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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS

ANTEPROJETO DE DISSERTAÇÃO

Por uma antologia crítica:


o álbum Antologia Gráfica de Renina Katz posto em questão.

João Paulo Ovidio

RIO DE JANEIRO – RJ

2019
João Paulo Ovidio

Por uma antologia crítica:


o álbum Antologia Gráfica de Renina Katz posto em questão.

Anteprojeto de pesquisa apresentado ao Centro de Letras e


Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro como
requisito necessário para inscrição no Mestrado
Acadêmico em Artes Visuais do Programa de Pós-
Graduação em Artes Visuais (PPGAV-UFRJ).

RIO DE JANEIRO – RJ

2019
Por uma antologia crítica: o álbum Antologia Gráfica de Renina Katz
posto em questão.

Natural de Niterói, Renina Katz (1925) é filha de imigrantes poloneses refugiados da


Europa depois do término da 1ª Guerra Mundial. Pertence a uma família de origem
judaica, fato que justifica a mudança de seus pais para o Brasil após o fim da Grande
Guerra, sendo o principal motivo as perseguições de cunho antissemita. O interesse por
literatura e ilustração desde criança a motivaram quando adulta cursar Pintura na Escola
Nacional de Belas Artes (1945-1950). Busca complementar a formação artística com
cursos livres, como o curso de Desenho de Propaganda e de Artes Gráficas da Fundação
Getúlio Vargas, onde recebe a orientação de Axl Leskoschek em xilogravura e de
Carlos Oswald em gravura em metal, assim como é importante destacar o Liceu de
Artes e Ofícios, núcleo de ensino onde posteriormente foi aperfeiçoar os estudos com o
segundo mestre aqui citado (KATZ, 1997, p. 18).

A artista encontra no preto-e-branco da xilogravura uma técnica eficiente para se


comunicar com a sociedade, uma vez que faz uso da possibilidade do múltiplo para
alcançar um número maior de pessoas (ABRAMO, 2003, p. 290). O seu principal
objetivo é denunciar as mazelas do povo brasileiro, como a fome, o desemprego, a falta
de moradia e higiene, entre outras questões que assolam os moradores da periferia do
norte ao sul do país. A atitude transforma o debate da época em imagem. A fase
corresponde ao recorte de 1948 a 1956, de produção de temáticas sociais, com caráter
figurativo e viés político, alinhada ao discurso dos intelectuais da esquerda associados
ao Partido Comunista. Os trabalhos de Renina Katz ora tendem para o realismo devido a
escolha do repertório, ora tangem o expressionismo em razão da feitura. Quais aspectos
a crítica adota como relevante ao analisar a produção e inseri-la dentro dessas categorias
da história da arte?

Com o presente projeto de pesquisa realizo uma investigação sobre os discursos da


crítica de arte em dois momentos, primeiro no período em que os trabalhos foram
realizados, ou seja, na década de 1950, e depois quando esses foram reeditados para
comercialização, no final da década de 1970. Trata-se da análise do entendimento de
profissionais da arte frente a gravuras de Renina Katz, nas quais se dedicou à três
grandes temáticas sociais: os retirantes, os camponeses e os favelados. O interesse por
produzir uma arte de cunho social no Brasil antecede o período de pós-guerras,
evidenciado na década de 1930 nos trabalhos de Portinari, Quirino Campofiorito,
Sigaud e seus pares, os quais foram referenciais para a geração seguinte. A escolha da
técnica é uma das particularidades que diferencia essas duas gerações, pois se os
primeiros se dedicaram à pintura, os mais novos demonstram maior afinidade com a
gravura, adotando-a como meio expressivo a fim de desenvolver seus projetos estéticos,
políticos e ideológicos. Portanto, a crítica de arte Aracy Amaral identifica a geração de
Renina Katz como o segundo momento de uma preocupação social na arte brasileira
(1984) . É importante grifar que ambos momentos estabelecem diálogos profícuos com
a arte moderna mexicana, tanto os primeiros através do muralismo, como os segundos
por meio das ideias difundidas pelo Taller de Gráfica Popular. A ideologia comunista
foi um dos elos responsáveis por entrelaçar esses artistas, frequentemente associados
aos partidos, adotando o discurso como motriz da produção artística, com um
direcionamento político.

Renina conquistou a atenção da crítica de arte especializada ainda quando era uma
jovem artista, recém-formada na ENBA, com pouquíssima experiência profissional,
porém, já inserida no circuito artístico oficial de exposições. 1 Destacava-se por sua
personalidade forte, dedicação ao trabalho e determinação de ideias, características
exigidas a uma artista engajada. O termo engagé é recorrente nos textos sobre o trabalho
da jovem artista, desse modo, precisa ser compreendido dentro do contexto histórico.
Na década de 1970, a promessa de um futuro promissor de outrora se apresenta como
uma referência consolidada, posição vitoriosa alcançada devido anos a fio dedicados à
arte, outra definição possível para engajamento.

Após o levantamento da fortuna crítica em periódicos se tornou possível estabelecer


dois conjuntos para investigação, sendo um liderado por intelectuais especializados em
artes plásticas e o outro constituído por colunistas desprovidos de conhecimento na área.

1
Expôs de 1947 a 1951 na Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes, no entanto, com o decreto
da Lei 1512, de 19 de dezembro de 1951, cria-se o Salão Nacional de Arte Moderna, onde a artista passou
a expor ininterruptamente até 1959, ano de sua última participação como artista neste certame.
De todo modo, apesar do segundo não possuir instrumentais necessários para analisar as
obras a partir de suas especificidades, contribui por produzir escritos de época, os quais
nos permitem acessar outro tipo de informação, sobretudo os bastidores do cenário
artístico. Os textos de ambos os agentes nos permitem contrapor com as análises feitas
posteriormente, colaborando para construção de uma revisão crítica.

Na década de 1950 destacamos o nome dos críticos de arte de Fernando Pedreira, José
Geraldo Vieira, Mario Barata e Quirino Campofiorito, ao passo que na década de 1970
merece nossa atenção os escritos de Flávio Motta, Jacob Klintowitz, Olivio Tavares de
Araújo e Radha Abramo. As reavaliações ocorrem tanto por autores revisitando a obra,
como os aqui citados, quanto por teóricos propondo novas leituras à conceitos antigos,
depoimentos da própria artista em entrevistas, além de produções de pesquisas
acadêmicas: artigos, dissertações, teses.

O objeto de pesquisa deste projeto, álbum Antologia Gráfica (1977), foi concebido duas
décadas após a produção dessas peças, no final da década de 1970, durante a Ditadura
Militar no Brasil. O caráter da publicação incentiva à produção de novas reflexões,
adotando como referência o momento presente tanto para debater as temáticas da
gravura a partir de uma perspectiva contemporânea, como para construir um balanço de
mudanças e permanências dessas questões. Assim sendo, ao trazê-las à luz novamente,
passam a integrar um contexto histórico diferente da primeira tiragem, apesar de tratar
da mesma imagem, a obra é completamente diferente, das tintas e papéis utilizados aos
propósitos da impressão. Estudar o álbum implica em se debruçar sobre o resgaste da
produção do início da carreira de Renina Katz, que faz questão de divulgá-los com uma
publicação de qualidade, ainda que nesse momento a sua produção artística se apresenta
na contramão da arte figurativa de caráter social, numa verdadeira imersão no estudo de
cor e luz (KATZ, 1997, 30).

O álbum Antologia Gráfica contempla a seleção de 45 obras de xilogravuras e linóleos


realizadas de 1948 a 1956. O recorte abarca o período em que Renina Katz foi associada
por parte da crítica realista social, apesar de se afirmar como expressionista no stricto
sensu, uma vez que se mostra interessada na dramaticidade da miséria humana
(BECCARI, 1981, p.8). Reunidas no formato de álbum, o conjunto das gravuras possui
a tiragem de 80 exemplares e texto de apresentação do crítico de arte Flávio Motta. O
trabalho foi o último álbum editado por Julio Pacello, importante editor no Brasil,
2
felecido poucos meses antes do lançamento do material. Em 1956, Renina encerra um
ciclo com a publicação de 50 exemplares do álbum Favela, a última fase do seu período
de arte social. Na medida em que essa primeira iniciativa contemplava somente uma
série específica, o álbum que proponho estudar concentra todas as séries desse período,
assumindo um caráter de compilado. Antologia Gráfica é o oitavo álbum da artista,
dentre os quais obteve maior repercussão na imprensa, diferenciando-se por não ser um
material inédito.

As gravuras de Renina Katz existem como unidade, possuem um histórico próprio –


participação em exposições, estão presentes em acervos, além da reprodução fotográfica
em periódicos, livros, catálogos –, mas ao serem selecionadas para fazer parte de um
álbum adquirem novas propriedades. Tais carregam a soma de suas histórias com as
demais peças que a acompanham. Na gravura, o álbum é um método de disposição da
lógica do colecionismo, o sujeito que o adquire passa a ter um conjunto de obras.
Pretendo com a dissertação me aprofundar no formato do álbum, questão própria da
gravura, para que seja possível compreender melhor a sua finalidade dentro do mercado
de arte e da bibliofilia.

Interessa a esta pesquisa, em um primeiro momento, analisar de modo crítico a


formação da artista, questionar como o apoio ou aversão a determinadas questões
políticas interferiram em sua participação em certames nacionais e internacionais, nas
atividades como discente e docente, e principalmente na proposta de sua obra, no campo
visual e conceitual. Este direcionamento permite identificarmos as possíveis motivações
iniciais e os rompimentos com o mesmo, além de grifar outros conceitos básicos para
abordar a obra: métier, engagé, realismo, expressionismo, entre outros. Junto a esse
processo de sistematização cabem indagações sobre quais pensadores contemplam as
especificidades das gravuras, de modo que alguns nomes já foram elencados, porém
somente o processo da escrita dissertativa permitirá definir o escopo teórico definitivo.
Privilégio assim as fontes primárias para construção de uma antologia crítica das

2
ANDRADE, M. A. P.. Álbuns de gravura editados por Julio Pacello na coleção do Museu Universitário
de Arte da UFU. REVISTA MUSEOLOGIA E INTERDISCIPLINARIDADE, v. 5, p. 186-195, 2016.
gravuras de Renina Katz, contemplando determinados aspectos de sua biografia, os
quais provocam ecos no discurso de na imagem.

O álbum delimita duas temporalidades para o desenvolvimento da pesquisa, a primeira


diz respeito à transição entre a década de 1940 para 1950, que coincide com um período
3
importante para o desenvolvimento da gravura artística no Brasil . As conquistas
ocorreram gradativamente, sendo preciso esforço e persistência para que esta alcançasse
visibilidade próxima às outras práticas artísticas. Utilizo a palavra “próxima” e não
“semelhante” ou “igual” devido à hierarquia das Belas Artes, ainda predominante na
época, onde a tela (pintura) recebe maior destaque (valor) em relação ao trabalho
realizado sobre papel (artes gráficas). O reconhecimento da qualidade, infelizmente, não
é sinônimo de valorização da obra. A gravura passa a integrar importantes certames, não
4
mais sob as seções de artes gráficas, adquirindo sua independência . Estamos diante de
uma geração de artistas influenciados pelos pioneiros (TAVORA, 2010, p. 641),
adotando a gravura como fazer artístico, e não mais como exercício ou hobbies, comum
entre as gerações anteriores. Desse modo, finalmente tornou-se possível falar de
gravadores no stricto sensu. É dentro desse recorte histórico e geográfico que Renina
Katz produz as matrizes das gravuras presente anos mais tarde no álbum Antologia
Gráfica.

A segunda temporalidade inclui os anos antecedentes e posteriores ao álbum,


demarcado por um período uma década, de 1975, quando a artista volta a ter uma
participação ativa no circuito de exposições, até 1985, ano da mostra Expressionismo do
Brasil: heranças e afinidades, presente dentro da 18ª Bienal de São Paulo. Na década de
1950, Renina Katz se apresenta como uma exceção entre os seus pares ao expor na 3ª
Bienal de São Paulo (1955), uma vez que Fernando Pedreira se dedicou a publicar
exaustivamente na revista Fundamentos críticas ferrenhas ao certame, sendo o porta-voz
dos artistas de tendências sociais. Os artistas de tendências sociais se negavam a
participar da mostra por identificá-la como uma proposta elitista, inteiramente distante

3
Ver TAVORA, Maria Luisa Luz. Tematizando a história da gravura no Brasil: no território da crítica de
arte - 1950 /60. In: 19 Encontro da ANPAP, 2010, Cachoeira /Bahia. Anais do Encontro Nacional da
ANPAP. Bahia: Universidade Federal da Bahia /Centro de Artes, Humanidades e Letras, 2010.
4
Ver LUZ, Angela Ancora. Uma breve história dos salões de arte da Europa ao Brasil. Rio de Janeiro:
Ed. Caligrama, 2006.
do povo, uma vez que subsidia as tendências abstratas, vistas como um desvio das
causas humanas, tão importantes naquele momento. Portanto, o segundo recorte tem
como objetivo verificar a recepção do público e perspectiva do crítico frente a nova
inserção dessas gravuras no circuito, contrastando a diferença nos embates e a essência,
isto é, o que permanece igual.

Buscando se aproximar do caráter panfletário dos artistas mexicanos, os gravadores


brasileiros se associaram ao jornal carioca Imprensa Popular, a revista paulista
Fundamentos e a gaúcha Horizonte, todas pertencentes à imprensa comunista. Estes são
alguns dos periódicos que propiciaram maior visibilidade para as gravuras de Renina
Katz – e outros artistas interessados em produzir uma arte pautada nas questões sociais.
Era uma prática comum entre os gravadores engajados politicamente a realização de
ilustrações para os periódicos citados anteriormente, assim conseguiam alcançar um
número maior de pessoas para comunicar suas denúncias (KATZ, 1997, p. 34). Os
esforços se mostraram insuficientes diante o seu objetivo ambicioso, visto que as
imagens permanecem condicionadas a distribuição e circulação dos jornais, diferente
dos mexicanos que exploravam diversas possibilidades de propagação da imagem. Na
década de 1970 os veículos de comunicação são outros, uma vez que a ditadura militar
persegue iniciativas como as citadas anteriormente.

Fora do eixo Rio-São Paulo, em 1950, no Rio Grande do Sul foi fundado o Clube de
Gravura, formado por um grupo de artistas interessados em desenvolver um projeto
semelhante ao Taller de Gráfica Popular, ou seja, usar a gravura como instrumento
acessível para tratar de questões das classes menos abastadas, isto é, as pessoas pobres e
a condição de miséria em que tais estavam inseridas. Iniciativa semelhante foi tomada
em outras cidades, mas sem grandes êxito (AMARAL, 1984, p. 187). Os estudos
referentes à produção inicial de Renina Katz costumam ser associados ao Clube de
Gravura (RS) e aos seus membros, sendo raros os escritos que se dedicam
exclusivamente a produção da artista nesse período. Não se pretende omitir a relação
com esses artistas, no entanto, pensar as gravuras da artista de modo crítico fora da
perspectiva de coletividade, contemplando as sua singularidade poética.
Portanto, o diferencial da pesquisa consiste em tratar a obra da artista presente em duas
temporalidades distintas, primeiro concebida como unidade, depois publicada como
álbum. Com essa pesquisa também me questiono se a crítica da época realmente
compreendia a proposta de Renina Katz ou se tal foi alcançado somente anos mais tarde
com os textos frente ao álbum, uma investigação interessada em construir sua antologia
crítica.

OBJETIVOS:

Objetivo Geral:

● Avaliar os discursos críticos referentes às gravuras de Renina Katz durante duas


temporalidades, sendo a primeira de 1948 a 1956, período de produção das
matrizes, e a segunda de 1975 a 1985, momento da reedição para a criação do
álbum Antologia Gráfica. Os discursos serão contrastados, o posicionamento da
época frente a escritores posteriores, cumprindo a função de revisão crítica, tal
como alertando sobre o entendimento e incompreensão para com as gravuras
aqui estudadas. Trata-se de uma contribuição para a historiografia da gravura
moderna no Brasil, assunto ainda tão pouco explorado.

Objetivos específicos:

● Mapear as gravuras nos principais acervos públicos e coleções particulares, tal


como diferenciar se pertencem a primeira ou segunda impressão. Tais podem ter
sido adquiridas de modo avulso ou a partir do álbum. Pretende-se compreender o
histórico da peça na instituição, o modo de aquisição, as premiações, a
participação em exposições temáticas e a presença em catálogos.

● Explorar a ideia de álbum de gravura como possibilidade de coleção artística a


partir dos estudos teóricos sobre colecionismo e bibliofilia. Assim como,
interessa analisar as implicações desse formato no mercado de arte e mercado
editorial.

● Tencionar os discursos da crítica de arte especializada sobre as gravuras de


Renina Katz, e como esses interferem na recepção e repercussão de tais
trabalhos, comparando, quando possível, o cenário nacional com o internacional.
Compreende-se a importância da contextualização histórica e os diálogos com
atividades contemporâneas ao objeto estudado.

● Investigar a trajetória da artista e os possíveis contribuintes para a sua formação


e atuação artística, tanto os primários quanto secundários, como também as
motivações para ter publicado o álbum Antologia Gráfica, quando sua arte se
encontrava na contramão do que foi publicado.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma pesquisa historiográfica que visa aprofundar os entendimentos dos


críticos sobre as gravuras de uma artista, Renina Katz, o que não implica na exclusão de
diálogos com outros, principalmente os seus pares e aqueles que contribuíram para sua
formação. Os trabalhos selecionados para análises se encontram no álbum Antologia
Gráfica, todavia, será realizada uma escolha minuciosa das gravuras presente nessa
publicação, de acordo com as séries. Não é de meu interesse construir análises para cada
gravura, ao contrário, busco compreendê-las frente ao discurso da crítica de arte. Adota-
se como um dos critérios de seleção as obras que participaram de mostras, receberam
comentários críticos, estamparam as páginas dos periódicos, com o intuito de fazer uso
das quais que possuem visibilidade e despertam atenção de curadores, crítico e membros
da imprensa.

Os periódicos selecionados para a pesquisa foram coletados presencialmente nos


acervos de documentação e pesquisa do Museu de Arte Moderna do Rio e FUNARTE
no Rio de Janeiro, bem como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museu de Arte
Brasileira em São Paulo. Também foram consultados os arquivos do Instituto Fayga
Ostrower, Instituto Livio Abramo e Instituto Cultural Carlos Scliar. Virtualmente
acessei a Hemeroteca Digital Brasileira, Acervo Folha de S. Paulo e Acervo Estadão.
Nesse sentido, priorizo a consulta de fontes primárias, tanto no que se refere aos textos
de época, como também na leitura de diários e correspondências presente no Arquivo
Renina Katz, sendo uma fonte original de informação, riquíssima para o
desenvolvimento da minha dissertação. Além desses materiais serão consultados fontes
terciárias, catálogos e livros das bibliotecas da UFRJ, na Biblioteca do CCBB-RJ, na
Biblioteca Nacional, entre outras. Ainda há outros espaços para consulta de material,
como o Museu Nacional de Belas Artes e Museu D. João VI, o primeiro devido à
doação de gravuras feita pela artista à instituição, ao passo que o segundo por dispor de
documentos sobre os alunos da Escola Nacional de Belas Artes. Completando o quadro
metodológico, consultarei o meu levantamento de teses, dissertações e artigos de
assuntos relacionados à pesquisa, atualizando o banco de dados de acordo com as
demandas do projeto.

Os textos publicados em jornais e revistas serão filtrados de acordo com a relevância


para a pesquisa, adotando como fatores determinantes a atuação do crítico ao cenário
artístico e a consistência dos textos. Tal material já foi catalogado de acordo com o
autor, título, data e referência, constando também resumo e palavras-chave para facilitar
o processo de pesquisa, método eficaz de encontrar os textos que dão conta das questões
que anseio tratar no momento. O levantamento da fortuna crítica é a base para o
desenvolvimento deste trabalho, uma vez que é a partir desses escritos que as teorias da
arte serão estudadas, sendo de suma importância considerar o que foi dito sobre essas
gravuras antes de tecer as avaliações.

Quanto aos teóricos, tais serão selecionados dando preferência aos de origem brasileira
ou latino-americana, escolha que parte da iniciativa de valorizar determinados autores,
de modo que o compreendo aptos devido a maior proximidade com as questões aqui
abordadas. Os textos da crítica de arte Aracy Amaral referentes a esse período cumprem
a função de leitura básica, servindo para compreender determinados conceitos e ficar a
par de diversos acontecimentos no circuito artístico de político, a nível nacional e
internacional. Os escritos de Annateresa Fabris sobre Portinari permite entendermos o
que se compreendeu como arte social, as aproximações e distanciamentos em relação
aos gravadores, especialmente, Renina Katz. Também farei uso dos artigos acadêmicos
da historiadora da arte Maria Luisa Tavora, posto que tal pesquisadora é referência para
o estudo da gravura moderna no Brasil, contemplando em seus textos questões que
perpassam a presente pesquisa.

CRONOGRAMA:

1º Semestre – 2019.2:
Pretendo me dedicar às leituras fundamentais pré-estabelecidas, assim como a revisão
bibliográfica, acrescentando novas referências e eliminando outras. Realizarei
fichamentos e resenhas do material lido, para que tal possa orientar o desenvolvimento
do trabalho. O período será dedicado à revisão do projeto de pesquisa, a orientação
acadêmica e cumprimento dos créditos de disciplinas sugeridos pelo programa de pós-
graduação.

2º Semestre – 2020.1:
Após a entrega das monografias de conclusão das disciplinas, pretendo dar início a
leitura dos novos textos sugeridos pela orientadora, a fim de dar continuidade à
formação da bibliografia. Farei visitas ao Museu Nacional de Belas Artes e Biblioteca
Nacional, visto que já fiz o levantamento de material referente à artista nas demais
instituições cariocas. Se possível, gostaria de viajar para São Paulo com o intuito de
recolher mais materiais na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu de Arte
Moderna, além de visitar o atelier Glatt & Ymagos para entrevistar Patricia Motta,
representante legal da artista. Dedico-me também a escrita da redação para a
qualificação do mestrado. Assim como o primeiro período cumprirei o número de
créditos exigidos pelo programa de pós-graduação. Compreendo a importância de
escrever nesse período artigos acadêmicos para os congressos em História da Arte.

3º Semestre – 2020.2:
No início do semestre apresentarei a qualificação, após a avaliação da banca farei as
correções necessárias, reforçarei as leituras, bem como espero completar os
mapeamentos em acervos e tabelas referente às exposições no âmbito nacional e
internacional. Já existe uma tabela com informações completa sobre a participação da
artista no salões cariocas e paulistas. Pretendo cursar as disciplinas restantes, de modo
que fique somente a escrita da dissertação para o último período. O deslocamento para
São Paulo durante o período de recesso também será útil para pesquisar nas instituições
paulistas, principalmente no Arquivo Renina Katz, onde se encontram os diários e fotos
pessoais da artista. Intento realizar um número de matérias que não prejudique minha
produtividade.

4º Semestre – 2021.1:
Período dedicado exclusivamente à conclusão da dissertação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABRAMO, Radhá. Renina Katz e sua arte. Estudos Avançados. São Paulo, v.
17, n. 49, set/dez. 2003.

AMARAL, Aracy. Arte para quê? A preocupação social na arte brasileira 1930-
1970. São Paulo: Studio Nobel, 2003.

ANDRADE, M. A. P.. Álbuns de gravura editados por Julio Pacello na coleção do


Museu Universitário de Arte da UFU. REVISTA MUSEOLOGIA E
INTERDISCIPLINARIDADE, v. 5, p. 186-195, 2016.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte e Crítica de Arte. Lisboa, Editorial Estampa, 1988.

BECCARI, Vera d'Horta. O Personagem da Semana. Renina Katz. O Estado de S.


Paulo, São Paulo, 4 out. 1981. Suplemento Cultural, p. 8.

BITTENCOURT, Elaine. Renina Katz. 1a ed. São Paulo: Companhia Editora


Nacional, 2008.

BÜRGER, Peter. Teoria da Vanguarda. Lisboa: Veja, 1993.

DORIA, Renato Palumbo. A XILOGRAVURA EM MARIA BONOMI E RENINA


KATZ. Revista de História da Arte e Arqueologia , v. 02, p. 303-316, 1996.

FABRIS, Annateresa. Portinari, pintor social. São Paulo: Perspectiva/Edusp, 1990.


FISCHER, Ernst. A necessidade da arte: uma inerpretação marxista. Rio de Janeiro:
Zahar: 1971.

GAWRYSWESKI, Alberto. Arte visual comunista: imprensa comunista brasileira,


1945/1958. Londrina: LEDI/UEL, 2010.

GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apres. Ricardo Ribenboim. Textos Leon
Kossovitch, Mayra Laudanna, Ricardo Resende. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac &
Naify, 2000.

KATZ, Renina. Álbum Antologia Gráfica. São Paulo, Ed. Julio Pacello, 1977.

. Renina Katz – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,1997.


– (Artistas da USP 6).

LUZ, Angela Ancora. Uma breve história dos salões de arte da Europa ao Brasil.
Rio de Janeiro: Ed. Caligrama, 2006.

MINDLIN, José. Julio Pacello. In: Julio Pacello e sua obra editorial. São Paulo: MASP,
1979. Catálogo da exposição realizada pelo Ministério de Relações Exteriores.

SIMONE, Eliana de Sá Porto de. Kathe Kollwitz. São Paulo: Ed. USP, 2004.

TAVORA, Maria Luisa Luz. Tematizando a história da gravura no Brasil: no


território da crítica de arte - 1950 /60. In: 19 Encontro da ANPAP, 2010, Cachoeira
/Bahia. Anais do Encontro Nacional da ANPAP. Bahia: Universidade Federal da Bahia
/Centro de Artes, Humanidades e Letras, 2010.

TORRES, J. D. A gravura como recurso visual na imprensa comunista brasileira


(1945/1957). In: III Encontro Nacional de Estudos da Imagem. 2011, Londrina. Anais p.
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