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PREFÁCIO

Esta apostila foi elaborada por alunos bolsistas do Projeto Institucional de Bolsas
de Ensino de Graduação da Universidade Federal de Uberlândia com a finalidade de
servir como um guia de aulas práticas da Disciplina de Sistemática de Criptógamas. A
apostila traz um texto introdutório sobre Sistemática Vegetal, já que esta é a primeira
Disciplina de Botânica, no currículo atual, ministrada para o Curso de Graduação em
Ciências Biológicas da UFU, além de textos complementares antes de cada protocolo de
aula prática. Anexos aos protocolos de aulas práticas, encontram-se chaves dicotômicas
ilustradas (exceto para fungos) e glossários para cada um dos grupos abordados –
fungos, algas, briófitas e pteridófitas. No final da apostila, apresentamos algumas
sugestões de atividades práticas como um guia para trabalho de campo.
Os grupos abordados na apostila são os tradicionalmente ensinados na Disciplina
de Sistemática de Criptógamas, embora fungos e a maioria das algas não sejam
considerados como Criptógamas nos Sistemas de Classificação atuais. Os fungos são há
muito tempo estudados com as plantas por serem multicelulares e sésseis e continuam
fazendo parte das Disciplinas de Botânica em boa parte das Universidades Brasileiras. As
algas são um grupo artificial que engloba desde cianobactérias até protistas clorofilados
uni- e multicelulares, além de alguns de seus parentes não-pigmentados. Briófitas e
pteridófitas são os componentes mais basais do Reino Plantae e apresentam as
características que foram fundamentais à colonização do ambiente terrestre.
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SUMÁRIO

Fundamentos em Sistemática Vegetal


A Sistemática Vegetal ............................................................................................................... 03
Sistemas de Classificação ........................................................................................................ 03
Chaves de Identificação: um método de classificação artificial ............................................... 07
Nomenclatura Botânica ............................................................................................................ 07
Procedimentos em um Herbário ............................................................................................... 10
Exercícios: Fundamentos em Sistemática Vegetal .................................................................. 14
Fungos ................................................................................................................................................... 15
Roteiro: Aula prática de fungos ................................................................................................ 19
Glossário de fungos .................................................................................................................. 23
Algas ...................................................................................................................................................... 25
Roteiro: Aula prática de algas................................................................................................... 28
Chave dicotômica ilustrada de algas ........................................................................................ 34
Glossário de termos de algas ................................................................................................... 70
Reino Plantae ........................................................................................................................................ 74
Briófitas .................................................................................................................................................. 74
Roteiro: Aula prática de briófitas............................................................................................... 77
Chave dicotômica ilustrada de briófitas .................................................................................... 81
Glossário de termos de briófitas ............................................................................................... 88
Pteridófitas ............................................................................................................................................. 91
Roteiro: Aula prática de pteridófitas.......................................................................................... 95
Chave dicotômica ilustrada de pteridófitas ............................................................................. 102
Glossário de termos de pteridófitas ........................................................................................ 110
Sugestões de atividades práticas complementares ............................................................................ 115
Construção de chaves dicotômicas ........................................................................................ 115
Elaboração e desenvolvimento de projeto de pesquisa ......................................................... 115
Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 120
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FUNDAMENTOS EM SISTEMÁTICA VEGETAL


A SISTEMÁTICA VEGETAL

Os termos Sistemática e Taxonomia frequentemente se confundem no estudo da


Botânica, embora possuam conceitos distintos. A Sistemática é a ciência que se ocupa da
diversidade e relações de parentesco entre os organismos, enquanto a Taxonomia se
atém às normas de nomenclatura e de classificação dos organismos. A Taxonomia é
tratada como um ramo da Sistemática ou como uma ferramenta a ser utilizada em
Sistemática Vegetal.
As principais categorias taxonômicas são amplamente conhecidas por leigos e
pesquisadores, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, mas categorias
adicionais como, por exemplo, Subclasse, Subfamília, Secção, etc., podem existir
dependendo do grupo a ser estudado. Um táxon (taxon em Latim) é um grupo formado
por grupamentos de organismos como, por exemplo: Reino Plantae, Filo Lycopodiophyta,
Família Lycopodiaceae, Gênero Lycopodium. A palavra táxon tem como plural táxons
(taxa em Latim).
Os termos Classificação e Identificação também geram confusão e devem ser bem
compreendidos. A Classificação de um organismo consiste em enquadrá-lo em táxons
apropriados, o que é necessário no caso do descobrimento de espécies novas ou de
modificações na classificação já existente. A Identificação de um organismo consiste em
verificar em que táxons o organismo está classificado, ou seja, deve ser um organismo já
descrito anteriormente.

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Os Sistemas de Classificação e Nomenclatura devem conter as categorias


taxonômicas organizadas hierarquicamente dentro das quais diferentes grupos de
organismos devem ser situados. Os primeiros sistemas de classificação surgiram da
necessidade de organizar as informações sobre a utilidade das plantas e de suas
periculosidades, atualmente, levam em consideração as afinidades evolutivas entre os
organismos.
Sistemas Baseados no Hábito das Plantas
Os primeiros Sistemas de Classificação foram elaborados na antiguidade e tinham
como intuito informar as pessoas sobre a utilidade dessas plantas. Theophrastus (Ca. 370
– 285 aC) é considerado o “Pai da Botânica”, classificou as plantas como árvores,
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arbustos, subarbustos e ervas e muitos dos nomes atuais de plantas têm sua origem no
nome dado por Theophrastus. Dioscórides (100 dC) foi um importante Botânico e uma de
suas missões foi melhorar o serviço médico do Império Romano. Coletou plantas em toda
a Europa e escreveu o livro “Materia Medica” com descrições de aproximadamente 700
espécies de plantas medicinais. Durante a Idade Média houve pouco progresso no
conhecimento das plantas na Europa, havendo algum progresso no mundo Islâmico. San
Alberto Magno (1193-1280 aprox.) escreveu “De vegetabilis” com descrição detalhada de
muitas plantas e supostamente foi o primeiro a distinguir monocotiledôneas e
dicotiledôneas. Com o surgimento da imprensa nos séculos XVI e XVII, o interesse e
difusão da Botânica aumentaram bastante com muitas publicações, principalmente na
Alemanha. Curiosamente, as civilizações chinesa e hindu alcançaram o nível de
conhecimento Botânico existente na Europa no século XVI muito antes deste período,
desenvolvendo culturas importantes como as do arroz, feijão, laranja, pimenta do reino,
dentre outras. No início do século XVI, os Herbalistas que se interessavam principalmente
pelas características curativas das plantas, descreveram e ilustraram minuciosamente
muitas espécies de plantas. Leonhart Fuchs destacou-se pela descrição de 500 espécies
e pela elaboração de um glossário em sua obra “De historia stirpium commentarii
insignes”.
Sistemas Artificiais
Os sistemas artificiais têm como único objetivo ser um meio conveniente de situar
uma planta dentro de uma classificação e contribuir para sua identificação. Não tem
qualquer preocupação de mostrar relações de afinidade. Caesalpino, Bauhin, Ray e
Tournefort são pesquisadores de destaque nos séculos XVI e XVII. Adrea Caesalpino
(1519-1624) reconheceu grupos considerados naturais nos dias de hoje. Caspar Bauhin
(1560-1624) é autor de uma obra com descrição de 6000 plantas e seus sinônimos e
distingue pela primeira vez os conceitos de gênero e espécie, conferindo grande
importância à sua obra. John Ray (1627-1705) apresenta um Sistema de Classificação
baseado principalmente nas características de estruturas reprodutivas, sendo o avanço
mais importante na botânica teórica do século XVII. Ao utilizarem muitos caracteres, os
grupos finais das classificações tendem a ser naturais e a maioria é reconhecida
atualmente. Entretanto, ao utilizar o porte como o primeiro nível de classificação, dois ou
mais grupos naturais encontram-se separados no sistema. Carl Linnaeus (1707-1778) é o
pai da taxonomia como é conhecida atualmente, por ter criado o sistema binomial de
nomenclatura. Em suas obras “Systema naturae”, “Genera plantarum“ e “Species
plantarum” criou um sistema muito útil para identificação de plantas baseado apenas em
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características reprodutivas (Sistema Sexual de Lineu), embora as relações naturais entre


os grupos não tenham sido enfatizadas. Muitos dos importantes botânicos atuais foram
alunos da escola Lineana, evidenciando a grande contribuição deste mito a essa ciência.
Devido ao conjunto de expedições científicas realizadas na época e, sobretudo às obras
de Tournefort, Ray e Linnaeus as ciências naturais sofrem uma profunda modificação.
Sistemas Naturais
Os sistemas naturais surgiram como fruto do enorme contingente de novas
espécies que passaram a ser conhecidas, devido às numerosas coleções que chegavam
à Europa provenientes dos Países tropicais. No final do século XVIII, muitos botânicos se
dedicaram à busca de afinidades naturais entre as plantas, passando a utilizar um número
de caracteres muito superior ao utilizado por Lineu para atingir este propósito. Entretanto,
deve-se ter em mente que o Sistema Natural foi criado para refletir o plano criador de
Deus ao invés das verdadeiras relações de parentesco.
Apesar da grande influência de Linnaeus, alguns de seus contemporâneos
seguiram as idéias de Ray e Tournefort, dentre os quais destacam-se Michel Adanson
(1727-1806) e Antoine-Laurent De Jussieu (1748-1836). Michel Adanson em “Families
des Plantes” dá o mesmo peso a cada caráter observado, empregando caracteres
morfológicos, químicos, ecológicos e biológicos. Antoine-Laurent De Jussieu em “Genera
plantarum” observa que certos caracteres têm maior peso na classificação. Agustin
Pyramus De Candolle (1778-1841) baseou-se no sistema de Jussieu e separou algas e
fungos de briófitas. Mais tarde, seu filho Alphonse De Candolle (1844) une as pteridófitas
às briófitas. M. Wilkomm (1854) apresenta uma das melhores classificações de sua
época, onde divide os vegetais em Criptógamas e Fanerógamas, é um dos primeiros a
separar Gimnospermas de Angiospermas e considera Monocotiledôneas e Dicotiledôneas
como classes de Angiospermas.
Sistemas Filogenéticos
O sistema filogenético é considerado o que mais se aproxima do ideal, já que
procura agrupar os táxons conforme ancestralidade e descendência (Bicudo & Menezes
1970) e considera tanto os vegetais atuais quanto os de outras eras geológicas. Ele se
afirma na teoria da evolução e só pode surgir após a publicação de “Origem das
Espécies” de Charles Darwin em 1859. Reconhece-se que o atual estado de
conhecimento do homem não permite a reconstrução de um sistema filogenético perfeito.
Os sistemas disponíveis representam uma tentativa com vistas a um objetivo filético,
configurando-se numa combinação de evidências naturais e filéticas. Não perdendo de
vista a busca de relacionamentos naturais entre os táxons.
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Sistemas Gradistas - Classificações evolucionistas ou Darwinianas


Durante a segunda metade do século XIX o estudo da Botânica se concentrou na
Alemanha e a classificação era exclusivamente morfológica. August W. Eichler (1839-
1887) consolida as idéias de Wilkomm com a separação entre Criptógamas e
Fanerógamas e de outras dicotomias importantes e estabelece grupos ancestrais ou
derivados. Adolf Engler (1844-1930) baseou-se em Eichler para a elaboração de um
Sistema de Classificação - Syllabus der Pflanzenfamilien - o qual é considerado o primeiro
autenticamente filogenético e é base para a organização de grandes herbários. A obra
conjunta com Karl Prantl, Die naturlichen Pflanzenfamilien é uma enciclopédia com
abundantes referências sobre morfologia, anatomia e geografia que foi amplamente aceita
pela sua elaborada forma de apresentação. No início do século XX, Bessey (1845-1915)
publicou um sistema filogenético baseado nos princípios da evolução orgânica e
juntamente aos seus discípulos estabeleceu diversas tendências evolutivas aceitas até a
atualidade.
A representação gráfica de uma classificação, um dendrograma, pode ser
elaborado com as semelhanças entre os grupos e é denominado fenograma ou, se além
dos dados fenéticos, levar em conta a idade dos grupos, denomina-se árvore filogenética
ou filograma. A ordenação dos grupos se estabelece de acordo com caracteres
considerados primitivos e derivados. Seguindo a tradição de Eichler, Engler, Prantl e
Beesey, constituíram-se diversos sistemas de classificação de orientação filética durante
o século XX. Dentre eles podem ser mencionados os de Sprone (1959), Benson (1962),
Hutchinson (1969, 1973), Cronquist (1968, 1988) Cronquist et al. (1966), Thorne (1968,
1976, 1992) e Takhtajan (1969, 1980, 1987, 1996), tendo grande aceitação e seguimentos
consideráveis. As teorias sobre as tendências evolutivas de órgãos vegetativos e
reprodutivos estabelecidas por Takhtajan foram amplamente aceitas por muitas décadas.
As classificações de Cronquist abrangem caracteres histológicos e sobre metabólitos
secundários e seus sistemas continuam sendo utilizados em muitas Universidades
Européias.
Taxonomia Numérica ou Sistemática Fenética
Michel Adanson (1727-1806) é considerado o pai da taxonomia numérica. O
procedimento supõe um grande esforço para compilar o maior número possível de
caracteres, mas não se confere nenhum peso especial a nenhum dos caracteres. É
baseada em similaridades fenéticas independentemente das considerações filogenéticas,
na prática, não foi considerada pelos taxonomistas.
Sistemas Cladistas-Cladística-Sistemática Filogenética
7

Como a taxonomia numérica, também surge com o objetivo de trazer mais


objetividade à construção das classificações. Tem sua origem no trabalho do entomólogo
alemão Willi Hennig (1950) e, a partir da segunda metade da década de 70, o número de
seguidores e publicações em cladística cresce. Hoje o que se conhece como cladística
reúne quase todas as tendências derivadas da prática filogenética, considera-se
transformação o processo histórico real da evolução. Baseiam-se em sinapomorfias para
construir grupos monofiléticos, e os demais grupos são arbitrários. Desde o falecimento
de Arthur Cronquist em 1992, um crítico feroz da cladística, essa área da ciência
diversificou muito seus métodos e está sendo melhor aceita pela comunidade científica;
atualmente, tem o auxílio da reconstrução filogenética através da sistemática molecular.

CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO: UM MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO ARTIFICIAL

Os Sistematas têm muitas ferramentas disponíveis para a identificação de plantas


e a mais importante delas é a chave dicotômica. As chaves de identificação são muito
antigas na história da Botânica, remetidas a John Ray (1682). Consistem num sistema de
classificação cujo fim é servir de ajuda para a identificação dos distintos grupos
taxonômicos, sendo frequentemente artificiais. Os caracteres têm de ser claros, menos
plásticos e que necessitem de menos métodos ou materiais para sua identificação. As
chaves são geralmente dicotômicas podendo ser escritas no formato identado ou
pareadas. Ela apresenta ao usuário uma série de alternativas entre dois caracteres
mutuamente exclusivos, se o usuário fizer a escolha correta ele será levado ao nome do
objeto desconhecido. Também existem chaves de múltiplos acessos, as quais possuem
um número muito maior de caracteres que podem ser consultados em qualquer ordem.
Dessa forma, se alguma estrutura estiver faltando no exemplar, pode-se pular esse passo
e obter um grupo de poucos nomes que podem corresponder ao exemplar em questão.
Esta apostila traz chaves dicotômicas ilustradas após cada uma das seções de
aulas práticas para gêneros de algas, gêneros e ordens de briófitas e famílias de
pteridófitas.

NOMENCLATURA BOTÂNICA

Algumas regras básicas devem ser observadas para o uso correto da


Nomenclatura Botânica para que haja a universalização dos nomes dados aos diferentes
táxons. Os nomes científicos de plantas seguem o “Código Internacional de Nomenclatura
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Botânica” que é atualizado durante os Congressos Internacionais de Botânica. Este


código não é utilizado apenas para plantas terrestres, mas também para protistas, algas e
fungos.
O sistema nomenclatural é baseado em 6 princípios:
1.Independência do Código Internacional de Nomenclatura Botânica:
“A nomenclatura Botânica é independente da nomenclatura Zoológica”
2.Princípio da Tipificação: “Tipo” vem de exemplar típico. Quando se descobre uma
espécie nova, um espécime é depositado em um herbário e estará disponível para
estudo. Ele é considerado o exemplar típico (tipo) do grupo e será a referência para o
nome dado à espécie. Este conceito requer que o nome original da espécie seja aplicado
à espécie à qual o espécime tipo pertence.

Tipos nomenclaturais
Holótipo: espécime eleito como tipo do nome na publicação original.
Isótipo: outros ramos da mesma planta do holótipo, ou seja, duplicatas.
Parátipos: qualquer espécime além do holótipo.
Síntipos: espécime da descrição original onde não elegeu-se o holótipo.
Isosíntipo: qualquer espécime além dos síntipos.
Lectótipo: é um espécime selecionado entre isótipo, parátipo, sintipo ou isosíntipo quando não elege-se o
holótipo ou este desapareceu.
Paralectótipo: são os síntipos que remanesceram após a seleção do lectótipo.
Neótipo: é um espécime novo que será coletado para colocar no local da série tipo quando esta se perder
ou não existir mais.

3.Prioridade na Publicação: O nome correto para um táxon é o primeiro nome que foi
publicado de acordo com as regras de nomenclatura. Em alguns casos, os nomes mais
utilizados não são os publicados primeiro, o que ocorre devido à sua ampla aceitação
como é o caso de algumas famílias de angiospermas.
4.Cada Táxon Tem Apenas Um Nome Válido
Não são aceitas homonímias ou sinonímias.
Sinonímia: nomes publicados tardiamente para um táxon já descrito ou nomes que
não obedeçam às regras de nomenclatura.
Homonímia: um nome já publicado validamente para um táxon que é dado
posteriormente a outro táxon.
5.Latim
9

Os nomes das espécies devem estar de acordo com o sistema lineano, onde o
nome do gênero deve ser escrito com inicial maiúscula e o epíteto específico com inicial
minúscula. Caso escritos à mão, devem estar sublinhados; se digitados, devem estar em
itálico. Exemplo:

Nomes para táxons superiores a gênero no Reino Plantae:


Radical + Terminações recomendadas
Filo ou Divisão phyta
Classe psida
Subclasse idea
Ordem ales
Família aceae
Subfamília oideae
Tribo eae
Subtribo inae

6.Retroatividade do Código
As regras de nomenclatura são retroativas, a menos que expressamente limitadas.
Ressalvas:
Tautônimos: Não são válidos tautônimos como Rodobryon rodobryon
Subespécie: apesar de não ser obrigatória, a abreviação subsp. pode ser usada entre os
epítetos específicos.
Ex: Jacaranda decurrens subsp. symmetrifoliolata
Variedade: a abreviação var. torna-se necessária entre os epítetos específicos para se
diferenciar de subespécie.
Ex: Kielmeyera coriacea var. intermedia
Híbrido: coloca-se o símbolo ‘x’ entre o binômio escolhido.
Ex: Musa x paradisíaca
Cultivar: insere-se entre aspas após o nome da espécie o nome dado ao cultivar. Não
existem regras específicas para se nomear um cultivar, podendo, inclusive tratar-se de
números.
Ex: Lactuca sativa “moreninha-de-Uberlândia”
Espécie nova: publicação válida
I- Publicação efetiva: trabalhos publicados em revistas científicas amplamente disponíveis
(disponíveis para venda, troca e doação).
II- Obedece a regra de prioridade.
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III- Nomes acompanhados de descrição ou diagnose em Latim.


IV- Atualmente há a exigência do holótipo.

PROCEDIMENTOS EM UM HERBÁRIO

Um herbário é uma coleção de plantas composta por amostras secas de briófitas e


pteridófitas com esporângios, ou de gimnospermas e angiospermas com ramos contendo
folhas, flores e/ou frutos, fixadas num pedaço de cartolina. Esta amostra é chamada
exsicata, a qual é acompanhada de uma etiqueta com dados sobre o nome científico e
descrição da planta, a identificação, local e ambiente de coleta; coletor e data de coleta. A
exsicata é a unidade básica de coleção de um herbário, pois constitui material testemunho
referencial para futuros estudos. Ela é registrada e numerada antes de ser incorporada ao
acervo. Um material herborizado funciona como um arquivo, que pode ser mantido por
longo tempo, fornecendo informações a respeito não só da espécie herborizada como
também da área de coleta.
Um programa de coletas botânicas é dispendioso e necessita de financiamento,
mas é indispensável para manter ativo o herbário, aumentando o interesse nacional e
internacional em intercambiar material.
Etapas para a incorporação de plantas em um herbário:
Coleta - A coleta varia conforme o grupo de plantas, ou seja, o tipo de coleta de algas é
diferente do utilizado para pteridófitas. O material a ser coletado deverá estar fértil, no
caso de Criptógamas deve apresentar esporângios ou esporos e em boas condições. É
importante também que haja pelo menos três duplicatas do espécime para garantia de
conservação do material e permuta ou doação para outros herbários. Durante o trabalho
de campo o pesquisador deve anotar em seu caderno de campo alguns dados, como
coletor, data e local de coleta, local onde a planta está fixada, coloração, odor, presença
de látex, dentre outros. Os Sistematas ainda devem utilizar um número de coleta para
cada exemplar, que corresponde ao número de plantas que este pesquisador já
incorporou em diferentes herbários.
Prensagem, Secagem e Montagem das Exsicatas – Logo após a coleta, o
material deve ser prensado entre folhas simples de jornal intercaladas por folhas de
papelão e placa de alumínio corrugado entre duas grades de madeira e, então, amarrado
com as cordas (figura 1). O número de coleta que foi anotado no caderno de campo deve
constar no jornal de cada planta para sua posterior identificação. O material deve ir à
estufa e o tempo em que permanecerá nesta depende do tipo de material coletado (figura
11

1). Deverá ser feita a troca regular dos jornais que estiverem úmidos no caso de plantas
mais crassas. O material botânico é considerado seco quando apresentar-se rígido, sem
flexionar ao ser suspenso e sem umidade ao toque. A secagem na estufa: é feita através
de calor artificial e pode demorar de 12 horas a uma semana dependendo do material. O
objetivo dessa técnica é retirar a água para que não haja proliferação de certos fungos e
bactérias sobre o exemplar, além de tornar a planta laminar e fácil de ser guardada.
Posteriormente, a exsicata será montada, o que consiste em colar envelopes com a
planta inteira no caso de briófitas e nos demais casos colar ou costurar ramos com folha,
flor e/ou fruto no centro de um pedaço de cartolina de 33 x 45 cm (figura 1). No canto
superior esquerdo da cartolina, pode ser adicionado um envelope com pequenos
fragmentos da amostra. No canto inferior direito é afixada a etiqueta do Herbário, onde
estão registrados os dados da planta, do local e ambiente de coleta, e do coletor (figura
2). Os espécimes devem ser fixados em cartolinas por cola ou costurados nas mesmas.
Geralmente, as exsicatas são armazenadas em pastas separadas por gênero e em
armários separados por família. O herbário não está invicto do ataque de insetos ou
fungos, por isso as exsicatas devem estar armazenadas em locais apropriados e que
evitem a umidade, além de serem tratadas com produtos químicos como cânfora,
naftalina e gás cianídrico.

Figura 1: Esquema de prensagem, secagem e montagem das exsicatas elaborado pelo Prof. Dr. Paulo Eugênio A. M. de Oliveira
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A ETIQUETA DO HERBÁRIO

Figura 2: Esquema da etiqueta do Herbarium Uberlandense (HUFU) elaborado pelo Prof. Dr. Paulo Eugênio A. M. de Oliveira

Algumas plantas, algas e fungos não podem ser preservados em exsicatas e


precisam de um espaço separado nos Herbários para que possam ser armazenados.
Esses são os casos das coleções úmidas e carpotecas (coleção de frutos).
Coleta e Preservação de Criptógamas
As coletas de Algas Continentais podem ser realizadas em diferentes pontos
de rios ou lagos na porção superficial da coluna d’água. Os melhores pontos para coleta
geralmente são aqueles em que a água está mais parada e apresenta lodo (massa de
algas verdes). Antes de guardar o material coletado é aconselhável lavar o frasco 4 ou 5x
com a água do próprio ambiente da coleta para retirar um pouco do álcali natural dos
frascos feitos de vidro comum. O processo mais simples para a coleta consiste em passar
um frasco aberto no meio da massa visível de algas enchendo-o até a metade. O
substrato em que as algas perifíticas podem estar aderidas também deve ser coletado
(folhas, animais, pedras, etc.). Para se obter uma amostra concentrada de algas arrasta-
se a rede de plâncton (figura 3A) no corpo d’água e as algas ficarão retidas no fundo da
rede. Para amostragens quantitativas existem amostradores específicos (figura 3B) que
descem abertos até o ponto desejado na coluna d água e ali são fechados. Algas
coletadas em ambientes secos como troncos, barrancos, dentre outros, podem ser
armazenados em sacos de papel ou envelopes.
As amostras devem ser armazenadas com os frascos abertos em ambiente fresco
e iluminado. Depois de aproximadamente 3 dias, os potes devem ser mantidos em
geladeira. No caso de algas não fixadas, a identificação do material não pode demorar
muito ou os cloroplastos começam a se degradar, dificultando a identificação. Algumas
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amostras ainda devem ser fixadas na solução de Transeau na proporção de 1:1 com a
água da amostra. As soluções de FAA 50%, FPA50% e Lugol (10% em relação ao volume
da amostra) também podem ser utilizadas. A fixação deverá ocorrer no máximo 24hs
após a coleta. A quantidade excessiva de material em um mesmo frasco pode provocar a
degeneração precoce deste material e, portanto, deve ser fixado o mais rapidamente
possível. Algas macroscópicas além de serem armazenadas em coleções úmidas
também podem ser armazenadas secas como exsicatas. Para tal, a alga é colocada em
um recipiente com água sobre uma folha de papel sulfite, onde se deve arranjar o talo da
forma mais natural possível com o auxílio de um pincel. O papel com a alga são retirados
com auxílio de uma lâmina de metal (figura 3C) e colocados entre folhas de papel
impermeável, mata-borrão e papelão ondulado, posteriormente, devem ser secos em
estufa por não mais que 5 horas.
Para as coletas terrestres de Fungos, Liquens, Briófitas e Pteridófitas os métodos
de amostragem devem ser definidos previamente (trilha, quadrante, transecto, etc.). No
caso dos Fungos, a fixação é realizada em vidros com líquidos orgânicos (etanol,
etanol/metanol, FAA, Carnoy) ou fazem-se cortes longitudinais para diminuir o volume e
montar uma exsicata.
No caso de Briófitas e Liquens, devem ser coletados indivíduos inteiros e
colocados em envelopes de papel fino ou manteiga. Se o exemplar estiver muito úmido,
pode-se prensar delicadamente entre folhas de jornal, deixando um tempo mais reduzido
que para outros vegetais.

Figura 3A: Esquema da rede de plâncton. 3B: Esquema do amostrador subaquático horizontal de van Dorn. 3C: Esquema da
preparação de alga macroscópica de água doce para preservação a seco (Esquema retirado de Bicudo e Bicudo, 1970 e de Bicudo e
Menezes, 2005).
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No caso de Pteridófitas arborescentes, coleta-se a fronde com soros até a


inserção do pecíolo. Durante a prensagem as folhas devem ser divididas em região
apical, média e basal que serão colocadas em diferentes jornais com o mesmo número de
coleta. As Pteridófitas de pequeno porte são coletadas inteiras, incluindo o rizoma.
Exsicatas de plantas com megáfilos devem mostrar os lados ventral e dorsal das folhas e
quando estas precisarem ser cortadas, o local de sua inserção deve permanecer
evidente.
As algas e os fungos, ou outros materiais conservados em vidros com soluções
fixadoras, são guardados em uma coleção à parte. No caso de Briófitas e Liquens os
envelopes são colados nas cartolinas das exsicatas e recebem uma etiqueta do herbário
como qualquer outra planta. Pteridófitas são exsicatadas de forma padrão.

EXERCÍCIOS: FUNDAMENTOS DE SISTEMÁTICA VEGETAL

1) Qual a diferença entre Sistemática e estabelecidas a cada grupo e indicando, na frente


Taxonomia? de cada um, a categoria taxonômica a que
2) Se você faz o levantamento de plantas da pertence.
Estação Ecológica do Panga, você irá identificar 9) Imagine que você descobriu uma espécie
e/ou classificar as plantas? Por quê? nova. Agora você deve nomeá-la. Apresente
3) O que são Sistemas Artificiais e Sistemas abaixo o nome completo da espécie que você
Naturais de Classificação? descobriu e os passos que deve tomar para que
4) Porque o Sistema Sexual de Lineu este nome seja válido no meio científico.
representou um grande avanço em relação aos 10) Quais as exigências para que um
sistemas de classificação anteriores? pesquisador possa incorporar uma exsicata num
5) Qual o importante acontecimento no Herbário?
mundo científico que possibilitou o surgimento 11) Qual o procedimento mais simples para a
dos Sistemas Filogenéticos de Classificação? coleta de algas microscópicas?
6) Crie duas situações em que os tipos 12) O que significa coletar material fértil de
nomenclaturais holótipo, lectótipo, isótipo, sintipo, briófitas e pteridófitas?
isosíntipo e neótipo sejam aplicados em pelo 13) Se você estivesse incluindo a exsicata de
menos uma das situações. uma samambaia no Herbário, quais as
7) Homonímias e Sinonímias não são características da planta você anotaria na ficha do
aceitas pelo Código Internacional de Herbário?
Nomenclatura Botânica. O que significam esses
termos?
8) Considere os seguintes táxons ou taxa:
Charales, Chlorophyta, Characeae. Escreva o
nome dos táxons em ordem hierárquica
decrescente, sublinhando as terminações pré-
15

FUNGOS
Texto complementar
O reino Fungi é composto por organismos heterotróficos que compõem o segundo
maior reino, com aproximadamente 1.500 mil espécies. Esse reino possui características
parecidas com os animais, como a presença de quitina e sua reserva de glicogênio. Em
sua maioria são constituídos por filamentos microscópicos denominados hifas, que em
conjunto formam o micélio. Podem viver livres na água ou no meio terrestre, onde há
predominância de matéria orgânica. Para que possam absorver a matéria orgânica de que
necessitam, os fungos mantêm três tipos de interações com outros seres vivos:
saprofitismo, mutualismo e parasitismo. Os fungos, juntamente com as bactérias do solo,
desempenham um importantíssimo papel na natureza ao atuarem como decompositores,
além de serem colonizadores primários. As importâncias econômicas são muitas, como o
uso direto na alimentação, na fermentação do pão, na produção de bebidas alcoólicas e
na fabricação de antibióticos, além de serem causadores de prejuízo ao infectarem
plantas e animais de interesse econômico. Muitas vezes são conhecidos apenas pela sua
importância médica já que causam vários tipos de micoses importantes no ser humano
O reino é composto por quatro filos (Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e
Basidiomycota), além de um grupo artificial conhecido como Deuteromicetos e as
leveduras que são apenas formas de crescimento:
Filo Chytridiomycota: São os únicos fungos aquáticos e os únicos a apresentarem
células móveis. Possuem organização multicelular e unicelular. Suas hifas são
asseptadas e sua reprodução é feita por meiose espórica. Há representantes que
acarretam problemas econômicos, como Synchytrium endobioticum, responsável pela
verrugose preta da batata, ou Physoderma maydis, agente causal da mancha marrom do
milho. Ainda são importantes parasitas de algas, protozoários, plantas e rãs.
Filo Zygomycota: São terrestres e apresentam organização multicelular e unicelular
(leveduras). Suas hifas são asseptadas. O zigoto fica contido em uma estrutura de
resistência chamada zigosporângio e apresentam meiose zigótica. A produção de esporos
sexuados ou assexuados dá-se dentro de esporângios. São conhecidos como o bolor
negro, que parasita pães e morangos. Fungos deste filo ainda têm grande importância
ecológica, pois participam da associação simbiótica com endomicorrizas.
Filo Ascomycota: São terrestres e apresentam organização multicelular e unicelular
(leveduras). Suas hifas são septadas. Sua reprodução assexuada é feita por esporos
chamados conídios que não estão contidos em esporângios, enquanto a reprodução
sexuada é feita por esporos chamados ascósporos contidos em ascos (parede celular
16

original da célula que passou pelo processo de meiose). Ascos e ascósporos estão
localizados na região do himênio dos corpos de frutificação denominados ascomas
(estrutura em forma de saco ou bolsa). Os ascomas possuem forma, número e cor
variáveis para cada espécie e podem ser dos tipos: apotécio, peritécio e cleistotécio,
dependendo de sua morfologia. O filo é muito conhecido pelas trufas comestíveis e
morchelas, além das terríveis doenças causadas em vegetais.
Filo Basidiomycota: São fungos terrestres e apresentam organização multicelular e
unicelular (leveduras). Possuem hifas septadas com doliporos. O filo possui três classes:
Classe Basidiomycetes: Mais conhecidos pelos cogumelos e orelhas-de-pau.
Os corpos de frutificação são denominados basidiomas. Os basidiomas são
compostos por píleo e estipe, podendo estar presentes volva e anel (figura 1). O
píleo é composto pela região do himênio que pode ser constituída por lamelas ou
poros. No himênio estão presentes estruturas chamadas basídios e basidiósporos,
correspondentes aos ascos e ascósporos dos ascomicetos (figura 1). Os
representantes deste filo produzem apenas esporos sexuados, os basidiósporos,
esporos assexuados estão ausentes.

Figura 1 – Esquema de basidioma compilado de www.enq.ufsc.br.

Estão divididos em dois grupos artificiais, Hymenomycetes e Gasteromycetes:


Hymenomycetes: possuem os himênios visíveis (cogumelos e orelhas-de-
pau). Muitas espécies desse grupo são comestíveis, como o difundido
Champignon, e algumas espécies mais utilizadas na culinária japonesa que está
em franca expansão no mundo ocidental, como Shimeji, Shiitake e Pleurotus. Os
cogumelos tóxicos e alucinógenos podem causar alucinações ou até mesmo a
morte.
17

Gasteromycetes: esse grupo não possui o himênio visível, e seus esporos


localizam-se dentro dos corpos de frutificação envoltos pelo perídeo.
Normalmente alguma pressão mecânica é necessária para que os esporos sejam
dispersos. As diferentes formas observadas nos fungos mal cheirosos, bolotas e
estrelas-da-terra e ninhos de passarinho chamam a atenção por sua beleza
peculiar.
Classe Teliomycetes: São de grande importância agronômica por causar
doenças nos vegetais, conhecidos popularmente como ferrugem. Não possuem
basidioma, os esporos aglomerados chamam-se soros e seus basídios são
septados. São parasitas heteroécios, ou seja, necessitam de mais de um hospedeiro
para completar o seu ciclo de vida, sendo um deles uma planta da família das
Poaceae e o outro da família Berberidaceae.
Classe Ustomycetes: Conhecidos como carvões por tornarem os grãos do milho
hipertrofiados e acinzentados/enegrecidos devido ao desenvolvimento do micélio
dentro do grão. Como os Teliomycetes, também não possuem basidioma e os
esporos aglomerados chamam-se soros. São parasitas autoécios, pois necessitam
de apenas um hospedeiro para completar seu ciclo de vida.
Deuteromicetos e Leveduras
Os deuteromicetos já foram considerados um filo à parte, mas constituem um grupo
artificial de formas assexuais de espécies de Ascomycota, poucos Basidiomycota e
Zygomycota. A fase sexuada pode não ser conhecida, não utilizada na classificação ou
perdida no curso da evolução. A reprodução assexuada ocorre através da produção de
conidióforos e conídios, que podem estar espalhados no micélio ou agrupados em outras
estruturas. Algumas espécies de deuteromicetos são amplamente utilizadas em pesquisa
biológica e, principalmente, em controle biológico. Entretanto, é no setor industrial que
alcançam grande importância econômica, na culinária ressalta-se a produção de queijos,
Missô, Shoyu e Saquê. Podem ser prejudiciais pela produção de toxinas, além de
causarem doenças de pele.
As leveduras são formas de crescimento unicelulares que ocorrem principalmente no
filo Ascomycota, mas também nos filos Basidiomycota e Zygomycota. São seres
unicelulares e eucariontes que não formam filamentos, são imóveis e possuem
reprodução assexuada e sexuada. Estão presentes em solos, ar (esporos), flora do
intestino de animais, casca de frutas, folhas, etc. A maioria não é patogênica, mas podem
causar doenças como o sapinho. São agentes de fermentação alcoólica, atuando na
18

produção do álcool industrial e de todas as bebidas alcoólicas destiladas ou não


destiladas e são utilizadas na panificação.
Relações simbióticas com os fungos
Liquens: O líquen é uma associação simbiótica entre um fungo, o micobionte, e
um microorganismo fotossintetizante, o fotobionte. O fotobionte fornece à associação
produtos da fotossíntese e, no caso de ser uma cianobactéria, fornece também nitrogênio.
Os benefícios recebidos pelo fotobionte e proporcionados pelo micobionte são menos
óbvios, mas podem incluir proteção à dessecação, à radiação excessiva, manutenção de
uma alta pressão parcial de dióxido de carbono (em virtude da atividade respiratória) e a
fixação e provisão de nutrientes minerais retirados do substrato. Os dois componentes
dessa associação podem ocorrer isoladamente na natureza e se encontrarem ao acaso
para a formação de um líquen. A proliferação de liquens também pode se dar por
fragmentação ou por sorédios, que são a união de uma alga unicelular e de uma pequena
hifa de fungo, liberados pelos liquens já estabelecidos. De qualquer modo, quando estão
habitando ambientes extremos, a chance de sobrevivência só existe quando estão
associados, o que faz deles importantes colonizadores do ambiente terrestre. São
sensíveis a poluentes atmosféricos e, assim, constituem-se em excelentes bioindicadores
e biomonitores da qualidade do ar.
O nome científico dado ao líquen é o nome do fungo e 98% dos micobiontes são
ascomicetos. Apenas 40 gêneros de fotobiontes já foram relatados. Os liquens são
divididos em três formas de crescimento distintas, crostosa, onde o líquen é totalmente
aderido ao substrato; folhosa, onde as extremidades do líquen se soltam do substrato e
têm consist6encia folhosa; e fruticosa/arborescente, onde apenas uma pequena porção
do líquen fica aderida ao substrato, enquanto a porção livre, semelhante a um caule, é
ramificada, podendo ser ereta ou pendente.
Micorrizas: São uma associação mutualística entre certos fungos do solo e as
raízes das plantas. A planta fornece energia (carboidratos) para a sobrevivência e
multiplicação dos fungos, enquanto estes fornecem água e sais minerais às plantas, além
de protegerem as raízes contra determinadas injúrias. Os fungos absorvem água e sais
minerais do solo através de suas hifas que têm uma superfície de contato muito maior que
as das raízes das plantas e os transferem para as raízes, dessa forma, o aproveitamento
de nutrientes em solos pobres é aumentado. Estas associações parecem ter sido
importantes para a conquista do ambiente terrestre pelas plantas, pois na época das
primeiras colonizações os solos eram muito pobres em nutrientes e as “raízes” pouco
especializadas.
19

Existem dois tipos de micorrizas, as endomicorrizas e as ectomicorrizas.


Endomicorrizas são o tipo mais comum, ocorrentes principalmente dentre os Zygomycota,
onde as hifas formam um envoltório menos denso ao redor do ápice radicular e, ao
penetrar a raiz, invadem o interior das células corticais formando arbúsculos ou vesículas.
Nas ectomicorrizas as hifas formam um invólucro em torno das raízes, como um manto, e
atingem a região cortical penetrando entre os espaços intercelulares, sem penetrar no
interior das células. As raízes com ectomicorrizas não desenvolvem pêlos absorventes.
Ocorrem prioritariamente em zonas temperadas e são representadas pelos Ascomycota e
Basidiomycota.

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA: FUNGOS

Nessa aula você irá estudar exemplares dos filos Zygomycota, Ascomycota e
Basidiomycota.

1- Inicialmente iremos trabalhar com estruturas microscópicas e, para isso, será


necessária a confecção de lâminas histológicas com material a fresco. O material a ser
utilizado são pães, morangos e tomates que estejam fungados, além de uma solução de
água, açúcar e fermento biológico que permaneceu em estufa por aproximadamente 30
minutos. Para a confecção de lâminas dos fungos do pão, morango e tomate, pingue uma
gota de água na lâmina e com o auxílio de estiletes (feitos com agulhas), retire uma
pequena porção do micélio dos alimentos, com cuidado para não pegar partes do
alimento que irão dificultar a visualização das hifas, e coloque o material na gota de água
cobrindo com lamínula. No caso do tomate, é difícil retirar as hifas sem retirar partes do
substrato, então recomenda-se picar o tomate com as hifas em pedaços bem pequenos
para a análise. Pingue uma gota da solução de fermento biológico em uma lâmina e cubra
com lamínula para visualização de leveduras.
Espera-se encontrar representantes de Zygomycota nos fungos do morango e do
pão e de Ascomycota no fungo do tomate, mas existem casos em que mais de um tipo de
fungo ocorrem no mesmo alimento, fique atento para representar todas as formas
presentes. No caso das leveduras, é possível encontrar algumas se reproduzindo por
fissão binária, o que foi estimulado pelo açúcar da solução e pela elevada temperatura da
estufa. No seu relatório deve constar o desenho esquemático do fungo observado,
evidenciando e nomeando o tipo de hifa e de estrutura reprodutora observados. Quando
possível, diga se a estrutura reprodutora é de origem sexuada ou assexuada. Baseado
20

em suas observações, indique a que filo pertence o fungo observado. Caso não seja
possível determinar o filo, indique a forma de crescimento observada (leveduras ou
fungos conidiais/deuteromicetos).
a) Fungo do morango ou do pão

b) Fungo do tomate

c) Leveduras

2- Agora observe as estruturas macroscópicas provindas de material fresco ou fixado,


pertencente à coleção didática de sua Instituição. Vocês irão observar os corpos de
frutificação de representantes dos filos Ascomycota e Basidiomycota. Nas letras a e b
faça desenhos esquemáticos de ascomas e basidiomas, nomeando as estruturas que os
compõe. Diga se as hifas que constituem estas estruturas são haplóides, diplóides ou
dicarióticas. Repare se região do himênio é formada por poros ou lamelas. Todo exemplar
esquematizado deve conter o nome do filo a que pertence e, quando possível, da classe.
21

a) Filo ____________________________________

b) Filo ____________________________________

c) Alguns exemplares do filo Basidiomycota, da classe Basidiomycetes não possuem


forma de cogumelo e nem de orelha-de-pau, eles são os Gasteromicetos. Esquematize as
formas de Gasteromicetos disponíveis em seu laboratório, elas podem ser bolotas-da-
terra, estrelas-da-terra, ninhos-de-passarinho ou fungos mal cheirosos.
22

3- Alguns exemplares de associações liquênicas estão disponíveis para observação.


a) Esquematize os liquens observados e diga qual a forma de crescimento dos
exemplares analisados.

b) Você pode observar alguma estrutura semelhante aos corpos de frutificação


esquematizados nos itens 2a e 2b? Em caso positivo, você saberia explicar porque isso
ocorre?

c) Você saberia dizer como os liquens podem ter ajudado as plantas a colonizarem o
ambiente terrestre?
23

GLOSSÁRIO – FUNGOS

Anel: restos do véu, que após a expansão do píleo, persistem em forma de um colarinho
preso à parte superior do estipe.
Apotécio: ascoma aberto.
Asco: célula especializada, característica de ascomicetos, na qual dois núcleos haplóides
se fundem produzindo um zigoto, que imediatamente se divide por meiose. Na maturidade
contém os ascósporos.
Ascoma: é o corpo de frutificação dos ascomicetos, também conhecido como ascocarpo.
É uma estrutura multicelular que contém os ascos, podendo ser abertos ou fechados.
Ascósporo: esporo produzido no interior de um asco.
Autoécio: diz-se dos fungos referidos como ferrugens, que requerem apenas uma espécie
de planta hospedeira para completar seu ciclo de vida.
Basídio: célula reprodutiva especializada dos basidiomicetos, freqüentemente clavada, na
qual a fusão nuclear e a meiose ocorrem.
Basidioma: é o corpo de frutificação dos basidiomicetos, também conhecido como
basidiocarpo. É uma estrutura multicelular, dentro da qual se formam os basídios.
Basidiósporos: esporos dos basidiomicetos produzido internamente nos basídios.
Células corticais da raiz: localizadas entre a epiderme e o cilindro vascular da raiz.
Cleistotécio: ascoma fechado.
Conidióforo: hifa na qual são produzidos um ou mais conídios.
Conídio: esporo assexuado de fungo, que não está contido dentro do esporângio; pode
ser produzido isoladamente ou produzido em cadeias; a maioria dos conídios é
multinucleada.
Doliporo: tipo de poro especial que ocorre nos septos das hifas de basidiomicetos.
Esporângio: estrutura unicelular ou pluricelular no interior da qual os esporos são
produzidos.
Estipe: pedúnculo com função de suporte, tal como ocorre nos fungos himenomicetos,
nos “cogumelos”.
Fotobionte: organismo fotossintetizante de um líquen.
Heteroécio: diz-se dos fungos referidos como ferrugens, que requerem duas espécies de
hospedeiros diferentes para completar seu ciclo de vida
Hifa: (do grego: hyphe, teia) filamento tubular simples de um fungo. Podem ser
asseptadas (sem paredes celulares), constituindo cenócitos, ou septadas (com paredes
celulares).
24

Himênio: termo usado para indicar a camada de conformação muito variada que recobre
determinadas áreas dos esporocarpos. A camada de ascos num ascoma ou de basídios
num basidioma, mais algumas hifas estéreis associadas.
Lamela: pequenas lâminas ou placas que se encontram na face inferior do píleo de
basidiomicetos.
Micélio: o conjunto de hifas de um fungo.
Micobionte: organismo heterotrófico de um líquen.
Mutualismo: dois ou mais organismos vivendo juntos, numa associação que é
mutuamente vantajosa.
Parasitismo: fenômeno no qual um organismo vive sobre ou dentro de outro organismo de
espécie diferente e obtém destes seus nutrientes, a associação é benéfica para o parasita
e prejudicial para o hospedeiro.
Perídeo: invólucro de um aparelho esporífero.
Peritécio: ascoma com formato de garrafa.
Píleo: parte superior expandida de muitos cogumelos (basidiomicetos), comumente
referida como chapéu.
Quitina: polissacarídeo rígido, resistente, contendo nitrogênio, que forma as paredes
celulares de certos fungos.
Saprofitismo: fenômeno no qual o ser heterotrófico obtém seus nutrientes diretamente de
matéria orgânica não-viva.
Sorédio: unidade reprodutora dos liquens, que consiste em algumas células de algas
verdes ou de cianobactérias envolvidas por hifas de fungos.
Soros: um grupo ou um conjunto de esporângios ou esporos.
Volva: membrana que envolve o corpo de frutificação de certos Basidiomicetos e que se
rompe pelo desenvolvimento do píleo, ficando na base do estipe com forma semelhante a
uma xícara.
Zigosporângio: um esporângio contendo um ou mais zigósporos.
Zigósporo: Esporo de resistência formado no interior de um zigosporângio em
Zigomicetos. O zigósporo passa por meiose durante a germinação do zigosporângio.
Zoósporo: esporo móvel.
25

ALGAS
Texto complementar
As algas habitam ambientes terrestres úmidos ou meios aquáticos, de água doce
ou salgada. Esses organismos dispostos na superfície oceânica compõem o fitoplâncton,
que libera através do processo fotossintético cerca de 70 a 90% do oxigênio contido na
atmosfera. As algas constituem um grupo artificial de organismos fotossintetizantes
que não estão incluídos do reino Plantae. Têm como características gerais serem uni- ou
pluricelulares, fotossintetizantes e diferenciados das plantas terrestres por não possuírem
embrião e tecidos especializados. No estudo das algas estão reunidos desde as
cianobactérias, que são seres procariontes, até os protistas fotossintetizantes e alguns de
seus parentes não fotossintetizantes, os seres eucariontes. Algas multicelulares, incluindo
as algas verdes, são parte do reino Protista na maioria dos Sistemas de Classificação
atuais. Alguns Sistemas de Classificação consideram as algas verdes como parte do reino
Plantae, visto que o ancestral das plantas terrestres provém de um dos representantes
extintos das algas verdes. Nesta apostila adotamos o Sistema apresentado em Raven et
al. (2007), em que as algas verdes fazem parte do reino Protista.
As cianobactérias, cianofíceas ou algas azuis são microorganismos com
características celulares procariontes e fazem parte do grupo Eubactéria ou do domínio
Bactéria (Raven et al. 2007), porém apresentam um sistema de membranas
fotossintetizante semelhante ao das algas eucarióticas. Segundo a teoria da
endossimbiose, deram origem aos cloroplastos de todos os seres eucariotos. Seus
pigmentos fotossintetizantes são a
clorofila a, carotenóides e ficobilinas,
e armazenam carboidratos em forma
de glicogênio. Acredita-se que
tenham tido um papel preponderante
na formação do oxigênio da
atmosfera do Planeta Terra e como
produtor primário dos corpos d’água.
São aquáticas ou terrestres,
estabelecem várias relações
simbióticas importantes e ainda têm
um importante papel na fixação do
nitrogênio que é disponibilizado às
26

demais formas de vida. Apresentam formas unicelulares ou coloniais simples e


ramificadas. Quando coloniais, as células são unidas entre si por uma matriz mucilaginosa
e possuem vida independente. As colônias possuem células especializadas como os
esporos de resistência chamados acinetos, além dos heterocistos responsáveis pela
fixação do nitrogênio. Florações tóxicas são comuns.
As algas do reino Protista tiveram origem no evento de simbiose entre um protista
primitivo e uma cianobactéria. O metabolismo das Rhodophyta ainda apresenta
semelhanças marcantes com o das cianobactérias e podem evidenciar tal relação. Após o
primeiro evento de endossimbiose, postula-se que endossimbioses secundárias
ocorreram como a fagocitose de uma alga verde por representantes de Euglenophyta e a
fagocitose de uma alga vermelha pelos ancestrais dos protistas que atualmente
apresentam clorofilas a e c (figura 1).

Figura 1: Cladograma evidenciando eventos de endossimbiose primária e secundária que resultaram no


surgimento de todos os eucariotos fotossintetizantes. Retirado de Palmer et al. 2004.

Dentre as características consideradas na classificação das algas do reino protista,


destacam-se o tipo de pigmento fotossintetizante e o tipo de substância de reserva
armazenada no interior das células. As principais características de algas do reino Protista
são abordadas na Tabela 1.

Tabela 1: Principais filos de algas do reino Protista e características marcantes relacionadas a cada um
deles. Modificada de Raven et al. (2007)
Metabolismo e
Reserva de Componentes da
Filo pigmentos Habitat Características gerais
carboidratos parede celular
fotossintéticos
Unicelulares; flagelos
Maioria ausentes ou 2 em sulcos, 1
Heterotrófico; com Placas celulósicas marinha, longitudinal e 1 transversal;
Dinophyta clorofilas a e c e em alvéolos abaixo alguns em mixotróficos; formam cistos
Amido
(Dinoflagelados) carotenóides; ou da membrana água doce ou de resistência durante a
mixotróficos plasmática. em relações reprodução sexuada;
simbióticas causadores da maré
vermelha.
Unicelulares; cloroplastos
originados de simbiose com
Maioria Maioria de algas verdes; plastos com
Estrias protéicas sob
heterotrófica; com água doce, pirenóide; 2 flagelos apicais,
Euglenophyta Paramido a membrana
clorofilas a e b, alguns 1 reduzido; estigma
plasmática.
carotenóides marinhos fotorreceptor; só a
reprodução assexuada é
conhecida.
27
Heterotrófico; com Unicelulares; 2 flagelos
clorofilas a e c, Placas protéicas sob desiguais pinados;
Marinhas e de
Cryptophyta carotenóides e Amido a membrana produtores importantes
água doce
ficobilinas; ou plasmática. resistentes à sazonalidade;
mixotróficos tamanho diminuto.
Unicelulares; flagelos
Escamas de
Maioria ausentes ou 2 iguais;
Clorofilas a e c, celulose, algumas
marinha, haptonema (estrutura
Haptophyta carotenóides Crisolaminarina com escamas de
poucas de sensitiva para captura de
(fucoxantina) matéria orgânica
água doce alimento); causam florações
calcificada (cocólitos)
tóxicas.
Unicelulares ou filamentosos
Oomycota* ramificados; flagelos do tipo
Marinhos, de
(antigos heteroconta* em zoósporos;
Heterotrófico Glicogênio Celulose água doce ou
componentes do meiose gamética; gametas
terrestres
Reino Fungi) imóveis; importantes
patógenos de plantas.
Unicelulares ou coloniais;
flagelos ausentes ou apenas
Heterotrófico;
1 pinado em gametas
clorofilas a e c,
Bacillariophyta* Frústula com 1 par Marinhos ou de masculinos; reprodução
carotenóides Crisolaminarina
Diatomáceas de valvas de sílica. água doce assexuada gera diminuição
(fucoxantina); ou
do tamanho celular e obriga
mixotróficos
a realização de reprodução
sexuada.
Unicelulares ou coloniais;
Heterotrófico; flagelos ausentes ou do tipo
Ausentes ou Maioria de
clorofilas a e c, heteroconta*; reprodução
Crysophyta* escamas de sílica água doce,
carotenóides Crisolaminarina assexuada predominante;
Algas douradas que podem conter algumas
(fucoxantina); ou causam florações em águas
celulose. marinhas
mixotróficos de abastecimento (marés
marrons).
Multicelulares de filamentos
ramificados,
pseudoparênquima
(agregação de filamentos) ou
parênquima; as
Celulose em matriz
parenquimatosas são as
Clorofilas a e c, mucilaginosa de
Phaeophyta* Quase todas maiores algas existentes e
carotenóides Laminarina alginatos, algumas
Algas pardas marinhas podem apresentar vesículas
(fucoxantina) com presença de
de ar, crescimento intercalar
plasmodesmos.
ou células de condução;
flagelos do tipo heteroconta*
em células reprodutoras;
meiose espórica ou
gamética.
Celulose em matriz Poucas unicelulares, maioria
Amidos das Maioria
mucilaginosa de ágar multicelular filamentosa ou
Clorofila a, florídeas marinha e
Rhodophyta ou carragenano pseudoparenquimatosa que
ficobilinas e (molécula bentônica,
Algas vermelhas (galactanos), muitas podem formar lâminas; não
carotenóides semelhante ao poucas de
possuem deposição possuem centríolos nem
glicogênio) água doce
de carbonato de células flageladas; meiose
28
cálcio (algas espórica; zigoto forma um
coralináceas). carpoesporófito que
dissemina carpósporos
diplóides dando origem a
muitos esporófitos; as
coralináceas são importantes
na manutenção dos recifes
de coral.
Maioria
Unicelulares, coloniais; ou
Glicoproteínas; aquática, de
multicelulares filamentosas,
celulose ou água doce ou
Clorofilas a e b, sifonáceas ou
Chlorophyta polissacarídeos não- marinha;
carotenóides; ou Amido parenquimatosas; flagelos
Algas verdes celulósicos, algumas algumas
mixotróficos ausentes ou 2 do tipo liso; os
com presença de terrestres,
3 tipos de meiose estão
plasmodesmos. muitas em
presentes
simbiose

*Constituem o grupo natural Heteroconta, característico pela presença de um flagelo liso e um pinado em
alguma fase do ciclo de vida do organismo.

O Filo Chlorophyta apresenta três classes principais:


As Chlorophyceae são em sua maioria de água doce. São unicelulares
flageladas ou não, coloniais móveis ou não, filamentosas ou laminares. A meiose é
zigótica.
As Ulvophyceae são marinhas, poucas ocorrem em água doce. Podem ser
multicelulares filamentosas, parenquimatosas ou sifonáceas, podem apresentar
paredes calcificadas. São em sua maioria bentônicas, fixas por apressório. A
meiose pode ser gamética ou espórica.
As Charophyceae ocorrem predominantemente em água doce. Podem ser
unicelulares, coloniais, multicelulares filamentosas e parenquimatosas. Sua meiose
é zigótica. Apresenta algumas semelhanças importantes com as plantas terrestres
como, a quebra do envelope nuclear, fusos persistentes, precursores cutícula e
esporopolenina. As ordens Coleochaetales e Charales são consideradas as
mais próximas das plantas terrestres, nas quais se observam meristema apical; talo
dividido em nós e entrenós, presença de fragmoplasto, placa celular, zigoto preso
ao talo parental.

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA: ALGAS

1- Inicialmente você deverá montar lâminas de algas microscópicas frescas, obtidas em


29

amostras de água doce e não fixadas. Para montar a lâmina, utilize uma Pipeta de
Pasteur para pipetar em uma amostra de água a sua escolha, de preferência onde tiver
uma maior concentração de matéria orgânica. Coloque uma gota desse material pipetado
na lâmina cobrindo com a lamínula e retirando o excesso de água com papel filtro (caso o
material pareça meio “embaraçado” utilize os estiletes – pontas de agulha - de sua
bancada para dissociá-lo). Lembre-se de colocar pouco material na lâmina para que a
lamínula não fique muito alta e prejudique sua observação. Você poderá encontrar algas
unicelulares, coloniais e filamentosas.
Nessa aula você deve identificar de 2 a 5 algas microscópicas utilizando a chave
dicotômica “Algas Continentais do Estado de São Paulo” que encontra-se ao final deste
roteiro de aula prática. Caso você não encontre algum gênero de alga presente em sua
amostra nessa chave consulte o livro “Bicudo, C.E.M.; Menezes, M. 2005. Gêneros de
algas de águas continentais do Brasil: chave para identificação e descrições. RIMA,
São Carlos”. Para cada alga você deve fazer um desenho fiel ao que observou, descrever
os passos da chave que utilizou para chegar até o gênero e o nome do gênero. Você
pode precisar montar mais de uma lâmina ou encontrar todo o material de que precisa em
uma mesma lâmina, vai depender da amostra de água escolhida.

a) Passos da chave:
Gênero:
Desenho esquemático:

b) Passos da chave:
Gênero:
Desenho esquemático:
30

c) Passos da chave:
Gênero:
Desenho esquemático:

d) Passos da chave:
Gênero:
Desenho esquemático:

e) Passos da chave:
Gênero:
Desenho esquemático:
31

2- Agora você irá observar algas marinhas multicelulares em exsicatas, fixadas em


solução de Formol 4% ou frescas, caso você resida em uma cidade litorânea.
a) Filo Phaeophyta (algas pardas). Sugere-se a observação de dois gêneros de algas
pardas: Sargassum e Padina. Observando sua morfologia, você poderia dizer se essas
algas são filamentosas parenquimatosas?

a1) Em Sargassum, podem-se observar vesículas de ar, esquematize estas estruturas e


diga qual é sua função.

a2) Em Padina (lâmina em forma de cauda de pavão) pode-se observar apressório, estipe
e lâmina. Faça um desenho esquemático dessa “alga” evidenciando essas estruturas.
Diga qual é a função do apressório e indique com uma seta a região onde ocorre o
crescimento intercalar. Não deixe de evidenciar no desenho as características que dão ao
gênero o nome Padina.

b) Filo Rhodophyta (algas vermelhas). Sugere-se a observação de três tipos de algas


vermelhas: filamentosa, laminar e coralinácea.
32

b1) Esquematize a estrutura dessas algas e diga qual a composição da parede celular de
cada um dos tipos esquematizados.

b2) Porque você acha que as algas vermelhas coralináceas são importantes para a
sustentação e manutenção dos recifes de coral?

c) Filo Chlorophyta (algas verdes). Sugere-se a observação de membros das classes


Ulvophyceae e Charophyceae.
c1) Os gêneros de Ulvophyceae sugeridos para estudo são Codium, Acetabularia e
Caulerpa, todos de estrutura sifonácea com células grandes e cenocíticas, e o gênero
Ulva, de estrutura parenquimatosa. Faça desenhos esquemáticos dos gêneros
observados.
33

c2) Agora você deve montar lâminas histológicas dos talos de Codium e Ulva. Para tal,
você deve realizar cortes transversais finos no talo de Codium com o auxílio de uma
lâmina de barbear e rasgar uma pequena porção da lâmina de Ulva. Coloque os
fragmentos obtidos de Codium e Ulva em lâminas diferentes e cubra-os com uma gota de
água e com uma lamínula. Observe ao microscópio as lâminas de Codium (em 4x) e Ulva
(40x). Desenhe os tecidos dessas algas que você observou ao microscópio e descreva
suas principais características, lembre-se que Codium apresenta estrutura sifonácea e
Ulva parenquimatosa, diferencie-as.

c3) Sugere-se a observação de um exemplar da classe Charophyceae, e do gênero


Chara, as algas verdes mais próximas evolutivamente das plantas terrestres. O exemplar
dessa alga multicelular de água doce pode estar fresco, fixado ou em uma exsicata. Faça
um desenho esquemático dessa alga e aponte duas características morfológicas que se
assemelham às das plantas terrestres.
Chave Ilustrada – Algas ALGAS do Estado de São Paulo
Chave artificial para identificação de alguns gêneros
Eurico Cabral de Oliveira Filho

1-Pigmentos difusos no citoplasma.


2-Talo filamentoso ou tricomatoso.
3-Filamentos com heterocisto.

pro
4-Heterocisto terminal
terminal.

otist.i.hosei.ac.jp
5-Células vegetativas com diâmetro uniforme em todo o filamento, geralmente
com um grande esporo entre o heterocisto e as células
vegetativas...........................................................................Cylindrospermum

www.msu.edu
w
5-Células vegetativas com diâmetro diminuindo a partir da parte basal, fixa,
(onde se localiza o heterocisto) para a parte terminal, livre................Calothrix

www
4-Heterocisto
4 Heterocisto intercalar
intercalar.

w.nervousaxon.com
6-Filamentos ramificados (ramificação falsa ou verdadeira).
7-Ramificação falsa. Filamentos unisseriados.
8-Ramificação simples, geralmente junto a um heterocisto............Tolypothrix

34 m
vis-pc.plantb
8-Ramificação aos pares..............................................................Scytonema

bio.ohiou.edu
cyclot.hp.infoseek.co.jp
7-Ramificação verdadeira. Filamentos uni ou multisseriados.
9-Filamentos unisseriados; células cilíndricas...........................Hapalosiphon

ww
ww.keweenawalgae
9-Filamentos parcialmente multisseriados; células globóides........Stigonema

e.mtu.edu
6-Filamentos não ramificados.
10-Tricomas dentro de uma massa gelatinosa firme, de forma definida,
geralmente esférica...........................................................................Nostoc

35
www.micrographia.com
10-Tricomas imersos em massa gelatinosa não consistente, sem forma
d fi id
definida........................................................................................Anabaena
A b

www.spirulina.sg
3-Filamento sem heterocisto.
11-Filamento ou tricoma não ramificado.
12-Tricoma torcido em espiral.
13-Tricoma
13 Tricoma não septado
septado..................................................................Spirulina
Spirulina

www.rbgsyd.nsw.g
13-Tricoma septado.....................................................................Arthrospira

gov.au
membres.lycos.fr
12-Tricoma ou filamento retilíneo.
14-Tricoma sem bainha mucilaginosa; movimento oscilatório característico
na porção terminal. (observar material vivo)...........................Oscillatoria

36
14-Filamentos com bainha mucilaginosa evidente, sem movimento

www.rbg
oscilatório.
15 Bainha mucilaginosa com apenas um tricoma.
15-Bainha tricoma Bainha amarelo

gsyd.nsw.gov.au
acastanhado ou incolor, muitas vezes prolongando-se além do
tricoma.....................................................................................Lingbya

microbes.arc
15-Bainha mucilaginosa com mais de um tricoma.
16-Tricomas torcidos..........................................................Microcoleus

c.nasa.gov
16-Tricomas não torcidos................................................................Sirocoleus

www.rbgsyd.nsw
11-Filamento ramificado.
17-Filamento com um único tricoma...............................................Plectonema

w.gov.au
17-Filamento com mais de um tricoma.

www.scielo.br
w
18-Filamento com poucos tricomas (poucos filamentos associados em
uma mesma matriz gelatinosa) ; células geralmente mais largas que
longas; célula terminal com caliptra ou capitada.................Hydrocoleum

37
biologyy.missouristate.edu
18-Filamento com muitos tricomas; células geralmente mais longas que
largas.....................................................................................Schyzothrix

www.ibvf.cartuja.cs u
2-Talo não filamentoso.
19-Algas firmemente aderidas ao substrato; geralmente epífitas.
20-Células globosas; gregárias com 4 ou mais endósporos.............Dermocarpa

www.glerl.noaa.go
ovsic.es
20-Células clavadas ou cilíndricas; isoladas com exósporos......Chamaesiphon

38
www.biltek..tubitak.gov.tr
19-Algas não aderidas ao substrato, litófitas ou planctônicas.
21-Células
21 Células isoladas ou em grupos pequenos (2-8).
(2 8).
22-Envoltório gelatinoso incolor, lamelado...................................Chroococcus *

silicasecchidisk
k.conncoll.edu
22-Envoltório gelatinoso colorido, lamelado...................................Gloeocapsa *

www.keweenawa
21-Plantas formando colônias com muitas células.
23-Células dispostas em colônias tabulares ou cúbicas.
24 Colônias cúbicas.......................................................................Eucapsis
24-Colônias cúbicas Eucapsis

algae.mtu.edu
www.nostoc.pt
24-Colônias tabulares............................................................Merismopedia

* o critério de separação entre os gêneros Chroococcus e Gloeocapsa é discutível e varia

39
conforme o autor considerado.
serc.carleton.edu
23-Células
23 Cél l didispostas
t em colônias
lô i d de fforma globóide
l bóid ou iirregular. l
25-Células cilíndricas, como cápsulas de vitaminas, imersas na matriz
gelatinosa da colônia..........................................................Aphanothece

www..dep.state.fl.us
25-Células esféricas.
26-Células densamente dispostas dentro do envoltório
gelatinoso...........................................................................Microsystis

protist.i.hosei.ac.jp
p
26-Células bem espaçadas dentro da matriz de
gelatina..........................................................................Aphanocapsa

40
www-biol.paisley.ac.uk
1-Pigmentos localizados em plastos bem definidos.
27-Plantas
27 Plantas de água doce ou aéreas (terrestres ou epífitas)epífitas).
28-Algas de coloração alaranjada, crescendo sobre barrancos, troncos, postes,
etc.; talo filamentoso ramificado.....................................................Trentepohlia

28-Algas
28 Algas com outra coloração; predominantemente aquáticas aquáticas.
29-Talo filamentoso.
30-Filamentos não ramificados.
31-Filamentos formados por células mais largas que longas, com uma
reetrância ou constrição mediana; ligeiramente torcidos e com
bainha gelatinosa................................................................Desmidium

31-Filamentos
31 Filamentos com células mais longas que largas, e sem constrição

www.rbgsyd.nsw.gov.au
mediana.
32-Cloroplastos mais ou menos estrelados, 2 por células.
33-Cloroplastos nitidamente estrelados, pequenos; filamentos
longos.............................................................................Zygnema

www
w.glerl.noaa.gov
33-Cloroplastos entrelaçados ou irregulares, grandes, ocupando a
maior parte da célula; filamentos curtos....................Zygogonium

41
32-Cloroplastos não estrelados.

www.biologie.uni-hamburg.de
34-Cloroplasto, 1 ou mais, em forma de fita, com bordo irregular,
dispostos espiraladamente.
35 Cloroplastos geralmente numerosos; espirais com
35-Cloroplastos
várias voltas...............................................................Spirogyra

35-Cloroplastos 1 ou 2; espiral aberta quase não chegando


a completar uma volta............................................Sirogoneum

34-Cloroplasto não disposto em espiral.

www.rbgsyd.nsw.gov.au
36-Cloroplasto
p reticulado;; estrias transversais p presentes na
porção distal de algumas células; célula basal bem
diferenciada..........................................................Oedogonium

u
www.rbgsyd.nsw.gov.au
36-Cloroplasto não reticulado; ausência de estrias transversais;
sem célula basal diferenciada.
37-Cloroplasto axial, 1 ou 2, em forma de lâmina, com

www
vários pirenóides...................................................Mougeotia
p g

w.biologie.uni-hamb
42 burg.de
pkukmweb.ukm.my
37-Cloroplasto
37 Cl l t parietal,
i t l geralmente
l t curvado
d em fforma d de anell
incompleto, com 1 ou mais pirenóides......................Ulothrix

www.keweenaw
30-Filamentos ramificados.
38-Células microscópicas.
39-Filamentos
39 Filamentos imersos em uma matriz gelatinosa, formando um

walgae.mtu.edu
talo globoso..................................................................Chaetophora

www.botany.hawaiii.edu
39-Filamentos não imersos em gelatina.
40-Parte basal com ramos prostrados; cerdas
presentes..................................................................Coleochaete

www2.una.edu
43
silicaseccchidisk.conncoll.edu
40-Plantas
40 Plantas eretas,
eretas com uma célula basal; com pêlos
hialinos......................................................................Bulbochaete

www.k u
38-Células macroscópicas.

keweenawalgae.mtu
41-Internos não corticados; coroa do oogônio com 10
células....................................................................................Nitella

u.edu
www.scientificillustrator.c
41-Internos corticados; coroa do oogônio com 5 células.............Chara

44 com
rydberg.biolo
29-Talo não filamentoso.

ogy.colostate.edu
42-Células isoladas, móveis por meio de flagelos.
43-Células com um único cloroplasto..............................Chlamydomonas

43-Células com vários cloroplastos.


44 Células mais ou menos fusiformes,
44-Células fusiformes plásticas (mudando de
forma ao se locomoverem)...................................................Euglena

www.nostoc.p
44-Células mais ou menos achatadas,, com forma fixa...............Phacus

pt
42-Células isoladas ou coloniais, imóveis.
45-Indivíduos isolados.
46-Células com uma incisão mediana delimitando duas semicélulas.
47-Células discóides (às vezes alongadas) com incisões periféricas
que separam lobos
l b didispostos
t radialmente................Micrasterias
di l t Mi t i

45
47-Células com outra forma.

www.nies.go.jp
48-Pólos arredondados com constrição muito tênue e
sutura mediana.............................................................Penium

48-Pólos geralmente truncados, constrições mediana acentuadas.


49-Células bem alongadas (2 a 6 vezes o diâmetro), com
uma dilatação em ambas as semicélulas acima da

ww
ww.plingfactory.de
incisão mediana.
50-Células bem alongadas (mais de 6 vezes o diâmetro),
sem incisão apical......................................Pleurotaenium

www.desmids.nl
50-Células não tão longas, com incisão apical.......Euastrum

www
w.dr-ralf-wagner.de
49-Células não tão longas e sem a mencionada dilatação.
51-Células lisas, sem processos espiniformes podendo,
entretanto, apresentar ornamentação em forma de
pequenas saliências........................................Cosmarium

46
51-Semicélulas ornamentadas, com processos espiniformes
em número limitado e relativamente longos.
52-Com um espinho simples em cada ângulo da

www.keweenawalga
w
célula......................................................Staurodesmus
él l St d

52-Sem espinhos
p simples,
p , com p processos angulares g

ae.mtu.edu
ou espinhos complexos em vários pontos da célula.
53-Células com um espessamento na porção
mediana em vista frontal ou ornamentada com
granulações ou espinhos........................Xanthidium

siliicasecchidisk.connc
53-Célula sem espessamento ou ornamentos na
porção mediana.....................................Staurastrum

io.uwinnipeg.c coll.edu
46-Células sem incisão mediana.
54-Células em geral esféricas; só um cloroplasto,
sem pirenóide..................................................................Chlorella

47 ca
www.microsccopy-uk.org.uk pro
54-Células alongadas.
55-Células em forma de lua em quarto crescente (as vezes
com extremidades muito alongadas), g ), com vacúolos nas
extremidades. Muitas vezes com parede celular
amarelada................................................................Closterium

55-Células com outras formas e sem vacúolos nas extremidades.


56-Cloroplastos com reentrâncias nos bordos; células mais

otist.i.hosei.ac.jp
ou menos fusiformes.................................................Netrium

56-Cloroplastos com bordos lisos; células cilíndricas ou elípticas.


57 Cél l curtas
57-Células t (2 a 3 vezes mais i llongas que llargas); )
com um cloroplasto em cada semicélula;cloroplastos
com “costelas” longitudinais..................................Penium

57-Células várias vezes mais longas que largas; só um


cloroplasto tabular liso; freqüentemente vários indivíduos
em uma matriz gelatinosa............................Mesotaenium

ww
ww.microscopy-uk.o
45-Indivíduos agrupados em colônias.
58-Colônias com 4 a 8 indivíduos unidos lateralmente, formando
fileiras transversais.....................................................Scenedesmus

48 org.uk
www.etsmre
58-Colônias geralmente com maior número de indivíduos, não
formando fileiras.
59-Colônia
59 Colônia plana,
plana tabular,
tabular de contorno circular ou

e.upv.es
poligonal......................................................................Pediastrum

protist.i.hosei.ac
59-Colônia esferoidal ou sem forma definida.
60-Colônia sem forma definida; indivíduos em forma de lua
em quarto crescente..............................................Selenastrum

c.jp
60-Colônia esferoidal; indivíduos não em forma de lua.
61-Indivíduos com contorno esférico ou
poligonal..............................................................Coelastrum

61-Indivíduos em forma de agulha....................Ankistrodesmus

49
www.petmeister.com
27-Plantas marinhas ou de água salobra.
62-Talo formado por um eixo ereto, com um disco terminal, em forma de uma
taça rasa de pé muito longo...........................................................Acetabularia

62-Talo com forma diferente.


63-Algas microscópicas, móveis por um flagelo anterior. Comuns em areias
úmidas de praias poluídas................................................................Euglena

corrreia.miguel25.goog
63-Algas macroscópicas, desprovidas de movimento no estado vegetativo.
64-Algas com deposição de carbonato de cálcio (testar com HCl 5%).
65-Talo crostroso, epífita ou litófita.
66-Crosta
66 Crosta fina e delicada
delicada, epífita; coloração rosa claro a esbranquiçada esbranquiçada,

glepages.com
quando vivas........................................................................Fosliella

66-Crosta espessa, geralmente litófita; coloração rosa intensa


quando vivas...............................................................................Goniolithon

50
65-Talo não crostroso.
67-Talo em forma de fita estreita, não segmentado
(articulado)........................................................................Galaxaura

67-Talo cilíndrico ou achatado, segmentado (articulado).


68-Segmentos terminais com um poro apical; segmentos medindo
até 7 mm comprimento por 1 mm de diâmetro..............Galaxaura

www.herb
bariovirtual.ua.es
68-Segmentos menores e sem poro apical.
69-Ramificação
ç pinada.....................................................Corallina
p

69-Ramificação dicotômica ou irregular.


70-Segmentos bem achatados, alados, em forma de escudo
ou cordiformes
cordiformes............................................................Arthrocardia
Arthrocardia
70-Segmentos cilíndricos ou achatados, mas não cordiformes.
71-Ramos geralmente achatados; conceptáculos espalhados

51
pelos segmentos férteis...............................................Amphiron
71-Ramos cilíndricos; conceptáculos no segmento basal
de uma dicotomia terminal........................................Jania

64-Algas sem deposição de carbonato de cálcio.

massbay.mit.ed
72-Plantas com talo cenocítico.
73-Talo com filamentos densamente justapostos formando ramos
cilíndricos, ou achatados e eretos ou apressos ao substrato, de
consistência esponjosa
esponjosa.........................................................Codium
Codium

du
henge.bio.miami.edu
h
73-Talo de forma diferente, não esponjoso.
74-Talo filamentoso.
75-Filamentos formando tufos emaranhados, sem ramos principais,
com ramificação dicotômica........................................Derbesia

75-Filamentos
75 Filamentos com ramo principal prostrado ou ereto de onde
partem ramos laterais opostos ou alternos.
76-Filamentos disticamente ramificados, em forma de pequenas
penas; sem trabéculas (filamentos que atravessam o lume
celular de uma parede à outra)................................Bryopsis

52
76-Filamentos com ramos em todos os planos; com
t bé l
trabéculas...............................................................Caulerpa
C l

www.ree
efcorner.com
74-Talo não filamentoso, em forma de pequenos cachos de
uvas ou de folhas de palmeiras......................................Caulerpa

www.ho
72-Plantas com talo celular.
77-Talo filamentoso, unisseriado.

orta.uac.pt
78-Filamentos não ramificados ou com ramificações muito raras.
79-Filamentos relativamente espessos e mais ou menos rígidos,
como os pêlos de um pincel; célula basal de cada filamento
bem diferenciada para a fixação, com formação de processos
rizoidais; paredes espessas
espessas..............................Chaetomorpha
Chaetomorpha

53
www.rbgsyd
d.nsw.gov.au
79-Filamentos longos e finos, emaranhados e sem células basais
conspícuas..........................................................Rhizoclonium

78-Filamentos com ramificações esparsas ou abundantes.


80-Ramos laterais jovens freqüentemente sem septos na região de
contato com o ramo que lhe deu origem.....................Cladophoropsis
80-Ramos laterais sempre septados na porção de contato

msnucleus.org
com o ramo q que lhe deu origem. g
81-Plastos reticulados, verdes; paredes
espessas.............................................................Cladophora

81-Plastos
81 Plastos não reticulados
reticulados, não verdes; paredes não espessas
espessas.
82-Algas de coloração pardo-amareladas.
83-Plastos 1 a 2 por célula, estrelados; órgão de reprodução

kentsimmon
intercalares.............................................................Bachelotia
83-Plastos discóides ou alongadas, numerosos; órgão de

ns.uwinnipeg.ca
reprodução
d ã llateralmente
t l t sobreb um ramo ou tterminais. i i
84-Plastos em forma de bastão ou fita
curta.........................................................Ectocarpus

www.horta
a.uac.pt
84-Plastos discóides..........................................Giffordia

54
www.ifremer.fr
82-Algas de coloração avermelhada.
85-Filamentos com células visíveis a olho nu,
globulares ou cilíndricas..................................Griffithsia

85-Filamentos com células microscópicas.


86 R
86-Ramo principal
i i l ereto.
t
87-Plantas muito pequenas, usualmente epífitas nas
algas “Chaetomorpha”, e produzindo
monoespoângio......................................Achrochaetium

www.s
sinicearasy.cz
87-Plantas maiores, geralmente litófitas,
f produzindo
tetra ou polisporângios.
88-Ramificação verticilada......................Wrangelia

ww
ww.cultinfo.ru
88-Ramificação alterna.....................Callithamnion

55
86-Ramo principal rizomatoso.

www.mbari.o
89-Ramificação esparsa, irregular; geralmente
com polisporângios.............................Spermothamnion
89-Ramificação
89 Ramificação ab abundante,
ndante reg regular,lar com

org
tetrasporângios.
90-Ramificação trística ou
alterna...........................................Antithamnion

90-Ramificação oposta, pinada...........Gymnothamnion

www.botany
77-Talo, se filamentoso multisseriado, ou folheáceo, tubular, etc.
91-Talo em forma de filamentos curtos (1-3 cm), marrom escuros,
com grande célula apical e propágulos......................Sphacelaria

y.hawaii.edu
91-Talo com organização diferente.
92-Filamentos coalescentes no centro e livres na periferia;
algas de coloração marrom claro.......................................Levringea
92-Talo
92 Talo com organização diferente; de coloração esverdeada
esverdeada,

www.horta.uac.p
avermelhada ou enegrecida.
93-Filamentos separados em nós e entrenós, pelo menos
nos râmulos laterais.
94-Eixo principal evidente e bem mais grosso que os

pt
ramos laterais; ramificação
f alterna.......................Spyridia
S

www.mbari.org
w
94-Sem eixo principal evidente; ramificação dicotômica.
95-Células pequenas apenas na região dos nós; sem
células espiniformes.....................................Ceramium

56
www.horta.u
95-Células pequenas recobrindo todo o filamento; células
espiniformes abundantes..........................Centroceras

uac.pt
93-Talo com organização diferente.
96-Filamentos emaranhados, de coloração rósea; ramos
com segmentos formados por 2 2-33 células de
espessura....................................................Falkenbergia

www.asturn
natura.com
96-Talo não filamentoso ou, se filamentoso, com mais
de 3 células de espessura.
97-Talo filamentoso ou cilíndrico.
98-Talo filamentoso (diâmetro igual ou menos que 0,5 mm).
99-Talo com organização
g ç radial;; râmulos em todos os
planos.

www.rbg.vic.g
100-Plantas mais ou menos rígidas,
enegrescidas........................................Bryocladia
100-Plantas delicadas, róseas ou vermelhas.
101-Ramos principais bem nítidos,
nítidos revestidos por

gov.au
râmulos monossifônicos divididos
dicotomicamente............................Dasya

www.koi2000.com
101-Sem ramos principais evidentes; ramos de
última ordem polissifônicos ((com ou sem

m
pêlos)...................................Polysiphonia

57
www.bama.u
99-Talo com organização dorsiventral ou bilateral.
102-Plantas de cor negra ou ligeiramente

ua.edu
amareladas, com ramificação dística geralmente
penada; bilateral............................Bostrychia

102-Cor
102 Cor avermelhada,
avermelhada não penadas; dorsiventral.
dorsiventral
103-Ramos eretos de tamanho determinado, não
ramificado................................Ophidocladus

www.horta
103-Ramos eretos de dois tipos, ramificados

a.uac.pt
ou não...............................Herposiphonia

www.glerl.noaa.g
98-Talo cilíndrico (diâmetro igual ou maior que 1 mm).
104-Talo oco, com cavidade contínua, tubular.
105-Tubo com uma camada de células,
verde.....................................Enteromorpha

58 gov
JC1

www.bota
any.hawaii.edu
105-Tubo
105 T b com mais
i d
de uma camada, d
marrom-amarelado..................Rosenvingea

104-Talo sólido, ou localmente oco.


106-Crescimento por uma célula apical (exposta
ou imersa).

www.b
107-Com ramos curtos revestindo os ramos
principais.
principais

botany.hawaii.edu
108-Ramos curtos clavados; célula apical
em depressão...................Laurencia

www.biol.ts
sukuba.ac.jp
108-Ramos curtos fusiformes; célula apical
saliente..............................Chondria

59
Slide 26

JC1 Existem três "108". Deveriam ser só 2...não consegui identificar onde é o erro.
Julia Costa; 7/4/2009
www.botany.h
hawaii.edu
108-Ramos curtos espinescentes,
em tufos.....................Acanthophora

www.b
botany.hawaii.edu
107-Sem ramos curtos especialmente
diferenciados.............................Hypnea

106-Crescimento por várias células apicais.


109-Com medula completamente
p p
preenchida
por células arredondadas ou alongadas.
110-Consistência rígida como arame;

www.asturnatu
pouco ramificada.................Gelidiopsis
110-Consistência carnosa; bem ramificada.
111-Plantas
111 Plantas pequenas de 2-4
2 4 cm;

ura.com
dicotomias e politomias
freqüentes..........Gymnogongrus

60
comenius.sussqu.edu
111-Plantas
111 Plantas maiores,
maiores de até 20 cm;
com ramificação alterna
irregular.......................Gracilaria

www.ne
109-Com medula oca ou atravessada
por filamentos.

e.jp
112-Talo formado por segmentos em
forma de barricas, com diafragmas
celulares na região de contato entre
os segmentos....................Champia

ww
ww1.ci.uc.pt
112-Talo com outra forma.
113-Coloração escura, com células
estreladas junto à medula, que é
densa e gelatinosa......Gigartina

61
www.dnrecc.state.de.us
113-Vermelho claro, com medula
atravessada por poucos
filamentos
filamentos................Agardhiella
Agardhiella

97-Talo com outra forma (não filamentoso nem cilíndrico).

www.seaweedsofalaska.com
114-Talo folheáceo ou em forma de lâmina larga (1 cm),
fendido ou inteiro.
115-Lâminas
115 Lâminas com uma camada de células
de espessura.
116-Talo verde intenso, plasto laminar
ou lenticular.....................................Ulvaria

www.botany.hawaii.edu
116-Talo vermelho ou marrom, com um plasto
estrelado,, nem sempre p visível em material
fixado...........................................Porphyra

62
www.botan
ny.hawaii.edu
115-Lâminas
115 Lâminas com mais de uma camada de células
de espessura.
117-Plantas verdes, com duas camadas
de espessura......................................Ulva

www.nio.org
117-Plantas marrons (esverdeadas quando
fixadas), com mais de duas camadas de
espessura
espessura............................Spatoglossum
Spatoglossum

www.beachw
114-Talo com forma diferente, se folheáceo com
o bordo apical
p enrolado.

watchers.wsu.edu
118-Talo em forma de crostas fortemente aderidas
às rochas.
119-Crostas de coloração negra ou marrom
escura.............................................Ralfsia

63
www.aquama
119-Crostas de coloração vermelha..................
............................................Hildenbrandia

ax.de
www.nio.org
118-Talo não crostoso.
120-Talo em forma de ventarola, com os
bordos enrolados de coloração
marrom...........................................Padina

www.biol.tsukuba
a.ac.jp
120-Talo
120 Talo com outra forma. forma

www.naturalscien
121-Talo em forma de pequeno arbusto,
com ramos que simulam folhas; com
ou sem vesículas esféricas..................
...........................................Sargassum

64 nces.org
www.marlin.ac.uk 121-Talo com outras formas.
122 T l em forma
122-Talo f de
d vesículaí l ou bolha, b lh grandes d e iisoladas,l d ou
pequenas e em grupos densos, de coloração marrom
amarelada.....................................................................Colpomenia
www.sea
avegetables.com

122-Talo com outra forma.


123-Talo segmentado, como amarrado de salsichas; de
coloração negra..........................................................Catenella
www.nio.org

123-Talo achatado, laminar ou em forma de fita.


124-Talo em forma de fita; ramificação dicotômica.
125-Com nítida nervura central...........................Dictyopteris

65
www.biol.tsukkuba.ac.jp

125-Sem nervura central.


126-Pardo amareladas, estritamente
dicotômicas................................................Dictyota
lebrusc.c

126-Vermelhas, irregularmente dicotômicas.


chez-alice.fr

127-Com uma camada de células de espessura e finais


nervuras laterais............................Cryptopleura
www.as
sturnatura.com

127-Com várias camadas de espessura e sem


nervuras laterais............................Rhodymenia

66
vis-pc.planttbio.ohiou.edu
124-Talo
124 T l com fforma diferente.
dif t
128-Laminar formando segmentos elípticos, articulados e com
nervura central..............................................Caloglossa

128-Talo com forma diferente.


ww

129-Talo ramificado em vários planos.....................Gracilaria


129 planos Gracilaria
ww.swsbm.com

129-Talo achatado, ramificação em um só plano.


130-Ramificação pinada com um eixo principal mais
largo e ramos laterais estreitos e curtos.............
.............................................................Bryothamnion

130-Ramificação não pinada ou, se pinada com todos


os ramos de diâmetro equivalente.
131-Ramificação irregular.
132 Medula filamentosa.
132-Medula filamentosa
133-Cistocarpos em pequenas expansões do
talo.......................................Gigartina

67
www.horta.uac.pt

133-Cistocarpos minúsculos, completamente


imersos no talo...................Grateloupia

132-Medula com células esféricas esféricas..........Gracilaria


Gracilaria
131-Ramificação pinada ou mais ou menos piramidal.
134-Ramos principais mais largos que os laterais,
www.astu

pectinados, e com crescimento simpodial. ....


...............................................Plocamium
www.ca urnatura.com

134-Todos os ramos muito estreitos e com


diâmetros semelhantes; crescimento
anari.org

monopodial.
135-Plantas pequenas, com 1-2 cm de
altura....................................Gelidium

68
www.sinh
hhocvietnam.com

135-Plantas maiores, até 20 cm de altura...


.........................................Pterocladia

69
70

GLOSSÁRIO – ALGAS

Acineto: célula especial que aumenta de tamanho, estoca grandes quantidades de


substância de reserva e espessa a parede. Funciona como um esporo de resistência e
tem função na reprodução de cianobactérias.
Alvéolo: pequenas cavidades envoltas por membrana sob a membrana plasmática.
Apressório: porção basal de uma alga multicelular que a mantém presa a um substrato
sólido, podendo ser unicelular ou constituído de uma massa de tecido.
Axial: situado ao longo do eixo mediano da célula.
Bainha mucilaginosa: camada mucilaginosa que envolve células ou tricomas formada por
polissacarídeos excretados pelas células.
Barricas: forma de pequeno barril.
Bentônico: que vive no fundo ou associado a algum substrato.
Caliptra: extremidade espessada e proeminente da célula apical do tricoma de
cianobactérias.
Captado: que tem um alargamento ou “cabeça” em um ou ambos os pólos.
Carpósporo: tipo de esporo unicelular diplóide ou menos comumente haplóide, destituído
de motilidade e produzido no carposporângio de certas Rhodophyta.
Carpoesporófito: no ciclo de vida das Rhodophyta, é a geração diplóide constituída por
filamentos que sustentam os carposporângios.
Cenocítico: diz-se o tipo de talo unicelular multinucleado, destituído de septos
transversais.
Cisto: estágio ou célula de resistência com paredes normalmente espessadas produzidas
pelo arredondamento de células reprodutivas.
Clavado: em forma de clava.
Cloroplasto: organela citoplasmática presente em células vegetais, onde ocorre a
fotossíntese.
Constrição: reentrância.
Cordiforme: em forma de coração.
Coroa do oogônio: roseta formada por 5 ou 10 células que estão ao redor do oogônio.
Crescimento monopodial: onde o crescimento do eixo principal se dá pela atividade de
uma única gema apical.
Crescimento simpodial: onde várias gemas participam da formação de cada eixo.
Crosta: camada superficial e dura que envolve um corpo, invólucro, casca.
Crostoso: com aspecto de crosta.
71

Dicotomia: ramificação aos pares;


Endósporo: tipo de esporo destituído de organela locomotora e produzido no interior da
parede da célula-mãe por sucessivas divisões do seu protoplasto;
Entrenó: região entre um nó e outro;
Epífita: que vive sobre outra planta ou sobre uma alga maior que a alga epífita;
Espinescente: que cria espinhos, diz-se dos órgãos vegetais que se transformam em
espinhos, no caso de algas, projeções parecidas com espinhos;
Estigma: nas algas flageladas a organela é constituída por grânulos de coloração
laranjada a avermelhada, situada, em geral, na porção dianteira da célula, próxima à base
do flagelo, e que tem a propriedade de orientar o deslocamento da célula.
Exósporo (exócito): célula resultante da divisão celular em um único plano na extremidade
livre de células sésseis;
Fagocitose: absorção de materiais sólidos para dentro da célula através da invaginação
da membrana plasmática.
Filamento: arranjo linear de células intercomunicadas por plasmodesmos, em
cianobactérias as células são interligadas pela matriz mucilaginosa e alinhadas em fileira
(tricoma);
Floração: multiplicação excessiva de uma ou mais espécies de cianobactérias ou outros
tipos de algas fitoplanctônicas que produzem coloração visível a olho nu.
Frústula: parte silícea da parede celular de diatomáceas composta por duas valvas
geralmente ornamentadas.
Fusiforme: em forma de fuso de tecer;
Gregárias: o mesmo que agregados;
Haptonema: estrutura sensitiva para captura de alimento presente em haptófitas;
Heterocisto: célula especial das cianobactérias, onde ocorre a fixação de nitrogênio
atmosférico. A parede é espessa e apresenta poros nas extremidades, os quais permitem
a comunicação seletiva com as células vegetativas vizinhas;
Hialino: incolor, transparente;
Intercalar: inserido no meio de alguma estrutura;
Lamelado: em forma de lâmina;
Laminar: com a forma de lâmina, o mesmo que tabular.
Lenticular: com a forma de um grão de lentilha, ou seja, com ambas as faces biconvexas;
Litófitas: são plantas que crescem diretamente sobre rochas;
Mixotróficos: organismos fotossintetizantes que também podem realizar endocitose de
partículas orgânicas (ver fagocitose).
72

Monossifônico: diz-se do talo de uma alga ou de algumas de suas partes quando é


formada por um tubo simples, articulado ou não, nunca formado por mais de uma fileira
de células.
Multisseriado: refere-se ao talo que apresenta mais de um filamento (uma fileira) de
células.
Nós: parte do talo de onde sai um ramo.
Oogônio: órgão relacionado à reprodução sexual, em que é produzido o gameta feminino.
Parede celular: envoltório relativamente rígido situado externamente à membrana
plasmática.
Parênquima: tecido composto por células parenquimatosas que são células vivas, de
paredes finas, com tamanho e formato variados e conectadas por plasmodesmos.
Pseudoparênquima: falso parênquima, talo formado pela junção de vários filamentos,
filamentos multisseriados.
Parietal: situado próximo à parede celular.
Pêlo: ver tricoma.
Pinado: com forma de pena de ave.
Pirenóide: corpo protéico existente nos cloroplastos e associado à reserva de alimento.
Planctônica: que vive em suspensão na coluna d’água e é incapaz de vencer as correntes
aquáticas.
Plasmodesmo: filamento citoplasmático diminuto, que se estende através das aberturas
nas paredes celulares e une os protoplastos de células vivas adjacentes.
Plastídio: organela que contém o pigmento; termo geral utilizado para denominar os
cloroplastídios (verdes) e cromoplastídios (demais cores).
Polissifônico: diz-se do eixo ou parte do talo de uma alga formado por um feixe de células
tabulares, são várias células pericentrais dispostas ao redor de outra central.
Politomia: mais de três ramificações.
Processo: o mesmo que protuberância nas paredes celulares.
Prostado: que cresce rente ao substrato.
Ramificação alterna: quando o ramo segue um padrão alternado no caule. Ex: em um nó
o ramo sai do lado direito; no nó acima o ramo sai do lado esquerdo e assim
sucessivamente.
Ramificação dística: de cada nó partem dois ramos.
Ramificação falsa: tipo de ramificação produzida quando não há mudança no plano de
divisão celular em relação ao eixo principal do filamento.
73

Ramificação verdadeira: tipo de ramificação produzida quando há mudança no plano de


divisão celular, que passa a ser paralelo ao eixo principal do filamento.
Ramo: ver filamento.
Râmulo: pequeno ramo.
Reentrância: sulcos que se formam sobre a célula.
Reticulado: em forma de rede.
Semicélulas: cada uma das duas metades da célula, em geral, simétricas segundo um
plano que corta transversalmente o istmo, a reentrância que compõe as células.
Septo: parede que separa duas células após a citocinese.
Sifonáceo: tipo de talo unicelular multinucleado, destituído de septos transversais; ver
cenócito.
Talo: corpo vegetal morfologicamente simples, não diferenciado em raiz, caule e folhas.
Talo filamentoso: são células que se dispõe em fileiras formando um tipo de cordão.
Tênue: fino, delgado.
Tricoma: termo usado para indicar a fileira de células nas cianobactérias;
Truncado: diz-se da estrutura que termina abruptamente na parte livre como se tivesse
sido cortada por um plano.
Unisseriado: refere-se ao talo que apresenta apenas uma fileira de células.
Vesícula de ar: bolsas que armazenam ar em alguns representantes de Phaeophyta e
propiciam a flutuação do talo na superfície da água.
Zoósporos: esporo móvel encontrado em algumas algas, oomicetos e quitrídias.
74

REINO PLANTAE
Texto complementar
O conceito de reino Plantae adotado considera como seus representantes todas
as plantas terrestres que abrigam um embrião em seu gametângio nos estágios iniciais de
desenvolvimento (Raven et al. 2007). Acredita-se que as plantas surgiram de um grupo
extinto de algas verdes da classe Charophyceae, possuindo como características em
comum com este grupo a parede celular constituída de celulose, a presença de clorofilas
“a” e “b” e carotenóides, armazenamento de amido, citocinese com ruptura da membrana
nuclear, persistência do fuso mitótico, presença de fragmoplasto e placa celular, presença
de nós e entrenós, meristema apical, oogamia e retenção do zigoto no talo parental.
Diferentemente das Charophyceae, a meiose em todas as plantas terrestres é espórica
com alternância de gerações heteromórficas. Para que as plantas pudessem colonizar o
ambiente terrestre e sobreviver à falta de água, radiação solar, vento e pressões
mecânicas, elas tiveram que desenvolver esporos resistentes à dessecação, gametângios
e esporângios com células estéreis protegendo as células reprodutivas, embrião retido no
arquegônio, rizóides, cutícula e poros ou estômatos.
As plantas terrestres são divididas em dois grandes grupos: criptógamas (cripto-
escondido; gamae-gametas) e fanerógramas (fanero-visível; gamae-gametas). As
criptógamas, por sua vez, são divididas em:
•briófitas: criptógamas que não possuem vasos especializados para o transporte de
seiva.
•pteridófitas: criptógamas que possuem vasos especializados para o transporte de
seiva.

BRIÓFITAS
Consideradas um grupo artificial, as briófitas são compostas pelos filos
Hepatophyta, Anthocerophyta e Bryophyta, que em conjunto possuem aproximadamente
18000 espécies. Apesar de ocorrerem preferencialmente em ambientes úmidos, podem
ser encontradas em praticamente todas as regiões, inclusive em desertos, poucas
espécies são aquáticas, mas nenhuma marinha. A fase dominante do ciclo de vida das
briófitas é o gametófito haplóide, enquanto a parte efêmera é o esporófito diplóide que
depende do gametófito para sua sobrevivência. Quando jovem, a cápsula do esporófito
(esporângio) é protegida por um tecido chamado caliptra, derivado das paredes do
arquegônio.
75

O filo Hepatophyta se subdivide em hepáticas talosas e folhosas. As hepáticas


talosas possuem um gametófito taloso achatado, geralmente de ramificação dicotômica,
que cresce rente ao substrato, onde se fixa através de seus rizóides unicelulares.
Dorsalmente o talo pode apresentar poros que irão realizar as trocas gasosas com o
ambiente, toda a superfície dorsal do talo é fotossintetizante. As hepáticas talosas podem
se reproduzir assexuadamente por fragmentação ou pela produção de gemas no interior
de conceptáculos. Durante a reprodução sexuada os gametângios (arquegônio e
anterídio) localizam-se em estruturas especializadas, os gametóforos, onde o esporófito
fica aderido durante todo o seu desenvolvimento após a fecundação. Os esporos são
dispersos pelo vento com a ajuda de elatérios unicelulares. O gametófito das hepáticas
folhosas é bastante ramificado, prostrado, cresce rente ao substrato e normalmente é
encontrado em cascas de árvores ou sobre folhas. Possui rizóides para a fixação,
caulóides (caulídeos) que dão sustentação e realizam fotossíntese juntamente com os
filóides (filídios). Os filídios são dispostos em duas fileiras de filotaxia alterna dística e uma
terceira fileira de filídios menores e ventrais, localizados no centro do caulídio. O
arquegônio é sempre apical e envolto por uma bainha de filídios, enquanto o anterídio é
lateral, ocorrendo abaixo do arquegônio e evitando assim a autofecundação.
O filo Anthocerophyta é o menor dentre os três filos de briófitas. Seus
gametófitos são talosos, achatados, fotossintetizantes e se assemelham a uma roseta. Os
gametófitos possuem rizóides ventrais unicelulares, suas células possuem apenas um
cloroplasto e o talo possui cavidades habitadas por cianobactérias (Nostoc) que fixam
nitrogênio. Os gametângios estão localizados em depressões na superfície dorsal do talo
e a fecundação cruzada é viabilizada pela maturação de arquegônios e anterídios em
diferentes momentos. O esporófito é fotossintetizante quando jovem, é composto pelo pé
que permite seu alongamento prolongado e por uma cápsula cilíndrica com cutícula e
estômatos. A deiscência da cápsula se dá do ápice para a base e a dispersão dos
esporos é realizada pelo vento com o auxílio de pseudo-elatérios multicelulares.
O filo Bryophyta é composto por briófitas de gametófito folhoso, com rizóides,
caulóide e filóides de filotaxia alterna espiralada. Suas espécies estão distribuídas em três
classes:
A Classe Sphagnidae é composta apenas pelo gênero Sphagnum e suas
espécies são conhecidas popularmente como “musgos-de-turfeira” (Turfa= Sphagnum +
plantas secas em associação). O gênero teve grande importância durante a segunda
guerra mundial por ser usado como curativo para os ferimentos dos soldados, uma vez
que suas espécies possuem uma grande capacidade de retenção de água (20x o seu
76

peso seco), além de propriedades antissépticas. Ainda pode ser valioso economicamente
como meio de cultivo para plantas ornamentais e é apreciado tanto como combustível
industrial quanto doméstico, o que gera problemas ambientais pela diminuição drástica de
umidade da área de extração das plantas e pela liberação de carbono na atmosfera
durante a queima. O gametófito é ereto e os rizóides são multicelulares, os filídios
possuem grandes células mortas com orifícios que são circundadas por células vivas e de
menores dimensões. Os orifícios das células mortas provavelmente têm relação com a
facilidade na absorção de água e as cavidades dessas células com a retenção da água.
Arquegônios e anterídios são apicais, o esporófito fica elevado por uma estrutura
chamada pseudopódio e é composto apenas pela cápsula e pelo opérculo, que possui um
mecanismo de abertura explosivo ajudando na dispersão dos esporos. O protonema,
quando presente, é semelhante ao talo em forma de disco de Coleochaete, no qual o
gametófito folhoso é formado a partir de um meristema apical.
A classe Andreaeidae é composta pelos gêneros Adreaea e Andreaeobryum e
suas espécies conhecidas como “musgos-do-granito”. Ocorrem em regiões montanhosas
ou árticas, sobre as rochas. Seu gametófito possui coloração verde enegrecida e os
rizóides multicelulares são bisseriados (2 fileiras de células). O esporófito cresce no ápice
do gametófito e é constituído por pé, seta e cápsula. A cápsula apresenta deiscência por
meio de quatro fendas longitudinais que se abrem com pouca e fecham com o excesso de
umidade. Após a germinação do esporo um protonema multicelular e bisseriado pode ser
formado.
A classe Bryidae concentra o maior número de espécies e seus representantes
são conhecidos como musgos verdadeiros. Os gametófitos apresentam rizóides
multicelulares e unisseriados, filídios com costa e caulídio com células de condução
especializadas que também ocorrem na seta do esporófito. As células de condução
especializadas são os hidróides, células mortas carentes de lignina, que transportam
seiva bruta, e os leptóides, células vivas, sem núcleo, com poros nas paredes
transversais, que transportam seiva elaborada. Os gametófitos são divididos em duas
formas de crescimento, os do tipo almofada e os do tipo pena. Os do tipo almofada
possuem um gametófito ereto e esporófitos terminais e os do tipo pena apresentam
gametófitos rastejantes com uma ramificação que lhes dá aparência de pena e esporófitos
laterais. O esporófito é fotossintetizante durante os estágios iniciais de desenvolvimento.
Ele possui estômatos e é composto por pé, seta e cápsula que se abre por meio de um
opérculo. Após a liberação do opérculo, um anel de dentes chamado peristômio, que se
localiza na abertura da cápsula, auxilia na liberação dos esporos. Após a germinação dos
77

esporos forma-se o protonema, composto por uma fileira de células que é extremamente
semelhante às algas verdes filamentosas e só pode ser distinto dessas devido às paredes
celulares inclinadas entre as suas células.

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA: BRIÓFITAS

Nessa aula você poderá observar exemplares dos três filos de Briófitas: Hepatophyta,
Anthocerophyta e Bryophyta. Os exemplares podem estar frescos ou fixados em etanol
70%, FAA ou outro fixador de uso corrente. Os exemplares fixados têm a desvantagem de
perderem a sua coloração original, mas podem propiciar a observação de exemplares ou
estruturas mais difíceis de serem coletados para aulas práticas.

1) No filo Hepatophyta, observe os gametófitos de hepáticas talosas e folhosas.


a) Esquematize um exemplar de uma hepática talosa evidenciando o tipo de ramificação
do talo, a posição dos rizóides e a presença ou ausência de poros. Dê a função de cada
uma das estruturas esquematizadas.

b) Ainda sobre hepáticas talosas, você deverá observar e esquematizar exemplares do


gênero Marchantia, onde podem-se observar os conceptáculos e suas gemas, além de
gametóforos (arquegonióforos e anteridióforos). Para que servem as gemas dos
conceptáculos? Como você consegue diferir um arquegonióforo de um anteridióforo?
78

c) Agora observe uma hepática folhosa e represente esquematicamente a disposição das


três fileiras de filídios e suas diferenças morfológicas. Qual a filotaxia das duas fileiras de
filídios maiores?

2) Observando um exemplar do filo Anthocerophyta, você deverá esquematizar os talos


em roseta e as regiões do pé e da cápsula no esporófito. Caso um exemplar de Anthocero
possua apenas o gametófito, como você poderia distingui-lo do gametófito de uma
hepática talosa?

3) No filo Bryophyta você poderá observar exemplares das classes Sphagnidae e Bryidae.
a) Na classe Sphagnidae, observe um exemplar de Sphagnum e, com o auxílio de pinças
e estiletes (de ponta de agulha) retire alguns filídios do gametófito e coloque-os sobre
uma lâmina com o auxílio de um pincel, pingue uma gota d’água e cubra com lamínula.
Observe a lâmina na objetiva de 40x do microscópio disponível em seu laboratório.
Esquematize as células mortas e as células vivas deste filídio, qual a função dos orifícios
nas células mortas?
79

b) Na classe Bryidae você terá uma diversidade maior de exemplares para sua
observação. Retire alguns filídios de um dos exemplares disponíveis e monte uma lâmina
da mesma maneira que você fez para Sphagnum. Observe a lâmina na objetiva de 4x do
microscópio disponível em seu laboratório. Observe a costa dos filídios e faça um
esquema geral do filídio observado. Você notou diferenças no número de camadas
celulares e no formato das células entre a costa e das demais regiões do filídio? Quais?

c) Na classe Bryidae você ainda poderá observar exemplares com as formas de


crescimento dos tipos almofada e pena. Faça esquemas evidenciando o tipo de
ramificação dos gametófitos e os pontos de onde se originam os esporófitos para os dois
tipos de crescimento. Escolha um dos exemplares acima e esquematize o gametófito
indicando os filídios e o tipo de filotaxia, e o esporófito indicando seta, cápsula, opérculo e
peristômio.
80

d) Como você diferenciaria um musgo do filo Bryophyta de uma hepática folhosa do filo
Hepatophyta?

4) Agora que você já anotou as principais características de alguns exemplares de


briófitas, corra a chave dicotômica em anexo a este roteiro de aula prática e identifique os
exemplares estudados até o nível de gênero ou ordem, dependendo do que a chave
disponibilizar para cada exemplar. Coloque em cada item abaixo os passos da chave que
você utilizou para a identificação do exemplar e o táxon. Caso você precise observar
outras características dos exemplares para correr a chave, tenha lupas, microscópios e os
equipamentos para a confecção de lâminas a fresco e à sua disposição o livro “Malcom B.
& Malcom N. (2000) - Mosses and other bryophytes: an illustrated glossary; Micro-Optics
Press, New Zealand”, que é riquíssimo em ilustrações e definições de diversos termos e
pode ajudar muito na identificação de exemplares de briófitas.

a) hepática talosa

b) hepática folhosa

c) antócero

d) membro de Sphagnidae

e) musgo do tipo almofada

f) musgo do tipo pena


Chave Ilustrada - Briófitas

www.a
anbg.gov.au
1-Plantas talosas.
2-Plantas aquáticas flutuantes, com uma distinta linha mediana..........Ricciocarpus

www.botany.ubc.ca
2-Plantas não aquáticas.
3-Talo com poros no lado dorsal..........................................................Marchantia

www.jbrj.gov.br
3-Talo sem poros.
4-Rizóides densos como feltros nascendo ao longo de uma distinta linha
mediana..........................................................................................Dumortiera
di D ti

81
www.anbg.g
4-Rizóides diferentes dos acima.
5-Talo em forma de roseta; esporófito verde desde a base, alongado, sem região

gov.au
dilatada no ápice.
6-Parede do esporófito sem estômatos....................................Dendroceros

www.geocities.c
6-Parede do esporófito com estômatos.
7-Esporos pretos ou marrons
marrons..................................................Anthoceros
Anthoceros

com
bryophytes.plant.siu.edu
7-Esporos
p alaranjados
j ou amarelados....................................Phaeoceros

bryophytes.plant.siu.edu
5-Talo não em forma de roseta, esporófito sempre incolor na base, distintamente
diferenciado em seta e cápsula (região dilatada).
8-Talo com ramificação bi- ou tripinada...........................................Riccardia

82
www.bryolog
8-Talo,, se ramificado,, não como o acima.

gy.org
9-Talo medindo de 0,5 a 2,0 mm de largura no máximo..............Metzgeria

www2.auckland.ac
9-Talo bem mais largo que o acima......................................Symphyogyna

www2.auckland c.nz
1-Plantas folhosas.
10-Filídios filiformes, espaçadas ao longo do talo cilíndrico......................Telaranea

83 d.ac.nz
www.azorresbioportal.angra.u
10-Filídios não-filiformes; há sempre pelo menos uma certa porção laminar, embora
esta possa ser dividida de várias formas.
11 T l com apenas duas
11-Talo d fil
fileiras
i de
d filídios
filídi em ttorno d
do eixo.
i ((verifique
ifi ttambém

do lado ventral).
12-Filídios distintamente bilobadas, com o lobo menor dobrado por baixo do
lobo dorsal (aparecendo então no lado ventral)..............................Radula

uac.pt
12-Filídios não bilobadas como acima.
13-Talo distintamente
folhoso
folhoso.....................................................................................................Androcryphia
Androcryphia

www.societe.org.gg
w
13-Talo apenas com lobos esboçados marginalmente
(folhas incipientes).........................................................Fossombronia

www.jbrj.gov.b g
11-Talo
11 Talo com pelo menos três fileiras de filídios em torno do eixo, ou são

br
dispostas sem formar fileiras.
14-Filídios com porção laminar partida em vários segmentos.......Trichocolea

84
www.adkscie
ence.org
14- Filídios inteiras ou lobadas, nunca com segmentos filiformes.
15- Filídios com apenas uma camada de células em espessura; estas de
dois tipos: a) clorofiladas, longas e estreitas, e b) incolores, largas.
Ambas dispõe-se formando um padrão característico.........Sphagnum

www1.fccj.org
www.a
andrewspink.nl
15- Filídios com mais de uma camada de células em espessura; se com
apenas uma camada, então todas células de um só tipo.
16- Filídios dispostas em 3 fileiras (duas dorsais e uma ventral).
17 Filídios súcubas
17- súc bas (em “telhado”)
“telhado”)...............................Lophocolea
Lophocolea

www.sou.edu
17- Filídios incubas (a mais velha recobre a mais nova).
18- Filídios dorsais sem lobos no lado ventral.
19-Plantas regularmente ramificadas e também apresentando
ramos mais ou menos sem filídios (ramos
flageliformes)....................................................................................................Bazzanea

85
www.uni-koe
19-Plantas não ramificadas ou irregularmente ramificadas,
mas nunca com ramos flageliformes.................................................................Isotachis
18-Cada folha dorsal com pequeno lobo no lado ventral.

eln.de
20 L b ventral
20-Lobo t l em fforma d de pequena urna alongada, l d quase
livre da porção basal..........................................Frullania

www.drehwald.info
20-Lobo ventral não urceolado, ligado em grande extensão à
porção dorsal....................................................Lejeunea

www.anbg.gov.au
w
16-Filídios dispostas radialmente, não formando fileiras reconhecíveis.
21-Cápsula permanecendo fechada por uma membrana pleura após
a queda do opérculo......................................POLYTRICHALES

ww
ww.bioimages.org.uk
21-Cápsula nunca fechada por membrana após a queda do opérculo.
22- Filídios distintamente abauladas, emborcadas
dorsalmente...............................................FISSIDENTALES

86 k
en.wikipedia
a.org
22- Filídios diferentes das acima acima.
23-Peristômio simples (não há uma fileira de
dentes)......................................................FUNARIALES

www.milueth
h.de
gastein-im-b
bild.info
23-Peristômio duplo (há duas fileiras de
dentes)........................................................EUBRYALES

87
88

GLOSSÁRIO – BRIÓFITAS

Abauladas: de forma convexa.


Anterídio: o tipo de gametângio que produz gametas masculinos, pode ser uni ou
pluricelular, em plantas terrestres é multicelular.
Arquegônio: o tipo de gametângio que produz gametas femininos. É uma estrutura
multicelular onde é produzida apenas uma oosfera (gameta feminino), ocorre em briófitas
e em algumas plantas terrestres vasculares.
Bi e tripinada: dividido em dois e três segmentos respectivamente.
Caliptra: espécie de capuz que envolve parcial ou totalmente a cápsula de algumas
briófitas, é formada pela expansão da parede do arquegônio.
Cápsula: região do esporófito responsável por produzir e liberar os esporos. Constitui o
esporângio propriamente dito.
Caulóide/caulídio: estrutura análoga ao caule, mas de maneira alguma homóloga a ele.
Conceptáculo: nas hepáticas talosas, se refere a uma estrutura urceolada ou semilunar
onde se alojam os propágulos (gemas).
Cutícula: camada com cutina e cera encontrada na parede externa das células
epidérmicas.
Cutina: Substância graxa depositada em muitas paredes celulares de plantas e na
superfície das células epidérmicas, formando a cutícula.
Dorso: no caso de briófitas talosas constitui a região superior do talo, com ausência de
rizóides. Em plantas folhosas, o dorso de qualquer estrutura é a face oposta ao eixo
principal da planta.
Eixo: em briófitas, refere-se ao caulídio.
Elatério: célula alongada que apresenta espessamento de parede arranjado em hélice.
Está presente no esporângio de Hepatophytas e tem a finalidade de lançar o esporo longe
da planta mãe.
Emborcar: Pôr de boca para baixo, virar de borco (uma vasilha, uma canoa, etc.)
Entrenó: região entre um nó e outro.
Esporângio: estrutura uni- ou pluricelular no interior da qual os esporos são produzidos.
No caso de briófitas são multicelulares.
Esporófito: em plantas que possuem alternância de gerações, constitui a geração ou fase
diplóide (2n), produtora de esporos.
Estômato: estrutura da epiderme da planta constituída por células especializadas (células-
guarda). É responsável pelas trocas gasosas entre a planta e a atmosfera.
89

Feltro: espécie de estofo, de lã ou de pêlo, produzido por empastamento, e usado


sobretudo na fabricação de chapéus, pantufos, etc. Termo usado para caracterizar o
arranjo dos rizóides.
Fendas: Abertura de maior ou menor extensão na superfície de um corpo, rachadura,
rachadela, greta.
Filídios/filóides: estrutura laminar análoga às folhas dos organismos superiores.
Filiforme: delgado como um fio.
Fragmoplasto: sistema de fibrilas de microtúbulos em forma de fuso, que se origina entre
os dois núcleos filhos na telófase e dentro do qual a placa celular é formada durante a
divisão celular.
Gametângio: estrutura uni- ou pluricelular dentro da qual os gametas são formados. Em
briófitas são multicelulares.
Gametófito: em plantas que possuem alternância de gerações, constitui a geração ou fase
haplóide (n), produtora de gametas.
Gametóforo: Nas briófitas, uma haste fértil que sustenta os gametângios.
Gemas: em briófitas constitui uma pequena excrescência de tecido vegetativo do talo,
podendo desenvolver-se num novo organismo.
Hadroma: O cordão central, constituído de células condutoras de água, encontrado nos
eixos de alguns gametófitos e esporófitos de musgos.
Hidróides: células que conduzem água no hadroma de um musgo. Assemelham-se aos
elementos traqueais de plantas vasculares, mas não possuem os espessamentos de
parede especializados.
Incipiente: que está no começo, principiante.
Incuba: os filídios mais velhos recobrem os mais novos, ou os filídios mais basais
recobrem os apicais.
Laminar: com a forma de lâmina, o mesmo que tabular.
Leptóides: as células condutoras de alimento associadas aos hidróides em alguns
gametófitos e esporófitos de musgos. Assemelham-se aos elementos crivados de
algumas plantas vasculares sem sementes.
Leptoma: o tecido condutor de alimento, constituído por leptóides, que se localiza ao redor
do hadroma, nos eixos de alguns gametófitos e esporófitos de musgos.
Lobo: parte arredondada e saliente de uma estrutura, produzida por uma incisão qualquer
a partir das margens.
Meristema: a região com tecido embrionário, responsável principalmente pela formação
de novas células.
90

Meristema apical: o meristema no ápice da raiz ou do caule numa planta vascular.


Nó: parte do talo de onde sai um ramo.
Oogamia: reprodução sexuada na qual um dos gametas é grande e imóvel e o outro
gameta é menor e móvel.
Opérculo: é uma estrutura semelhante a uma tampa, separada do restante da cápsula por
uma reentrância circular; presente na cápsula das briófitas.
Pé: porção basal do esporófito de briófitas que se liga e prende o esporófito ao
gametófito.
Peristômio: em musgos, a franja denteada ao redor da abertura do esporângio. Ficam
visíveis depois da queda do opérculo e auxiliam na liberação dos esporos.
Placa celular: estrutura composta por vesículas do complexo de golgi que se forma na
região equatorial do fragmoplasto durante a divisão das células das plantas e de algumas
algas verdes.
Planta talosa: em briófitas, planta onde não há diferenciação de caulídio e filídios, apenas
de rizóides. A área fotossintetizante é chamada talo.
Pleura: membrana.
Poro: significa, genericamente, perfuração.
Protonema: o primeiro estágio no desenvolvimento do gametófito de musgos e certas
hepáticas, podem ser filamentosos ou talosos.
Pseudo-elatérios: elatérios formados por mais de uma célula em antóceros.
Pseudopódio: região apical do gametófito de Sphagnidae que eleva o esporófito.
Ramos flageliformes: em forma de flagelo, ou seja, ramo delgado.
Roseta: estrutura em forma de rosa, formando uma estrutura achatada. Centro, plano e
bordas com oscilações.
Rizóides: estruturas semelhantes a pêlos radiculares que ocorrem nos gametófitos de
vida livre de briófitas e de algumas plantas vasculares.
Seta: região que comunica a cápsula ao pé do esporófito e, conseqüentemente, ao
gametófito.
Sucuba: os filídios mais novos recobrem os mais velhos, ou os filídios mais apicais
recobrem os basais.
Urceolado: com a forma de urna.
91

PTERIDÓFITAS
Texto complementar
Características importantes na transição de plantas avasculares para
plantas vasculares
As pteridófitas são consideradas um grupo artificial composto por 4 filos extintos
(Rhyniophyta, Zoserophyllophyta, Trimerophytophyta e Progymnospermophyta) e dois
filos atuais (Lycophyta e Pteridophyta/Monilophyta) de plantas vasculares sem sementes
(Raven et al. 2007). As pteridófitas distinguem-se das briófitas por possuírem vasos
condutores de seiva especializados (xilema e floema) e, para isso, tiveram que
desenvolver um composto muito resistente que é depositado na parede de algumas
células do xilema e em células do esclerênquima, chamado lignina. A sustentação
mecânica conferida pela lignina e a condução eficiente de seivas permitiu às pteridófitas o
desenvolvimento de plantas de maior porte. Com a aquisição de um maior porte os
esporófitos de pteridófitas adquiriram vida livre em relação aos gametófitos e puderam
produzir um número muito maior de esporos que as briófitas, graças à ramificação do
esporófito e à produção de múltiplos esporângios. Ao longo do tempo, o esporófito das
pteridófitas tornou-se perene em relação ao gametófito efêmero, o que pode ter ocorrido
devido aos gametófitos de briófitas e pteridófitas necessitarem da água para a sua
reprodução, o que explica a manutenção dos gametófitos rastejantes de pequeno porte
nas pteridófitas e aumento de complexidade apenas nos esporófitos. Além disso, o fato de
o esporófito ser diplóide permitiu o surgimento de uma maior complexidade de
características devido à possibilidade de combinação de diferentes alelos, o que conferiu
uma vantagem adaptativa ao grupo, visto que é o esporófito que realiza a dispersão da
espécie via esporos disseminados pelo vento.
Os esporófitos das primeiras pteridófitas ainda não apresentavam diferenciação
entre raiz, caule e folhas, sendo constituídos apenas por um eixo caulinar que produzia
esporângios em suas extremidades. A ausência de raízes explica porque as micorrizas
devem ter sido importantes durante a colonização do ambiente terrestre, sendo
comumente encontradas em associações com os gametófitos das pteridófitas atuais que
possuem rizóides. Os diferentes tipos de células do vegetal estão organizados em tecidos
e estes nos sistemas de tecidos, dérmico, fundamental e vascular e é a forma com que os
tecidos são distribuídos no corpo da planta que irão diferenciar seus órgãos (raiz, caule e
folhas). O crescimento primário da planta ocorre através dos meristemas apicais da raiz e
do caule promovendo o crescimento vertical da planta através da produção dos tecidos
primários, a maioria das plantas vasculares primitivas e muitas plantas atuais são
92

formadas apenas pelos tecidos primários da planta. O crescimento secundário ocorre


através dos meristemas laterais do caule e da raiz, o câmbio vascular, que irá produzir
células do sistema vascular e o câmbio da casca, que irá produzir células do sistema
dérmico, ambos promovendo o aumento em espessura do caule e da raiz. O crescimento
secundário surgiu diversas vezes em diferentes grupos de plantas vasculares não
relacionados.
O caule aéreo ou o rizoma das pteridófitas em crescimento primário pode
apresentar estelos (cilindros vasculares) de três tipos básicos: protostelo, sifonostelo e
eustelo. O protostelo é constituído por um cilindro maciço de vasos condutores envolto
pelo córtex (sistema fundamental) e pela epiderme, atualmente ocorre no caule das
Lycophytas e nas raízes de todas as plantas vasculares. O sifonostelo é constituído por
um cilindro vascular preenchido por uma medula central (sistema fundamental) que é
rodeada por um anel de vasos condutores e é encontrado no caule da maioria das
Pteridophyta atuais. No eustelo, o cilindro vascular também é preenchido por uma medula
central que é rodeada por vários feixes vasculares, esse tipo de estelo é encontrado no
caule do grupo extinto das Progymnospermophyta e nas plantas vasculares com
sementes. É possível que as raízes tenham se diferenciado num momento onde só existia
o protostelo, justificando a presença deste tipo de estelo nas raízes de todas as plantas
atuais.
O surgimento das folhas nas pteridófitas se deu em dois momentos distintos. Num
primeiro momento, plantas de caule do tipo protostélico originaram uma pequena
protuberância no caule que foi posteriormente vascularizada. Essas estruturas são
denominadas microfilas e são características pelas pequenas dimensões e por
apresentarem apenas um feixe vascular não ramificado, ocorrem em três dos filos
extintos, nas Lycophyta e nas Psilotales atuais, todas com o caule de cilindro vascular
protostélico. Num segundo momento, plantas que apresentavam caules com sifonostelo
originaram um sistema de ramos achatados que se fundiram lateralmente dando origem
às megafilas, características por terem maiores dimensões, feixe vascular ramificado e
associação com caules com estelos dos tipos sifonostelo ou eustelo. As megafilas
ocorrem no grupo extinto das Progymnospermophyta e na maioria dos representantes do
filo atual das Pteridophyta, conferindo a esses grupos a vantagem da maior superfície de
contato para a absorção da energia luminosa.
Os esporângios das pteridófitas podem ser de dois tipos, os eusporângios, mais
primitivos, onde as células estéreis que protegem os esporos são distribuídas em várias
camadas de células de espessura e os esporângios são sésseis. E os leptosporângios,
93

mais derivados, onde a parede de células estéreis consiste em uma única camada de
células espessadas (ânulo) que promovem a abertura do esporângio e a dispersão dos
esporos, esses esporângios são pedunculados.
Todas as pteridófitas extintas são homosporadas (possuem apenas um tipo de
esporo) e seus esporos dão origem a gametófitos bissexuados. Dentre as pteridófitas
atuais apenas duas ordens de Lycophyta e duas de Pteridophyta são heterosporadas
(produzem dois tipos de esporos-micrósporos que originam gametófitos masculinos e
megásporos que originam gametófitos femininos), originando gametófitos unissexuados
que favorecem a fecundação cruzada e aumentam a variabilidade genética. A
heterosporia parece ter se desenvolvido várias vezes no curso da evolução, podendo-se
citar uma vez em Lycophyta (ancestrais de Selaginellaceae e Isoetaceae), uma vez em
Pteridophyta (ancestrais de samambaias aquáticas) e uma vez no ancestral das plantas
vasculares com sementes (Progymnospermophyta), mostrando ser uma característica
vantajosa pela sua manutenção em todas as gimnospermas e angiospermas. Embora
apresente suas vantagens, a heterosporia restringe a dispersão dos grupos que a
possuem, pois plantas homosporadas de gametófitos bissexuados não necessitam de
outro gametófito para realizarem a reprodução sexuada e estabelecerem um novo
esporófito. Plantas heterosporadas ainda apresentam endosporia (o gametófito se
desenvolve no interior da parede do esporo), que representa um dos passos para o
posterior desenvolvimento da semente. Para que tal passo evolutivo ocorresse, as
gimnospermas heterosporadas e endospóricas ainda tiveram que manter os megásporos
presos no megasporângio através do surgimento do tegumento da semente em torno do
megasporângio. Dessa forma, o gametófito feminino é obrigado a se desenvolver dentro
do megasporângio exigindo que o gameta masculino se locomova até esta região. O
embrião é formado no gametófito feminino dentro da parede do megásporo, do
megasporângio e da planta esporofítica e só será disperso no ambiente com a dispersão
da semente, que consiste na dispersão do megasporângio, do gametófito feminino
endospórico e do embrião contido em seu interior.
Os filos extintos de pteridófitas Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e
Trimerophytophyta não possuíam diferenciação em raiz, caule e folha, sendo constituídas
apenas por um eixo caulinar, possuíam esporângios globosos ou alongados terminais ou
laterais, eram homosporadas e protostélicas. Embora Aglaophyton major (Rhyniophyta)
compartilhe dessas características, suas células condutoras de seiva bruta são mais
semelhantes aos hidróides dos musgos que aos traqueídes das plantas vasculares, além
de seus gametófitos serem bem desenvolvidos, levando a crer que algumas dessas
94

plantas possuíam alternância de gerações isomórficas, sendo denominada de


protraqueófita. As Zosterophyllophyta são supostamente os ancestrais das Lycophyta (filo
atual), que também possuem esporângios laterais e xilema de diferenciação centrípeta
(típico de raízes), oposto à diferenciação centrífuga (típico de caules) de Rhyniophyta e
Trimerophytophyta, acredita-se que esse filo ainda tenha diferenciado raízes que
auxiliavam na sustentação da planta. Enquanto Rhyniophyta e Zosterophyllophyta
possuíam ramificação dicotômica, Trimerophytophyta possuía ramificação mais complexa
incluindo ramos vegetativos e reprodutivos, além de maior porte, provavelmente
englobando os ancestrais de outro filo extinto, Progymnospermophyta, e de um filo atual,
Pteridophyta. As Progymnospermophyta são de grande importância no estudo da
evolução das plantas vasculares com sementes (gimnospermas e angiospermas), pois
apresentavam crescimento secundário a partir de um eustelo, algumas plantas
heterosporadas e ramos achatados considerados megafilas. Dessa forma, tanto a
produção do lenho como a heterosporia desenvolveram-se antes do surgimento das
sementes.
Os dois filos e as 10 ordens de pteridófitas atuais terão suas principais
características apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1: Filos e ordens atuais de pteridófitas e características marcantes relacionadas a cada um deles.
Tipo de esporo e
Filo Ordem Tipo de folha e caule Habito e Habitat Características gerais
esporângio
A maioria das espécies
Microfilas de filotaxia Homosporada;
Plantas herbáceas; possui trofófilos e
alterna espiralada; eusporangiada;
terrestres, de esporofilos localizados em
Lycopodiales protostelo num caule com estróbilos na
ambientes alagados estróbilos; Huperzia possui
aéreo e subterrâneo de maioria das
ou epífitas trofoesporófilos em toda a
ramificação dicotômica espécies
planta
Trofófilos distribuídos por
Microfilas de filotaxia
Lycopodiophyta

Plantas herbáceas; toda a planta e


alterna dística; protostelo Heterosporada;
terrestres, de trofoesporófilos nos
Selaginellales num caule aéreo e eusporangiada;
ambientes alagados estróbilos; lígula no lado
subterrâneo de com estróbilos
ou epífitas dorsal do caule; plantas
ramificação dicotômica
resistentes à seca
Todas as folhas são
Microfilas dispostas em
trofoesporófilos de filotaxia
roseta; protostelo num Heterosporada; Plantas herbáceas;
alterna espiralada,
Isoetales caule subterrâneo com eusporangiada; aquáticas ou de
dispostos em roseta; uma
crescimento secundário, sem estróbilos ambientes alagados
lígula está presente na base
do tipo cormo
de cada folha

Megafilas; sifonostelo Homosporada; Plantas herbáceas; Um único trofófilo e um


Pterid
ophyt

Ophioglossales
a

num rizoma eusporangiada terrestres único esporofilo por planta.


95
Microfilas escamiformes,
Trofoesporófilos com
bífidas, de filotaxia
Homosporada; sinângios; as raízes foram
alterna espiralada; Plantas herbáceas;
Psilotales eusporangiada; perdidas ao longo da
protostelo num caule epífitas ou terrestres
com sinângios evolução; associação com
aéreo e subterrâneo de
endomicorrizas
ramificação dicotômica
Plantas herbáceas;
Megafila pinada de
Homosporada; terrestres com Trofoesporófilos com
filotaxia alterna
Maratialles eusporangiada; folhas de mais de sinângios na face abaxial
espiralada; sifonostelo
com sinângios um metro de da folha
num caule subterrâneo
comprimento;
Trofófilos verticilados; caule
Megafilas escamiformes Homosporada;
fotossintetizante com
fundidas na base e de eusporangiada; Planta herbácea;
estrias longitudinais e
filotaxia verticilada; estróbilos com ocorre em solos
Equisetales corpos de sílica na
sifonostelo de medula esporangióforos encharcados ou
epiderme; elatérios
oca num caule contendo de 5 a 10 úmidos
formados pela parede do
subterrâneo e aéreo esporângios
esporo
Plantas herbáceas Trofoesporófilos de venação
ou arbóreas, quando circinada denominados
Megafilas geralmente Homosporada;
arbóreas ocorre um báculo quando ainda
pinadas de filotaxia leptosporângiada;
Filicales falso caule formado enrolados; esporângios
alterna dística; sifonostelo esporângios
pelas bases das reunidos em soros que
num rizoma subterrâneo reunidos em soros;
Pteridophyta

folhas; terrestres ou podem estar cobertos por


epífitas um indúsio ou não
Conhecidas como trevo de
Megafilas quadripinadas Heterosporada;
Planta herbácea; quatro folhas devido às
de filotaxia alterna leptosporângiada;
flutuante, aquática quatro pinas; esporofilos
Marsileales espiralada; sifonostelo esporângios
ou vive em solos diferenciados em
num rizoma subterrâneo reunidos em
lamacentos esporocarpos grande
delgado esporocarpos
longevidade
Em Salvinia trofófilos
Heterosporada; flutuantes e repletos de
Megafilas bilobadas ou
leptosporângiada; tricomas e esporófilos
de filotaxia verticilada; Planta herbácea;
Salviniales esporângios submersos e semelhantes a
sifonostelo em caules flutuante, aquática
reunidos em raízes; Em Azolla trofófilos
delgados e flutuantes
esporocarpos bilobados que abrigam
cianobactérias

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS: PTERIDÓFITAS

1) a) Sobre o filo Lycopodiophyta caracterize exemplares de Lycopodium e Selaginella


quanto ao tipo de folha (microfila ou megafila), filotaxia, quanto à presença de estróbilos,
quanto à presença de esporófilos ou trofoesporófilos e quanto à presença de lígula. Utilize
lupa quando julgar necessário. Faça um desenho esquemático de cada gênero apontando
os caracteres listados.
96

b) Isole um estróbilo de Lycopodium e faça um corte longitudinal (paralelo ao maior eixo


da estrutura) com auxílio de lâmina de barbear para observação sob lupa dos esporófilos,
esporângios e esporos. Isole um estróbilo de Selaginella e, com o auxílio de estiletes
feitos de agulhas, retire os trofoesporófilos e observe os esporângios e esporos. Desenhe
o que observou e caracterize as plantas como homosporadas ou heterosporadas.

2) Sobre o Filo Pteridophyta, observe exemplares das ordens Psilotales, Equisetales,


Marsileales, Salviniales e Filicales, utilizando a lupa sempre que julgar necessário.
a) Faça um desenho esquemático de Psilotum, evidenciando o tipo de ramificação do
caule, as folhas escamiformes bífidas, filotaxia e os sinângios.
97

b) Faça um desenho esquemático de Equisetum, evidenciando as folhas escamiformes, o


tipo de filotaxia, nós e entrenós, estrias caulinares e esporangióforos em estróbilos.

c) Quanto às pteridófitas aquáticas leptosporangiadas e heterosporadas, faça desenhos


esquemáticos dos três gêneros: Marsilea-Masileales (coletadas flutuando sobre a água ou
solo lamacento), Azolla e Salvinia-Salviniales (flutuantes).
c1) Evidencie as folhas quadripinadas de Marsilea. Qual o nome vulgar dessa espécie?
Caso esporocarpos estejam presentes, esquematize-os e abra-os com auxílio de lâmina
de barbear para observar micro e megasporângios.

c2) Desenhe um indivíduo de Azolla sob corte longitudinal feito com auxílio de lâmina de
barbear. Represente a diferença de coloração entre os lobos da folha e diga onde
ocorrem colônias de cianobactérias. Agora pique a porção onde se encontram as
cianobactérias, também com auxílio de lâmina de barbear, sobre uma lâmina de vidro,
pingue uma gota de água e cubra com lamínula. Observe a lâmina sob microscópio óptico
na objetiva de 40x e esquematize as colônias de cianobactérias observadas. Qual é a
grande importância econômica e ecológica de Azolla?
98

c3) Em Salvinia, esquematize as folhas flutuantes e seus densos tricomas, a folha


submersa semelhante a uma raiz e os esporocarpos que contém seus esporângios. Diga
qual é o tipo de filotaxia dessa planta e porque a folha submersa não pode ser
considerada uma raiz. Agora tente afundar esta planta e molhar suas folhas flutuantes.
Você conseguiu? Por quê?

c4) Retire um dos esporocarpos de Salvinia e abra-o sobre uma lâmina de vidro
espalhando seu conteúdo sobre ela, pingue uma gota de água e cubra com lamínula.
Observe a lâmina sob microscópio óptico nos aumentos de 10 e 40x, desenhe os
esporângios observados, nomeie as suas partes constituintes e diga se tratam de
eusporângios ou leptoesporângios e justifique.

d) A ordem Filicales é composta pelas plantas que conhecemos popularmente como


samambaias, avencas e rendas-portuguesas.
d1) Pegue uma folha (trofoesporófilo) da samambaia fresca coletada pelo professor e diga
se ela é simples ou pinada. Observe os soros sob a lupa e diga se eles são cobertos por
um indúsio. Qual a função do indúsio?
99

d2) Retire alguns soros e ponha-os sobre uma lâmina dissociando-os com auxílio de
estiletes feitos de agulhas, pingue uma gota de água sobre os soros dissociados e cubra
com lamínula. Observe a lâmina sob microscópio óptico nos aumentos de 10 e 40x,
desenhe os esporângios observados, nomeie as suas partes constituintes e diga se
tratam de eusporângios ou leptoesporângios e justifique.

e1) Observe agora o gametófito/protalo de uma samambaia. Ele é fotossintetizante?


Esquematize o gametófito evidenciando seu formato e a localização dos rizóides. Você
pode observar o desenvolvimento de algum esporófito jovem a partir deste gametófito? A
partir de que região do gametófito este esporófito está se desenvolvendo?

e2) Agora limpe a porção do gametófito que fica voltada para o substrato sobre uma placa
de petri com auxílio de pincéis e água. Coloque o gametófito sobre uma lâmina com a
região dos rizóides voltada para cima, pingue uma gota de água e cubra com lamínula.
Tente observar ao microscópio óptico no aumento de 4x os arquegônios que ficam
próximos às reentrâncias do gametófito e os anterídios que ficam entremeados com os
rizóides, faça desenhos esquemáticos.
100

f) Observe alguns exemplares de samambaias em exsicatas ou frescos. Escolha três


desses exemplares de samambaias e liste as características solicitadas abaixo.
Posteriormente, entre na chave dicotômica disponível ao final deste roteiro de aula prática
para identificar a família a que pertence cada exemplar. Em cada item, escreva os passos
da chave utilizados, a família encontrada e faça um desenho esquemático das principais
características de cada exemplar que foram úteis para a sua identificação.
Características solicitadas: se as folhas são megafilas ou microfilas, simples ou
compostas, folhas com dimorfismo (numa mesma folha existem alguns folíolos trofófilos e
outros esporófilos) ou sem dimorfismo (todos os folíolos de uma folha são
trofoesporófilos), quando com dimorfismo, diga se os esporófilos são formados no par
apical ou no par basal de pinas, se a ráquis das folhas possuem ou não ramificação
dicotômica e se os esporângios possuem ou não indúsio. Quanto à localização dos
esporângios: esporângios nas margens das folhas/folíolos com indúsio formado pelas
próprias margens, esporângios ao longo da nervura central das folhas/folíolos,
esporângios no meio da lâmina foliar ou esporângios ao longo das nervuras secundárias.

f1) Principais características:

Passos da chave:
Família:
Desenho esquemático:
101

f2) Principais características:

Passos da chave:
Família:
Desenho esquemático:

f3) Principais características:

Passos da chave:
Família:
Desenho esquemático:
Chave Ilustrada – famílias de Pteridófitas

www
w.plant-identification.co.uk
1-Esporófito com microfilas, escamiformes (até 2 cm) ou assoveladas quando
maiores (5 cm ou mais)
mais).
2-Folhas estéreis planas, verticiladas, concrescidas formando uma ócrea; caule
articulado; esporângios reunidos em estróbilos terminais.............EQUISETACEAE

caliba
an.mpiz-koeln.mpg.d
102 de
upload.wikime
2-Folhas estéreis planas ou cilíndricas, inseridas em espiral ou aos pares; caule não
articulado.
articulado

edia.org
3-Esporófilos bifurcados no ápice, menores que os esporângios........PSILOTACEAE

nlbif.eti.uv
va.nl
3-Esporófilos com ápice agudo ou obtuso, maiores que os esporângios.
4-Plantas aquáticas ou palustres, heterosporadas; micrófilas com 5 cm ou mais de
comprimento, cilíndricas, com lígula................................................ISOETACEAE

www.saxifraga
4-Plantas terrestres; microfilas com até 2 cm de comprimento, planas.

a.deg
5-Plantas homosporadas; folhas sem lígula. --------------------LYCOPODIACEAE

103
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farm4.static.flickr.com/3353/325
5-Plantas heterosporadas; folhas com lígula.......................SELAGINELLACEAE

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us
sers.telenet.be/cr28
1-Esporófito com macrófilas de tamanho e forma variados.
6-Plantas heterosporadas; esporângios produzidos em esporocarpos; aquáticas ou

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próximas
ó i d
da áágua.
7-Plantas flutuantes; folhas com 1-2 pinas aéreas e uma submersa, ramificada ou
não; esporocarpos em cachos, submersos, contendo um megasporângio ou
numerosos microsporângios............................................................SALVINIACEAE

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sta
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104
www.nature-diary.co.uk
6-Plantas homosporadas.
8-Esporângios
8 Esporângios soldados formando sinângios.
9-Sinângios formados no ápice de espigas simples ou ramificadas,
diferenciadas a partir da base da lâmina foliar que pode ser inteira, recortada
ou pinada..........................................................................OPHIOGLOSSACEAE

www.botany.hawaiii.edu
9-Sinângios
9 Si â i formados
f d na face f abaxial
b i l da d lâmina
lâ i foliar,
f li pecíolo í l com 2 estípulas
tí l
basais.........................................................................................MARATTIACEAE

105
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www.aquapage.cz/Obrazky//Ros
8-Esporângios livres e espalhados sobre a lâmina foliar ou reunidos em soros.

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10-Plantas anuais, aquáticas, flutuantes ou de pântanos; pecíolo intumescido,
com células esponjosas; folhas férteis e estéreis dimorfas......PARKERIACEAE

10-Plantas perenes, terrestres.


11-Lâmina foliar dividida dicotomicamente; esporângios reunidos em soros
nus..................................................................................GLEICHENIACEAE

www.botany.hawaii.edu
106
www.jardin-mu
11-Lâmina foliar não dividida dicotomicamente.
12-Folhas ou ppinas férteis diferentes das estéreis.

undani.info
13-Esporângios formados no par apical de pinas..........OSMUNDACEAE

www.bbg.org
13-Esporângios formados no par basal de pinas ou em folha totalmente
dimorfa em relação
ç à estéril......................................SCHIZAEACEAE

g
www.trevena
12-Folhas férteis e estéreis dimorfas ou não.

across.co.uk
14 Pl t arborescentes.
14-Plantas b t
15-Pecíolo com espinhos e escamas; soros na região mediana da
lâmina, com indúsio peltado, caduco....................CYATHEACEAE

107
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static.panora
15-Pecíolo sem espinhos e com tricomas dourados; soros
marginais, com indúsio bilabiado......................DICKSONIACEAE

amio.com/photos/oriiginal/3647
s/M
ww
14-Plantas
14 Plantas não arborescentes
arborescentes.

ww.mobot.org/mobo
Madidi_3/images/26
16-Soros marginais.
17-Soros contínuos ou interrompidos, com indúsio formado pela
margem da lâmina retroflexa...........................PTERIDACEAE

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6.jpg
www.plantsystemattics.org
17 Soros lineares contínuos,
17-Soros contínuos sem indúsio; folhas estéreis e férteis
dimorfas..................................................PLAGIOGYRIACEAE

108
www.msrose
16-Soros não marginais.
18-Soros oblongos a lineares, com indúsio.
19-Soros lineares
lineares, acompanhando a nervura principal da folha

enthal.com
ou das pinas, com indúsio; folhas férteis e estéreis com ou
sem dimorfismo.........................................BLECHNACEAE

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toptropicals.com/pics/garden/m1/list/
19-Soros oblongos a lineares, em nervuras secundárias livres,

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com indúsio...............................................ASPLENIACEAE

static.pan
noramio.com/photos
18-Soros arredondados a alongados, sem indúsio; pecíolos
geralmente articulados ao caule..................POLYPODIACEAE

109 s/original/517129.jp
pg
110

GLOSSÁRIO - PTERIDÓFITAS

Alternância de gerações isomórficas: ciclo reprodutivo no qual ocorre uma fase haplóide
(n), o gametófito, e uma fase diplóide (2n), o esporófito, semelhantes morfologicamente.
Ânulo: uma fileira de células especializadas (espessadas) num leptosporângio.
Assoveladas: com margens fortemente revolutas.
Báculo: nome dado às folhas de samambaias que são produzidas enroladas sobre si
mesmas e expandem-se à medida que se desenrolam. Este padrão é também conhecido
como venação circinada.
Bífida: fendido em duas partes, em geral na porção superior ou, no máximo, até a metade.
Bifendido, bipartido.
Bilabiado: que tem dois lábios; em angiospermas diz-se da corola cujas pétalas se distribuem
claramente em dois lábios superpostos.
Bilobado: que tem dois lobos ou lóbulos; bilobulado.
Caduco: que cai.
Cilindro vascular: no caule e na raiz, termo de conveniência aplicado aos tecidos
vasculares e aos tecidos fundamentais associados. Refere-se à mesma parte do caule e
da raiz denominada estelo, todavia sem as implicações teóricas do conceito de estelo. O
mesmo que cilindro central.
Concrescidas: o mesmo que aderidas.
Cormo: caule subterrâneo, espessado, verticalmente posicionado e no qual se acumulam
reservas, geralmente na forma de amido.
Dimorfas: duas formas, vegetativa (trofófilo) e reprodutiva (esporófito) no caso de folhas
ou folíolos de pteridófitas.
Efêmero: de pouca duração; passageiro, transitório.
Elatério: no caso de Equisetales, estrutura higroscópica, em forma de fitas, com origem na
parede do esporo e que permanece aderida a ele auxiliando em sua dispersão pelo vento.
Endosporia: desenvolvimento dos gametófitos masculino e feminino de pteridófitas no
interior da parede dos esporos, os quais têm sua parede quebrada quando os
gametângios atingem sua maturidade. Algumas vezes a proteção da parede do esporo é
tão intensa que o megasporângio continua abrigando o megásporo mesmo com o
gametófito feminino já maduro.
Epífita: organismo que cresce sobre outro, mas não é seu parasita.
Escamas: diz-se de qualquer formação que lembre escama de peixe.
Escamiforme: em forma de escama.
111

Esclerênquima: tecido de sustentação composto por células de esclerênquima, incluindo


as fibras e as esclereides.
Espiga: no caso de pteridófitas, conjunto de esporângios inseridos ao longo de um eixo.
Esporângio: estrutura uni- ou pluricelular no interior da qual os esporos são produzidos.
No caso de pteridófitas são multicelulares.
Esporangióforo: ramo que carrega um ou mais esporângios.
Esporocarpo: estrutura globosa ou reniforme produzida por Marsileales, em cujo interior
se desenvolvem vários soros.
Esporófilo: folha modificada que produz esporos.
Estelo: o cilindro central situado internamente ao córtex em raízes e caules de plantas
vasculares.
Estróbilo: estrutura reprodutora que consiste em certo número de folhas modificadas
(esporófilos) que são agrupadas na porção terminal de um ramo caulinar. Os esporófilos
originam esporângios em suas axilas.
Estípula: formação laminar existente na base dos pecíolos de algumas plantas.
Eusporângio: esporângio que se origina a partir de várias células iniciais e, antes da
maturação, forma uma parede com mais de uma camada de células.
Eustelo: estelo no qual os tecidos vasculares primários estão organizados em feixes
isolados em torno da medula; típico de gimnospermas e angiospermas.
Filotaxia alterna espiralada: arranjo das folhas no caule em que uma folha vem após a
outra, em cada nó está presente apenas uma folha. Cada folha inserida em nó está
ligeiramente deslocada lateralmente em relação àquela que está logo acima ou abaixo.
Filotaxia alterna dística: arranjo das folhas no caule em que uma folha vem após a outra,
em cada nó está presente apenas uma folha. Cada folha inserida em nó está
perfeitamente alinhada em relação àquela que está logo acima ou abaixo.
Filotaxia verticilada: arranjo de três ou mais folhas ao redor de um nó.
Floema: tecido condutor de seiva elaborada das plantas vasculares, o qual é composto
por elementos crivados, vários tipos de células parenquimáticas, fibras e esclereides.
Heterosporada: diz-se da planta que produz esporos de tipos diferentes; aplica-se
especialmente a certas pteridófitas que produzem micrósporos e megásporos.
Homosporada: termo semelhante à isosporada, utilizado para designar, especialmente, o
grupo de pteridófitas que produzem apenas um tipo de esporo.
Indúsio: órgão geralmente laminar de forma característica para cada gênero de
pteridófitas, o qual tem a função de proteger os esporângios.
Intumescido: inchado, crescido, avolumado.
112

Leptosporângio: esporângio que se origina de uma única célula inicial e cuja parede é
composta de uma única camada de células.
Lignina: um dos constituintes mais importantes das paredes secundárias das plantas
vasculares, embora nem todas as paredes secundárias contenham lignina. Depois da
celulose, a lignina é o polímero vegetal mais abundante.
Lígula: o mesmo que pequena língua; órgão em forma de fita; em Selaginella, pequeno
apêndice pontiagudo na base da folha, na sua face dorsal.
Lobo: parte arredondada e saliente de uma estrutura, produzida por uma incisão qualquer
a partir das margens.
Longo-peciolada: que possui longo pecíolo, sendo que este é a parte da folha que prende
o limbo ao caule diretamente ou por meio de uma bainha.
Megafila/macrofila: de folhas grandes, oposto de microfilo. Diz-se de folhas cujos traços
deixam lacunas no cilindro vascular.
Megasporângio: esporângio no qual megásporos são produzidos. Recebe também o
nome de nucelo em plantas vasculares com sementes.
Megásporo: em plantas heterosporadas, o esporo haplóide (n) que se desenvolve no
gametófito feminino. Na maioria dos grupos, são maiores que os micrósporos.
Meristema: a região com tecido embrionário, responsável principalmente pela formação
de novas células.
Meristema apical: o meristema no ápice da raiz ou do caule numa planta vascular.
Meristema lateral: que dá origem a tecidos secundários, como o câmbio vascular e
câmbio da casca (felogênio).
Microfila: geralmente são folhas pequenas; oposto de macrófilo ou megáfila; diz-se de
folhas cujos traços não deixam lacunas no cilindro vascular do eixo caulinar.
Micrósporo: em plantas heterosporadas, o esporo que se desenvolve no gametófito
masculino.
Nervura: conjunto de elementos condutores que se distinguem, em geral, com grande
nitidez nas folhas.
Oblongos: estrutura laminar com ápice e base obtusos (ângulo maior que 90°) e margens
paralelas. Possui uma razão comprimento:largura entre 2:1 e 3:2.
Ócrea: formação com aspecto de bainha que envolve o caule, em certas plantas,
resultando da fusão de estípulas axilares em ambos os bordos.
Palustres: diz-se do vegetal que vive nos pântanos.
Perene: que dura muitos anos; que não acaba; perpétuo, imperecível, imperecedouro,
eterno; incessante, contínuo, ininterrupto.
113

Pinada: composta, folha que possui várias pinas ou folíolos, podendo possuir também
pinas e folíolos compostos de pínulas ou foliólulos.
Protostelo: o tipo mais simples de estelo, constituído de uma coluna sólida de tecido
vascular.
Quadripinada: folha composta por quatro pinas ou folíolos.
Raque/ráquis: eixo de uma folha de pteridófita da qual as pinas se originam.
Ramificação dicotômica: divisão ou bifurcação de um eixo em dois ramos.
Retroflexa: que se curva para trás.
Rizoma: caule subterrâneo que se dispõe mais ou menos paralelamente à superfície do
solo.
Roseta: Diz-se da disposição circular das folhas, a partir da extremidade de um caule.
Sifonostelo: tipo de estelo constituído por um cilindro de tecido vascular preenchido por
uma medula parenquimática.
Sinângio: conjunto de esporângios de paredes espessadas, fundidos lateralmente em
uma estrutura capsular com muitas câmaras, que sofre deiscência após a maturação dos
esporos.
Sistema dérmico: todos os tecidos que revestem externamente a planta, a epiderme ou a
periderme.
Sistema fundamental: todos os tecidos exceto a epiderme (ou periderme) e os tecidos
vasculares.
Sistema vascular: todos os tecidos vasculares em seus arranjos específicos em uma
planta ou órgão vegetal.
Soros: conjunto de esporângios.
Traqueíde: célula do xilema, alongada, de parede espessa e com funções de condução e
sustentação. Possui as extremidades afiladas e as paredes pontuadas sem perfurações,
diferindo dos elementos de vaso. É encontrada em quase todas as plantas vasculares e é
a única célula do xilema que ocorre em pteridófitas e na maioria das gimnospermas.
Tricomas: formação epidérmica uni- ou pluricelular que apresenta diferentes funções.
Trofófilo: folha que produz alimento, que faz fotossíntese.
Trofoesporófilo: folha que produz alimento, que faz fotossíntese e também produz
esporângios e seus esporos.
Venação circinada: folhas de samambaias que são produzidas enroladas sobre si
mesmas e expandem-se à medida que se desenrolam.
Verticiladas: diz-se dos órgãos vegetais, principalmente das folhas, que se inserem em
número superior a 2, no mesmo plano de um eixo (em geral, de natureza caulinar).
114

Xilema: tecido vascular complexo, através do qual a maior parte da água e dos sais
minerais é conduzida na planta. É caracterizado pela presença de elementos traqueais.
Xilema de diferenciação centrífuga: o protoxilema (tem células de menor calibre e
diferencia-se antes de formar o metaxilema) está situado interiormente e o metaxilema
(tem células de maior calibre e diferencia-se depois de formar o protoxilema)
externamente
Xilema de diferenciação centrípeta: o protoxilema (tem células de menor calibre e
diferencia-se antes de formar o metaxilema) está situado perifericamente e o metaxilema
(tem células de maior calibre e diferencia-se depois de formar o protoxilema)
internamente.
115

SUGESTÕES DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES


CONSTRUÇÃO DE CHAVES DICOTÔMICAS
Elabore uma chave dicotômica para os nove organismos representados nas figuras
abaixo. A espécie dos organismos corresponde às letras presentes em cada figura. Utilize
caracteres de fácil observação em laboratório e lembre-se de que em cada dicotomia
devem constar características opostas.

A  B  C 
 

D    E  F

H  I 

 

ELABORAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE PESQUISA

O professor poderá desenvolver um projeto de pesquisa com seus alunos em


diferentes graus de complexidade dependendo do tempo disponível para trabalhar com a
turma. Pode-se apenas solicitar a elaboração de um projeto de pesquisa com a finalidade
de que os alunos enxerguem possíveis aplicações do conhecimento teórico adquirido
durante o curso; ou realizar uma ou algumas saídas de campo com os alunos com a
finalidade de aprendizado de técnicas de coleta de Criptógamas e de aquisição de
material para utilização em aulas práticas; ou fazer um plano de coleta adequado com a
turma, a partir do qual os alunos terão a oportunidade de identificar o material coletado e
escrever um relatório científico.
116

Elaboração de projeto de pesquisa


9 Capa: nome da Instituição, do Curso, do Professor, nome dos integrantes do grupo,
local, data e título do projeto.
9 Introdução: Deve trazer o estado da arte, informando o que está sendo feito nesse
campo de pesquisa, para isso é imprescindível ler livros e artigos científicos sobre
temas correlatos para auxiliar na apresentação do problema. Apresentar uma
justificativa do trabalho – porque é importante a realização desse trabalho? E
apresenta o objetivo do trabalho.
9 Material e Métodos: Descrever detalhadamente a área, os materiais a serem
utilizados (potes, prensas, envelopes, câmeras fotográficas, lupas, microscópios,
chaves dicotômicas, etc.) e a metodologia utilizada para coleta dos dados.
9 Orçamento: em um quadro apresentam-se os itens necessários ao
desenvolvimento do projeto, o número de unidades necessárias, o preço estimado
dos itens e o total a ser gasto com o projeto.
9 Contrapartida da Instituição: caso sua Instituição possa, hipoteticamente,
colaborar com o apoio logístico do projeto, diga com o que ela irá colaborar.
9 Cronograma: em um quadro apresente os meses em que o projeto será realizado
e quais atividades serão realizadas em cada mês.
9 Referências Bibliográficas: Nesse item devem ser listadas as Referências
Bibliográficas citadas ao longo do texto, seguindo as normas de alguma revista
científica (a exigência é de que todas sigam o mesmo padrão, não precisa ser nas
normas da ABNT).

Trabalho de campo
A sugestão de trabalho de campo tem como finalidade o aprendizado de técnicas
de coleta de Criptógamas, bem como ser fonte de material para as aulas práticas da
disciplina e para a realização de trabalho prático de pesquisa. O trabalho consistirá na
identificação do material coletado, na apresentação dos dados obtidos e na entrega de
um relatório final. A área para realização do trabalho de campo deve ser escolhida
previamente pelo professor que deverá pedir uma autorização de coleta para os
responsáveis pela área. Sugere-se a realização do trabalho em áreas próximas a cursos
de água, onde podemos encontrar fungos, algas, briófitas e pteridófitas com maior
facilidade.
Algumas instruções básicas para o trabalho no campo devem ser
117

observadas:
9 Utilizar trajes adequados: calça maleável mas resistente, camisa clara e de manga
comprida, boné ou chapéu, tênis ou bota apropriada, meias compridas, perneiras e
capa de chuva.
9 Levar e utilizar protetor solar e repelente de insetos.
9 Levar garrafa de água (fundamental!).
9 Levar lanche para os trabalhos de campo que durarão dias inteiros (frutas, bolachas,
cenoura, todinho, sanduíches leves, etc.).
9 O trabalho de campo pode gerar bons resultados desde que bem planejado,
organizado e realizado por uma equipe concentrada e com objetivos definidos.
Portanto, os alunos devem evitar brincadeiras de mau gosto e comportamento de
risco.
9 No campo, nunca se distanciar do grupo. Se houver alguma emergência o aluno terá
como ser socorrido.
9 Observar com atenção onde pisa, senta e apóia as mãos.
Alguns equipamentos e materiais de consumo serão necessários para o
trabalho no campo com Criptógamas:
9 GPS
9 Máquina fotográfica
9 Caderno de campo para anotações
9 Lápis, borracha e estilete
9 Sacos plásticos
9 Vidros para fixação de material botânico. E vidros cobertos com papel ou plástico
pretos para fixação de Algas
9 Transeau (600ml água destilada + 300ml etanol 100% + 100ml formol 40%) para
fixação de Algas
9 Álcool 70% ou FAA 70 para fixação de Fungos e Briófitas
9 Papel para anotar dados de material fixado em solução orgânica
9 Etiquetas
9 Envelopes para exsicatar Briófitas (papel fino ou papel manteiga)
9 Jornais, papelão e prensa de madeira com cordas para exsicatar Pteridófitas
9 Estufa de campo para secagem de exsicatas
9 Tesoura de poda
9 Canivete ou faca
9 Lupa de bolso
118

O material coletado deve estar sempre fértil, com esporos e estróbilos, exceto as algas.
Deve-se coletar duplicatas de uma mesma amostra, para permuta, ou substituição de
material. Usa-se fazer de 3-5 duplicatas, no nosso caso 2 amostras serão suficientes.
No caderno de campo devem constar as seguintes informações:
9 Coletor (es)
9 Número da coleta/número do coletor (amostras de um único indivíduo recebem
mesmo número). O número do coletor é o número dado a cada planta que um
sistemata inclui no herbário.
9 Local (localização geográfica)
9 Data
9 Dados relacionados à planta que são perdidos na exsicata, que só podem ser
observados no campo: Freqüência da espécie no local
Hábito
Cor
Odor
Outros

Para saber como proceder durante a coleta, processar e conservar o material coletado
consulte o texto sobre COLETA E PRESERVAÇÃO E CRIPTÓGAMAS, apresentado no
texto introdutório da Apostila.

Importante - Nunca se esqueça de anotar e etiquetar tudo. Depois de tanto trabalho é


uma pena perder material por falta de alguma anotação. A gente pode pensar que lembra,
mas na volta algumas coisas podem ser esquecidas. E aí é tarde.
Redação do relatório de trabalho de campo
Os trabalhos de pesquisa deverão trazer a identificação dos organismos coletados
até a categoria taxonômica que constar nas chaves dicotômicas da apostila ou de outras
chaves de identificação disponíveis, envolvendo uma problemática e uma justificativa para
o trabalho. O trabalho de identificação do material será feito no laboratório da sua
Instituição de Ensino em horários pré-estabelecidos pelo professor, onde os alunos
poderão utilizar lupas e microscópios para identificação dos organismos.
O relatório final deste trabalho deverá apresentar:
9 Capa: nome da Instituição, do curso, do professor, nome dos integrantes do grupo,
local, data e título do trabalho.
119

9 Introdução: Uma boa introdução apresenta ao leitor o assunto de que se trata o


trabalho, informando o que está sendo feito nesse campo de pesquisa, deve-se ler
sobre temas correlatos e utilizar referências bibliográficas para auxiliar nessa
apresentação do problema. Apresenta uma justificativa do trabalho – porque é
importante a realização desse trabalho? E apresenta o objetivo do trabalho.
9 Material e Métodos: Descrever a área, o período de trabalho, os materiais
utilizados (potes, prensas, envelopes, câmeras fotográficas, lupas, microscópios,
chaves dicotômicas, etc.) e a metodologia utilizada para coleta dos dados.
9 Resultados: todos os resultados obtidos entram aqui (o texto, tabelas e figuras).
Não se esqueçam de colocar títulos nas tabelas e legendas nas figuras, gráficos são
considerados figuras.
9 Discussão: na discussão deve-se explicar e discutir os resultados obtidos,
devendo utilizar referências bibliográficas para auxiliar e valorizar a interpretação dos
resultados.
9 Referências Bibliográficas: Nesse item devem ser listadas as Referências
Bibliográficas citadas ao longo do texto seguindo as normas de alguma revista
científica (a exigência é de que todas sigam o mesmo padrão, não precisa ser nas
normas da ABNT). Dê uma olhada em artigos científicos recentes disponíveis na
Internet e veja como se fazem citações bibliográficas.
120

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA E RECOMENDADA PARA ESTUDO

Apezzato-da-Glória, B. & Carmelo-Guerreiro, S. M. 2003. Anatomia Vegetal. Editora UFV, Viçosa.


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identificação de gêneros. Fundação para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências, S.P.
Bicudo C.E.M. e Menezes M. 2005. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil: chave para
identificação e descrições. RIMA, São Carlos.
Bold H.C. 1988. O Reino Vegetal. Trad. A. LAMBERTI. Edgard Blucher Ltda., SP.
Carrión, J.S. 2003. Evolucion Vegetal. Diego Marín Librero, Murcia. 497p.
Ferreira, A. B. H. 1999. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3ª ed. Nova
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www.uefs.br/disciplinas/bio221/aula_06_fungos_assexuais.rtf
www.uefs.br/disciplinas/bio221/aula_08_liquens.rtf

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