Aplicação da lei processual penal.
● Juiz pode conceder HC de ofício.
● Ne bis in idem:
o No concurso material de crimes, os crimes são independentes, bem como sua
dosimetria. Assim, a dupla utilização da reincidência decorrente de uma
mesma condenação anterior pode elevar a pena em cada um dos crimes sem
ser considerado bis in idem.
o Nos crimes funcionais, a violação do dever de agir com probidade, a depender
do cargo exercido, pode ser considerada pelo juiz especialmente mais
reprovável, desde que fundamentada.
o Nos crimes tributários, não há obstáculo em utilizar o uso da extensão do dano
a fim de valorizar negativamente a conduta e encontrar especial
reprovabilidade que justifique uma pena mais elevada.
o Havendo diversas condenações anteriores com trânsito em julgado, uma pode
servir para maus antecedentes, e outra para reincidência, sem que seja
configurado bis in idem, desde que uma delas seja utilizada para exasperar a
pena-base e a outra, na segunda fase da dosimetria.
o Exceção: ação penal pública de extraterritorialidade INCONDICIONADA. Não
há bis in idem em ser julgado e aqui.
● CPP brasileiro adota o sistema acusatório flexível ou não ortodoxo. O juiz não é mero
espectador estático da instrução penal, de modo que possui alguns poderes para agir de ofício,
como requisitar as provas que entender necessárias ao deslinde da lide.
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● O CPP possui fortes traços do sistema inquisitivo (controle de arquivamento, ordena provas de
ofício, ordena provas em fase de inquérito consideradas urgentes e relevantes, pode alterar a
capitulação legal pela emendatio libelli, pode dar novo enquadramento jurídico ao fato
narrado, provocando o MP para aditar a inicial pela mutatio libelli).
● O IPL, apesar de fortes traços inquisitoriais, deve assegurar a presença do indiciado, quando
possível, na produção probatória, em respeito aos direitos fundamentais.
● O CPP não adota o sistema acusatório puro, pois o juiz pode ter iniciativa probatória, conceder
habeas corpus de ofício, decretar a prisão preventiva, ordenar e modificar as medidas
cautelares, bem como requerer provas de ofício.
● Ainda que gere prejuízo ao réu, a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica (art. 3°, CPP).
● Em penal é vedado a motivação per relationem genérica, que apenas confirma decisão
anterior, podendo usar a motivação per relationem, desde que faça referência concreta às
peças que pretende encampar, transcrevendo partes que julgar interessantes para legitimar
o raciocínio lógico que embasa a conclusão a que se quer chegar.
● ANALOGIA: forma de integração. Ubi eadem ratio, ubi idem ius. Onde existe a mesma razão,
deve ser aplicado o mesmo direito. Fato não regido pela norma jurídica, de modo que se
aplica a disposição legal aplicável a fato semelhante. Na esfera processual goza de ampla
aplicação, diferente da penal, que não pode ser em prejuízo do réu. Deve-se respeitar a
liberdade e as garantias CF.
o Analogia legis: aplicação da LEI aplicável a um caso semelhante.
o Analogia juris: aplicação de PRINCÍPIOS aplicáveis a um caso semelhante.
170 ● Atenção: a analogia não é feita com a LEI, mas com todo o ORDENAMENTO jurídico.
● Súmula 501 do STJ: não é possível a combinação de leis, devendo ser aplicado na íntegra o
dispositivo que favorece ou réu, seja ele anterior ou posterior.
● Súmula 611 do STF: Caso a sentença condenatória já tenha transitado em julgado, caberá ao
juízo das execuções a aplicação da lei nova benigna.
● Em caso de norma híbrida (penal e processual – heterotopia), não pode haver cisão. Assim, se
o aspecto penal for benéfico, retroage, e o aspecto processual aplica-se desde já, pelo tempus
regit actum, não retroagindo.
● Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a
denúncia ou a queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. Não viola o princípio do
contraditório.
● O direito ao silêncio e de não produção de provas não é absoluto. O acusado não tem direito
de se recusar a fornecer dados sobre a sua identidade, tampouco recusar-se a se submeter a
reconhecimento pessoal, que é meio de prova.
o STJ: É legal a prova com material genético descartado, ainda que não tenha
havido consentimento do investigado – 2018.
● A absolvição não pode ser afastada por revisão criminal, ainda que a decisão tenha sido
proferida por juízo absolutamente incompetente. Assim, não pode alguém ser julgado mais
de uma vez por fato do qual já tenha sido absolvido por decisão passada em julgado.
o Ainda, diante do trânsito em julgado de duas sentenças condenatórias contra
o mesmo condenado, por fatos idênticos, deve prevalecer a condenação mais
favorável ao réu. Não importa qual processo tenha iniciado antes ou em qual
deles tenha ocorrido primeiro o trânsito em julgado. O que irá prevalecer é
a condenação que foi mais favorável ao réu.
▪ Obs: a 1ª Turma do STF possui um precedente em sentido contrário:
Os institutos da litispendência e da coisa julgada direcionam à
insubsistência do segundo processo e da segunda sentença proferida,
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172 ● do Delegado.
Não é necessário o delegado fazer a classificação do crime cometido.
● Arquivamento de IPL e coisa julgada:
o Material (não desarquiva):
▪ Atipicidade: prova nova não pode tornar conduta típica.
▪ Excludente da culpabilidade: há divergência doutrinária.
▪ Extintiva da punibilidade: prova nova não pode demonstrar que a
extinção da punibilidade não ocorreu.
● Exceção: certidão de óbito falsa.
o Formal (desarquiva):
▪ Ausência de pressuposto processual ou de condição da ação;
▪ Ausência de autoria e materialidade (justa causa); e
▪ Exclusão da ilicitude, pois pode surgir novas provas (STF).
▪ Ausência de base empírica (ausência de provas) : NÃO HÁ COISA
JULGADA MATERIAL, a decisão é rebuc sic stantibus. O MP que
decide se há base empírica ou não. Súmula 524 STF.
● No âmbito do STJ, se o MPF requere o arquivamento do IP, não há aplicação analógica ao
artigo 28 do CPP, não podendo o magistrado encaminhar os autos à CCR. O Sub-Procurador
Geral da República atua como longa manus do PGR.
● O pedido do PGR de arquivamento por base empírica/ausência de provas, sendo o PGR
autoridade competente para aferir se há ou não provas para denunciar, o STF entende ser
impositivo o acolhimento. O Ministro do STF é o supervisor do IP. O STF não pode requerer,
pois ele não é órgão de acusação.
● Apesar de constar no CPP que o juiz pode requisitar a instauração de inquérito, entende-se
que tal inciso não foi recepcionado. Mas atente-se: está previsto no CPP.
● A instauração de IPL contra portador de foro por prerrogativa de função depende de
autorização do Ministro Relator do STF. Ainda, o PGR também pode requerer a instauração ao
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Ministro. (Atenção: lembrar da interpretação restritiva dada pelo STF em relação ao foro por
prerrogativa de função: crimes relacionados ao mandato).
● A nulidade do reconhecimento de pessoas, em sede de inquérito policial, não contamina a
ação penal, uma vez que lá só se produzem peças informativas, e na ação penal há,
efetivamente, a produção de provas, sob o crivo do contraditório e ampla defesa.
● O arquivamento de IPL por excludente de ilicitude realizado com base em provas fraudadas
não faz coisa julgada material, podendo ser reaberto mesmo que não tenha sido baseado em
provas fraudadas, vez que pode surgir provas novas. Se for com provas fraudadas, com maior
razão pode ser feito o desarquivamento.
● É a instrução em juízo que tem como escopo colher provas para demonstrar a legitimidade da
pretensão punitiva ou do direito de defesa. O IPL tem como objetivo a obtenção de dados
informativos para que o órgão acusatório analise a viabilidade de propositura da ação penal.
● De acordo com o art. 107, CPP, “não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos
autos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal”.
● Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo juiz.
o Se ele estiver preso e precisar de mais diligências, significa que não tem tanta
certeza da sua autoria/materialidade, de modo que não se pode deixar o
investigado preso.
● O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser
avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por
173 motivo de:
o Interesse público ou;
o Nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento
da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
● Em regra, a decisão de arquivamento do inquérito policial é irrecorrível. Há duas exceções
legais quanto à recorribilidade de decisões de arquivamento de IP:
o Quanto aos crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública, há
previsão legal de recurso de ofício (Lei nº 1.521/51, art. 7º);
o E, no caso das contravenções do jogo do bicho e de corrida de cavalos fora do
hipódromo, há previsão legal de recurso em sentido estrito (Lei nº 1.508/51,
art. 6º, parágrafo único).
● A denúncia anônima pode dar início à investigação, desde que corroborada por elementos
informativos prévios que verifiquem a verossimilhança da comunicação, o que pode surgir por
meio de investigações preliminares.
● Ainda que o delito seja de menor potencial ofensivo, a lei 9099 não veda a instauração de
inquérito policial. A regra é a lavratura de termo circunstanciado, mas se o caso for complexo e
exigir a realização de investigações, pode ser instaurado inquérito policial, como permite o §2º
do art. 77 da lei 9099.
● Se o MP deixa de oferecer denúncia em relação a alguns fatos ou investigados, isso não obsta
que ele ofereça depois, podendo, perfeitamente, promover ao aditamento da denúncia antes
da sentença final, desde que não extinta a punibilidade, devendo ser garantido o contraditório
e a ampla defesa.
● Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece
a tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
● É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a tramitação direta do inquérito policial entre a
polícia e o Ministério Público. É CONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a possibilidade de o
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MP requisitar informações quando o inquérito policial não for encerrado em 30 dias, tratando-
se de indiciado solto.
● No STJ não se aplica o artigo 28 do CPP (promotor do 28), uma vez que no STJ, os membros do
MPF atuam sob delegação do PGR. Assim, se o membro do MPF manifesta requer o
arquivamento, não há o que fazer senão acolher o pedido, ainda que o Min. Relator discorde.
● O delegado, quando verificar ausência de sanidade mental do investigado, não poderá realizar
de ofício, devendo representar ao Juiz competente o incidente. (art. 149, §1º)2
● O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem sido feitas
diligências de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a instrução do inquérito,
não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF)
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O CDC dispõe expressamente que é possível que pessoa jurídica seja assistente de acusação,
dispensada autorização assemblear.
Durante os debates no Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça pediu a absolvição
do réu, tendo ele sido absolvido pelos jurados. O assistente de acusação, que intervinha no
processo, tem legitimidade para recorrer contra essa decisão? SIM. O assistente de acusação
possui legitimidade para interpor recurso de apelação, em caráter supletivo, nos termos do
177 art. 598 do CPP, ainda que o Ministério Público tenha requerido a absolvição do réu. STJ. 6ª
Turma. REsp 1.451.720-SP, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 28/4/2015 (Info 564).
Quando a Defensoria Pública atuar como representante do assistente de acusação, é
dispensável a juntada de procuração com poderes especiais. O Defensor Público deve juntar
procuração judicial somente nas hipóteses em que a lei exigir poderes especiais. Atuar como
representante do assistente de acusação não é considerado um poder especial, não se
exigindo procuração especial. A participação da Defensoria Pública como representante do
assistente de acusação pode ser negada sob o argumento de que a vítima ou seus sucessores
não são hipossuficientes (“pobres”)? NÃO. Compete à própria Defensoria o direito de apurar o
estado de carência de seus assistidos.
Não há nulidade processual na hipótese em que o assistente de acusação, por não ter
arrazoado recurso interposto pelo MP após ter sido intimado para tanto, deixe de ser intimado
quanto aos atos processuais subsequentes.
O assistente da acusação tem direito à réplica, ainda que o MP tenha anuído à tese de legítima
defesa do réu e declinado do direito de replicar.
Súmula n.° 448-STF: O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr
imediatamente após o transcurso do prazo do MP.
o O prazo para o assistente de acusação habilitado nos autos apelar é de 5
(cinco) dias, após a sua intimação da sentença, e terminado o prazo para o
Ministério Público apelar. Incidência do enunciado da Súmula n.º 448 do STF.
● Do despacho que admitir ou não assistente à acusação, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
● STJ: o assistente de acusação possui legitimidade para interpor recurso de apelação, em
caráter supletivo, nos termos do artigo 598 do CPP, ainda que o MP tenha requerido a
absolvição do réu em plenário.
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6.5.1. Sentença
● Não viola o princípio da congruência o reconhecimento de ofício pelo juiz de causa de
aumento ou agravante. Isto porque, o réu se defende dos fatos imputados a ele na denúncia, e
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não da capitulação jurídica nela estabelecida. O juiz, na sentença, pode reconhecer incidência
de causa de aumento não prevista na denúncia, desde que esteja narrada nos fatos. A
sentença deve guardar RELAÇÃO COM OS FATOS IMPUTADOS, e não com a definição jurídica.
o No mesmo sentido, não há ofensa ao princípio da correlação quando há
reconhecimento da reincidência na sentença, pois esta agravante não
modifica a figura penal objeto da persecução e assim não precisa estar narrada
na denúncia. O seu reconhecimento nada mais é do que o exercício de
jurisdição, não violando o direito de defesa ou o contraditório. Além disso, há
previsão legal expressa, contida no art. 385, do Código de Processo Penal.
o Diz-se que o pedido no processo penal é o de condenação, e não para
condenar por tal crime.
o O STF diz que é preferível a emendatio libelli por ocasião da sentença.
o O juiz, como se atém aos fatos, pode dar capitulação jurídica diversa mais
gravosa.
● A sentença proferida por juízo absolutamente incompetente impede o exame dos mesmos
fatos ainda que pela justiça constitucionalmente competente, pois, ao contrário, estar-se-ia
não só diante de vedado bis in idem como também na contramão da necessária segurança
jurídica que a imutabilidade da coisa julgada visa garantir”. Masson afirma que entre ne bis in
idem e o juiz natural, deve preponderar o ne bis in idem, de modo a não rediscutir os mesmos
fatos.
o Porém, havendo duas coisas julgadas, a primeira por juiz absolutamente
incompetente e a segunda por juiz competente, com pena mais branda, deve
179 ser relativizada a coisa julgada da primeira sentença, prevalecendo a situação
mais favorável ao réu. Dignidade da pessoa humana.
o A vedação do bis in idem impede a imputação ao agente de um crime (e de
uma nova ação penal), cometido no contexto fático de outro delito, o qual era
desconhecido na ação penal a este correspondente.
● Havendo duas sentenças condenatórias envolvendo fatos idênticos, a segunda delas não será
necessariamente aquela a ser anulada. Diante do trânsito em julgado de duas sentenças
condenatórias contra o mesmo réu, por fatos idênticos, deve prevalecer o critério mais
favorável em detrimento do critério temporal (de precedência). Isso em homenagem aos
princípios do favor rei e favor libertatis
● É possível a realização de emendatio libelli em segunda instância no julgamento de recurso
exclusivo da defesa, desde que não gere reformatio in pejus, nos termos do art. 617 do CPP.
o Fischer: Não há impedimento de pena mais grave em emendatio libelli, salvo
quando o recurso for exclusivo da defesa, conforme disposto no art. 617 do
CP.
o A proibição de reformatio in pejus se dá apenas nas hipóteses de recurso é
exclusivo da defesa.
● O órgão jurisdicional (juiz ou Tribunal) não tem competência para substituir-se ao Ministério
Público, titular da ação penal pública, e retificar (consertar) a classificação jurídica proposta na
denúncia. Por esse motivo, o entendimento dominante é o de que, em regra, o momento
adequado para a emendatio libelli é na prolação da sentença e não no recebimento da
denúncia. Isso se justifica, ainda, pela posição topográfica do art. 383 no CPP (que está no
título que trata sobre sentença) e pelo fato de que o acusado se defende dos fatos imputados,
e não da classificação que lhes atribuem.
o De forma excepcional, jurisprudência e doutrina afirmam que é possível
antecipar o momento da emendatio libelli nas hipóteses em que a inadequada
subsunção típica (tipificação):
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o S: 209, STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
o Crime Comum - TJ
o Crime Comum Federal - TRF
o Crime Eleitoral - TRE
o Crime De Responsabilidade Próprio - Câmara de vereadores.
o Crime De Responsabilidade Improprio - TJ.
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de violação de direito autoral e contra a
lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura, via
satélite ou cabo, por meio de serviços de cardsharing.
Tanto para o STF, quanto para o STJ, o referido inciso atrai a competência da Justiça Federal
para processar e julgar os processos que veiculam questões ligadas não só aos direitos sobre
terras, mas também aos elementos da cultura indígena, relacionados à sua etnia. Assim,
colunista de um jornal que publicou artigos imputando aos índios adjetivos discriminatórios,
tais como “preguiçosos”, “inúteis” e “arredios”, ofendendo também a cultura indígena, ao
qualifica-la como “burra”, “estúpida” e “predatória, será processado perante a JUSTIÇA
FEDERAL.
6.6.2. Justiça Estadual
Compete à Justiça ESTADUAL o julgamento de crime ambiental decorrente de construção
de moradias de programa habitacional popular, nas hipóteses em que Caixa Econômica
Federal atue, tão somente, na qualidade de agente financiador da obra.
183 Não compete à Justiça Federal julgar queixa-crime proposta por particular contra outro
particular pelo simples fato de as declarações do querelado terem sido prestadas na
Procuradoria do Trabalho. A competência é da Justiça Estadual.
É da competência da Justiça estadual o julgamento de contravenções penais, mesmo que
conexas com delitos de competência da Justiça Federal. A doutrina afirma que existe uma
exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal. Trata-se da hipótese de
contravenção penal praticada por pessoa com foro privativo no Tribunal Regional Federal.
Seria o caso, por exemplo, de contravenção penal cometida por Juiz Federal ou Procurador da
República. Em tais situações, o julgamento ocorreria no TRF (e não na Justiça Estadual). É a
posição, dentre outros, de Renato Brasileiro de Lima.
Crime de tortura praticado contra brasileiro no exterior: trata-se de hipótese de
extraterritorialidade incondicionada (art. 2º da Lei 9.455?97). No Brasil, a competência para
julgar será da Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter
ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar e julgar
os agentes estrangeiros. Isso porque a situação não se enquadra, a princípio, em nenhuma das
hipóteses do art. 109 da CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 107397-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 24/9/2014 (Info 549).
Competência para processar e julgar crime de incitação à discriminação cometido por meio da
internet. Ofensas dirigidas a pessoas determinadas. 1. Não se declara a nulidade do ato
processual que não houver influído na decisão da causa. 2. É da Justiça estadual a
competência para processar e julgar o crime de incitação à discriminação racial por meio da
internet cometido contra pessoas determinadas e cujo resultado não ultrapassou as
fronteiras territoriais brasileiras.
o OBS: Brasil faz parte da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas
as Formas de Discriminação Racial, entretanto, deve haver internacionalidade
na conduta.
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●
6.7. Questões incidentes: medidas assecuratórias
Questões e mental processos incidentes. Questões prejudiciais. Exceções. Incompatibilidades
e Impedimentos. Medidas assecuratórias: sequestro, hipoteca legal e arresto. Incidentes de
falsidade e de insanidade do acusado. Restituição das coisas apreendidas. Perdimento de
bens. Alienação antecipada de bens.
Quando o juiz criminal deve aguardar o deslinde da controvérsia na esfera cível?
o Só quando houver dúvida séria e fundada sobre o ESTADO CIVIL das pessoas e,
o Para casos diversos, o juiz poderá suspender o curso do processo após a
inquirição das testemunhas, por prazo estipulado.
O CPP brasileiro adotou a teoria eclética ou mista, segundo a qual as questões concernentes
ao estado de pessoas é motivo de remessa obrigatória ao juízo extrapenal. Já no caso de
questões diversas destas, fica a cargo do juiz deliberar se enfrenta, ou não, a controvérsia
6.7.1. Sequestro, arresto
O sequestro, no processo penal, terá como objetivo a constrição de bens móveis (art. 132) e
imóveis que sejam fruto da infração penal, como aquele adquirido pelo acusado com recursos
auferidos com sua conduta delituosa, ainda que já tenham sido transferidos a terceiros.
o Basta a existência de indícios da proveniência ilícita dos bens, prescindindo da
certeza.
o Ainda, poderá recair sobre os bens transferidos a terceiros.
o A decisão de embargos (do réu ou do terceiro) não poderá ser pronunciada
antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
o Cabe sequestro de bens móveis se não for cabível a busca e apreensão.
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interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi recepcionada pela Constituição
Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do investigado ou réu
com o objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos. STF. Plenário. ADPF
395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018 (Info
906).
o Assim, caso seja determinada a condução coercitiva de investigados ou de réus
para interrogatório, tal conduta poderá ensejar: • a responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade • a ilicitude das provas obtidas • a
responsabilidade civil do Estado. Modulação dos efeitos: o STF afirmou que o
entendimento acima não desconstitui (não invalida) os interrogatórios que foram
realizados até a data do julgamento, ainda que os interrogados tenham sido
coercitivamente conduzidos para o referido ato processual
o Para que a condução coercitiva seja legítima, ela deve destinar-se à prática de
um ato ao qual a pessoa tem o dever de comparecer, ou, ao menos, que possa
ser legitimamente obrigada a comparecer. Ex: Também será admitida a prisão
preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se
outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Não há nulidade na decisão que indefere pedido de incidente de falsidade referente à prova
juntada aos autos há mais de 10 anos e contra a qual a defesa se insurge somente após a
prolação da sentença penal condenatória, uma vez que a pretensão está preclusa.
189 A antecipação da prova testemunhal prevista no artigo 366 do CPP pode ser justificada
como medida necessária pela gravidade do crime praticado e possibilidade concreta de
perecimento, haja vista que as testemunhas poderiam se esquecer de detalhes importantes
dos fatos em decorrência do decurso de tempo. Tal medida não traz prejuízo às garantias
inerentes à defesa, uma vez que quando o processo retomar seu curso, caso haja algum
ponto novo a ser esclarecido em favor do réu, basta que seja feita nova inquirição.
É justificável antecipação de prova de policiais?
o STJ: Sim, pois atuam no crime e podem esquecer pela frequência
com que ocorrem os crimes ou pela similitude dos fatos.
o STF: Não.
Serendipidade. Crime achado. Encontro fortuito de provas: trata-se de prova obtida em
uma investigação sobre um crime não conhecido, mesmo que não seja conexo com o crime
objeto de investigação, tratando-se de uma prova lícita.
Ainda que um laudo técnico, produzido por órgão do MP, não cumpra com as formalidades do
CPP em relação às perícias, constituem documento, que pode ser valorado segundo a fé que
merecer pelo juiz.
Diferentemente do que ocorre com o aparelho celular apreendido durante a prisão em
flagrante do réu, cuja perícia dependerá, necessariamente, de autorização judicial, é possível à
autoridade policial determinar perícia sobre o aparelho celular de propriedade da vítima
encontrado no local do crime, independentemente de ordem judicial.
Íntima convicção/certeza moral: adotado pelos JURADOS em Tribunal de Júri.
A) Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas PODEM ser utilizadas na formação da
convicção judicial, ainda que coletadas na fase investigatória, conforme regra insculpida no
art. 155, do Código de Processo Penal. O que não pode é fundamentar a decisão
exclusivamente com base em elementos informativos colhidos na investigação.
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congressista em questão pelo delito de evasão de divisas, já que se trata de fato delituoso
diretamente vinculado à persecução penal objeto da cooperação, que tem como foco central
delitos de corrupção e lavagem de capitais. STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 22/6/2016 (Info 831).
A apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais não afronta o
Enunciado 11 da Súmula Vinculante. A SV 11 refere-se apenas a situações em que o emprego
abusivo da algema decorre de decisão judicial, ou seja, no âmbito de um ato processual. Não
abrange hipóteses em que seu uso decorreu de ato administrativo da autoridade policial.
Acusado não pode assistir interrogatório do corréu, mesmo que seja advogado atuando em
causa própria. O réu que seja advogado em causa própria não poderá ver o interrogatório do
corréu na qualidade de advogado. Deverá ser nomeado um defensor para ele.
É denominada testemunha fedatária aquela que assina o auto de prisão em flagrante,
testemunhando a apresentação do preso à autoridade policial. Elas não prestam depoimento
sobre a prática delituosa ou sobre o mérito da ação penal, mas sobre a regularidade de um
fato ou ato processual, tal como as testemunhas que acompanham os condutores do preso em
flagrante delito.
O depoimento prestado em sede policial pela testemunha deve ser por ela reproduzido em
juízo, não bastando, para tanto, a mera afirmação de que ratifica o depoimento prestado no
inquérito policial.
As testemunhas que não estão obrigadas a depor, caso o façam, não estão sujeitas ao
compromisso de dizer a verdade, previsto no artigo 203 do CPP.
o Tratando-se de testemunha com fortes laços de afetividade com o réu, não se
191 pode exigir-lhe que diga a verdade, justamente em detrimento da pessoa pela
qual nutre afeição, pondo em risco até mesmo a própria unidade familiar.
o Ainda que o membro da família seja o único que possa elucidar os fatos, ele pode
se recusar a depor, não se lhe exigindo a verdade dos fatos.
STJ: lembre-se: para caracterização do crime de falso testemunho não é necessário o
compromisso, a advertência.
São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, o que não ocorre se a
pessoa que deva guardar sigilo for o advogado do acusado. O advogado pode se recusar a
depor sobre o caso mesmo que desobrigado pela parte interessada, conforme preconizado
pelo artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da OAB.
A falsidade de documento pode ser arguida por escrito, pelas partes ou o juiz poderá, de
ofício, proceder à verificação da falsidade. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada
em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.” Logo, nunca fará coisa julgada material.
Teoria da tinta diluída (purged taint exception): teoria da mancha purgada, conexão
atenuada. Conceito: não se aplica a teoria dos frutos da árvore envenenada se o nexo causal
entre a prova ilícita originária e a derivada forem atenuados em virtude de causas
supervenientes no curso do processo ou por decurso do tempo, ou quando não se verifique o
nexo causal entre a prova ilícita primária e a derivada.
A prova que deixa vestígios só pode ser suprida por prova testemunhal quando desaparecido
os vestígios ou não puderem ser constatados pelos peritos. Assim, nos crimes em que há
majorante de rompimento de obstáculo, a perícia é indispensável, salvo nos casos aqui
mencionados.
O fato do exame de corpo de delito ser subscrito por apenas um perito oficial, conquanto
caracterize nulidade, à luz do disposto no artigo 159, §1º, do CPP, é vício de natureza relativa,
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que pressupõe a alegação no momento oportuno, bem como a verificação de prejuízo para a
parte.
O interrogatório judicial não é ato privativo do juízo, já que admite perguntas feitas pelas
partes diretamente ao acusado, como forma de se assegurar o contraditório. (é
presidencialista).
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Caso uma pessoa que esteja sendo perseguida penetre em uma residência, é possível que a
polícia entre na residência sem o consentimento do proprietário, uma vez que se trata de
prisão em flagrante.
A prisão ilegal será imediatamente relaxada. Sendo ilegal, independe de fiança.
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● Os fundamentos da prisão preventiva devem persistir durante toda a vigência da prisão, não
apenas anteriormente, quando decretada, se, com o tempo, afastar-se, por exemplo, a
periculosidade social do acusado, surge seu direito à soltura ou à fixação de cautelar menos
gravosa. Portanto, a influência do tempo, como fator jurídico da prisão é aplicada à
manutenção ou não da prisão.
o “[que as] medidas cautelares pessoais se destinam a tutelar uma determinada
situação de fato, à qual se referem, razão por que, desaparecida a sua base
fática legitimadora, impõe-se a sua cessação. Como aduz Maurício Zanoide de
Moraes , ‘toda a medida de coação determinada poderá ser substituída por
outra que se mostre mais adequada e eficiente diante das novas situações
naturalmente proporcionadas pela passagem do tempo’, seja para
recrudescer, seja para minorar a restrição.
● Súmula 697: A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda
o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
o Não há mais vedação da concessão de liberdade provisória em hediondos.
● Na análise do excesso de prazo o STF rejeita o critério aritmético, impondo análise das
peculiaridades do caso concreto à luz do princípio da razoabilidade para, por exemplo,
rechaçar excesso de prazo quando justificado à luz da complexidade do feito ou do
comportamento da defesa. (CONTROVERSO)
o A jurisprudência da Corte é firme no sentido de que não procede a alegação de
excesso de prazo quando a complexidade do feito, as peculiaridades da causa
ou a defesa contribuem para eventual dilação do prazo (HC 139.430).
195 ● Credibilidade da justiça não é argumento idôneo a permitir a segregação cautelar.
● STF: inidônea a fundamentação de prisão preventiva lastreada em circunstâncias genéricas e
impessoais.
● Não é fundamento suficiente para a manutenção da prisão preventiva a alusão ao fato do
acusado ter permanecido preso durante toda a instrução criminal. No mesmo sentido, a
invocação da gravidade em abstrato do delito ou a mera referência aos requisitos
autorizadores da decretação da prisão preventiva, sem base empírica idônea.
● Incompatibilidade da prisão preventiva com o regime prisional semiaberto, por exemplo,
sendo cabível, nesse caso, a determinação de que a prisão cautelar seja cumprida no regime
adequado.
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6.10. Procedimentos
Ação Penal. Processo: finalidade, pressupostos e sistemas. Procedimento Comum Ordinário.
Procedimento Comum Sumário. Procedimentos Especiais: do Tribunal do Júri, nos crimes de
abuso de autoridade, nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, nos crimes
contra a honra e nos crimes contra a propriedade imaterial. A restauração de autos
extraviados ou destruídos. Normas especiais previstas na Lei que dispõe sobre o processo e o
julgamento colegiado em primeiro grau de crimes praticados por organizações criminosas.
Normas especiais previstas na Lei que dispõe sobre a repressão à produção não autorizada e
ao tráfico ilícito de drogas. Disposições especiais e medidas assecuratórias previstas na Lei
que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
Disposições especiais previstas na Lei que dispõe sobre os crimes ambientais. Disposições
especiais previstas na Lei que dispõe sobre as licitações e os contratos administrativos.
Disposições especiais previstas na Lei que dispõe sobre os crimes contra o sistema financeiro
nacional. Normas especiais previstas na Lei que define a situação jurídica do estrangeiro no
Brasil.
● Defeito de citação, ainda que tenha corrido a ação penal, pode ser alegada a qualquer tempo,
inclusive no tribunal. Citação circunduta é aquela que foi anulada em razão de vício insanável.
● Procedimentos:
o Ordinário: igual ou maior a 4.
o Sumário: menor do que 4.
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Em regra, a decisão do recurso interposto por um dos réus aproveita os demais. A extensão
dos efeitos benéficos dos recursos não se aplica quando:
o De caráter exclusivamente pessoal.
o Quando o réu que requerer o benefício não participar da mesma relação
jurídico-processual daquele que foi beneficiado.
o Quando se invoca extensão da decisão para outros processos que não foram
examinados pelo órgão julgador, pois senão estaria pretendendo obter a
transcendência dos motivos determinantes.
Em matéria criminal, não deve ser conhecido recurso especial adesivo interposto pelo
Ministério Público em desfavor do réu, pois, admitir-se a interposição de tal recurso pelo MP,
veiculando pedido em desfavor do réu, conflita com a regra do artigo 617 do CPP, que prevê
que o Tribunal não poderá agravar a pena se apenas o réu houver recorrido.
A suspensão nacional prevista no §5º do artigo 1035 é discricionária do Ministro Relator. Esta
possibilidade aplica-se aos processos de natureza penal, suspendendo-se o prazo prescricional
da pretensão punitiva relativa aos crimes objeto das ações penais. Tal suspensão não
abrangerá IP ou procedimentos investigatórios conduzidos pelo Ministério Público, muito
menos réu preso provisoriamente. Em qualquer caso, o juiz de primeiro grau poderá proceder
à produção de provas de natureza urgente.
Não é extemporâneo recurso interposto antes da publicação do acórdão. Sob o ângulo da
oportunidade, a publicação do acórdão impugnado é elemento neutro, podendo a parte,
ciente da decisão proferida, protocolar o recurso. Assim por exemplo, admite-se a interposição
de embargos declaratórios oferecidos antes da publicação do acórdão embargado e dentro do
202 prazo recursal.
A depender do fundamento da sentença absolutória, remanesce ao réu o direito de recorrer,
mormente quando o fundamento da sentença puder repercutir na esfera civil (por exemplo,
quando é absolvido por insuficiência de provas).
O CPP expressamente previu a fungibilidade recursal no artigo 579: Salvo a hipótese de má-fé,
a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Parágrafo único. Se
o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará
processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de
defensor dativo.
No Juizado Especial Criminal, o prazo para a interposição de apelação é de 10 dias, já inclusas
as razões recursais
Cabem embargos infringentes para o Plenário do STF contra decisão condenatória proferida
em sede de ação penal de competência originária das Turmas do STF. O requisito de
cabimento desse recurso é a existência de dois votos minoritários absolutórios em sentido
próprio. Voto absolutório em sentido próprio: significa que o Ministro deve ter expressado
juízo de improcedência da pretensão executória. STF. Plenário. AP 863 EI-AgR/SP, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 18 e 19/4/2018; HC 152707/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18
e 19/4/2018 (Info 898).
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a participação de
julgador impedido, quando do julgamento do recurso no órgão colegiado do tribunal, não
acarreta automática nulidade da decisão proferida se, excluindo-se o voto do referido
magistrado, o resultado da votação permanecesse incólume.
Em determinadas situações, há de se admitir o interesse recursal – para alterar fundamento de
absolvição – de réu que tenha sido absolvido ou tenha sido reconhecida, em seu favor, a
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prescrição ou outra causa extintiva da punibilidade. É direito fundamental do réu ter a resposta
estatal não apenas pelo prisma persecutório, mas também em face de todas as consequências
que possam advir do processo penal, diretas ou indiretas. Assim, como eventual
responsabilidade civil nem sempre é afastada peremptoriamente pelo juízo criminal, pois
depende do fundamento da decisão proferida, há de se abrir a possibilidade de recurso para
a modificação do fundamento, desde que traga consequências reais e fáticas em benefício do
recorrente.”
Pode um membro do Ministério Público recorrer de decisão absolutória ainda que o membro
oficiante anterior tenha pedido a absolvição em alegações finais.
Não caracteriza reformatio in pejus a decisão de tribunal de justiça que, ao julgar recurso de
apelação exclusivo da defesa, mantém a reprimenda aplicada pelo magistrado de primeiro
grau, porém com fundamentos diversos daqueles adotados na sentença. Não viola o princípio
da proibição da reformatio in pejus a reavaliação das circunstâncias judiciais em recurso de
apelação penal, no âmbito do efeito devolutivo, desde que essa não incorra em aumento de
pena. Não há falar em reformatio in pejus se os motivos expendidos pelo julgador em sede de
apelação exclusiva da defesa não representaram advento de situação mais gravosa para o réu
6.13.1. Recurso em sentido estrito
● As hipóteses de cabimento de RESE trazidas pelo artigo 581 são:
o Exaustivas
o Admitem interpretação extensiva (faltou dizer algo que cabe).
o Não admitem interpretação analógica (não disse).
203 ● Assim: a decisão do juiz que revoga a medida cautelar diversa da prisão cabe RESE com base
na interpretação extensiva do 581, V, uma vez que o incisivo V permite RESE contra a decisão
do juiz que revoga a prisão preventiva.
● Cabe RESE, por interpretação extensiva, contra decisão que indefere a prisão temporária.
● Contra a decisão que julga procedente as exceções de litispendência, coisa julgada,
ilegitimidade de parte e incompetência será cabível o recurso em sentido estrito, salvo
suspeição.
o Não cabe RESE contra julgamento de exceção de suspeição (incompetência
cabe). Isto porque, se ele aceita a suspeição, o juiz remete os autos ao
substituto; ou, se ele nega a suspeição, os autos são remetidos ao Tribunal que
competir o julgamento.
● O RESE só cabe quando for julgado procedente as exceções de incompetência, litispendência,
ilegitimidade de parte e coisa julgada.
● A absolvição sumária, como regra, é atacada por apelação, porém, em caso de extinção da
punibilidade é atacada por RESE. A decisão de absolvição sumária por extinção da
punibilidade não é um veredito absolutório, mas sim uma decisão declaratória, podendo existir
ainda o ilícito. Tem discussão doutrinária aqui. Uns dizem ser apelação, outros RESE.
● O agravo da execução penal não possui rito legal, seguindo-se as mesmas normas do RESE –
Súmula 700 do STF. Tal agravo não possui efeito suspensivo.
● Efeito regressivo: o juiz pode rever a sua decisão quando interposto RESE e contrarrazoado.
o Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que,
dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários. Se o juiz
reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz
modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o
recurso nos próprios autos ou em traslado
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● Da decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade, caberá
recurso em sentido estrito, mas nesta não haverá efeito suspensivo. Esta é uma das únicas
situações vigentes em que o recurso em sentido estrito não admite efeito suspensivo.
6.13.2. Apelação
Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado presidido
por desembargador, sendo os demais integrantes juízes convocados, desde que haja previsão
legal para isso.
o Salvo se o regimento interno dispor que deva ser julgado só por
desembargadores.
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alteração do título prisional e, portanto, o habeas corpus impetrado contra prisão antes do
julgamento não deverá ser conhecido.
Na decisão do STF que concedeu o HC coletivo a mulheres, eles, diante da falta de legislação
específica, utilizaram-se da Lei de Mandado de Injunção para fixar o entendimento de que a
legitimidade ativa para impetração de HC coletivo é do: a) partido político com representação
no Congresso; b) organização sindical e entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano; c) Defensoria pública; e d) Ministério
Público.
691 da Súmula do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior,
indefere a liminar.
● Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do
trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão
criminal. A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser arguida através
de habeas corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em
sucedâneo da revisão criminal
● É possível que o Tribunal, ao julgar um recurso, mantenha a sentença do juiz fazendo a
suplementação da fundamentação da dosimetria e da fixação do regime de cumprimento de
pena, sempre que não haja agravamento da pena do réu. Isso é possível em razão do efeito
devolutivo amplo de recurso de apelação, não se configurando reformatio in pejus. STJ. 6ª
Turma. AgRg no HC 425.361/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018.
206 ● O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal
diversas da prisão.
● Em regra, não se admite a utilização de habeas corpus como substituto de recurso próprio, ou
seja, se cabia um recurso para impugnar a decisão, não se pode aceitar que a parte
prejudicada impetre um HC. Exceção: se, no caso concreto, a decisão impugnada for
flagrantemente ilegal, gerando prejuízo à liberdade do paciente, o Tribunal deverá conceder o
habeas corpus de ofício. O acautelamento de passaporte é medida que limita a liberdade de
locomoção, razão pela qual pode, no caso concreto, significar constrangimento ilegal e
arbitrário, sendo o habeas corpus via processual adequada para essa análise. Isso vale não
apenas para decisões criminais como também cíveis. STJ. 4ª Turma. RHC 97.876-SP, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 05/06/2018 (Info 631). #IMPORTANTE
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estiver com quórum incompleto, será possível aceitar o cabimento dos embargos infringentes
mesmo que tenha havido apenas 1 voto absolutório. Isso porque o réu não pode ser
prejudicado pela ausência do quórum completo. STF. Plenário. AP 929 ED-2º julg-EI/AL, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018 (Info 920). #IMPORTANTE
Difuso: Exercido por todos os membros do Ministério Público com atribuição criminal, quando
do exame dos procedimentos que lhes forem atribuídos.
Concentrado: Exercido por alguns membros do MP que tenham a atribuição específica de
realizar o controle externo da atividade policial, conforme disciplinado no âmbito de cada
Ministério Público
O Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a
ordens de missão policial (OMP). Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de
atuação como polícia investigativa, decorrente de cooperação internacional exclusiva da
Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o acesso do Ministério Público não será
vedado, mas realizado a posteriori.
O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público Federal não lhe
garante o acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de
Inteligência do Departamento de Polícia Federal, mas somente aos de natureza persecutório-
207 penal. O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à
atividade de polícia judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por
essa razão, o acesso aos relatórios de inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou
seja, relacionados com a atividade de investigação criminal. O poder fiscalizador atribuído ao
Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os relatórios de inteligência"
produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a
aparelhar procedimentos investigatórios criminais formalizados.
motivos que justificaram a sua remoção para o estabelecimento federal. STJ. 3ª Seção. CC
137.110/RJ, Rel. MIn. Ericson Maranho (Desembargador Convocado do TJ/SP), julgado em
22/4/2015.
É inviável a remoção de apenado para outro Estado com fundamento em suposto tratamento
privilegiado. Apenas razões excepcionalíssimas e devidamente fundamentadas poderiam
legitimar essa medida. STF. 2ª Turma. HC 152720/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
10/4/2018 (Info 897).
A alteração da data-base para concessão de novos benefícios executórios, em razão da
unificação das penas, não encontra respaldo legal. Assim, não se pode desconsiderar o período
de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde a última infração disciplinar, seja por
delito ocorrido antes do início da execução da pena, seja por crime praticado depois e já
apontado como falta disciplinar grave. Se isso for desconsiderado, haverá excesso de execução
(Repercussão Geral)
Súmula 192, STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual.
Manutenção de tornozeleira eletrônica sem fundamentação concreta evidencia
constrangimento ilegal ao apenado.
A prisão preventiva é o marco inicial do tempo para a progressão de regime, desde que não
ocorra condenação posterior por crime que possa acarretar falta grave. Isto porque o preso
provisório deve ter os mesmos direitos do preso definitivo.
208 Não se pode, diante da ausência de estabelecimento adequando ao regime prisional imposto,
ser dado ao apenado tratamento mais gravoso, isto é, tendo direito, por exemplo de cumprir
pena ao regime aberto, não pode ser obrigado a permanecer no semiaberto.
o É possível que um condenado ao regime semiaberto vá para o presídio, não no
regime fechado, mas em um local destinado aos presos deste regime,
conforme as condições deste regime. O que não pode é manter presos do
fechado com os do semiaberto e aberto.
Súmula vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção
do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os
parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320:
o a) A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso; “Constitui flagrante ilegalidade
a manutenção do apenado em regime mais gravoso durante a execução da
pena, em decorrência da ausência de vagas no estabelecimento prisional
adequado, devendo ser, excepcionalmente, permitido ao paciente o
cumprimento da pena em regime aberto ou em prisão domiciliar até o
surgimento de vaga. Precedentes” (HC 386.300/RS, DJe 06/04/2017).
o b) Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos
destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como
adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se
qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa
de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, §1º,
alíneas “b” e “c”, do CP);
o c) Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de
sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente
monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão
domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito
e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto;
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É inviável a remoção de apenado para outro Estado com fundamento em suposto tratamento
privilegiado. Apenas razões excepcionalíssimas e devidamente fundamentadas poderiam
legitimar essa medida
Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar será necessária a oitiva prévia do
condenado em processo administrativo (Súmula 533-STJ). No entanto, é possível que seja
determinada a regressão cautelar do reeducando que praticou falta grave mesmo sem a sua
prévia oitiva. Assim, para fins de regressão cautelar não é necessária a prévia instauração ou
conclusão do procedimento administrativo - PAD e a oitiva do sentenciado em juízo. Tais
providências são exigíveis apenas no caso de regressão definitiva. É imprescindível a realização
de audiência de justificação apenas quando o Juízo da execução penal proceder à regressão
definitiva do apenado a regime mais gravoso, de modo que a regressão cautelar prescinde de
prévia oitiva judicial. STJ. 5ª Turma. RHC 81.352/MA, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
18/04/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 423.979/RS, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura,
julgado em 06/03/2018. Prática de falta grave e regressão:
o Regressão definitiva: é necessária oitiva prévia do condenado.
o Regressão cautelar: não é necessária oitiva prévia do condenado.
Art. 4o A admissão do preso, condenado ou provisório, dependerá de decisão prévia e
fundamentada do juízo federal competente, após receber os autos de transferência enviados
pelo juízo responsável pela execução penal ou pela prisão provisória.
o § 1o A execução penal da pena privativa de liberdade, no período em que
durar a transferência, ficará a cargo do juízo federal competente.
o § 2o Apenas a fiscalização da prisão provisória será deprecada, mediante carta
210 precatória, pelo juízo de origem ao juízo federal competente, mantendo
aquele juízo a competência para o processo e para os respectivos incidentes.
A alteração da data-base para concessão de novos benefícios executórios, em razão da
unificação das penas, não encontra respaldo legal. Assim, não se pode desconsiderar o
período de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde a última infração
disciplinar, seja por delito ocorrido antes do início da execução da pena, seja por crime
praticado depois e já apontado como falta disciplinar grave. Se isso for
desconsiderado, haverá excesso de execução. STJ. 3ª Seção. REsp 1557461-SC, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).
o A falta grave já altera a data-base, de modo que não pode ignorar o que já foi
cumprido.
6.15.1. Remição
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir,
por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
A remição pode se dar com estudo; 12h de estudo dá direito a remir 1 dia de pena. As 12 horas
devem ser divididas em no mínimo 3 dias.
É possível que o condenado cumule a remição pelo trabalho e pelo estudo, desde que as
horas diárias de trabalho e de estudo sejam compatíveis.
A LEP dispõe sobre remição em DIAS = 3 dias trabalhados dá direito a remir 1 dia de pena.
o Só se aplica ao fechado e semiaberto. Não se aplica ao aberto e livramento
condicional.
o A jornada de trabalho deve ser de no mínimo 6h e de no máximo 8h.
o O STJ adota o sistema legal de DIAS. Entretanto, há exceções:
Quando o preso trabalhar mais de 8h, as horas excedentes poderão
ser aproveitadas e, quando completarem 18h (mínimo para 3 dias),
autoriza a remição de 1 dia.
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211 O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos, continuará a
beneficiar-se com a remição.
É possível a remição de pena com base no trabalho exercido durante o período em que o
apenado esteve preso em sua residência (prisão domiciliar). A fim de evitar uma interpretação
restritiva da norma, impõe-se o reconhecimento dos dias trabalhados, ainda que em prisão
domiciliar. Em se tratando de remição da pena é possível fazer uma interpretação extensiva
em prol do preso e da sociedade.
O fato de o estabelecimento penal onde se encontra o detento assegurar acesso a atividades
laborais e à educação formal, não impede que ele obtenha também a remição pela leitura, que
é atividade complementar, mas não subsidiária, podendo ocorrer concomitantemente,
havendo compatibilidade de horários. STJ. 5ª Turma. HC 353689-SP, Rel. Min. Felix Fischer,
julgado em 14/6/2016 (Info 587). É possível computar a remição pelo simples fato de o
apenado ficar lendo livros (sem fazer um curso formal)? SIM. A atividade de leitura pode ser
considerada para fins de remição de parte do tempo de execução da pena. STJ. 6ª Turma. HC
312486-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 9/6/2015 (Info 564).
O fato de o apenado estar no gozo do livramento condicional não constitui condição
impeditiva à concessão da benesse da comutação das penas, não se podendo computar o
período em que o apenado permaneceu solto em livramento como pena cumprida enquanto
não sobrinha decisão final a respeito da revogação ou manutenção o benefício.
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ser mais prejudicial, em verdade (em que pese aparentemente seja mais benéfica), não
retroage para crimes cometidos antes de sua vigência.
SV 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072,
de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.
É inconstitucional o cumprimento de pena em regime integralmente fechado em crimes
hediondos, conforme foi preconizado na lei 8072, artigo 2.
Em crimes hediondos, a progressão se dará após o cumprimento de 2/5 da pena, se primário, e
3/5 da pena, se reincidente. Tal legislação só se aplica APÓS 2007, quando da edição da lei.
o Antes da lei, vigorava o regime integral fechado, que foi declarado
inconstitucional, ou seja, nasceu morto tal regime. Assim, antes da lei, a
progressão de pena era 1/6 para primário. SV26
A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais
gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e
da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto
observando a singularidade do caso concreto. Assim, é inconstitucional a fixação de regime
inicial fechado com base unicamente na hediondez do delito. STF. 1ª Turma. ARE 935967 AgR,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/03/2016. STF. 2ª Turma. HC 133617, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 10/05/2016.
● O Princípio da Livre Concorrência NÃO faz com que os agentes econômicos estejam LIVRES
para ESTABELECER AS REGRAS de competição, pois cabe ao Estado Interventor elaborar as
regras.
● O princípio da defesa do meio ambiente é previsto na Constituição Econômica, no artigo 170,
dispondo que poderá haver tratamento diferenciado às empresas, conforme o grau de
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
● Diante da competência da União de explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os portos marítimos, fluviais e lacustres, o serviço de docas tem
necessariamente natureza pública.
● Para o texto constitucional, em regra, desde que uma empresa seja brasileira (constituída no
Brasil e sujeita às leis brasileiras), a origem do seu capital é irrelevante. Assim, em relação às
empresas de segurança privada:
o Empresas constituídas no exterior são proibidas de atuar no setor de
segurança privada.
o Empresas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País são consideradas “empresas brasileiras”, conforme o
artigo 1126 do Código Civil, sendo irrelevante que tenham na sua composição
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● Inconstitucional exigência pelo fisco de fiança, garantia real ou fidejussória para impressão de
notas fiscais de contribuintes em débito com o Fisco. Trata-se de sanção política e violação ao
livre exercício de atividade econômica, devido processo legal e proporcionalidade. Só execução
fiscal pode cobrar créditos.
● Princípios de econômicos de INTEGRAÇÃO: são os que objetivam resolver os problemas da
marginalização regional e social. Estão no 170, V a VIII.
o defesa do consumidor,
o defesa do meio ambiente,
o redução das desigualdades sociais e a
o busca pelo pleno emprego.
● Lembrar que o ESTADO não pode regular a atividade econômica de interesse local dos
MUNICÍPIOS. Viola o pacto federativo. Ex: isenção de passagem, através de lei estadual, ao
transporte coletivo municipal.
● 1. No mérito, a jurisprudência da Casa já assentou o entendimento de que a imunidade
recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, e §§ 2º e 3º, da Constituição Federal é extensível à ECT,
prestadora de serviços públicos essenciais, obrigatórios e exclusivos do Estado, quais sejam, o
serviço postal e o correio aéreo nacional (art. art. 21, X, da CF/88). Esta imunidade subsiste em
relação a todas as suas atividades, incluídos os serviços não exclusivos, dispensados em
regime concorrencial, os quais se prestam, via subsídio cruzado, ao financiamento do serviço
postal deficitário.
● Ordem econômica em sentido amplo disciplina as relações privadas na economia.
● O Estado Liberal surgiu para substituir o Estado Absolutista, valorizando as liberdades
216 individuais. Surgiu para aliviar a intervenção do Estado na economia, aquecendo as relações
comerciais.
● A liberdade econômica, que consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico
(produção, circulação/distribuição e consumo), não pode ser limitada nem mitigada,
regulando-se pelo interesse essencialmente privado.
o O princípio possui duas espécies: liberdade de empresa, segundo a qual há livre
escolha da atividade a desempenhar, bem como dos meios para o fiel
desempenho, e a liberdade de concorrência, baseada na livre disputa de
mercados.
● O princípio da igualdade econômica é meramente formal e nivela os agentes detentores do
poderio econômico com os que, apesar de não deterem parcela significativa do mercado, dele
participam, sendo vitais para a sua salutar manutenção.
● É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa privada, norma
de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada
a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa jurídica
para com a seguridade social.
o Só lei complementar pode dispor sobre isso, pois trata do sujeito passivo
tributário.
● A ordem econômica vigente é imposta pelo modelo político do Estado adotado no Brasil.
● As normas de direito econômico são tanto de natureza estatutárias/preceptivas quanto
diretivas.
● A liberdade de comércio e de indústria representa um dos corolários do princípio da livre
iniciativa, marco no Decreto d’Allarde. Esse decreto foi editado na França, em 1791, sendo um
dos corolários do liberalismo, preconizando liberdade do comércio e da indústria, como defesa
à livre concorrência e livre mercado. É uma das vertentes oriundas do iluminismo.
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219 infração à ordem econômica, é possível celebrar o acordo de leniência, desde que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo.
● No acordo de leniência, decreta-se a extinção da ação punitiva da administração em favor do
infrator, quando a proposta tiver sido apresentada à Superintendência sem que esta tivesse
conhecimento prévio da infração noticiada. Nos demais casos, reduz-se de 1 a 2/3,
observando na fixação da pena a efetividade da colaboração prestada e a boa-fé do infrator no
cumprimento do acordo de leniência.
● Nos casos de crimes contra a ordem econômica da lei 8137 e nos crimes de cartel, (8666), a
celebração de acordo de leniência determina a SUSPENSÃO do curso do prazo prescricional e
impede o oferecimento da denúncia em relação ao agente beneficiário.
o Cumprido o acordo de leniência, extingue-se a punibilidade
automaticamente dos crimes.
● Não configura crime contra a ordem econômica a retenção de bens de produção e consumo
para garantir a cobertura dos custos de produção.
Royalty: Remuneração pelo fator de produção tecnológica, protegido pelo direito marcário.
Know-How: conhecimento da técnica de produção.
Salário: remuneração pelo fator de produção de mão de obra.
Cartel: concentração horizontal: acordo (e não união formal) entre empresas independentes
para atuação coordenada, no sentindo de restringir a concorrência e elevar preços. Ocorre
entre concorrentes diretos, ou seja, que exploram um mesmo mercado.
A formação de cartel é marcada pelo acordo entre em presas que atuam em
um mesmo ramo.
É o acordo horizontal entre agentes de um mesmo mercado relevante.
Truste: concentração vertical fusão de maioria das empresas dententoras do mercado em uma
só grande empresa. Trata-se de união entre responsáveis pela chegada da mercadoria até o
consumidor, realizada entre empresas e fornecedores ou distribuidores.
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após esse prazo ocorre a aprovação tácita do ato de concentração, vez que a lei do cadê
preconiza pela efetividade, de modo que as empresas não podem ficar a mercê da autarquia.
o A análise é prévia, ressalvada a possibilidade de exame ulterior de atos que a
princípio não ensejariam a atuação do CADE.
● A execução das decisões do Cade será promovida na Justiça Federal do Distrito Federal ou da
sede ou domicílio do executado, à escolha do Cade.
● Em intervenção judicial relativa a execução específica, se dentro de 48 (quarenta e oito) horas,
o executado impugnar o interventor por motivo de inaptidão ou inidoneidade, feita a prova da
alegação em 3 (três) dias, o juiz decidirá em igual prazo.
● O processo de execução em juízo das decisões do Cade terá preferência sobre as demais
espécies de ação, exceto habeas corpus e mandado de segurança.
● 98. O oferecimento de embargos ou o ajuizamento de qualquer outra ação que vise à
desconstituição do título executivo não suspenderá a execução, se não for garantido o juízo no
valor das multas aplicadas, para que se garanta o cumprimento da decisão final proferida nos
autos, inclusive no que tange a multas diárias. §1º Para garantir o cumprimento das obrigações
de fazer, deverá o juiz fixar caução idônea.
● O rol de infrações previstas na lei do CADE não é taxativo. A conduta, para caracterizar
infração à ordem econômica, deve gerar algum dos efeitos do artigo 36.
o Qualquer conduta que tenha por propósito, ou seja capaz de produzir os efeitos
elencados nos incisos do art. 36 da lei 12529/2011, independentemente de
culpa, poderá ser tipificada como infração à ordem econômica, tal como a
imposição de preços excessivos, o que deverá ser analisado caso a caso,
222 conforme a regra da razão.
● O mercado relevante é a unidade de análise para avaliação do poder de mercado. É o que
define a fronteira da concorrência entre as empresas. A definição de mercado relevante leva
em consideração duas dimensões: a dimensão do produto e a dimensão geográfica.
o A LEI (ordinária) reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário de lucros. Não há
que se falar portanto em reserva de lei complementar para hipóteses de isenção à
lei antitruste.
o Por mercado relevante, entende-se o espaço no qual dois ou mais agentes
privados, concorrentes entre si, vão aplicar seus respectivos mecanismos e
disputar consumidores. Para tanto, valem-se de diversos instrumentos.
▪ Aspecto materiais: comercializar bens que se encontram dentro da mesma
opção de escolha consumeirista.
o Os mercados de varejo à distância têm peculiaridades que o diferenciam do
mercado tradicional.
o O mercado de venda de espaço virtual para publicidade é isolado, não se
reconhecendo um mercado relevante de vendas de espaços publicitários em geral.
o Para análise, leva-se em conta o custo, a distribuição/transporte.
● Para o cálculo de multa nas infrações administrativas contra a ordem econômica previstas na
lei do CADE, levar-se-á em consideração a consumação ou não da infração.
● Se um procedimento administrativo que tenha por fim julgar possíveis infrações da ordem
econômica estiver paralisado e aguardando decisão há mais de três anos, será permitido o
reconhecimento de ofício da prescrição intercorrente, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade decorrente da paralisação, se for o caso.
● As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa
e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente. Sócios,
per si, não são responsáveis, salvo se dirigentes ou administradores.
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● É possível que um ato que não tenha chegado a existir no mundo jurídico configure infração à
ordem econômica: “Constituem infração à ordem econômica, independentemente de culpa,
os atos sob qualquer forma manifestados, ..”
● Lembre-se: aplica-se a lei antitruste às pessoas de direito público, de modo que uma
associação médica ou o conselho de medicina pode ser enquadrado como agente infrator da
ordem econômica, considerando ser possível sua identificação como sujeito econômico.
● O critério de submissão dos atos de concentração ao CADE decorre da aferição,
ALTERNATIVAMENTE, do faturamento bruto anual OU do volume de negócios total no País dos
grupos envolvidos, apurados no ano anterior à operação. (O art. 88, da Lei 12.529/11 refere
“faturamento bruto anual OU volume de negócios total”; logo, não é cumulativo
● Doutrina da essential facility: relativização do exercício do direito de propriedade em prol da
competição. Características: a) situação de dependência com a relação ao acesso de certo
bens, controlados por um agente com poder de mercado e; b) a impossibilidade física ou
econômica de duplicação da estrutura por parte dos concorrentes, isto é, a impossibilidade de
suprir essa dependência através da aquisição de bens próprios. A recusa injustificada do
detentor da estrutura em fornecer acesso aos concorrentes, mesmo diante da possibilidade de
liberar o acesso sem comprometer o serviço oferecido, é considerada abusiva.
● Em execução judicial do título executivo extrajudicial do CADE, eventual embargos ou
ajuizamento de qualquer outra ação que vise à desconstituição do título executivo não
suspenderá a execução, SALVO se for garantido o juízo no valor das multas aplicadas, para que
se garanta o cumprimento da decisão final, inclusive no que tange às multas diárias.
● O interventor não assume automaticamente a administração, tendo o executado 48h para
224 impugnar o interventor. (art. 103)
● A execução tem preferência sobre as demais espécies de ação, salvo HC e MS.
Preços predatórios são os abaixo de determinada medida razoável de custo com o propósito
de eliminar competidores. Já os preços opressivos, em inglês price squeeze, caracterizam-se
pelo aumento do preço de matérias-primas ou insumos essenciais à atividade do concorrente,
sem aumentar seus próprios custos.
O artigo 36, caput, da Lei 12.529 permite que eventual abuso de direito de propriedade
intelectual gere a sua incidência desde que haja um prejuízo à concorrência e implicação de
aumento arbitrário de lucros, configurando, pois, abuso de posição predominante.
Compromisso de cessação é cabível em:
o I - procedimento preparatório de inquérito administrativo para
apuração de infrações à ordem econômica;
o II - inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem
econômica;
o III - processo administrativo para imposição de sanções administrativas
por infrações à ordem econômica;
A lei do CADE alberga a teoria dos efeitos para sua aplicação, de modo que, segundo o artigo
2° da referida lei, ela será aplicada sem prejuízo de convenções e tratados de que seja
signatário o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em parte no território nacional ou que
nele produzam ou possam produzir efeitos. Aplica-se a lei do CADE, portanto:
o Aos atos cometidos no território nacional.
o Atos atos cometidos no exterior, mas que possam produzir efeitos no
território nacional.
o BIZU: A teoria dos efeitos (effects theory) permite a reivindicação e
exercício de competência jurisdicional, de forma simultânea, por parte
de diversas autoridades de concorrência. Trata-se de aplicação
transnacional do direito concorrencial. Essa teoria surgiu nos EUA em
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Poderão ser cobradas em caráter Poderão ser cobrados em CARÁTER O Comitê da OMC deverá ser notificado
retroativo sobre produtos que tenham RETROATIVO sobre produtos que ANTES da aplicação e execução da
sido despachados até 90 (noventa dias) tenham sido despachados ATÉ 90 medida de salvaguarda provisória, sendo
da data da decisão que concluir por sua (NOVENTA DIAS) DATA DA DECISÃO QUE as consultas com os Estados Soberanos
aplicação em caráter provisório, sempre CONCLUIR POR SUA APLICAÇÃO EM envolvidos, realizadas imediatamente
que haja antecedentes de dumping CARÁTER PROVISÓRIO, sempre que haja após a adoção destas. A medida de
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danoso, comprovada má-fé do dano decorrente das entradas das salvaguarda provisória terá vigência de
importador ou do exportador, bem mercadorias em montante de subsídio até duzentos dias. A definitiva,
como que haja dano decorrente das acionável em interregno de tempo inicialmente, terá vigor por um prazo de
entradas das mercadorias em margem relativamente curto. Prazo de duração até 04 (quatro anos). Caso tenha sido
de dumping em período de tempo da medida definitiva de até 05 anos, aplicada medida de salvaguarda
relativamente curto. Prazo de duração podendo, excepcionalmente, ter prazo provisória, o seu prazo de vigência será
da medida definitiva de até 05 anos, maior. computado para efeito de vigência total
podendo, excepcionalmente, ter prazo da medida de salvaguarda. As medidas
maior. de salvaguarda poderão ser executadas
das seguintes formas: elevação do
imposto de importação, por meio de
adicional à Tarifa Externa Comum - TEC;
ou restrições quantitativas..
8. DIREITO DO CONSUMIDOR
8.1. Relação de consumo: geral
Direito do Consumidor. Elementos Integrantes da Relação Jurídica de Consumo. Sujeitos:
Conceitos de Consumidor e de Fornecedor.
● STJ tem entendido que empresa não é considerado consumidor quando adquire produtos ou
serviços que são utilizados direta ou indiretamente na atividade econômica que exercem.
o Lado outro, por meio de um processo que vem sendo denominado de
231 finalismo aprofundado ou mitigado, em determinadas hipóteses, a pessoa
jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada ao
consumidor, por apresentar, frente ao fornecedor, alguma vulnerabilidade.
● Teoria finalista ou conceito subjetivo: amplia o conceito de consumidor, ao considerar como
tal todo aquele que exaure a função econômica do bem ou serviço como destinatário final,
excluindo-o do mercado de consumo.
o O STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparação previsto
no artigo 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria
finalista.
o O CDC adotou a teoria finalista, pois para ele o consumidor é o destinatário
final.
● Teoria Maximalista: amplia o conceito de consumidor para incluir todos os agentes do
mercado, que podem assumir os papéis ora de fornecedores e ora de consumidores. Não
considera a vulnerabilidade econômica.
● Teoria Minimalista: não encontra eco na jurisprudência, pois reduz demais o conceito de
consumidor.
● Para fins de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, o reconhecimento de uma pessoa
física ou jurídica, ou de um ente despersonalizado como fornecedor de serviços atende aos
critérios puramente objetivos, sendo irrelevante a sua natureza jurídica, a espécie dos
serviços que prestam e até mesmo o fato de se tratar de uma sociedade civil, sem fins
lucrativos, de caráter beneficente e filantrópico, bastando que desempenhe determinada
atividade no mercado de consumo mediante remuneração .
● Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob
qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Parágrafo único. Nos casos de
descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
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233 norma é uma regra prevista em benefício do consumidor, atuando em prol da brevidade do
processo de ressarcimento de seus prejuízos devendo, por esse motivo, ser arguida pelo
próprio consumidor, em seu próprio benefício. Assim, se o fornecedor/réu faz a denunciação
da lide ao corresponsável e o consumidor não se insurge contra isso, haverá preclusão,
sendo descabido ao denunciado invocar em seu benefício a regra do art. 88. Em outras
palavras, não pode o denunciado à lide invocar em seu benefício a regra de afastamento da
denunciação (art. 88) para eximir-se de suas responsabilidades perante o denunciante. STJ. 4ª
Turma. REsp 913.687-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 11/10/2016 (Info 592).
● Súmula 602-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos
habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.
● Se o produto que o consumidor comprou apresenta um vício, ele tem o direito de ter esse vício
sanado no prazo de 30 dias (art. 18, § 1º do CDC). Para tanto, o consumidor pode escolher
para quem levará o produto a fim de ser consertado: a) para o comerciante; b) para a
assistência técnica ou c) para o fabricante. Em outras palavras, cabe ao consumidor a escolha
para exercer seu direito de ter sanado o vício do produto em 30 dias: levar o produto ao
comerciante, à assistência técnica ou diretamente ao fabricante
● A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento no sentido de que o
ajuizamento da execução individual, derivada de decisão proferida no julgamento de ação
coletiva, tem como foro o domicílio do exequente, em conformidade com os artigos 98, § 2º, I,
e 101, I, do CDC, afastada a ocorrência de prevenção do juízo que examinou o mérito da ação
coletiva.
● Um grave vício do produto, ainda que não produza uma situação de insegurança, mas que
cause dano material ou moral ao consumidor, configura fato do produto, submetendo-se ao
prazo prescricional de 5 anos, e não ao prazo decadencial de 90 dias (duráveis) ou 30 dias
(não duráveis).
● Para a responsabilização do fornecedor por acidente do produto não basta ficar evidenciado
que os danos foram causados pelo medicamento. O defeito do produto deve apresentar-se,
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235 aos autos, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo BACEN, praticada nas operações
de mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o consumidor.
As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Acidente aéreo:
o Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de
acidente aéreo em voo doméstico? 5 anos, segundo entendimento do STJ.
o Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de
acidente aéreo em voo internacional? 2 anos, com base no art. 29 da
Convenção de Varsóvia. Nos termos do art. 178 da Constituição da República,
as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das
transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de
Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do
Consumidor.
Contrato de franquia:
o A franqueadora pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos
causados pela franqueada aos consumidores. STJ
o Os arts. 14 e 18 do CDC, ao falarem em fornecedores, preveem a
responsabilização solidária de todos aqueles que participarem da introdução
do produto ou serviço no mercado, inclusive daqueles que apenas organizem a
cadeia de fornecimento pelos eventuais defeitos ou vícios apresentados
(franqueadoras).
o Eventual cláusula de irresponsabilidade da franqueadora em relação à
franqueada não tem validade perante o consumidor.
O art. 26 do CDC não trata sobre o prazo que o consumidor tem para ajuizar ação de
indenização. O prazo decadencial do art. 26 é o prazo que o consumidor possui para exigir uma
das alternativas previstas no art. 20 do CDC: a) reexecução dos serviços; b) restituição da
quantia paga; c) abatimento proporcional do preço. Quando, porém, a pretensão do
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consumidor é de natureza indenizatória (isto é, de ser ressarcido pelo prejuízo decorrente dos
vícios do imóvel), não há incidência de prazo decadencial. A ação, tipicamente condenatória,
sujeita-se a prazo de prescrição. A ação de indenização por danos materiais proposta por
consumidor contra construtora em virtude de vícios de qualidade e de quantidade do imóvel
adquirido tem prazo prescricional de 10 anos, com fundamento no art. 205 do CC/2002. Não
se aplica o prazo decadencial do art. 26 do CDC. O art. 26 trata do prazo que o consumidor
possui para exigir uma das alternativas previstas no art. 20 do CDC.
O atraso na entrega do imóvel gera direito à indenização?
o DANOS MORAIS: Em regra, não são devidos. O mero descumprimento do
prazo de entrega previsto no contrato não acarreta, por si só, danos morais.
Em situações excepcionais é possível haver a condenação em danos morais,
desde que devidamente comprovada a ocorrência de uma significativa e
anormal situação que repercuta na esfera de dignidade do comprador. Ex1:
atraso muito grande (2 anos); Ex2: teve que adiar o casamento por conta do
atraso. STJ. 3ª Turma. REsp 1654843/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 27/02/2018.
o O atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indenização por lucros
cessantes durante o período de mora do promitente vendedor, sendo
presumido o prejuízo do promitente comprador. Os lucros cessantes serão
devidos ainda que não fique demonstrado que o promitente comprador tinha
finalidade negocial na transação. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.341.138-SP, Rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, julgado em 09/05/2018 (Info 626). #IMPORTANTE
236 o DANOS MATERIAIS: O atraso pode acarretar a condenação da
construtora/imobiliária ao pagamento de: a) dano emergente (precisa ser
provado pelo adquirente); b) lucros cessantes (são presumidos; o adquirente
não precisa provar). Os lucros cessantes devem ser calculados como sendo o
valor do aluguel do imóvel atrasado. Isso porque: • o adquirente está morando
em um imóvel alugado, enquanto aguarda o seu; ou • o adquirente não está
morando de aluguel mas comprou o novo imóvel para investir. Está perdendo
“dinheiro” porque poderia estar alugando para alguém. STJ. 3ª Turma. REsp
1662322/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017.
A responsabilidade dos hospitais, no que tange à atuação dos médicos contratados que neles
laboram, é subjetiva, dependendo da demonstração de culpa do profissional, não se podendo,
portanto, excluir a culpa do médico e responsabilizar objetivamente o hospital. Assim, a
responsabilidade do hospital somente se configura quando comprovada a culpa do médico
integrante de seu corpo plantonista, conforme a teoria de responsabilidade subjetiva dos
profissionais liberais abrigada pelo CDC. Vale ressaltar que, comprovada a culpa do médico,
restará caracterizada a responsabilidade objetiva do hospital. STJ. 3ª Turma. REsp
1579954/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018.
Validade da cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar
a comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade
autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado o preço
total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão de corretagem.
REPETITIVO
Incidência da prescrição trienal sobre a pretensão de restituição dos valores pagos a título de
comissão de corretagem ou de serviço de assistência técnico-imobiliária (SATI), ou atividade
congênere (art. 206, § 3º, IV, CC). REPETITIVO
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8.1.3. Infrações
● O fornecedor de bens ou serviços comete prática abusiva se permitir o ingresso, em seu
estabelecimento, de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade
administrativa como máximo. Além de ser considerado prática abusiva, o fornecedor que
permitir a entrada de um número maior de pessoas do que o permitido comete o crime do art.
65 do CDC
● Publicidade ABUSIVA: são prejudiciais, envolvendo valores.
o Discriminatória de qualquer natureza.
o Incite violência
o Explore medo ou superstição.
o Se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança.
o Desrespeita valores ambientais.
o Induz o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança.
● Publicidade ENGANOSA: há uma falsa noção da realidade.
o Inteira ou parcialmente falsa.
o Por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o
consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e
serviços.
238 o Publicidade enganosa por omissão: deixa de informar sobre dado essencial
do produto.
● O consumidor deve ser cientificado de que está sendo exposto a uma mensagem publicitária,
de forma que seja fácil para ele identificar tal fato bem como o patrocinador da mensagem,
isto é, não pode haver publicidade clandestina. Entretanto, também não pode haver
publicidade subliminar, pois esta atinge justamente o inconsciente do indivíduo, induzindo-o.
o A prática do merchandising não é vedada, a menos que ela seja realizada
como prática clandestina, sem que haja a indicação dos produtos que serão
utilizados com esta finalidade.
o Teaser: mesmo que os teasers contenham algum exagero no anúncio do
produto, tal prática não é proibida pelo CDC, vez que se volta a chamar a
atenção dos consumidores e aguçar a sua curiosidade (ex: “é a maior queima
de estoque do mercado, aguardem!”).
o O art.69 do CDC tipifica o descumprimento da obrigação contida no art.36,
parágrafo único (princípio da Transparência da Fundamentação da
publicidade), in verbis:” Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
científicos que dão base à publicidade: Pena Detenção de um a seis meses ou
multa.”
● Considera-se abusiva a prática de limitar a liberdade de escolha do consumidor vinculando a
compra de produto ou serviço à aquisição concomitante de outro produto ou serviço de
natureza distinta e comercializado em separado, hipótese em que se configura a venda
casada”.
● As hipóteses de fortuito externo (que não tem relação com o fornecimento do produto ou
prestação de serviços) excluem a responsabilidade do fornecedor. Portanto, é relevante a
análise da natureza do fortuito para fins de responsabilização no âmbito do CDC.
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● Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos
consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias. Em relação ao Ministério Público
e aos entes políticos, que têm como finalidades institucionais a proteção de valores
fundamentais, como a defesa coletiva dos consumidores, não se exige pertinência temática e
representatividade adequada. STJ. 3ª Turma. REsp 1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 15/05/2018 (Info 626) #IMPORTANTE
● O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos
transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com
cláusulas pretensamente abusivas. STJ. Corte Especial. EREsp 1.378.938-SP, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 20/06/2018 (Info 629).
8.1.4. Plano de saúde
● A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo empresarial extinto para plano
individual não enseja a manutenção dos valores das mensalidades previstos no plano
primitivo.
● Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como
condição de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras
de plano de saúde, bem como para o pagamento de honorários médicos. A exigência de
menção da CID nas requisições de exames e demais serviços de saúde decorre do fato de que
as operadoras de planos de saúde estão obrigadas a prestar apenas os serviços previstos no
contrato. Logo, é importante essa informação para que os pagamentos e as requisições de
exames não se voltem para tratamentos que ultrapassem as obrigações contratuais do plano
239 de saúde.
● Sumula 608 STJ: Aplica-se o CDC aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por
entidades de autogestão.
● O beneficiário de plano de saúde coletivo por adesão possui legitimidade ativa para se insurgir
contra rescisão contratual unilateral realizada pela operadora.
● Aplica-se o CDC aos contratos de plano de saúde.
o “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde,
salvo os administrados por entidades de autogestão.” Nova súmula 608.
● Súmula 609 STJ: A recusa de cobertura securitária sob alegação de doença pré-existente é
ilícita se não houve a exigência de exames prévios à contratação ou a demonstração de má-fé
do segurado.
● Havendo doenças preexistentes, é possível a negativa do seguro de vida, nos termos da
jurisprudência do STJ. Para tanto, deve ser exigido exames prévios à contratação.
● A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao segurado o
direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo
imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto
enquadramento na cobertura contratada. STJ. 2ª Seção. EREsp 1508190-SC, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 08/11/2017 (Info 616).
● Nos planos de saúde coletivos custeados exclusivamente pelo empregador não há direito de
permanência do ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa como beneficiário,
salvo disposição contrária expressa prevista em contrato ou em acordo/convenção coletiva de
trabalho, não caracterizando contribuição o pagamento apenas de coparticipação, tampouco
se enquadrando como salário indireto.
● É constitucional lei estadual que obrigue os planos de saúde a fornecerem aos consumidores
informações e documentos justificando as razões pelas quais houve recusa de algum
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procedimento, tratamento ou internação. O Mato Grosso do Sul editou uma lei estadual
prevendo que, se o plano de saúde recusar algum procedimento, tratamento ou internação,
ele deverá fornecer, por escrito, ao usuário, um comprovante fundamentado expondo as
razões da negativa. O STF entendeu que essa norma não viola competência privativa da União,
considerando que ela trata sobre proteção ao consumidor, matéria inserida na competência
concorrente (art. 24, V, da CF/88)
● A Lei nº 9.656/98, que disciplina os planos e seguros privados de assistência à saúde, é
constitucional. Este diploma, contudo, não pode ser aplicado para contratos celebrados antes
de sua vigência. Assim, são inconstitucionais os dispositivos da Lei nº 9.656/98 que
determinavam a sua aplicação para contratos celebrados antes da sua edição. STF. Plenário.
ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2018 (Info 890).
● O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança de
faixa etária do beneficiário é válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam
observadas as normas expedidas pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam
aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem base atuarial
idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso. STJ. 2ª Seção. REsp
1568244/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo).
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1191139/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
27/02/2018.
● O plano de saúde pode estabelecer as doenças que terão cobertura, mas não o tipo de
tratamento utilizado, sendo abusiva a negativa de cobertura do procedimento, tratamento,
240 medicamento ou material considerado essencial para sua realização de acordo com o proposto
pelo médico. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1181628/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 06/03/2018. Vale ressaltar que, em caso de recusa indevida à cobertura médica, cabe o
pagamento de reparação a título de dano moral, uma vez que agrava a situação de aflição
psicológica e de angústia no espírito do segurado, já combalido pela própria doença. STJ. 4ª
Turma. AgInt no REsp 1619259/GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 06/03/2018.
● É abusiva a cláusula que exclua da cobertura órteses, próteses e materiais diretamente ligados
ao procedimento cirúrgico a que se submete o consumidor. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp
1074241/MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 27/06/2017. Vale ressaltar, no
entanto, que não é abusiva a cláusula contratual de plano de saúde coletivo que estabelece a
cobrança de coparticipação do usuário para órteses, próteses e materiais especiais
indispensáveis a procedimento cirúrgico: A operadora está obrigada ao fornecimento de
próteses, órteses e seus acessórios ligados ao ato cirúrgico (art. 10, VII, da Lei 9.656/98).
Todavia, esta obrigação de fornecimento não implica dizer que o respectivo pagamento seja
suportado exclusivamente pela operadora, pois é da própria essência da coparticipação servir
como fator moderador na utilização dos serviços de assistência médica e hospitalar. A conduta
da operadora, na hipótese dos autos, de cobrar 20% dos materiais cirúrgicos tem respaldo no
art. 16, VII, da LPS e não implica em restrição exagerada ao consumidor. STJ. 3ª Turma. REsp
1671827/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/03/2018.
● Em caso de recusa indevida de cobertura de tratamento de saúde, o plano deverá ser
condenado ao pagamento de indenização por danos morais considerando que essa conduta
agrava a situação física e psicológica do beneficiário. Assim, é pacífica a jurisprudência do STJ
no sentido de reconhecer a existência do dano moral nas hipóteses de recusa injustificada pela
operadora de plano de saúde, em autorizar tratamento a que estivesse legal ou
contratualmente obrigada, por configurar comportamento abusivo. STJ. 3ª Turma. AgInt no
AREsp 1168502/CE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/03/2018. STJ. 4ª Turma.
AgInt no AREsp 1207934/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/03/2018.
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fornecedor, que conhece melhor seu produto que o consumidor e, portanto, terá
melhores condições de realizar a prova.
8.3. Atividades e aplicação do CDC
As principais Atividades Empresariais e sua Relação com o Regime Jurídico das Relações de
Consumo: Os Serviços púbicos, a atividade bancária, a atividade securitária, a atividade
imobiliária, a atividade do transportador aéreo, os consórcios.
● Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo
consumidor, aplica-se a Convenção de Varsóvia e Montreal, e não o CDC.
o Só se aplica em caso de transporte aéreo INTERNACIONAL. No caso de
NACIONAL é o CDC.
o A limitação indenizatória na convenção de Varsóvia é só por danos MATERIAIS,
não se aplicando para indenizações por danos morais.
o A convenção deve ser aplicada não somente em caso de extravio de bagagens,
mas também em outras questões envolvendo o transporte aéreo
INTERNACIONAL.
● Quando o serviço público é prestado diretamente pelo o Estado e custado por meio de
receitas tributárias não se caracteriza uma relação de consumo nem se aplicam as regras do
CDC.
● Não resta caracterizada relação de consumo entre empresa de transporte de pessoas ou
cargas e concessionária de rodovia. Serviço que se aplica o Código Civil.
242 ● Existe relação de consumo entre o condomínio que utiliza água para o consumo das pessoas
que nele residem e a empresa concessionária de água.
● O CDC é aplicável às relações jurídicas entre entidade de previdência privada e seus
participantes. Sum 321 STJ. Se for entidade fechada, não se aplica.
o Súmula 563 STJ: o CDC é aplicável às entidades abertas de previdência
complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com
entidades fechadas.
● O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação jurídica entre participantes ou
assistidos de plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada, mesmo em
situações que não sejam regulamentadas pela legislação especial.
o Não se amoldam ao conceito de fornecedor, pois não comercializam seus
benefícios; não há remuneração pela contraprestação dos serviços; não há
finalidade lucrativa. Há associativismo, mutualismo, com fins previdenciários. É
um caráter estatutário, regido pelas LC 108 e 109.
o Não havendo norma específica nas Leis Complementares 108/2001 e
109/2001, o intérprete deverá se valer da legislação previdenciária, do Código
Civil e de outras leis que regem as relações civis em geral. Não se aplica nem
mesmo subsidiariamente o CDC porque este diploma rege um microssistema
próprio.
● Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao contrato de transporte de
mercadorias vinculado a contrato de compra e venda de insumos
● Segundo a jurisprudência, não há relação de consumo entre condômino e condomínio para
litígios envolvendo cobrança de taxas
● CDC. Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a
atender necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma habitual e profissional,
o serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários. O CDC é aplicável tanto ao comércio
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popular quanto ao consumo de alto padrão. Não é cabível retirar a condição de consumidor
de uma determinada pessoa em razão de ele ter maior nível de escolaridade ou de
discernimento, se comparado com a média da população. Mesmo tendo maior escolaridade
ou discernimento, o autor continua sendo vulnerável frente à empresa. Além disso, no caso
em tela está sendo aplicada a teoria finalista (e não a teoria finalista mitigada, na qual há
análise a respeito da vulnerabilidade do consumidor) STJ.
o O Código de Defesa do Consumidor tem incidência sobre os contratos de
corretagem de valores e títulos mobiliários, sendo indiferente, para
caracterização da relação de consumo, a condição pessoal e capacidade de
discernimento do contratante
● As normas do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos dos Sistema
financeiro de Habitação, desde que não vinculados ao Fundo de Compensação e Variações
Salariais – FCVS e posteriores a entrada em vigor da Lei 8.078/1990
8.3.1. Atividade bancária
● A cobrança de tarifa bancária pela liquidação antecipada do saldo devedor segue a seguinte
regra:
o Antes da resolução do CMN de 2007: é possível a cobrança.
o Depois da resolução do CMN de 2007: não é possível mais cobrar.
● O saque indevido de numerário em conta corrente, reconhecido e devolvido pela instituição
financeira dias após a prática do ilícito, não configura, por si só, dano moral in re ipsa.
243 ● Empresa administradora de cartão de crédito responde solidariamente com o banco pelos
danos causados ao consumidor.
● Súmula 603-STJ: É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários,
vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda
que haja cláusula contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem
salarial consignável, com desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal
específico e admite a retenção de percentual.
● Decadência em contrato bancário e CDC.
o Súmula 477-STJ: A decadência do artigo 26 do CDC não é aplicável à prestação
de contas para obter esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e
encargos bancários. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes
ou de fácil constatação caduca em:
o O art. 26 do CDC somente se aplica para os casos de VÍCIOS. Vício é a
inadequação do produto ou serviço para os fins a que se destina
o Trata-se de custo contratual dos serviços bancários, não dizendo respeito à
qualidade, confiabilidade ou idoneidade dos serviços prestados.
o Súmula 259-STJ: A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular
de conta corrente bancária. Prazo previsto no CC – 3 Anos.
● Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias.
o Trata-se de defeito no serviço bancário, chamado de fato do serviço pelo CDC,
que, para o STJ, decorre da violação a um dever contratualmente assumido,
qual seja o de gerir com segurança as movimentações bancárias de seus
clientes.
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9. DIREITO CIVIL
9.1. LINDB, pessoas naturais, domicílio, Estatuto da Pessoa com
Deficiência
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Pessoas naturais. Personalidade jurídica.
Sistema das incapacidades. Legitimação. Domicílio. Direitos da personalidade. Extinção da
personalidade. Morte e morte presumida. Ausência. Tutela. Curatela. Estatuto da pessoa
com deficiência.
9.1.1. LINDB
● Contratos entre residentes no exterior (entre ausentes): aplica-se a regra no local em que
reside o proponente. Se o contrato for executado no Brasil e necessitar de forma essencial,
aplica-se a lei brasileira.
● Nos casos de omissão da lei, o juiz deve decidir de acordo com a analogia, os costumes, os
princípios gerais do direito e a equidade, pois lhe é vedado o non liquet. Equidade não método
de integração, mas método auxiliar de decisão.
● A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
● A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça.
● Segundo o STJ, os fatos da causa devem ser submetidos ao contraditório, não o ordenamento
jurídico, o qual é de conhecimento presumido não só do juiz (iura novit cúria), mas de todos os
sujeitos ao império da lei, conforme presunção jure et de jure prevista no artigo 3º da LINDB.
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● A retroatividade mínima encontra previsão no artigo 2035 do CC, de modo que pode ser
aplicado, excepcionalmente, a lei nova aos efeitos futuros de relação jurídica entabulada sob
vigência de lei antiga, já revogada.
● Utiliza interpretação extensiva, e não analogia, o juiz que estende a companheiro (a)
legitimidade para ser curador conferida a cônjuge da pessoa ausente.
● A contagem de prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-
se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subsequente à sua consumação integral.
● Eventual inexatidão formal de norma elaborada mediante processo legislativo regular não
constitui escusa válida para o seu descumprimento.
● EQUIDADE:
o Decidir COM equidade: toda decisão que pretende estar de acordo COM o
direito, enquanto ideal de justiça supremo. É decidir de acordo com a justiça
do caso concreto.
o Decidir POR equidade: tem por base a percepção de justiça do julgador, que
não precisa seguir as regras de direito positivo e métodos preestabelecidos.
● Princípio da conciliação ou das esferas autônomas: a lei posterior geral não revoga lei
especial. Igualmente, a lei especial não revoga a geral.
● A lacuna que autoriza a integração das normas é da LEI e não do direito/ordenamento. O
ordenamento não é lacunoso.
245 ● O CESPE entende que a ordem analogia, costumes e princípios gerais de direito, é preferencial
e taxativa. Doutrina clássica.
o Doutrina moderna: nem sempre essa ordem será preferencial. Isso porque
muitos princípios gerais do direito foram transportados para a Constituição
Federal, de modo que, por ser norma superior, não podem ser vistos como
último recurso na integração das normas. Ex: princípio da dignidade da pessoa
humana.
● Constitucionalização X Publicização do Direito Civil:
o Constitucionalização: processo de elevação ao plano constitucional dos
princípios fundamentais do direito civil, que passam a condicionar a
observância pelos cidadãos, e a aplicação pelos tribunais, da legislação
infraconstitucional.
o Publicização: o processo de crescente intervenção estatal, especialmente no
âmbito legislativo, característica do Estado Social do século XX. Tem-se a
redução do espaço de autonomia privada para a garantia da tutela jurídica dos
mais fracos.
● Metacritérios para resolução de antinomias: hierarquia, especialidade, cronológico.
o Se os metacritérios podem solucionar a antinomia, logo a antinomia é
aparente. Se os metacritérios não conseguem solucionar a antinomia, logo a
antinomia é real. A antinomia real resolve-se pelos arts. 4 e 5 da LINDB:
analogia, costumes e princípios gerais de direito, bem como, fins sociais e bem
comum.
● Não há impedimento a edição de leis retroativas. Veda-se apenas a retroatividade que atinja o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. A retroatividade é possível mediante
dois requisitos, em regra: a) cláusula expressa de retroatividade; b) respeito ao direito
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adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Exemplos: lei interpretativa, lei penal benéfica
ao réu.
● Não se tratando de contrato de trato sucessivo, descabe a aplicação retroativa da lei nova para
alcançar efeitos presentes de contratos celebrados anteriormente à sua vigência.
o STJ: Embora não seja permitida a aplicação retroativa da lei, há entendimento
predominante de que nos contratos de plano de saúde, se não foi
oportunizada a possibilidade de migração de plano atingido pela lei nova, o
contrato passa a ser regulamentado inteiramente por esta, face a sua
renovação anual automática.
o A lei nova regula os efeitos presentes e futuros de contratos de trato
sucessivo, pois o que se discute em tais casos, não são os efeitos presentes e
futuros de negócio jurídico que era perfeito sob a égide da lei revogada, mas
sim as consequências de negócios jurídicos renovados sob os auspícios da lei
nova.
● O Brasil adota a teoria da territorialidade moderada, temperada ou mitigada, segundo a qual,
excepcionalmente, será admitida a aplicação da lei estrangeira em território brasileiro, desde
que tal excepcionalidade não atente contra a soberania nacional. Ex: lei de sucessão de bens
de estrangeiro no Brasil.
● A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era domiciliado o defunto
ou desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Aqui, pode ser
observado o princípio da norma mais favorável se tiver herdeiros brasileiros.
246 ● É a lei do domicílio, e não do nascimento, que determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
● A obrigatoriedade de observação da lei se dá com a publicação, e não com a promulgação,
observado o prazo de vacatio legis. Sanção consiste no ato pelo qual o Executivo concorda
com a manifestação de vontade do Legislativo objetivando forjá-la em espécie legislativa.
Promulgação é o instrumento que declara a existência da lei e ordena sua execução
● Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os
estabelecidos pelo CC para assegurar a função social da propriedade e dos contratos – art.
2035, CC.
● A interpretação sistemática busca alcançar o sentido da lei em consonância com as demais
normas que inspiram determinado ramo de direito. Assim, faz-se uma comparação entre a lei
atual, em vários de seus dispositivos.
● A interpretação lógica utiliza o raciocínio.
● A regra é que a lei nova não atinja os efeitos pretéritos já produzidos, mas esta lei poderá
atingir.
● A LINDB proíbe o “reenvio”. Ou seja, se houver de aplicar a lei estrangeira, deve-se observar a
disposição desta lei, sem considerar qualquer remissão por ela feita a lei de outro país. Logo, é
vedado “reenviar” a regulação para outra lei.
● A aquisição de navios e aeronaves rege-se pela lei do local onde tenha sido efetuado o
registro dos direitos de propriedade sobre a coisa.
● A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no
exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a
soberania nacional.
● Enunciado 408 da V Jornada de Direito Civil do CJF: Para efeitos de interpretação da expressão
"domicílio" do art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, deve ser
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modo que reconhecer a possibilidade de uma pessoa jurídica de direito público seria
uma subversão à lógica dos direitos fundamentais.
● O espólio não é parte legítima para requerer danos morais post mortem em favor do morto,
mas sim o cônjuge, herdeiros ou parentes em linha reta ou colateral até o 4º grau.
Ofensa a direito da personalidade da pessoa enquanto O espólio é legitimado a
viva, tendo esta ajuizado ação de indenização, mas prosseguir na demanda.
falecido antes do trânsito em julgado.
Ofensa a direito da personalidade da pessoa enquanto O espólio é legitimado a propor
viva. Esta faleceu sem ter ajuizado a ação. a ação de indenização.
Os herdeiros (e não o espólio)
Ofensa à memória da pessoa já falecida. são legitimados para propor a
ação de indenização.
Os herdeiros (e não o espólio)
Dor e sofrimento causado pela morte da pessoa. são legitimados para propor a
ação de indenização.
● A morte do interditando no curso de ação de interdição não implica, por si só, a extinção do
processo sem resolução de mérito da ação de exigir contas por ele ajuizada mediante seu
curador provisório, tendo o espólio legitimidade para prosseguir com a ação de exigir de
contas.
252 ● Imperiosa cláusula de modicidade: o agente público está sob vigília social, não estando imune
às críticas. Qualquer suposta agressão à honra de um agente público deve ser sopesada com
atenção especial, pois do contrário correr-se-ia o risco de criar impossibilidade de fiscalizar os
agentes públicos. Assim, não se deve indenizar em qualquer caso, havendo uma imperiosa
cláusula de modicidade.
● É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias
ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como
coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. Caso o biografado
ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela
publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização
pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova
edição com correção, de direito de resposta etc. STF. Plenário.
● Transmissão de música por meio de streaming demanda autorização prévia e expressa pelo
titular dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à
exploração econômica desses direitos.
● Ainda que o titular dos direitos autorais sobre a música (cedente) não tenha registrado sua
canção no registro adequado, o cessionário tem legitimidade para fazer a averbação.
● Súmula 228 STJ: é inadmissível interdito proibitório para a proteção do direito autoral.
o No caso, é cabível ação inibitória e a ação de ressarcimento de danos.
● Não há proteção autoral para ideia, vez que as ideias constituem patrimônio comum da
humanidade. Criação de nova espécie de seguro não possui proteção da lei de direitos
autorais.
● O direito dos transexuais à retificação do prenome e do sexo/gênero no registro civil não é
condicionado à exigência de realização da cirurgia de transgenitalização.
● Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de
transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o
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● Súmula 554 STJ: O encerramento das atividades ou dissolução, ainda que irregulares, da
sociedade não é causa, por si só, para a desconsideração da personalidade jurídica prevista
no Código Civil. Deve ser demonstrado os requisitos do artigo 50 do CC.
o O encerramento irregular das atividades da empresa devedora autoriza, por
si só, que se busque os bens dos sócios para pagar a dívida?
▪ Código Civil: NÃO
▪ CDC: SIM
▪ Lei Ambiental: SIM
▪ CTN: SIM
● A desconsideração não implica em dissolução da personalidade jurídica, mas mera ineficácia
do contrato ou estatuto social da empresa frente a credores cujos direitos não são
satisfeitos.
● Prevalece a regra geral de perpetuidade para realização da desconsideração da personalidade
jurídica. Não se extingue pelo seu não uso.
● Pode haver a decretação da desconsideração em sede de processo de execução ou falimentar,
independentemente de ação própria. (STJ falava assim, agora o NCPC traz o incidente).
o Petição inicial: resolve-se nos próprios autos, sem suspender o processo.
o No meio do processo: autos apartados, suspendendo o processo.
● Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens havida em fraude
de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
255 ● Os atos jurídicos permanecem válidos, havendo tão somente a superação da personalidade
jurídica para alcançar os bens particulares dos sócios e administradores que atuaram com
desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
● Teoria da desconsideração expansiva: Cuida-se da situação do chamado sócio oculto, não nos
termos da sociedade em conta de participação, fique claro, mas na condição ‘daquele que é
sem nunca ter sido’, ou seja, daquele que é o protagonista da empresa se valendo de
interpostas pessoas contratuais, denominadas na expressão popular de ‘laranjas’, ‘testa de
ferro’, ‘homem de palha’ e ‘boneco de gelo’, a funcionar como um véu, um anteparo, uma
cortina, enfim uma armadura à sua responsabilidade
● Os administradores de associação não podem ser responsabilizados com base no artigo 1023
do CC, quando os bens da associação forem insuficientes. O Código Civil, ao tratar sobre a
responsabilidade das sociedades simples, estabelece o seguinte: Art. 1.023. Se os bens da
sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Esse dispositivo
NÃO se aplica às associações civis. As associações civis são caracterizadas pela união de
pessoas que se organizam para a execução de atividades sem fins lucrativos. Sociedades
simples são formas de execução de atividade empresária, com finalidade lucrativa.
● Nas causas em que a relação jurídica for cível-empresarial, a desconsideração da
personalidade da pessoa jurídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil. A inexistência ou
não localização de bens da pessoa jurídica não é condição para a desconsideração da
personalidade jurídica. O que se exige é a demonstração da prática de desvio de finalidade ou
de confusão patrimonial (art. 50 do CC). Assim, o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos casos em que não for comprovada a
inexistência de bens do devedor. STJ. 4ª Turma. REsp 1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 08/05/2018
● O §5º do art. 28 do CDC não guarda relação de dependência com o “caput” do seu artigo, o
que, por si só, não gera incompatibilidade legal, constitucional ou com os postulados da ordem
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9.3. Bens
Bens. Classificação. Regime jurídico. Bem de família
● Súmula 205-STJ: A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.
● A exclusão do fiador da proteção da impenhorabilidade do bem de família tem por finalidade
garantir o próprio direito de moradia de inúmeras pessoas que dependem de um mercado
imobiliário estável para travar de forma segura contratos de locação. Assim, é possível
penhorar a casa do fiador de contrato de locação de imóvel, ainda que bem de família.
o Exceção: não pode-se penhorar imóvel de fiador de aluguel de imóvel
comercial.
256 ● O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação deve ser
tratado como bem público, sendo, pois, imprescritível e impenhorável. A CEF, apesar de EP de
atividade privada, explora serviço público, de relevante função social, regulamentado por
normas especiais previstas na Lei 4.380/64. Logo, o imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de
Habitação, porque afetado à prestação de serviço público, deve ser tratado como bem público,
sendo, pois, imprescritível e insuscetível de aquisição por usucapião. Isto posto, aquele que
financia uma casa na CEF não pode alegar usucapião quando torna-se inadimplente.
● É possível a penhora de bem de família quando a dívida é oriunda de cobrança de taxas e
despesas condominiais com base no art. 3º, IV, da Lei nº 8.009/90. STJ. 2ª Seção. AR 5.931/SP,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 09/05/2018. Por outro lado, não cabe a
penhora de bem de família para a cobrança de contribuições criadas por associações de
moradores (condomínio de fato). Isso porque tais débitos ostentam natureza de dívida
fundada em direito pessoal, oriunda do ato associativo ou de concordância com a despesa,
não possuindo vinculação com o bem, mas sim com o serviço contratado, posto à disposição
do associado. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1688721/DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 20/02/2018.
● Os bens acessórios seguem o princípio da gravitação jurídica. Assim, o acessório segue a sorte
do principal, podendo, entretanto, haver disposição em contrário pela vontade da lei ou das
partes.
o De outro lado, o negócio jurídico que disser a respeito do bem principal NÃO
ABRANGE as pertenças. Estas são autônomas, não incorporadas ao bem
principal, possuindo natureza jurídica diversa, sui generis. Já as benfeitorias
incorporam-se ao bem principal.
o É direito do devedor fiduciante a retirada das pertenças consistentes nos
aparelhos de adaptação para direção por deficiente físico, se anexados por ele
ao bem principal e, por óbvio, se realizada a adaptação em momento posterior
à garantia fiduciária.
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● Tratando-se de bem de família que se constitua em imóvel rural, é possível que se determine a
penhora da fração que exceda o necessário à moradia do devedor e de sua família.
● A divisão de bens divisíveis pode haver eventual diminuição de valor, mas esta é compatível
com a divisão em si.
● Para a existência da pertença, o artigo 93 do Código Civil não exige elemento subjetivo como
requisito para o ato de destinação. Basta o fato de submeter determinada coisa, de modo
duradouro, ao fim econômico-social de outra coisa.
o Pertenças: bens móveis que passam a fazer parte do bem imóvel por decisão
humana. Não constituem partes integrantes.
o Benfeitorias: melhorias diretamente no imóvel. Constituem partes integrantes.
● A LC 150 retirou da exceção de impenhorabilidade o “os créditos de trabalhadores da própria
residência e as contribuições previdenciárias.” Assim, o bem de família NÃO pode ser
penhorado nessas hipóteses.
● A proteção instituída pela Lei n. 8.009/1990, quando reconhecida sobre metade de imóvel
relativa à meação, deve ser estendida à totalidade do bem, porquanto o escopo precípuo da
lei é a tutela não apenas da pessoa do devedor, mas da entidade familiar como um todo, de
modo a impedir o seu desabrigo, ressalvada a possibilidade de divisão do bem sem prejuízo do
direito à moradia.
● A infungibilidade de um bem pode decorrer da manifestação de vontade da parte.
● Os bens dominicais, apesar de poderem ser alienados, são regidos pelas regras de direito
257 público, ainda que componham o patrimônio público na qualidade de direito pessoal ou real
de cada entidade. Contudo, não se sujeitam à usucapião e, ainda que alienáveis, estão
sujeitos às exigências impostas por lei para tal (licitação, autorização legal e avaliação
prévia).
● Lembre-se: a usucapião pode recair sobre bens incorpóreos, como a súmula 193 STJ: o direito
de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião.
● É possível interdito proibitório contra aqueles que turbam linhas telefônicas e energia.
● ATENÇÃO: Súmula 228 STJ: É inadmissível interdito proibitório para proteção do direito
autoral. Aqui só cabe tutela inibitória.
● A divisibilidade de um bem, sob o aspecto jurídico, decorre de um aspecto utilitarista:
manutenção do valor econômico proporcional nas coisas divididas, bem como da identidade
da substância. Não sendo possível manter seu valor econômico após a divisão, considera-se
que o bem é juridicamente indivisível: ex: não dá para cortar um cavalo ao meio.
● A pertinência subjetiva não constitui requisito imprescindível para configuração das
universalidades de fato e de direito.
o Fato: complexo de bens.
o Direito: complexo de relações jurídicas.
● O bem de família é IMPENHORÁVEL quando for dado em garantia real de dívida por um dos
sócios da pessoa jurídica, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à
entidade familiar. O bem de família é PENHORÁVEL quando os únicos sócios da empresa
devedora são os titulares do imóvel hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração
de que não se beneficiaram dos valores auferidos. Assim, é possível a penhora de bem de
família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os únicos sócios
da pessoa jurídica devedora. STJ. 2ª Seção. EAREsp 848498-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 25/04/2018 (Info 627
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● Em regra, o bem de família não pode ser penhorado (art. 1º da Lei nº 8.009/90). O inciso V do
art. 3º diz, contudo, que o bem de família pode ser penhorado se o imóvel foi oferecido em
hipoteca como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. A hipoteca é uma espécie de
direito real de garantia, disciplinada nos arts. 1.473 a 1.505 do Código Civil. Se a parte que deu
o bem em hipoteca não cumprir a sua obrigação, o credor poderá executar a hipoteca,
hipótese na qual o imóvel dado em garantia será alienado e o valor obtido utilizado para pagar
o débito. Assim, em regra, é possível a penhora do imóvel que tiver sido oferecido como
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. O STJ, contudo, ao interpretar esse inciso, faz
a seguinte observação: a penhora do bem de família somente será admitida se o imóvel foi
dado em garantia de uma dívida que beneficiou o casal ou entidade familiar. Desse modo, a
exceção prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90 não se aplica aos casos em que a hipoteca é
dada como garantia de empréstimo contraído em favor de terceiro, somente quando
garante empréstimo tomado diretamente em favor do próprio devedor.
● A impenhorabilidade de bem de família pode ser arguida em qualquer tempo ou fase do
processo, desde que não tenha havido pronunciamento judicial anterior. STJ. 3ª Turma. AgRg
no REsp 1373654/RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 06/03/2018. Opera-se a
preclusão consumativa quanto à discussão acerca da penhorabilidade ou impenhorabilidade
do bem de família quando houver decisão definitiva anterior acerca do tema, mesmo em se
tratando de matéria de ordem pública. STJ. 3ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1039028/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/11/2017. A impenhorabilidade de bem de
família pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição. No entanto, uma vez decidido
258 o tema, não pode ser reeditado, pois acobertado pela preclusão. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp
1518503/PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/09/2017.
● A regra de impenhorabilidade do bem de família trazida pela Lei nº 8.009/90 deve ser
examinada à luz do princípio da boa-fé objetiva, que, além de incidir em todas as relações
jurídicas, constitui diretriz interpretativa para as normas do sistema jurídico pátrio. Assim, se
ficou caracterizada fraude à execução na alienação do único imóvel dos executados, em
evidente abuso de direito e má-fé, afasta-se a norma protetiva do bem de família, que não
pode conviver, tolerar e premiar a atuação dos devedores em desconformidade com a boa-
fé objetiva. STJ. 3ª Turma. REsp 1575243/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
22/03/2018.
● Súmula 486 STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a
terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a
moradia da sua família.
● Súmula 549 STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de
locação.
o Não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos
de locação comercial. Em outras palavras, não é possível a penhora de bem de
família do fiador em contexto de locação comercial. STF. 1ª Turma. RE
605709/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Rosa Weber, julgado em
12/6/2018 (Info 906). Só no caso de CASA é penhorável. Locação comercial é
uma dívida comum.
● :
9.4. Fatos e negócios jurídicos; Das Provas
Negócios jurídicos. Conceito. Existência, validade e eficácia. Condição, termo e encargo.
Defeitos do negócio jurídico. Simulação. Atos jurídicos lícitos e ilícitos. Abuso de direito.
Representação. Prescrição e decadência. Prescrição e Fazenda Pública. Prova.
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Amaral, o direito potestativo atua na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum
dever a cumprir.
o Ex: direito de se divorciar; direito de demitir um empregado;
o Não implica num determinado comportamento de outrem, nem é suscetível
de violação. O direito potestativo não se confunde com o direito subjetivo,
porque ao direito subjetivo se contrapõe um dever, o que não ocorre com o
direito potestativo. A este, entendido como espécie de poder jurídico,
corresponde uma sujeição: a necessidade de suportar os efeitos do exercício
do direito potestativo. Ainda, observa o autor que o direito potestativo
extingue-se pela decadência enquanto o direito subjetivo é extinto pela
prescrição.
● Decadência é legal, convencional ou testamentária; prescrição é só legal.
● Decadência não se interrompe, não suspende e nem tem seu prazo de fluência impedido.
● Só decadência legal pode ser reconhecida de ofício, a convencional não.
● Só pode haver renúncia de decadência convencional. Legal não.
● As ações constitutivas representam meios de exercício de direitos potestativos (que não são
suscetíveis de violação) e, portanto, estão sujeitos à decadência, quando não tiverem prazo
especial fixado em lei.
● Aplica-se a actio nata tanto à prescrição quanto à decadência.
● As ações declaratórias puras são imprescritíveis; as ações condenatórias estão sujeitas à
263 prescrição; as ações constitutivas representam meios de exercício de direitos potestativos,
estando sujeitas à decadência; são imprescritíveis as ações constitutivas que não tem prazo
especial de exercício fixado em lei; as ações condenatória-constitutivas estão sujeitas à
prescrição;
● Não é possível alegar prescrição/decadência em sede de REsp ou REx, pois ao STJ e ao STF cabe
apenas exame de matéria já prevista pelos Tribunais. Assim, é possível que a ausência de
prequestionamento obste a análise de tais recursos mesmo quando a matéria for de ordem
pública. Há divergência, mas prevalece essa tese.
● Os variados prazos ditados pelos artigos 205 e 206 da parte geral, por não se reportarem a
direitos potestativos, são considerados, pois, como prescricionais extintivos.
● A suspensão do prazo de prescrição para os indivíduos absolutamente incapazes ocorre no
momento em que se manifesta a sua incapacidade, sendo a sentença de interdição, para esse
fim específico, meramente declaratória.
● A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros, tampouco prejudica os
demais coobrigados (salvo se solidário). Mas, a interrupção produzida contra o devedor
principal prejudica o fiador.
● Mera ciência pelo devedor não é causa de interrupção da prescrição. Deve ser ATO
INEQUÍVOCO que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
● A propositura de demanda judicial pelo devedor, que importe impugnação de débito
contratual ou de cártula representativa de direito do credor, é causa interruptiva da
prescrição.
● No caso de negócio concluído por representante em conflito de interesses, o prazo de
anulação do NJ é de 180 dias, contado a partir da conclusão do NJ ou da cessação da
incapacidade
● Para alegar a prescrição deve ser demonstrado o legítimo interesse econômico e seus efeitos
liberatórios.
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9.5. Obrigações
Obrigações. Conceito e modalidades. Obrigação natural. Obrigação propter rem.
Transmissão das obrigações. Adimplemento e inadimplemento absoluto e relativo.
Modalidades de pagamento. Violação positiva do contrato e cumprimento defeituoso. Juros
e correção monetária. Cláusula penal. Preferências e privilégios creditórios.
Para caracterização do adimplemento substancial levam-se em conta tanto aspectos
quantitativos quanto qualitativos. Assim, não pode haver um abuso de direito. A doutrina e a
jurisprudência têm admitido a aplicação da teoria do adimplemento substancial, fundada na
boa-fé objetiva, quando o devedor, além de liquidar grande parte do crédito e deixar de
267 adimplir parcela insignificante (requisito objetivo), atua com boa-fé objetiva até o momento do
descumprimento contratual (condição subjetiva).
Para que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção, não é necessário aguardar o
trânsito em julgado. Motivos: morosidade da justiça. Não é obrigatório denunciação à lide,
podendo utilizar-se de ação autônoma para buscar os direitos oriundos da evicção.
o STJ: É de 3 (três) anos o prazo prescricional para que o evicto (que perdeu o
bem por evicção) proponha ação de indenização contra o alienante.
Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à DATA DA CITAÇÃO. – Teoria da Imprevisão.
Diferença entre a obrigação solidária ativa e a obrigação indivisível no que toca aos efeitos da
conversão em perdas e danos: de acordo com o art. 263 do CC, a obrigação indivisível perde
esse caráter quando da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação
solidária ativa, que permanece com o dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem
quer que seja.
Supressio: suprime, retira a possibilidade de exercício de tal direito por parte de seu titular,
porque estaria sendo ferido a boa fé e confiança, uma vez que ele deixou de exercer um
direito seu de modo que fez presumir renúncia ao pactuado.
Surrectio: ao invés, consiste na ampliação do conteúdo do negócio jurídico, tendo em conta o
comportamento de uma das partes que gera, na outra, o sentimento da existência de um
direito não expressamente avençado. Numa visão de relação social entre as partes,
observando-se notadamente a forma como o negócio jurídico vem sendo conduzido, o
conceito da “surrectio” permite concluir pelo surgimento de um direito anteriormente não
firmado/estabelecido entre os envolvidos.
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270 efeito.
Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a
satisfação das perdas e danos.
o Aqui não é o mero interesse do credor que autoriza a rejeição da prestação, a
inutilidade da prestação deve ser objetiva, de modo a preconizar pelo princípio
da sinalagma.
o Diferentemente do que ocorre na ação coletiva, que cabe a opção do autor:
84, §1°, CDC: A conversão da obrigação em perdas e danos somente será
admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a
obtenção do resultado prático correspondente.
CJF: Em virtude do princípio da boa-fé, a violação dos deveres anexos constitui espécie de
inadimplemento, independentemente de culpa. Violação positiva do contrato.
o Ex: a atividade médica realizada sem o com sentimento informado do
paciente, ainda que exitosa, constitui hipótese de violação positiva do
contrato.
As fases pré-contratuais, em avançado estágio de negociação, não impedem de inferir-se
eventual responsabilização contratual nas tratativas.
Teoria da imprevisão: Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta
entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a
pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
o Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das
partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
retroagirão à data da citação.
o É necessária a imprevisibilidade no CC. No CDC, basta a onerosidade
excessiva por fato superveniente, não necessitando de imprevisibilidade.
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mais os juros compensatórios. Não se considera abusiva a cláusula contratual que preveja
cobrança de juros antes da entrega das chaves, que, ademais, confere maior transparência ao
contrato e vem ao encontro do direito à informação do consumidor, podendo ser controlada
pelo judiciário.
o Quanto ao valor dos juros compensatórios, como a incorporadora não é
instituição financeira (instituição financeira não se submete à proibição de
juros compostos/anatocismo), submete-se ao limite de 1% a.m. ou 12% a.a.
cobrados de forma simples, isto é, não composta, sem capitalização.
● A partir do momento em que se encontra em atraso, o moroso não pode mais invocar a
ocorrência de caso fortuito ou força maior se estes ocorrerem durante o atraso.
● O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em
mora o devedor. Ex re. (havendo termo, o termo interpela no lugar do credor – dies interpellat
pro homine)
o Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial. Ex persona.
● SUM 380 STJ: a simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização
da mora do autor.
o A súmula somente se aplica após a mora do devedor.
● Súmula 76-STJ: A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa
a prévia interpelação para constituir em mora o devedor.
272 ● Mora ex re: independe de notificação ou interpelação pelo credor, pois a obrigação é positiva,
líquida e com termo certo de vencimento.
o Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão
do bem alienado fiduciariamente. Interpelação judicial ou notificação do
devedor.
● Mora ex persona: o credor deve constituir o devedor em mora mediante interpelação ou
notificação, na medida em que não há na obrigação prazo certo preestabelecido para o
cumprimento.
● Súmula 596-STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933 não se aplicam às taxas de juros e
aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas,
que integram o sistema financeiro nacional.
● Capitalização de juros.
o I — A capitalização de juros, também chamada de anatocismo, ocorre quando
os juros são calculados sobre os próprios juros devidos.
o II — A capitalização ANUAL de juros é permitida, seja para contratos bancários
ou não-bancários.
o III — A capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano, em regra,
é vedada. Exceção: é permitida a capitalização de juros com periodicidade
inferior a um ano em contratos BANCÁRIOS celebrados após 31 de março de
2000, data da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-36/2001),
desde que expressamente pactuada.
o IV — A capitalização dos juros em periodicidade inferior à anual deve vir
pactuada de forma expressa e clara. Para isso, basta que, no contrato, esteja
prevista a taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal. Os bancos
não precisam dizer expressamente no contrato que estão adotando a
“capitalização de juros”, bastando explicitar com clareza as taxas cobradas.
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● Tabela Price: tem que fazer perícia caso a caso para verificar se se trata de juros capitalizáveis.
Não cabe ao judiciário inferir. Não cabe análise em recurso extraordinário/especial, vez que é
questão de análise fático-probatória.
o Tabela price: sistema francês de amortização.
o STJ: por si só não indica a existência de capitalização mensal de juros, devendo
o ponto ser solucionado a partir das provas documentais e periciais. (Pode ou
não gerar amortização negativa, que é juros sobre juros
o SUM 539-STJ: é permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à
anual em contratos celebrados com instituições integrantes do SFN, desde que
expressamente pactuada.
● As empresas de factoring não podem ser tidas como instituições financeiras, pois
desempenham atividades de fomento mercantil, em que se acorda a compra e venda de
créditos vencíveis, com preço certo e ajustado e com recursos próprios. Isto posto, seus juros
estão limitados em 12% ao ano, de acordo com a Lei de Usura, justamente por não se
equipararem às instituições financeiras.
● Súmula 530-STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros
efetivamente contratada — por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do
instrumento aos autos —, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada
nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
● Em caso de advogado que não repassa os valores devidos ao seu cliente (mandatário), o marco
inicial dos juros moratórios em ação de ressarcimento é a data da citação. O termo inicial deve
ser determinado a partir da natureza jurídica mantida entre as partes. No caso, tratando-se de
273 mandato, a relação jurídica tem natureza contratual, sendo o termo inicial dos juros
moratórios a data da citação.
● Os contratos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação podem prever juros
capitalizados a partir da Lei 11.977/2009, que introduziu o artigo 15-A à lei 4.380/64
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● A regra são as arras confirmatórias. Assim, no● Ocorre quando o contrato estipula arras, mas
silêncio do contrato, as arras são também prevê o direito de arrependimento.
confirmatórias.
● Se as partes cumprirem as obrigações ● Se as partes cumprirem as obrigações
contratuais, as arras serão devolvidas para a contratuais, as arras serão devolvidas para a
parte que as havia dado. Poderão também ser parte que as havia dado. Poderão também ser
utilizadas como parte do pagamento. utilizadas como parte do pagamento.
● • Se a parte que deu as arras não executar ● • Se a parte que deu as arras decidir não
(cumprir) o contrato: a outra parte (inocente) cumprir o contrato (exercer seu direito de
poderá reter as arras, ou seja, ficar com elas arrependimento): ela perderá as arras dadas.
para si. ● • Se a parte que recebeu as arras decidir não
● • Se a parte que recebeu as arras não executar cumprir o contrato (exercer seu direito de
o contrato: a outra parte (inocente) poderá arrependimento): deverá devolver as arrasmais
exigir a devolução das arras mais o o equivalente*.
equivalente*.
● Além das arras, a parte inocente poderá pedir:● As arras penitenciais têm função unicamente
● • indenização suplementar, se provar maior indenizatória. Isso significa que a parte
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima; inocente ficará apenas com o valor das arras(e
● • a execução do contrato, com as perdas e do equivalente) e NÃO terá direito a
danos, valendo as arras como o mínimo da indenização suplementar. Nesse sentido:
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9.6. Contratos
Contratos em geral: teoria geral dos contratos. Princípios. Elementos constitutivos.
Pressupostos de validade. Revisão dos contratos e suas modalidades. Contratos em espécie e
atos unilaterais. Compra e venda. Permuta. Contrato Estimatório. Doação. Locação.
Empréstimo. Prestação de serviço. Depósito. Mandato. Transporte. Seguro. Constituição de
renda. Jogo e aposta. Fiança. Alienação fiduciária em garantia. Promessa de recompensa.
Gestão de negócios. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa. Contratos no âmbito
do Sistema Financeiro da Habitação e do Sistema de Financiamento Imobiliário.
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Retrovenda permite ao vendedor, no prazo máximo de três anos, exercer o direito de comprar
a coisa de volta, independentemente da vontade do comprador, pagando o valor do negócio
acrescido das despesas e benfeitorias. Só é possível essa cláusula para bens imóveis.
STJ: é permitido a outorga de procuração com o fito de doar imóvel de se o mandato
especificar o objeto da doação e o beneficiário do ato.
Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção.
Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo
cláusula expressa de exclusão.
Súmula 382-STJ: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não
indica abusividade.
Em contrato aleatório, a parte pode assumir o risco de a coisa não vir a existir, tendo direito de
receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que não tenha havido culpa ou dolo.
Em contrato de risco de quantia, terá direito o alienante a todo o preço, salvo culpa, ainda que
venha a existir em quantidade inferior à esperada.
o Porém, nesse caso, se nada vier a existir, a alienação não haverá e o alienante
restituirá o preço recebido.
STJ: embora o comodatário tenha que pagar aluguel da coisa emprestada enquanto
constituído em mora não restitua a coisa, o valor pode ser superior à média de mercado
locativo, uma vez que não se trata de mera indenização devida pela retenção da coisa, mas
sim de verdadeira pena privada.
277 Súmula 543 STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de
imóvel submetido ao CDC, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
promitente comprador –
o Integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente
vendedor/construtor.
o Parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.
o Precedentes: em caso de culpa do comprador, 25% do valor já pago.
Pacto comissório: É nula a cláusula que dispõe que o credor ficará com o objeto de garantia se
a dívida não for paga. Após o vencimento, poderá O DEVEDOR dar a coisa em pagamento da
dívida.
o STJ: é nulo o compromisso de compra e venda que, em realidade, traduz-se
como instrumento para o credor ficar com o bem dado em garantia em
relação às obrigações decorrentes de contrato mútuo usurário, se estas não
forem adimplidas.
Deve haver expressa previsão de cobrança de juros em contratos de mútuo.
o A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando
houver expressa pactuação.
Não se pode estender a Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico (exige apenas a
desproporcionalidade das prestações), prevista no CDC, às relações de direito civil (que aplica
a Teoria da Imprevisão, que exige a imprevisibilidade de fato que determine oneração
excessiva de um dos contratantes) mediante a aplicação da Teoria dos Diálogos das Fontes.
Aquela se restringe às relações de consumo.
Pagamento sem causa jurídica deve ser considerado indevido. Essa ideia também se estende
às hipóteses cujos pagamentos eram válidos, mas que perderam sua causa jurídica com o
passar do tempo. A propósito, o disposto no artigo 885 do Código Civil: "A restituição é
devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas
também se esta deixou de existir". Portanto, devem ser restituídos os valores pagos por
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278 (onerosidade excessiva imprevisível), uma vez que suas causas extintivas são especiais e
próprias (art. 607). Assim, basta força maior que impeça a execução do serviço para extinguir o
contrato, não necessitando de onerosidade excessiva.
A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial,
e não de ato particular.
A evicção consiste na perda parcial ou integral da posse ou da propriedade do bem, via de
regra, em virtude de decisão judicial que atribui o uso, aposse ou a propriedade a outrem, em
decorrência de motivo jurídico anterior ao contrato de aquisição. Caracteriza-se evicção a
inclusão de gravame capaz de impedir a transferência livre e desembaraçada de veículo objeto
de negócio jurídico de compra e venda. Caso concreto: foi vendido um carro, mas, antes que
pudesse ser transferido à adquirente, houve um bloqueio judicial sobre o veículo. Foi
necessário o ajuizamento de embargos de terceiro para liberação do automóvel, sendo, em
seguida, desfeito o negócio. Neste caso, caracterizou-se a evicção, gerando o dever do
alienante de indenizar a adquirente pelos prejuízos sofridos.
Nos contratos de compra e venda de imóveis, a falta de registro da incorporação imobiliária
não compromete os direitos transferidos ao promissário comprador, os quais podem ter
efeitos perante terceiros. A ausência do registro da incorporação não torna nulo o contrato de
compra e venda. O descumprimento, pela incorporadora, da obrigação prevista no art. 32 da
Lei nº 4.591/64, consistente no registro do memorial de incorporação no Cartório de Imóveis e
dos demais documentos nele arrolados, não implica a nulidade ou anulabilidade do contrato
de promessa de compra e venda de unidade condominial. Assim, a promessa de compra e
venda, ainda que não registrada, é oponível ao próprio vendedor ou a terceiros, haja vista que
tal efeito não deriva da publicidade do registro, mas da própria lei. STJ. 3ª Turma. REsp
1490802/DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 17/04/2018.
É devida a condenação ao pagamento de taxa de ocupação (aluguéis) pelo período em que o
comprador permanece na posse do bem imóvel, no caso de rescisão do contrato de promessa
de compra e venda, independentemente de ter sido o vendedor quem deu causa ao
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desfazimento do negócio. O fundamento para isso não está na culpa, mas sim na proibição do
enriquecimento sem causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.613.613-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 12/06/2018 (Info 629).
9.6.1. Seguro
STJ: em regra, é válida cláusula prevista em contrato de seguro-saúde que autoriza o aumento
das mensalidades do seguro quando o usuário completar 60 anos de idade. Contudo, será
abusiva:
o Não respeitar os limites e requisitos estabelecidos na lei federal 9656/98
o Aplicar índices de reajuste desarrazoados ou aleatórios, que onerem em
demasia o segurado.
A cláusula de contrato de seguro de vida que estabelece o aumento do prêmio do seguro de
acordo com a faixa etária mostra-se abusiva quando imposta ao segurado maior de 60 anos de
idade e que conte com mais de 10 anos de vínculo contratual. Aplicação analógica do plano de
saúde.
Seguro de vida pode ter valor ILIMITADO em relação à garantia prometida.
Seguro de dano a garantia prometida tem valor limitado ao interesse (objeto).
Embriaguez ao volante e SEGURO DE AUTOMÓVEL, devido?
o Em regra, NÃO.
o Exceção: devido o pagamento se a parte segurada comprovar que o acidente
ocorreria mesmo que o condutor não estivesse embriagado.
Suicídio e SEGURO DE VIDA: é irrelevante a boa-fé, vez que esta é difícil de ser provada e,
279 ainda, o CC não colocou nenhum requisito subjetivo para percepção do valor de indenização,
pautando-se apenas em critério temporal.
o Antes de 2 anos: não é devido a indenização, mas tão somente a reserva
técnica.
o Após 2 anos: Será devida a indenização ainda que exista cláusula expressa em
contrário.
o Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência
do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução
do montante da reserva técnica formada. STJ. 2ª Seção. Aprovada em
25/04/2018, DJe 07/05/2018 (Info 624).
o
A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao segurado o
direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo
imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o corrente
enquadramento na cobertura contratada.
o O fato de estar aposentado por invalidez não gera presunção absoluta de
receber indenização de seguro contratado com empresa privada, não podendo
vincular e obrigar as seguradoras privadas. Isto porque os critérios utilizados
pelo INSS são distintos daqueles utilizados pela seguradora para apurar a
incapacidade garantida na apólice.
A vítima de acidente de trânsito pode ajuizar demanda direta e exclusivamente contra a
seguradora do causador do dano quando reconhecida, na esfera administrativa, a
responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e quando parte da indenização securitária
já tiver sido paga. Não se aplica, neste caso, a Súmula 529 do STJ. Isso porque, mesmo não
havendo relação contratual entre a seguradora e o terceiro prejudicado, a sucessão dos fatos
(apuração administrativa e pagamento de parte da indenização) faz com que surja uma relação
jurídica de direito material envolvendo a vítima e a seguradora.
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imobiliário estável para travar de forma segura contratos de locação. Assim, é possível
penhorar a casa do fiador de contrato de locação de imóvel, ainda que bem de família.
o STF: Não é penhorável bem de família do fiador no caso de contratos de
locação comercial. Apesar de alei não distinguir o tipo de locação, não se pode
potencializar a livre iniciativa em detrimento de um direito fundamental que é
o direito à moradia.
A responsabilidade do fiador é limitada à garantia por ele assumida, afastando sua
responsabilização em relação aos acessórios da dívida principal e honorário advocatícios, que
deverão ser cobrados apenas do devedor afiançado. As disposições relativas à fiança devem
ser interpretadas de forma restritiva.
Em regra, o ato interruptivo da prescrição apresenta caráter pessoal e somente aproveitará a
quem o promover ou prejudicará aquele contra for quem dirigido.
o Exceção (FIANÇA): interrompida a prescrição contra o devedor, interrompe-se
contra o fiador.
Se for operada contra o fiador, não prejudica o devedor principal,
salvo nas hipóteses em que os devedores sejam solidários (fiador que
renuncia benefício de ordem).
9.6.4. Mútuo
Pessoa celebrou contrato de mútuo feneratício com instituição financeira. Por algum motivo
(ex: nulidade, ato ilícito, abusividade etc.) o mutuário ingressou com ação judicial pedindo a
resolução do contrato e a restituição das parcelas pagas. Se esta ação for julgada procedente,
281 o mutuário terá direito de receber os valores pagos acrescidos de juros remuneratórios no
mesmo percentual que era previsto no contrato para ser cobrado pelo banco mutuante? NÃO.
O mutuário que celebrar contrato de mútuo feneratício com a instituição financeira mutuante,
não tem direito de pedir repetição do indébito com os mesmos índices e taxas de encargos
previstos no contrato. Tese aplicável a todo contrato de mútuo feneratício celebrado com
instituição financeira mutuante: “Descabimento da repetição do indébito com os mesmos
encargos do contrato”. STJ. 2ª Seção. REsp 1.552.434-GO, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 628). #IMPORTANTE
9.6.5. Alienação fiduciária
● Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com
escopo de garantia, transfere ao credor.
o Ao final do pagamento, o credor deverá devolver o bem ao devedor.
● Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento
público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio
do devedor.
o Veículos: basta o registro na repartição competente para o licenciamento do
veículo, fazendo-se a anotação no certificado de registro. O STF julgou esse
artigo do CC constitucional (art. 1361, §1º, CC)
● A alienação fiduciária dada em garantia de bem móvel ou imóvel confere direito real de
aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor.
● A alienação fiduciária há a transferência de propriedade ao CREDOR que, ao final, deverá
devolver a propriedade ao devedor, quando adimplida todas as obrigações. No penhor,
hipoteca e anticrese, não há transferência de propriedade, mas apenas garantia por vínculo
real (ônus real em coisa alheia).
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● STJ: em relação à alienação fiduciária de bens móveis, o STJ tem decidido que é possível a
purgação da mora até a assinatura do auto de arrematação do bem em leilão, mesmo após a
consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário.
o Isso porque o contrato de alienação fiduciária se extingue pela alienação do
bem em leilão público, após a lavratura do auto de arrematação, e não pela
consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário.
● Súmula 384-STJ: Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda
extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia.
● Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no
certificado de registro do veículo automotor.
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● STJ: o fato de vítima de morte possuir idade a superior à expectativa de vida não obsta a
percepção de pensão mensal, sendo cabível a utilização da tabela de sobrevida, de acordo
com os cálculos elaborados pelo IBGE, para melhor valorar a expectativa de vida da vítima
quando do momento do óbito.
● Pensão em caso de morte de filho menor nos casos de família de baixa renda = desde os 14
anos até os 25 anos, no valor de 2/3 do salário mínimo, e, a partir daí, reduzido para 1/3 do
salário mínimo até a data correspondente à expectativa de vida da vítima, segundo tabela do
IBGE, ou até o falecimento da mãe, o que ocorrer primeiro.
o 14 anos, por quê?? É o momento em que pode exercer atividade remunerada,
ainda que na qualidade de menor aprendiz.
● O décimo terceiro salário e a gratificação natalina também se inclui no pensionamento a título
de indenização.
● Pensão aos filhos no caso de morte do pai: No que se refere ao termo final da pensão, a
jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que deve ocorrer na data em que o filho da
vítima completa 25 (vinte e cinco) anos de idade, garantido o direito de a viúva acrescer à
quota dos filhos que completaram 25 anos.
o Completado os 25 anos, a cota das filhas vai para viúva: “Também é pacífico
nesta Corte o entendimento jurisprudencial de ser possível acrescer as cotas
das filhas, ao completarem 25 anos, à cota da mãe”.
● Sem comprovação de salário: É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de reconhecer
que, nas hipóteses de ausência de comprovação do exercício de atividade remunerada pela
285 vítima de acidente fatal, a pensão mensal devida a seus dependentes deve corresponder a 1
(um) salário mínimo.
● Comprovando o salário: A jurisprudência desta Corte encontra-se consolidada no mesmo
rumo do entendimento adotado pelo acórdão recorrido, no sentido de que é devida pensão
mensal ao filho menor, pela morte de genitor, no valor de 2/3 (dois terços) do salário
percebido pelos genitores ou do salário mínimo caso não comprovada a renda
● Os lucros cessantes em caso de ofensa que resulte diminuição de capacidade para o trabalho
perdurarão até o fim da convalescença.
● DANO SOCIAL: nova espécie de dano reparável, que não se confunde com os danos materiais,
morais e estéticos, e que decorre de comportamentos socialmente reprováveis, que
diminuem o nível social de tranquilidade. São lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto
por rebaixamento de seu patrimônio moral – principalmente a respeito da segurança – quanto
por diminuição na qualidade de vida. Os danos sociais são causa, pois, de indenização punitiva
por dolo ou culpa grave, especialmente, repetimos, se atos que reduzem as condições coletivas
de segurança, e de indenização dissuasória, se atos em geral da pessoa jurídica, que trazem
uma diminuição do índice de qualidade de vida da população
o STJ: NÃO pode ser aplicado em ações individuais, mas tão somente em sede
de ações coletivas.
o Os danos sociais são difusos e a sua indenização deve ser destinada não para a
vítima, mas sim para um fundo de proteção ao consumidor, ao meio ambiente
etc., ou mesmo para uma instituição de caridade, a critério do juiz
● DANO MORAL COLETIVO: O banco pode ser condenado a pagar reparação por dano moral
coletivo, em ação civil pública, pelo fato de oferecer, em sua agência, atendimento
inadequado aos consumidores idosos, deficientes físicos e com dificuldade de locomoção. No
caso concreto, o atendimento desses clientes era realizado somente no segundo andar da
agência bancária, cujo acesso se dava por três lances de escada.
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● Enunciado 455: A expressão “dano” no art. 944 abrange não só os danos individuais, materiais
ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a
serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas.
● Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
● O terceiro que explora clandestinamente área objeto de outorga para pesquisa de viabilidade
de lavra de minérios DEVE indenizar o particular que possuía o direito de pesquisa e lavra, pois
o direito de prioridade (previsto no código de Mineração) e exploração da reserva podem ser
negociadas pelo outorgado.
● Cobrança judicial indevida de dívida já adimplida: artigo 940 dispõe sobre pagamento em
dobro. Não precisa de ação autônoma, bastando simples petição; é necessário demonstrar a
má-fé na cobrança indevida para incidência da penalidade.
o ATENÇÃO: art. 941: O autor pode desistir da ação antes de contestada a lide,
ressalvado ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove
ter sofrido.
● O Código Civil adota a Teoria dos Danos Diretos e Imediatos, também denominada de Teoria
de Interrupção do Nexo Causal, de modo que não é indenizável prejuízos mediatos, que não
decorram diretamente do evento danoso.
● Emancipação e responsabilidade dos pais: só PERMANECE responsabilidade (solidária) dos pais
na emancipação VOLUNTÁRIA. Na LEGAL e JUDICIAL NÃO.
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● Não cabe dano moral decorrente de impacto ambiental produzido por atividades lícitas
promovidas pelo Poder Público. À exemplo da construção de uma usina hidrelétrica,
totalmente legal.
● Cabível dano moral à pescadores decorrente de atividade ilícita que polui rio. Porém não cabe
atribuir caráter punitivo na fixação do dano moral, isso porque a responsabilidade civil por
dano ambiental prescinde de culpa e que, revestir a compensação com caráter punitivo
propiciaria o bis in idem, pois a punição já é conferida ao direito penal e administrativo.
● A configuração dos lucros cessantes e danos emergentes exige mais do que a simples
possibilidade de realização do lucro, requer probabilidade objetiva e circunstâncias
concretas de que estes teriam se verificado sem a interferência do evento danoso. TESE DE
DEFESA EM PEÇAS DE RESPONSABILIDADE CIVIL.
● O Juiz, ao fixar os alimentos provisórios, não se atenta a princípio para a capacidade do
alimentante, mas procura encontrar o ideal dos alimentos necessitados, diante da análise dos
elementos que dispõe e do que vislumbra compor as necessidades do alimentado. Apenas
quando ultrapassada essa análise inicial, passa-se a dispor sobre a possibilidade de adequar
essa necessidade às condições financeiras do alimentante.
● Responsabilidade civil subjetiva (extracontratual subjetiva) se dá com os elementos: ação ou
omissão (lícita ou ilícita), elemento subjetivo (dolo ou culpa), dano e nexo de causalidade.
● Quando demonstrada a ocorrência de ofensa injusta à dignidade da pessoa humana é
desnecessária a comprovação da dor e do sofrimento para configuração de dano moral.
287 ● Caso o paciente morra em decorrência de ter recebido tratamento médico inadequado, a
teoria da perda de uma chance poderá ser utilizada como critério de apuração da
responsabilidade civil por erro médico.
o Esta teoria é aplicada pelo STJ que exige, no entanto, que o dano seja REAL,
ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera
possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no espectro da
responsabilidade civil, em regra, não é indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel.
Min. Massami Uyeda, julgado em 9/6/2009).
o Em outros julgados, fala-se que a chance perdida deve ser REAL e SÉRIA, que
proporcione ao lesado efetivas condições pessoais de concorrer à situação
futura esperada.(AgRg no REsp 1220911/RS, Segunda Turma, julgado em
17/03/2011)
● Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil pelos danos
causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção,
deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a vida
extrauterina.
● O espólio não é parte legítima para requerer danos morais post mortem em favor do morto,
mas sim o cônjuge, herdeiros ou parentes em linha reta ou colateral até o 4º grau.
Ofensa a direito da personalidade da pessoa enquanto viva, O espólio é legitimado a prosseguir
tendo esta ajuizado ação de indenização, mas falecido antes na demanda.
do trânsito em julgado.
Ofensa a direito da personalidade da pessoa enquanto viva. O espólio é legitimado a propor a
Esta faleceu sem ter ajuizado a ação. ação de indenização.
Os herdeiros (e não o espólio) são
Ofensa à memória da pessoa já falecida. legitimados para propor a ação de
indenização.
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Cliente, após sacar dinheiro Não haverá responsabilidade civil nem do banco nem da
na agência, é roubado à mão empresa privada de estacionamento.
armada em A empresa de estacionamento se responsabiliza apenas pela
um estacionamento privado NÃO guarda do veículo, não sendo razoável lhe impor o dever de
que fica ao lado, mas que não garantir a segurança e integridade física do usuário e a
tem qualquer relação com o proteção dos bens portados por ele (REsp 1.232.795-SP, DJe
banco. 10/04/2013).
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.O código civil não afasta a possibilidade de a responsabilidade civil ter função pedagógica ou
punitiva, ainda que o artigo 944 estipule que “a indenização mede-se pela extensão do dano”.
o Lembre-se: no direito ambiental, o dano moral não pode ser fixado com
caráter punitivo, vez que cabe ao direito administrativo e penal essa fixação.
CJF En. 451: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva
ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.
A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe da culpa e fundamenta-se
somente no critério objetivo-finalístico. Às vezes, ao abusar do direito, não há a intenção de
prejudicar determinada pessoa, entretanto, havendo o prejuízo, a responsabilidade deve ser
objetiva, ainda que ausente a culpa.
Reconhecida a inexistência do fato ou ausência de autoria por parte da pessoa, não há
responsabilidade. Vigora a independência das instâncias, mas nesse caso, está provado não
ter havido autoria ou o fato.
Responsabilidade por atividade lícita de RISCO: é uma cláusula geral de responsabilidade sem
culpa, baseada na ideia do risco criado e mitigado, ou não integral, dada a exigência de
circunstância específica, além da causalidade entre a conduta e o dano, que está na particular
potencialidade lesiva. É, portanto, um risco criado ou adquirido pela atividade excepcional. É
responsabilidade objetiva.
o STJ: O risco que dá margem à responsabilidade objetiva não é o habitual,
inerente a qualquer atividade. Exige-se a exposição a um risco excepcional,
próprio de atividades com elevado potencial ofensivo.
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Para o STJ, a avó, com quem o menor residia na época dos fatos, subsiste a obrigação de
vigilância, motivo pelo qual é responsável objetivamente pelos danos causados pelo menor.
Ainda que o lesador atue em estado de necessidade, ele ou seus responsáveis legais tem o
dever de indenizar o lesado.
A responsabilidade do empregador pelos atos de seus empregados é objetiva e solidária com
este.
o O empregador poderá agir regressivamente contra o empregado que tiver
causado danos com dolo ou culpa.
o Basta a relação de dependência ou que alguém preste o serviço sob o
interesse e o comando de outrem para reconhecimento da preposição, não
necessitando de um contrato típico de trabalho. Não se exige que a relação
possua caráter oneroso.
o A responsabilidade objetiva do empregador exsurgirá somente se, antes, ficar
demonstrada a culpa do empregado/preposto. Reconhecida a culpa do
empregado, a responsabilidade do empregador é objetiva.
o O artigo 942 do Código Civil fala que são solidariamente responsáveis com os
autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932, entre os quais, os
empregados.
o É admitida a ação contra o empregado e empregador (cumulação de pedidos),
respondendo ambos solidariamente pelo dano, ainda que o regime de
responsabilidade de ambos seja diverso, ou seja, o primeiro responde
subjetivamente, e o segundo objetivamente.
290 Aqui não há “dupla garantia”.
o O dano deve ser no exercício do trabalho ou em razão dele.
o Reputam-se legítimos, em função da teoria da aparência, os atos praticados à
sombra das aparentes atribuições, salvo se o prejudicado sabia das
competências acometidas ao lesador.
Em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo responde objetiva e
solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que provoca o acidente, pouco
importando que o motorista não seja seu empregado ou preposto, ou que o transporte seja
gratuito ou oneroso, uma vez que sendo o automóvel um veículo perigoso, o seu mau uso cria
a responsabilidade pelos danos causados a terceiros. Provada a responsabilidade do condutor,
o proprietário do veículo fica solidariamente responsável pela reparação do dano, como
criador do risco para os seus semelhantes. A responsabilidade do dono da coisa é presumida.
o A cláusula posta em contrato particular de que o comodatário responderia por
eventuais prejuízos não retira o ônus do proprietário do veículo de responder
objetivamente pelos danos causados.
o OBS: Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não implica a
responsabilidade do antigo proprietário por dano resultante de acidente que
envolva o veículo alienado
Obra e empreitada: art. 937: O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
o Durante a obra: a responsabilidade é solidária entre o proprietário e o
empreiteiro.
o Com a entrega da obra e sua aceitação, a responsabilidade é unicamente do
dono do prédio.
Responsabilidade do detentor de animal: é objetiva, admitindo-se a excludente do fato
exclusivo de terceiro.
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Se a coisa lançada for oriunda de condomínio e não for possível a identificação, caberá ao
condomínio reparar o dano, assegurado o regresso.
O locador não responde pelos danos causados pelo locatário em relação aos bens lançados. É
o locatário o responsável.
É possível dano moral oriundo de inadimplemento contratual, sendo exceção. Deve restar
configurado abalo moral, psíquico.
A comprovação da gravidade do ato ilícito gera o dever de indenizar em razão de uma
presunção natural, que decorre da experiência comum, de que houve um abalo significativo à
dignidade da pessoa. Portanto, o dano moral é in re ipsa, extraído não exatamente da prova de
sua ocorrência, mas da análise da gravidade do ilícito em abstrato.
O dano moral é fixado à dosagem equitativa em consideração às circunstâncias objetivas e
subjetivas da ofensa, ligadas ao fato e suas consequências, bem como à capacidade econômica
dos ofensores e à pessoa do ofendido.
A absolvição posterior por insuficiência de provas de autoria não enseja responsabilização do
Estado por danos morais e materiais, tendo em vista a legalidade da prisão até esse momento
processual. (no caso de preso indevidamente).
O STJ, em regra, entende que o dano moral sofrido por pessoa jurídica não se configura in re
ipsa, embora o mesmo Tribunal tenha decidido que o dano moral por uso indevido de marca
seja aferível in re ipsa.
A legítima defesa putativa supõe negligência na apreciação dos fatos, e por isso não exclui a
responsabilidade civil pelos danos que dela decorram.
291
9.8. Direitos Reais
Direitos reais. Posse. Definição. Classificação. Aquisição e perda da posse. Efeitos da posse.
Composse. Proteção possessória. Propriedade. Função social da propriedade. Definição.
Elementos. Classificação. Aquisição e perda. A propriedade privada na Constituição Federal.
A propriedade urbana e rural. Estatuto das Cidades. Parcelamento do solo. Extensão
horizontal e vertical da propriedade. Restrições à propriedade. As diversas modalidades de
usucapião. Propriedade resolúvel e fiduciária. Condomínio. Patrimônio de afetação.
Superfície. Servidões. Usufruto. Uso. Habitação. Penhor. Hipoteca. Propriedade fiduciária.
Registros públicos.
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente
público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração
da posse.
o Não se aplica, portanto, o artigo 557 do NCPC: Na pendência de ação
possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de
terceira pessoa. Não se poderia conceber que o Poder Público, sendo titular do
bem público, possa ser impedido de postular em juízo a observância do seu
direito simplesmente pelo fato de que particulares se anteciparam e estão
discutindo entre eles a posse.
● O teor do art. 1.196 do Código Civil aponta para a adoção da teoria objetiva (exteriorização da
posse, pouco importando a vontade possessória), desenvolvida por Ihering, a qual,
historicamente, foi concebida como contraponto à teoria subjetiva de Savigny. O
reconhecimento da consagração da teoria objetiva pelo art. 1.196 do Código Civil é
praticamente uníssono na doutrina civilista, com a ressalva da adoção da vertente subjetiva
em relação à posse para a usucapião, onde deve haver a vontade de exercer a posse.
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● O detentor não pode utilizar as ações possessórias porque não exerce posse que é o
fundamento da tutela possessória, mas pode utilizar o desforço pessoal, uma vez que está em
relação de proximidade espacial com o bem jurídico esbulhado, o que lhe autoriza o uso da
autotutela para a defesa da posse.
● Considera-se justo título, para a presunção relativa de boa-fé do possuidor, o justo motivo
que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento
público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse.
Benfeitorias e retenção:
o Necessárias: sempre indenizáveis, independentemente de boa-fé. De boa-fé
há direito de retenção.
Com má-fé: não permite o direito de retenção, mas são indenizáveis.
o Úteis: se houver consentimento do proprietário do imóvel, são indenizáveis e
há possibilidade de retenção.
o Possuidor de má-fé: ressarcida somente as benfeitorias necessárias; não lhe
assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as
voluptuárias.
● O proprietário de um terreno, não contratante da edificação erguida em seu imóvel, e sem
qualquer vínculo obrigacional com o responsável pela obra construída, deve arcar com o
pagamento do débito originado da mencionada edificação, quando o construtor não puder
havê-lo do contratante.
o CC: O construtor proprietário dos materiais poderá cobrar do proprietário do
292 solo a indenização devida pela construção, quando não puder havê-la do
contratante.
● STJ: o incorporador atrai para si a responsabilidade pelos danos que possam advir da
inexecução ou da má execução do contrato de incorporação, abarcando-se os danos
resultantes de construção defeituosa. A responsabilidade é SOLIDÁRIA com o construtor.
● STJ: independentemente de previsão em regimento interno, um condomínio não pode proibir
o condômino e seus inadimplentes de usar áreas comuns, ainda que destinadas apenas a lazer.
● O direito de preferência não alcança contratos de compra e venda de fração ideal de
condomínio celebrado entre condôminos, uma vez que nesse caso inexiste ingresso de
terceiro estranho à comunhão, havendo apenas alteração no percentual da parte ideal
daquele que adquiriu a parte de outrem.
● É NULA a cláusula que proíba ao proprietário alienar imóvel hipotecado.
● A prescrição da pretensão de cobrança da dívida extingue o direito real de hipoteca estipulado
para garanti-la. Extinto o direito principal, extingue-se o acessório.
● O proprietário pode ser privado da coisa (art. 1228, §3º)
o Desapropriação: necessidade, utilidade ou interesse social.
o Requisição: perigo público iminente.
● STJ: Se estiver pendente usufruto sobre bem imóvel, a nua propriedade desse bem poderá ser
objeto de penhora e alienação em hasta pública, ficando ressalvado o direito real de usufruto,
inclusive após a arrematação ou adjudicação, até que haja sua extinção.
● Quem se assenhorar (OCUPAÇÃO) de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não
sendo essa ocupação defesa por lei.
o Res nullius – coisa de ninguém.
o Res derelicta – coisa abandonada.
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● O exercício incontestável de uma servidão aparente, por 10 anos, com o preenchimento dos
demais requisitos legais, autoriza o possuidor com justo título a adquiri-la por usucapião. Se o
possuidor não tiver título, o prazo será de 20 anos.
● Oficina mecânica que realiza reparos em veículo, com autorização do proprietário, não pode
reter o bem por falta de pagamento do serviço.
● É válida cláusula inserta em contrato de promessa de compra e venda de imóvel situado em
terreno de marinha que estipule ser da responsabilidade do promitente-adquirente o
pagamento do laudêmio devido à União, embora a referida cláusula não seja oponível ao ente
público. Ou seja, os particulares podem negociar entre si a posse do terreno de marinha,
porém, não é oponível à União, devendo ser cobrado do enfiteuta o laudêmio, e não do
adquirente.
● Contra o poder público, o particular exerce mera detenção sobre o bem, restando afastado a
retenção por benfeitorias e indenização, uma vez que o código civil exige a POSSE para o
pagamento destas.
● É possível que a Administração seja chamada a suportar a justa indenização devida ao
proprietário, desde que os possuidores sejam de baixa renda e tenha havido intervenção da
administração. Trata-se do usucapião posse trabalho (desapropriação judicial privada).
o Desapropriação judicial urbana é meio de privar o proprietário do direito que
ele possui sobre determinado imóvel de extensa área, que esteja sobre a
posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável
número de pessoas, as quais nele houverem realizado, em conjunto ou
293 separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e
econômico relevante, restando ao proprietário justa indenização (artigo 1.228,
§§4º e 5º do Código Civil). A indenização será por conta do Poder Público.
o OBS: Nas ações reivindicatórias propostas pelo Poder Público, não são
aplicáveis as disposições constantes dos §§ 4 e 5 do 1228 do CC. Ou seja: Os
bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião, sendo inaplicável tal
instituto contra o Poder Público.
▪ O registro da sentença em ação reivindicatória, que opera
transferência da propriedade para o nome dos possuidores, com
fundamento no interesse social (art. 1228, §5º), é condicionado ao
pagamento da respectiva indenização (pela administração), cujo prazo
será fixado pelo juiz.
▪ O conteúdo do artigo 1228, §4 e §5 pode ser objeto de ação
autônoma, não se restringindo à defesa em pretensões
reivindicatórias.
● Cabível o usucapião extrajudicial.
● A decretação da falência do proprietário do imóvel interrompe o prazo para que o possuidor
possa adquirir este bem por usucapião. Isso ocorre por interesse dos credores.
● Se o juízo criminal decretou a perda do imóvel que está sendo pleiteado em ação de
usucapião, esta decisão produz efeitos no juízo cível, devendo a ação ser extinta por perda do
objeto.
● A mera alegação de que um bem é terreno de marinha, sem ter sido realizado o procedimento
demarcatório, não afasta a usucapião. Contudo, tal fato não obsta que seja reconhecida a
propriedade da União em posterior procedimento demarcatório.
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● Ocupação de imóvel público é mera detenção, não configurando posse. Logo, as benfeitorias
não podem ser indenizadas, ainda que necessárias ou úteis, uma vez que só são indenizadas
quando configuram posse.
● Excepcionalmente, é possível reconhecer a posse de bem público exercida por particular
contra outro particular, desde que se trate de bem dominical. Neste caso, é cabível o manejo
de ações possessórias entre os particulares.
● O fato de um imóvel urbano ter menos de 250m² não afasta o direito constitucional de
usucapião especial urbana. Isto porque uma norma infraconstitucional não pode limitar um
ditame constitucional.
● STF/STJ: o fato de imóvel não atender ao mínimo dos módulos urbanos exigidos pela legislação
local para a respectiva área não é motivo suficiente para se negar o direito ao usucapião
especial urbana, que possui índole constitucional. Logo, não é possível impor obstáculos de
índole infraconstitucional ao aperfeiçoamento do usucapião pro misero.
● ATENÇÃO: usucapião aquisitiva não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, Isso porque,
tecnicamente, não seria correto aproximar às cegas os institutos da prescrição e da usucapião,
tratando-se de comparação com fundamento mais histórico do que relacionado à natureza dos
institutos. Com efeito, a prescrição implica em perda da pretensão do exercício de um direito,
enquanto que a usucapião corresponde à aquisição especificamente do direito de propriedade
pelo decurso do tempo. Assim, por resultar o reconhecimento de usucapião na aquisição de
um direito, deve ser alegada pelo beneficiário, não podendo ser suprida pelo Poder Judiciário.
294 ● O terceiro que explora clandestinamente área objeto de outorga para pesquisa de viabilidade
de lavra de minérios DEVE indenizar o particular que possuía o direito de pesquisa e lavra, pois
o direito de prioridade e exploração da reserva podem ser negociadas pelo outorgado.
● Apesar de o subsolo (em profundidade ÚTIL) estar abrangido na propriedade, o proprietário só
pode se opor às atividades no seu subsolo se demonstrar prejuízo ou que a invasão lhe
impossibilitou de usar, gozar e fruir do bem, conforme o 1229 dispõe
● A servidão, ainda que contínua e aparente, não será presumida.
● Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a ação for deduzida em face de terceira pessoa.
o Não obstante, o Estado pode interpor oposição neste sentido, dizendo que a
terra é dele. Não se poderia conceber que o Poder Público, sendo titular do
bem público, possa ser impedido de postular em juízo a observância do seu
direito simplesmente pelo fato de que particulares se anteciparam e estão
discutindo entre eles a posse.
● Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.
● STJ: As taxas de manutenção criadas por moradores em condomínios de fato não obrigam os
não associados ou os que a elas não anuíram. (Ex: Aquarela em Sinop)
● Posse justa: que não for violenta, clandestina ou precária. Trata-se da posse justa ou injusta.
São os fatos que legitimam sua posse, e não precisa estar inserta em documento público.
● Boa-fé: é de boa-fé se o possuidor ignora os vícios que impede a aquisição da coisa.
● Usucapião extraordinária: 15 anos, independentemente de justo título e boa-fé.
o 10 anos, se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual
ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo (é a utilizada para
desapropriação indireta) Prazo para requerer indenização. Entende-se que a
Fazenda adquire o imóvel por usucapião, nesta modalidade.
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● Usucapião familiar: 2 anos, posse direta, com exclusividade, de imóvel urbano de até 250m²,
cuja propriedade divida com ex-cônjuge/companheiro que abandonou o lar, utilizando-o como
moradia, desde que não possua outro imóvel.
o CJF: A fluência do prazo de 2 anos previstos pelo artigo 1240-A para a nova
modalidade de usucapião nele contemplada tem início com a entrada em vigor
da Lei 12.424/2011, que inseriu o artigo no CC.
o A propriedade do bem deve ser COMUM do casal, ou seja, propriedade
dividida.
o No estatuto da cidade há menção de que o autor terá os benefícios da justiça e
da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o CRI. Entretanto, tal fato
NÃO GERA PRESUNÇÃO ABSOLUTA de hipossuficiência, podendo ser ilidida a
partir da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado
“necessitado”.
● O prazo na ação de usucapião pode ser completado no curso do processo, ressalvada as
hipóteses de má-fé.
● É de cinco anos o prazo prescricional para que o condomínio geral ou edilício exercite a
pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária, constante em
instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação.
● COMPRA COM RESERVA DE DOMÍNIO. A mora do comprador, na ação ajuizada pelo vendedor
com o intuito de recuperação da coisa vendida com cláusula de reserva de domínio, pode ser
comprovada por meio de notificação extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e
295 Documentos (RTD). Assim, em caso de cláusula de reserva de domínio, existem três formas
pelas quais o vendedor (credor) poderá comprovar a mora do comprador (devedor): a)
mediante protesto do título; b) por meio de interpelação judicial; c) por notificação
extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.000-
MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601).
● Ao propor uma ação de usucapião, o autor deverá requerer a citação dos confinantes, ou seja,
dos vizinhos que fazem fronteira com o imóvel que ele almeja. E o que acontece caso não haja
a citação dos confinantes? Haverá nulidade absoluta do processo?
Não. Apesar de amplamente recomendável, a falta de citação dos confinantes não acarretará,
por si, ou seja, obrigatoriamente, a nulidade da sentença que declara a usucapião. Não há que
se falar em nulidade absoluta, no caso.
A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de usucapião é
considerada hipótese de nulidade relativa, somente gerando a nulidade do processo caso se
constate o efetivo prejuízo.
o Não é necessária a citação dos confinantes no caso de usucapião de unidade
autônoma de prédio em condomínio.
● Mesmo que um indivíduo perca a posse de uma propriedade, se já preencheu os requisitos da
usucapião, ele poderá ter este direito. Neste caso, o autor deverá proceder à citação do atual
possuidor do imóvel.
● No desforço possessório, a expressão contanto que o faça logo' deve ser entendida
restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo
ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses".
● O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa
do bem sob seu poder".
● O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor
terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de
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registro de imóveis." Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará
sempre da gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem
recursos suficientes para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto
da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial
urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir
da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado".
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA Tempo: 15 anos.
Art. 1.238, caput, CC. Não é necessário haver boa-fé e nem justo título[2].
Os principais requisitos a se provar é a posse mansa,
pacífica e ininterrupta pelo lapso temporal referido,
qual seja, quinze anos.
USUCAPIÃO EXT. REDUZIDA[3] Tempo: 10 anos. Por ser subespécie da
extraordinária, também não há necessidade de
Art. 1.238, § único, CC.
haver justo título nem boa-fé. Entretanto, para o
autor conseguir a redução de cinco anos é
necessário que tenha feito no imóvel obras ou
serviços de caráter produtivo, aumentando a
utilidade daquele.
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL Tempo: 5 anos. Imóvel até 50 hect. O possuidor
deve comprovar que fez da propriedade um bem
OU pró-labore, constitucional.
296 Art. 1.239, CC.
produtivo, estabelecendo ali sua morada. O
usucapiente[4] não pode ser proprietário ou
possuidor direto de outro imóvel, seja urbano ou
rural.
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA Tempo: 5 anos. Não é necessário justo título nem
boa-fé. O imóvel deve ser de até 250m2. Aqui
OU pró-misero, pró-moradia, pró-
também o possuidor não pode ser proprietário ou
habitatione, habitacional.
possuidor direto de outro imóvel, seja urbano ou
Art. 1.240, CC. rural.
USUCAPIÃO FAMILIAR Tempo: 2 anos, a contar do abandono do imóvel
pelo cônjuge. O imóvel o qual pertencia ao casal ou
OU conjugal
de um deles, deve ser de até 250m2. Importante
Art. 1.240-A, CC. mencionar que o consorte possuidor do imóvel não
pode, para efeitos dessa usucapião, ser possuidor
de outro imóvel, seja na zona urbana ou rural.
USUCAPIÃO ORDINÁRIA Tempo: 10 anos. Difere da extraordinária reduzida
porque, neste caso, o possuidor deve estar de boa-
Art. 1.242, caput
fé, ou seja, ignora qualquer obstáculo impeditivo. O
possuidor deve ter, ainda, justo título[5]
USUCAPIÃO ORD. REDUZIDA Tempo: 5 anos. Bem adquirido onerosamente e
teve registro cancelado, mas havia boa-fé do
Art. 1.242, § único, CC.
possuidor. Para valer-se dessa espécie, deve
comprovar que mantém no imóvel sua morada ou
realizou investimentos de interesse social ou
econômico.
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imprescritível. Assim, não há que se cogitar do exercício de posse ad usucapionem por parte
de mutuário inadimplente que tenha permanecido no imóvel após a adjudicação pela Caixa
Econômica Federal.
Súmula 586-STJ: A exigência de acordo entre o credor e o devedor na escolha do agente
fiduciário aplica-se, exclusivamente, aos contratos não vinculados ao Sistema Financeiro da
Habitação – SFH
o Assim, STJ: a lei não determina que a apólice de seguro deva ser
necessariamente contratada frente ao próprio mutuante ou seguradora por
ele indicada.
o Obrigar o mutuário a contratar seguro com o mutuante ou outro indicado é
cláusula abusiva no SFH.
Ressalvada a denominada Faixa 1, em que não há intermediação imobiliária, é válida a cláusula
contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão de
corretagem nos contratos de promessa de compra e venda do Programa Minha Casa, Minha
Vida, desde que previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma,
com o destaque do valor da comissão de corretagem. STJ. 2ª Seção. REsp 1.601.149-RS, Rel.
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 630).
Os contratos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação podem prever juros
capitalizados a partir da Lei 11.977/2009, que introduziu o artigo 15-A à lei 4.380/64
A cessão de direitos sobre imóvel financiado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação,
298 realizada após 25/10/1996, exige a anuência da instituição financeira mutuante para que o
cessionário adquira legitimidade ativa para requerer revisão das condições ajustadas, tanto
para os contratos garantidos pelo Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS como
para aqueles sem a referida cobertura. (REPETITIVO 2017)
As normas do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos dos Sistema
financeiro de Habitação, desde que não vinculados ao Fundo de Compensação e Variações
Salariais – FCVS e posteriores a entrada em vigor da Lei 8.078/1990
o Se for do FCVS não se aplica o CDC.
1. O Ministério Público Federal possui legitimidade para propor ação civil pública em defesa
dos interesses de mutuários do Sistema Financeiro da Habitação.
o Urbanístico e habitacional (moradia)
2. Nas ações em que se pleiteia a cobertura por vícios de construção de imóvel adquirido pelo
Sistema Financeiro da Habitação, o agente financeiro somente terá legitimidade passiva ad
causam quando tenha também atuado na elaboração do projeto, na execução ou na
fiscalização das obras do empreendimento.
3. Nas ações referentes ao Sistema Financeiro da Habitação, a Caixa Econômica Federal não
tem legitimidade passiva para responder por eventuais vícios de construção nos imóveis
financiados, salvo quando realiza atividade distinta daquela própria de agente financeiro
estrito senso.
4. Não há interesse jurídico da Caixa Econômica Federal em ingressar como assistente simples
nos feitos em que se discute seguro de mútuo habitacional decorrente de vícios de construção
de imóvel no âmbito do SFH quando ausente a vinculação do contrato ao Compensação de
Variações Salariais - FCVS (Tese julgada sob o rito do artigo 543-C do CPC/73 – TEMA 50).
5. As normas do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos do Sistema
Financeiro da Habitação, desde que não vinculados ao FCVS e que posteriores à entrada em
vigor da Lei 8.078/90.
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299 Justiça, em sede de recurso especial, aferir se há capitalização de juros com a utilização da
Tabela Price, óbice das Súmulas 5 e 7 do STJ (Tese julgada sob o rito do artigo 543-C do CPC/73
– TEMA 48).
13. O artigo 6º, e, da Lei 4.380/1964 não estabelece limitação aos juros remuneratórios nos
contratos vinculados ao SFH (Súmula 422/STJ) (Tese julgada sob o rito do artigo 543-C do
CPC/73 – TEMA 49).
14. É admitida a cobrança do Coeficiente de Equiparação Salarial (CES), em contratos
vinculados ao SFH, quando existir expressa previsão contratual.
15. A exigência de acordo entre o credor e o devedor na escolha do agente fiduciário aplica-se,
exclusivamente, aos contratos não vinculados ao Sistema Financeiro da Habitação (Súmula
586/STJ) (Tese julgada sob o rito do artigo 543-C do CPC/73 – TEMA 352).
9.8.2. Estatuto da cidade
A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos.
Para proposição de usucapião especial urbana, eventual associação de moradores deverá ter
autorização expressa dos moradores.
O Plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes; integrantes de
regiões metropolitanas e aglomerações urbanas,
Pavimentação pública não pode ser considerada como ação social para fins do art. 26 da Lei
10.522 (artigo que excepciona a vedação de receber renda quando o município estiver
inadimplente no SIAFI, CADIN)
● O cancelamento de matrícula pode ser feito a requerimento da Fazenda Pública, instruído com
certidão de conclusão de PA que declarou, na forma da lei, a rescisão do título de domínio ou
de concessão de direito real de uso de imóvel rural, expedido para fins de regularização
fundiária, e a reversão do imóvel ao patrimônio público.
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● São terras devolutas: as que não se acharem aplicadas a algum uso público, nacional,
provincial ou municipal. As que não se acharem em domínio particular ou posse. Em regra, são
de propriedade dos Estados, salvo se indispensável à defesa das fronteiras.
● STJ: A área de reserva legal e áreas protegidas por lei, para serem excluídas do cálculo da
produtividade do imóvel para fins de reforma agrária, devem ter sido averbadas no registro
imobiliário ou no CAR antes da vistoria. Já as APP, é desnecessário averbar, pois são instituídas
ex lege.
● É predominante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que somente considera a área
de Reserva Legal para fins de cálculo de produtividade, caso esteja devidamente averbada e
delimitada no Registro Imobiliário competente (MS 25124). O STJ também tem manifestado o
mesmo entendimento. (REsp 865697). São três os requisitos simultâneos para que se possa ter
como inaproveitável a área de reserva legal: que a área esteja devidamente averbada,
delimitada e que, efetivamente, exista e esteja preservada
● A APP, em regra, não é indenizável, uma vez que não é possível a supressão vegetal. Porém, o
STF tem decidido no sentido de que cabe indenização se houver plano de manejo que ateste
sua viabilidade econômica.
● A reserva lega para ser indenizável precisa de plano de manejo que ateste sua viabilidade
econômica.
● Área com cobertura vegetal nativa (RL e APP em pequenas/médias propriedades rurais) é
indenizável se demonstrar sua viabilidade econômica.
● Art. 18 do estatuto da terra diz que é desapropriação por interesse social: incrementar a
eletrificação e a industrialização no meio rural.
300 ● Em execução e sua respectiva penhora, cabe ao proprietário o ônus de provar que o imóvel é
pequena ou média propriedade rural. Cabe ao exequente provar que a terra não é trabalhada
pela família.
● O STF também deu intepretação conforme ao art. 13 da Lei para afastar quaisquer
interpretações que concluam pela desnecessidade de fiscalização dos imóveis rurais até quatro
módulos fiscais, devendo o ente federal utilizar-se de todos os meios referidos em suas
informações para assegurar a devida proteção ambiental e a concretização dos propósitos da
norma para, somente então, ser possível a dispensa da vistoria prévia, como condição para a
inclusão da propriedade no programa de regularização fundiária de imóveis rurais de
domínio público na Amazônia Legal. União deve utilizar-se de todos os meios para assegurar a
devida proteção ambiental e a concretização dos propósitos da norma, para somente então
ser possível a dispensa da vistoria prévia como condição para inclusão da propriedade no
programa de regularização fundiária de imóveis rurais de domínio público na Amazônia Legal.
● Juros compensatórios: eventual improdutividade do imóvel não afasta o direito aos juros
compensatórios, pois esses restituem não só o que o expropriado deixou de ganhar com a
perda antecipada, mas também a expectativa de renda, considerando a possibilidade do
imóvel ser aproveitado a qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido
com o recebimento do seu valor à vista. REPETITIVO STJ. (ATUALMENTE)
o Na hipótese, os juros compensatórios são devidos sobre o imóvel
improdutivo desde a imissão na posse até a entrada em vigor das MP´s n.
1.901-30, 2.027-38 e reedições, as quais suspendem a incidência dos
referidos juros. A partir da publicação da MC na ADI 2.332/DF (DJU de
13.09.2001) tais juros voltam a incidir sobre a propriedade improdutiva, até a
data da expedição do precatório original, segundo a dicção do § 12 do art.
100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09
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● STJ: Para a Corte, a indenização do imóvel deve limitar-se à área do decreto expropriatório
constante do registro imobiliário. Se houver maior porção do terreno não inclusa no registro,
porém ocupada pelo expropriante, o valor da indenização referente à porção deverá ser
mantido em depósito até solução sobre a propriedade do terreno.
● O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas
hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição
originária da propriedade.
● Registro paroquial não induz propriedade.
● Sentença que fixa o preço da indenização e efeito dos recursos:
o Expropriado: somente efeito devolutivo.
o Expropriante: ambos os efeitos.
o Condenação em mais de 50% do valor previsto na inicial: duplo grau
obrigatório.
● É cabível retrocessão em caso de tredestinação ilícita por parte da administração, através de
destinação que não atenda o interesse público.
● Os imóveis desapropriados, registrados em nome do expropriante, não poderão ser objeto de
ação reivindicatória.
● Cabível juros compensatórios na desapropriação por reforma agrária, sendo devido desde a
antecipada imissão na posse (desapropriação direta) ou a partir da efetiva ocupação do imóvel
(desapropriação indireta).
● O Usucapião constitucional rural ou pró-labore exige que a posse seja pessoal, trabalhada pelo
posseiro e pela família.
303 ● A união de posses no usucapião rural pró-labore só cabe em continuação pelo sucessor
universal, devendo este estar diretamente ligado ao imóvel quando do óbito.
● Requisitos do usucapião rural pró-labore: pessoa física, posse mansa e pacífica por 5 anos, 50
hectares, animus domini, trabalhada pelo possuidor e por sua família, não ser proprietário de
outro imóvel qualquer.
● Podem os Estados e Municípios desapropriar imóveis rurais para fins de utilidade pública,
não, porém, para fins de reforma agrária, privativa da União por força da Constituição.
● Módulo fiscal: determina o tamanho da propriedade
● Módulo rural: ligada à área da propriedade familiar, é a área necessária para que a
propriedade cumpra sua função social. Variável de acordo com a região.
● Contrato rural. Prazo mínimo: 3 anos para atividade pecuária de pequeno e médio porte; 5
anos para animais de grande porte.
● Na aquisição por compra e venda e em arrematação judicial de imóveis rurais, com finalidade
à reforma agrária pelo poder público, o pagamento PODE SER FEITO EM DINHEIRO, e não em
Títulos da Dívida Agrária. Em TDA é só em hipótese de desapropriação.
● O valor objeto de litígio judicial será pago por precatório, e não em dinheiro ou TDA. Em
depósito judicial será só a quantia das benfeitorias (desapropriação agrária) ou o valor da
desapropriação ordinária inicialmente ofertada pelo poder público. Se agrário, será pago o
valor originário ofertado por TDA e o valor judicial por precatório.
● Autoridade coatora em MS contra decreto de interesse público é o Presidente da República,
competência originária do STF.
● Cabe direito de extensão na desapropriação parcial: deverá provar em contestação que a
propriedade ficou menor que a pequena propriedade rural; que a área remanescente é
inaproveitável e que o valor é inferior ao da parte desapropriada.
● DESISTÊNCIA da desapropriação: é possível se não efetuado o levantamento integral e se não
tornou inútil a área desapropriada.
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● A impenhorabilidade da pequena propriedade rural não exige que o débito exequendo seja
oriundo da atividade produtiva, tampouco que o imóvel sirva de moradia ao executado e à sua
família. Assim, nem mesmo a dívida oriunda da atividade produtiva, teria o condão de
autorizar a constrição judicial da pequena propriedade rural. Não importa qual a espécie de
dívida. Basta que:
o i) que a dimensão da área seja qualificada como pequena, nos termos da lei de
regência; e
o ii) que a propriedade seja trabalhada (e não residida) pelo agricultor e sua
família.
● O contrato agrário de arrendamento rural, ainda que seja vedado pagamento com parte da
produção (por configurar parceria), e isso venha a ocorrer, pode ser usado como prova escrita
para instruir ação monitória. Ainda que o contrato de arrendamento rural se encontre eivado
de vício, relativo à forma de remuneração do proprietário da terra, que lhe subtraia atributo
essencial para ser considerado válido, tem-se que não se pode negar o valor probatório da
relação jurídica efetivamente havida, de maneira que o referido documento é capaz de
alicerçar ação monitória.
● Contrato de parceria rural, apesar de ter affectio e ser aplicado em subsidiariedade as regras
de sociedade, não implica relação de emprego.
● As alienações de terras públicas com mais de 2500 hectares dependerão de aprovação prévia
do Congresso Nacional, SALVO para REFORMA AGRÁRIA
● Para fins de USUCAPIÃO, não adota-se o critério da “destinação do imóvel” para o conceito
de imóvel rural, mas sim o critério da “localização geográfica”. Assim, não há como fazer
304 uma usucapião em imóvel rural localizado em área urbana.
● Art. 8ºC: É de oito anos, contados do trânsito em julgado da decisão, o prazo para ajuizamento
de ação rescisória relativa a processos que digam respeito a transferência de terras públicas
rurais.
● Contestação é igual no CPC, 15 dias também : Art. 9º A contestação deve ser oferecida no
prazo de quinze dias e versar matéria de interesse da defesa, excluída a apreciação quanto ao
interesse social declarado.
● Cumprimento da função social:
o Aproveitamento racional e adequado.
o Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente.
o Observância das disposições que regulam as relações de trabalho
o Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
● O falecimento do parceiro outorgante não extingue o contrato de parceria rural. Os herdeiros
somente poderão exercer o direito de retomada ao término do contrato e desde que
obedeçam às regras do Decreto nº 59.566/1966 quanto ao prazo para notificação e às causas
para retomada. STJ. 3ª Turma. REsp 1.459.668-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado
em 05/12/2017 (Info 618).
9.10. Estatuto da Criança/Adolescente. Estatuto da Juventude.
Estatuto do Idoso.
● Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se
suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.
o Saúde, salvo emergências.
o Processos.
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● A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por
idade, desde que a pessoa conte, com no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao
exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. ESTATUTO DO IDOSO.
● O envelhecimento é direito personalíssimo previsto legalmente no estatuto do idoso.
● A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos filhos do curatelado
● Estatuto da juventude:
o Jovens: pessoas com idade entre 15 e 29 anos.
▪ Aos adolescentes entre 15 e 18, naquilo em que a lei conflitar, aplica-
se o ECA.
▪ ECA: adolescentes: 12 e 18 anos.
o É assegurado aos jovens negros, indígenas e alunos oriundos da escola pública
o acesso ao ensino superior nas instituições públicas por meio de políticas
afirmativas, nos termos da lei.
o No sistema de transporte coletivo interestadual, há previsão de reserva de
vagas para jovens de baixa renda.
9.11. Direito de Família
Terceira e Quarta Turmas do STJ tem entendido que a lista do cadastro de adotantes não é
absoluta justamente em atenção ao princípio do melhor interesse da criança. Assim, a regra
da ordem (e mesmo a inscrição) pode ser excepcionada quando existir vínculo afetivo entre a
criança e o pretendente à adoção.
305 Família eudemonista: concepção do eudemonismo há de ser visto pelo pela perspectiva
coexistencial, em que os membros de uma família buscam, por meio desta entidade, a
felicidade: “Sob as relações de afeto, de solidariedade e de cooperação, proclama-se, com
mais assento, a concepção eudemonista da família: não é mais o indivíduo que existe para a
família e para o casamento, mas a família e o casamento existem para o seu desenvolvimento
pessoal, em busca de sua aspiração à felicidade.”
Paternidade e o STF:
o A existência de paternidade socioafetiva não exime a responsabilidade do pai
biológico.
o A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede
o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem
biológica, com todas as suas consequências patrimoniais e extrapatrimoniais
o A omissão do legislador brasileiro quanto ao reconhecimento dos mais
diversos arranjos familiares não pode servir de escusa para a negativa de
proteção a situações de pluriparentalidade.
o
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Imanetista, civlista, clássica, privatista: idealizada por Savigny. Entende que a ação é o próprio
direito material. Só há direito de ação quando houver fazer jus ao direito material.
Concretista/Autônoma: defendida no caso Windscheid VS. Muther. Entende que o direito de
pedir ao Estado é autônomo ao direito material. Derivaram duas correntes:
o Concreto (Adolf Wach): só existe direito de ação se a sentença for favorável.
o Abstrato (Carnelutti): o direito de ação independe do pronunciamento
judicial. (Teoria do arco de Carnelutti = direito material cria uma mera
expectativa de direito; o que efetivamente cria direito subjetivo é a sentença
proferida em um processo, é o que completa o todo)
Eclética (Liebman): o direito de ação não está vinculado à sentença favorável e nem depende
do direito material. É necessário requisitos mínimos, conhecidos como condições da ação, para
que o pedido seja processado.
o Liebman: as condições da ação devem estar presentes a todo momento.
o Asserção (STJ e STF): prospectação: as condições devem ser verificadas na
leitura da petição inicial, sem provas. Caso o juiz verifique posteriormente a
ausência, ele poderá decidir a respeito.
o Exposição: deve provar as condições da ação.
Não confundir inafastabilidade da jurisdição (acesso ao judiciário) com substitutividade
(Estado-juiz substitui a vontade das partes)
O CPC de 2015 adotou a teoria eclética, ao prever expressamente que a sentença fundada em
ausência das condições de ação é meramente terminativa, não produzindo coisa julgada
material (Art. 485, VI, CPC). Apesar disso, a teoria da asserção ou “della prospettazione” é
306 amplamente aceita pelo STJ, que costuma usá-la em seus julgados.
o Para que se reconheça a legitimidade ativa, os argumentos aduzidos na inicial
devem possibilitar a inferência, em um exame puramente abstrato, de que o
autor pode ser o titular da relação jurídica exposta ao juízo.
Em relação à causa de pedir, o NCPC adotou a teoria da substanciação ou substancialização
que preleciona que a causa de pedir é composta pelos fatos e fundamentos. Já, a teoria da
invidualização, a causa de pedir seria composta apenas pelos fundamentos, sendo irrelevantes
os fatos.
● Nem sempre as ações mandamentais serão só declaratórias, podendo ser constitutivas, no
caso das ações possessórias. Assim, é possível dizer que as ações declaratórias constituem
título executivo judicial.
o São exemplos de tutela jurisdicional executiva: imissão na posse, reintegração
de posse, despejo, prescindem de uma fase de execução do julgado.
● A ação declaratória é apta para declarar falsidade ou autenticidade DOCUMENTAL. Falsidade
ideológica NÃO.
● Não é cabível ação declaratória para ações meramente prováveis, mas para de EXISTÊNCIA ou
INEXISTÊNCIA de relação jurídica.
● A pretensão declaratória é imprescritível.
● É possível propositura de ação declaratória para interpretar uma decisão jurídica, ou seja, para
dizer sobre o “modo de ser de uma relação jurídica”, ainda que seja relação judicial.
● A publicação do acórdão que decide a lide não impede que as partes transacionem o objeto do
litígio.
● Jurisdição (escopos):
o Social: pacificação social com a eliminação dos conflitos.
o Jurídico: atuação da vontade concreta da lei.
o Político: afirmação do poder estatal, incentivo à participação popular.
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342, que autoriza o réu deduzir novas alegações depois da contestação quando: (i) relativas a
direito ou fato superveniente; (ii) competir ao juiz conhecer delas de ofício; (iii) por expressa
autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
● Exceções ao princípio do dispositivo/inércia atualmente, do ordenamento:
o Decretação de falência (art. 73 da LRE)
o Execução trabalhista (art. 878) quando as partes não estiverem representadas
por advogado (reforma trabalhista)
o Execução penal (art. 105 LEP)
o Habeas corpus de ofício (art. 654, §2º CPP)
o Cumprimento de sentença relativo à obrigação de fazer, não fazer ou dar coisa
distinta de dinheiro.
o Instaurar IRDR, conflito de competência e incidente de arguição de
inconstitucionalidade.
o Instrução probatória, podendo o juiz determinar produção de provas não
requeridas pelas partes, ainda que haja decretação de revelia nos autos.
● O juiz pode instaurar de ofício a execução da sentença que impõe a obrigação de fazer, não
fazer ou dar coisa distinta de dinheiro (art. 536 e 538). No caso de pagar quantia, exige-se
provocação.
o Há incidentes processuais que o juiz pode dar início de ofício, como o IRDC,
conflito de competência, incidente de arguição de inconstitucionalidade etc.
● Devido processo legal:
o Formal/procedimental: compõe-se pelas garantias processuais.
308 o Substancial/material: trata-se da aplicação das garantias processuais aos
fatos. Efetivação das garantias.
▪ Devido processo legal substancial consiste em limite ao poder de
legislar, impondo que as leis sejam editadas levando em consideração
os princípios da justeza, o que demanda o respeito à razoabilidade e à
racionalidade. Essa dimensão substantiva do princípio do devido
processo legal foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos, a
partir de meados do século XIX, que pode ser associado à exigência de
razoabilidade das normas e condutas estatais. Uma lei que viole
flagrantemente direitos fundamentais, pela ausência de razoabilidade
e irracionalidade afronta o devido processo legal substancial. Observa-
se que o foco aqui não é mais as regras processuais mas sim o próprio
direito material
● Contraditório:
o Formal: direito de participar do processo, de ser ouvido.
o Substancial: participação efetiva capaz de influenciar no convencimento do
magistrado. Ex: advogado competente.
● O contraditório alcança tanto as questões de fato quanto as questões de direito. Seja
processual ou de mérito; seja prejudicial ou preliminar. Assim, nesse ponto, desvincula-se da
teoria da substanciação (ligada aos fatos) no que toca às partes. Mas, ao juiz, basta os fatos
para que ele decida qual fundamento jurídico irá adotar.
● Proporcionalidade e adequação não estão previstos na CF como princípios explícitos de
processo civil, porém, a proporcionalidade é expressa no art. 8º do CPC.
● O NCPC não prevê mais a exigência de identidade física do juiz.
● A inafastabilidade da jurisdição decorre da vedação ao non liquet.
● Autotutela é imposição de vontade. Autocomposição é solução do litígio pelo consentimento
espontâneo.
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● A ação declaratória incidental foi abolida do Código de Processo Civil como categoria de ação
autônoma, podendo a matéria incidental ser tratada como questão prejudicial, hipótese em
que fará coisa julgada material.
● Atualmente, à luz do que preceitua o art. 240, § 1º, do CPC/15, a interrupção da prescrição se
opera pelo despacho que ordena a citação, e não mais pela citação válida propriamente.
● A citação válida no NCPC não torna prevento o juízo. O que torna prevento o juízo é a
distribuição.
● A citação válida no NCPC não interrompe a prescrição. A prescrição é interrompida pelo
DESPACHO que ordena a citação.
● A Citação válida no NCPC somente INDUZ a LITISPENDÊNCIA E TORNA LITIGIOSA A COISA., não
mais interrompe a prescrição. O despacho que ordena a citação é que interrompe a prescrição
● Lembre-se: a citação deve ser feita preferencialmente por correio. Dos entes públicos,
preferencialmente por meio eletrônico.
● Lembre-se: é necessário rebater de forma específica os fundamentos contrários a conclusão
do juiz deduzidos pelas partes. Isso não significa rebater todos os argumentos, o que o STJ
entende desnecessário, mas tão somente rebater os argumentos contrários aos que o juiz
utilizou para fundamentar sua decisão.
● “Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência de conciliação deve ser
manifestado por todos os litisconsortes". Nesta hipótese, todavia, o termo inicial do prazo de
15 (quinze) dias para oferecer contestação será, para cada um dos réus, a data de
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência (art. 335, II, c/c §1º,
CPC/15) , e não o despacho judicial que acolhe as manifestações de desinteresse na realização
309 da audiência de conciliação.
● Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
● Caso a decisão judicial transitada em julgado seja omissa quanto o valor dos honorários, é
possível ação autônoma para sua definição e cobrança. Só não poderão ser cobradas na
mesma execução que a ação anterior.
● No plano horizontal, o sistema de precedentes (stare decisis) se orienta pelo dever dos
tribunais de "uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente" (art. 926
do CPC/15). Já no plano vertical, o legislador estabeleceu a observância pelos juízes e tribunais
a: "I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de
assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de
recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo
Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados." (art. 927 do CPC/15).
● Formação gradual do processo: o processo se forma primeiro para o autor e depois para o réu,
enquanto o réu não for citado, em tese, para o réu não existe processo. Existe processo para o
autor, mas ainda não existe para o réu.
● STJ repetitivo: A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência
do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça obrigação de pagar
quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia liquidação e execução nos
próprios autos.
● STJ: A discordância da parte ré em relação ao pedido de desistência da ação da parte autora
deverá ser fundamentada, visto que a mera oposição sem qualquer justificativa plausível
importa inaceitável abuso de direito.
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● Cláusula de eleição de foro: deve ser arguida pelo réu na contestação. Entretanto, o juiz pode
verificar de ofício e afastar tal cláusula quando verificar se tratar de competência exclusiva
nacional.
o Essa eleição de foro deve ser escrita e ser sobre negócio jurídico determinado.
o Antes da citação o juiz pode conhecer de ofício eventual abusividade da
cláusula.
o Após a citação, deve o citado alegar a abusividade, sob pena de preclusão.
● Princípio da adequação: flexibilização das normas processuais a fim de garantir a efetivação de
um direito fundamental.
● O o TRF3 já cobrou em prova a seguinte afirmativa, correta: A consideração pelo juiz da
possibilidade de propósito protelatório do réu indica análise da situação conforme o princípio
da boa-fé processual, sob o ângulo objetivo. (CORRETO)
● Autotutela VS. Autocomposição
o Autotutela: os próprios contendores resolvem o conflito, prevalecendo a
vontade do mais forte sobre o mais fraco. Aceito em Direito Civil no caso de do
desforço imediato, em caso de esbulho.
o Autocomposição: mecanismo de resolução de conflito em que uma ou ambas
as partes consentem no sacrifício de seu direito.
● Mediação VS Conciliação
o Mediação: terceiro conduz, busca restabelecer a comunicação, solução
amigável. Casos que já tenham vínculo anteriormente ao fato. Ex: família.
o Conciliação: terceiro conduz, oferece solução para o litígio. Casos em que não
310 tenham vínculo anterior entre as partes.
● O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando
já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. O julgador possui o dever de
enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a conclusão adotada na
decisão recorrida. Essa é a interpretação que se extrai do art. 489, § 1º, IV, do CPC/2015.
Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos de declaração contra a
decisão que não se pronunciou sobre determinado argumento que era incapaz de infirmar a
conclusão adotada.
10.1.1. Direito Intertemporal no CPC
A regra geral é tempus regit actum. Assim, aplica-se a lei processual nova a todos os processos
pendentes, respeitando os atos já praticados e consumados pela lei anterior.
Em sede recursal: a lei do recurso é a lei do dia em que se tornou recorrível a decisão. Para
aferição da possibilidade de utilização de recurso suprimido ou cujas hipóteses de
admissibilidade foram restringidas, a lei a ser aplicada é aquela vigente quando surge para a
parte o direito subjetivo ao recurso, ou seja, a partir da emissão do provimento judicial a ser
impugnado. (É a data da prolação da decisão! E não a data de publicação). Isolamento dos
atos processuais.
O CPC não adotou o sistema PURO de isolamento dos atos processuais, uma vez que admite a
ultratividade do CPC/73 em determinadas hipóteses.
As disposições de direito probatório aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas
de ofício a partir da data de início de sua vigência.
Somente nos recursos interpostos após a vigência do NCPC será possível o arbitramento de
honorários sucumbenciais recursais, na forma do artigo 85, §11º, do NCPC.
No que toca à aplicação da lei processual, a possibilidade de que a coisa julgada venha a
abranger também a questão prejudicial, desde que decida expressa incidentalmente no
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processo, só se aplica exclusivamente aos processos iniciados após a vigência do CPC 2015,
aplicando-se a ação declaratória incidental aos processos iniciados na vigência do CPC73.
As ações submetidas ao procedimento sumário e ajuizadas antes da entrada em vigor do novo
CPC e ainda não julgadas, continuarão regidas pelo Código anterior.
O CPC 73 permanece sendo aplicado em:
o Ações de rito sumário ainda não sentenciadas no momento da entrada em
vigor do NCPC.
o Às provas requeridas ou cuja produção foi determinada de ofício pelo juiz
antes da entrada em vigor do NCPC.
o Às execuções contra devedor insolvente, até a edição de nova lei que regule o
tema.
o Às ações declaratórias incidentais que possam ser deduzidas em processos
iniciados antes da vigência do NCPC.
A lei que rege a interposição do recurso é a vigente à época da prolação da decisão que se
quer combater, e não da publicação da decisão.
10.1.2. Arbitragem
É válida cláusula compromissória que excepcione do juízo arbitral certas situações especiais a
serem submetidas ao Poder Judiciário.
Via de regra, a previsão contratual de convenção de arbitragem enseja o reconhecimento da
competência do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o Poder Judiciário as questões
311 acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que
contenha a cláusula compromissória. Exceção: apontou-se exceção a dita regra, justamente no
caso em que o vício for evidente, detectável prima facie. Ex: Violação ao art. 4, §2º da Lei de
Arbitragem: § 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o
aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua
instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou
visto especialmente para essa cláusula.
Cláusula compromissória é uma convenção, firmada em um contrato, através da qual as
partes comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios, provindos do pacto.
Diferente é o compromisso arbitral, o qual pressupõe a existência de um litígio prévio, que as
partes decidem submeter a sua resolução à arbitragem. É uma convenção de arbitragem
posterior ao conflito.
● Lembrar que a sentença arbitral é título executivo judicial, e não extrajudicial, conforme
parece ser. Esse é um dos motivos para que defendam a natureza jurisdicional da arbitragem.
● STF: é constitucional a arbitragem, pois a inafastabilidade da jurisdição é condicionada à
vontade das partes. Se o próprio direito de ação é disponível, também será o exercício da
jurisdição na solução de conflitos.
o Cláusula compromissória: convenção anterior em que as partes acordam que
as divergências futuras oriundas do negócio jurídico serão resolvidas por
arbitragem.
o Compromisso arbitral: acordo de vontades que visa submeter uma
controvérsia concreta, já existente, ao juízo arbitral.
o A convenção de arbitragem NÃO PODE SER RECONHECIDA DE OFÍCIO.
Permanecer no judiciário existindo cláusula arbitral significa renúncia ao
juízo arbitral.
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para exigir o valor que já está líquido, certo e exigível por força uma confissão
de dívida.
o A arguição de nulidade da cláusula arbitral deve ser submetida
obrigatoriamente ao próprio árbitro antes da judicialização da questão, nos
termos do art. 8º, parágrafo único, da Lei n. 9.307/1996. O entendimento é
aplicável indistintamente tanto à cláusula compromissória instituída em
acordo judicial homologado quanto àquela firmada em contrato. Assim, há
mitigação ao princípio da inafastabilidade da jurisdição.
o Em arbitragem (internacional e nacional) a imparcialidade do julgador também
deve ser aplicada, e sua inobservância resulta em ofensa direta à ordem
pública nacional – o que legitima o exame da matéria pelo STJ,
independentemente de decisão do juízo estrangeiro (em caso de arbitragem
internacional).
o Ressalte-se, ainda, que o artigo 12 da lei permite que as controvérsias entre
os acionistas poderão ser solucionadas por meio de arbitragem, desde que
haja previsão no estatuto social.
o Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos
privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato,
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesaO
árbitro é considerado servidor público para os efeitos da legislação penal.
o Fazenda Pública e arbitragem: só em direitos patrimoniais disponíveis, nos
termos da lei. Só em interesse público secundário.
313 ▪ Será sempre de direito, inaplicável, portanto, equidade, em respeito
ao princípio da legalidade.
▪ Respeitará a publicidade.
▪ LER NO PONTO FAZENDA PÚBLICA as demais informações
▪
10.2. Competência
Da competência (disposições gerais, modificação da competência e da incompetência). Da
cooperação nacional. Da competência da justiça federal.
Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição
cabe aos órgãos judiciários competentes de primeira instância.
É competência exclusiva do judiciário brasileiro as ações que tratem de divórcio ou dissolução
de união estável quando houver discussão de partilha de bens situados no Brasil, pois irão
tratar da posse ou propriedade de imóveis situados no Brasil.
Em cobrança de alimentos por estrangeiro, através de renda de imóveis situados no Brasil,
ainda nesta hipótese haverá concorrência de competência, de modo que o pedido não versa
da posse ou propriedade do bem, mas dos rendimentos a ele referentes: “a de processar e
julgar as ações de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil ou o réu
mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou
obtenção de benefícios econômicos”.
Competência exclusiva:
o Ações de imóveis situados no Brasil.
o Sucessão hereditária e inventário de bens situados no Brasil, não importando
a nacionalidade ou domicílio.
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judiciária de seu domicílio, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no DF.
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de violação de direito autoral e contra a
lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura, via
satélite ou cabo, por meio de serviços de card sharing.
Quando a demanda contra prestação de serviços de telecomunicação perpassa a análise de
regramentos da ANATEL, há um litisconsórcio passivo necessário com a autarquia, de modo
que haverá competência da Justiça Federal para o feito.
De acordo com o art. 105, parágrafo único, da CF/88, o CJF é órgão que funciona junto ao
STJ, de modo que seus atos devem ser aqui impugnados originariamente pela via do
mandado de segurança, sendo cabível reclamação, perante o STJ, na hipótese de
descumprimento de decisões daquele órgão.
É de competência da Justiça Estadual a ação de restituição de indébito proposta pelo usuário
contra a concessionária de energia elétrica. Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL –
Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou assistente simples de ação de
repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de fornecimento de
energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em
razão disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção.REsp 1389750-RS,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601).
Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o
usuário de telefonia decorrentes de relação contratual.
315 As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o MPF é
órgão da União, o que atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a competência será
determinada, em um primeiro momento, pela parte processual. Num segundo momento,
contudo, o Juiz Federal irá averiguar se o MPF é parte legítima. Se o MPF for parte legítima,
perpetua-se a competência na Justiça Federal. Por outro lado, se for parte ilegítima, deverá
determinar o deslocamento da competência para a Justiça Estadual. Desse modo, a
circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na lide não é suficiente para
determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento da ação. STF.
Plenário. RE 669952 AgR-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 09/11/2016. Em ação proposta
pelo Ministério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça Federal está
constitucionalmente habilitada a proferir sentença que vincule tal órgão, ainda que seja
sentença negando a sua legitimação ativa. STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 151506/MS, Rel. Min.
Assusete Magalhães, julgado em 27/09/2017.
A Justiça Federal tem competência para o julgamento de demanda em que se discuta a
existência de obstáculo à obtenção de diploma após conclusão de curso de ensino à distância
em razão de problema no credenciamento da instituição de ensino superior pelo Ministério da
Educação. Vale ressaltar que, neste caso, a demanda foi proposta contra a instituição e a
União.
Compete à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o
objetivo de ver reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber pensão decorrente
da morte do alegado companheiro, ainda que seja necessário enfrentar questão prejudicial
referente à existência, ou não, da união estável. STJ. 1ª Seção. CC 126489-RN, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 10/4/2013 (Info 517).
Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se
discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino
superior no Ministério da Educação como condição de expedição de diploma de ensino a
distância aos estudantes.
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Súmula 270 STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na justiça estadual, não desloca a competência para a justiça federal.
É competência da justiça federal MS contra ato de entidade privada concessionária do
serviço de fornecimento de energia elétrica, acerca da interrupção do fornecimento de
energia elétrica, sendo dirigido contra entidade não integrante da Administração Federal.
Fundamento: a interrupção foi praticada na competência delegada à União, do artigo 21, XII,
b, CF, não configurando mero ato de gestão. Passível, portanto, de MS.
10.3. Sujeitos do processo
Dos sujeitos do processo. Das partes e dos seus procuradores. Do litisconsórcio. Da
intervenção de terceiros. Do juiz e dos auxiliares da justiça. Do Ministério Público, da
Advocacia Pública e da Defensoria Pública.
● O ato de advogado que não junta procuração é considerado INEFICAZ, perante o NCPC.
Portanto, não é nulo e nem inexistente, mas ineficaz.
● O desempenho de mandato eletivo no Poder Legislativo impede o exercício da advocacia a
favor ou contra pessoa jurídica de direito público pertencente a qualquer das esferas de
governo – municipal, estadual ou federal.
● Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária descabe a
restituição, pelo expropriado sucumbente, de honorários periciais aos assistentes técnicos do
INCRA e do MPF. STJ. 1ª Turma. REsp 1306051-MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 08/05/2018 (Info 626).
316 ● Legitimidade para a causa (ad causam) é condição da ação. Pertinência subjetiva com o direito
material.
● As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação,
são definidas pela representação no processo de conhecimento, limitada a execução
aos associados apontados na inicial. Repercussão geral.
● Legitimidade para o processo (ad processum) é a capacidade de estar sozinho em juízo.
● Sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária, ou seja, substituem seus membros. De
outra banda, as associações representam em juízo seus membros, dependendo de autorização
destes para ações ordinárias, ao contrário do MS, que atuam em substituição processual.
● STJ: é desnecessária a comprovação de prejuízo para que haja condenação ao pagamento de
indenização por litigância de má-fé. A comprovação de dano só é exigida para pagamento dos
danos sofridos.
● Os honorários obedecem ao princípio tempus regit actum e verão ser fixados conforme o
código vigente à época da sentença: os honorários nascem contemporaneamente à sentença, e
não preexistem à propositura da demanda, devendo observar as normas do CPC 2015 nos
casos de decisões proferidas a partir de 18/03/2016
o O arbitramento dos honorários não é questão meramente processual, mas sim
questão de mérito apta a formar um capítulo da sentença.
● Os atos decisórios proferidos pelo juízo incompetente somente perderão a existência, validade
e eficácia se houver decisão expressa do juízo competente nesse sentido.
● A intervenção obrigatória, como custos legis, do Ministério Público, nesses casos de
desapropriação direta ou indireta, não se dá por conta da discussão isolada da indenização
pelo bem expropriado, mas em virtude dos valores jurídicos maiores envolvidos na demanda,
de índole coletiva e, por vezes, até intergeracional, que vão muito além do simples interesse
econômico-financeiro específico do Estado. Assim, não é obrigatória a intervenção do MP em
desapropriação indireta ou direta. Deve ter motivo de interesse público.
o Até a intervenção do MP observa o princípio pás de nullité sans grief
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O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor de réu revel citado por
318 edital.
Os cônjuges casados em regime de comunhão parcial de bens devem ser necessariamente
citados em ação demolitória. Nesse caso há litisconsórcio passivo necessário.
É dispensável a intimação do ex-cônjuge casado sob o regime de separação convencional de
bens da penhora sobre bem imóvel de propriedade particular, sobre o qual não tem direito de
meação.
O espólio, ainda que representado pelo inventariante, não possui legitimidade ativa para
ajuizar ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) em caso de morte da vítima no
acidente de trânsito.
De regra, a representação judicial das pessoas jurídicas de direito público faz-se por
procuradores constituído por servidores públicos, hipótese na qual se dispensa a apresentação
de prova do mandato, porque este é tido como decorrência ex lege. No entanto, quando a
representação do ente público faz-se mediante advogados privados, contratados, no comum
dos casos, por prévio procedimento licitatório, é necessário que esse contrato de mandato
prove-se pelo respectivo instrumento, vale dizer, pela procuração ou pelo substabelecimento.
As assembleias legislativas somente possuem personalidade judiciária quando em defesa de
seus interesses em juízo, não possuindo, portanto, legitimidade passiva em ação de execução.
A representação do ente municipal não pode ser exercida por associação de direito privado,
haja vista que se submete às normas de direito público. Assim sendo, insuscetível de renúncia
ou de delegação a pessoa jurídica de direito privado, tutelar interesse de pessoa jurídica de
direito público sob forma de substituição processual.
Associação de Municípios e prefeitos não possui legitimidade ativa para tutelar em juízo
direitos e interesses das pessoas jurídicas de direito público.
● Súmula vinculante 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito
tributário.
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● Súmula 667 STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária
calculada sem limite sobre o valor da causa.
● Em ação de nulidade de registro de marca em que o INPI for sucumbente, cabe a ele
reembolsar as despesas feitas pela parte autora.
o Este julgado tratava sobre uma ação de nulidade de registro de marca
proposta por uma sociedade empresária ("A") contra o INPI e contra outra
empresa concorrente ("B"), titular da marca questionada na demanda. A ação
foi julgada procedente e discutiu-se se o INPI deveria pagar honorários
advocatícios, custas e despesas processuais. Foram expostas três conclusões: I
— Na ação de nulidade de registro de marca o INPI foi indicado como réu ao
lado de sociedade empresária porque concedeu indevidamente o registro para
a empresa "B" mesmo gerando confusão com a marca da empresa "A" e
também porque não deu andamento ao pedido administrativo formulado pela
empresa "A" para anular o registro indevidamente concedido. Assim, diante
disso, o referido Instituto deve responder solidariamente pelos honorários
advocatícios sucumbenciais mesmo que, na ação proposta, ele tenha
reconhecido a procedência do pedido formulada na Inicial. II — Em ação de
nulidade de registro de marca, o INPI é isento de pagamento de custas. III —
Em ação de nulidade de registro de marca em que o INPI for sucumbente, cabe
a ele reembolsar as despesas judiciais feitas pela parte autora. STJ. 3ª Turma.
REsp 1258662-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 2/2/2016 (Info
576).
319 O Ministério Público Estadual, ao propor ação de investigação de paternidade como substituto
processual, não é obrigado a adiantar as despesas decorrentes de citação editalícia do réu em
jornal local, devendo o adiantamento dos gastos da referida diligência ser realizado pela
Fazenda Pública Estadual.
A caução prevista no art. 83 do CPC não tem natureza cautelar, sendo exigível no caso em que
se verificar a presença dos requisitos objetivos e cumulativos elencados no referido
dispositivo, podendo ser dispensada nas hipóteses previstas no art. 83, §1º do CPC ou quando,
com base na prova dos autos, as peculiaridades do caso concreto indicarem que a sua
exigência irá obstaculizar o acesso à jurisdição.
Na ação de mandado de segurança não se admite honorários advocatícios.
Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações
vencidas e vincendas após a sentença.
Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas
aos juros compensatórios.
Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a
indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.
A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o exequente
dos encargos da sucumbência.
Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salário-mínimo. Entretanto, o valor da
condenação pode.
A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação
suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.
São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de
sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas. "O art. 85, § 7º, do
CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de
modo que são devidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais de
cumprimento de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que não impugnados e
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promovidos em litisconsócio." STJ. Corte Especial. REsp 1648238/RS, Rel. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 20/06/2018 (recurso repetitivo).
São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação,
depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do
advogado da parte executada.
SV47: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante
principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação
ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem
especial restrita aos créditos desta natureza.
A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta
e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
Na ação de nulidade de registro de marca em que o INPI foi indicado como réu ao lado de
sociedade empresária em virtude da concessão indevida do registro e do não processamento
do procedimento administrativo para anular o registro indevidamente concedido, a autarquia
federal responde solidariamente pelos honorários advocatícios sucumbenciais, na hipótese em
que se reconheceu a omissão do instituto quanto a citada inércia, ainda que o ente federal
tenha reconhecido a procedência do pedido judicial.
A reclamação tem natureza jurídica de ação pelo ingresso do beneficiário do ato como parte a
necessidade de contraditório prévio e, por conta disso, é possível a condenação em honorários
advocatícios.
Os honorários são regulados pela lei vigente à época da prolação da sentença, quando surge o
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sucumbenciais. STJ. 3ª Turma. REsp 1378699-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
7/6/2016 (Info 585).
Em execução fiscal proposta na Justiça Federal, cabe à Fazenda pública adiantar as despesas
com o transporte/condução/deslocamento dos oficiais de justiça necessários ao cumprimento
das cartas precatória de penhora e avaliação de bens (processada na Justiça Estadual), por
força do princípio hermenêutico ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio.
A CEF, nas ações em que represente o FGTS, por força legal, está isenta do pagamento de
custas, emolumentos e demais taxas judiciárias, isenção que, todavia, não a desobriga de,
quando sucumbente, reembolsar as custas adiantadas pela parte vencedora. (repetitivo)
É imprescindível a intimação da parte para constituição de novo advogado, quando
comprovada a notificação pelo causídico da renúncia dos poderes, conforme CPC, art. 112.
O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de
medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando
se tratar de feitos contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos
individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público). STJ. 1ª Seção. REsp 1682836-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624).
Após 18 de março de 2016, data do início da vigência do Novo Código de Processo Civil, é
possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de o recurso
de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os requisitos previstos
no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais que autorizem a
concessão de efeitos infringentes. STF. 1ª Turma. AI 766650 AgR-ED, Rel. Min. Marco Aurélio,
321 Relator p/ Acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 06/06/2017. STF. 1ª Turma. RE
929925 AgR-ED/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (Info 829). STF. 1ª Turma. RE
1071681 AgR-ED-ED, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/05/2018. Obs: o STJ possui julgados
em sentido contrário: Os honorários recursais (art. 85, § 11, do CPC/2015) incidem apenas
quando o STJ julga, pela vez primeira, o recurso, sujeito ao CPC/15, que inaugure o grau
recursal, revelando-se indevida a fixação em agravo interno e embargos de declaração. STJ. 4ª
Turma. EDcl no AgInt no REsp 1719756/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
07/08/2018.
O prazo para intervenção processual do Ministério Público na qualidade de custos legis, a fim
de que se manifeste, é de 30 (trinta) dias, nas hipóteses constitucionais e nas hipóteses que
envolvam interesse público ou social, interesse de incapaz e litígios coletivos pela posse de
terra rural ou urbana.
O Membro do MP será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no
exercício de suas funções.
MP deve atuar na defesa dos idosos quando houver situação de risco, e não em todos os
casos. Em caso de situação de risco, em caso de omissão do Estado, da família, curador ou por
causa de sua condição pessoal, o MP pode atuar como substituto processual. Arts, 74, 75 e 43
do estatuto do idoso.
Se o autor da ação judicial reside no exterior ou se muda para fora do país durante a
tramitação do processo, ele precisará prestar uma caução que seja suficiente para pagar as
custas processuais e honorários advocatícios caso ele perca a ação (art. 83 do CPC/2015). Não
é necessária a prestação de caução para o ajuizamento de ação por sociedade empresarial
estrangeira devidamente representada no Brasil. Cuida-se de espécie de fiança processual, não
possuindo natureza cautelar. STJ. 3ª Turma. REsp 1.584.441-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro,
julgado em 21/08/2018 (Info 632).
Se a ação é proposta contra indivíduo que já estava morto, o juiz não deverá determinar a
habilitação, a sucessão ou a substituição processual. De igual modo, o processo não deve ser
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suspenso para habilitação de sucessores. Isso porque tais institutos são aplicáveis apenas para
as hipóteses em que há o falecimento da parte no curso do processo judicial. O correto
enquadramento jurídico desta situação é de ilegitimidade passiva, devendo ser facultado ao
autor, diante da ausência de ato citatório válido, emendar a petição inicial para regularizar o
polo passivo, dirigindo a sua pretensão ao espólio. STJ. 3ª Turma. REsp 1.559.791-PB, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 28/08/2018 (Info 632).
10.3.1. Gratuidade da justiça
● Cabe agravo de instrumento da revogação e da não concessão de justiça gratuita. A concessão
só pode ser impugnável por apelação à sentença.
● Quando a parte é detentora do benefício da justiça gratuita e seu recurso versar tão somente
sobre os honorários advocatícios do causídico que defendeu o beneficiado, o recurso estará
sujeito a preparo, SALVO se o próprio advogado demonstrar que tem direito à gratuidade.
o A justiça gratuita é personalíssima, não se estende ao advogado ou sucessor
da parte.
● Não é possível fixar honorários recursais quando o processo originário não preveja
condenação em honorários. (MS)
● O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor
terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de
registro de imóveis." Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará
sempre da gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem
322 recursos suficientes para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto
da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial
urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir
da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado".
● A concessão de justiça gratuita NÃO afasta a responsabilidade do beneficiário de justiça
gratuita pelas despesas processuais e pelos honorários de sucumbência. Suas obrigações
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se nos 5
(cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado a situação do condenado mudar.
● As sanções aplicáveis ao litigante de má-fé são aquelas taxativamente previstas pelo legislador,
não comportando interpretação extensiva. Assim, apesar de reprovável, a conduta desleal,
ímproba, de uma parte beneficiária da assistência judiciária gratuita não acarreta, por si só, a
revogação do benefício, atraindo, tão somente, a incidência das penas expressamente
cominadas no texto legal. A revogação do benefício da assistência judiciária gratuita -
importante instrumento de democratização do acesso ao Poder Judiciário - pressupõe prova
da inexistência ou do desaparecimento do estado de miserabilidade econômica, não estando
atrelada à forma de atuação da parte no processo.
● INDEPENDENTEMENTE DE TER FINS LUCRATIVOS OU NÃO a condição de impossibilidade de
pagar custas deve ser demonstrada. Súmula 481 do STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita
a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com
os encargos processuais.
É relativa a presunção de hipossuficiência do autor em ação de usucapião especial urbana,
podendo ser ilidida a partir de prova inequívoca de que o autor não pode ser considerado
necessitado, nos termos do art. 2º, parágrafo único da lei 1060/50 (revogado pelo cpc, e virou
art. 98 no CPC).
Fixa-se verba honorária inclusive quando o vencedor é beneficiário da justiça gratuita.
Defesa pela Defensoria Pública não significa automática concessão da justiça gratuita, devendo
preencher os requisitos fixados em lei.
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10.4.2. Assistência
Mero interesse econômico/patrimonial não justifica a assistência, devendo haver interesse
323 jurídico na causa. Diferente da intervenção anômala da Fazenda Pública, que basta o mero
interesse patrimonial.
Será admitida em qualquer grau de jurisdição, em qualquer procedimento (execução,
conhecimento, cumprimento de sentença), recebendo o assistente o processo no estado em
que se encontrar.
O interesse jurídico que enseja a intervenção de assistência pode ser o “potencial reflexo na
esfera jurídica do interessado”, não sendo necessário a ofensa direta.
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● Os advogados particulares podem intimar a parte contrária por meio de correio. Porém, não se
aplica à Fazenda Pública, pois estes deverão ser intimados pessoalmente, por carga, remessa
ou meio eletrônico.
● Os advogados podem proceder à INTIMAÇÃO da parte contrária por correio, mas não a
citação, que é ato exclusivamente judicial.
● O ato de advogado que não junta procuração é considerado INEFICAZ. Portanto, não é nulo e
nem inexistente, mas ineficaz.
● STJ: o prazo em dobro para litisconsortes com procuradores distintos aplica-se ao
cumprimento de sentença. Assim, o prazo para pagar será de 30 dias, uma vez que
impossibilitado o acesso simultâneo dos autos físicos, ainda que não seja um ato com viés
meramente postulatório, como preconiza a doutrina.
● Implica indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o
reconhecimento da incompetência absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos
autos ao juízo competente, extingue o feito sem exame do mérito, sob o argumento de
impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para o órgão julgador competente,
ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico.
● Conclusão 129 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “A autorização legal para
ampliação de prazos pelo juiz não se presta a afastar preclusão temporal já consumada”.
● O ato de disposição consistente em manifestação unilateral que implica a desistência da ação,
só produz efeitos se for homologado pelo juiz; depois da citação do réu, só produz efeitos se
este concordar, e depois da sentença não produz qualquer efeito. Os demais atos, consistentes
em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição,
326 modificação ou extinção de direitos processuais.
o Lembrar que em MS a desistência é uma prerrogativa de quem o propõe e
pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e
independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável
ao autor da ação.
● FPPC 267: Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC serão integralmente
regulados pelo regime revogado.
● FPPC 268: A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica aos prazos iniciados após a
vigência do novo código.
10.5.1. Das nulidades
A jurisprudência desta Corte já assentou entendimento no sentido de que a ausência de
intimação do Ministério Público, por si só, não enseja a decretação de nulidade do julgado, a
não ser que se demonstre o efetivo prejuízo para as partes, o que não ocorreu no caso dos
autos
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" A irreversibilidade dos efeitos da tutela de urgência não impede sua concessão, em se
tratando de direito provável, cuja lesão seja irreversível". Vai contra a interpretação literal
do código, mas há casos em que é impossível não se conceder a tutela, como em caso de
remédios urgentes, com risco de vida.
327 ● O NCPC simplificou a discussão sobre o valor da causa, que, caso não seja sindicada de ofício,
pelo magistrado, poderá ser debatida pelo réu, em preliminar de contestação. Não há mais,
portanto, o incidente de impugnação do valor da causa.
● Abandono de causa: i) o juiz não resolverá o mérito quando a parte deixar de cumprir a
diligência por mais de 30 dias. O juiz deve sempre intimar a parte para suprir a falta
processual, no prazo de 5 dias, independentemente de ter sido oferecida ou não a
contestação. Aqui o juiz pode extinguir de ofício, devendo apenas intimar o autor para suprir a
falta em 5 dias.
o PORÉM, oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da
causa pelo autor depende de requerimento do réu, não podendo o juiz
extinguir de ofício.
o EXECUÇÃO FISCAL: em se tratando de execuções não embargadas, o STJ fixou:
A inércia da Fazenda exequente, ante a intimação regular para promover o
andamento do feito e a observância dos artigos 40 e 25 da LEF, implica a
extinção da execução fiscal ex officio.
● Em ações ajuizadas contra a União, para que a AGU concorde com a desistência da parte, a
autora deverá renunciar expressamente ao direito sobre que se funda a ação.
● VÍCIO NA CITAÇÃO:
o O comparecimento do réu ou executado supre a falta ou nulidade de citação,
fluindo o prazo para apresentação de contestação a partir da data de
comparecimento, mas continuará sendo revel.
▪ Efeitos da revelia:
● Presunção de veracidade das alegações feita pelo autor, salvo
se:
o Havendo pluralidade de réus, algum contestar.
o O litígio versar sobre direitos indisponíveis.
o A inicial não estiver acompanhada de documento
indispensável à prova do ato.
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● O conceito de documento previsto para ações de exibição de documento não se limita àquele
pertencente a ambas as partes, mas engloba também o documento sobre o qual elas têm
interesse comum.
● Prova emprestada: antes o STJ entendia pela inadmissão da prova emprestada de processo do
qual não participaram as partes do processo para o qual a prova seria trasladada. Após a
decisão do REsp 617.428SP, a prova emprestada passou de ultima ratio a medida preferencial,
o que prestigia a economia processual. Assim, afigura-se válido o empréstimo desde que
assegurado às partes o contraditório sobre a prova, isto é, o direito de se insurgir contra a
mesma e refutá-la adequadamente. O CPC consagra esse entendimento no artigo 372,
dispondo que “o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. ”
● O princípio do dispositivo vincula o juiz tão somente em relação à propositura da demanda
(art. 2º) e aos limites objetivos e subjetivos da lide (art. 141 e 492). Quanto à instrução do
processo, o juiz poderá determinar as provas que julgar necessárias (art. 370).
● Livre convencimento motivado (art. 371): O juiz apreciará a prova constante dos autos,
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da
formação do seu convencimento.
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● Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.
Mesmo quando o pedido for genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação,
o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da
capitalização dos juros, se for o caso.
o STJ: Não é possível, em tutela antecipada, deferida na ação revisional de
alimentos, a alteração de valor fixo de pensão alimentícia para um valor
ilíquido, correspondente a percentual de rendimentos que virão a ser
apurados no curso do processo.
No caso de extinção do processo por indeferimento da inicial, a propositura de uma nova ação
depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução de mérito, bem como, a
prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
10.9.1. Coisa julgada
● Não faz coisa julgada o fundamento e a verdade dos fatos, mas tão somente o DISPOSITIVO. O
fundamento e a verdade dos fatos podem mostrar-se, com o tempo, que não foram verídicos.
● A ausência de prova de atividade rural extingue o processo sem resolução do mérito por
carência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do processo, não gerando
coisa julgada.
● A formação de coisa julgada de questão prejudicial só se aplica aos processos iniciados após a
vigência do NCPC.
o Independe do pedido das partes pelo NCPC. Assim, deixa de ser necessária
ação declaratória incidental que existia no CPC/73, salvo em relação à
332 falsidade de documentos, pois a parte pode requerer que o juiz decida como a
questão principal, ocasião em que a decisão constará da parte dispositiva da
sentença e incidirá a autoridade da coisa julgada.
● Denegada a segurança por falta de direito líquido e certo, ou seja, por ser necessária a dilação
probatória, já se viu que, nesse caso, extingue-se o processo sem resolução do mérito. Não
obstante o uso do termo denegação da segurança, nesse caso não se está a julgar o mérito,
nem se está a afirmar que o impetrante não tem razão; apenas se constatou a necessidade de
dilação probatória, sendo inadequada a via do mandado de segurança. Não há, então, coisa
julgada. Esse é o sentido do § 6º do art. 6º da Lei 12.016/2009, bem como do enunciado 304
da Súmula do STF”. Veja-se que a súmula 304 do STF afirma que “Decisão denegatória de
mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da
ação própria”
● Não é possível relativizar a coisa julgada quando se nega ir ao laboratório para colher o DNA a
fim de verificar a paternidade.
● QUESTÃO INCIDENTAL/PREJUDICIAL e a COISA JULGADA:
o Requisitos:
▪ Essa resolução deve ser necessária para julgamento do mérito.
▪ Deve ter havido contraditório prévio e efetivo, não podendo haver
coisa julgada em caso de revelia.
▪ O juiz deve ser competente em razão da matéria e da pessoa.
o NÃO SE APLICA se houver restrições probatórias ou limitações à cognição que
impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
o Não se faz mais necessária a interposição de uma AÇÃO incidental para que a
questão prejudicial possa integrar o dispositivo da sentença. A questão
incidental transitará em julgado, desde que proferida por juiz competente, de
qualquer maneira.
o Não importa se esteja na fundamentação ou no dispositivo, a decisão de
questão incidental fará coisa julgada.
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10.10.Liquidação de sentença
333 Na liquidação por cálculos do credor, descabe transferir do exequente para o executado o
ônus do pagamento de honorários devidos ao perito que elabora a memória de cálculos. O
ônus é do EXEQUENTE no caso de liquidação por cálculos determinada de ofício.
Na fase autônoma de liquidação de sentença (por arbitramento ou por artigos), incumbe ao
devedor a antecipação dos honorários periciais”.
Jurisprudência desta Corte consagrou o entendimento segundo o qual o enunciado do art. 459,
parágrafo único, do CPC, deve ser interpretado em consonância com o princípio do livre
convencimento, de sorte que, NÃO ESTANDO O JUIZ CONVENCIDO DA EXTENSÃO DO PEDIDO
CERTO formulado pelo autor, pode reconhecer-lhe o direito, remetendo as partes para a
liquidação.
o Pode reconhecer o direito mesmo que o juiz não saiba a extensão pedido
certo, de modo que isso vai ser resolvido em liquidação.
Nos Juizados Especiais, por força do art. 1º da Lei nº 10.259/01 e art. 38, parágrafo único, da
Lei nº 9.099/95, é absolutamente vedada a prolação de sentença ilíquida.
Havendo os parâmetros para a realização dos cálculos (apenas aritméticos), não há que se
falar em julgamento ilíquido, bem como inexiste iliquidez na parte que condena em obrigação
de fazer devidamente descrita. Logo, não se considera ilíquida a sentença que exige meros
cálculos aritméticos (art. 509, § 2º, CPC).
Súmula 318-STJ: Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse
recursal em arguir o vício da sentença ilíquida.
Súmula 344-STJ: A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a
coisa julgada.
● Quando houver a chamada liquidação zero, há o julgamento do mérito, caso em que a
liquidação é julgada improcedente, eis que não há nenhum valor devido.
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10.11.Cumprimento de sentença
Do cumprimento de sentença. Cumprimento provisório. Cumprimento definitivo de sentença
(obrigação de pagar quantia certa, obrigação de fazer, não fazer e de entregar coisa).
Cumprimento de sentença e a fazenda pública. Impugnação. A inexigibilidade das sentenças
judiciais.
● Em regra, o prazo para cumprimento voluntário da sentença é de 15 dias úteis (art. 523 do
CPC). Se os devedores forem litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios de
advocacia distintos, este prazo de pagamento deverá ser contado em dobro, nos termos do
art. 229 do CPC/2015, desde que o processo seja físico. Assim, o prazo comum para
cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em dobro (ou seja, em 30 dias
úteis) no caso de litisconsortes com procuradores distintos, em autos físicos
● Na fase de cumprimento de sentença, é incabível a rejeição do seguro garantia judicial pelo
exequente, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda oferecida.
● Os critérios referidos no caput do art. 537 (multa pelo não cumprimento da obrigação no
prazo) do CPC devem ser observados no momento da fixação da multa, que não está limitada
ao valor da obrigação principal e não pode ter sua exigibilidade postergada para depois do
trânsito em julgado".
● Qual é o recurso cabível contra o pronunciamento que julga a impugnação ao cumprimento de
sentença?
o • Se o pronunciamento judicial extinguir a execução: será uma sentença e
caberá APELAÇÃO.
o • Se o pronunciamento judicial não extinguir a execução: será uma decisão
334 interlocutória e caberá AGRAVO DE INSTRUMENTO. Assim, o recurso cabível
contra a decisão que acolhe impugnação ao cumprimento de sentença e
extingue a execução é a apelação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.698.344-MG, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2018 (Info 630).
●
● A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime
constitucional dos precatórios. Logo, não deve ser aguardado o trânsito em julgado, sendo
possível a determinação de tutela para implantar um benefício (obrigação de fazer), antes do
trânsito em julgado.
● O sócio que paga as dívidas da sociedade em processo de execução pode executar a sociedade
nos autos do mesmo processo.
● A correção monetária dos depósitos judiciais deve incluir os expurgos inflacionários.
● Enunciado 89 da I Jornada de Direito Processual Civil – Conta-se em dias úteis o prazo do
caput do art. 523 do CPC (prazo para pagar em cumprimento de sentença)
● A suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não configura ameaça ao direito de ir e
vir do titular. Isso porque mesmo com a decretação da medida, o sujeito continua com a
liberdade de ir e vir, para todo e qualquer lugar, desde que não o faça como condutor do
veículo. Logo, não cabe habeas corpus contra decisão que determina a apreensão de CNH. STJ.
4ª Turma. RHC 97.876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 05/06/2018 (Info 631).
STJ. 5ª Turma. HC 383.225/MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 04/05/2017.
● Revela-se ilegal e arbitrária a medida coercitiva de suspensão do passaporte proferida no bojo
de execução por título extrajudicial (duplicata de prestação de serviço), por restringir direito
fundamental de ir e vir de forma desproporcional e não razoável. Não tendo sido demonstrado
o esgotamento dos meios tradicionais de satisfação, a medida não se comprova necessária.
Para que o julgador se utilize de meios executivos atípicos, a decisão deve ser fundamentada e
sujeita ao contraditório, demonstrando-se a excepcionalidade da medida adotada em razão da
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ineficácia dos meios executivos típicos, sob pena de configurar-se como sanção processual.
Vale ressaltar que o juiz até poderá, eventualmente, decretar a retenção do passaporte do
executado desde que: • seja obedecido o contraditório e • a decisão proferida seja
fundamentada e adequada, demonstrando-se a proporcionalidade dessa medida para o caso
concreto. STJ. 4ª Turma. RHC 97.876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 05/06/2018
(Info 631).
10.11.1. Contra a Fazenda Pública
● Para que se verifique a legitimidade do cessionário de honorários advocatícios sucumbenciais
para se habilitar no crédito consignado no precatório há necessidade de preenchimento dos
seguintes requisitos: (a) comprovação da validade do ato de cessão dos honorários, realizado
por escritura pública e (b) discriminação no precatório do valor devido a título da respectiva
verba advocatícia, não preenchendo esse último requisito a simples apresentação de planilha
de cálculo final elaborada pelo Tribunal de Justiça.
● Condenações contra Fazenda Pública: JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
o Relação Jurídica Tributária: Correção e Juros é SELIC, mesmo índice que
remunera os tributos devidos. (SELIC = Juros moratórios + correção
monetária). Não pode correção monetária + SELIC, sob pena de bis in idem.
o Relação Jurídica Não-Tributária:
▪ Correção: IPCA-E
▪ Juros: continuam sendo aplicados os juros da poupança – TR.
o A decisão do STF que declarou inconstitucional a correção monetária dos
335 precatórios pela TR (caderneta de poupança) não tem eficácia retroativa, mas
sim prospectiva.
● O Juiz não pode dar iniciativa às execuções de cumprimento de sentença contra a Fazenda
Pública.
10.12.Procedimentos especiais
Dos procedimentos especiais. Ação de consignação em pagamento. Ação de exigir contas.
Ações possessórias. Ação de divisão e da demarcação de terras particulares. Ação
discriminatória. Embargos de terceiro. Ações de direito de família de competência da Justiça
Federal. Oposição. Habilitação. Ação Monitória. Homologação do penhor legal. Restauração
de autos. Procedimentos especiais de jurisdição voluntária. Notificação e interpelação.
Alienação judicial.
● Ação discriminatória: ação conferida à União e aos Estados para separar as terras de seu
domínio das de propriedades particulares. São as terras devolutas.
o Da sentença proferida caberá apelação somente no efeito DEVOLUTIVO,
facultada a execução provisória.
o O processo discriminatório judicial tem caráter preferencial e prejudicial em
relação às ações em andamento, referentes a domínio ou posse de imóveis
situados, no todo ou em parte, na área discriminada, determinando o imediato
deslocamento da competência para Justiça Federal.
● Não é possível a revisão de cláusulas contratuais em ação de exigir contas (ação de prestação
de contas)
Terceiro é aquele que não foi parte no processo principal, mas poderia ser.
O possuidor poderá se valer dos embargos de terceiro, assim como o proprietário.
O juiz determinará a intimação pessoal de terceiro cuja existência identifique e que lhe pareça
ter interesse em embargar o ato.
Embora não se trate de ato de efetiva constrição judicial, a averbação da existência de
processo executivo sobre determinado bem, conforme prevê o artigo 615-A do Código de
Processo Civil de 1973, implica para o terceiro proprietário ou possuidor do bem o justo receio
de apreensão judicial, o que autoriza, nessas situações, a oposição dos embargos de terceiro.
Os embargos de terceiro são cabíveis de forma preventiva, quando o terceiro estiver na
ameaça iminente de apreensão judicial do bem de sua propriedade. Ademais, a ameaça de
lesão encerra o interesse de agir no ajuizamento preventivo dos embargos de terceiro, máxime
à luz da cláusula pétrea da inafastabilidade, qual seja, nenhuma lesão ou ameaça de lesão
escapará à apreciação do Judiciário
Em processo de execução, o terceiro afetado pela constrição judicial de seus bens poderá opor
embargos de terceiro à execução ou interpor agravo de instrumento contra a decisão
constritiva, na condição de terceiro prejudicado, mesmo não sendo parte no processo. É
expressamente previsto no CPC – art. 966, e julgado por repetitivo no STJ.
10.12.2. Ação monitória
● AÇÃO MONITÓRIA: exige apenas a prova escrita, não necessitando ser uma prova documental,
podendo ser documentada também (e-mail).
o Prova documental: é aquela em que o fato é representado diretamente pelo
336 documento.
o Prova documentada: é decorrência do formalismo do processo, que exige a
documentação de todos os atos neles praticados.
● O preenchimento dos requisitos legais para a securitização da dívida originada de crédito rural
(ou alongamento da dívida) constitui matéria de defesa do devedor, passível de ser alegada
em embargos à monitória ou contestação, independemente de reconvenção.
10.12.3. Ações possessórias
● AÇÕES POSSESSÓRIAS
o Diferenciar ações possessórias (ius possessionis) de ações petitórias (ius
possidendi).
▪ Possessórias: dizem a respeito do direito subjetivo da pessoa em
relação ao objeto, a faculdade de exercer a posse, tratando-se de uma
matéria fática. “A posse não depende da propriedade e, por
conseguinte, a tutela da posse pode se dar mesmo contra a
propriedade.”
▪ Petitórias: trata-se da disputa pelo domínio da propriedade, tratando-
se da relação de direito real entre o real proprietário e a propriedade.
o Assim, as ações de usucapião e ações de manutenção de posse não são
conexas, pois diversos o pedido e a causa de pedir.
● Nem sempre as ações mandamentais serão só declaratórias, podendo ser constitutivas, no
caso das ações possessórias.
o São exemplos de tutela jurisdicional executiva: imissão na posse, reintegração
de posse, despejo, prescindem de uma fase de execução do julgado.
● Não é necessária prévia notificação extrajudicial dos invasores para que se proponha
reintegração de posse, não sendo a notificação um documento essencial à propositura da ação
possessória.
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● Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo
criminal decreta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos
de crime.
● O terreno do proprietário foi invadido por inúmeras pessoas de baixa renda. O proprietário
ingressou com ação de reintegração de posse, tendo sido concedida a medida liminar, mas
nunca cumprida mesmo após vários anos. Vale ressaltar que o Município e o Estado fizeram
toda a infraestrutura para a permanência das pessoas no local. Diante disso, o juiz, de ofício,
converteu a ação reintegratória em indenizatória (desapropriação indireta), determinando a
emenda da inicial, a fim de promover a citação do Município e do Estado para apresentar
contestação e, em consequência, incluí-los no polo passivo da demanda. O STJ afirmou que
isso estava correto e que a ação possessória pode ser convertida em indenizatória
(desapropriação indireta) - ainda que ausente pedido explícito nesse sentido - a fim de
assegurar tutela alternativa equivalente (indenização) ao particular que teve suas térreas
invadidas.
● Tereza Wambier: Outro ponto que distingue as ações possessórias das demais é o seu caráter
dúplice, consistente em que as posições de autor e réu podem se alternar, sendo lícita a
outorga da tutela jurisdicional a qualquer das partes, independentemente do polo que,
inicialmente, tenham assumido. O caráter dúplice, em princípio, afasta a necessidade de
reconvenção.
o Nelson Nery: A ação dúplice se caracteriza quando as posições de autor e réu
no processo se confundem, sendo que, por esta razão, não poderá o réu
deduzir reconvenção. Isto porque, em sua contestação, deduzida na ação
337 possessória, poderá ele pedir a proteção possessória e indenização por
perdas e danos
● É possível o reconhecimento da usucapião quando o prazo exigido por lei se complete no curso
do processo judicial, conforme a previsão do art. 493, do CPC/2015, ainda que o réu tenha
apresentado contestação. O magistrado deverá julgar o pedido procedente considerando que
o prazo exigido por lei para a usucapião se completou no curso do processo. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/06/2018 (Info 630).
●
●
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Repetitivo: não será possível a alteração das bases do contrato mantido entre as partes, pois o
rito especial da prestação de contas é incompatível com a pretensão de revisar contrato, em
razão das limitações ao contraditório e à ampla defesa. Essa impossibilidade de se proceder à
revisão de cláusulas contratuais diz respeito a todo o procedimento da prestação de contas, ou
seja, não pode o autor da ação deduzir pretensões revisionais na petição inicial (primeira fase),
conforme a reiterada jurisprudência do STJ, tampouco é admissível tal formulação em
impugnação às contas prestadas pelo réu (segunda fase).
o Procedimento especial da prestação de contas não abrange a análise de situações
complexas, mas tão somente o mero levantamento de débitos e créditos gerados
durante a gestão de bens e negócios do cliente bancário. A ação de prestação de
contas não é, portanto, o meio hábil a dirimir conflitos no tocante a cláusulas de
contrato, nem em caráter secundário, uma vez que tal ação objetiva, tão somente,
a exposição dos componentes de crédito e débito resultantes de determinada
relação jurídica, concluindo pela apuração de saldo credor ou devedor.
10.13.Processo de execução
Do processo de execução. Da execução em geral. Das diversas espécies de execução. Da
execução para entrega de coisa. Da execução das obrigações de fazer ou de não fazer. Da
execução por quantia certa. Da execução contra a Fazenda Pública. Dos embargos à
execução. Extinção do processo de execução. Exceção de pré-executividade.
A penhora em conta conjunta solidária só pode recair sobre a parte do executado,
338 presumindo-se, ante a inexistência de prova em contrário, que os valores constantes da conta
pertencem em partes iguais aos correntistas.
● Cabe astreintes contra a Fazenda Pública para que cumpram obrigação de fazer (fungível ou
infungível) ou ainda para entregar coisa.
● O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária. Só
o valor da condenação, uma vez que trata-se de instituto de direito processual, não fazendo
coisa julgada material, já que seu valor pode ser revisto.
● Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e
sentença condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o
ressarcimento ao erário e se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do
valor da obrigação que primeiramente foi executada no momento da execução do título
remanescente.
● O parcelamento previsto na execução de título extrajudicial (30% +6x + custas e honorários +
correção monetária e juros de 1% ao mês) não é DIREITO SUBJETIVO, dependendo de aceite
do credor. Ademais, é importante ressaltar que isso NÃO SE APLICA EM CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA, mas só em TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL.
● Só é possível a declaração de prescrição intercorrente depois de ouvir o credor.
o Em execução fiscal, em caso de valor inferior ao estabelecido pelo Ministro da
Fazenda, é desnecessário ouvir a Fazenda.
● Nas ações de execução em andamento, o início prazo prescricional intercorrente se dá com a
vigência do NCPC.
● A extinção da execução, uma vez transitada em julgado, impede sua reabertura posterior, por
simples petição, sob pena de transformar tal requerimento em uma verdadeira ação rescisória.
Assim, fica obstada a apuração de saldo remanescente e novo pedido quando já prolatada
sentença não recorrida.
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● Exceptio declinatória quanti: É o ônus de o executado informar o valor adequado, sempre que
manifestar excesso na execução, não sendo bastante a genérica de indicação de excesso. A
alegação cabe para defesa da Fazenda Pública, devendo sempre os executados indicarem o
valor sob pena de não terem reconhecida a arguição. Só se aplica nos casos em que é possível
aferir o valor.
● Registro de penhora e boa-fé: em regra SÚM 375 STJ: O reconhecimento de fraude à execução
depende do registro da penhora do bem alienado (gera presunção absoluta de conhecimento
do terceiro da pendência do processo) ou da prova da má-fé do terceiro adquirente.
o PORÉM: Bens não sujeito a registro: o terceiro adquirente tem o ônus de
provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a
exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no
local onde se encontra o bem.
o LOGO: soma-se a súmula 375, mais essa disposição do CPC.
o Atenção: a súmula não se aplica ao direito tributário. Lá, a presunção de
fraude à execução surge com a inscrição do débito em dívida ativa. Antes da
alteração da LC 118, só era fraudulenta após a propositura da execução - Art.
185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou
seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por
crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de
execução.
▪ A LC alterou para: Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em
339 débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa
● A cota de fundo de investimento não se equipara à dinheiro para preferência legal de penhora,
pois possui riscos e não possui liquidez.
● A recusa da nomeação à penhora de cotas de fundo de investimento, reputada legítima a
partir das particularidades de cada caso concreto, não encerra, em si, excessiva onerosidade
ao devedor, violação do recolhimento dos depósitos compulsórios e voluntários do Banco
Central do Brasil ou afronta à impenhorabilidade das reservas obrigatórias.
● A LC 150 retirou da exceção de impenhorabilidade o “os créditos de trabalhadores da própria
residência e as contribuições previdenciárias. ” Assim, o bem de família NÃO pode ser
penhorado nessas hipóteses.
Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado nos termos do
§3º, a indicação será de livre escolha do exequente, e não do juiz.
Não é possível a penhora do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS para o
pagamento de honorários de sucumbência.
A fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem os mesmos efeitos jurídicos que o
dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o exequente rejeitar a indicação, salvo por
insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda oferecida. Lembrar que deve-se
acrescer 30% ao valor do débito para que seja aceito fiança e seguro garantia.
São absolutamente impenhoráveis os créditos vinculados ao programa Fundo de
Financiamento Estudantil - FIES constituídos em favor de instituição privada de ensino.
Fundamento: art. 833, IX, do CPC/2015. O FIES tem por objetivo conceder financiamento a
estudantes de cursos superiores que sejam integrantes de famílias de menor renda. Se fosse
permitida a penhora dos recursos públicos transferidos às instituições particulares de ensino
para custear o FIES, isso poderia frustrar a adesão ao programa e, em consequência, o
atingimento dos objetivos por ele traçados.
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alienação por iniciativa particular, mas não impede que o credor opte, desde logo, pela
alienação judicial (alienação em hasta pública).
É possível a conversão do procedimento de execução para entrega de coisa incerta para
execução por quantia certa na hipótese em que o produto perseguido for entregue com
atraso, gerando danos ao credor da obrigação.
Incumbe ao exequente PROCEDER à averbação em registro público do ato de propositura da
execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros. Não é caso,
pois, de requerer tal providência ao juízo, já que não há interesse processual para tanto, uma
vez que compete ao próprio exequente fazê-lo. A propósito, vale destacar o Enunciado n. 104
das Jornadas de Processo Civil do Conselho da Justiça Federal (CJF), in verbis: "O fornecimento
de certidão para fins de averbação premonitória (art. 799, IX, do CPC) independe de prévio
despacho ou autorização do juiz".
A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não impede a
adjudicação de um determinado bem ao credor que executa o devedor comum com substrato
em título executivo judicial. Ex: o MP ajuizou ACP contra a empresa “X”. O juiz determinou a
indisponibilidade de todos os bens da requerida. Alguns meses depois, João ajuizou ação de
indenização contra a mesma empresa. A sentença julgou o pedido procedente, condenando a
requerida ao pagamento de R$ 100 mil. O juiz determinou a penhora de um imóvel
pertencente à devedora. João gostou do bem penhorado e requereu a sua adjudicação, nos
termos do art. 876 do CPC. O fato de este bem estar indisponível não impede a adjudicação
Nas execuções contra a Fazenda Pública são devidos honorários advocatícios?
o 1) Sistemática dos PRECATÓRIOS:
341 • Se a Fazenda Pública apresentou embargos à execução: SIM.
• Se a Fazenda Pública não apresentou embargos à execução: NÃO. Aplica-se aqui
a regra do art. 1º-D da Lei 9.494/97.
o 2) Sistemática da RPV:
• Regra: SIM. Em regra, é cabível a fixação de verba honorária nas execuções
contra a Fazenda Pública, ainda que não embargadas, cujo pagamento da
obrigação é feito mediante RPV.
• Exceção: a Fazenda Pública não terá que pagar honorários advocatícios caso
tenha sido adotada a chamada “execução invertida”.
o No caso de RPV, não se aplica o art. 1º-D da Lei 9.494/97. A execução invertida consiste
no seguinte: havendo uma decisão transitada em julgado condenando a Fazenda Pública
ao pagamento de uma quantia considerada como de “pequeno valor”, o próprio Poder
Público (devedor) prepara uma planilha de cálculos com o valor que é devido e
apresenta isso ao credor. Caso este concorde, haverá o pagamento voluntário da
obrigação. Desse modo, a Fazenda Pública, em vez de aguardar que o credor proponha a
execução, ela já se antecipa e apresenta os cálculos da quantia devida. O Poder Público,
sem necessidade de processo de execução, cumpre voluntariamente a condenação. STJ.
1ª Turma. AgRg no AREsp 630235-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/5/2015
(Info 563).
O termo inicial para oposição dos Embargos à Execução Fiscal é a data da efetiva intimação da
penhora, e não da juntada aos autos do mandado cumprido. Não se aplica o CPC aqui, que é
da juntada do mandado.
SUM 406 STJ: A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por
precatório. Tal matéria é infraconstitucional, não cabendo ao STF analisar.
1.1 Incide a prescrição intercorrente, quando o exequente permanece inerte por prazo
superior ao de prescrição do direito material vindicado, conforme interpretação extraída do
art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002.
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10.14.1. Reclamação
Difere da reclamação constitucional. A prevista no NCPC é para garantir a autoridade das
decisões dos Tribunais. A Constitucional é em relação à ADI e Súmulas Vinculantes.
O uso da reclamação pressupõe o esgotamento da instância ordinária. Enquanto houver
possibilidade de manejo recursal, não é viável o manejo da reclamação.
O contraditório na reclamação é feito por meio de citação.
Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
● Julgado procedente a reclamação, o Tribunal: a) cassará a decisão exorbitante de seu julgado
ou; b) determinará medida adequada à solução da controvérsia.
● Incabível reclamação preventiva, pois pressupõe um ato que efetivamente tenha usurpado a
competência do Tribunal, violado a autoridade das decisões vinculantes ou incidido em outra
hipótese de cabimento da reclamação.
● Constitucional previsão de reclamação na Constituição dos Estados. Não implica invasão de
competência para legislar sobre direito processual. Não possui natureza jurídica de recurso, é
um direito constitucional de petição.
o ATENÇÃO: STF mudou de entendimento quanto à natureza. Ele entende
possuir natureza jurídica de ação, uma vez que há necessidade de
contraditório prévio através do ingresso do beneficiário do ato como parte.
Assim, há condenação em honorários.
● Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a
343 sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias
ordinárias, inclusive o julgamento de embargos de declaração.
● Sobre o artigo 71, §1º da 8666 e supostas RECLAMAÇÕES CONSTITUCIONAIS:
o • Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC,
ADPF: cabe reclamação mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância.
Não se exige o esgotamento de instâncias.
o • Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso
extraordinário sob a sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas
exige-se o esgotamento das instâncias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do
CPC/2015).
o Súmula vinculante: § 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o
uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias
administrativas.
o O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da
tese fixada na ADC 16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser
ajuizar reclamação discutindo o tema, deverá fazê-lo alegando violação ao
RE 760931/DF (e não mais à ADC 16). DEVERÁ ESGOTAR AS INSTÂNCIAS
para impetrar reclamação, conforme determinado pelo CPC.
● STF não adota a teoria da transcendência dos motivos determinantes, motivo pelo qual não
cabe reclamação sob o argumento de que a decisão impugnada violou os motivos
(fundamentos) expostos no acórdão do STF, ainda que o referido acórdão tenha caráter
vinculante. Isto porque apenas o dispositivo do acórdão é que é vinculante.
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● Não cabe ação rescisória quando o julgado estiver em harmonia com o entendimento firmado
pelo Plenário do Supremo à época da formalização do acórdão rescindendo, ainda que ocorra
posterior superação do precedente (#COMPLICADO, há que se interpretar com o art. 525, §15)
(STF)
o ATENÇAO:
▪ § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo,
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
▪ § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal
Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança
jurídica.
▪ § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve
ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
▪ § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em
julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo
será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
o Só cabe ação rescisória quando o julgamento foi fundado em decisão baseada
345 em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos
repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a
questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu
fundamento.
o REPERCUSSÃO GERALZONA: São constitucionais o parágrafo único do art. 741
e o § 1º do art. 475-L do CPC/1973, bem como os correspondentes dispositivos
do CPC/2015 (art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14; e art. 535, § 5º). São dispositivos
que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da
Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo
com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de
inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que:
▪ a) a sentença exequenda (“sentença que está sendo executada”)
esteja fundada em uma norma reconhecidamente inconstitucional,
seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em
situação ou com um sentido inconstitucionais; ou
▪ b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma
reconhecidamente constitucional; e
▪ c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa
constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de
julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) realizado em data
anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. STF. Plenário.
RE 611503/SP, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Edson
Fachin, julgado em 20/9/2018 (repercussão geral) (Info 916).
● A decisão judicial homologatória de acordo entre as partes é impugnável por meio de ação
anulatória (art 966, § 4º, do CPC/2015; art 486 do CPC/1973 Não cabe ação rescisória neste
caso. Se a parte propôs ação rescisória não é possível que o Tribunal receba esta demanda
como ação anulatória aplicando o princípio da fungibilidade. Isso porque só se aplica o
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princípio da fungibilidade para recursos (e ação anulatória e a ação rescisória não são
recursos). STF. Plenário AR 2440 AgR/DF, Rel. Min Ricardo Lewandowski, julgado em
19/9/2018(Info 916).
o § 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros
participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação,
nos termos da lei.
o
10.15.Recursos
Recursos. Disposições gerais. Apelação. Agravo de instrumento. Agravo interno. Embargos
de declaração. Recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de
Justiça (recurso ordinário, recurso extraordinário e recurso especial). Agravo em recurso
especial e em recurso extraordinário. Embargos de divergência.
● Em regra, não há possibilidade de se complementar recurso, ainda que pendente o prazo
recursal, pois ocorre preclusão consumativa. Só ocorre modificação de razões no caso de
embargos com efeitos modificativos, para alterar ou complementar suas razões, nos exatos
limites de modificação.
● Os honorários recursais estão limitados ao teto estabelecido no CPC, art. 85, §2º, de no
mínimo de 10% e no máximo de 20%.
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Precedentes.
2. Excepcionalmente, nos casos em que a decisão for proferida de forma bem genérica,
que não permita sequer a interposição do agravo, caberá embargos. (...)
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1143127/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
28/11/2017.
● Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não
admite recurso extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes
não irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do
CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo. Nas palavras do STF: os
embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para interposição de agravo,
por serem incabíveis. STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgados em 28/11/2017 (Info 886).
● STF: Em tese, os segundos embargos são admissíveis, isso quando os vícios ocorram na decisão
referente aos primeiros embargos.
● Enunciado 76 da I Jornada de Direito Processual Civil: É considerada omissa, para efeitos do
cabimento dos embargos de declaração, a decisão que, na superação de precedente, não se
manifesta sobre a modulação de efeitos.
● Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão
unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á
monocraticamente.
350 ● O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser
este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no
prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências
do art. 1.021, § 1º.”.
● Os embargos de declaração, ainda que contenham pedido de efeitos infringentes, não devem
ser recebidos como pedido de reconsideração.
●
10.15.7. Recurso adesivo
Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
10.16.Juizados Especiais
Subsistema dos juizados especiais. Princípios informadores. Juizados Especiais Federais:
competência, procedimento e recursos.
● Compete à Turma Recursal julgar Mandado de Segurança contra ato de Juizado Especial
Federal em relação aos ATOS do JUIZ.
o Em relação ao controle de sua competência, cabe MS ao TRF.
o Mesma interpretação se dá em juizados estaduais.
o Resumindo:
o Parte impetra MS contra ato do juiz do juizado: a competência para julgar é
da Turma Recursal (Súmula 376-STJ).
o Parte impetra MS contra Turma Recursal (se for para discutir o mérito): não é
cabível.
o Parte impetra MS contra Turma Recursal (se for para discutir se a causa pode
ou não ser julgada no Juizado - competência): a competência para julgar este
writ é do TJ (ou TRF).
● É admissível mandado de segurança contra ato de juizado que cause danos grave e não haja
recurso.
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Fundamento: Fundamento:
Fundamento:
● No âmbito dos juizados especiais não é admitido nenhum tipo de intervenção de terceiros pelo
art. 10, 1ª parte, da Lei 9.099/95. A regra se coaduna com os princípios regentes dos juizados
vazados no art. 2º da Lei 9.099/95, já que a ampliação subjetiva da lide além de demandar
maior tempo na solução do litígio, agregaria maior complexidade à causa, militando em
desfavor do autor. Por outro lado, o litisconsórcio é expressamente admitido no art. 10, 2ª
parte, da Lei 9.099/95
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● Admite-se que o litisconsórcio passivo nos juizados especiais federais ou da fazenda pública
seja composto tanto por entes públicos entre si ou mesmo por particulares desde que
conjuntamente com entes públicos.
● A jurisprudência é firme em afirmar que o exaurimento das diligências de localização
do réu deve ser envidado pelo próprio juizado, não sendo atribuição do juiz cível
tentar esgotar os meios possíveis de citação real do réu.
● O pedido de uniformização para TNU só cabe para decisões divergentes entre turmas
recursais para decidir aspecto de DIREITO MATERIAL. Direito processual NÃO.
10.17.Ações Constitucionais
10.17.1. Mandado de segurança
Se o ato normativo consubstancia ato administrativo, assim de efeitos concretos, cabe contra
ele o mandado de segurança. Todavia, se o ato - lei, medida provisória, regulamento - tem
efeito normativo genérico, por isso mesmo sem operatividade imediata, necessitando, para a
sua individualização, da expedição de ato administrativo, então contra ele não cabe mandado
de segurança, já que, admiti-lo implicaria admitir a segurança contra lei em tese.
Qualquer matéria (de fato ou de direito) pode ser debatida em mandado de segurança, desde
que seja provada documentalmente, independentemente de sua complexidade.
o Súmula 625 STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão
de mandado de segurança.
352 ● No mandado de segurança impetrado por servidor público contra a Fazenda Pública, as
parcelas devidas entre a data de impetração de a de implementação da concessão da
segurança devem ser pagas por meio de precatórios, e não via folha suplementar.
● Os efeitos financeiros, por ocasião da concessão da segurança, devem retroagir à data de sua
impetração, devendo os valores pretéritos ser cobrados em ação própria. STJ. Corte Especial.
EREsp 1087232/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 07/12/2016. STJ. 1ª Turma. AgInt
no REsp 1481406/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 17/04/2018.
● Denegada a segurança por falta de direito líquido e certo, ou seja, por ser necessária a dilação
probatória, já se viu que, nesse caso, extingue-se o processo sem resolução do mérito. Não
obstante o uso do termo denegação da segurança, nesse caso não se está a julgar o mérito,
nem se está a afirmar que o impetrante não tem razão; apenas se constatou a necessidade de
dilação probatória, sendo inadequada a via do mandado de segurança. Não há, então, coisa
julgada. Esse é o sentido do § 6º do art. 6º da Lei 12.016/2009, bem como do enunciado 304
da Súmula do STF”. Veja-se que a súmula 304 do STF afirma que “Decisão denegatória de
mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da
ação própria”
● Jurisprudência entende que a aplicação do 109, §2º é cabível em MS, de modo que não há na
CF qualquer restrição a tipos de ação. Isso privilegia acesso à justiça e efetividade de jurisdição.
Assim, a teoria da competência fixada com base no domicílio da autoridade coatora vem sendo
mitigada pela jurisprudência.
● O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que, ante o caráter mandamental e a
natureza personalíssima da ação, não é possível a sucessão de partes no mandado de
segurança, ficando ressalvada aos herdeiros a possibilidade de acesso às vias ordinárias.
● No MS, admite-se ingresso de litisconsorte ativo ATÉ o despacho da inicial.
● Em MS não é admitido intervenção de terceiros, nem de amicus curiae, que é espécie de
intervenção.
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10.18.Ações coletivas
Ações coletivas. Legitimidade ativa. Competência. Coisa julgada. Execução e cumprimento de
sentença. Regras procedimentais aplicáveis.
10.18.1. Regra geral de Direito Coletivo
● O ajuizamento de ação versando interesse difuso tem o condão de interromper o prazo
prescricional para a apresentação de demanda judicial que verse interesse individual
homogêneo.
● O exercício da legitimação extraordinária, conferida para tutelar direitos individuais e
homogêneos em ACP, não pode ser estendido para abarcar a disposição de interesses
personalíssimos, tais como a intimidade, a privacidade e o sigilo bancário dos substituídos.
o Súmula 601 STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na
defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores ainda que decorrente da prestação de serviço público.
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● FUNDO:
o Lesão a interesses indivisíveis: O produto irá para o fundo do art. 13 da LACP e
seu destino será decidido pelo respectivo conselho gestor, para aplicação
flexível, conforme mencionado acima. Seu uso depende de autorização
orçamentária, haja vista tratar-se de recurso público.
o Lesão a interesses divisíveis: O produto é destinado entre os lesados.
o Lesão ao patrimônio público em sentido estrito: O destinatário é a Fazenda.
● PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA da pretensão executiva:
● STJ: prescreve em 5 anos, conforme previsto na LAP. Porém:
o PATRIMÔNIO PÚBLICO e MEIO AMBIENTE: são imprescritíveis.
o O que prescreve é a VIA COLETIVA e não o direito material. Portanto, a
pretensão individual não é condicionada o ao prazo prescricional.
● STJ: No âmbito do Direito Privado, é de cinco anos o prazo prescricional para
ajuizamento da execução individual em pedido de cumprimento de sentença proferida
em Ação Civil Pública.
● STJ: O prazo prescricional da execução individual é contado do trânsito em julgado da
sentença coletiva, sendo desnecessária a ampla divulgação do processo exigida pelo
CDC. Isso porque a ampla divulgação é para a propositura da ação coletiva, para que
eventuais interessados possam intervir no processo ou acompanhar seu trâmite, nada
estabelecendo, porém, quanto à divulgação do resultado do julgamento.
COLETIVOS
● DIFUSOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
361 (em sentido estrito)
Ex: determinado lote de um
Ex: direito ao meio ambiente Ex: reajuste abusivo das
remédio causou lesão a alguns
ecologicamente equilibrado. mensalidades escolares.
consumidores.
São classificados como direitos
São classificados como direitos São classificados como direitos ACIDENTALMENTE COLETIVOS(isso
ESSENCIALMENTE COLETIVOS. ESSENCIALMENTE COLETIVOS. porque são direitos individuais, mas
tratados como se fossem coletivos).
Há uma transindividualidade
São transindividuais São transindividuais ARTIFICIAL, formal ou relativa(são
(há uma transindividualidade real (há uma transindividualidade real direitos individuais que, no entanto,
ou material). ou material). recebem tratamento legal de
direitos transindividuais).
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disposição normativa expressa no que concerne a associações privadas não afasta a viabilidade
do acordo. Isso porque a existência de previsão explícita unicamente quanto aos entes
públicos diz respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei determina, ao passo que
aos entes privados é dado fazer tudo que a lei não proíbe.
● Legitimidade: para ação principal e cautelar: MP, DP, União, Estados, DF e municípios,
autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista, associação que esteja
constituída a pelo menos um ano e possua os fins previstos na LACP.
▪ O MP, se não intervier no processo, será obrigatoriamente fiscal da lei.
▪ Não há necessidade de autorização de assembleia em caso de associações,
para intentar a ACP, entretanto, há necessidade quanto aos beneficiários
daquela associação quando o direito é pertencente a eles.
▪ O requisito de pré-constituição pode ser dispensado nas ações quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou características do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
▪ A legitimidade é autônoma, concorrente e disjuntiva.
▪ Natureza da legitimação: há três correntes, mas predomina a abaixo:
● Direitos difusos ou coletivos: trata-se de legitimação
autônoma, oriunda da lei.
● Direitos individuais homogêneos: legitimação extraordinária,
age em nome próprio para defesa de direito alheio.
▪ É plenamente possível a formação de litisconsórcio entre autores coletivos.
364 É o litisconsórcio ativo facultativo e unitário. MPF e MPE STJ diz que
depende de uma razão específica que justifique a presença de ambos na
lide.
▪ É possível o controle judicial para a representação adequada, conforme a
jurisprudência. Assim, diz-se que a legitimação é ope iudicis, e não ope legis.
o Ministério Público: art. 127, CF: defesa da ordem jurídica, do regime democrático,
proteção do interesse social, interesse individual indisponível.
▪ Para tutela dos direitos difusos e coletivos strictu senso, o MP SEMPRE
tem legitimidade, pois entende-se que há interesse social.
▪ A discussão sobre legitimidade se dá sobre os direitos individuais
homogêneos. Nestes casos, o STJ diz que só se os direitos forem
indisponíveis ou socialmente relevante.
● Aqui tem Súmula NOVA! 601 STJ: O Ministério Público tem
legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores ainda
que decorrente da prestação de serviço público
▪ MP tem legitimidade para defender contratantes do DPVAT em ACP.
▪ Há julgados do STJ legitimando MP para propor ACP em defesa de
direitos individuais indisponíveis, difusos ou coletivos, em relação às
pessoas desprovidas de recursos financeiros, mesmo quando a ação
vise à tutela de pessoa individualmente considerada.
▪ “O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil
pública que vise ao fornecimento de remédios a portadores de certa
doença”. Repercussão geral.
▪ O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública
que vise anular ato administrativo de aposentadoria que importe em
lesão ao patrimônio público. STF. Plenário. RE 409356/RO, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 25/10/2018 (repercussão geral) (Info 921).
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o COMPETÊNCIA DA ACP:
▪ Não há foro por prerrogativa de função em ACP. Será SEMPRE em 1º grau. SALVO:
conflitos federativos e ações em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados.
▪ Critério MATERIAL:
● Eleitoral: questões político-partidárias e sufrágio.
● Trabalhista: aquelas elencadas na CF.
● Comum: federal e estadual.
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o Liminar inautida altera pars quando o réu for ente público, em MS coletivo
e ACP, o juiz não poderá conceder a liminar sem antes ouvir o representante
judicial (procuradorias). Em caráter excepcional, o STF diz que é possível a
dispensa da oitiva do poder público.
o Comporta reconvenção:
▪ O pedido deve ser endereçado ao grupo, e não ao legitimado coletivo.
▪ O legitimado coletivo deve ter legitimação extraordinária passiva.
o Sucumbência na ACP:
▪ LACP não haverá adiantamento de custas.
▪ Se o autor vencido for MP, Defensoria ou associação, será isento do
pagamento de ônus de sucumbência, salvo associação, no caso de
má-fé.
▪ STJ: Os honorários periciais deverão ser pagos pela fazenda pública
quando for perícia requerida pelo MP, defensoria, associações.
▪ O réu não tem esse benefício.
▪ Se o réu for Fazenda pública e perder:
● 1ª corrente: aplica-se o regramento do MP.
● 2ª corrente: caso percam, terão de pagar as verbas de
sucumbência, porque não possui prerrogativas do MP e
defensoria.
▪ Se o MP for vencedor, o réu vencido será isento de honorários, pois
MP não recebe honorários e nem há fundo para isso.
369 ▪ Se os demais legitimados forem vencedores, haverá sucumbência
(fazenda pública, associações e defensoria).
o Efeito suspensivo da apelação: A regra do CPC é duplo efeito, ex lege. Na LACP
o juiz que define se vai ser efeito suspensivo. Na Ação Popular é duplo efeito,
ex lege.
o Reexame necessário: Aplica-se o artigo 19 da LAP à favor da coletividade,
quando julgada improcedente ou extinta sem julgamento do mérito.
▪ STJ diz que não cabe em direitos individuais homogêneos, porque não
é de interesse de toda a coletividade. Há ausência de
transindividualidade.
o Possibilidade de ajuizamento da ACP pelo MP em favor de um único indivíduo:
só em caso de interesse individual indisponível: ECA, Est. Idoso, deficiente, etc.
o Inversão do ônus da prova: STJ aplica em ACP, prevista no CDC. Aplicável em
coletivas geral pela integratividade do sistema.
o Possibilidade de convivência de ADI e ACP para discussão da
constitucionalidade de leis: é possível reconhecer constitucionalidade de leis
em ACP, mas incidentalmente, e não como causa de pedir e pedido. Trata-se
de controle abstrato.
Deve-se mitigar as regras do CPC, quando em jogo interesses coletivos, mormente em vista do
princípio da efetividade, previsto no art. 83, caput, da Lei n. 8.078/1990 (CDC). Dessa sorte,
entendeu-se possível a emenda à inicial, ainda que posterior à contestação, em se tratando de
ação civil pública. Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de
pedido genérico, ainda que já tenha sido apresentada a contestação.
Configura quebra de sigilo bancário a decisão judicial que antecipa os efeitos da tutela para
determinar que o banco forneça os dados cadastrais dos correntistas que assinaram
determinado tipo de contrato, a fim de instruir ACP.
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oResponsabilização disciplinar.
▪ STJ: Não há possibilidade de aplicação de nenhuma sanção política,
administrativa ou política na ação popular. O Juiz não pode aplicar a
pena de improbidade administrativa em AP. Só em outro processo.
o Reexame necessário invertido:
▪ Não é em favor do poder público, mas sim em favor do interesse
coletivo.
▪ Sujeita-se a sentença que implicar em carência e improcedência.
o Efeito suspensivo da apelaçãp:
▪ ACP: o JUIZ que determina se haverá ou não efeito suspensivo.
▪ AP: o efeito suspensivo é automático.
o Sucumbência:
▪ Se o autor popular for vencido, será isento do pagamento de
sucumbência, salvo má-fé. Se a má-fé for temerária, absurda, será
condenado ao décuplo das custas.
▪ Se os réus forem vencidos, não haverá isenção: pagam custas,
despesas e honorários advocatícios.
● COMPETÊNCIA
o Mesma coisa de ACP: será determinada conforme origem do ato impugnado.
o Não há competência originária do STF, com duas exceções:
▪ Ações de interesse de todos os membros da magistratura.
▪ Ações de conflito entre União, estados, CF ou entre uns e outros.
372 ● Penhorabilidade salarial:
o Quando o condenado for funcionário público, poderá haver ressarcimento por
desconto em folha. É exceção ao princípio da impenhorabilidade salarial.
● Prescrição:
o Prescreve em 5 anos a partir da publicidade dos atos levisos.
o PATRIMONIO PÚBLICO E MEIO-AMBIENTE SÃO IMPRESCRITÍVEIS: prescrita
ação popular, cabe ACP em qualquer tempo.
10.18.4. Mandado de segurança coletivo
Em relação ao MI individual, só altera a legitimidade e o objeto. O MS nasceu em 1934,
suprimido em 1937 e reinserido em 1946.
Aspectos gerais:
i) Direito líquido e certo: No mandado de segurança o fato narrado tem que ser
incontroverso, comprovado por meio de prova pré-constituída, através de
documentos.
O direito é justamente o fato incontroverso. O direito pode ser controvertido:
Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede a
concessão de mandado de segurança.
ii) Prova pré-constituída: não se admite instrução probatória, o fato deve ser
incontroverso. É uma condição especial da ação mandamental.
-Não é possível documentalização da prova oral, como em ação monitória.
-Única hipótese de impetrar MS sem a prova documental é no caso que os
documentos estão em poder da Autoridade/órgão.
iii) Não amparado por HC ou HD: é residual.
iv) Atos a serem atacados: administrativo, legislativo, judicial, político/interna
corporis, praticado por autoridade ou quem lhe faça as vezes. Pode ser
comissiva ou omissiva, atual ou iminente, preventivo ou repressivo.
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PRECEDENTES IMPORTANTES:
Súmula 629 do STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes.
Súmula 630 do STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
● Teoria da encampação: A aplicação da teoria da encampação, que mitiga a indicação errônea
da autoridade coatora em mandado de segurança, tem lugar quando presentes os seguintes
requisitos:
o a) há vínculo hierárquico entre a autoridade impetrada que prestou as
informações e aquela que determinou a prática do ato. O impetrado deve ser
autoridade superior ao verdadeiro coator. Ex: Governador e Secretário
Estadual;
o b) a autoridade impetrada, em suas informações, manifestou-se sobre o
mérito do mandado de segurança; e
o c) se o MS for julgado não haverá modificação na competência
constitucionalmente estabelecida. Ex: o MS foi impetrado contra o
Governador, mas o ato era do Secretário de Estado. Pela Constituição
Estadual, o TJ é competente para julgar tanto MS tanto no caso de Governador
como no de Secretário.
o Deve ser razoável a dúvida quanto à real autoridade coatora.
PROCEDIMENTO
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MANDADO DE INJUNÇÃO
- Inviabilidade o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à NACIONALIDADE, SOBERANIA e à CIDADANIA.
- A norma constitucional deve ser de eficácia LIMITADA, devendo haver falta de norma
reguladora.
- Surge parar curar a síndrome da inefetividade das normas constitucionais.
376 - Trata-se de um processo constitucional incidental, portanto, subjetivo.
Norma regulamentadora: lei 13.300/2016.
o É possível impetrar o MI em omissão TOTAL e PARCIAL.
o Cabível também na esfera estadual.
o Aplicação subsidiária do CPC e da lei de MS.
LEGITIMIDADE ATIVA:
o Individual: qualquer pessoa cujo direito constitucional subjetivo seja
inviabilizado.
o Coletivo: INOVAÇÃO
Ministério Público: a tutela requerida for especialmente relevante
para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos
interesses sociais ou individuais indisponíveis.
Partido Político: com representação no Congresso Nacional para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária.
Organização Sindical, entidade de classe ou associação: legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano. Dispensada
autorização especial, uma vez que há substituição processual. Sobre
assuntos de interesse de totalidade ou parte de seus membros.
Defensoria Pública: quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos
direitos individuais e coletivo dos necessitados.
LEGITIMIDADE PASSIVA: mesma legitimidade da ADO. A pessoa estatal responsável
por regulamentar a norma, e nunca o particular.
o Se o projeto possui iniciativa exclusiva, é o responsável pela iniciativa. Se o
projeto já foi enviado, é o legislativo em mora.
o Pode ser LEI ou ato normativo administrativo.
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PROCEDIMENTO:
o Petição inicial: Requisitos do NCPC. Da decisão do relator que indeferir a inicial,
caberá agravo em 5 dias.
o Recebimento da inicial: notificação do impetrado para prestar informações em 10
dias; ciência de ajuizamento ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica,
para que, querendo, ingresse no feito.
o Parecer do MP: após as informações, o MP será ouvido, para em 10 dias opinar.
Com ou sem o parecer os autos serão conclusos para decisão.
o Medida cautelar (liminar): não tem na lei. STF entende pela impossibilidade de
liminar em MI.
- O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração, desde que fundada em outros elementos probatórios.
PROCEDIMENTO E EFEITOS DA DECISÃO DE MÉRITO.
- É adotada a corrente concretista individual intermediária. Ou seja, o judiciário fixa um
tempo para o órgão em mora suprir a omissão. Não suprida a omissão, o tribunal criará
uma norma concreta.
- 1º: dá ciência e determina prazo razoável.
- 2º: não suprida a mora legislativa, estabelece as condições em que se dará o
exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o
caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a
exercê-los.
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§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por
decisão monocrática do relator.
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração fundada em outros elementos probatórios.
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de
qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou
de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta
Lei.
● Mandado de injunção coletivo:
o MP: defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais
ou individuais indisponíveis.
o Defensoria: promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais
e coletivos dos necessitados.
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● Para que a sociedade estrangeira se registre no país, o artigo 1134 exige a indicação da
participação societária de cada acionista, ressalvado o caso de ações ao portador.
● Os sócios majoritários podem registrar/arquivar documentos aprovados, ainda que a minoria
seja contra.
● O aviamento, apesar de ser dotado de valor econômico, não é um bem (corpóreo ou
incorpóreo), não gozando de proteção direta do direito, mas reflexa.
● O Estabelecimento é uma universalidade de fato, uma vez que os elementos que o compõem
formam uma coisa unitária exclusivamente em razão da destinação que o empresário lhes dá,
e não em virtude de disposição legal.
● Título de estabelecimento = nome fantasia, não cabendo à junta comercial analisar.
● Nome empresarial, a junta comercial analisa.
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● No caso de sociedade limitada constituída por tempo indeterminado, o sócio que exerce o
direito de retirada, por meio de inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios,
deve-o fazer com antecedência mínima de 60 dias, sendo que a data-base para apurar os
haveres do sócio retirante é o termo final do prazo de 60 dias.
● A sucessão por incorporação extingue a personalidade jurídica da empresa incorporada, com
transmissão de direitos e obrigações à incorporadora. Assim, a incorporadora detém
legitimidade passiva para responder pelos atos da sociedade incorporada, não havendo que se
falar em exclusão das obrigações, em relação à terceiros, por meio de contrato.
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● Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do
título. Editada pela 2ª Seção do STJ e publicada no DJe 10/02/2014. (NP-V)
● Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
cártula. Editada pela 2ª Seção do STJ e publicada no DJe 10/02/2014 (Info 533). (C-DE)
● Súmula 270 STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na justiça estadual, não desloca a competência para a justiça federal.
● A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de
boa-fé antes da cobrança ou protesto.
● A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em
razão da iliquidez do título que a originou.
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● Não há na lei do INPI os requisitos necessários à caracterização do alto renome de uma marca,
devendo a regulamentação ser feita pelo INPI. Existe essa regulamentação no INPI.
● Empresário usuário de marca coletiva NÃO possui ação direta contra usurpador de marca.
● Reputa-se concedida a patente na data de publicação do respectivo ato.
● Marcas fracas ou evocativas, constituídas por expressões comuns ou genéricas, não possuem
o atributo da exclusividade, podendo conviver com outras semelhantes.
● Em ação de nulidade de registro de marca que o INPI não deu causa nem ofereceu resistência
direta, não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios.
● A patente poderá ser requerida em nome próprio, pelos herdeiros ou sucessores do autor,
pelo cessionário (adquirente) ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de
prestação de serviços determinar que pertença a titularidade.
● É possível que pessoa jurídica seja titular de direitos autorais, na situação em que a empresa
figure como encomendada de obras intelectuais. Assim, ocorrendo a utilização indevida da
obra encomendada, sem a devida autorização, caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a
reparação dos danos sofridos. Aqui é direitos autorais, OK? Não é propriedade industrial.
● Retribuição anual de patente:
o Art. 87 da LPI impõe seja o titular da patente intimado de sua
extinção/arquivamento por falta de pagamento, para o ensejo de, em três
meses, regularizar o pagamento e obter a restauração.
o O STJ rechaça a tese de que tal notificação somente seria cabível se a
393 inadimplência fosse de uma única retribuição. Deve sempre ser notificado,
independentemente do número de retribuição devida.
o Aspecto subjetivo: tanto os pedidos nacionais quanto os internacionais se
submetem ao pagamento, preordenado que é a tutela estatal do monopólio
garantido ao titular da patente.
o Aspecto temporal: o vencimento se dá a partir do terceiro ano de depósito, e
os pagamentos anuais devem ser feitos, em regra, nos três meses iniciais,
podendo ser feito, com acréscimo, nos seis meses subsequentes.
o Aspecto consequencial: a ausência do pagamento acarreta o arquivamento do
pedido ou a perda da patente, que podem ser restaurados mediante
pagamento atempado do depositante ou titular, tão logo cientificados do
arquivamento.
▪ Exige-se notificação prévia do respectivo titular/depositante da
patente para que haja o arquivamento de pedido ou a extinção da
patente por falta de pagamento da retribuição anual.
● O conjunto-imagem (trade dress) é a soma de elementos visuais e sensitivos que traduzem
uma forma peculiar e suficientemente distintiva, vinculando-se a identidade visual, de
apresentação do bem no mercado consumidor. Não se confunde com a patente, o desenho
industrial ou a marca, apesar de poder ser constituído por elementos passíveis de registro, a
exemplo da composição de embalagens por marca e desenho industrial. É passível de proteção
judicial quando a utilização de conjunto similar resulte em ato de concorrência desleal, em
razão de confusão ou associação com bens e produtos concorrentes. Justiça Estadual.
o As questões acerca do trade dress (conjunto-imagem) dos produtos,
concorrência desleal e outras demandas afins, por não envolver registro no
INPI e cuidando de ação judicial entre particulares, é inequivocamente de
competência da Justiça estadual, já que não afeta interesse institucional da
autarquia federal. No entanto, compete à Justiça Federal, em ação de nulidade
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● Caducidade de marca: se decorridos 5 anos da sua concessão e sua exploração não tiver sido
iniciada ou interrompido há mais de 5 anos, terceiro com legítimo interesse pode requerer ao
IPI a caducidade, ocasião em que haverá o seu cancelamento por falta de uso.
● Degeneração de marca: os consumidores passam a identificar o gênero do produto pela marca
de um de seus fabricantes. Isso não é um fator para extinção do registro de marca.
● Licença compulsória de marca: suspensão TEMPORÁRIA do direito de exclusividade do titular
de uma patente, concedidas SEM EXCLUSIVIDADE.
o Abuso de poder econômico:
o Interesse Nacional: Nos casos de emergência nacional ou interesse público,
declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente
ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de
ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da
patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular. O ato de concessão da
licença estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de prorrogação.
Salvo razões legítimas, o licenciado deverá iniciar a exploração do objeto da
patente no prazo de 1 (um) ano da concessão da licença, admitida a
interrupção por igual prazo.
● Art. 154. A marca coletiva e a de certificação que já tenham sido usadas e cujos registros
tenham sido extintos não poderão ser registradas em nome de terceiro, antes de expirado o
prazo de 5 (cinco) anos, contados da extinção do registro.
o Pode ser extinta sem processo administrativo do INPI, quando ocorrer as
395 hipóteses do artigo 151.
o Art. 151. Além das causas de extinção estabelecidas no art. 142, o registro da
marca coletiva e de certificação extingue-se quando
o I - a entidade deixar de existir; ou
o II - a marca for utilizada em condições outras que não aquelas previstas no
regulamento de utilização.
● Programas de computadores não são invenções em si. A proteção conferida a eles é oriunda
da lei de direitos autorais, e não pela propriedade industrial. CAIU NO TRF2 2018
o Só é patenteável se fizer parte de uma invenção e for essencial ao
funcionamento da invenção.
● Sinal sonoro não é passível de registro de marca. CAIU NO TRF2 TAMBÉM
● O dono da marca não pode proibir que o comerciante que venda o respectivo produto utilize
seu próprio sinal distintivo juntamente com a marca do produto.
● É possível o deferimento de patente para microrganismos transgênicos.
● Novidade: não compreendido no estado da técnica, ou seja, não pode ser acessível ao público
antes da data de depósito do pedido, pois ainda não se tem disponível em mercado.
● Originalidade: configuração visual distinta em relação aos anteriores.
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● Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no
certificado de registro do veículo automotor.
● Súmula 384-STJ: Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda
extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia.
● Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já
integrava o patrimônio do devedor.
● A propriedade da instituição financeira é resolúvel, pois finda-se com o pagamento do valor
estipulado no contrato de mútuo. Após, a instituição (fiduciário) perderá a propriedade em
favor do fiduciante.
● Impossibilidade de purgar a mora nos contratos firmados a após a vigência da lei 10931 – não
dá para pagar só os atrasados. Quando cumprida a busca e apreensão, o devedor terá 5 dias
para pagar a integralidade do débito, e não só purgar a mora.
● Se não for encontrado o bem na busca e apreensão, o credor pode requerer a conversão em
ação executiva.
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11.6.2. Franquia
O comerciante que possui uma marca ou um produto permite que outro a utilize, mediante
remuneração e prestação de serviços.
Necessita de: licença de utilização da marca + prestação de serviços.
A franquia não é um contrato de consumo (regido pelo CDC), mas, mesmo assim, é um
contrato de adesão. Segundo o art. 4º, § 2º da Lei nº 9.307/96, nos contratos de adesão, a
cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente: • tomar a iniciativa de instituir a
arbitragem; ou • concordar, expressamente, com a sua instituição, por escrito, em documento
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula. Todos os
contratos de adesão, mesmo aqueles que não consubstanciam relações de consumo, como
os contratos de franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96.
Assim, é possível a instituição de cláusula compromissória em contrato de franquia, desde
que observados os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. STJ. 3ª Turma. REsp
1602076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591)
11.6.3. Contratos bancários
Negócio jurídico em que uma das partes é banco ou instituição financeira.
Depósito: real, oneroso, unilateral.
Súmula 596-STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933 (Lei de Usura) não se aplicam às
taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições
públicas ou privadas, que integram o sistema financeiro nacional. A lei de usura limita a 12%
os juros anuais.
398 o Súmula 382-STJ: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao
ano, por si só, não indica abusividade.
o Aplica-se o CDC aos contratos bancários, mas, no que tange à taxa de juros
cobrada pelas instituições financeiras, as regras não são as do CDC e sim as da
Lei nº 4.595/64 e da Súmula 596 do STF.
o Súmula 596 STF: As disposições do Decreto 22.626/1933 (lei de usura) não se
aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações
realizadas por instituições públicas ou privadas, que integram o Sistema
Financeiro Nacional.
Abertura de crédito: bilateral, oneroso, consensual, execução sucessiva, intuito personae.
Sum 233 STJ: O contrato de abertura de crédito (rotativo ou cheque especial), ainda que
acompanhado de extrato da conta corrente, não é título executivo.
o Súm 274: Entretanto, instruído com demonstrativo de débito, constitui
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
Sum 300 STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de
abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial.
Nos contratos bancários é vedado ao julgador conhecer, de ofício, abusividade das cláusulas.
Súmula 530-STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros
efetivamente contratada — por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do
instrumento aos autos —, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada
nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente.
Súmula 283-STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras
e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de
Usura.
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Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias.
o NÃO RESPONDEM quando a operação for realizada com senha pessoal do correntista.
A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de
discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.
Não é potestativa a cláusula contratual que prevê a comissão de permanência, calculada pela
taxa média de mercado apurada pelo BC, limitada à taxa do contrato.
1. A melhor exegese dos arts. 14 e 18 do CDC indica que todos aqueles que participam da
introdução do produto ou serviço no mercado devem responder solidariamente por eventual
defeito ou vício, isto é, imputa-se a toda a cadeia de fornecimento a responsabilidade pela
garantia de qualidade e adequação. 2. No sistema do CDC, fica a critério do consumidor a
escolha dos fornecedores solidários que irão integrar o polo passivo da ação. Poderá exercitar
sua pretensão contra todos ou apenas contra alguns desses fornecedores, conforme sua
comodidade e/ou conveniência. 3. São nulas as cláusulas contratuais que impõem
exclusivamente ao consumidor a responsabilidade por compras realizadas com cartão de
crédito furtado ou roubado, até o momento da comunicação do furto à administradora.
Precedentes. 4. Cabe às administradoras, em parceria com o restante da cadeia de
fornecedores do serviço (proprietárias das bandeiras, adquirentes e estabelecimentos
comerciais), a verificação da idoneidade das compras realizadas com cartões magnéticos,
utilizando-se de meios que dificultem ou impossibilitem fraudes e transações realizadas por
399 estranhos em nome de seus clientes, independentemente de qualquer ato do consumidor,
tenha ou não ocorrido roubo ou furto. Precedentes.
o
Crédito fixo x crédito rotativo
Contrato de abertura de crédito FIXO Contrato de abertura de crédito (crédito
rotativo, em conta-corrente ou cheque
especial)
O contrato de crédito fixo consiste na No contrato de abertura de crédito rotativo o
concessão, por parte da instituição financeira banco se compromete a deixar disponível ao
ao seu cliente, de valor certo, com termo e cliente uma determinada quantia, sendo que o
encargos pré-definidos. No momento da contratante pode ou não se utilizar do valor.
assinatura do contrato, o contratante já sabe de
Não é considerado título executivo porque não
antemão o valor total da dívida.
goza de liquidez e certeza.
O contrato de abertura de crédito fixo equivale
Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada a
a um contrato de mútuo feneratício. Depois de
contrato de abertura de crédito não goza de
assinado o pacto, o banco credita o valor certo
autonomia em razão da iliquidez do título que a
e determinado na quantia do cliente e este
originou.
assume a obrigação de devolvê-la com juros e
correção monetária, quando chegar o termo Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de
ajustado. crédito, ainda que acompanhado de extrato da
conta-corrente, não é título executivo.
Trata-se de título executivo extrajudicial
porque é considerado líquido, certo e exigível Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de
(STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1255636/RS, Rel. crédito em conta-corrente, acompanhado do
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em demonstrativo de débito, constitui documento
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A faturizadora tem direito de regresso contra a faturizada que, por contrato de factoring
vinculado a nota promissória, tenha cedido duplicatas sem causa subjacente (sem ter
realmente ocorrido a venda).
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● Em regra, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido
de recuperação judicial, ainda que não vencidos.
o Não estão sujeitos à recuperação judicial créditos de alienação fiduciária e as
ações relacionadas com tais créditos, que podem continuar ou ser propostas.
▪ Exceção da exceção: se a garantia da alienação fiduciária for o imóvel
que funciona o estabelecimento do devedor ou forem bens móveis
essenciais à atividade empresarial da empresa em recuperação
judicial, nesse caso, mesmo sendo crédito de alienação fiduciária,
deverá ficar sujeita aos efeitos da recuperação judicial. DEVE SER
ESSENCIAL ao funcionamento, se não for, fica fora.
● Complementando este entendimento, e pelo fato de o ente público não participar do acordo
privado da recuperação judicial, a Lei de Falências e o CTN condicionam a recuperação judicial
à regularização dos débitos fiscais e apresentação de certidões negativas, conforme,
respectivamente, seus artigos 57 e 191-A. Isso significa que devem parcelar o débito, nas
condições fornecidas pela lei para as empresas em recuperação ou falência.
o A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça encontra-se consolidada no
sentido de que o deferimento do processamento da recuperação judicial, por
si só, não suspende as execuções fiscais, mas os atos de alienação e constrição
devem ser submetidos ao juízo da recuperação judicial, em homenagem ao
princípio da preservação da empresa
o Nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da Lei nº
404 11.101/2005, a decretação da extinção das obrigações do falido prescinde da
apresentação de prova da quitação de tributos.
o Existe divergência se, na vigência da Lei nº 11.101/2005, a quitação dos
tributos é condição para a extinção das obrigações do falido. A Min. Nancy
Andrighi sustenta que sim. Em provas objetivas, fique atento porque pode ser
cobrada a redação literal do art. 191 do CTN, devendo essa alternativa ser
assinalada como correta: “Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer
prova de quitação de todos os tributos.”
● Os débitos tributários não estão sujeitos à recuperação judicial, ou seja, independentemente
do que ficar estabelecido no plano de recuperação os tributos devidos pelo empresário devem
ser sempre quitados de acordo com as normas tributárias referente às empresas em
recuperação judicial
● STJ: nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da LRE, a decretação da
extinção das obrigações do falido prescinde da apresentação de prova da quitação de tributos.
● CTN: artigo 191: a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os
tributos.
● Na falência, os tributos não se aplicam à lei de falências. Assim, as execuções fiscais não são
suspensas pelo deferimento da recuperação judicial. Porém, a lei prevê a possibilidade de
parcelamento do débito fiscal, especificamente para empresas em recuperação judicial.
o STJ: Apesar da LRE não prever a suspensão judicial, o STJ entende que é necessário
submeter os atos de alienação e constrição ao juízo da recuperação judicial, em
homenagem ao princípio da preservação da empresa.
● Nas ações de falência, em qualquer modalidade de realização do ativo (venda dos
bens/direitos) adotada, fica a massa falida dispensada da apresentação de certidões
negativas.
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● Caso o plano de recuperação judicial já tenha sido apresentado pelo devedor em recuperação,
aprovado pelos credores e homologado pelo Juiz, não é razoável a tomada dos prazos
prescricionais e das ações e execuções que contra ele tramitavam, podendo exceder o prazo
de 180 dias de suspensão previsto na lei de falências e recuperação. Ainda, pode o prazo ser
prorrogado se ficar comprovado que o retardamento da elaboração do plano de recuperação
não se deu por sua desídia/causa.
● Principal estabelecimento para fins de juízo falimentar: local onde o devedor concentra maior
volume de negócios, o qual, frise-se, muitas vezes não coincide com o local da sede da
empresa ou do seu centro administrativo. “Principal estabelecimento”
● A subsidiária integral está sujeita ao regime de falência. Só não está sujeita a SEM ou EP
autorizada por lei.
● Súmula 581 STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das
ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral,
por garantia cambial, real ou fidejussória. → Logo, a recuperação judicial de sociedade
empresária que figura como devedora solidária de empresa estatal não impede que os
credores exijam desta a satisfação total da obrigação devida.
● xAção revocatória possui o prazo de 3 anos, e não 5, no processo de falência.
● Não se aplica falência à SEM e EP, sendo os entes políticos subsidiariamente responsáveis.
● A extinção das obrigações do FALIDO não impede o prosseguimento de execução ajuizada
contra os codevedores, como avalista e devedor solidário.
405 ● Os direitos do proprietário fiduciário não podem ser suspensos na hipótese de recuperação
judicial, já que a posse direta e indireta do bem e a conservação da garantia são direitos
assegurados ao credor fiduciário pela lei e pelo contrato
● A empresa em recuperação judicial, apesar de suspensas as ações e execuções contra esta,
não tem direito de tirar seu nome dos serviços de restrição de crédito e tabelionatos de
protesto. Isso porque essa providência (suspensão das ações e execuções) não significa que o
direito dos credores tenha sido extinto. A dívida continua existindo. Assim, se continua
existindo, não se pode aceitar a retirada do nome da empresa em recuperação dos serviços de
proteção ao crédito e tabelionato de protestos.
● Crime contra a economia popular não está previsto na lei de falência como impedimento
ensejador de decretação em caso de condenação, mas tão somente no código civil, dispondo
que não poderá ser administrador quem for condenado por crime contra a economia popular.
● O credor deverá apresentar ao administrador judicial da falência o valor do seu crédito,
atualizado com juros e correção monetária. Vale ressaltar que o termo final da incidência dos
juros e correção monetária é a data do pedido de recuperação judicial, nos termos do art. 9º,
II, da Lei nº 11.101/2005. Assim, mesmo que a sentença condenatória transitada em julgado
tenha determinado que os juros e correção monetária iriam incidir até a data do efetivo
pagamento, quando este crédito for habilitado na recuperação judicial ele será atualizado até
a data do pedido de recuperação judicial. Segundo o STJ decidiu, isso não ofende a coisa
julgada. Nesse sentido: Não ofende a coisa julgada a decisão de habilitação de crédito que
limita a incidência de juros de mora e correção monetária, delineados em sentença
condenatória de reparação civil, até a data do pedido de recuperação judicial.
● O fato de a empresa se encontrar em recuperação judicial não obsta a homologação de
sentença arbitral estrangeira. No caso, empresa brasileira foi condenada, em sentença arbitral
proferida na Suíça, a pagar determinada quantia a empresa estrangeira. A credora pediu a
homologação desta sentença no STJ. A empresa brasileira encontra-se em processo de
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recuperação judicial no Brasil. Isso, contudo, não impede que o STJ homologue esta sentença
estrangeira. Depois, a credora terá que habilitar este crédito no juízo da recuperação.
● Execução Frustrada: art. 94, II da LRE: o devedor é executado por qualquer quantia líquida,
mas não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.
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● O tema repartição das receitas tributárias é matéria afeta ao direito financeiro, pois o direito
tributário ocupa-se apenas com a tributação, ao passo que o destino a ser dado com o dinheiro
arrecadado não lhe diz respeito.
● O Poder Executivo deverá publicar, em até 30 dias, após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária. (CF) 30-60
● As normas de direito financeiro são sempre reguladas por LEI COMPLEMENTAR. De outra
banda, os orçamentos são disciplinados em lei ordinária.
● ATENÇÃO: a competência da União para dispor sobre limites à emissão de moeda é exercida
exclusivamente pelo CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, e não pelo Banco Central. O Banco
central só emite o papel moeda nas condições e limites estabelecidos pelo CMN.
● É vedado ao Estado impor condições para entrega aos municípios das parcelas que lhes
compete na repartição das receitas tributárias, salvo:
o Como condição ao recebimento de seus créditos ou;
o Ao cumprimento dos limites de aplicação de recursos em serviços de saúde e
seguridade social já descontada de seus servidores.
● O Banco Central não pode conceder empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão que
não seja instituição financeira
o Mas pode comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
● ATENÇÃO! Somente os ESTADOS e DF podem vincular receita tributária líquida de 0,5% em
programas sociais e cultura. Os MUNICÍPIOS NÃO!
● A folha de pagamento dos servidores não é disponibilidade de caixa, por isso pode ser
408 depositada em contas privadas. STF
● DESVINCULAÇÃO DA RECEITA DA UNIÃO: até 2023, fica desvinculado 30% das receitas da
arrecadação com:
o Contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do RGPS.
o CIDE
o Taxas.
o A DRU foi instituída com a EC93/16. Também há desvinculação dos Estados e
Municípios, DREM.
● REGRA DE OURO: vedação da administração de realizar operações de crédito superiores às
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
com finalidade precisa, aprovados pelo Legislativo por MAIORIA ABSOLUTA.
o A LRF previa no art. 12, §2º a mesma coisa, mas sem a exceção do congresso
poder autorizar a quebra da regra de ouro. ADIN deu interpretação
conforme a CF para que seja feito sob autorização do Poder Legislativo.
● INSTITUIÇÃO DE FUNDOS: individualização de recursos que recebem finalidade específica.
Forma de descentralização de recursos orçamentários.
o Condições para instituição e funcionamento: lei complementar.
o Efetiva instituição: lei ordinária.
● A decisão do STF que declarou inconstitucional a correção monetária dos precatórios pela TR
(caderneta de poupança) não tem eficácia retroativa, mas sim prospectiva.
● Para os Estados e Municípios que não estiverem autorizados a editar medidas provisórias pela
Constituição Estadual/Lei Orgânica, o ato de abertura dos créditos extraordinários será o
decreto do executivo.
● STF: apenas quando presente alguma situação fática análoga ou igual a guerra, calamidade
pública e comoção interna é que se estaria autorizada a abertura de créditos extraordinários
por meio de medida provisória. Os requisitos constitucionais de imprevisibilidade e urgência
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415 uma forma de retirar dos credores a garantia de seus créditos já aperfeiçoada
e consolidada segundo as regras do regime anterior.
● STF reafirmou sua jurisprudência no sentido de que SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA e
EMPRESAS PÚBLICAS se submetem ao regime de precatório quando prestadoras de serviço
público de atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial. Assim, é necessário
que: (i) não tenham o objetivo de distribuir lucros e que (ii) não atuem em regime de
mercado/concorrencial.
● REGIME DE PRECATÓRIOS:
o Quem completar 60 anos na fila do precatório possui preferência.
▪ STF: A limitação de valor para o direito de preferência previsto no art.
100, § 2º, da CF aplica-se para cada precatório de natureza alimentar,
e não para a totalidade dos precatórios alimentares de titularidade de
um mesmo credor preferencial, ainda que apresentados no mesmo
exercício financeiro e perante o mesmo devedor. A CF/88 não proibiu
que a pessoa maior de 60 anos ou doente grave participasse da
listagem de credor superpreferencial do § 2º por mais de uma vez. Ela
só proibiu que o precatório recebido fosse maior do que 3x o valor da
RPV. Logo, não cabe ao intérprete criar novas restrições não previstas
no texto constitucional.
o Caso o titular de um crédito de preferência venha a falecer, o crédito
transferido ao herdeiro permanecerá com a mesma preferência. O mesmo
não ocorre na cessão de precatório. O mesmo não ocorre na cessão de
precatórios para pessoa que não tenha preferência.
o Para aferição de competência por valor da causa e expedição de RPV em ações
plúrimas, deve-se aferir o valor pleiteado INDIVIDUALMENTE por cada um dos
litisconsortes, e não o valor total da ação.
▪ HONORÁRIOS: STF JULGOU EM 2019
NÃO. Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios
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161, § 1º, do CTN). Observada a regra isonômica e havendo previsão na legislação da entidade
tributante, é legítima a utilização da taxa Selic, sendo vedada sua cumulação com quaisquer
outros índices.
● O art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997 (com redação dada pela Lei n. 11.960/2009, que determina a
utilização dos índices de remuneração básica da caderneta de poupança, para fins de
atualização monetária e compensação da mora (juros de mora)), para fins de correção
monetária, não é aplicável nas condenações judiciais impostas à Fazenda Pública,
independentemente de sua natureza.
o A decisão do STF que declarou inconstitucional a correção monetária dos
precatórios pela TR (caderneta de poupança) não tem eficácia retroativa, mas
sim prospectiva.
o Se o valor de um precatório for superior a 15% do montante dos demais
precatórios apresentados até 01/7, apenas 15% de seu valor total deverá ser
pago até o dia 31/12 do ano seguinte. O restante será pago em parcelas iguais
nos 5 anos subsequentes, com juros e correção monetária, ou mediante
acordo com redução máxima de 40% do valor do crédito atualizado.
o FUNÇÃO ADMINISTRATIVA DO TRIBUNAL>
Os atos praticados pelos presidentes dos tribunais sobre precatórios possuem
caráter meramente administrativo. Assim, não cabe recurso extraordinário
contra decisão proferida em processamento de precatórios.
▪ Só cabe algo se ele decidir alguma coisa tipicamente judicial.
418 ▪
▪
Cabe impetração de MS contra eventuais determinações.
Crime de responsabilidade e responde perante o CNJ o Presidente de
Tribunal que retarda, frustra a liquidação de precatórios.
o Exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência
ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu
débito, cabe o SEQUESTRO (leia-se arresto, pois aquele é para bens
específicos) da quantia respectiva.
▪ Trata-se de uma medida satisfativa de natureza executiva, e não uma
cautelar, como de praxe, vez que destina entregar a quantia
apreendida ao credor preterido.
o Precatório complementar: o valor expedido não foi suficiente para saldar a
dívida. Não precisa nova citação da fazenda pública.
o Precatório suplementar: o precatório foi inteiramente pago, mas necessita-se
de suplemento para quitar juros e correção monetária.
o Compensação (de ofício) de precatórios: INCONSTITUCIONAL.
o É possível o credor utilizar créditos inscritos em precatórios para aquisição de
imóveis pertencentes ao ente federativo devedor.
o Cessão de precatórios: total ou parcial, independentemente da concordância
do devedor. Só produz efeitos após comunicação ao tribunal de origem e à
entidade devedora.
▪ A CESSÃO de precatórios a uma pessoa que possui preferência não
move o crédito para tal classe. Diferente da sucessão hereditária em
virtude de falecimento.
o Regime especial de precatórios: inconstitucional.
o Intervenção: só se a falta de pagamento for por falta de interesse, deliberada.
● As SEM prestadora de serviços públicos primários e em regime de exclusividade, de natureza
não concorrencial, deve ter as execuções contra ela processadas pelo regime de precatórios.
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Quem tem o privilégio de pagar por meio de precatório? A quem se aplica o regime dos
precatórios?
As Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais.
Quando se fala em “Fazenda Pública”, essa expressão abrange:
• União, Estados, DF e Municípios (administração direta);
• autarquias;
• fundações;
• empresas públicas prestadoras de serviço público (ex: Correios);
• sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado
e de natureza não concorrencial (este último é polêmico, mas é o entendimento que
prevalece).
Os Estados-membros podem editar leis reduzindo a quantia considerada como de pequeno
valor, para fins de RPV, prevista no art. 87 do ADCT da CF/88.
o § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social.
o Deve-se atender ao princípio da proporcionalidade ao fixar o valor mínimo.
419 o SIM. Os Estados/DF e Municípios podem fixar limites inferiores ou superiores
àqueles que estão previstos no art. 87 do ADCT. Na prática, contudo, será
muito difícil que um Estado amplie o limite do art. 87 porque, em tese, ele
prejudica suas finanças considerando que terá mais débitos a serem pagos por
RPV.
Para que se verifique a legitimidade do cessionário de honorários advocatícios sucumbenciais
para se habilitar no crédito consignado no precatório há necessidade de preenchimento dos
seguintes requisitos: (a) comprovação da validade do ato de cessão dos honorários, realizado
por escritura pública e (b) discriminação no precatório do valor devido a título da respectiva
verba advocatícia, não preenchendo esse último requisito a simples apresentação de planilha
de cálculo final elaborada pelo Tribunal de Justiça.
Condenações contra Fazenda Pública: JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
o Relação Jurídica Tributária: Correção e Juros é SELIC, mesmo índice que
remunera os tributos devidos. (SELIC = Juros moratórios + correção
monetária). Não pode correção monetária + SELIC, sob pena de bis in idem.
o Relação Jurídica Não-Tributária:
Correção: IPCA-E
Juros: continuam sendo aplicados os juros da poupança – TR.
o A decisão do STF que declarou inconstitucional a correção monetária dos
precatórios pela TR (caderneta de poupança) não tem eficácia retroativa, mas
sim prospectiva.
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● DÍVIDA FLUTUANTE: independe de lei. Passivo financeiro, lançamentos definidos como restos
a pagar, excluídos o serviço da dívida, os serviços da dívida a pagar, os depósitos e também os
débitos de tesouraria.
● Dívida fundada: passivo permanente.
● Dívida Consolidada: precisa de lei. Compreende os compromissos (débitos) de exigibilidade
superior a doze meses, contraídos para atender o desequilíbrio orçamentário ou o financeiro
de obras e serviços públicos. Para fins de aplicação dos limites da dívida pública, consideram-
se dívida pública consolidada ou fundada os precatórios judiciais não pagos durante a
execução do orçamento em que houverem sido incluídos.
● Restos a pagar processados é dívida flutuante.
● Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de
operação de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional,
ainda que mediante concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para
mudança de controle acionário.
● Vedado a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes.
o A abertura do crédito extraordinário somente será admitida para atender
despesas imprevisíveis e urgentes, com as decorrentes de guerra, comoção
interna ou calamidade pública. Não necessita indicar os recursos
correspondentes.
● É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da federação
que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. Mas isso não proíbe que a
420 instituição financeira adquira no mercado títulos da dívida pública para atender investimento
de seus clientes, ou títulos da dívida da união para aplicação de recursos próprios.
● Operações de créditos (empréstimos bancários), créditos suplementares ou especiais com
finalidade específica, aprovadas pelo Legislativo por maioria absoluta, podem ser utilizadas
para qualquer finalidade específica, inclusive para folha de pagamento de pessoal, quando
excederem o montante das despesas de capital. Aqui é a exceção da regra de ouro
● Dívida pública mobiliária: representada por títulos emitidos pelos Estados, DF e Municípios.
o O senado é responsável pelos: limites, condições para realização de créditos
desta natureza, bem como, autorizar operações de crédito externo.
o Art. 167: as operações de crédito não podem exceder as despesas de capital
(relacionadas ao investimento e pagamento de dívidas), exceto se autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa e
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
o As emissões de títulos devem constar na LDO e na LDA, pois implicarão dívida
por período de tempo MAIOR que um exercício fiscal.
o OS ESTADOS e MUNICÍPIOS NÃO PODEM EMITIR títulos da dívida pública,
salvo nos casos de renegociação de dívida ANTIGA e para o pagamento de
precatórios.
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a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa jurídica
para com a seguridade social.
o Só lei complementar pode dispor sobre isso, uma vez que se trata de
responsabilidade tributária e, para tratar sobre o sujeito passivo da obrigação
tributária, a CF exigiu, no artigo 146, a edição de LC.
Compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das
administrações tributárias da União, dos Estados, e do Distrito Federal e Municípios.
Lembrar que a lei 4320 também conceitua tributo em que se exige que o produto da
arrecadação tributária seja destinado ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas
pela Administração Pública.
Taxas e contribuições: caráter retributivo, porque vinculados a uma atividade estatal.
Remunera serviços uti singuli.
Impostos: caráter contributivo, vez que o Estado utiliza em favor da coletividade.
o A vinculação de impostos, salvo exceções constitucionais, é vedada. Ver em
financeiro #costurandoatoga
o Remunera os serviços uti universi. Não gozam de referibilidade.
A natureza jurídica específica de um tributo é dada pelo cotejo entre seu fato gerador e sua
base de cálculo.
Pecunia non olet na visão do STF: a atividade ilícita, antes de ser agressiva à moralidade, é
decorrência do princípio da isonomia, sendo a tributação do resultado econômico de tais
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Para entender a teoria pentapartida, é preciso levar em conta que o artigo 4º do CTN foi
parcialmente não recepcionado pela CF88, uma vez que leva em conta o nome do tributo e a
destinação legal do produto de sua arrecadação.
Lembrar que no tributo instituído/majorado por MP, deve ser convertido em lei até o último
dia do exercício financeiro em que foi editada para que produza efeito no exercício seguinte,
SALVO os tributos que são exceção à anterioridade anual II, IE, IOF, IPI, Empréstimo
compulsório guerra e IEG.
Não obstante exista o princípio da capacidade contributiva, em primado ao princípio da
isonomia, nem todos os tributos são delineados na lei em função da capacidade econômica do
contribuinte, de aspecto pessoal/subjetivo. Alguns são delineados em função do
serviço/produto.
Não obstante a CF diga que só os impostos devem levar em consideração o princípio da
capacidade contributiva, o STF entende que nada impede que o princípio da capacidade
contributiva seja levando em consideração na criação de taxas.
A pena de perdimento não constitui sanção que tenha por base a inadimplência do tributo. O
fato de a empresa ter pago todos os tributos não a exime de observar a legislação
alfandegária, podendo ser decreto o perdimento da mercadoria caso não tenha sido cumprida
a legislação tributária.
Não há na CF dispositivo que expressamente vede a concessão de moratórias heterônomas, ao
contrário do que ocorre com a vedação de isenções heterônomas. Entretanto, uma
interpretação que se baseia na autonomia dos entes políticos, afasta a concessão de
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● SUM 545 STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia
autorização orçamentária (esta última parte está ultrapassada, pois não há mais princípio da
anualidade tributária), em relação à lei que às instituiu.
● STF: o exercício regular do poder de polícia pode ser demonstrado pela existência de órgão e
estrutura competentes para o respectivo exercício. (É um dos elementos de identificação).
o STF: a existência de órgão administrativo não é condição para o
reconhecimento da constitucionalidade da taxa, mas apenas um dos
elementos para se aferir o exercício do Poder de Polícia.
● STF: ilegítimo cobrança periódica de taxa de mera renovação, sem que haja novo
procedimento de fiscalização. Podemos mencionar que há meios de fiscalização eletrônico.
● Encargos de capacidade emergencial e de aquisição de energia elétrica emergencial são preço
público, não possuindo natureza tributária.
● STF: para se cobrar taxa é necessário que haja de forma efetiva o exercício regular do poder de
polícia, não bastando afirmar que se trata de competência inerentes às autoridades de
segurança pública. Para haver taxa pelo Poder de Polícia, deve haver o seu exercício.
● É constitucional taxa de renovação da licença de funcionamento e localização municipal,
desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e
estrutura competentes para o respectivo exercício.
o É possível que haja fiscalização eletrônica.
● Não obstante as jurisprudências acima mencionadas, o STF tem entendido pela presunção do
exercício do poder de polícia, consubstanciado na estrutura do órgão de fiscalização e
426 servidores competentes para o exercício da atividade. Isto permite a fiscalização por
tecnologia e inteligência fiscal.
● A despesa com porte de remessa e retorno não se enquadra no conceito de taxa judiciária,
uma vez que as custas dos serviços forenses se dividem em taxa judiciária e custas em sentido
estrito. O porte de remessa e retorno é típica despesa de um serviço postal, prestado por
empresa pública monopolística e, assim, remunerado mediante tarifas ou preço público
● Custas e emolumentos são espécie de TAXA.
● Inconstitucional taxa de sinistros instituída por lei municipal. Trata-se de serviço público
obrigatório e próprio do Estado, atividade de segurança pública do Corpo de Bombeiros,
devendo ser custeado com os impostos.
o Ratio decidendi: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a
incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação,
e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos,
não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim
● Preço público não decorre de utilização potencial, mas só efetiva. Pode ser cobrada por poder
público ou pessoa privada.
● Em relação ao pedágio, o STF já determinou que é preço público, não se sujeitando aos
princípios tributários, e sua cobrança INDEPENDE da disponibilização ao usuário de uma via
alternativa de tráfego.
● Súmula 353 STJ: as disposições do CTN não se aplicam às contribuições para o FGTS. possui
natureza de encargo trabalhista.
● A contribuição para o FUNDAF, cuja finalidade era ressarcir as despesas administrativas
decorrentes de atividades de fiscalização, configura fato gerador de tributo, vez que se trata
de verdadeira taxa pelo exercício do poder de polícia. Impossibilidade de cobrança feita com
base em meros atos regulamentares. É necessário lei.
● STF: legítimas taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários; taxa de
fiscalização e controle dos serviços públicos delegados; taxas de fiscalização de anúncios.
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● A jurisprudência da Corte Suprema firmou-se no sentido de que o valor cobrado dos usuários
pelos serviços de ESGOTO tem natureza jurídica de PREÇO PÚBLICO, não de taxa. E isso
exatamente porque o valor cobrado decorre do contrato de prestação do serviço de esgoto.
● É constitucional a taxa de coleta de lixo, desde que dissociada de valores relativos à limpeza.
● O antigo selo pedágio tinha natureza de tributo, espécie taxa, renovável mensalmente, em
valor fixo, exigido independentemente do número de vezes em que era utilizado. Hoje, o
pedágio de rodovia é preço público, cobrado só se utilizado.
● Quanto ao pedágio nos dias atuais, a inexistência de via alternativa gratuita não ofende a
garantia de liberdade de locomoção, não sendo exigida quer na CF quer na lei, não interferindo
na voluntariedade do pagamento, que, de fato, somente se dá com a efetiva utilização da
rodovia.
● Por ser preço público, não está adstrito ao princípio da legalidade estrita.
● Taxas não podem ser calculadas em função do capital das empresas nem do número de
funcionários.
● A taxa é um tributo vinculado (exige contraprestação estatal), mas nem sempre a arrecadação
dela será vinculada, podendo ser redirecionada para os cofres públicos, de modo que o
serviço/poder de polícia seja custeado por verba do orçamento, e não pela remuneração da
taxa especificamente.
● Quando o serviço for de utilização compulsória e for posto à disposição do contribuinte
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento, a taxa pode ser cobrada mesmo
sem a utilização efetiva pelo sujeito passivo.
13.2.2. Contribuições
427 ● O Supremo Tribunal Federal entende que é constitucional a Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico instituída pela Lei 10.168/2000 em razão de ser dispensável a edição de
lei complementar para a instituição dessa espécie tributária, e desnecessária (DESPICIENDA) a
vinculação direta entre os benefícios dela decorrentes e o contribuinte. As contribuições de
intervenção no domínio econômico podem ser criadas por lei ordinária e não exigem
vinculação direta entre o contribuinte e a aplicação dos recursos arrecadados.
● As contribuições previdenciárias cobradas na Justiça do Trabalho, decorrentes de sentenças
condenatórias relativas a pagamento de valores em dinheiro, bem como valores objeto de
acordos homologados que integrem o salário de contribuição são tributos que dispensam a
constituição através de ato de lançamento pela autoridade fiscal, conforme entendimento
doutrinário.
● CIDE-Combustível (art. 177, §4º, CF) – ADIN 2925 STF:
o A tredestinação da sua receita não macula o tributo de inconstitucionalidade.
o Seria inconstitucional se a lei que instituísse o tributo criasse destinação
diversa da prevista na constituição. Entretanto, se a lei que a instituiu for
constitucional, mas apenas a sua destinação não fosse conforme a CF
determina, não haveria inconstitucionalidade do tributo.
o O desvio de verba previsto na LOA referente a tal tributo não torna a exação
inconstitucional, não sendo possível a restituição dos valores aos
contribuintes. Basta dar a destinação correta.
o O Governo não é obrigado a gastar todos os recursos. Isto porque pode haver
gasto dos recursos financeiros em exercício financeiro distinto. Art. 8°,
parágrafo único, LRF.
● É ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e
404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de não-cumulatividade da
contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis ns. 10.637/2002 e 10.833/2003 e o
conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou
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porque nos serviços prestados pelos correios, presumem-se que não houve a incidência de ISS
em suas tarifas.
● Empresa Pública Federal que presta serviço público, como a INFRAERO, possui imunidade
tributária recíproca por extensão.
● Anterioridade: não pode cobrar no mesmo exercício financeiro em que foi publicado a lei.
● Irretroatividade: não pode cobrar por FG anteriores à vigência da lei.
● O princípio da capacidade econômica do contribuinte, apesar de expressamente previsto
somente para os impostos, não impede sua aplicação no tocante às demais espécies
tributárias, como a taxa.
● Revogação de benefício fiscal: configura aumento indireto do tributo, deve respeitar
anterioridade.
o Revogação de isenção: não configura aumento, pois a parte deveria suportar.
● As exigências necessárias para o gozo, por parte das entidades beneficentes de assistência
social, da imunidade constitucional relativa às contribuições sociais (195, §7º, CF), devem ser
reguladas por Lei Complementar.
o À Lei ordinária cabe apenas requisitos que não extrapolem os estabelecidos no CTN ou
em lei complementar superveniente, como por exemplo a forma como será
comprovada, exigida, fiscalizada tal exigência.
● Bem público (ex: imóvel) alugado para empresa de fins comerciais não possui imunidade
tributária, devendo a empresa pagar o tributo.
● É inconstitucional cobrar ICMS das empresas aéreas sobre o serviço de transporte aéreo
INTERNACIONAL de cargas.
431 ● A imunidade tributária recíproca alcança as empresas prestadoras de serviços públicos. As
prestadoras de atividade econômica não.
● Tráfego de pessoas ou bens possui imunidade tributária na CF, portanto, cabe à LEI
COMPLEMENTAR dispor sobre a vedação a que se estabeleçam limites ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais.
● Quando se trata de imunidade objetiva, diz o STF, o foco não é o contribuinte, mas, sim, o
objeto imunizado. Isso equivale a dizer que se trata de imunidade que apenas abrange os
impostos reais – que gravam o objeto tributado – não abrangendo os impostos pessoais – que
gravam a pessoa participante da operação tributada. A teleologia da imunidade objetiva é,
desonerando determinado produto, concorrer para diminuição de seu preço, que, em última
análise, trabalhará em favor do consumidor, contribuinte de fato, que terá facilitado o acesso
ao bem.
● A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de
direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da
existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido.
o Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.
o Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade
subjetiva.
● Imunidade objetiva de livros: revistas técnicas, lista telefônica, apostilas, álbuns de figurinha,
mapas impressos, atlas geográfico. Calendários NÃO possuem imunidade.
● A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal, não abarca o
maquinário utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos. A imunidade
tributária visa à garantia e efetivação da livre manifestação do pensamento, da cultura e da
produção cultural, científica e artística. Assim, é extensível a qualquer material assimilável a
papel utilizado no processo de impressão e à própria tinta especial para jornal, mas não é
aplicável aos equipamentos do parque gráfico, que não são assimiláveis ao papel de
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impressão, por não guardarem relação direta com a finalidade constitucional do art. 150, VI,
“d”, da CF/88.
● A imunidade do papel/cultural deve ser analisada sobre o prisma econômico. Se envolver
enfoque lucrativo, deve ser afastada. Afasta-se: papel para propaganda, serviços de
distribuição de livros, jornais e periódicos, serviços de composição gráfica. Ainda, afasta-se das
peças.
● Para o STF a forma de apresentação do livro é irrelevante para incidência da imunidade, quer
ele se apresente em papel, em forma eletrônica, em forma sonora ou cd-room. A imunidade
será aplicável. Isto posto, a base material clássica é imunizada expressamente pela CF,
autorizando que se conceda similar benesse às mencionadas bases de apresentação do
conteúdo, no caso, e-readers e cd-room. Smartphones e tablets, NÃO possuem imunidade.
● Os tablets, smartphones e laptops, embora se possam prestar a gravar livros, têm diversas
outras utilidades, de modo que conceder-lhes a imunidade seria autorizar o desvio de
finalidade desta a aspectos não contemplados pela regra constitucional, daí não se servirem da
benesse. Só se dá imunidade aos livros eletrônicos e aos seu LEITORES, que substituem o
papel.
● O antigo entendimento do STF era no sentido de que a posse indireta de bem da União, como
proprietária, não fazia cessar a imunidade recíproca em relação aos impostos, incidindo,
porém, as taxas. Entretanto, o STF mudou seu entendimento de modo que fixou a tese de que
se alugado para terceiro/particular que utilize o imóvel com finalidade econômica (atividade
econômica, com Petrobrás e Transpetro), não há que se falar em imunidade recíproca.
o Conferir imunidade à SEM e EP de atividade econômica, por alugar imóvel da
432 União, configuraria violação ao princípio da livre concorrência.
o Só cabe para EP e SEM prestadora de SERVIÇOS PÚBLICOS, como ECT, e outras,
que prestam serviços de água e esgoto.
● Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.
● Entidades beneficentes de assistência social (195 §7º) NÃO se confunde com instituições de
educação e de assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, c). Ou seja: a imunidade de
contribuições, do artigo 195, não abrange necessariamente as mesmas beneficiárias da regra
de imunidade de impostos.
o O conceito de entidades beneficentes de assistência social não se pode
depreender diretamente da CF.
o Os requisitos materiais da imunidade dependem de lei complementar (art.
146), como o modo de atuação das entidades de assistência social.
o Os requisitos formais poderiam ser estabelecidos em lei ordinária, como
mecanismos de controle, fiscalização e certificação de tais entidades (CEBAS)
o Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência
social(CEBAS), no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins
tributários, retroagindo seus efeitos à data em que demonstrado o
cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição
da imunidade. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info
624).
● O artigo 146, III, c da CF que confere tratamento adequado do ato cooperativo não implica em
imunidade ou tratamento necessariamente privilegiado às cooperativas.
● No mérito, a jurisprudência da Casa já assentou o entendimento de que a imunidade recíproca
prevista no art. 150, VI, “a”, e §§ 2º e 3º, da Constituição Federal é extensível à ECT,
prestadora de serviços públicos essenciais, obrigatórios e exclusivos do Estado, quais sejam, o
serviço postal e o correio aéreo nacional (art. art. 21, X, da CF/88). Esta imunidade subsiste
em relação a todas as suas atividades, incluídos os serviços não exclusivos, dispensados em
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postais cobradas dos tomadores dos serviços. Isso porque a empresa pública sempre entendeu
e defendeu que não estava sujeita ao pagamento desse imposto. Não havendo repasse do
custo do ISS ao consumidor final, os Correios podem pleitear a restituição sem necessidade de
autorização do tomador dos serviços. STJ. 2ª Turma. REsp 1.642.250-SP, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 16/3/2017 (Info 602).
● As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tuteladas pela imunidade recíproca
prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. A Caixa de Assistência dos Advogados é
um “órgão” integrante da estrutura da OAB, mas que possui personalidade jurídica própria.
Sua finalidade principal é prestar assistência aos inscritos no respectivo no Conselho Seccional
(art. 62 da Lei nº 8.906/94). As Caixas de Assistências prestam serviço público delegado e
possuem status jurídico de ente público. Vale ressaltar ainda que elas não exploram atividades
econômicas em sentido estrito com intuito lucrativo. Diante disso, devem gozar da imunidade
recíproca, tendo em vista a impossibilidade de se conceder tratamento tributário diferenciado
a órgãos integrantes da estrutura da OAB. STF. Plenário. RE 405267/MG, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 6/9/2018 (Info 914).
● As empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de
prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca
prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. 3. A exigência de contraprestação pelos
serviços públicos prestados, mediante o pagamento de tarifas, não constitui óbice à
incidência da imunidade recíproca sobre determinada sociedade de economia mista.
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SEM a liberação ou desoneração deste. Cabe ao credor escolher o acervo patrimonial que
melhor satisfaça o débito.
● A denúncia espontânea não exclui a responsabilidade pela infração tributária, na hipótese de
parcelamento de dívida. Denúncia espontânea exige o pagamento integral. Confissão de dívida
acompanhada de parcelamento não configura denúncia espontânea.
o Exclui tanto as multas punitivas quanto às moratórias.
o É mais que um benefício destinado ao contribuinte, que dele se favorece ao
ter excluída a responsabilidade pela multa. A Administração Pública também
se favorece, que não terá o dever de instaurar um processo fiscalizatório
custoso.
● Responsabilidade por Transferência: a sujeição passiva indireta (responsabilidade)
surge posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Há modificação do polo
passivo por fato superveniente previsto em lei: a obrigação surge para “A” (contribuinte) e, em seguida,
é transferida para “B” (responsável tributário) em decorrência de um evento posterior, previsto em lei.
Assim, na responsabilidade por transferência, o sujeito A realiza o fato gerador, mas, por conta de um
evento posterior, B é que tem que pagar o tributo.
● Responsabilidade por Substituição: a sujeição passiva indireta surge contemporaneamente à ocorrência
do fato gerador. Desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva já recai sobre uma pessoa
diversa daquela que possui relação pessoal e direta com o fato gerador (ou seja, pessoa diversa da
figura do contribuinte). Assim, na responsabilidade por substituição, o sujeito “A” pratica o fato gerador,
mas desde já é o sujeito “B” é quem deve fazer o recolhimento
●
437 ●
Fato gerador:
o Critério temporal:
Instantâneo: sua ocorrência se dá numa determinada unidade de
tempo, ensejando, cada qual, uma nova relação jurídica (obrigação
tributária). Ex: IPI, ICMS, COFINS.
Continuados: fatos que constituíssem situação duradora e prolongada
no tempo; Ex: IPTU, fato gerador continuado, pois a propriedade se
prolonga pelo tempo.
Complexivo: o processo de formação se dá com o decurso de unidade
sucessivas de tempo, formado pela integração de vários fatores,
surgindo o fato final. Ex: IR
13.7. Crédito Tributário: suspensão, exclusão e extinção.
Constituição do crédito tributário. Lançamento. Modalidades. Suspensão do crédito
tributário. Extinção do crédito tributário. Pagamento. Compensação. Restituição. Transação.
Remissão. Prescrição e decadência. Conversão do depósito em renda. Consignação em
pagamento. Decisão administrativa irreformável e decisão judicial passada em julgado.
Restituição do tributo transferido. Restituição de juros e multas. Correção monetária.
Exclusão do crédito tributário.
● A SELIC é legítima tanto para atualização (juros+correção) de débitos tributários como os
indébitos tributários (STF). A SELIC é juros legais + correção monetária, não podendo aplicar
outro índice de correção monetária.
● A multa moratória de 20% não possui efeito confiscatório, foi tida razoável pelo STF.
● O lançamento misto/declaração, em regra, pode ser retificado. Contudo, nos casos em que vá
DIMINUIR o valor do tributo devido, só é admissível mediante comprovação do ERRO em que
se funde e ANTES de notificado o lançamento.
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● Súmula 460 STJ: é incabível MS para convalidar a compensação tributária realizada pelo
contribuinte.
o ENTRENTANTO: Súmula 213 STJ: O mandado de segurança constitui ação
adequada para declarar direito à compensação tributária.
● STJ: Insere-se nas garantias da ampla defesa e do contraditório a notificação do contribuinte
do ato de lançamento que a ele respeita. A sua ausência implica nulidade do lançamento e da
execução fiscal nele fundada.
13.7.1. Suspensão
● O parcelamento do crédito tributário, apesar de implicar suspensão da exigibilidade e atos
constritivos, não gera desconstituição da garantia efetivada em execução fiscal.
● O crédito tributário notificado já possui força de exação. Assim, há a preclusão administrativa,
ou coisa julgada administrativa.
o Revisão de ofício: não suspende, vez que é dever da administração.
o Pedido de revisão: não suspende, uma vez que não é recurso.
● Somente o depósito integral e em dinheiro suspende a exigibilidade do crédito tributário. Não
cabendo fiança bancária.
● As hipóteses de suspensão do crédito tributário estão taxativamente previstas no artigo 151
do CTN, de modo que a prestação de caução mediante oferecimento de fiança, ainda que no
montante integral, não suspende a exigibilidade do crédito tributário, mas apenas garante o
débito exequendo, viabilizando, no caso, a emissão de certidão positiva com efeitos de
negativa e viabiliza os Embargos, mas NÃO SUSPENDE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
438 ● A inscrição de dívida ativa gera a suspensão por 180 dias apenas dos créditos NÃO
TRIBUTÁRIOS, uma vez que esse artigo da LEF é lei ordinária, e não pode regular prescrição,
cujo constituinte determina em seu artigo 146 que a prescrição tributária seja regulada por LC.
● Conforme jurisprudência do STJ, o parcelamento é causa de interrupção da prescrição, uma
vez que é confissão irretratável do débito, bem como, é causa de suspensão da exigibilidade
do crédito.
● STF: o diferimento de pagamento de tributo, sem redução de seu valor, não é benefício fiscal.
Assim, o diferimento de pagamento de ICMS não precisa ser realizado com base em convênio
interestadual, na forma do artigo 155, §2º, g da CF e LC 24/75
● O artigo 150, §6º da CF exige lei específica para concessão de benefícios fiscais, de modo que o
STF não admite delegação ao Poder Executivo (salvo os casos que a própria CF admite).
● A revogação de liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário ocasiona a
retomada do lapso prescricional para o Fisco, desde que inexistente qualquer outra medida
constante do art. 151 do CTN ou recurso especial / extraordinário dotado de efeito suspensivo.
● O parcelamento do crédito tributário não será concedido em situação de fraude, dolo ou
simulação do sujeito passivo ou terceiro em benefício daquele.
●
13.7.2. Extinção
● LC 118/2005: lançamento por homologação. Inaplicabilidade da regra do 5+5 para repetição.
Apesar da lei ser interpretativa, o STJ entendeu pela impossibilidade de aplicação retroativa
da lei. Assim, a interpretação só se aplica após a vigência da LC 118/2005. Ou seja, para
PAGAMENTOS efetivados a partir da vigência da lei.
o Relativamente aos pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que
ocorreu em 09.06.05), o prazo para a ação de repetição do indébito é de cinco
anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos
anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior,
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439● O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou compensação, o indébito
tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
● Nos tributos lançados por homologação, o que decai é o direito de lançar de ofício as
diferenças apuradas, caso viesse a deixar de homologar. Isto posto, diz-se que o tributo
lançado por homologação não está sujeito à decadência, uma vez que a declaração pelo
contribuinte constitui o crédito e eventual silêncio da administração enseja homologação
tácita.
o Súmula 436-STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência por parte do fisco
● Para o tributo cujo lançamento ocorre por HOMOLOGAÇÃO, como o IR, ICMS, IPI dentre
outros, utiliza-se como norte para a contagem do prazo de homologação o art. 150, § 4º do
CTN, que inicia a contagem do FATO GERADOR. Mas de antemão, diante do caso prático,
deve-se fazer a seguinte análise: o contribuinte fez todo o procedimento do lançamento por
homologação e realizou o pagamento?
SIM, houve o pagamento. Então o prazo para homologar (corrigir eventuais valores)
deverá ser contado conforme o art. 150, § 4º do CTN (fato gerador). Declara a menor e
paga o que foi declarado: aqui deve-se corrigir as falhas pelo lançamento suplementar
de ofício (artigo 149, CTN) dentro do prazo de homologação (artigo 150, §4º) contado
do fato gerador, pois houve a constituição do tributo, mas de forma equivocada. Se
não corrigir, haverá decadência de constituir o que faltava e a consequente
homologação tácita.
NÃO, não houve o pagamento. Declarado mas não pago: Na hipótese de o sujeito
passivo ter feito todo o procedimento de lançamento, mas não realizado o
pagamento, a regra para contagem será de PRESCRIÇÃO!!! Pois já houve a constituição
do crédito. (Artigo 174 do CTN).
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Não foi declarado e nem pago: inicia-se no primeiro dia do exercício financeiro
seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado, conforme artigo 173, inciso
I, do CTN. Súmula 555 STJ: Quando não houver declaração do débito quinquenal para
o fisco constituir o crédito tributário, conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I,
do CTN nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Prazo decadencial.
O contribuinte DECLARA corretamente mas NÃO PAGA. Preste bem atenção: ele declarou, ou
seja, constituiu o crédito tributário, mas não pagou. O crédito já está constituído, portanto,
não há que se falar em decadência. Aqui inicia-se a prescrição, pois já foi constituído o crédito
tributário pela declaração do contribuinte, nos termos da Súmula 436 do STJ. O prazo inicial de
prescrição é de 5 anos contado da constituição definitiva do tributo (artigo 174 do CTN). O
termo inicial da prescrição já foi objeto de recurso repetitivo no STJ, com destaque para o
seguinte trecho: o termo inicial do prazo prescricional para cobrança dos tributos lançados
por homologação é a data do vencimento da obrigação tributária, e, quando não houver
pagamento, a data da entrega da declaração, sendo esta (entrega) posterior (ao
vencimento). AgRg no AResp 349.146-SP.
Nos tributos lançados por homologação, verificada a existência de saldo devedor nas contas
apresentadas pelo contribuinte, o órgão arrecadador poderá promover sua cobrança
independentemente da instauração de processo administrativo e de notificação do
contribuinte.
A compensação declarada à Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição
440 resolutória de sua ulterior homologação. A declaração de compensação constitui confissão de
dívida e instrumento hábil e suficiente para exigência dos débitos indevidamente
compensados
13.7.3. Exclusão
● Anistia: causa de exclusão apenas das penalidades.
● Isenção: causa legal de dispensa de pagar o tributo, ocorre o fato gerador, mas não há o
lançamento.
● Exclusão é sempre antes do lançamento
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apoio a tais empresas, quando elas não estiverem inscritas no CADIN. Ademais, não há
presunção de adimplência.
● Suspensão não exclui o nome do CADIN, mas apenas suspende o registro no cadastro de
inadimplentes.
● Uma vez comprovada a regularização da situação que deu origem à inclusão, o órgão ou ente
que efetuou o registro deverá, em 5 dias úteis, promover a respectiva baixa.
● A Fazenda Pública, quer em ação anulatória, quer em execução embargada, faz jus à
expedição de certidão positiva de débitos com efeitos negativos, independentemente de
penhora, posto inexpropriáveis os seus bens”. (RECURSO REPETITIVO)
13.8.2. CDA
● O protesto da CDA decorre de previsão legal na lei 9492.
● Nos tributos por lançamento de ofício, a ausência de prévio processo administrativo NÃO
enseja a NULIDADE da CDA, pois só haverá processo administrativo se o contribuinte
apresentar IMPUGNAÇÃO.
● O protesto das certidões de dívida ativa constitui mecanismo constitucional e legítimo por
não restringir de forma desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos
contribuintes e, assim, não constituir sanção política.
o No caso do protesto de CDA, apesar de ele acabar impondo uma restrição ao
contribuinte (o devedor ficará com nome "negativado", terá mais dificuldades
para conseguir obter empréstimos etc.), esta medida não foi considerada
441 desproporcional ou irrazoável.
o O protesto é, em regra, mecanismo que causa menor sacrifício ao
contribuinte, se comparado aos demais instrumentos de cobrança disponíveis,
em especial a Execução Fiscal. Por meio dele, exclui-se o risco de penhora de
bens, rendas e faturamentos e de expropriação do patrimônio do devedor,
assim como se dispensa o pagamento de diversos valores, como custas,
honorários sucumbenciais, registro da distribuição da execução fiscal e se
possibilita a redução do encargo legal.
o O protesto é justamente isso, ou seja, um instrumento extrajudicial que
pode ser empregado para a cobrança dos valores inscritos na dívida ativa,
com expressa previsão legal, nos termos do parágrafo único do art. 1º da
Lei nº 9.492/97. Não podem ser considerados proibidos os mecanismos
extrajudiciais de arrecadação tributária.
o O protesto de Certidões de Dívida Ativa não representa um embaraço ao
regular exercício das atividades empresariais e ao cumprimento dos objetos
sociais dos administrados.
o O protesto da CDA é realizado extrajudicialmente, mas não impede que o
devedor possa buscar o Poder Judiciário para discutir a validade do crédito
tributário ou para sustar o protesto. Além disso, o protestado pode, inclusive,
pleitear judicialmente uma indenização por danos morais e materiais, caso o
protesto seja indevido.
o
● A penhora de bem de valor inferior ao débito não autoriza emissão de certidão positiva com
efeitos de negativa, pois a emissão da certidão está condicionada à penhora suficiente ou à
suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
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Súmula 463 STJ: Incide imposto de renda sobre os valores recebidos à título de indenização
por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo.
Súmula 215 STJ: A indenização recebida pela adesão ao programa de incentivo à demissão
voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda.
Súmula 587 STF: Incide imposto de renda sobre o pagamento de serviços técnicos contratados
no exterior e prestados no Brasil.
A incidência do IR independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da
renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do IR, o
benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.
O valor devido a título de CSLL não pode ser considerado como despesa operacional ou
necessária para fins de apuração do IRPJ, não sendo, portanto, dedutível. O art. 1º da Lei nº
9.316/96 é constitucional. STF. Plenário. RE 582525/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em
9/5/2013 (Info 705)
Na declaração anual de imposto de renda, é possível a dedução de despesas feitas pelo
contribuinte com profissional de saúde, mesmo que este não seja regularmente inscrito no
respectivo conselho profissional. Ex: dentista que não esteja registrado no CRO.
Os proventos de aposentadoria ou reforma percebidos por portador de cegueira monocular
também são isentos de imposto sobre a renda. STJ. 1ª Turma. REsp 1553931-PR, Rel. Min.
Regina Helena Costa, julgado em 15/12/2015 (Info 575)
O art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88 (Lei do IR) prevê que as pessoas portadoras de determinadas
443 doenças ali elencadas não pagarão imposto de renda sobre os rendimentos que receberem a
título de aposentadoria, pensão ou reforma. Para que haja a isenção é indispensável que o
portador da doença grave esteja na inatividade, recebendo rendimentos de aposentadoria,
pensão ou reforma. Assim, não haverá isenção se o contribuinte é portador de uma das
moléstias elencadas, mas ainda não se aposentou, optando por continuar trabalhando. STJ. 2ª
Turma. RMS 31637-CE, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 5/2/2013 (Info 516)
o São isentos do imposto de renda os proventos percebidos de fundo de
previdência privada a título de complementação da aposentadoria por pessoa
física acometida de uma das doenças arroladas no art. 6º, XIV, da Lei
7.713/1988. STJ. 2ª Turma. REsp 1507320-RS, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 10/2/2015 (Info 556).
Hipóteses em que a fonte pagadora fornece declaração indevida de que rendimento era
isento:
o Incide imposto de renda sobre a quantia recebida pelo empregado em razão
de acordo coletivo de trabalho firmado com o empregador, no qual fora
ajustado a constituição de fundo de aposentadoria e pensão e,
alternativamente, o pagamento de determinado valor em dinheiro
correspondente ao que seria vertido para o aludido fundo.
o Mesmo que a fonte pagadora (substituta tributária) equivocadamente tenha
deixado de efetuar a retenção de determinada quantia, a título de imposto
de renda, sobre importância paga a empregado, tendo, ainda, expedido
comprovante de rendimentos informando que a respectiva renda classifica-se
como rendimento isento e não tributável, o sujeito passivo da relação
jurídico-tributária (substituído tributário: empregado) deverá arcar com o
ARCAR COM O IMPOSTO devido e não recolhido.
o Na hipótese em que a fonte pagadora deixa de efetuar a retenção do imposto
de renda, expedindo comprovante de rendimentos o qual os classifica como
isentos e não tributáveis, de modo a induzir o empregado/contribuinte a
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§ 2º do art. 14 da Lei 4.502/1964, com a redação dada pelo art. 15 da Lei 7.798/1989, no ponto
em que determina a inclusão de descontos incondicionais na base de cálculo do IPI.
Momento do fato gerador Regra: data do registro da declaração de importação de
mercadoria submetida a despacho para consumo; há mais previsões no DL 6759.
o STJ no caso de importação de mercadoria despachada para consumo, o fato
gerador do imposto de importação ocorre na data do registro da declaração
de importação. Assim, aplica-se a alíquota vigente nesta data.
o Nesse caso, o importador acumula o crédito do IPI pago por ocasião do
desembaraço aduaneiro e, posteriormente, terá esse credito abatido na venda
do produto, pagando IPI apenas quanto ao valor agregado na venda.
STF: Incide, na importação de bens para uso próprio, o IPI, sendo neutro o fato de tratar-se de
consumidor final.
STF: Os princípios da não-cumulatividade e da seletividade não asseguram direito de crédito
presumido de IPI para o contribuinte adquirente de insumos não tributados ou sujeitos à
alíquota zero. (Isento na entrada) Não aproveita na venda do produto
STF: O direito ao creditamento do IPI decorrente da aquisição de matéria-prima, produto
intermediário e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos isentos ou
sujeitos ao regime de alíquota zero, surgiu apenas com a vigência da Lei nº 9.779/99. (Isento
na saída) Aproveita os créditos, após a lei.
STJ: Os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída
do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido
industrialização no Brasil. São fatos geradores distintos: desembaraço aduaneiro e a saída do
445 produto industrializado do estabelecimento importador equiparado a estabelecimento
produtor.
Lei 8.032/90 prevê que as “instituições de educação” possuem isenção de II e de IPI caso
importem bens do exterior. A redação literal da lei fala em “instituições de educação”. Apesar
disso, é possível estender essa isenção também para “instituições culturais”? SIM. As
entidades com finalidade eminentemente cultural também fazem jus às isenções de Imposto
de Importação (II) e de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) previstas nos arts. 2º, I,
“b”, e 3º, I, da Lei 8.032/90. Conquanto a Lei 8.032/90 preveja isenções de II e de IPI para as
“instituições de educação” (art. 2º, I, “b”), as entidades com finalidade eminentemente
cultural também estão inseridas nessa expressão legal, considerando que não se pode
dissociar cultura de educação. STJ. 1ª Turma. REsp 1100912-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado
em 28/4/2015 (Info 561).
O regime de apuração e de escrituração de tributos “Simples” diminui a carga tributária bruta
e a complexidade das obrigações acessórias. Em compensação, nega o direito ao
aproveitamento de créditos relativos ao IPI.
13.9.3. IOF
Fato gerador:
o Operações de Câmbio: a efetivação da operação pela entrega de moeda
nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação
à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou
nacional entregue ou posta à disposição por este.
13.9.4. ITR
Não há previsão de incidência do ITR sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel
rural por acessão física, mas apenas por natureza. O IPTU tem previsão por acessão física e por
natureza.
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O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma
agrária.
O ITR será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas.
Contribuinte: proprietário, titular de domínio útil, ou seu possuidor a qualquer título.
Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que
comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou
agroindustrial.
o Se o imóvel pertence a dois ou mais proprietários, em condomínio, é legítimo
exigir o pagamento do ITR, em sua totalidade, de todos ou de qualquer deles,
reservando-se ao que pagou a faculdade de ressarcir-se dos demais
devedores, na forma do art. 283 do Código Civil.
o Áreas excluídas do ITR:
a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas no Código
Florestal;
O STJ entende que somente é possível assegurar a isenção do
ITR nesses casos se a área da reserva legal já estiver averbada
no registro do imóvel. Deve ser antes do lançamento do ITR,
ok? Depois nem adianta chorar, indefiro.
As áreas de preservação permanente são instituídas por lei,
sendo, por isso, desnecessário que se faça averbação no
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● O ICMS não constitui receita ou faturamento, mas mero valor a ser repassado ao Estado-
credor, com o que inábil a compor a base de cálculo do PIS/COFINS. Logo, ICMS não compõe a
base de cálculo da COFINS, porque estranho ao conceito de faturamento. (Plenário)
o Receita não se confunde com ingresso. Para se qualificar como receita, o
ingresso, além de integrar o patrimônio (aspecto formal), deve ser novo
(aspecto material – aumento do patrimônio) e definitivo (aspecto temporal
– não se sujeitar à condições). Logo, o ICMS não preencheu os requisitos.
o É desnecessário norma infraconstitucional para dar o conceito de RECEITA.
Ademais, o conceito de receita na CF não se confunde com o conceito
contábil.
o O STJ tinha entendimento oposto, dizendo que ele seria tanto receita
quanto faturamento, já que era elemento do preço cobrado em suas
vendas.
● Firmou-se a jurisprudência do Plenário deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que a
vedação, pela legislação estadual, ao aproveitamento dos créditos do ICMS gerados pela
entrada de insumos tributados, quando o contribuinte exerce, livremente, opção pela
tributação das saídas mediante base de cálculo reduzida, não viola o princípio da não
cumulatividade.
● As exonerações fiscais em ICMS são exceção ao princípio “quem tributa, isenta”, uma vez que
conforme a CF, Lei Complementar disporá sobre as isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados mediante deliberação dos Estados. Logo, é necessário que os
Estados deliberem sobre as matérias especificadas, e não o próprio ente que instituiu o
448 tributo.
● Súmula nº 590, STF: Calcula-se o imposto de transmissão "causa mortis" sobre o saldo redor
da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do
promitente vendedor.
● É inconstitucional “desconto no pagamento da tarifa de água e esgoto sanitário em valor
equivalente ao incremento real e efetivo do recolhimento mensal do ICMS, com repasse
posterior pela Fazenda Estadual à concessionária de água e esgoto”, vez que trata-se de
hipótese de vinculação da receita do imposto, o que é vedado pela CF. Trata-se de vinculação
transversa.
● Incide ICMS sobre aquisição de softwares, ainda que a compra seja feita mediante
transferência eletrônica de dados, sem que haja uma base física que caracterize o corpus
mechanicum da criação intelectual.
● Não incide IPVA sobre embarcações e aeronaves. A interpretação de veículos automotores é
restritiva e só utiliza-se para veículos terrestres.
● O ITCMD é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão (morte).
● O ITCMD não é exigível antes da homologação do cálculo.
● O STJ que a cientificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA pode ser realizada por
qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento,
com instruções para o pagamento (STJ. 1ª Seção. REsp 1320825/RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 10/08/2016). Tal forma de notificação pessoal presumida, no entanto, somente
pode ser considerada válida em relação aos impostos reais, cuja exigibilidade por exercício é
de notório conhecimento da população.
● A água fornecida à população, após ser tratada pelas empresas
concessionárias, permissionárias ou autorizadas, não caracteriza
mercadoria, pela qual é insuscetível de cobrança de ICMS. STJ
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obrigação tributária, não se pode certamente admitir a hipótese de sua criação por simples ato
de vontade das partes. A legitimidade das fontes normativas que disciplinam a sua instituição
é, por isso mesmo, passível de controle pelo Poder Judiciário
● Arrolamento fiscal:
o Alienação de bens objeto de arrolamento fiscal não depende de prévia
notificação ao Fisco. A alienação de bens que foram objeto de arrolamento
fiscal não depende de prévia notificação ao órgão fazendário. A Lei nº
9.532/97 não exige que a notificação ao órgão fazendário seja prévia à
alienação, mas simplesmente que exista a comunicação.
o Art. 64. A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e
direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua
responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido.
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inciso XXXV, da Constituição Federal. (...) Contudo, a jurisprudência desta Corte, inclusive em
sede de recurso especial repetitivo, tem admitido o processamento dos embargos à execução
fiscal mesmo que a penhora ou garantia apresentada seja insuficiente, prestigiando o direito
de defesa e assegurando o acesso à Justiça, haja vista a possibilidade de posterior reforço da
penhora requerido pela parte exequente (REsp 1.127.815/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira
Seção, DJe 14/12/2010, submetido ao regime do art. 543-C, do CPC/1973). Em casos
excepcionais, a jurisprudência tem admitido os embargos à execução fiscal inclusive sem o
oferecimento de garantia, v. g., por motivos de insuficiência patrimonial inequivocamente
comprovada.
o O prazo para oferecer embargos à execução fiscal, nos casos em que a
garantia é expressamente dispensada pelo juízo de execução, deve ter início
na data da intimação da decisão que dispensou a apresentação de garantia,
já que é esse o ato que caracteriza a informação aos atores processuais da
desnecessidade da garantia e a aptidão para embargar, não havendo a
necessidade de, na intimação da dispensa de garantia, se informar
expressamente o prazo para embargar.
Fundamentos da Fazenda Pública para não aceitar embargos sem garantia:
o Nas razões recursais a recorrente alega, preliminarmente, ofensa ao art.
1.022, II, do CPC/2015, uma vez que, a despeito da oposição de embargos de
declaração, o tribunal de origem teria deixado de apreciar a incidência do art.
16, § 1º, da Lei nº 6.830/1980, e o fato de não ter sido prestada garantia nos
autos da execução fiscal. Quanto ao mérito alega ofensa ao referido
451 dispositivo legal e sustenta que é cogente a exigência de garantia prévia do
juízo para o processamento dos embargos à execução fiscal, e que a lei de
execução fiscal é especial em relação ao CPC, havendo jurisprudência em
recurso especial repetitivo no sentido de que a alteração promovida no art. 736
do CPC/1973 pela Lei nº 11.382/2006, dispensando a garantia do juízo (atual
art. 914 do CPC/2015) não seria aplicável aos embargos à execução fiscal.
Aduz, também, que tanto o vetusto art. 739-A do CPC/1973 e o art. 919 do
CPC/2015 impõe requerimento da parte, garantia do juízo e preenchimento
dos requisitos da tutela provisória para a concessão de efeito suspensivo aos
embargos. Por fim, alega que não há previsão legal para dispensa de garantia
em razão da hipossuficiência ou carência financeira do embargante, uma vez
que tal exigência não se confunde com as custas judiciais e não está
abrangida pela gratuidade judiciária, e que a invocação do princípio da
inafastabilidade da Jurisdição prevista no art. 5º, XXXV, da Constituição
Federal, não seria suficiente para afastar a norma do art. 16, § 1º, da Lei nº
6.830/1980, sobretudo porque a dívida tributária inscrita possui presunção de
certeza e liquidez.
FRAUDE À EXECUÇÃO NO CTN:
o Gera presunção absoluta.
o STJ: não é aplicável a súmula 375/STJ à execução fiscal – “o reconhecimento
de fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da
prova de má-fé do terceiro adquirente”.
o Antes da LC em 2005, só era fraude a alienação quando já iniciada a
execução fiscal. Após, a fraude dá-se com a inscrição do débito em dívida
ativa, não deixando bens para o pagamento dos tributos.
o Momento:
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Alienações feitas antes da LC: exige-se prévia execução fiscal para ser
reconhecida a fraude à execução.
Alienações feitas após a LC: basta estar inscrito em dívida ativa para
que seja constatada a fraude à execução, sendo irrelevante o
momento da propositura da ação de execução fiscal.
o A declaração de fraude é independente da ação de execução fiscal.
É possível o arresto antes da citação (quando não consegue citar ou encontrar bens passíveis
de penhora), por meio de arresto cautelar, via bacenjud.
A indisponibilidade de bens não se confunde com a penhora online. A indisponibilidade surte
efeito em TODOS os bens, presentes e futuros do devedor, sendo aplicado como última
alternativa, necessitando da comprovação de que foram esgotados todos os meios e
diligências na busca de outros bens.
Não é possível aplicar a indisponibilidade (art. 185-A, CTN), aos processos executivos cíveis,
como cumprimento de sentença, execução de título extrajudicial e ação monitória. A
indisponibilidade é uma prerrogativa da Fazenda, uma vez que o dever de pagar tributo é
constitucional.
● Súmula STJ 559: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial
com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto na LEF.
● Só é possível a declaração de prescrição intercorrente depois de ouvir o credor.
o Em execução fiscal, em caso de valor inferior ao estabelecido pelo Ministro da
Fazenda, é desnecessário ouvir a Fazenda.
452 ● A garantia do juízo em execução fiscal deve abranger os honorários advocatícios que, embora
não constem da certidão de dívida ativa, venham a ser arbitrados judicialmente.
● EXECUÇÃO FISCAL: em se tratando de execuções não embargadas, o STJ fixou: A inércia da
Fazenda exequente, ante a intimação regular para promover o andamento do feito e a
observância dos artigos 40 e 25 da LEF, implica a extinção da execução fiscal ex officio.
● Não cabe exceção de pré-executividade para alegação de sócio cujo nome consta na CDA de
que não houve a prática de nenhuma das circunstâncias do artigo 135 do CTN
(responsabilidade pessoal), pois demanda dilação probatória.
o Se o sócio figura como responsável na CDA, haverá presunção relativa de que
a informação lá constante é certa e legítima, de modo que se revelará
necessária a dilação probatória para derruir a presunção da CDA, caminho não
condizente com a via da exceção de pré-executividade.
● A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é de ser cabível a fixação de honorários de
sucumbência quando a Exceção de Pré-Executividade for acolhida para extinguir total ou
parcialmente a execução, em homenagem aos princípios da causalidade e da sucumbência.
● Justiça Estadual não julga mais execução fiscal proposta pela Fazenda Nacional em caráter
delegado da competência da Justiça Federal. Só irá julgar as antigas.
● O reforço da penhora não pode ser deferido ex officio, a teor dos artigos 15, inciso II, da LEF
e do art. 685 do CPC/73
● Súmula 394 STJ: É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de
renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração
anual.
● Não pode haver remissão de ofício pelo magistrado, analisando isoladamente o valor cobrado
em uma execução fiscal, sem questionar a Fazenda Pública sobre a existência de outros
débitos que somados impediriam o contribuinte gozar de determinada remissão prevista em
lei.
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● Súmula 190 STJ: Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda
Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais
de justiça
● Súm 558 STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o
argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG/CNPJ da parte executada.
● Súm 559 STJ: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com
demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6 da LEF.
● Para que haja interrupção da prescrição intercorrente, a Fazenda não pode simplesmente se
manifestar com o intuito de movimentar o feito, requerendo penhora online via BACENJUD,
expedição de mandado de livre penhora, quando já realizadas tais diligências e não
comprovada a alteração da situação fática do executado, vez que são “Movimentos
mecânicos” do feito.
o É necessário verdadeira efetivação de diligências capazes de, concretamente,
localizar bens do executado, tendo, assim, o condão de interromper a
prescrição intercorrente.
● Segundo o art. 8º da Lei nº 12.514/2011, para que os Conselhos Profissionais ajuízem
execução fiscal cobrando anuidades em atraso, é necessário que o total da quantia
executada seja de, no mínimo, quatro vezes o valor da anuidade. Mesmo sem poder executar
a dívida, o Conselho Profissional poderá adotar uma outra sanção contra o inadimplente:
poderá suspender ou cancelar seu registro profissional. Assim, o fato de os conselhos não
poderem executar dívidas inferiores a quatro vezes o valor cobrado anualmente da pessoa
física ou jurídica inadimplente, não impede que seja feita a suspensão ou o cancelamento do
453 registro do profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está previsto
no art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 12.514/2011. No caso específico dos Engenheiros e
Arquitetos, o cancelamento do registro somente pode acontecer desde que o atraso seja de,
no mínimo, duas anuidades consecutivas.
● O prazo prescricional para cobrança das anuidades pagas aos conselhos profissionais tem início
somente quando o total da dívida inscrita, acrescida dos respectivos consectários legais, atingir
o patamar mínimo estabelecido pela Lei 12.514/2011. Ex: João está devendo as anuidades de
2011, 2012, 2013; as anuidades de 2014, 2015 e 2016 foram pagas; assim, somente em 2017
atingiu-se o valor mínimo exigido pelo art. 8º da Lei, ocasião em que o Conselho ajuizou a
execução; o termo inicial da prescrição somente se iniciou em 2017
● Na ação de execução fiscal, frustradas as diligências para localização de outros bens em nome
do devedor e obedecida a ordem legal de nomeação de bens à penhora, não cabe ao
magistrado recusar a constrição de bens nomeados pelo credor fundamentando a decisão
apenas na assertiva de que a potencial iliquidez deles poderia conduzir à inutilidade da
penhora.
● A constatação posterior ao ajuizamento da execução fiscal de que a pessoa jurídica executada
tivera sua falência decretada antes da propositura da ação executiva não implica a extinção do
processo sem resolução de mérito. Isso porque a mera declaração de falência não implica em
extinção da personalidade jurídica da sociedade empresária. Ademais, a massa falida tem
exclusivamente personalidade judiciária, sucedendo a empresa em todos os seus direitos e
obrigações. Em consequência, o ajuizamento contra a pessoa jurídica, nessas condições,
constitui mera irregularidade (erro de fato ou erro material).
● Súmula 583-STJ: O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002,
dirigido aos débitos inscritos como dívida ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional ou por ela cobrados, não se aplica às execuções fiscais movidas pelos conselhos de
fiscalização profissional ou pelas autarquias federais.
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● A suspensão do lapso prescricional de 180 (cento e oitenta dias) a partir da inscrição do débito
em Dívida Ativa, prevista no artigo 2º, §3º, da Lei 6.830/1980, somente é aplicável para as
dívidas de natureza não tributária.
● O parcelamento do débito tributário suspende a execução fiscal – pois proporciona uma
paralisação temporária da exigibilidade do crédito tributário –, mas não suspende os
respectivos embargos à execução fiscal. É que quando o contribuinte parcela o crédito
tributário, há uma confissão da dívida, transmitindo, pois, reflexos nos processos vinculados à
dívida.
o Repetitivo: Na esfera judicial, a renúncia sobre os direitos em que se funda a
ação que discute débitos incluídos em parcelamento especial deve ser
expressa, porquanto o preenchimento dos pressupostos para a inclusão da
empresa no referido programa é matéria que deve ser verificada pela
autoridade administrativa, fora do âmbito judicial. Logo, a adesão ao
parcelamento não conduz na renúncia sobre o direito, de sorte que é
indevida a extinção com resolução de mérito dos embargos à execução, MAS
o Não subsiste interesse em agir do contribuinte em continuar o debate
travado nos embargos à execução, quando adere a programa de
parcelamento do débito tributário, levando, pois, a extinção da ação, sem
resolução de mérito
454 ● Artigo 135 do CTN: responsabilidade pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatudos.
o Hipóteses: obrigações tributárias resultantes de infração à lei.
▪ Súmula 435 STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, com presunção relativa ao ser constatada pelo
oficial de justiça, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
▪ Cabe aos sócios gerentes demonstrar que não agiram com dolo, fraude, ou excesso.
A dissolução irregular da sociedade inverte o ônus da prova quanto à atuação
irregular do sócio (dolo, culpa, fraude, excesso de poder), de modo que deixa de ser
do exequente e passa ao executado. Presunção juris tantum de dissolução irregular.
▪ Obrigação dos gestores da empresa manter atualizados os respectivos cadastros
junto aos órgãos de registro público e ao Fisco.
▪ Cabível em dívida de natureza não tributária quando dissolvida irregularmente,
sendo desnecessário provar o DOLO por parte do sócio. Resp 1371128. -
REPETITIVO
▪ Em execução fiscal de dívida ativa tributária ou não-tributária, dissolvida
irregularmente a empresa, está legitimado o redirecionamento ao sócio-gerente.
o Requisitos: excesso de poder, infração à lei, contrato social ou estatuto.
▪ Necessidade de ser sócio administrador no momento da ocorrência do fato
gerador. (ESTÁ SUSPENSO NO STJ. TEMA AFETADO EM REPETITIVO)
- 1ª corrente: SIM. É a posição tradicional do STJ, ainda adotada pela 1ª Turma. AgRg
no AREsp 729.285/SC, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 06/08/2015. Para que
haja o redirecionamento é necessário o preenchimento de duplo requisito: a) que a
pessoa exerça gerência no momento da ocorrência do fato gerador; e b)
simultaneamente, que também exerça a gerência no instante em que houve a
dissolução irregular.
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- 2ª corrente: NÃO. É a nova posição da 2ª Turma do STJ. REsp 1.520.257-SP, Rel. Min.
Og Fernandes, julgado em 16/6/2015 (Info 564). Segundo essa corrente, o que
desencadeia a responsabilidade tributária é a infração de lei evidenciada na
existência ou presunção de ocorrência de referido fato. Por essas razões, é
irrelevante para a definição da responsabilidade por dissolução irregular (ou sua
presunção) a data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, bem
como o momento em que vencido o prazo para pagamento do respectivo débito.
o Prescrição para requerer o redirecionamento: divergência no termo incial.
▪ Actio nata: a partir do conhecimento pela Fazenda do ato ilícito que viole o seu
direito, que enseje o redirecionamento da execução fiscal. (defender esta tese em
AGU)
▪ Citação da Pessoa Jurídica: a partir da citação, pois a citação interrompe a
prescrição em relação aos sócios-gerentes, segundo o CTN. Assim, transcorrido 5
anos da citação da pessoa jurídica, prescreve a pretensão executória da Fazenda
em relação aos sócios.
o Jurisprudências de redirecionamento:
▪ Inaplicável o redirecionamento da execução fiscal para cobrança de FGTS pela
Fazenda Nacional, uma vez que o FGTS não possui natureza tributária, não se
aplicando o CTN.
▪ A responsabilidade é dos administradores e gerentes, e não dos sócios.
▪ Súmula 430 STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não
455 gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
▪ Lei ordinária não pode imputar responsabilidade solidária aos sócios em relação às
contribuições sociais devidas pela pessoa jurídica, uma vez que tal matéria deve ser
tratada por meio de LEI COMPLEMENTAR, em respeito ao 146, III, CF. Assim, não
existe responsabilidade pessoal dos sócios de sociedades por quotas de
responsabilidade limitada em relação a débitos previdenciários.
▪ O redirecionamento ao sócio/administrador não importa no afastamento da
responsabilidade da pessoa jurídica, nem seu desligamento do feito, justamente
pela manutenção da condição de contribuinte como sujeito passivo da dívida
tributária, pois a responsabilidade é solidária. Os dois ficam no polo passivo.
▪ Só cabe aos sócios com poderes de gestão/administração. Aos sócios quotistas não.
▪ Havendo indicação do nome do sócio/administrador na Certidão da Dívida Ativa
como corresponsável tributário, a jurisprudência do STJ considera o
redirecionamento legítimo em razão da presunção de legitimidade do título. A
fazenda deve indicar o motivo da indicação do nome do administrador na CDA.
Presunção relativa.
▪ Se a retirada do sócio ocorre em data anterior ao encerramento irregular da
sociedade, tal fator não se presta a fazê-lo suportar as dívidas fiscais assumidas,
ainda que contraídas no período em que participava da administração da empresa.
Aguardar julgamento no STJ do repetitivo.
▪ Em liquidação, todos os sócios respondem pelos tributos.
▪ Todas as espécies tributárias sujeitam-se às normas gerais de direito tributário,
cabendo o redirecionamento da execução, inclusive contribuições.
▪ Falência não é causa de redirecionamento, pois é algo legal.
▪ A responsabilidade tributária regulada no artigo 135 do CTN não constitui hipótese
de desconsideração da personalidade jurídica, não se submetendo ao incidente
previsto no artigo 133 do CPC/2015. O redirecionamento da execução fiscal para o
sócio-gerente prescinde do incidente de desconsideração da personalidade jurídica
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13.11.2.2. FGTS
O empregador deve informar mensalmente ao empregado sobre os depósitos efetuados.
O empregado, dependentes, sucessores, e o sindicato possuem legitimidade ativa para
cobrar em juízo o depósito dos valores devidos de FGTS.
Não serão inscritos em dívida ativa da união os débitos de um mesmo devedor que sejam
iguais ou inferiores a MIL reais.
É vedado o ajuizamento de execução fiscal de FGTS inferior à 20 mil reais.
É possível que o empregado ajuíze ação contra o empregador para discutir qualquer valor.
Atualmente, quem:
o Fiscaliza o pagamento: Ministério do Trabalho.
o Quem mantém em depósito: CEF.
o Quem executa judicialmente: PGFN
o LEI 8844
o LC110
o Correção do FGTS é TR: A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem
disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de
456 atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir
o mencionado índice.
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questionando os critérios adotados na concessão. A nota emitida pela AGU teve efeito similar
ao de um parecer e, por isso, não impediu o fluxo do prazo decadencial, não podendo ser
classificada como "exercício do direito de anular", para os fins do § 2º do art. 54 da Lei nº
9.784/99. Vale ressaltar que, no caso concreto, não ficou demonstrada má-fé do interessado.
Além disso, não houve flagrante inconstitucionalidade na concessão de anistia, mas sim nova
interpretação da Administração Pública quanto ao efetivo enquadramento como anistiado
político.
● Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do
cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º). O
prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado
afronta diretamente a Constituição Federal. O art. 236, § 3º, da CF é uma norma
constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 8.935/1994 ela já tinha plena
eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na atividade
notarial e de registro. STF. Plenário. Não há direito adquirido ou impossibilidade de revisão
de direito quando o ato for inconstitucional.
● Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência
hierárquica sobre a nomeação. Provimento efetivo.
● Conselheiro do Tribunal de Contas não é considerado como CARGO POLÍTICO. Portanto, aplica-
se a súmula vinculante 13.
● Norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento
efetivo, mas só cargos comissionados, pois poderia inibir o provimento efetivo. Ex: pai Juiz e
457 ● filho analista judiciário concursado.
As leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública não são de iniciativa exclusiva do
Chefe do Poder Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares. Ademais, a
vedação ao nepotismo prescinde de lei, sendo fruto do princípio da moralidade estampado
na CR.
● O costume, como fonte, somente é admitido se for praeter legem, ou seja, quando está de
acordo com a lei, uma vez que não há caráter inovador, possuindo mero caráter de orientação
ou indicação da ação estatal. Logo, o costume é fonte mitigada, temperada.
● Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade servem como verdadeiro parâmetro de
aferição da constitucionalidade material dos atos estatais. STF.
● O Estado só pode buscar satisfazer seu próprio interesse (secundário) quando este não
conflitar com os interesses públicos primários (interesse dos indivíduos).,
● Inconstitucional lei estadual que preveja exceção à súmula vinculante 13. É desnecessário lei
formal para que haja vedação ao nepotismo, uma vez que a proibição decorre diretamente dos
princípios do artigo 37 da Constituição Federal.
● Pelo princípio da delegação de competência, nem sempre a delegação é para uma pessoa
jurídica diversa. Por este princípio há a transmissão de poderes decisórios atribuídos
originalmente à autoridade superior para a autoridade subordinada, caracterizando-se pelo
caráter transitório e facultativo, processando-se segundo o ordenamento jurídico e mediante
ato próprio. Entretanto, a delegação pode ser dada perfeitamente para pessoa que não esteja
em sua linha hierárquica.
o Súm. 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
o Assim, a responsabilidade no caso de delegação é da autoridade a qual os
poderes foram acometidos.
● O que caracteriza um sistema ou outro é a predominância, e não a exclusividade da
JURISDIÇÃO COMUM (sistema de jurisdição única) ou da jurisdição especial (sistema de
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data de sua entrada em vigor, ou seja, na data de sua publicação, em 01/02/1999. Assim, caso
o ato ilegal tenha sido praticado antes da Lei nº 9.784/99, a Administração teve o prazo de 5
anos a contar da vigência da aludida norma para anulá-lo.
● “Súmula 346: A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.”
● “Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.”
● Lei nº 9.784/99, “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.”
● Elementos vinculados do ato administrativo: COFIFO – Competência, Forma, Finalidade.
● Caso seja realizada uma portaria por dois órgãos, para revogar este ato, os dois órgãos
deverão se manifestar. Trata-se de ato administrativo complexo que, por simetria, somente
pode ser revogado pelos dois órgãos.
● Teoria dos motivos determinantes: o motivo apontado deve ter correlação com os fatos.
Assim, se um ato administrativo não exigir motivação, mas este for motivado, deve ser
verídico, sob pena de invalidação.
● O prazo de anulação, revogação é DECADENCIAL (arat. 54 da lei do PA)
● A decadência administrativa é uma forma de convalidação involuntária dos atos
administrativos, uma vez que se trata de perda do direito de anulação do ato ilegal
460 (ressalvada a hipótese de atos de má-fé)
● Ato administrativo de má-fé do administrado não admite convalidação (art. 54 da lei 9784).
o Teoria da evidência: é impossível convalidar vícios manifestos, evidentes e
graves, assim considerados aqueles que não suscitam discordância quando da
edição do ato e dispensam conhecimento técnico de profissionais do direito
para sua caracterização.
o EX: servidor de determinada carreira que é transferido para cargo de carreira
diversa por ato administrativo (impossível convalidar) – manifesta ilegalidade.
● 1) Extinção natural decorre do cumprimento regular dos propósitos do ATO ADMINISTRATIVO;
2) Extinção por desaparecimento do objeto ou beneficiário; 3) Caducidade: superveniência de
lei que impede a situação com que a Administração consentiu antes; 5) Cassação: decorre do
descumprimento de condições necessárias à manutenção do ato administrativo (ato vinculado
e sancionatório); 6) anulação/invalidação: reconhecimento de ilegalidade do ato 7) Revogação:
por motivos de conveniência e oportunidade.
● A delegação não precisa estar prevista em lei para poder ser realizada, a lei fala que pode ser
delegada se não houver impedimento legal.
● A Licença é ATO VINCULADO. Uma vez preenchidos os requisitos, a administração deverá
concedê-la. OBS: no direito ambiental não é assim. A Licença ambiental é discricionária da
administração.
● Conceitos jurídicos vagos são utilizados na regulação da finalidade dos atos administrativos.
● A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos de polícia, ou seja, não está
presente em todos os atos administrativos.
● Nem todo ato administrativo ilegal será obrigatoriamente invalidado, podendo haver
convalidação caso o vício seja sanável.
● O controle do mérito é privativo da Administração Pública e não se submete à
sindicabilidade do Judiciário. Este só pode verificar a legalidade.
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servidor público já punido administrativamente não pode ser julgado novamente para que sua
pena seja agravada, mesmo que fique constatado que houve vícios no processo e que ele
deveria receber uma punição mais severa.
● Admite-se o exame da proporcionalidade e da razoabilidade da penalidade imposta ao
servidor, porquanto se encontra relacionada com a própria legalidade do ato administrativo.
● A sentença proferida no âmbito criminal somente repercute na esfera administrativa quando
reconhecida a inexistência material do fato ou a negativa de sua autoria.
Assim, se a absolvição ocorreu por ausência de provas, a administração não está vinculada à
decisão proferida na esfera penal.
● É possível a ampliação da acusação durante o Processo Administrativo Disciplinar em
decorrência de fatos novos, desde que sejam respeitados o contraditório e ampla defesa,
oferecendo oportunidade de o acusado exercer a sua defesa, e desde que conste da indicação
os fatos detalhadamente descritos.
● A nulidade do processo administrativo disciplinar somente deve ser declarada quando houver
efetiva demonstração de prejuízo sofrido pela defesa do servidor. Pás de nullité sans grief.
● As irregularidades verificadas no processo disciplinar, para justificarem a sua anulação, devem
ser graves a ponto de afetar as garantias do devido processo legal, dependendo, portanto, da
efetiva demonstração de prejuízos à defesa do servidor, segundo o princípio da
instrumentalidade das formas (pas de nullité sans grief). STJ. 3ª Seção. RO nos EDcl nos EDcl no
MS 11.493/DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 25/10/2017.
● Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só
462 causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. STJ. 1ª Seção. Aprovada em
13/09/2017, DJe 18/09/2017.
● É pacífico na jurisprudência que a alteração da capitulação jurídica da imputação no curso do
Processo Administrativo Disciplinar não enseja qualquer nulidade, uma vez que o acusado
exerce sua defesa através dos fatos descritos, e não de sua capitulação jurídica.
● Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante
a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
● É permitido motivação aliunde que é a que se limita a concordar com parecer, informação,
decisão ou proposta anterior. STJ e artigo 50, II e V da lei do PA.
o Em penal é vedado a motivação per relationem genérica, que apenas confirma
decisão anterior, podendo usar a motivação per relationem, desde que faça
referência concreta às peças que pretende encampar, transcrevendo partes
que julgar interessantes para legitimar o raciocínio lógico que embasa a
conclusão a que se quer chegar.
o Acolher uma fundamentação não implica, necessariamente e sempre, a
ausência de motivação do juiz, a demonstrar desconhecimento do processo. O
que se deve anular é a decisão carente de apreciação pessoal acerca dos
pontos e das questões relevantes do processo. A sentença, para ser anulada
sob tal perspectiva, deve padecer de ausência patológica de originalidade,
isto é, deve demonstrar a falta de apreciação judicial da matéria, diante da
ausência de fundamentação própria ou de laconismo desmedido na
apreciação de questões de alguma complexidade.
● Fischer entende pela desnecessidade do pedido de condenação, bastando a descrição fática,
de modo que caberá ao Juiz verificar a adequação típico-normativa. O pedido, como visto,
resume-se à condenação. Mais que isso: ainda que a acusação se limite a descrever os fatos e
requerer sentença declaratória da responsabilidade penal, poderá o juiz pronunciar-se pela
condenação, nos limites da Lei aplicável ao fato. Não se exige sequer que a acusação deva
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apontar com rigoroso acerto o tipo penal aplicável aos fatos que narra e imputa ao réu. Se a
classificação foi equivocada, poderá o juiz corrigi-la, como analisado ao exame do dispositivo
anterior...”
o A rigor, então, se faltar na denúncia o pedido de condenação ou mesmo o de
correta aplicação da lei, sequer se poderá falar em inépcia da peça acusatória,
segundo os termos do art. 41 do CPP. Parece-nos que, salvo na hipótese da Lei
nº 9.099/95, não haveria qualquer risco de prejuízo à defesa a ausência da
referência expressa ao pedido de condenação.
● Durante o processo administrativo instaurado para apurar a legalidade de determinada
gratificação, a Administração Pública pode determinar, com fundamento no poder cautelar
previsto no art. 45 da Lei nº 9.784/1999, a suspensão do pagamento da verba impugnada até
a decisão definitiva do órgão sobre a sua validade no âmbito do procedimento aberto.
● A AGU pode defender o servidor público quando este atua em legalidade, uma vez que o ato é
imputado ao próprio ente. De outro lado, incabível a defesa quando é imputado crime contra
a Administração, uma vez que a conduta não é imputável ao Estado. A responsabilidade penal
é pessoal por excelência, não havendo interesse público em eventual defesa. Artigo 22 da Lei
9028.
● Recurso hierárquico impróprio é dirigido à administração direta, e depende de disposição legal
expressa.
● É legal a instauração de procedimento disciplinar, julgamento e sanção, nos moldes da Lei nº
8.112/90, em face de servidor público que pratica atos ilícitos na gestão de fundação privada
463 ● de apoio à instituição federal de ensino superior.
Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar,
desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a
ampla defesa. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017. Este “empréstimo” da
prova é permitido mesmo que o processo penal ainda não tenha transitado em julgado? SIM. É
possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente
produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo
criminal não repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente
entre as instâncias. STJ. 2ª Turma. RMS 33628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
2/4/2013 (Info 521).
● O termo inicial da prescrição é a data do conhecimento do fato pela autoridade competente.
Isso significa que, quando ela toma conhecimento, inicia-se a contagem do prazo. A contagem
desse prazo prescricional é interrompida com a publicação do primeiro ato instauratório válido
(seja a abertura da sindicância ou a instauração do PAD). No entanto, essa interrupção não é
definitiva, considerando que se passarem 140 dias sem que o PAD seja julgado, o prazo
prescricional recomeça a correr por inteiro. STJ. 1ª Seção. MS 21.669/DF, Rel. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 23/08/2017.
● O termo inicial da prescrição é a data do conhecimento do fato pela autoridade competente
para instaurar o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e não a ciência de qualquer
autoridade da Administração Pública.
● A instauração de processo disciplinar contra servidor efetivo cedido deve ocorrer,
preferencialmente, no órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade. Por outro
lado, o julgamento e a eventual aplicação de sanção só podem ocorrer no órgão ao qual o
servidor efetivo estiver vinculado. Ex: João é servidor efetivo (técnico judiciário) do TJDFT e foi
cedido para um cargo em comissão no STJ. Quando ainda estava prestando serviços no STJ,
João praticou uma infração disciplinar. A Instauração do PAD deverá ser feita
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preferencialmente pelo STJ. Por outro lado, o julgamento do servidor e aplicação da sanção
deverão ser realizados obrigatoriamente pelo TJDFT. STJ. Corte Especial. MS 21991-DF, Rel.
Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em
16/11/2016 (Info 598).
● As informações obtidas por monitoramento de e-mail corporativo de servidor público não
configuram prova ilícita quando relacionadas com aspectos "não pessoais" e de interesse da
Administração Pública e da própria coletividade, especialmente quando exista, nas disposições
normativas acerca do seu uso, expressa menção da sua destinação somente para assuntos e
matérias afetas ao serviço, bem como advertência sobre monitoramento e acesso ao conteúdo
das comunicações dos usuários para cumprir disposições legais ou instruir procedimento
administrativo. STJ. 2ª Turma. RMS 48665-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 15/9/2015
(Info 576).
● O art. 170 da Lei nº 8.112/90 prevê que, mesmo estando prescrita a infração disciplinar, é
possível que a prática dessa conduta fique registrada nos assentos funcionais do servidor. O
STF e STJ entendem que esse art. 170 é INCONSTITUCIONAL por violar os princípios da
presunção de inocência e da razoabilidade. STF. Plenário. MS 23262/DF, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 23/4/2014 (Info 743). STJ. 1ª Seção. MS 21598-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 10/6/2015 (Info 564).
● O servidor que realizou a sindicância pode também determinar a instauração de processo
disciplinar, designando a comissão processante, e, ao final dos trabalhos, aprovar o relatório
final? NÃO. O STJ decidiu que o servidor que participou das investigações na sindicância e
464 concluiu que o sindicado havia cometido a infração disciplinar, tanto que determinou a
instauração do PAD, não pode, posteriormente, ser a autoridade designada para aprovar o
relatório final produzido pela comissão no processo administrativo, uma vez que ele já
formou seu convencimento no sentido da culpabilidade do acusado.
● Determinado servidor público federal recebeu pena de demissão em processo administrativo
disciplinar contra si instaurado. O servidor interpôs recurso administrativo contra a decisão
proferida. Ocorre que, antes mesmo de ser julgado o recurso, a Administração Pública já
cessou o pagamento da remuneração do servidor e o afastou das funções. É possível que a
sanção aplicada seja desde logo executada mesmo que ainda esteja pendente recurso
interposto no âmbito administrativo? SIM. É possível o cumprimento imediato da penalidade
imposta ao servidor logo após o julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso
administrativo cabível. Não há qualquer ilegalidade na imediata execução de penalidade
administrativa imposta em PAD a servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado
em julgado administrativamente Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
suspensivo, a juízo da autoridade competente.
● Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver proveito
econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido (no caso, eram
apenas R$ 40,00). Isso porque não incide, na esfera administrativa, o princípio da
insignificância quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990
● Após o relatório ter sido produzido pela comissão, ele deverá ser apresentado ao servidor
processado para que este possa impugná-lo? Existe previsão na Lei nº 8.112/90 de alegações
finais a serem oferecidas pelo servidor após o relatório final ter sido concluído? NÃO. Não é
obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o relatório final
de processo administrativo disciplinar. Inexiste previsão na Lei nº 8.112/1990 de intimação
do acusado após a elaboração do relatório final da comissão processante.
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● EP e SEM, quando licitarem, devem preferir a modalidade pregão no caso de aquisição de bens
e serviços comuns.
● EP que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços sujeita-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas. – Art. 173.
● Em SEM, o capital público deve ser majoritário, bem como o direito a voto, mas a parte
majoritária pode ser oriunda de pessoa jurídica privada integrante da administração. Ex:
SEM, EP.
● Em EP o capital público pode ser de empresa privada integrante da administração pública.
● EP que explore serviços públicos terá regime jurídico de direito público. – art. 175
● A responsabilidade civil das Empresas Estatais que prestem serviços públicos é objetiva.
Assim, nem todas EP terão responsabilidade objetiva, nos termos do 37, §6º da CF. As que
exploram atividade econômica possuem as mesmas regras de responsabilidade das empresas
privadas (subjetiva).
● O tempo de serviço prestado por servidor público federal em empresa pública ou sociedade
de economia mista, conta-se apenas para efeitos de aposentadoria e disponibilidade, sendo
que para o cômputo para outros fins é necessária a autorização expressa de lei.
● Dentre os procedimentos auxiliares às licitações realizadas por EP e SEM encontra-se a pré-
qualificação permanente, que terá validade de um ano, no máximo, podendo ser atualizada a
qualquer tempo. Seu objetivo e identificar fornecedores com a qualificação necessária para o
fornecimento,
● ATENÇÃO: Sociedade de Economia Mista só pode adotar Sociedade Anônima como tipo
societário. Empresa Pública, de outro lado, pode adotar qualquer tipo societário.
469 ● Competência para ação contra Sociedade de Economia Mista é da Justiça Estadual, salvo:
o Se a União intervier como assistente ou opoente: Justiça Federal
o Se for mandado de segurança contra ATO ADMINISTRATIVO de S.E.M
Federal.
▪ Sendo mero ato operacional/financeiro, não há ato de AUTORIDADE
federal, mas sim de empregado exercendo suas funções privadas. Ex:
edital de concurso público do BB.
● As ações (valores mobiliários) dos entes públicos em EP e SEM federais não se sujeitam à
desapropriação, salvo autorização por decreto do presidente da república.
● Para uma EP ser considerada federal, a maioria do capital votante deve ser da União.
● Os contratos das Agências de Correios Franqueadas em vigor em 27 de novembro de 2007 que
não sejam precedidos de licitação possuem eficácia até que as novas avenças sejam firmadas,
ainda que descumprido o prazo estabelecido pelo art. 7º, parágrafo único, da Lei nº
11.668/2008. Trata-se de respeito à continuidade do serviço público.
● Correios, sua natureza e características:
o Possui possibilidade de equiparação parcial à Fazenda Pública por expressa
disposição no DL 509/69.
o Foi recepcionado artigo 12: A ECT gozará de isenção de direitos de importação de
materiais e equipamento destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos
à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade tributária, direta ou indireta,
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente a foro,
prazos e custas processuais.
o A atividade prestada pela ECT é eminentemente um serviço público, podendo ter
prerrogativas face às demais empresas públicas e sociedades de economia mista.
● Lei 13.303/16, é uma lei de caráter NACIONAL, pois abrange as estatais de todos os entes da
federação. Regula todas as EP e SEM, de atividade econômica e de serviços públicos, ainda que
a atividade esteja sujeita ao monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
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● São aplicáveis às EP e SEM as disposições da lei 6404 e as normas da CVM sobre escrituração e
elaboração de demonstrações financeiras.
● EP e SEM estão sujeitas à elaboração de carta anual para transparência, contendo inúmeras
informações.
● A EP não poderá lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em
ações.
● Lembre-se: EP e SEM não são criadas por lei, mas AUTORIZADAS, sendo estas criadas da
mesma forma que uma empresa particular, mediante registro de seus atos constitutivos nos
órgãos competentes.
● Mesmo que uma sociedade de economia mista esteja sofrendo intervenção do BACEN,
compete à justiça estadual julgar as ações ajuizadas contra esta SEM.
● É constitucional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS e
FUNDAÇÕES à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Simetria à CF.
o STF: disposições legais que imponham exigência de aprovação
legislativa prévia para a exoneração de ocupante do cargo de
presidente de autarquia são inconstitucionais.
o É inconstitucional exigir essa prévia aprovação da ALE se os
dirigentes forem de EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE
ECONOMIA MISTA. Trata-se de gestão estratégica do Chefe do
Executivo, de modo que não é cabível interferência do Legislativo.
● Para a contratação de serviços relacionados diretamente a sua atividade fim, a empresa
pública exploradora de atividade econômica não precisa realizar procedimento licitatório.
470 ● Súmula 517 STF: As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal quando a
União intervem como assistente ou opoente.
● A nova lei das EP e SEM dispõe que “o administrador de empresa pública e de sociedade de
economia mista é submetido às normas previstas na Lei 6.404 (S.A).” Segundo a Lei da S.A:
Consideram-se administradores da empresa pública e da sociedade de economia mista os
membros do Conselho de Administração e da diretoria.
● A EP e SEM deverá ser autorizada com lei que indique o relevante interesse coletivo ou o
imperativo de segurança nacional determinado no artigo 173 da CF.
● É admitida em SEM, desde que a maioria do capital votante seja de entes políticos, a
participação de outras pessoas jurídicas de Direito Público, como autarquias.
● O Conselho de Administração não é totalmente composto de membros independentes.
● Todas as EP e SEM de capital fechado e suas subsidiárias estão sujeitas à lei da S.A e da CVM.
● Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de
sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX
do art. 37 da Constituição Federal.
● Art. 11. A empresa pública não poderá:
o I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários,
conversíveis em ações;
o II - emitir partes beneficiárias.
● O contrato de franquia pode ocorrer no âmbito da administração pública indireta e visa à
prestação de serviço uti singuli, aplicando-se ao contrato, subsidiariamente, as regras da Lei de
Franquia Empresarial.
14.5.6. Consórcios e convênios
● Consórcio público
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● Convênios:
o Acordos entre Administração e entidades com vontades convergentes,
aplicando a 8666 no que couber.
472 o Deve haver prévia aprovação do plano de trabalho proposto pela organização
interessada.
o Todos os termos do acordo firmado serão cientificados ao Poder Legislativo.
É só cientificar, e não ratificação ou autorização do Legislativo. (STF: fere o
princípio da independência e harmonia dos poderes) é igual em tributário,
no que concerne aos convênios do CONFAZ.
o Os saldos repassados enquanto não utilizados serão depositados na caderneta
de poupança se maior do que um mês, ou em fundo de aplicação se menor do
que um mês.
o Extinto o convênio, todo montante remanescente será devolvido ao órgão
público que repassou o recurso.
o Não deve ser precedida de procedimento licitatório, vez que trata-se de
convergência de vontades, podendo ser firmado diretamente.
14.5.7. Terceiro Setor
● As entidades paraestatais, terceiro setor, entes de cooperação estatal, não integram a
estrutura estatal e tendo natureza privada, não se servem das prerrogativas inerentes à
Fazenda Pública.
● Os Serviços Sociais Autônomos, criados por lei, não prestam serviço público delegado, mas
sim serviço de utilidade pública. São pessoas jurídicas de direito privado.
o STJ diz que tem que licitar. TCU diz que não precisa licitar, mas que deve
observar os princípios da administração, permitindo uma edição de
regulamentos próprios, adotando um procedimento de menor complexidade
para contratação, conforme o artigo 119, parágrafo único da lei de licitações.
● Terceiro Setor: entes de cooperação, paraestatais, que prestam serviços de utilidade pública
não exclusivos do estado, por meio de convênio, em regra.
o O.S: contrato de gestão (vem primeiro no alfabeto); discricionário; Min
de Estado ou titular de órgão supervisor da área; Conselho de
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dos órgãos e das entidades extintos terão garantidos todos os direitos e vantagens
decorrentes do respectivo cargo ou emprego e integrarão quadro em extinção nos órgãos ou
nas entidades indicados no Anexo II, sendo facultada aos órgãos e entidades supervisoras, ao
seu critério exclusivo, a cessão de servidor, irrecusável para este, com ônus para a origem, à
organização social que vier a absorver as correspondentes atividades, observados os §§ 1º e 2º
do art. 14.
● O afastamento do certame licitatório não exime o administrador público da observância dos
princípios constitucionais, de modo que a contratação direta das Organizações Sociais deve
observar critérios objetivos e impessoais, com publicidade de forma a permitir o acesso a
todos os interessados.
● Sobre a nova lei de organizações da sociedade civil, não se aplica:
I - às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções
internacionais conflitarem com esta Lei;
III - aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os
requisitos previstos na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998; OS
IV - aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos
termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal;
V - aos termos de compromisso cultural referidos no § 1º do art. 9º da Lei no 13.018, de 22 de
julho de 2014;
474 VI - aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse
público, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
OSCIP
IX - aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em
favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:
a) membros de Poder ou do Ministério Público;
b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública;
c) pessoas jurídicas de direito público interno;
d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública;
X - às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.
Não pode ser OSCIP: instituições religiosas voltadas à disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais; fundações públicas; empresas de plano
de saúde.
14.6. Serviços Públicos
A concessão de serviços. Conceito, características. Direitos do concedente e do
concessionário. Equilíbrio do contrato. Formas de extinção. As permissões e autorizações. As
parcerias da Administração Pública. Parcerias público-privadas.
● PRESCRIÇÃO CONTRA CONCESSIONÁRIO DE SERVIÇO PÚBLICO: 5 ANOS!!! A própria lei de
SERVIÇOS PÚBLICOS, 9494, prevê este prazo, de modo que não se aplica o prazo de 3 anos
para pleitear danos, disposto no CC.
● Compete a UNIÃO explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão a:
o Navegação área.
o Aeroespacial.
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o Infraestrutura aeroportuária.
● Caducidade: independe de indenização prévia. “Instaurado o PAD e comprovada a
inadimplência do contratado, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente,
independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo. A indenização é
posterior, dos investimentos não amortizados ou depreciados.
● Encampação: A encampação é uma das formas de extinção unilateral dos contratos de
concessão de serviço público pelo concedente (Poder Público) com fundamento em razões de
interesse público. Por esta razão, depende sempre de lei autorizativa específica e prévio
pagamento de indenização.
o Não confundir encampação com caducidade, que decorre da inexecução total
ou parcial do contrato de concessão pela concessionária.
● As concessionárias de serviço público devem oferecer, no mínimo, SEIS datas para pagamento
para os usuários.
● As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da remuneração do
parceiro privado for paga pela Administração Pública dependerão de autorização legislativa
específica.
● II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de CONCORRÊNCIA, à PESSOA JURÍDICA ou CONSÓRCIO DE
EMPRESAS que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
● IV - permissão de serviço público: a delegação, a TÍTULO PRECÁRIO, mediante licitação, da
475 prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
● Interrupção dos serviços públicos:
o Emergência, sem aviso.
o Inadimplemento do usuário, mediante aviso prévio, considerado o interesse público.
o Razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, mediante aviso prévio.
● A divulgação em três emissoras de rádio com cobertura no Município do usuário desse serviço,
dias antes da suspensão, satisfaz a exigência prevista na lei para que haja a interrupção do
serviço público.
● A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de
emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no
art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95
● Não é legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando:
o A inadimplência do consumidor decorrer de débitos pretéritos
apurados posteriormente pela concessionária;
o O débito originar-se de suposta fraude no medidor de consumo de
energia apurada unilateralmente pela concessionária e;
▪ É possível a interrupção em fraude, observado o contraditório
e ampla defesa, constatando, com a fraude, débitos atuais.
o Inexistir aviso prévio ao consumidor inadimplente.
● A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina
hidrelétrica. A União possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato de concessão, tendo
em vista o interesse público, não se podendo invocar direito líquido e certo a tal prorrogação.
Dessa forma, a prorrogação do contrato administrativo insere-se no campo da
discricionariedade. A Lei nº 12.783/2013 subordinou a prorrogação dos contratos de
concessão de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica à aceitação expressa de
determinadas condições. Se estas são recusadas pela concessionária, a Administração
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Pública não é obrigada a renovar a concessão. A Lei nº 12.783/2013 pode ser aplicada para a
renovação de contratos ocorrida após a sua vigência mesmo que a assinatura do pacto original
tenha ocorrido antes da sua edição.
● É possível o corte da energia elétrica por fraude no medidor, desde que cumpridos alguns
requisitos. Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no
aparelho medidor atribuída ao consumidor, desde que apurado em observância aos princípios
do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte administrativo do fornecimento do
serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do
consumo recuperado correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação
da fraude, contanto que executado o corte em até 90 (noventa) dias após o vencimento do
débito, sem prejuízo do direito de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de
cobrança da dívida, inclusive antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso
repetitivo) (Info 634)
É competência da justiça federal MS contra ato de entidade privada concessionária do
serviço de fornecimento de energia elétrica, acerca da interrupção do fornecimento de
energia elétrica, sendo dirigido contra entidade não integrante da Administração Federal.
Fundamento: a interrupção foi praticada na competência delegada à União, do artigo 21, XII,
b, CF, não configurando mero ato de gestão. Passível, portanto, de MS.
14.6.1. Parceia Público Privada
É vedado à administração pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de
476 propósito específico. Isso não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital votante da
sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em
caso de inadimplemento de contratos de financiamento.
Tanto a concessão patrocinada (tarifa do usuário + recurso público) como a administrativa (só
recurso público, só a adm. é usuário) deverão constituir sociedade de propósito específico.
Em PPP, ao contrário das licitações normais, os autores ou responsáveis economicamente pelo
projeto, estudo, levantamentos e investigações poderão participar, direta ou indiretamente,
da eventual licitação ou execução de obras ou serviços.
Os contratos de PPP poderão prever a possibilidade de emissão de empenho em nome dos
financiadores da do projeto em relação às obrigações pecuniárias da Administração Pública. É
possível que o parceiro público autorize a transferência do controle ou a administração
temporária da sociedade de propósito específico aos seus financiadores.
O contrato deverá prever a repartição de riscos entre a Administração e a PPP, inclusive os
referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária.
Só nas concessões patrocinadas em que mais de SETENTA 70% do capital for paga pela
administração dependerá de autorização legislativa específica.
PPP é sempre concorrência, com inversão nas fases de habilitação e julgamento. Primeiro esta,
depois aquela.
Na PPP é obrigatório a submissão do edital e de contrato à consulta pública, mediante
publicação na imprensa, jornal.
14.7. Intervenção do Estado na propriedade
Formas de intervenção do Estado na propriedade. Limitações administrativas, tombamento,
requisição, servidão e desapropriação. Fundamentos e requisitos constitucionais para as
desapropriações. Espécies de desapropriações. Proteção ao patrimônio histórico, artístico e
cultural. Desapropriações por utilidade ou necessidade pública ou por interesse social,
desapropriações por interesse social para fins de reforma agrária. O art. 243 da CF/88.
Retrocessão. Desapropriação indireta. Procedimento expropriatório.
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14.7.1. Desapropriação
● Artigo 1376 do Código Civil: No caso de extinção do direito de superfície em consequência de
desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor
correspondente ao direito real de cada um.
● A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua
utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
● Autorização legislativa: Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e
Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas,
em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
o § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições
e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e
se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por
decreto do Presidente da República.
● As ações societárias dos entes em EP e SEM federais não se sujeitam à desapropriação, salvo
autorização por decreto do presidente da república.
● O promissário comprador do imóvel tem direito de receber a indenização no caso deste imóvel
ter sofrido desapropriação indireta, ainda que esta promessa não esteja registrada no Cartório
de Registro de Imóveis.
● A União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que o arrendatário objetive
ser indenizado pelos prejuízos decorrentes da desapropriação por interesse social, para a
reforma agrária, do imóvel arrendado.
477 ● Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, ficar constatado que a área
medida do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá
indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em Juízo até
que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o pagamento
a quem de direito. A indenização devida deverá considerar a área efetivamente desapropriada,
ainda que o tamanho real seja maior do que o constante da escritura, a fim de não se
configurar enriquecimento sem causa em favor do ente expropriante.
● Ação de indenização em desapropriação indireta (esbulho por parte da Adm.) prescreve em:
o 10 anos, quando sob a égide do CC 2002. Isto porque, até que a administração
não adquira o imóvel pela usucapião extraordinária, em 10 anos (usucapião
extraordinária com obras públicas), a parte pode requerer a ação de
desapropriação indireta para ser indenizada.
o Sob a égide do CC 1916, é de 20 anos
● É possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em
julgado, desde que ainda não tenha havido o pagamento integral do preço do imóvel e o
imóvel possa ser devolvido sem alteração substancial que impeça que seja utilizado como
antes. Havendo algum dano, deverá indenização ao particular. É ônus do expropriado provar a
existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação, como por exemplo,
inutilidade da propriedade por culpa da administração.
● O STJ considera, ainda, que “a mais-valia divide-se em ordinária (todos os imóveis lindeiros à
obra valorizam-se na mesma proporção) ou extraordinária (um ou alguns se valorizam mais
que outros sujeitos à mais-valia ordinária).
o Na hipótese de valorização geral ordinária, o Poder Público tem em mão o
instrumento legal da contribuição de melhoria e,
o Diante da valorização geral extraordinária, tem a desapropriação por zona ou
extensiva (art. 4º do DL n. 3.365/1941).”
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● O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas
hipóteses em que o fato gerador é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. Só
responde pelos tributos posteriores (contribuições e taxas de conservação do imóvel).
● Desapropriação é forma de aquisição originária e, uma vez incorporado à Fazenda Pública, não
podem ser reivindicados, ainda que fundada em NULIDADE do processo de desapropriação.
Qualquer ação, resolver-se-á em perdas e danos.
● Súmula 617 do STF: A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a
diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
● Os honorários em ação de desapropriação indireta são de 0,5% a 5%, devendo ser aplicado os
artigos 1º e 3º da do DL 3365. Declarado constitucional na ADI 2332. Não se aplica o
previsto no art. 85, §6º, do CPC no que tange aos honorários advocatícios. Vale a regra da
especialidade, cabendo ao juiz fixar nessas ações honorários no percentual entre 0,5% e 5%.
● Os municípios têm o DEVER, e não faculdade, de exigirem do proprietário do solo urbano não
edificado que promova seu adequado aproveitamento, utilizando, caso necessário, da
edificação compulsória, do IPTU progressivo e da desapropriação.
● A contestação somente poderá versar sobre: a) vício do processo judicial, como questões
processuais e; b) impugnação do preço, valor da indenização. Não há que se falar sobre o
interesse público ou não na desapropriação.
o Art. 9o Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir
se se verificam ou não os casos de utilidade pública.
o Qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta.
● § 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando
478 feitas com autorização do expropriante.
● Prazo de caducidade do decreto – prazo para promover a desapropriação:
o Utilidade pública: 5 anos. Após este prazo, somente decorrido um ano poderá
ser objeto de nova declaração.
o Interesse social: 2 anos.
● Imissão na posse:
o Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada em juízo, o juiz
mandará imiti-lo provisoriamente na posse.
o A alegação de urgência obriga o expropriante a requerer a imissão provisória
na posse em 120 dias.
o O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do
fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito
feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido
no art. 34
o O levantamento do preço será deferido mediante prova de propriedade, de
quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação
de editais, com o prazo de 10 dias, para conhecimento de terceiros.
o Se houver concordância, reduzida a termo, do expropriado, a decisão
concessiva da imissão provisória na posse implicará a aquisição da
propriedade pelo expropriante com o consequente registro da propriedade na
matrícula do imóvel. Na hipótese deste artigo, o expropriado poderá levantar
100% (cem por cento) do depósito de que trata o art. 33 deste Decreto-Lei. A
concordância escrita do expropriado não implica renúncia ao seu direito de
questionar o preço ofertado em juízo.
● Juros compensatórios:
o ADI 2332 e art. 15-A: Constitucional juros compensatórios a partir da imissão
provisória na posse no percentual de 6% a.a ou 0,5% a.m.
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14.7.2. Tombamento
● STF: é possível o tombamento por ato legislativo, e o Estado pode tombar bem da União.
Todos os entes podem tombar quaisquer bens.
● Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá,
na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade,
nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o
objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do mesmo objeto.
● A norma que previa ordem no direito de preempção dos bens tombados foi revogada pelo CPC
2015.
14.7.3. Limitações administrativas
● A pretensão reparatória do esvaziamento do conteúdo econômico da propriedade decorrente
de limitações administrativas prescreve em cinco anos, nos termos do art. 10, parágrafo único,
do Decreto-Lei n. 3.365/1941.
o Limitação administrativa é diferente de desapropriação. Esta é uma
intervenção de direito real, enquanto aquela de direito pessoal. Isto posto, os
danos causados pela limitação devem ser objeto de ação de direito pessoal,
cujo prazo prescricional é de cinco anos, e não de direito real, que seria o caso
da desapropriação indireta.
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reconhecido, legitimamente, pelo Poder Público. Caso não possua justo título,
logicamente, não serão indenizáveis as benfeitorias
A concessão de uso especial para fins de moradia se concede especificamente para fins de
moradia. Já a urbanização, industrialização, edificação, cultivo de terra ou outra utilização de
interesse social pode-se firmar concessão de direito real de uso (CDRU), prevista no Decreto-
Lei nº 271/67.
A EC 46/05 introduziu no ordenamento a exceção à regra geral de propriedade das ilhas
costeiras (propriedade da União). Com essa EC, deixam de pertencer à União as ilhas costeiras
em que sediados entes municipais, expressamente ressalvadas as áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal e as referidas no artigo 26, II”.
o E o laudêmio que a União cobrava de quem tinha terreno de marinha e
morava nele? Para de cobrar? STF: os terrenos de marinha são bens da União,
nos termos do art. 20, VII, da CF, ainda que localizados em ilhas costeiras sede
de Municípios. A Suprema Corte entendeu que a Emenda Constitucional nº
46/2005, alterou o incido IV do artigo 20, mas nada interferiu no regime
jurídico constitucional dos terrenos de marinha, definidos constitucionalmente
no inciso VII, do mesmo artigo, da CF.
o Conclui-se a situação jurídica dos terrenos de marinha localizados em ilhas
costeiras com sede de município não foi alterada pelo o advento da Emenda
Constitucional nº 46/2005, permanecendo sobre a propriedade da União,
sendo possível a cobrança de foro, laudêmio e taxa de ocupação pelo ente
federal.
483 Valor do domínio pleno da União, para efeitos de cobrança do foro, da taxa de ocupação, do
laudêmio e de outras receitas extraordinárias, será determinado de acordo com:
o Áreas Urbanas: valor venal fornecido pelos Municípios, e DF para áreas
urbanas;
o Área Rural: valor da terra nua, fornecido pelo INCRA.
Somente os veículos da Administração Direta são registrados como oficiais. Como os conselhos
profissionais compõem a Administração Indireta, seus carros não recebem o mesmo
tratamento jurídico daqueles denominados por lei como veículos oficiais
(dolo ou culpa), pessoalmente, sendo o prazo prescricional para pretensão de reparação civil
de três anos contado da lavratura do ato registral ou notarial.
Somente a culpa exclusiva da vítima permite excluir a responsabilidade. A culpa concorrente
atenua, mas não exclui.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que “a coisa
julgada na instância penal constitui o termo inicial da contagem do prazo de prescrição da ação
de indenização em face do Estado. (...) Funda-se a jurisprudência no fato de que nesses casos o
termo a quo é o trânsito em julgado da sentença condenatória penal, porquanto a reparação
do dano ex delicto é consequente, por isso que, enquanto pende a incerteza quanto à
condenação, não se pode aduzir à prescrição, posto instituto vinculado à inação.
o Lembrar que nos casos de prescrição de pretensão executória do processo
administrativo disciplinar, também se aplica este entendimento, uma vez que,
se o fato também é criminoso, não se sabe se a sentença condenará, ocasião
em que a prescrição será regulada pela prescrição penal, ou se absolverá,
ocasião em que a prescrição será regida pela lei 8.112.
A jurisprudência do STJ é pacificada no sentido de que a prescrição quinquenal, disposta no
art. 1º do Decreto 20.910/1932, é inaplicável aos danos decorrentes de violação de direitos
fundamentais, que são imprescritíveis, principalmente quando ocorreram durante o Regime
Militar, época na qual os jurisdicionados não podiam deduzir a contento suas pretensões.
● Responsabilidade de estado por morte de detento. Deve pagar em dinheiro, e não em
remissão de pena:
o O Estado responde de forma objetiva por suas omissões, sendo que o nexo de
484 causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos particulares só
restará caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal específico
de agir para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa
obrigação legal.
● O ato lícito da administração pode causar prejuízos, sendo que nestes casos, o fundamento
para indenização será o princípio da isonomia. Se for danoso, será considerado dano anormal.
● É constitucional o artigo 71, §6º da lei de licitações, cujo texto veda que, pela só inadimplência
do contratado, seja a responsabilidade por suas dívidas trabalhistas, fiscais e comerciais
transferidas à administração pública contratante.
o A Administração será responsável quando ocorrer em culpa in eligendo e in
vigilando em relação ao contratado.
o Não há transferência automática de responsabilidade para a Administração,
devendo a culpa desta ser demonstrada pelo reclamante.
● A responsabilidade, sendo objetiva, pode decorrer de ato LÍCITO. É o dano anormal,
mencionado acima.
● Mesmo atos normativos ou gerais, quando imponham prejuízo exagerado à pessoas
determinadas, podem ser causa da responsabilidade civil.
o Ex: A União é responsável por danos ocorridos em virtude de alteração de
plano econômico, mormente quando, apesar de toda sociedade se submeter,
atinge pessoa ou grupo de pessoas gravemente, como no caso VARIG,
concessionária de serviço público.
● “O prazo para ajuizamento da ação regressiva será de sessenta dias a partir da data em que
transitar em julgado a condenação imposta à Fazenda.” Entretanto, parte da doutrina afirma
que “o direito de regresso do Estado em face do agente público surge com o efetivo
pagamento da indenização à vítima. ”
● A doutrina não admite responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por agentes de
fato necessários (situação de calamidade ou emergência), uma vez que não se pode invocar,
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aqui, a teoria da aparência. Nada obsta, contudo, que o Estado seja responsabilizado pelo mau
funcionamento do serviço que gerou a calamidade.
o Já pelo agente de fato “putativo”, que é aquele que se passa por funcionário
concursado, há responsabilidade.
● Os danos, ainda que decorrente de agente público, é responsabilidade SOLIDÁRIA da Fazenda
Pública e do agente, na esfera do direito material (942, p.u, CC). Não obstante, na esfera
processual, tenha a teoria da dupla garantia, deve a ação ser proposta contra a Pessoa Jurídica
de Direito Público.
● Prescrição para ressarcimento de danos causados ao erário:
o Ilícitos civis: há regular prescrição da reparação do ilícito civil.
o Ilícitos administrativos (decorre de improbidade): é imprescritível o
ressarcimento ao erário quando a IMPROBIDADE FOR DOLOSA. Ilícito que
decorra de sua função! STF 2018.
▪ São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na
prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade
Administrativa.
o Improbidade: as sanções prescrevem conforme a lei de improbidade.
● Contra particular não há demanda de ressarcimento imprescritível, aplica-se o 206, §3º, V, do
código civil (3 anos)
● Responsabilidade do Estado pelos atos do PODER JUDICIÁRIO:
o Ação Penal: o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, bem como
485 aquele que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
o Ação Cível: só aos atos funcionais do juiz, e não aos atos jurisdicionais, que são
atacados via recurso. Ex: retardar processo sem justa causa, deixa de atender
advogados
● Pode ser doloso ou culposo:
o Doloso: responsabiliza-se o Estado, e o juiz responde regressivamente por
perdas e danos – art. 143 do CPC.
o Culposo: cabe nos criminais, desde que haja prejuízo. Cível, só nos funcionais.
(divergência doutrinária)
● Para o STF, o Estado responde de forma objetiva pelas suas omissões. No entanto, o nexo de
causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos particulares só restará
caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal específico de agir para impedir o
evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa obrigação legal. Trata-se da omissão
específica.
● Na omissão genérica a responsabilidade é subjetiva: omissão estatal + dano + nexo causal +
culpa administrativa (o serviço não funcionou, funcionou de forma tardia ou ineficiente). Ad ad
impossibilia nemo tenetur (ninguém está obrigado ao impossível): exclui a responsabilidade
civil do Estado.
o Como exemplo: rebeliões, ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos
casos em que não é possível ao Estado agir para evitar a morte do detento
(que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo
de causalidade, afastando-se a responsabilidade do Poder Público, sob pena
de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao
arrepio do texto constitucional.
● A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor
público gera o dever de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado a
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continuar exercendo suas funções por mais tempo do que o necessário. Exemplo de demora
excessiva: mais de 1 ano.
● As pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviço público possuem responsabilidade civil
objetiva em todos os danos causados por seus USUÁRIOS e TERCEIROS, e não somente aos
usuários.
● A violência urbana é ato de terceiro, causando quebra de nexo de causalidade, cuja
demonstração é necessária a fim de se cara caracterizar a responsabilidade objetiva do Estado.
Aqui, assemelha-se aos fatos imprevisíveis, atos de terceiros. Para se caracterizar a
responsabilidade objetiva deve ser imputada uma atuação omissiva direta ao Estado, sendo
esta a causadora do dano. Sem prova da culpa, não há como responsabilizar empresa
concessionária de transporte, já que ela assume a condição de lesada juntamente com os
passageiros.
● Os atos de multidões não são atribuíveis ao Estado como responsável civil, uma vez que são
terceiros em relação ao Estado, bem como, por não ser o estado garantidor universal dos bens
particulares.
o Só há que se falar em culpa da administração no caso de omissão culposa
devidamente comprovada
● No caso de garantia de integridade física das pessoas pelas quais o Estado se torna responsável
(ex: detento, professor ao dar aula), a responsabilidade é OBJETIVA, e não subjetiva, que é a
regra na omissão. Nestes casos há o dever específico de agir. É objetiva porque há nexo de
causalidade em função do dever constitucional de guarda.
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hipóteses em que a lei atribui responsabilidade objetiva para atos omissivos, como nos casos
em que há o dever legal de agir, dever legal de proteção, etc.
● É imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral decorrentes de
atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção.
● PARTICULAR ou CONCESSIONÁRIA QUE PRESTA SERVIÇO PÚBLICO: CIIIIIIIIIIIIIIINCO ANOS!!!!
5 anos! 5 anos! 5 anos! DISSE O STJ!!! Embasou sua decisão na ESPECIALIDADE, pois a lei 9494
diz que são 5 anos. Ademais, frise-se que não se trata de aplicar à concessionária de serviço
público o disposto no Decreto 20.910/1932, que dispõe sobre a prescrição contra a Fazenda
Pública, mas sim de utilizar a regra voltada especificamente para as hipóteses de danos
causados por agentes da administração direta e indireta.
● Dano para fins de responsabilidade civil do Estado:
o Deve ser certo: deve haver a caracterização do dano.
o Deve haver especialidade do dano: onera situação particular de um ou alguns
indivíduos, não podendo ser genérico (para sociedade).
o Deve ter situação de anormalidade: superar meros agravos patrimoniais
normais ao convívio social.
o Ressarcimento: decorre de ato ilícito e dano material.
o Reparação: decorre de ato ilícito e dano moral.
o Indenização: decorre de ato lícito, dirigido a uma perda ou prejuízo, e não a
um dano. Ex: desapropriação.
● A teor do art. 37, §6º, da Constituição Federal, a responsabilidade civil do Estado é objetiva.
487 Isso para as ações, pois às omissões se aplica a tradicional responsabilidade subjetiva, segundo
a doutrina e a jurisprudência dominantes.
● Assédio sexual e transporte público: embora nenhum sistema de transporte público seja
imune a ocorrência de assédio, é certo que os inúmeros casos de assédio sexual que ocorrem
diariamente nos transportes públicos brasileiros são facilitados pela má prestação dos
serviços. É dizer, a falta de um número adequado de veículos ou vagões, a superlotação dos
transportes, o baixo número de agentes aptos a fiscalizar a prestação de serviço, facilitam a
ocorrência de casos de assédio sexual, fazendo com que ele passe a ser um risco da atividade
do transporte público. Assim, em virtude da baixa qualidade do serviço prestado, a ocorrência
do assédio sexual dentro do transporte público se qualifica como um fortuito interno, apto a
ensejar a responsabilização da transportadora. Quem cria um ambiente ideal para o
cometimento de assédio sexual, assume o risco de que ele seja cometido, fazendo com que o
assédio faça parte dos ricos normais do transporte. Vítima de assédio sexual em transporte
público pode processara concessionária de serviço público. Há legitimidade.
● Nexo causal: é exigido tanto na modalidade objetiva como na modalidade subjetiva.
o Teoria da equivalência das condições: toda e qualquer circunstância que haja
concorrido para produzir o resultado é considerada como causa.
o Teoria da causalidade adequada: apenas admite como causa o antecedente
abstratamente idôneo à produção do efeito danoso.
o Teoria da causalidade direta ou imediata / teoria da interrupção do nexo
causal: é apenas o antecedente fático que, ligado por um vínculo de
necessariedade ao resultado danoso, determinasse este último como
consequência sua, direta e imediata.
▪ As clássicas teorias sobre o nexo causal não se aplicam à
responsabilidade por dano ambiental, pois esta é objetiva e integral. O
nexo causal aqui é tido como um fator aglutinante, a permitir que o
risco da atividade se integre na unidade do ato. Tal consideração exclui
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14.10.Controle Administrativo
Controle dos atos da Administração. Controle administrativo e jurisdicional. Limites do
controle jurisdicional. O controle da Administração Pública pelos Tribunais de Contas.
Formas, características e limites. Mandado de Segurança. Ação Popular. Ação Civil Pública.
● O controle dos atos administrativos pelo judiciário só pode ser no aspecto da legalidade.
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públicas) não podem gerar sanções da União contra o Estado, diante da ausência de ingerência
direta do Executivo sobre eles.
o A premissa aplica-se para repasse de recursos por meio de convênio.
o A premissa aplica-se para transferências voluntárias, quando outro ente que
não o Executivo não cumpre os limites de gasto com pessoal na LRF. Assim, o
estado não pode ser responsabilizado.
Importante mencionar que, em caso de eventuais sanções por descumprimento da LRF, haverá
suspensão de repasses tão somente das TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS, excetuando-se
aquelas relativas às ações de educação, saúde e assistência social.
O princípio da intranscendência subjetiva das sanções inibe a aplicação de severas sanções às
administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. Comprovada a
adoção de providências contra ex-prefeito para reparar os danos eventualmente cometidos,
preserva-se o Município do constrangimento de ser incluído no rol dos inadimplentes.
Desrespeito ao limite de despesa com pessoal por órgão diverso da Administração Direta.
Princípio da intranscendência das sanções. Insubsistência da medida restritiva ao Poder que
não possui ingerência administrativa sobre o órgão descumpridor.
Não prestado contas de recursos ou sua incongruência enseja inscrição do ente no cadastro
restritivo.
Se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão previstos
repasses federais, o fato de um dos entes integrantes do consórcio possuir pendência inscrita
no CAUC não pode impedir que o consórcio receba os valores prometidos. Isso porque o
consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos entes federativos que o integram e,
491 segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições impostas não podem
superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar outras
pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato. Assim, o fato de ente
integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações para
Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração
de convênio, à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC 101/2000.
Deve ser precedida da garantia ao Estado-membro do devido processo legal, especialmente
ampla defesa e contraditório.
Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros
restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são
tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. 2018 STJ
14.10.2. Tribunais de Contas
STF: É inconstitucional a norma local (estadual) que estabeleça a competência de tribunal de
contas para realizar exame prévio de validade de contratos com a Administração Pública.
o Em âmbito federal, os contratos passam previamente pelo TCU.
● STJ: As multas impostas pelos Tribunais de Contas Estaduais, ainda que impostas em desfavor
de autoridade municipal, será cobrada pelo Estado e revertida a este, e não aos Municípios. As
multas aplicadas pelos Tribunais de Contas Estaduais deverão ser revertidas ao ente público
com o qual a Corte tenha ligação, mesmo se impostas a gestor municipal. A solução adequada
é proporcionar ao próprio ente estatal a que esteja vinculado o Tribunal de Contas a
titularidade do crédito decorrente da cominação da multa por ela aplicada no exercício de seu
mister.
● O processo administrativo no Tribunal de Contas que julga admissões de servidores públicos
deve assegurar aos interessados o contraditório e a ampla defesa considerando que poderá
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revogação, mas não sua concessão. Ademais, não há como anular aquilo que
não foi, sequer, concedido
▪ EXCEÇÃO: se demorar mais de 5 anos pra apreciar o ato de concessão
de aposentadoria há que haver contraditório. Conta-se com a chegada
do PA no TCU
● O TCU possui, com base nos poderes implícitos, competência para determinar medidas
cautelares com a finalidade de prevenir eventual prejuízo ao erário ou até mesmo para
garantir a efetividade de sua decisão final. Possibilidade de decretação de indisponibilidade
de bens pelo TCU, por um ano, mesmo sem oitiva da parte prejudicada sempre em decisão
fundamentada quando necessária à paralisação imediata de situação que possa causar lesão
ao interesse público ou para garantir a utilidade prática de processo que tramita na Corte de
Contas.
● TCU SUSTA – execução de ATO ADMINISTRATIVO.
● TCU solicita ao CONGRESSO para SUSTAR o CONTRATO ADMINISTRATIVO, que deverá tomar
providências em 90 dias, junto com o executivo. Findo o prazo, cabe ao TCU decidir.
● SÚM TCU 286: a pessoa jurídica de direito privado destinatária de transferências voluntárias de
recursos federais feitas com vistas à consecução de uma finalidade pública responde
solidariamente com seus administradores pelos danos causados ao erário na aplicação
desses recursos.
● O Tribunal de Contas da União possui competência para declarar a ilegalidade de acordo
extrajudicial firmado entre particulares e o Poder Público e determinar devolução de valores
recebidos, conforme entendimento do STF.
494 ● O Controle interno da execução orçamentária é exercido pelos órgãos internos criados pelos
poderes da União, e não pelo TC. Esse controle interno auxiliará os TC no controle externo.
● Tanto as contas de governo quanto as contas de gestão do Chefe do Poder Executivo são
julgadas pelo Poder Legislativo, não cabendo ao Tribunal de Contas julgar. Ao TC só cabe
emissão de parecer técnico, que possui natureza meramente OPINATIVA.
● O TC não auxilia no controle interno da execução orçamentária. O controle interno auxilia o
controle externo.
● O disposto no art. 54 da Lei 9.784/99 aplica-se às hipóteses de auditorias realizadas pelo TCU
em âmbito de controle de legalidade administrativa. Em outras palavras, ao realizar controle
de legalidade administrativa, o TCU somente poderá questionar a validade de atos que não
tenham mais de 5 anos. ATENÇÃO, aqui é diferente de Poder de Polícia, conforme abaixo:
o O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se
a previsão do art. 1º da Lei nº 9.873/99. Caso esteja sendo imputada ao agente
público a conduta omissiva de ter deixado de tomar providências que eram de
sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no cargo,
perdurou a omissão. No momento em que o agente deixou o cargo, iniciou-se
o fluxo do prazo prescricional.
o O prazo prescricional da lei 9873 não se restringe a regular a prescrição de
pretensão estatal referente ao exercício do Poder de Polícia.
o A lei do TCU é omissa, mas o STF diz que por isso não torna imprescritível.
Aplica-se a prescrição quinquenal da lei 9873. Embora se refira a poder de
polícia, a lei aplica-se à competência sancionadora da União em geral.
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Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos que porventura tenham
sido causados ao erário.
● Nas ações de improbidade, não vige o princípio da correlação, adstrição ou congruência
entre sentença e pedido. Deve haver, na causa de pedir, narração detalhada do ato de
improbidade, o que é suficiente para a identificação e individualização da demanda, bem como
para a defesa do réu, à semelhança do que ocorre com o processo penal e em alguns
procedimentos cíveis, como a ação popular e as ações objetivas de controle de
constitucionalidade. O juiz irá analisar as sanções a serem aplicadas, conforme o caso.
● Art. 9º. Atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente público: exige
DOLO.
● Art. 10. Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário: pode ser DOLO ou, no mínimo,
CULPA.
● Art. 11. Atos de improbidade que atentam contra princípios da administração pública: exige
DOLO.
● Novidade legislativa: pratica ato de improbidade administrativa o Prefeito que, no prazo
máximo de 2 (dois) anos a contar da vigência da lei 13425, deixar de editar normas especiais
de prevenção e combate a incêndio e a desastres para locais de grande concentração e
circulação de pessoas.
● É admissível a prova emprestada extraída de inquérito policial ou ação penal, com a finalidade
de instruir ação de improbidade.
● Absolvição em processo administrativo não vincula o juízo criminal nem o juízo da ação de
improbidade. STJ.
496 ● Condenação em danos morais em ação de improbidade – STJ: cabível, seja pela frustração
trazida pelo ato ímprobo na comunidade, seja pelo desprestígio efetivo causado à entidade
pública que dificulte a ação estatal, devendo a aferição do dano ser efetuada no caso concreto.
o TRF4 não aceita, pois entende que, em sede de improbidade administrativa, as
sanções são exaustivamente previstas em lei, não havendo previsão para dano
moral coletivo.
o Há teoria que não aceita, sob o argumento de que não há dano psicológico.
o Em direito ambiental foi melhor tratado, em sede de ações coletivas.
● O periculum in mora nas ações de improbidade, para fins de decretação de indisponibilidade é
presumido, uma vez que o réu pode dilapidar seu patrimônio.
● É possível, em situações excepcionais, enquadrar o consultor jurídico ou parecerista como
sujeito passivo numa ação de improbidade administrativa. Para isso, é preciso que a peça
opinativa seja apenas um instrumento, dolosamente elaborado, destinado a possibilitar a
realização do ato ímprobo. Faz-se necessário que desde o nascedouro, a má-fé tenha sido o
elemento subjetivo condutor da realização do parecer.
● É possível a demissão de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo
disciplinar. Infração disciplinar grave que constitui ato de improbidade é causa de demissão
do servidor, em processo administrativo, independente de processo judicial prévio.
● Não prestar declaração de bens no prazo estipulado ou prestar declaração de bens falsa
sujeita o agente público à pena de demissão. (art. 13) CAIU NO TRF3-2018
● Superior Tribunal de Justiça concluiu que a contagem do prazo prescricional para o particular
deveria seguir a mesma regra que para o agente público, nos termos do art. 23, da LIA,
inclusive considerando a natureza temporária ou efetiva do vínculo.
● TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA: é título executivo extrajudicial. De ambas as partes,
não há direito subjetivo em sua assinatura. Trata-se de uma conciliação.
● Prescrição de ressarcimento de danos ao erário / prescrição que corre contra a Fazenda
Pública:
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depoimento pessoal nos autos de inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para
apuração de suposta conduta ímproba não viola o disposto no art. 33, IV, da LC nº 35/79
(LOMAN).
o A mera solicitação não se confunde com a intimação do juiz. Trata-se de um
mero pedido que pode ou não ser atendido pelo magistrado. Assim, o
Parquet pode solicitar o depoimento de magistrados em sede de inquéritos
civis, mas o juiz poderá decidir a seu critério, livre de qualquer ônus
processual, se irá comparecer ou não no depoimento
● A perda de mandato legislativo independe de votação pela casa do parlamentar quando esta
se der em virtude de condenação por improbidade administrativa, uma vez que esta suspende
os direitos políticos.
● A aplicação das penas de perda da função pública e de ressarcimento integral do dano em
virtude da prática de ato de improbidade administrativa NÃO se situa no âmbito do poder
disciplinar da administração pública, uma vez que cabe ao judiciário aplicar as penas em
virtude de IMPROBIDADE. A administração só pode aplicar as penas previstas para os atos
administrativos praticados, conforme a lei.
● Em caso de ação de improbidade administrativa que envolva dois ou mais réus, o prazo
prescricional de 5 anos previsto no art. 23 da Lei nº 8.429/92 deve ser contado de forma
individual. O art. 23 é claro no sentido de que o início do prazo prescricional ocorre com o
término do exercício do mandato ou cargo em comissão, sendo tal prazo computado
individualmente, mesmo na hipótese de concurso de agentes, haja vista a própria natureza
subjetiva da pretensão sancionatória e do instituto em tela. STJ. 2ª Turma. REsp 1230550/PR,
499 Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/02/2018.
● A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não impede a
adjudicação de um determinado bem ao credor que executa o devedor comum com
substrato em título executivo judicial.
● É cabível indisponibilidade sobre bem de família, vez que não se trata de constrição ou
penhora, mas mera indisponibilidade sobre o bem.
● A jurisprudência do STJ pacificou orientação no sentido de que a decretação de
indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da LIA não depende da individualização
dos bens pelo Parquet, podendo recair sobre aqueles adquiridos antes ou depois dos fatos
descritos na inicial, bem como sobre bens de família. ”
● A indisponibilidade pode alcançar tantos bens quantos necessários a garantir as consequências
financeiras da prática de improbidade, mesmo os adquiridos anteriormente à conduta ilícita,
excluídos os bens impenhoráveis assim definidos por lei, salvo quando estes tenham sido,
comprovadamente, adquiridos também com produto da empreitada ímproba, hipótese em
que se resguarda apenas os essenciais à subsistência do indiciado/acusado.
● A indisponibilidade de bens poderá abranger, inclusive, o valor da multa civil.
● É firme no sentido de que a prescrição para a punição de prefeito reeleito por ato de
improbidade administrativa somente inicia a sua contagem depois do término do segundo
mandato, ainda que a conduta em análise tenha sido praticada no curso do primeiro mandato.
● O ato de improbidade vai além da mera legalidade. A improbidade é ilegalidade tipificada e
qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente. Ou seja, a má-fé é premissa do ato
ilegal e ímprobo.
o Em suma: a ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta
antijurídica ferir os princípios constitucionais da Administração Pública e se
somar à má intenção do administrador
● Natureza jurídica: ilícito civil. STJ: a ação de improbidade tem natureza cível-administrativa.
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● À Exceção do presidente da república, poderão ser sujeitos ativos dos atos de improbidades
uma infinidade de pessoas, todo aquele que exerce qualquer função pública,
independentemente de remuneração. O presidente é julgado pelo Senado, por crime de
responsabilidade.
● Ação de improbidade típica: além do ressarcimento ao erário, objetiva a aplicação das sanções
político-civis.
● Ação de improbidade atípica: é limitada ao ressarcimento ao erário em decorrência da prática
de ato de improbidade.
● STJ: a prática de atos lesivos ao patrimônio de empresas públicas sujeita-se às disposições da
Lei 8429, por se tratar de entidade instituída e mantida com recursos públicos, bem como o
MP possui legitimidade para propositura da ação de improbidade.
● De acordo com a orientação jurisprudencial do STJ, existindo meros indícios de cometimento
de atos enquadrados como improbidade administrativa, a petição inicial da ação de
improbidade deve ser recebida pelo juiz, pois, na fase inicial prevista no art. 17, §§ 7º, 8º e 9º
da Lei nº 8.429/92, vale o princípio do in dubio pro societate, a fim de possibilitar o maior
resguardo do interesse público (AgRg no REsp 1.317.127-ES). Assim, após o oferecimento de
defesa prévia, somente é possível a pronta rejeição da pretensão deduzida na ação de
improbidade administrativa se houver prova hábil a evidenciar, de plano: • a inexistência de
ato de improbidade; • a improcedência da ação; ou • a inadequação da via eleita.
● A suspensão do processo do artigo 315 do CPC possui caráter facultativo, não sendo uma
imposição do julgador. Assim, se tramitar ação penal, o juiz poderá ou não suspender a ação
de improbidade.
500 ● Determinado Município ajuizou Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa contra o ex-
prefeito da cidade, sob o argumento de que este, enquanto prefeito, firmou convênio com
órgão/entidade federal e recebeu recursos para aplicar em favor da população e, no entanto,
não prestou contas no prazo devido, o que fez com o que o Município fosse incluído no
cadastro negativo da União, estando, portanto, impossibilitado de receber novos recursos
federais. Esta ação de improbidade administrativa deverá ser julgada pela Justiça Federal ou
Estadual?
o Regra: compete à Justiça Estadual (e não à Justiça Federal) processar e julgar
ação civil pública de improbidade administrativa na qual se apure
irregularidades na prestação de contas, por ex-prefeito, relacionadas a verbas
federais transferidas mediante convênio e incorporadas ao patrimônio
municipal.
o Exceção: será de competência da Justiça Federal se a União, autarquia
federal, fundação federal ou empresa pública federal manifestar
expressamente interesse de intervir na causa porque, neste caso, a situação
se amoldará no art. 109, I, da CF/88.
● De quem será a competência para julgar ação de improbidade em caso de desvio de verbas
transferidas pela União ao Município por meio de convênio?
o Se, pelas regras do convênio, a verba transferida deve ser incorporada ao
patrimônio municipal, a competência para a ação será da Justiça Estadual
(Súmula 209-STJ).
o Ao contrário, se o convênio prevê que a verba transferida não é incorporada
ao patrimônio municipal, ficando sujeita à prestação de contas perante o
órgão federal, a competência para a ação será da Justiça Federal (Súmula 208-
STJ).
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A aplicação das sanções independe de aprovação/rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo TCU, bem como da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
quanto à pena de ressarcimento ao erário (prejuízo ao erário), em que deve comprovar o
501 dano.
Em regra, para a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da
Lei nº 8.429/92 exige-se a presença do efetivo dano ao erário. Exceção: no caso da conduta
descrita no inciso VIII do art. 10, não se exige a presença do efetivo dano ao erário. Isso
porque, neste caso, o dano é presumido (dano in re ipsa). STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
1542025/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/06/2018. Art. 10 (...) VIII - frustrar
a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo
regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de
improbidade administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de
responsabilidade. O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal
em relação às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade
administrativa. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901).
STJ: aplica-se à prefeitos e governadores, exceto ao Presidente da República
(impeachment/responsabilidade/senado). Não há bis in idem nem incompatibilidade entre a
responsabilização política e criminal estabelecida no DL 201/67 (prefeitos).
É imprescindível que no polo passivo da ACPIA esteja um agente público partícipe do ilícito
sob pena de descaracterização do ato de improbidade administrativa.
A Lei 8.429/92 determina, expressamente (arts. 1 e 3º) a responsabilização de todos, agentes
públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta. Contudo, não havendo agente público
concorrendo para a prática do ato de improbidade, resta ao legitimado o manejo da ACP
comum, visando ao ressarcimento dos eventuais prejuízos causados ao patrimônio público.
O STJ diz:
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a. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular figurar
sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa. (REsp 1155992/PA, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/03/2010, DJe 01/07/2010)
b. De acordo com a jurisprudência do STJ, é inviável o manejo da ação civil de improbidade
exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo
passivo da demanda. (REsp 1409940/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 04/09/2014, DJe 22/09/2014)
c. Inviável, contudo, o manejo da ação civil de improbidade exclusivamente e apenas contra
o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da
demanda. (REsp 1171017/PA, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
25/02/2014, DJe 06/03/2014)
STJ – Considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas por atos
ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de uma
demanda de improbidade, ainda que desacompanhada de seus sócios. (REsp 970.393/CE, Rel.
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe 29/06/2012)
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Admissão, pelo STJ, de indisponibilidade de bens recair sobre bem de família e bens
adquiridos a qualquer tempo, inclusive antes da prática dos atos de improbidade.
STJ:
a. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, nas demandas por improbidade
administrativa, a decretação de indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da LIA
não depende da individualização dos bens pelo Parquet, podendo recair sobre aqueles
adquiridos antes ou depois dos fatos descritos na inicial, bem como sobre bens de família.
(REsp 1287422/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/08/2013,
DJe 22/08/2013)
b. A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de
improbidade administrativa deve observar o teor do art. 7º, parágrafo único, da Lei n.
8.429/92, limitando-se a constrição aos bens necessários ao ressarcimento integral do dano,
ainda que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade, ou até mesmo ao início
da vigência da referida lei. (AgRg no REsp 1191497/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 20/11/2012, DJe 28/11/2012)
A a ausência de notificação para apresentação da defesa preliminar prevista no art. 17, § 7º,
da Lei 8.429/92, somente causa nulidade relativa, motivo pelo qual somente será reconhecida
se comprovados eventuais prejuízos decorrentes do descumprimento da referida norma.
504 A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que, “nos termos do
artigo 23, I e II, da Lei 8429/92, aos particulares, réus na ação de improbidade administrativa,
aplica-se a mesma sistemática atribuída aos agentes públicos para fins de fixação do termo
inicial da prescrição.
“Os particulares não podem ser responsabilizados com base na LIA sem que figure no pólo
passivo um agente público responsável pelo ato questionado, o que não impede, contudo, o
eventual ajuizamento de Ação Civil Pública comum para obter o ressarcimento do Erário”
o #MPF: O Ministério Público Federal vem orientando os Procuradores a
recorrer nos presentes casos, com a finalidade de tentar alterar esta
jurisprudência. Tese: A própria Lei n. 8.429/1992 prescreve, por equiparação,
que as disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Desse
modo, comprovado o liame objetivo e subjetivo que vincula certa pessoa física
ou jurídica à prática de improbidade, todos responderão solidariamente pela
imoralidade que será sancionada na forma da Lei n. 8.429/1992.
O litisconsórcio necessário, nos termos do art. 47 do Código de Processo Civil, é caracterizado
pela indispensável presença de colegitimados na formação da relação processual, o que pode
ocorrer por disposição legal ou pela natureza da relação. Assim, nas ações civis de
improbidade administrativa não há de se falar em formação de litisconsórcio necessário
entre o agente público e os eventuais terceiros beneficiados com o ato de improbidade
administrativa, pois não está justificada em nenhuma das hipóteses previstas na lei.
“O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não,
está sujeito a responsabilização por ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992).
“Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobre honorários por
procedimento realizado em hospital privado que também seja conveniado à rede pública de
saúde, desde que o atendimento não seja custeado pelo próprio sistema público de saúde. Isso
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505 • Art. 9º: atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente público DOLO
• Art. 10: atos de improbidade que causam prejuízo ao erário DOLO OU CULPA
• Art. 11: atos de improbidade que atentam contra princípios da administração pública DOLO
Para garantir que a pessoa que praticou ato de improbidade responda pelas sanções do § 4º
do art. 37, da CF, os arts. 7º e 16 da Lei n.° 8.429/92 preveem a possibilidade de ser decretada
a indisponibilidade (art. 7º) e o sequestro (art. 16) dos seus bens. Veja o que diz a Lei:
NÃO. A indisponibilidade é SIM. Não se pode conferir uma interpretação literal aos arts. 7º e 16 da LIA,
decretada apenas quando o até mesmo porque o art. 12, III, da Lei n.° 8.429/92 estabelece, entre as
ato de improbidade sanções para o ato de improbidade que viole os princípios da administração
administrativa: pública, o ressarcimento integral do dano - caso exista -, e o pagamento de
a) causar lesão ao patrimônio multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.
público; ou Logo, em que pese o silêncio do art. 7º, uma interpretação sistemática que
b) ensejar enriquecimento leva em consideração o poder geral de cautela do magistrado induz a
ilícito. concluir que a medida cautelar de indisponibilidade dos bens também pode
ser aplicada aos atos de improbidade administrativa que impliquem violação
Assim, só cabe a dos princípios da administração pública, mormente para assegurar o
indisponibilidade nas integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, se houver, e ainda a
hipóteses do arts. 9º e 10 da multa civil prevista no art. 12, III, da Lei n. 8.429/92 (AgRg no REsp
LIA. Não cabe a 1311013/RO, DJe 13/12/2012).
indisponibilidade no caso de Na doutrina, esta é a posição de Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves
prática do art. 11. (Improbidade Administrativa. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011).
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5) Essa indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu?
SIM. É admissível a concessão de liminar inaudita altera pars para a decretação de
indisponibilidade e sequestro de bens, visando assegurar o resultado útil da tutela
jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário.
Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza acautelatória, a medida de
indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa pode ser deferida nos autos
da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes da notificação para defesa
prévia (art. 17, § 7º da LIA).
6) Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado
ato de improbidade exige-se a demonstração de fumus boni iuris e periculum in mora?
NÃO. Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido
(implícito). Assim, é desnecessária a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de que os
réus estejam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, exigindo-se apenas a
demonstração de fumus boni iuris, consistente em fundados indícios da prática de atos de
improbidade. A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em
uma tutela de evidência, de forma que basta a comprovação da verossimilhança das
507 alegações, pois, pela própria natureza do bem protegido, o legislador dispensou o requisito do
perigo da demora.
ilegalmente auferido (REsp 1319515/ES, Rel. p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, 1ª
Seção, julgado em 22/08/2012).
7) Então, pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se
desfazendo de seus bens?
SIM. A indisponibilidade dos bens visa, justamente, a evitar que ocorra a dilapidação
patrimonial. Não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou
dissipação. Exigir a comprovação de que tal fato esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria
difícil a efetivação da medida cautelar e, muitas vezes, inócua (Min. Herman Benjamin).
Vale ressaltar, no entanto, que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da
excepcionalidade legal expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação
do patrimônio, não é uma medida de adoção automática, devendo ser adequadamente
fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade (art. 93, IX, da Constituição Federal),
sobretudo por se tratar de constrição patrimonial (REsp 1319515/ES).
8) Pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possuía antes da suposta
prática do ato de improbidade?
SIM. A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes como depois da prática
do ato de improbidade (REsp 1204794/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado
em 16/05/2013).
11) É necessário que o Ministério Público (ou outro autor da ação de improbidade), ao
formular o pedido de indisponibilidade, faça a indicação individualizada dos bens do réu?
NÃO. A jurisprudência do STJ está consolidada no sentido de que é desnecessária a
individualização dos bens sobre os quais se pretende fazer recair a indisponibilidade prevista
no art. 7º, parágrafo único, da Lei n.° 8.429/92 (AgRg no REsp 1307137/BA, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 25/09/2012). A individualização somente é
necessária para a concessão do “sequestro de bens”, previsto no art. 16 da Lei n.° 8.429/92.
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Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 2ª Turma. REsp 1746784/PE, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 23/08/2018.
Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
Motivação para demissão de EMPREGADO PÚBLICO:
o STF: não há estabilidade, mas deve haver motivação somente para CORREIOS,
conforme decisão recente de 2018 do STF.
A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado
de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do
agente estatal investido do poder de demitir.
o TST: Só o ECT possui estabilidade, podendo demitir sem motivação na EP e
SEM.
Inconstitucional autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias.
Não se mostra razoável a possibilidade de desconto em parcela única sobre a remuneração do
servidor público dos dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de
greve.
A iniciativa para legislação de revisão geral anual aos servidores públicos é discricionário do
Chefe do Poder Executivo, não cabendo ao Judiciário suprir sua omissão. Incabível indenização
por representar a própria concessão de reajuste sem previsão legal. STF.
Súmula 339 STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar o
510 vencimento dos servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
Não sendo possível, pela via do controle abstrato, obrigar o ente público (Poder Executivo) a
tomar providências legislativas necessárias (encaminhar projeto de lei) para prover omissão
declarada inconstitucional - na espécie, o encaminhamento de projeto de lei de revisão geral
anual dos vencimentos dos servidores públicos -, com mais razão não poderia fazê-lo o Poder
Judiciário, por via oblíqua, no controle concreto de constitucionalidade, deferindo pedido de
indenização para recompor perdas salariais em face da inflação. CAIU NO TRF2/2018
A Lei nº 11.738/2008, em seu art. 2º, § 1º, ordena que o vencimento inicial das carreiras do
magistério público da educação básica deve corresponder ao piso salarial profissional nacional,
sendo vedada a fixação do vencimento básico em valor inferior, não havendo determinação
de incidência automática em toda a carreira e reflexo imediato sobre as demais vantagens e
gratificações, o que somente ocorrerá se estas determinações estiverem previstas nas
legislações locais.
O regime de subsídio não é incompatível com o pagamento de férias e décimo terceiro salário.
Os agentes políticos, como prefeito e vice-prefeito, não devem ter tratamento melhor e nem
pior do que a dos demais trabalhadores. Não se mostra razoável que eles não tenham décimo
terceiro e terço de férias, uma vez que todos os trabalhadores possuem.
Servidores efetivos são exceção à súmula vinculante 13, uma vez que não podem ser
prejudicados pela relação de parentesco, já que passaram por severas avaliações em concurso
público. Assim, podem trabalhar em mesmo órgão ou estar na linha hierárquica de algum
parente.
“É constitucional a reserva de 20% (negros) das vagas oferecidas nos concursos públicos para
provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da Administração Pública Direta
e Indireta. É FEDERAL, para todos os PODERES DA UNIÃO.
o É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de
heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e
garantidos o contraditório e a ampla defesa.
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515 extrajudicial. STF. 1ª Turma. MS 30180 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
21/10/2014.
o Aplica-se a quem detém interinamente a serventia extrajudicial a limitação do
teto prevista no art. 37, XI, da Constituição. STF. 2ª Turma. MS 29083 ED-ED-
AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, Rel. p/ Acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em
16/05/2017
14.12.1. Concurso Público
Incabível habeas data para ter acesso aos critérios utilizados na correção de provas em
concurso público.
A simples alteração na ordem de aplicação das provas de teste físico em concurso público,
desde que anunciada com antecedência e aplicada igualmente a todos, não viola direito
líquido e certo dos candidatos inscritos. Ex: o edital inicial dizia que, no dia da prova de esforço
físico, o teste de equilíbrio seria o primeiro e a corrida o último; depois foi publicado um novo
edital alterando a ordem.
Os candidatos possuem direito à segunda chamada nos testes físicos em concursos públicos?
REGRA: NÃO. Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda
chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter
fisiológico ou de força maior, salvo se houver previsão no edital permitindo essa possibilidade.
STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013 (repercussão
geral) (Info 706). EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem. É constitucional a remarcação
do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização,
independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. STF. Plenário. RE
1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018 (repercussão geral) (Info 924).
O fato de o edital não fazer menção expressa que exigiria do candidato o conhecimento acerca
do entendimento dos Tribunais Superiores não é, por si só, óbice que impeça a banca
examinadora de promover a cobrança de assuntos de forma multidisciplinar. Os concursos,
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não raras vezes, exigem dos candidatos a capacidade de examinar a matéria sob o ponto de
vista de um sistema de normas, diplomas e posicionamentos jurisprudenciais que se
relacionam entre si. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 50769/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, julgado em 01/03/2018.
É válida a realização do exame psicotécnico em concursos públicos desde que cumpridos os
seguintes requisitos: a) o exame precisa estar previsto em lei e no edital; b) deverão ser
adotados critérios objetivos no teste; c) o resultado deve ser público com a possibilidade de o
candidato prejudicado apresentar recurso. Se exame psicotécnico não adotou critérios
objetivos ou não permitia a possibilidade de recurso, a providência correta não será a simples
aprovação do candidato outrora reprovado, mas sim a realização de nova avaliação pautada
por critérios objetivos e assegurada a ampla defesa. É incabível a providência de se determinar
a posse candidato no cargo, pois não se pode suplantar a fase do concurso relativa ao exame
psicotécnico, para garantir judicialmente a nomeação do candidato. Nessa hipótese, deve ser
realizado novo exame, compatível com as deficiências do candidato, bem como que atenda
aos critérios de objetividade, cientificidade e possibilidade de recurso. STJ. 2ª Turma. AgInt no
RMS 51809/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 01/03/2018.
Em ação ordinária na qual se discute a eliminação de candidato em concurso público – em
razão da subjetividade dos critérios de avaliação de exame psicotécnico previstos no edital – a
legitimidade passiva será da entidade federativa responsável pela elaboração do certame.
Não é contra a banca.
É possível a discriminação na administração pública, desde que fundamentada e compatível
516 com o caso. Assim, a lei pode, sem violação do princípio da igualdade, distinguir situação, a fim
de conferir um tratamento diverso do que atribui a outra. Para que possa fazê-lo, contudo,
sem que tal violação se manifeste, é necessário que a discriminação guarde compatibilidade
com o conteúdo do princípio.
o Requisitos em concurso público: previsto em lei da carreira, compatível com
as atribuições do cargo, previsto no edital do concurso.
o Psicotécnico em concursos: previsto em lei da carreira, necessários
parâmetros objetivos, deve ser conferido direito a recurso.
o A imposição de discrímen de gênero para fins de
participação em concurso público somente é compatível com a Constituição
nos excepcionais casos em que demonstradas a fundamentação proporcional
e a legalidade da imposição, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia
A alteração do número de vagas de concurso no decorrer do processo seletivo, impedindo
candidato aprovado dentro do número de vagas anteriormente previsto, viola os princípios da
segurança jurídica e da confiança.
Candidato aprovado em concurso público para formação de cadastro de reserva não tem
direito subjetivo à nomeação, mas mera expectativa.
o STJ: candidato aprovado em primeiro lugar tem direito à nomeação, ainda que
em cadastro de reserva. Superada em 2016 pelo STJ.
Candidato aprovado fora do número de vagas e houver desistência de candidato melhor
classificado já nomeado, há direito subjetivo a nomeação.
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito subjetivo à
nomeação caso surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja
manifestação inequívoca da administração sobre a necessidade de seu provimento e não
tenha restrição orçamentária. STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 13/06/2018 (Info 630).
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518 que prejudiquem a saúde ou a integridade física), não abrangendo as hipóteses do incisos I
(deficientes) e II (atividades de risco). SV33= aplicam-se ao servidor público, no que couber, as
regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo
40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.
APOSENTADORIA ESPECIAL de SERVIDOR PÚBLICO.
o “No que couber”: Não se pode aplicar as regras de conversão do tempo
especial em tempo comum, previstas para os trabalhadores em geral (RGPS),
para os servidores públicos, considerando que a lei que vier a ser editada
regulamentando o art. 40, § 4º, III da CF/88 não estará obrigada a conceder
este fator de conversão aos servidores.
● Abono de permanência é remuneração, compondo base de cálculo de licença-prêmio não
gozada.
● Havia um artigo na lei 8112 que dizia que o servidor que tivesse tempo de serviço para
aposentadoria com provento integral seria aposentado com a remuneração do padrão de
classe imediatamente superior àquela em que se encontra posicionado. Nessa época, o STF
entendia que o dispositivo era CONSTITUCIONAL, apenas vedando que a classe superior fosse
de carreira diversa. Entretanto, tal artigo foi REVOGADO em 1997.
● Não há óbice a que um servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo
comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e
exoneração, uma vez que não se trata de vínculo efetivo com a Administração.
● O servidor aposentado que comete infração quando ainda na ativa está sujeito a aplicação da
pena de cassação de aposentadoria. Cabe no caso de servidor aposentado cuja pena é
demissão.
● Vedado percepção de aposentadoria e vencimento de cargos inacumuláveis. Só pode perceber
dessa maneira, quando os cargos forem acumuláveis, cargos eletivos ou cargos em comissão.
● A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor
público gera o dever de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado a
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continuar exercendo suas funções por mais tempo do que o necessário. Exemplo de demora
excessiva: mais de 1 ano.
● A ocupação de novo cargo dentro da estrutura do Poder Judiciário, pelo titular do abono de
permanência, não implica a cessação do benefício.
● A EC 20/98 só proibiu cumulação de 2 aposentadorias do RPPS civil. Não proibiu aposentadoria
militar + aposentadoria civil. Assim, é possível que caso o servidor morra, a esposa receba 2
pensões, uma civil e outra militar.
● Integralidade é igual a remuneração da ativa. Proventos integrais é o cálculo feito que
demonstra não ser proventos proporcionais.
● A jornada de trabalho do MÉDICO servidor público é de 4 horas diárias e de 20 horas semanais,
nos termos da Lei nº 12.702/2012. A jornada de trabalho do ODONTÓLOGO servidor público é
de 6 horas diárias e de 30 horas semanais, nos termos do DL 2.140/84. Essas regras acima
explicadas não se aplicam no caso de médicos e odontólogos que ocupem cargo em comissão
ou função de confiança, considerando que, neste caso, terão que cumprir a jornada normal de
trabalho.
● IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
● Constatada a concessão e a incorporação indevidas de determinada gratificação especial aos
proventos de servidor público aposentado, deve a administração suprimi-la em respeito ao
princípio da autotutela, sendo necessária a prévia instauração de procedimento
administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
● Servidor que recebeu auxílio-moradia com base em declaração falsa terá que ressarcir o erário,
519 ainda que já passado 5 anos, uma vez que trata-se de ato de má-fé.
● Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de
aposentadoria do servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários,
adicional noturno e adicional de insalubridade. STF. Plenário. RE 593068/SC, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 11/10/2018 (repercussão geral) (Info 919).
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● Não deve constar dos assentamentos individuais de servidor público federal a informação de
que houve a extinção da punibilidade de determinada infração administrativa pela prescrição.
● Caso não tome posse em 30 dias: nomeação é tornada sem efeito.
● Caso tome posse e não entre em exercício em 15 dias: exoneração
● Aproveito o DISPONÍVEL
● Reintegro o DEMITIDO
● Reverto o APOSENTADO
● Reconduzo o INABILITADO
● Readapto o INCAPACITADO
● Em caso de o ordenamento jurídico do estado ser omisso quanto ao instituto da recondução, o
STJ entende que não é cabível aplicação do instituto por analogia ao da lei 8112.
o Só cabe analogia aos direitos de cunho constitucional.
o Segundo a jurisprudência do STJ, somente é possível aplicar, por analogia, a Lei
n.º 8.112/90 aos servidores públicos estaduais e municipais se houver
omissão, na legislação estadual ou municipal sobre direito de cunho
constitucional e que seja autoaplicável e desde que tal situação não gere o
aumento de gastos.
● A sindicância NÃO é pré-requisito para instauração de PAD. Uma vez verificada elementos
quanto à autoria e a materialidade da prática de determinado ilícito funcional, a Administração
Pública poderá dispensar a sindicância.
● Servidor público que responde PAD e passar a ocupar outro cargo público, ainda que no
mesmo Poder, não pode ser demitido no segundo cargo, por infração cometida no primeiro
520 cargo.
● A alteração da capitulação legal imputada ao acusado não enseja nulidade, uma vez que o
indiciado se defende dos fatos nele descritos e não dos enquadramentos legais.
● PAD de servidor CEDIDO:
o Preferencialmente instaurado e instruído pelo órgão em que está em
exercício.
o Obrigatoriamente julgado pelo órgão de origem.
● É possível o cumprimento imediato da penalidade imposta ao servidor logo após o
julgamento do PAD e ANTES do julgamento do recurso administrativo cabível, tendo em
vista o atributo da autoexecutoriedade que rege os atos administrativos e que o recurso
administrativo, em regra, carece de efeito suspensivo, ex vi do artigo 109 da 8112.
● É possível iniciar as investigações em PAD contra o servidor em razão de denúncia anônima,
desde que seja seguida de diligências para verificar a procedência dos fatos narrados
anonimamente. Precedentes do STF.
● Prescrição de infração administrativa: A pretensão punitiva da Administração Pública em
relação à infração administrativa que também configura crime em tese, somente se sujeita ao
prazo prescricional criminal quando instaurada a respectiva ação penal. Do contrário, é o prazo
de 5 anos contados da data do conhecimento do fato até a instauração do PAD.
o Quando é crime, o prazo prescricional só passa a existir após o término da
ação penal para fins de alegação de prescrição da pretensão punitiva.
● PAD pode ser revisto a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência ou inadequação da penalidade
aplicada.
● No artigo 64 da lei do PAD diz que se houver reformatio in pejus deverá intimar a parte para
formular alegações antes da decisão.
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● PAD possui prazo para conclusão de 60 dias admitida sua prorrogação por igual período,
porém, o excesso de prazo, por si só, não é causa de nulidade, quando não indicado o prejuízo
para a defesa. STJ.
o O prazo prescricional suspenso com a abertura do processo administrativo
disciplinar voltará a contar após 140 dias da abertura do processo. Isso
porque esse é o prazo máximo para encerramento desse tipo de processo,
segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo
Tribunal Federal (STF).
● Súmula 592 STJ: o excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só
causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa.
● STJ: é possível utilizar, em PAD, como prova emprestada, interceptação telefônica produzida
em ação penal, desde que 1) o juízo criminal autorize e 2) sejam observadas as diretrizes da Lei
nº 9.296/96. Precedente: MS 16.146. Súmula 591.
● Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar,
desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a
ampla defesa.
● A autoridade julgadora NÃO ESTÁ ATRELADA às conclusões propostas pela comissão, podendo
delas discordar, MOTIVADAMENTE, quando o relatório contrariar a prova dos autos, nos
termos do art. 168 da Lei 8.112/90 (STJ MS 16.174/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção,
julgado em 14/12/2011).
● O servidor que responder à processo disciplinar só poderá ser EXONERADO a pedido, ou
APOSENTADO voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da
521 penalidade, acaso aplicada.
● Somente o PRESIDENTE da comissão do PAD deve ter cargo efetivo superior ou de mesmo
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Entretanto, todos devem
ser estáveis no serviço público, e não no cargo.
● O total das consignações em folha não podem ultrapassar 35% mensal, sendo que 5% é
reservado exclusivamente para cartão de crédito ou saque por meio de cartão de crédito.
● O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua
aposentadoria ou indisponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o débito, sob
pena de inscrição em dívida ativa.
14.12.4. Competência de ações envolvendo servidores
● A competência da Justiça do Trabalho não abrange as causas instauradas entre o Poder Público
e o servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária. Assim, a competência é
definida pela natureza jurídica existente entre o trabalhador e o Poder Público ao tempo da
propositura da ação, independentemente de o direito pleiteado ter se originado no período
celetista, quando da vigência de dois regimes para servidores, suspenso em ADIn. (STF,
Plenário, 22/09/2016) – nesse caso houve o concurso público, portanto é servidor.
o Superado o entendimento da OJ 138 SDI-1, que dispõe que compete à Justiça
do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previsto na legislação
trabalhista a período anterior à Lei n. 8112/90, mesmo que a ação tenha sido
ajuizada a pós a edição da referida lei.
● Para determinação de competência, deve ser averiguada a natureza da relação de fundo
mantida entre o servidor e a Administração, ainda que a causa de pedir específica esteja
relacionada ao desvirtuamento ou à existência de vícios na origem da relação jurídico-
administrativa (fraude, simulação, ausência de concurso).
o Assim, compete a Justiça Comum examinar previamente a existência, validade
e eficácia do vínculo jurídico-administrativo existente entre o servidor e a
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522 ● A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de
servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações
públicas.
● Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da
Constituição de 1988 sem prestar concurso.
● Posição para concursos
o O tema, como visto, está polêmico. Caso seja cobrado nas provas, penso que
será exigida a redação literal daquilo que foi divulgado nos informativos ou nas
ementas oficiais. Portanto, memorize essas duas conclusões que, se
aparecerem nas provas, estarão corretas:
o Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no
serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso. STF.
Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info
839).
o Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos
de vantagem remuneratória, que teve origem em período celetista anterior
ao advento do regime jurídico único. Reconhecido que o vínculo atual entre
o servidor e a Administração Pública é estatutário, compete à Justiça comum
processar e julgar a causa. É a natureza jurídica do vínculo existente entre o
trabalhador e o Poder Público, vigente ao tempo da propositura da ação, que
define a competência jurisdicional para a solução da controvérsia,
independentemente de o direito pleiteado ter se originado no período
celetista.
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14.13.Licitações e contratos
Licitações. Fundamento constitucional. Conceito e modalidades. O regime de licitações e
alterações. Dispensa e inexigibilidade. Revogação e anulação, hipóteses e efeitos. Pregão e
consulta. O Registro de preços. Contratos administrativos. Conceito e características.
Invalidação. Principais espécies de contratos administrativos. Inexecução e rescisão dos
contratos administrativos.
● A força maior e caso fortuito são motivos para a rescisão do contrato administrativo, porém,
há condicionante legal no sentido de que elas devem ser impeditivas à execução do contrato.
Não havendo tal impedimento, não pode ser utilizado esse dispositivo para justificar a
rescisão.
● Para contratar com a administração, na fase de HABILITAÇÃO deve ser demonstrada a
regularidade FISCAL e TRABALHISTA.
● Para que a pessoa possa participar de licitações e contratar com a Administração Pública é
necessário que comprove sua regularidade fiscal, ou seja, a inexistência de débitos com o
Poder Público. Essa regularidade fiscal não é exigida apenas no momento da licitação
(habilitação) e contratação, persistindo durante toda a execução do contrato.
o No entanto, segundo o STJ, é ilegal reter o pagamento devido a fornecedor
em situação de irregularidade perante o Fisco. Essa prática não é permitida,
considerando que não existe autorização na Lei para que seja feita (viola o
princípio da legalidade).
o No caso de falta de regularidade fiscal durante a execução do pacto, a Lei de
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● Caso o vencedor da licitação se recuse a assinar o contrato, deve chamar os próximos por
ordem de classificação para assinar, SEMPRE no preço da proposta vencedora, ainda que os
outros piores colocados queiram reduzir seu preço.
● O edital deve descrever o objeto de forma sucinta e clara, e não em detalhes minuciosos, pois
tal ato restringiria o rol de concorrentes, direcionando o objeto para determinada marca ou
empresa.
● Garantia em contratos administrativos:
o 5% - REGRA
o 10% - Obras, serviços e fornecimentos de grande vulto com alta
complexidade técnica.
● Duração de contrato.
o REGRA: a execução ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários.
o EXCEÇÃO:
▪ Projetos do PPA: prorrogados se houver interesse da Administração e
previsão no ato convocatório.
▪ Sereviços contínuos: prorrogados por iguais e sucessivos períodos,
limitado a 60 meses.
▪ Aluguel de equipamentos e programas de informática: até 48 meses.
▪ Guerra, armas, segurança, etc: 120 meses.
● Dispensa de licitação: a licitação poderia ser realizada, mas, devido à circunstância do caso,
decidiu o legislador não tornar obrigatório. ROL TAXATIVO.
524 ● Inexigibilidade de licitação: não é viável a realização do certame. NÃO TAXATIVO.
● PPP é sempre licitação na modalidade concorrência.
● A teoria da imprevisão só se aplica para fatos:
o Imprevisíveis.
o Previsíveis, porém de consequências incalculáveis.
o Caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe.
▪ Fato do príncipe: mudanças de políticas governamentais que atinjam
diretamente o contrato.
o Os fatos acima devem retardar ou impedir a execução do contrato.
o STJ: É requisito para a aplicação da teoria da imprevisão, com o
restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, que o fato:
▪ Seja imprevisível quanto à sua ocorrência ou quanto às suas
consequências;
▪ Estranho à vontade das partes;
▪ Inevitável e
▪ Cause de desequilíbrio muito grande no contrato.
o O STJ decidiu que o aumento salarial decorrente de dissídio coletivo não é
motivo apto a ensejar a aplicação da teoria da imprevisão. A Corte entende
que não pode ser aplicada a teoria da imprevisão para a recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo na hipótese de
aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio
coletivo, pois constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando
da efetivação da proposta. Assim: O aumento dos encargos trabalhistas
determinado por dissídio coletivo de categoria profissional é acontecimento
previsível e deve ser suportado pela contratada, não havendo falar em
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devam ser executadas por pessoas diversas daquela que está executando a
obra ou prestando o serviço principal.
o O fracionamento doloso é CRIME.
Em relação à fiscalização do contrato, é possível que a Administração contrate terceiro para
auxiliar o servidor responsável pela fiscalização. Isso ocorre quando é necessário o
conhecimento de aspectos técnicos.
A contratada deve ter um preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço
para representação da empresa contratada perante a Administração.
Dispensada: art. 17. Rol taxativo. A lei determina a não realização de licitação. Poderia licitar,
mas a lei determina que não se licite.
Dispensável: art. 24. Rol taxativo. A lei autoriza a não realização da licitação. Mesmo sendo
dispensável, a Administração pode decidir realizar a licitação (discricionariedade).
Inexigível: art. 25. Rol exemplificativo. Como a licitação é uma disputa, é indispensável que
haja pluralidade de objetos e pluralidade de ofertantes para que ela possa ocorrer. Assim, a lei
prevê alguns casos em que a inexigibilidade se verifica porque há impossibilidade jurídica de
competição.
Na lei de estatais não há previsão de alteração unilateral do contrato, somente podendo ser
alterado por acordo.
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação de consignação em
pagamento movida pela União contra sociedade empresária por ela contratada para a
prestação de serviços terceirizados, caso a demanda tenha sido proposta com o intuito de
526 evitar futura responsabilização trabalhista subsidiária da Administração nos termos da Súmula
331 do TST. STJ
A declaração de inidoneidade só produz efeito para o futuro, sem interferir nos contratos já
existentes. A sanção inibe a empresa de licitar ou contratar com a administração Pública, sem,
no entanto, acarretar, automaticamente, a rescisão dos contratos administrativos já
aperfeiçoados juridicamente e em curso de execução, notadamente os celebrados perante
outros órgãos administrativos não vinculados a autoridade relativa ao contrato. Todavia, a
ausência de efeito rescisório automático não compromete nem restringe a faculdade que têm
as entidades da Administração Pública de, no âmbito da sua esfera autônoma de atuação,
promover as medidas específicas para rescindir os contratos, nos casos autorizados e
observadas as formalidades estabelecidas nos artigos 77 a 80 da Lei de licitações. CAIU NO
TRF3-2018.
ATENÇÃO: SIM, É POSSÍVEL a contratação de profissionais da advocacia pela Administração
pública, mediante procedimento de inexigibilidade de licitação, devendo demonstrar a
singularidade do serviço prestado e a notória especialização, devidamente justificada. Deve
ficar caracterizada a situação de inexigibilidade de licitação, do contrário gera dano ao erário,
na medida em que o Poder Público deixa de contratar a melhor proposta, dando ensejo ao
dano in re ipsa (improbidade).
ATUALIZAÇÃO DO DECRETO 9.412/2018
Compras e serviços que não
Modalidade Obras e serviços de engenharia
sejam de engenharia
Antes: até 150 mil Antes: até 80 mil
CONVITE
Agora: até 330 mil Agora: até 176 mil
TOMADA DE Antes: até 1 milhão e 500 mil Antes: até 650 mil
PREÇOS Agora: até 3 milhões e 300 mil Agora: até 1 milhão e 430 mil
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que deve ser divulgado: quando o critério de julgamento for por maior desconto ou melhor
técnica.
No RDC, as contratações de obras e serviços de engenharia serão adotados,
preferencialmente, os regimes de execução indireta de empreitada por preço global,
empreitada integral ou a contratação integrada.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I (não cumprimento de cláusulas contratuais,
especificações, projetos ou prazos) do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências,
sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei: III - execução da garantia contratual, para
ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
Portanto, a lei de licitações indica que, EM RELAÇÃO A MULTA, a execução da garantia é a
medida a ser adotada primordialmente.
14.14.A saúde pública
A saúde na ordem constitucional brasileira. A saúde no contexto da seguridade social. A
Saúde e a Teoria dos Direitos Sociais. Princípios constitucionais do direito à saúde. O Sistema
Único de Saúde: organização, atribuições e marco normativo. A repartição constitucional de
competências no direito à saúde. A judicialização das políticas públicas de saúde. A
problemática da prova nas ações judiciais que envolvem o direito à saúde.
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O GATT prevê medidas que restringe o comércio exterior para fins de proteção de flora e
fauna. Já na OMC, para tal restrição, deve ficar demonstrado que tal restrição é adequada nas
políticas destinadas a proteger a vida ou saúde humana, animal ou vegetal; que as medidas
são necessárias para cumprir o objetivo da política
Meio ambiente não é um bem público de uso comum. É bem de uso comum do povo. É um
patrimônio público (PNMA) de titularidade coletiva, e não de domínio estatal. Direito de
terceira geração de titularidade coletiva. É um bem de interesse difuso e de terceira geração.
FAB MATA SERRA PANTA ZONA – só são patrimônio nacional de utilidade disciplinada em lei.
NÃO SÃO UNIDADES DE CONSERVAÇÃO. (Floresta Amazoniga, Mata Atlântica, Serra do Mar,
Pantanal, Zona Costeira.
o O simples fato de um crime ambiental ocorrer em patrimônio nacional não
atrai a competência da Justiça Federal. Deve haver interesse da União no feito.
Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos de
embarcações, oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela ao
meio ambiente, sendo essa matéria de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e
VIII, da CF/88. STF.
Segundo o princípio do protetor-recebedor, as pessoas físicas ou jurídicas que adotarem
medidas para preservação ambiental deverão receber uma vantagem econômica
(compensação financeira) considerando que estão atuando em prol de toda a comunidade.
Não está previsto na PNMA, mas na lei de resíduos sólidos e no código florestal.
Instrumentos de participação e controle popular nas políticas ambientais: Ação Popular,
530 dos ecossistemas, assim declarados por ato do órgão competente federal ou estadual e que
ampliam as restrições de uso previstas no caput daquele artigo.
O desenvolvimento sustentável está calcado na conciliação entre: a) crescimento econômico;
b) proteção ambiental e c) equidade social.
O Direito Ambiental dispõe de mecanismos estatais destinados à implementação de políticas
públicas sustentáveis como a normatização protecionista ambiental, a fiscalização de
atividades potencialmente poluidoras, as multas ambientais e os instrumentos econômicos,
como mecanismos de controle de preço, para estimular o desenvolvimento de ações
ambientalmente corretas por parte dos empreendedores.
o O direito econômico, em cotejo com o direito ambiental, visa analisar o
necessário equilíbrio entre os interesses dos agentes econômicos e os da
coletividade, passando pela utilização dos recursos naturais. Buscam
salvaguardar a qualidade de vida das pessoas.
As normas de direito ambiental não têm natureza reflexa, mas sim, direta. Elas se aplicam em
razão da própria legitimidade de que gozam no ordenamento jurídico ambiental
constitucional, incidindo diretamente, produzindo efeitos no sentido de efetivar e ampliar a
tutela ambiental.
O STF considera que a Farra do Boi e Briga de Galo submete os animais a crueldade, e proibiu
sua realização.
o PEC autorizou: houve uma reação legislativa.
Controle obrigatório pelo Poder Público: atividades nucleares, comercialização de
medicamentos e agrotóxicos.
As normas específicas fixadas pela União no Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro não
são obrigatórias para os Estados e Municípios. Isso porque a lei 7661 dispõe que os Estados e
os Municípios poderão instituir, através de lei, os respectivos Planos Estaduais ou Municipais
de gerenciamento costeiro, observadas as normas e diretrizes do Plano Nacional.
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● Todas UC’s, exceto estação ecológica e reserva biológica, precisam de audiência pública para
sua instituição.
● O STF entendeu pela impossibilidade de diminuição ou supressão de espaços territoriais
especialmente protegidos por meio de medidas provisórias. Sob o prisma material, reputou
que a norma contrariou o princípio da vedação de retrocesso socioambiental, ao atingir o
núcleo essencial do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF,
art. 225).
● É atribuição do órgão do SISNAMA responsável pela administração de Unidade de Conservação
da Natureza autorizar o licenciamento de empreendimentos de significativo impacto
ambiental que possam afetar a Unidade de Conservação.
● Quando existir um conjunto de unidades de conservação, constituindo um mosaico, a gestão
do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa entre todos os entes que
instituíram a UC, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a
compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o
desenvolvimento sustentável no contexto regional.
PROTEÇÃO INTEGRAL: não pode haver USO SUSTENTÁVEL: pode haver exploração de
utilização direta (indireta pode) de seus maneira a garantir a perenidade dos recursos
recursos naturais. ambientais renováveis e dos processos ecológicos,
mantendo-se os demais atributos ecológicos, de
forma justa e economicamente viável.
533 Estação ecológica: não precisa de consulta Área de Proteção Ambiental: público ou privado;
pública para sua criação; propriedade pública; proteger a diversidade biológica; certo grau de
sem visitação; destinada à preservação e à ocupação humana. Não precisa de zona de
pesquisa, devidamente autorizada pelo órgão amortecimento.
gestor. Área de relevante interesse ecológico: público ou
privado; pouca ou nenhuma ocupação humana;
Reserva biológica: não precisa de consulta exemplares raros extraordinários da biota.
pública para sua criação; propriedade pública; Floresta Nacional: propriedade pública; permite
sem visitação, salvo com objetivo educacional; visitação pública; objetivo de manter o uso
pesquisa só com autorização do órgão gestor; sustentável dos recursos e desenvolver a pesquisa
finalidade de preservação integral da biota e científica; permitida ocupação por populações
demais atributos existentes. tradicionais que habitam quando da criação. Possui
Parque Nacional: propriedade pública; conselho consultivo.
permite pesquisa se autorizada; permite Reserva Extrativista: propriedade pública; utilizada
visitação pública se previsto no plano de pelas populações extrativistas tradicionais; uso
manejo; finalidade de preservar ecossistemas concedido pelo Poder Público via contrato; pode
naturais de grande relevância ecológica e haver criação de animais de pequeno porte;
beleza cênica. permitida visitação pública; proibida caça
Monumento Natural: propriedade pública ou amadorística e exploração dos recursos minerais. Há
privada; permite visita pública; preservar um conselho deliberativo de extração.
beleza cênica. Reserva de Fauna: propriedade pública; proibido
caça; permitida visitação pública se previsto no
manejo. Finalidade de estudo faunístico.
Refúgio da vida silvestre: propriedade pública
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a. Isso porque não se mostra compatível com o art. 225 da CF/88 autorizar-se a
relativização da proteção da vegetação nativa protetora de nascentes, por
exemplo, para “gestão de resíduos” ou para a realização de competições
esportivas.
2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se
condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à
inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta;
3) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar
a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes
configuram área de preservação permanente;
4) declarar a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas”, contidas no art.
3º, parágrafo único;
a. tais terras e áreas poderão receber o tratamento diferenciado mesmo sem
demarcação e titulação. Isso porque a titulação do território das comunidades
tradicionais e dos povos indígenas representa uma mera “formalidade”, de caráter
declaratório (e não constitutivo). Em outras palavras, mesmo sem demarcação ou
titulação, tais territórios já existem e devem receber tratamento diferenciado
independentemente dessas formalidades.
5) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir
compensação apenas entre áreas com identidade ecológica;
535 a. O proprietário que não tiver reserva legal em sua propriedade pode regularizar a
situação adquirindo CRA ou, se tiver reserva legal em excesso, é possível emitir CRA
para quem tem déficit compre.
b. as compensações devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente
equivalentes, considerando-se não apenas o mesmo bioma, mas também as
diferenças de composição de espécies e estrutura dos ecossistemas que ocorrem
dentro de cada bioma. Não basta que a área seja do mesmo bioma, é necessário
também que haja identidade ecológica entre elas.
6) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar,
no decurso da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de
regularização ambiental, o risco de decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais
praticados antes de 22.7.2008, seja das sanções deles decorrentes, aplicando-se
extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual “a prescrição
ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”.
a. O art. 59, §4º e 5º conferiu uma espécie de anistia aos proprietários que cometeram
ilícitos ambientais relacionados com a supressão irregular de vegetação em Áreas de
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito, desde que cumpridos
alguns requisitos. O STF afirmou que esses dispositivos são válidos, mas que se deve
evitar a prescrição e a decadência. Assim, deve-se dar interpretação conforme a
Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo que, durante a execução dos termos de
compromissos subscritos nos programas de regularização ambiental, não corra o prazo
de decadência ou prescrição.
b. § 1º A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão
punitiva. § 2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei.
Todos os demais dispositivos da Lei foram considerados constitucionais.
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● Não será exigida APP no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais. É constitucional. Ex: lagoa feita por
homem.
15.4.1. Reserva legal
● ATENÇÃO: apesar de a reserva legal ser instituto de zona rural, e que conforme ao artigo 19
ela é extinta quando do registro do parcelamento do solo, PODE o município em vez de
extinguir, convertê-la em área verde urbana, o que é bastante favorável ao meio ambiente.
● Será admitido o cômputo das APP no cálculo do percentual de Reserva Legal, desde que:
o Não implique conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.
o A área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação.
o O proprietário tenha requerido a inclusão do imóvel no CAR.
● O excesso de reserva legal, havendo cadastro no CAR, poderá ser utilizado para fins de
constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva ambiental e outros instrumentos
congêneres.
15.4.2. Área de Preservação Permanente
● A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas hipóteses de
utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas no Código
Florestal Brasileiro.
● APICUM e SALGADOS: é possível regularização das atividades de carcinicultura (camarões e
crustáceos em viveiros) e salinas ocupadas antes de 2008, desde que comprove sua localidade
536 e se obrigue, por termo ou compromisso, a proteger a integridade dos manguezais arbustivos
adjacentes.
● A criação de APP’s são de dois tipos, variando a indenização: por força de lei e de interesse
social, mediante decreto.
o Por força de lei: incabível indenização, pois são imposições de natureza
genérica e abstrata, para todas as pessoas. SALVO COMPROVADO PREJUÍZO.
o De interesse social: cabível indenização, pois cria restrições para pessoa certa
e determinada. Limitação específica.
● STJ: Sendo imposições de natureza genérica, as limitações administrativas não rendem
ensejo a indenização, salvo comprovado prejuízo
● É inconstitucional lei estadual prevendo que é possível a supressão de vegetal em Área de
Preservação Permanente (APP para a realização de “pequenas construções com área máxima
de 190 metros quadrados, utilizadas exclusivamente para lazer”. Essa lei possui vícios de
inconstitucionalidade formal e material. Há inconstitucionalidade formal porque o Código
Florestal(lei federal que prevê as normas gerais sobre o tema, nos termos do art. 24, § 1º, da
CF/88) não permite a instalação em APP de qualquer tipo de edificação com finalidade
meramente recreativa. Existe também inconstitucionalidade material porque houve um
excesso e abuso da lei estadual ao relativizar a proteção constitucional ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, cujo titular é a coletividade em face do direito de lazer individual.
STF. Plenário. ADI 4988/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/9/2018 (Info 916).
15.4.3. Pequena Propriedade Rural
● A intervenção e a supressão de vegetal de baixo impacto ambiental em APP e Reserva Legal
quando realizadas em pequenas propriedades rurais NÃO PRECISAM DE LICENCIAMENTO ou
AUTORIZAÇÃO, quer na modalidade simplificada ou completa, mas SIMPLES DECLARAÇÃO ao
órgão competente pelo licenciamento, desde que o imóvel esteja inscrito no CAR.
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● Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será
acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de
documentação ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente,
inclusive o período de análise técnica.
● É inconstitucional preceito da Constituição do Estado do Espírito Santo que submete o
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - ao crivo de comissão permanente e específica da
Assembleia Legislativa. 2. A concessão de autorização para desenvolvimento de atividade
potencialmente danosa ao meio ambiente consubstancia ato do Poder de Polícia --- ato da
Administração Pública --- entenda-se ato do Poder Executivo. 3. Ação julgada procedente para
declarar inconstitucional o trecho final do artigo § 3º do artigo 187 da Constituição do Estado
do Espírito Santo.
● Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a
realização de audiência pública. – Sobre o RIMA para dirimir dúvidas e expor aos interessados
o seu conteúdo.
15.5.3. Poder de Polícia Ambiental
São válidos os autos de infração administrativa lavrados antes de 22/07/2008.,
A lei não permite a substituição de multa local por multa federal, mas apenas o contrário.
Nessa mesma esteira, a competência comum dos entes justifica a imposição de multa local
pelo mesmo fato já sancionado na órbita federal, não havendo ilegítimo bis in idem. Assim, se
o ente local já aplicou multa, o federal não poderá fazê-lo. Apenas se o examinador exigir uma
539 postura mais reflexiva em uma questão subjetiva mais aberta ou na prova oral que deve o
candidato levantar esse tipo de críticas.
Quando há iminente risco de agravamento do dano ambiental, é possível a demolição no ato
da fiscalização. Esta não poderá ser utilizada para imóveis residenciais, visto a irreversibilidade
da medida. Necessita de ampla defesa e contraditório.
A pena de demolição não possui autoexecutoriedade em caso de
imóveis residenciais, dado o caráter irreversível da medida.
Necessário, portanto, o processo administrativo que garanta
contraditório e ampla defesa.
STJ: Poder de Polícia em obra concluída que afeta o meio ambiente não possui o atributo da
autoexecutoriedade.
o Só é aplicada pela autoridade ambiental, após contraditório e ampla defesa,
quando verificada a construção de obra em área protegida em desacordo com
a legislação ambiental ou;
o Quando a obra ou construção não atenda às condicionantes da lei e não seja
passível de regularização.
STJ: titulares dos cargos de técnico ambiental detêm poder para lavrar autos de infração e
instaurar processos administrativos, desde que designados para as atividades de fiscalização.
STF admite possibilidade de suspensão de atividade que cause dano ambiental grave em
detrimento de prejuízo econômico elevado.
A Marinha, através da Agente da Capitania dos Portos, é autoridade responsável para lavrar
auto de infração, conforme previsto na lei 9.605/98.
O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto n. 3.179/1999 (redação original), quando permite a
liberação de veículos e embarcações mediante pagamento de multa, não é compatível com o
que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n. 9.605/1998; entretanto, não há ilegalidade quando o
referido dispositivo regulamentar admite a instituição do depositário fiel na figura do
proprietário do bem apreendido por ocasião de infração nos casos em que é apresentada
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defesa administrativa - anote-se que não se está defendendo a simplória liberação do veículo,
mas a devolução com a instituição de depósito (e os consectários legais que daí advêm),
observado, entretanto, que a liberação só poderá ocorrer caso o veículo ou a embarcação
estejam regulares na forma das legislações de regência (Código de Trânsito Brasileiro, p. ex.).
STJ. 1ª Seção. REsp 1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/04/2018
(Info 625).
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● O STJ entende que se uma empresa causa dano ambiental e, em decorrência de tal fato, faz
com que determinada pessoa fique privada das condições de trabalho, isso configura dano
moral. O dano será conferido por equidade, sem caráter punitivo. Ex: petroleiro derruba óleo
em determinada área de pesca, impedindo pescadores de trabalhar.
o Estando o trabalhador impossibilitado de trabalhar, revela-se patente seu
sofrimento, angústia e aflição.
o O ócio indesejado imposto pelo acidente ambiental gera a incerteza quanto à
viabilidade futura de sua atividade profissional e manutenção própria e de sua
família
o Para usufruir de tal sentença coletiva em sede de execução, o pescador pode
demonstrar sua legitimidade através do: a) registro de pescador profissional,
habilitação ao benefício de seguro-desemprego durante o defeso.
● Em explosão de navio petroleiro que causou grave acidente ambiental, o valor a ser arbitrado
como dano moral NÃO deverá incluir um caráter punitivo. NÃO é possível a condenação do
poluidor ambiental em danos morais punitivos (punitive damages).
o O caráter punitivo é função do direito administrativo e do direito penal.
o No caso da compensação de danos morais decorrentes de dano ambiental, a
função preventiva essencial da responsabilidade civil é a eliminação de fatores
capazes de produzir riscos intoleráveis.
o Dano moral punitivo seria bis in idem.
o Aqui o dano moral é por equidade.
543 ● As empresas adquirentes da carga transportada pelo navio Vicunã no momento de sua
explosão, no Porto de Paranaguá/PR, em 15/11/2004, não respondem pela reparação dos
danos alegadamente suportados por pescadores da região atingida, haja vista a ausência de
nexo causal a ligar tais prejuízos (decorrentes da proibição temporária da pesca) à conduta por
elas perpetrada (mera aquisição pretérita do metanol transportado).
o Apesar da responsabilidade objetiva na modalidade risco integral, aqui não há
nexo causal apto a vincular o resultado lesivo ao comportamento da empresa.
● Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a
sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de recompor
o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de compensação
por dano moral coletivo.
● A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir,
facilitar ou ocultar a prática de crime contra o meio ambiente terá decretada sua liquidação
forçada, seu patrimônio será considerado como instrumento do crime e perdido em favor do
FUNPEN.
● É admitida a ação de regresso contra eventuais responsáveis pelo dano ao meio ambiente.
● A lei não permite a substituição de multa local por multa federal, mas apenas o contrário.
Nessa mesma esteira, a competência comum dos entes justifica a imposição de multa local
pelo mesmo fato já sancionado na órbita federal, não havendo ilegítimo bis in idem. Apenas se
o examinador exigir uma postura mais reflexiva em uma questão subjetiva mais aberta ou na
prova oral que deve o candidato levantar esse tipo de críticas. Assim, se o município multou, o
federal não pode multar. Se o federal multou, o município pode multar.
o O pagamento de multa administrativa imposta pelos órgãos ambientais de
Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa imposta
por órgão ambiental federal na mesma hipótese de incidência. Logo, se o ente
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o Lembre-se: essa regra de bens jurídicos diversos nem sempre se aplica. Deve-
se acompanhar a jurisprudência. É o caso do Falso/estelionato.
Embora a pulverização de agrotóxico tenha ocorrido em escola localizada em área de
assentamento de responsabilidade do INCRA, autarquia federal, não há diretamente qualquer
interesse, direito ou bem da União, de suas autarquias ou empresas públicas envolvidos,
sendo, se existente, meramente reflexo o interesse do INCRA.
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548 A outorga não implica alienação parcial das águas, que são INALIENÁVEIS, mas o simples
direito de seu uso.
O valor arrecadado pelo uso da água não é tributo, mas sim preço público/tarifa, e seu uso é
obrigatoriamente ao financiamento dos programas de intervenção contemplado no plano de
recurso hídrico.
As outorgas serão cobradas.
Os valores arrecadados serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram
gerados.
O sistema de informações em âmbito federal é de competência da Agência Nacional de águas.
Princípios: descentralização da obtenção de informações, coordenação unificada do sistema,
acesso aos dados e informações à toda sociedade.
o Estados e DF devem implantar e gerir.
o Agências de Águas devem gerir o SINRH em sua área de atuação.
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
o Objetivos: coordenar a gestão integrada; arbitrar os conflitos relacionados
com recursos hídricos; implementar a PNRH; planejar, regular, e controlar o
uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos; promover a
cobrança pelo uso de recursos hídricos.
o Integrantes: Conselho Nacional de RH; Agência Nacional de Águas; Conselhos
de RH dos Estados e DF; Comitês de Bacia Hidrográfica; órgãos federais,
estaduais, distritais e municipais cuja competência se relacionem com a gestão
de recursos hídricos; Agências de água.
o Comitês de Bacia Hidrográfica: arbitram em primeira instância os conflitos e
aprova o Plano de Recurso Hídrico da Bacia. Cabe recurso ao Conselho
Nacional ou Estaduais, de acordo com a esfera de competência. Cada bacia
tem seu território/comitê. É composto por União, Estado, DF, Municípios,
usuários, entidades civis de recursos hídricos.
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o A equidade não é fonte formal, mas estatutária. Para CIJ utilizar-se dela é
necessário aceitação prévia das partes.
o
Comitas gentium: cortesia internacional para excepcionar a aplicação do direito local a
agentes diplomáticos, consagrando a regra par in parem non habet imperium vel judicium, de
modo que nenhum Estado soberano pode ser submetido contra sua vontade à condição de
parte perante o foro doméstico de outro Estado
Voluntarismo: a vontade de submeter-se a um ordenamento internacional se dá pelo caráter
subjetivo, ou pela vontade, expressa ou tácita dos Sujeitos Internacionais.
o Crítica: condiciona toda regulamentação internacional à mera vontade dos
estados.
Objetivismo: a submissão ao ordenamento internacional se dá em razão de princípios, valores
e regras que sustentam o bom desenvolvimento e a própria existência da sociedade
internacional.
o Crítica: minimiza o papel da vontade dos Estados.
Teoria do Pacta Sunt Servanda: o DIP é obrigatório por conter normas importantes para o
desenvolvimento da sociedade internacional, mas que ainda dependem da vontade do Estado
para existir. Ademais, a partir do momento em que os Estados expressem seu consentimento
em cumprir determinadas normas internacionais, devem fazê-lo de boa-fé.
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Uma reserva pode ser retirada a qualquer momento, sem o consentimento do Estado que a
aceitou seja necessário para sua retirada. Para tanto, basta que o tratado dispense a aceitação
ou não exija tal consentimento do Estado que aceitara ou fizera objeção à reserva (TRF3/2018)
Normas de Juscogens:
o 1. Proibição do uso ilegítimo da força, agressão e da guerra de conquista;
o 2. Autodeterminação dos povos;
o 3. Normas que tratam sobre crimes internacionais, como o genocídio e a
tortura.
16.3. Sujeitos do Direito Internacional - Diplomacia
Estado. Imunidade à jurisdição estatal. Consulados e embaixadas. Personalidade
internacional. Organizações internacionais. Conceito. Natureza jurídica. Elementos
caracterizadores. Espécies. Personalidade internacional. População. Nacionalidade.
Princípios. Normas. Tratados multilaterais. Estatuto da igualdade.
As organizações internacionais possuem imunidade ampla, ou seja, tanto para atos de gestão
como para atos de império, somente podendo ser demandadas se renunciarem a imunidade.
A imunidade é para o processo de conhecimento e de execução.
o Imunidade de jurisdição: SIM.
o Imunidade de execução: SIM.
Já os Estados, para o processo de conhecimento possuem imunidade apenas para ato de
império (e não para atos de gestão, como para responderem por verbas trabalhistas). Para a
execução (processo de execução) possuem imunidade ampla (inclusive para atos de gestão).
554 o Sobre a imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro em matéria trabalhista,
esta foi flexibilizada no Brasil em função da evolução do costume internacional
sobre a matéria. (Resposta do TRF-2/2018)
Apesar de trabalhos relevantes e humanitários na assistência médica de indivíduos, a doutrina
não reconhece personalidade jurídica da Soberana Ordem Militar de Malta. Só à CRUZ
VERMELHA.
Beligerância: movimento de grande envergadura contrário a um determinado governo de um
Estado, que visa conquistar o poder e criar, com sua movimentação, um novo ente estatal, e
cujo estado é reconhecido pela sociedade internacional.
A Convenção das Nações Unidas sobre Imunidades Jurisdicionais dos Estados e de sua
Propriedade ainda não entrou em vigor, o que ocorrerá apenas quando for depositado o
trigésimo instrumento de ratificação, aceitação aprovação ou adesão a referido tratado. Até
lá, o tema imunidade de jurisdição estatal continuará a ser regido por regras costumeiras.
Doutrinas:
o Drago: nenhuma potência estrangeira pode usar a força contra uma nação
americana com a finalidade de cobrar uma dívida.
o Tobar Popular: a única forma para evitar golpes de Estado na região
americana seria a comunidade internacional se recusar a reconhecer os
governos golpistas como legítimos, rompendo relações diplomáticas e
formulando contra eles uma declaração de não-reconhecimento, até que
aquele governo fosse confirmado nas urnas. Deve se manifestar.
o Estrada: defende que a declaração expressa do reconhecimento de uma nova
soberania é uma prática afrontosa, uma falta de respeito à soberania da nação
preexistente, pois não é necessário o reconhecimento para que o Estado inicie
suas atividades. Não deve se manifestar.
o Cláusula Calvo: é a renúncia de proteção diplomática. Pelo simples fato de
firmar um contrato que contenha esta cláusula, o estrangeiro se obriga a
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Sucessão de Estados:
o O caso de sucessão de Estados tem como fundamento o histórico das
descolonizações ocorridas, de forma que existem duas convenções de Viena,
uma de 1978 e outra de 1983.
o Nelas, há várias formas de transmissão dos bens móveis e imóveis, dando-se
preferência aos acordos. Todavia, ainda que inexista acordo, há norma que
prevê que caberão ao Estado sucessor os bens imóveis que se encontrarem
na área sucedida e os bens móveis vinculados à atividade do Estado
predecessor no território da sucessão.
o Nas anexações parciais, a perda da nacionalidade não ocorre de modo
automático. Como exemplo, na anexação da Crimeia à Rússia, coube aos
habitantes decidirem qual nacionalidade escolheriam. De fato que a mudança
da soberania repercute diretamente na nacionalidade dos habitantes, mas ela
não é de modo absoluto.
o O Caso Tratado de Paz de 1947 é apontado por Alberto Amaral Júnior como
exemplo de anexação parcial em que coube aos habitantes decidirem se
ficariam vinculados à Itália ou teria a nacionalidade francesa.
o Um dos efeitos da sucessão de Estados é justamente a permanência dos
555 tratados subscritos pelo Estado predecessor, sendo que os novos tratados
terão validade, exclusivamente, para a área territorial objeto da sucessão.
o Princípio da não intervenção:
Tobar Popular: o reconhecimento de Governo deve ocorrer após a
constatação de que há o apoio popular.
Estrada: influenciada na Doutrina Moroe, condena que os governos
estrangeiros se manifestem sobre a legitimidade das autoridades
internas
o Concepções sobre o reconhecimento estatal:
Declaratória: caráter retroativo, produz efeitos a partir do momento
em que o Estado vem a se formar (momento que é diferente do
reconhecimento), afirma que a criação de um novo Estado não se
subordina ao assentimento dos Estados que já existem.
Constitutiva: o novo estado só se forma quando os demais Estados
reconhecem sua existência.
16.3.1. Consulados e embaixadas – Diplomacia
● O Estado receptor ficará obrigado a respeitar e a proteger, inclusive em caso de conflito
armado, os locais consulares, os bens da repartição consular e seus arquivos. Logo, a
responsabilidade é do Estado receptor.
● A competência para julgamento de feitos que tratam sobre crimes contra repartições
consulares é da Justiça Federal, uma vez que há interesse da União em proteger as
embaixadas.
● Não obstante os Estados tenham imunidade sobre os imóveis diplomáticos e consulares, os
serviços específicos e divisíveis cobrados por taxa, como coleta de lixo, irão incidir. Assim,
devida é a taxa.
● A aquisição de propriedade necessária à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes
consulares prescinde (não precisa) de autorização dos Min. das Relações Exteriores.
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● O princípio aut dedere aut judicare implica que, diante do cometimento de determinadas
infrações consideradas graves, o Estado ou deve extraditar um indivíduo que as cometeu ou
deve julgá-lo.
o Não se aplica tal princípio diante da concessão do asilo aos indivíduos que
tenham cometido crimes políticos. Em regra, não se extradita aquele que
cometeu crime político. É a regra adotada no Brasil.
● REFUGIADOS:
o Refúgio é medida de caráter humanitário, deferida em nível administrativo.
Visa proteger as pessoas de temores de perseguição, por motivos de raça,
religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política, que se encontram fora
de seu país de nacionalidade e não possam ou não queiram acolher-se à
proteção de tal país, bem como pessoas que, devido a grave e generalizada
violação de direitos humanos, foram obrigadas a deixar seu país de
nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
o A concessão é obrigatória quando restarem configurados os pressupostos
para o reconhecimento da condição de refugiado, não cabendo a
discricionariedade estatal neste ponto.
o O pedido de refúgio impede o prosseguimento do processo de extradição.
o A decisão do Comitê Nacional para Refugiados, que indefere o pedido de
refúgio, é passível de controle judicial por Juiz Federal de primeiro grau.
o STJ: A expulsão de estrangeiro que ostente a condição de refugiado não pode
ocorrer sem a regular perda dessa condição – non refoulement.
558 ▪ Tanto a Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos
Refugiados (art. 32) quanto a Lei 9.474/1997 (art. 36) preveem que o
refugiado que esteja regularmente registrado não será́ expulso do
território nacional, salvo por motivos de segurança nacional ou de
ordem pública.
▪ Impossibilidade de que o refugiado seja devolvido ao local onde sua
vida, liberdade ou dignidade correm riscos.
▪ Deve ser reconhecido como limitação imanente ao poder
discricionário conferido ao Executivo para expulsar refugiado por
motivos de segurança nacional ou ordem pública a conclusão de
processo administrativo em que seja declarada a perda da condição
de refugiado.
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559 estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência
em seu território ou para o exercício de direitos civis; STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 28/3/2017 (Info 859)..
o O ato do Presidente da República que registra a perda da nacionalidade
brasileira do brasileiro, ainda que nato, que opta voluntariamente por outra
nacionalidade é declaratório, não desconstitutivo, uma vez que não é dele que
se origina a perda da nacionalidade, mas da naturalização que o precede.
o
● O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea “b” do inciso II do
art. 12 da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a posse no cargo triunfalmente
disputado mediante concurso público. Isto quando a pessoa requerente contar com quinze
anos ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem condenação penal. A Portaria de formal
reconhecimento da naturalização, expedida pelo Ministro de Estado da Justiça, é de caráter
meramente declaratório.
● Quando estrangeiros estão no Brasil, e não estejam a serviço do seu país, o eventual filho é
brasileiro NATO. Somente quando estão a serviço de seu país de origem é que não irá possuir
naturalidade brasileira nata.
● Depois de autorizada a extradição pelo STF, o ato do Presidente da República que decide pela
concessão da extradição não é passível de apreciação pelo Judiciário.
● O filho de brasileiros que estejam no exterior a serviço de uma organização internacional da
qual o brasil faça parte também é considerado brasileiro nato. Rezek diz que serviço no Brasil
não é só o afeto ao Executivo Federal. Compreende todos os poderes da União e esferas
federativas, bem como os serviços prestados por brasileiros em organizações internacionais
das quais o brasil faça parte.
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É possível que o Poder Judiciário avalie a decisão de expulsão. No entanto, como o ato de
expulsão é considerado DISCRICIONÁRIO, somente cabe ao Poder Judiciário analisar se ele foi
praticado em conformidade ou não com a legislação em vigor (CONTROLE DE LEGALIDADE),
não podendo examinar a sua conveniência e oportunidade, ou seja, não poderá realizar o
controle sobre o mérito da decisão.
o Controle do Poder Judiciário sobre a decisão de expulsão:
* CONTROLE DE LEGALIDADE: SIM
* CONTROLE SOBRE O MÉRITO: NÃO
O STF não pode analisar o mérito da pretensão do Estado requerente, devido ao “sistema de
contenciosidade limitada”, salvo:
o EXCEÇÃO. Excepcionalmente, é possível que o STF analise os seguintes
aspectos relacionados com o crime:
a) prescrição penal;
b) se está respeitado o princípio da dupla tipicidade; e
c) se há motivação política na condenação ou nas razões que levaram o Estado
estrangeiro a requerer ao Governo brasileiro a extradição de determinada
pessoa.
d) se houve tráfico de drogas e entorpecentes, no caso de naturalizado
O Ministro Relator do caso no STJ deverá notificar a Defensoria Pública da União para que esta
indique um Defensor Público Federal para atuar na qualidade de curador especial. Isso porque
o interessado não pode ficar sem defesa técnica em caso de inércia da defesa do extraditando.
563 STF: Para fins de extradição, o ordenamento jurídico brasileiro não exige que a ordem de
prisão do extraditando haja sido expedida por autoridade integrante do Poder Judiciário,
senão apenas que tenha competência para fazê-lo nos termos da lei do Estado requerente.”.
O crime de sequestro, por ser permanente, não prescreve enquanto não for encontrada a
pessoa ou o corpo. Assim, se o Estado requerer a extradição de determinado indivíduo pelo
crime de sequestro, se a vítima ou o corpo nunca foi encontrado, não terá começado a correr
o prazo prescricional.
O fato de o Estado requerente ter qualificado os delitos imputados ao extraditando como de
lesa-humanidade não torna tais crimes imprescritíveis no Brasil. Isso porque:
1) o Brasil não subscreveu a Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes de
Guerra e dos Crimes contra a Humanidade, nem aderiu a ela;
2) apenas a lei interna pode dispor sobre prescritibilidade ou imprescritibilidade de
crimes no Brasil.
A nova lei de migração chancelou DUAS VIAS de tramitação do requerimento de extradição:
diplomática e autoridade central.
Há presunção de autenticidade do pedido devidamente encaminhado ao Poder Executivo
Nacional. STF: a Nota Diplomática goza de presunção iuris tantum de autenticidade e
veracidade, sempre ressalvada possibilidade de demonstração em contrário. Tal fato é oriundo
do princípio da boa-fé, que rege, no plano internacional, as relações entre os Estados
soberanos.
Crimes comuns: devem ser cometidos antes da naturalização para dar causa à extradição.
Tráfico de drogas: podem ser cometidos depois à naturalização para dar causa à extradição.
O brasil filia-se ao sistema BELGA, que impõe controle limitado sobre o pedido do estrangeiro,
não abrangendo, por exemplo, o revolvimento de fatos.
1) A Interpol tem legitimidade para requerer, no Brasil, prisão cautelar para fins de extradição.
2) A prisão do extraditando deve perdurar até o julgamento final, pelo STF, do pedido de
extradição.
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16.5.1. MERCOSUL
● A participação do Chefe de Estado membro no CMC deve ser pelo menos semestral.
● O GMC é o principal órgão executivo do MERCOSUL, incumbindo-lhe cuidar da aplicação dos
tratados firmados pelo bloco, podendo inclusive celebrar tratados quando haja delegação do
CMC.
● A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) tem por atribuição cuidar dos instrumentos de
política comercial o bloco e se manifesta por meio de “diretrizes”, de cunho obrigatório, ou
“propostas”, meras recomendações.
● A Comissão Parlamentar Conjunta é órgão representativo dos Parlamentos dos Estados Partes
no âmbito do Mercosul. Esse órgão foi substituído pelo Parlamento do Mercosul (Parlasul). É
um órgão de representação dos interesses dos cidadãos dos Estados-Partes.
● MERCOSUL – surge em 1991 – Tratado de Assunção (BR, ARG, PY, URU). Em 2006, entra
Venezuela. O MERCOSUL atua SEMPRE em bloco, não podendo um país firmar acordo
comercial isoladamente. Surgiu sob a égide da Associação Latino-Americana de Integração,
por meio de acordo de complementação econômica firmado por Argentina, brasil, Uruguai e
Paraguai. O Mercosul é um acordo de alcance parcial celebrado por âmbito da ALADI e seus
membros (BR, AR, URU, PY) que também são membros da ALADI.
● Tratados em âmbito do MERCOSUL:
566 o Tratado de Assunção: criou o MERCOSUL. Qualquer estado latino americano
pode aderir, sendo objeto de deliberação unânime. É possível retirar-se,
comunicando aos demais. Cria o mecanismo de Direitos Humanos.
o Protocolo de Brasília: estruturar a Resolução de Controvérsias. Derrogado por
Olivos.
▪ Previu como fases: negociações diretas, intervenção do GMC, e
arbitragem (julgamento por tribunal ad hoc)
o Protocolo de Ouro Preto: conferiu personalidade internacional; aperfeiçoou a
estrutura institucional; definiu-se que as decisões seriam tomadas por
consenso (unanimidade) e presença de todos os países membros.
o Protocolo de Ushuaia: exigência de regime democrático dos países como
condição para participar do MERCOSUL. Suspensão do Paraguai e entrada da
Venezuela. Porém, em 2012 o Paraguai voltou, vez que teve eleições. Em
dezembro de 2016 a Venezuela foi suspensa por ruptura da ordem
democrática. firmado no âmbito do MERCOSUL, sobre Compromisso
Democrático entre os membros do bloco regional, assinado também entre
Bolívia e Chile, segundo o qual a plena vigência das instituições democráticas é
condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre
os Estados signatários deste protocolo.
● Estágios de integração:
o
o Protocolo de Olivos: Derroga protocolo de Brasília. Institui o Tribunal
Permanente de Revisão (TPR) com função de revisão dos Tribunais Arbitrais Ad
Hoc. Atualmente é ele que regula a solução de controvérsias no MERCOSUL.
▪ Uma controvérsia comercial entre os membros do MERCOSUL pode
ser levada à apreciação do sistema de solução de controvérsias da
OMC ou a outros foros, à escolha da parte demandante. Assim,
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● A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Montego Bay) permite que o Estado
solicite a extensão de sua plataforma continental para além de 200 milhas que constituem seu
limite máximo normal. A decisão da Comissão de Limites da Plataforma Continental é
obrigatória e definitiva.
● Em ZEE, todos os Estados gozam das liberdades de navegação e sobrevoo e de colocação de
cabos e dutos submarinos.
o Em ZEE, há soberania do Estado para explorar recursos naturais, produção de
energias; jurisdição; colocação de ilhas artificiais; investigação científica
● Serviços aéreos internacionais regulares não poderão funcionar no território ou sobre o
território de um estado contratante, a não ser com a permissão especial ou outra autorização
do mesmo Estado e de conformidade com as condições de tal permissão ou autorização.
● Não existe direito de passagem inocente aéreo, como existe no Direito do Mar.
● Para a apresentação de um pedido de indenização a um Estado lançador de objeto espacial,
não será necessário que se esgotem previamente os recursos locais que possam estar à
disposição de um Estado demandante, ou de pessoa física ou jurídica que o Estado represente.
● Sempre que possível e realizável, os Estados devem informar ao Secretário Geral da ONU,
assim como ao público e a comunidade científica internacional sobre a natureza de atividades
desenvolvidas/exploração espacial que estejam levando à cabo. Não é obrigatório.
● A jurisdição competente em caso de sequestro de aeronave é estatal, e não do TPI. Os estados
devem cuidar do crime.
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● Os princípios que regulam a exploração e o uso do espaço cósmico/lua etc, não incluem o
princípio da efetividade, de modo que só há menção ao princípio da cooperação e assistência
mútua.
●
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Art. 12. Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou retida nos termos e tenha
decorrido um período de menos de 1 ano entre a data da transferência ou da retenção
indevidas e a data do início do processo perante a autoridade judicial ou administrativa do
Estado Contratante onde a criança se encontrar, a autoridade respectiva deverá ordenar o
retomo imediato da criança.
Quando se tiver passado mais de 1 ano, a autoridade judicial ou administrativa poderá negar o
retorno da criança se ficar provado que ela já se encontra integrada no seu novo meio.
o STJ: Não se deve ordenar o retorno ao país de origem de criança que fora
retida ilicitamente no Brasil por sua genitora na hipótese em que, entre a
transferência da criança e a data do início do processo para sua restituição,
tenha decorrido mais de um ano e, além disso, tenha sido demonstrado, por
meio de avaliação psicológica, que a criança já estaria integrada ao novo meio
em que vive e que uma mudança de domicílio poderia causar malefícios ao seu
desenvolvimento.
o No caso em que criança tenha sido supostamente retida ilicitamente no Brasil
por sua genitora, não haverá conflito de competência entre (a) o juízo federal
no qual tramite ação tão somente de busca e apreensão da criança ajuizada
pelo genitor com fundamento na Convenção de Haia sobre os Aspectos Civis
do Sequestro Internacional de Crianças e (b) o juízo estadual de vara de
família que aprecie ação, ajuizada pela genitora, na qual se discuta o direito de
guarda e a regulamentação de visitas à criança. Não há conflito de
competência nesta hipótese porque cada juízo esta apreciando questão
574 distinta do outro. Verifica-se apenas prejudicialidade externa à ação ajuizada
na Justiça Estadual, a recomendar a suspensão deste processo até a solução
final da demanda ajuizada na Justiça Federal.
O juízo federal que aprecia a ação de busca e apreensão não irá examinar quem tem direito à
guarda, mas tão somente se é devida ou não a restituição. Se o juízo federal deferir a
restituição da criança ao país de origem, lá (na Justiça norte-americana) é que se decidirá a
respeito do direito de guarda e regulamentação de visitas. Por outro lado, caso seja indeferido
o pleito de restituição, a decisão sobre a guarda será do Juízo da Vara de Família no Brasil.
o Art. 16. Não podem as autoridades judiciais ou administrativas do Estado
Contratante para onde a criança foi ilicitamente levada ou esteja retida, tomar
decisões sobre o fundo do direito de guarda, após ciência da transferência ou
retenção ilícitas e antes de resolvido o pedido de restituição.
o Art. 17. A existência de decisão relativa à guarda não poderá servir de base
para justificar a recusa de fazer retornar a criança ao país de origem,
podendo, apenas, sua motivação ser levada em consideração pelo juiz que
apreciará o pedido de devolução da criança.
o Art. 19. Qualquer decisão sobre o retorno da criança não afeta os
fundamentos do direito de guarda.
Sem prejuízo das disposições contidas no Artigo anterior, a autoridade judicial ou
administrativa do Estado requerido não é obrigada a ordenar o retorno da criança se a pessoa,
instituição ou organismo que se oponha a seu retomo provar:
o a) que a pessoa, instituição ou organismo que tinha a seu cuidado a pessoa da
criança não exercia efetivamente o direito de guarda na época da
transferência ou da retenção, ou que havia consentido ou concordado
posteriormente com esta transferência ou retenção; ou
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o Objeto: descreve a matéria à qual se refere a norma, ou seja, o que ela regula.
Personalidade, capacidade civil, família. Ex: “A lei do país em que domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome,
a capacidade e os direitos de família”. Desse artigo, extrai-se que os objetos de
conexão são “o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os
direitos de família”, enquanto que o elemento de conexão é o domicílio.
O juiz pode aplicar lei estrangeira de ofício, desde que conheça de sua validade.
o Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a
invoca prova do texto e da vigência.
Aplica-se a lei brasileira para reger a sucessão de bem imóvel situado no exterior? A Justiça
brasileira é competente para julgar inventário e partilha de bem imóvel localizado em outro
país? NÃO. Ainda que o domicílio do autor da herança seja o Brasil, aplica-se a lei estrangeira
da situação da coisa (e não a lei brasileira) na sucessão de bem imóvel situado no exterior. O
art. 10 da LINDB afirma que a lei do domicílio do autor da herança regulará a sucessão por
morte. Ocorre que essa regra não é absoluta e deverá ser interpretada sistematicamente, ou
seja, em conjunto com os demais dispositivos que regulam o tema, em especial o art. 8º,
caput, e § 1º do art. 12, ambos da LINDB e o art. 89 do CPC 1973 (art. 23 do CPC 2015). Desse
modo, esses dispositivos revelam que a lei brasileira só se aplica para os bens situados no
Brasil e autoridade judiciária brasileira somente poderá fazer o inventário dos bens imóveis
aqui localizados. Mas no caso em que há um bem imóvel no Brasil e outro no exterior, como
576 fazer? Deverão ser abertos dois inventários: um aqui no Brasil para reger o bem situado em
nosso território e outro no exterior para partilhar o imóvel de lá. STJ. 3ª Turma. REsp
1.362.400-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 28/4/2015 (Info 563).
16.10.1. Homologação de sentença estrangeira
Em sede de homologação de sentença estrangeira não é possível a renúncia. A homologação
de sentença é condição de eficácia de um provimento jurisdicional estrangeiro, de caráter
meramente processual, sem correlação direta com o direito material veiculado na ação
original. Limita o juízo exercido pelo STJ à mera delibação, que se restringe, via de regra, à
verificação dos requisitos formais preconizados no ordenamento jurídico, com vistas a conferir
a produção de efeitos jurídicos ao ato proveniente de outra jurisdição.
É possível o aproveitamento dos atos do processo para a homologação da nova sentença,
justificado pelo fato de que o essencial no julgado estrangeiro é a definição do direito à pensão
alimentícia, e não o valor desta, que é imune ao trânsito em julgado.
É imprescindível a citação regular, por meio de carta rogatória ao Brasil, para homologação de
sentença estrangeira que tramitou contra pessoa residente no Brasil.
A citação para o procedimento arbitral pode ter sido feita pela via postal, com prova
inequívoca de recebimento, quando se trata de homologação de laudo arbitral proferido no
exterior, envolvendo réu domiciliado no Brasil. (TRF2/2018)
O trânsito em julgado pode ser inferido pelas próprias características do procedimento de
divórcio consensual, ainda que não conste da documentação juntada a expressa certidão de
trânsito.
O ato homologatório da sentença estrangeira limita-se à análise dos requisitos formais.
Questões de mérito não podem ser examinadas pelo STJ em juízo de delibação.
A jurisprudência e a doutrina são unânimes em dispor que a natureza das homologações de
sentença estrangeira é CONSTITUTIVA.
É atribuição do Presidente do STJ homologar decisão estrangeira.
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Serão homologados os provimentos não judiciais que, pela lei brasileira, tiverem natureza de
sentença.
As decisões estrangeiras poderão ser homologadas parcialmente.
A concessão de benefícios executórios que impliquem redução da vigilância ao preso
estrangeiro, que tenha decretada a expulsão, decorrente de sua situação irregular no país,
deve estar amparada em elementos concretos que assegurem a futura aplicação da medida.
É possível a homologação parcial de decisões judiciais estrangeiras.
Admite-se tutela de urgência nos procedimentos de homologação de sentenças estrangeiras.
Na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e, por solicitação de
autoridade estrangeira competente, é possível que o juiz nacional determine medidas
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes de lavagem de dinheiro
cometido por estrangeiro em outro país, independentemente de tratado ou convenção
internacional, desde que o governo do país da autoridade solicitante prometa
RECIPROCIDADE ao Brasil.
É possível ser reconhecida a eficácia, no Brasil, de hipoteca de navio registrada apenas em país
de nacionalidade da embarcação que não consta como signatário das Convenções
Internacionais sobre a matéria.
o Trata-se do artigo 278 do Código de Bustamante, estabelecendo que a
hipoteca marítima e os privilégios e garantias de caráter real, constituídos de
acordo com a lei do pavilhão, têm efeitos extraterritoriais até nos países cuja
legislação não conheça ou não regule essa hipoteca ou esses privilégios.
o As hipotecas sobre embarcações brasileiras devem ser registradas no Tribunal
577 Marítimo. No Brasil é desnecessário o registro
o As hipotecas feitas pelo capitão do navio feitas regularmente segundo a lei do
Estado contratante a cuja jurisdição o navio pertencer, tanto pertencem a
jurisdição do porto de registro, como de um ofício central, e serão
consideradas válidas e acatadas em todos os países contratantes.
Neste caso concreto, a sentença não envolve partes brasileiras ou domiciliadas no país,
tampouco a lide originária se refere a fatos ocorridos no Brasil, nem a sentença homologanda
impôs qualquer obrigação a ser cumprida em território nacional. Deste modo, a ausência de
jurisdição brasileira conduz necessariamente à falta de interesse processual do requerente.
Não constitui óbice à homologação de sentença arbitral estrangeira que imputa à recuperanda
obrigação de pagar, quando esta está em curso de processo de falência, cabendo ao juízo
universal decidir sobre o crédito. Isso porque se está em fase antecedente à execução, apenas
emprestando eficácia jurídica ao provimento homologando.
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no
exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a
soberania nacional. Nesse sentido, o STJ entendeu ser perfeitamente possível a homologação
para que se evitasse o enriquecimento ilícito, ao brasileiro que, tenta retornar ao país de
origem buscando a impunidade civil. Não há incompatibilidade com a ordem pública, uma vez
que
o A dívida de jogo foi contraída no exterior, por isso, deve ser aplicada a lei
material estrangeira (LINDB, art. 9).
o Ordem pública é um conceito mutável, atrelado à moral e ordem jurídica do
momento histórico.
o O CC veda enriquecimento sem causa, de modo que a ordem pública deve ser
relativizada sob as luzes dos princípios que regem as obrigações na ordem
contemporânea, isto é, a boa-fé e vedação do enriquecimento sem causa.
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Os direitos dos povos indígenas são objeto de uma declaração específica: Declaração das
Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e de um tratado internacional
especializado na matéria, que é a Convenção 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.
Em caso de violação de direitos humanos, admite-se a mitigação da norma que apregoa a
negação de intervenção em assuntos internos.
o A ONU tem como princípio promover e estimular o respeito aos Direitos
Humanos e às liberdades fundamentais para todos, de modo que o princípio
da não intervenção não pode ser invocado diante da violação dos
compromissos internacionais do Estado em matéria de proteção e promoção
da dignidade humana.
STF: Tratados de direitos humanos anteriores à EC 45/03 possuem no direito brasileiro status
de norma supralegal
Crianças: Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança
o Considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de
idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a
maioridade seja alcançada antes. Logo, não há presunção absoluta de ser
criança com menos de 18 anos.
Declaração Universal dos Direitos Humanos: não é um tratado, é uma resolução não
vinculante da Assembleia Geral da ONU e cujo conteúdo pode ser enquadrado como princípios
gerais do Direito ou soft law.
o Trata de muitos direitos de liberdade, de direitos de igualdade, de direitos
econômicos, trata sobre direitos políticos (voto, serviço público, tomar parte
580 no governo do país), dos direitos culturais, bioética e direitos intelectuais.
o Não trata sobre direito ao meio ambiente equilibrado.
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Esse órgão caiu na minha prova
oral de Direito Internacional, a examinadora só queria saber se eu conhecia o órgão que
examinava internacionalmente o tema do refúgio.
o Ao contrário, o asilo não possui um “órgão” especializado como o tema do
refúgio.
17.2.1. Casos Internacionais relevantes
Case of the S.S. "Wimbledon", Britain et al. v. Germany, 1923: o Governo Alemão proibiu a
passagem do navio com armas Wimbledon no canal de Kiel, alegando que estava em posição
de neutralidade na guerra russo-polonesa e não deixaria e havia proibição interna para
passagem do navio. O embaixador francês invocou o artigo 380 do Tratado de Versalhes, que
era pela livre circulação do canal de Kiel. A extinta CPJI entendeu que muito embora a
Alemanha pudesse regular sua neutralidade na guerra russo-polonesa, deveria cumprir o dever
definido no Tratado de Versalhes, permitindo a passagem do "Wimbledon" através do Canal
de Kiel. Assim, ficou estabelecido que as leis internas não podem
prevalecer sobre os tratados internacionais, a partir do que posteriormente se desenvolveu
a ideia de que as normas internas consistem em “mero fato” para os casos de
responsabilização dos Estados por violação das normas internacionais.
Caso Fábrica de Chorzów: O caso remonta ao plebiscito da Alta Silésia, imposto pelo Tratado
de Versalhes e realizado em março de 1921, após a Primeira Guerra, para determinar a
fronteira entre a Alemanha e a Polônia. A parte oriental da Silésia, incluindo Chorzow, foi
separada da Alemanha e concedida à Polônia em 1922. Em tal parcela territorial se
encontrava a fábrica de nitrogênio Oberschlesische Stickstoffwerke. A discussão perante a
Corte Permanente de Justiça Internacional dizia respeito sobre a reparação exigida pela
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Alemanha à Polônia, em razão do alto valor da fábrica e dos termos do acordo, que exigia
que fosse respeitada a propriedade alemã, mesmo com a cessão territorial (a Polônia havia
expropriado a fábrica). Ao julgar o caso, a CPJI sedimentou a reparação integral como a regra
básica, no âmbito da responsabilidade internacional dos Estados.
Barcelona Traction (Belgium vs. Spain, 1970) – CIJ – Já tinha ocorrido a extinção da Liga das
Nações e a criação da ONU: A Barcelona Traction era uma empresa canadense de serviços
públicos que operava luz e energia na Espanha. Embora operasse na Espanha, era detida
principalmente pelas holdings belgas SOFINA e SIDRO e tornou-se objeto de
importante conflito entre Bélgica e Espanha, em 1970. O Governo Espanhol impôs restrições
econômicas sobre as empresas estrangeiras, de modo que os acionistas belgas perderam
dinheiro e requereram à CIJ reparação. A CIJ decidiu que apenas o Estado em que a corporação
foi incorporada (Canadá) teria legitimidade para ir à Corte. É dizer: a Bélgica não teria qualquer
interesse jurídico na matéria para justificar o seu pedido, pois, embora os acionistas belgas
tivessem sofrido prejuízos indiretos, eram somente os direitos da companhia que poderiam ter
sido infringidos por ações da Espanha. o caso é mundialmente conhecido por conta do que foi
dito lateralmente. De forma “obiter dictum”, a Corte Internacional de Justiça identificou uma
categoria de obrigações internacionais denominada “erga omnes”, a saber, as obrigações
dos Estados com a comunidade internacional como um todo, destinadas a proteger e
promover os valores básicos Interesses comuns de todos. Cuida-se caso pioneiro no
reconhecimento de obrigações internacionais como normas objetivas, de caráter “erga
omnes”, especialmente aplicável no âmbito dos direitos humanos.
o “uma distinção essencial deve ser feita entre as obrigações de um Estado para
581 com a comunidade internacional como um todo (erga omnes) e as que
surgem em relação a outro Estado no campo da proteção diplomática. Pela
sua própria natureza, as primeiras são de preocupação de todos os Estados.
Tendo em conta a importância dos direitos envolvidos, todos os Estados
podem ter um interesse jurídico na sua protecção; são obrigações erga
omnes. Tais obrigações derivam, por exemplo, do direito internacional
contemporâneo, da proibição dos atos de agressão e do genocídio, assim
como dos princípios e regras relativos aos direitos fundamentais da pessoa
humana, incluindo a proteção contra a escravidão e a discriminação racial.
Alguns dos direitos de proteção correspondentes entraram no corpo do direito
internacional geral […] Outros são conferidos por instrumentos internacionais
de caráter universal ou quase universal ".
17.3. Regional
Na atualidade há três cortes regionais em funcionamento: Europeia, Interamericana e
Africana.
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o CASO GOODWIN, em que a CEDH mencionou que seus precedentes não eram
vinculantes e que teria havido violação pelo Reino Unido ao não reconhecer o
casamento inclusive de transexuais.
A Corte julga demandas de indivíduos contra Estados bem como de um Estado contra
outro.
o Qualquer comitê pode, por voto unânime, pode declarar a inadmissibilidade
ou mandar arquivar qualquer petição individual formulada nos termos do
artigo 34.º, se essa decisão puder ser tomada sem posterior apreciação. Esta
decisão é definitiva.
Diferentemente da Corte Interamericana, a Corte europeia não possui uma comissão
europeia de direitos humanos com capacidade de mediação e conciliação.
A derrogação ao direito à vida só pode ocorrer na situação de guerra e em atos lícitos
de guerra. A situação de perigo público não permite a derrogação ao direito à vida.
Cabe Intervenção de terceiros nos processos perante a Cote Europeia:
o 1. Em qualquer assunto pendente numa seção ou no tribunal pleno, a Alta
Parte Contratante da qual o autor da petição seja nacional terá́ o direito de
formular observações por escrito ou de participar nas audiências. 2. No
interesse da boa administração da justiça, o presidente do Tribunal pode
convidar qualquer Alta Parte Contratante que não seja parte no processo ou
qualquer outra pessoa interessada que não o autor da petição a apresentar
observações escritas ou a participar nas audiências. 3. Em qualquer assunto
pendente numa seção o ou no tribunal pleno, o Comissário para os Direitos do
585 Homem do Conselho da Europa poderá formular observações por escrito e
participar nas audiências.
17.4. Tratados Extravagantes por tema
17.4.1. Tortura
Protocolo de Istambul: não possui força de tratado, sendo apenas um manual para a
investigação e documentação eficazes da tortura e outras penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
Crimes de jus cogens: genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de
agressão.
o Ainda que a tortura seja fato que possa caracterizar um desses tipos penais,
são esses quatro os classificados como crimes de jus cogens.
A Convenção da ONU contra a tortura tem um conceito estrito de tortura, não abrangendo
atos omissivos ou por negligência. Ademais, admite que não serão considerados como tortura
as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legítimas.
o André Carvalho Ramos: “A Convenção de 1984 é criticada por ter adotado uma
definição estrita de tortura, dando a entender que a tortura não pode ser
cometida por omissão e negligência. Também foi alvo de polêmicas a menção
a “sanções legítimas” que descaracterizam a tortura, exigência na época da
negociação do tratado dos países que adotam castigos corporais. Essa menção
a “sanções legítimas” podem ser utilizadas de modo abusivo por países, como
os Estados Unidos, interessados em justificar os seus meios de interrogatórios
de suspeitos de prática de atos de terrorismo”.
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o A convenção da ONU exige que a tortura seja feita por agente público ou com
sua aquiescência.
o A convenção da ONU exige que o sofrimento seja agudo;
o No HC 70.389, o STF utilizou a definição de tortura da Convenção da ONU para
analisar o tipo do artigo 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente;
Convenção Interamericana contra tortura:
o Tipifica como tortura o ato de imposição de sofrimento físico e psíquico com
qualquer fim. Nada dispõe sobre a necessidade de ser agente público, como a
da ONU;
o A Lei 9455/97 sobre tortura se aproxima da Convenção Interamericana, eis
que não registra ser imprescindível que a tortura seja cometida por agente
público ou com sua aquiescência.
o Admite que pode ser tortura determinada pena ou medida preventiva;
o Criou a figura equiparada, ou seja, são equiparadas a tortura medidas que não
infligem dor ou sofrimento, mas diminuem a capacidade física ou mental
Tribunal Penal Internacional:
o O Estatuto do TPI requer dor ou sofrimento agudos para a tipificação objetiva
da tortura
17.4.2. Deficientes
O ensino inclusivo milita favoravelmente à dialógica implementação dos objetivos
esquadrinhados pela Constituição da República. De mais a mais, como bem resumido pelo
586 relator: “à escola não é dado escolher, segregar, separar, mas é seu dever ensinar, incluir,
conviver.”. Por isso, “não se acolhe o invocar da função social da propriedade para se negar a
cumprir obrigações de funcionalização previstas constitucionalmente, limitando-a à geração de
empregos e ao atendimento à legislação trabalhista e tributária, ou, ainda, o invocar da
dignidade da pessoa humana na perspectiva de eventual sofrimento psíquico dos educadores
e usuários que não possuem qualquer necessidade especial.
o O ensino inclusivo de pessoas com deficiência em todos os níveis de educação
não é realidade estranha ao ordenamento jurídico pátrio.
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588 pedidos de registro dos pré-candidatos. (…) O processo geral é prejudicial em relação aos
particulares. A decisão, por exemplo, que indefira o DRAP (porque concluiu pela invalidade da
convenção) prejudica todos os pedidos parciais de registro que se lhe encontrem ligados. Logo,
os processos particulares só podem ser apreciados depois do julgamento do geral”
o TSE: 1. Nos termos da jurisprudência deste Tribunal Superior, não cabe
rediscutir, em processo individual de registro de candidatura, a matéria
decidida com trânsito em julgado no âmbito do DRAP, que ensejou a exclusão
do partido ao qual o candidato é filiado da coligação partidária. 2. O
indeferimento do DRAP, mediante decisão transitada em julgado, torna
prejudicados os requerimentos de registro de candidatura individuais a ele
vinculados.
o Ao iniciar o processo de registro, o Candex gera os formulários de
Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), Requerimento de
Registro de Candidatura (RRC) e Requerimento de Registro de Candidatura
Individual (RRCI). Os formulários deverão ser preenchidos, impressos,
assinados e mantidos pelos respectivos subscritores, e poderão ser requeridos
pela Justiça Eleitoral para conferência da sua veracidade.
o
São solicitadas certidões de quitação eleitoral e criminais, mas certidão cível em que seja
possível avaliar se o candidato foi ou não condenado por improbidade administrativa não é
exigida. Não obstante ser inelegível aquele que tiver sido condenado à suspensão de direitos
politicos por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio e
enriquecimento sem causa, não é exigida certidão no momento do registro de candidatura. As
Resoluções do TSE não exigiram tais documentos. Não há lei que obrigue a apresentação.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o órgão competente para julgar os Recursos Contra
Expedição de Diploma (RCED) nas eleições presidenciais e gerais (federais e estaduais). STF.
Plenário. ADPF 167/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2018 (Info 893).
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589 É vedada a inovação de tese recursal em sede de agravo interno. É incabível a inovação de tese
recursal em sede de agravo interno, o que consubstancia, ainda, pretensão de exame de
matéria fático-probatória, vedado nesta instância especial, a teor da Súmula 24 do TSE.
“A contagem de prazos em dias úteis prevista no art. 219 do novo Código de Processo Civil não
se aplica à Justiça Eleitoral, consoante o entendimento do TSE e materializado na resolução nº
23.478/2016”.
18.10.Propaganda eleitoral
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18.12.Ações Eleitorais
De acordo com a jurisprudência deste Tribunal Superior Eleitoral, as ações de investigação
590 judicial eleitoral (AIJE) fundamentadas em abuso de poder e condutas vedadas a agentes
públicos podem ser propostas até a data da diplomação.
Súmula 38 do TSE: “Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há
litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária”. Ou
seja, não é possível uma ação eleitoral que vise à cassação de registro, diploma ou mandato se
o titular e o vice da chapa não estiverem no polo passivo, considerada a possibilidade de
ambos os integrantes serem afetados pela eficácia da decisão. Mas não é cabível a presença
do partido político no polo passivo
o TSE: O partido político não detém a condição de litisconsorte passivo
necessário nos processos em que esteja em jogo a perda de diploma ou de
mandato pela prática de ilícito eleitoral. A jurisprudência deste Tribunal é
pacífica quanto à desnecessidade, na ação de investigação judicial eleitoral
por abuso de poder, de litisconsórcio passivo necessário entre os candidatos
beneficiados e aqueles que contribuíram para os atos abusivos.
18.13.Eleição
.
É inconstitucional a lei que determina que, na votação eletrônica, o registro de cada
voto deverá ser impresso e depositado, de forma automática e sem contato manual do
eleitor, em local previamente lacrado (art. 59-A da Lei 9.504/97, incluído pela Lei
13.165/2015). Essa previsão acaba permitindo a identificação de quem votou, ou seja,
permite a quebra do sigilo, e, consequentemente, a diminuição da liberdade do voto,
violando o art. 14 e o § 4º do art. 60 da Constituição Federal. Cabe ao legislador fazer a
opção pelo voto impresso, eletrônico ou híbrido, visto que a CF/88 nada dispõe a esse
respeito, observadas, entretanto, as características do voto nela previstas. O modelo
híbrido trazido pelo art. 59-A constitui efetivo retrocesso aos avanços democráticos
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conquistados pelo Brasil para garantir eleições realmente livres, em que as pessoas
possam escolher os candidatos que preferirem. STF. Plenário. ADI 5889/DF, rel. orig.
Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018
(Info 905). #IMPORTANTE
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o Princípios são comandos de otimização que exigem que algo seja realizado na
máxima medida possível dentro das circunstâncias fáticas e jurídicas,
enquanto regras são comandos definitivos, os quais exigem apenas que certa
conduta seja realizada. As colisões entre os princípios são solucionadas através
da famosa máxima da proporcionalidade.
o O princípio da segurança jurídica é um princípio formal. Ele exige um
compromisso com aquilo que foi estabelecido autoritativamente e é
socialmente eficaz. O princípio da justiça é um princípio material ou
substantivo. Ele exige que a decisão seja moralmente correta. Esses dois
princípios, como princípios em geral, podem colidir, e de fato eles
frequentemente colidem. Um nunca pode tomar o lugar do outro
completamente, ou seja, em todas as casas. Ao contrário, a dupla natureza do
direito exige que eles sejam considerados reciprocamente em uma proporção
correta. Na medida em que essa ponderação correta é obtida, é a lançada
harmonia no sistema jurídico.
o George Marmelstein em comentários sobre Alexy:
(a) em primeiro lugar, a ideia de que os direitos fundamentais
possuem, em grande medida, a estrutura de princípios, sendo,
portanto, mandamentos de otimização que devem ser efetivados ao
máximo, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas que surjam
concretamente;
(b) em segundo lugar, o reconhecimento de que, em um sistema
595 comprometido com os valores constitucionais, é frequente a
ocorrência de colisões entre os princípios que, invariavelmente,
acarretará restrições recíprocas entre essas normas (daí a relativização
dos direitos fundamentais);
(c) em terceiro lugar, a conclusão de que, para solucionar o problema
das colisões de princípios, a ponderação ou sopesamento (ou ainda
proporcionalidade em sentido estrito) é uma técnica indispensável;
(d) por fim, mas não menos importante, que o sopesamento deve ser
bem fundamentado, calcado em uma sólida e objetiva argumentação
jurídica, para não ser arbitrário e irracional.
Ponto em comum de Alexy e Dworkin para Alexandre Trivisonno: O modelo de Alexy
tem um ponto em comum com o modelo de Dworkin: a aceitação de que a legislação
não é perfeita e a constatação da importância do processo de interpretação (em Alexy,
argumentação). Mas Alexy, ao contrário de Dworkin, não entende ser possível uma
única solução para todo e qualquer caso. Alexy entende que seria inadequado firmar a
tese da única resposta correta sem oferecer um procedimento para alcança-la. Por
isso, a única resposta correta transforma-se, em Alexy, em uma ideia regulativa, isto é,
uma ideia metodologicamente construída, que deve ser buscada no discurso real, mas
que nem sempre pode ser alcançada.
Decisões judiciais e hard cases
o Hart: utiliza-se da discricionariedade.
o Dworkin: não há discrição, o juiz está vinculado a princípios. Decisão única.
o Alexy: ponderação, optar pela melhor escolha sem excluir totalmente o
ordenamento. Respeito às regras.
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