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CICLONE IDAI

FAZ A TUA DOAÇÃO


NAS NOSSAS ATM

de Moçambique
www.canal.co.mz Maputo, quarta-feira, 15 de Maio de 2019
60 Meticais Director: Fernando Veloso | Ano 13 - N.º 869 | Nº 512 Semanário

Grande Entrevista com Filipe Nyusi

“Não acontecerá
desgraça maior”
Canal – A dívida oculta foi contratada na altura em que o actual
Presidente da República era ministro da Defesa, portanto Filipe Nyu-
si. Qual foi o seu papel nas dívidas ocultas, Senhor Presidente?
Filipe Nyusi – Posso dizer-lhe uma coisa?
Canal – Pode dizer, Senhor Presidente.
Fiipe Nyusi – Agora temos o “1008”, que é um tipo de helicóptero
que está a voar. Foram reparados no meu tempo, alguma vez me
fez pergunta?
Canal – A questão das dívidas tem essa parte dos meios a que se
refere e tem outra parte criminosa de desvios de fundos.
O senhor era ministro da Defesa...
Filipe Nyusi – Agora você está a julgar.
Canal – Longe de mim julgar. O relatório da “Kroll”
fala do “Indivíduo Q”. O Senhor Presidente recebeu,
ou não, dinheiro das dívidas ocultas?
Filipe Nyusi – Por que é que você não faz o seguinte:
deixar… Até porque isso é embaraçoso para quem
está a dirigir, porque eu não quero embaraçar o
pro- cesso que está a correr ao nível da Justiça.

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2 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Destaques

Grande Entrevista com o Chefe do Estado, Filipe Nyusi

Da dívida oculta aos “azares naturais”


de um mandato turbulento
M atias Guente
mtsgnt@gmail.com
era grande prioridade. A partir
do momento em que conquis-
tarmos a paz, estamos a unir

F
ilipe Nyusi cumpre, os moçambicanos. A coesão é
este ano, o seu últi- feita quando as pessoas estão
mo mandato como em paz, em harmonia, em con-
Presidente da Re- sonância, precisamente é um
pública. O partido Frelimo momento da coesão, da uni-
já o confirmou como seu dade e também do patriotis-
candidato para as próximas mo. Não podemos pensar que
eleições. Razões mais do que unidade significa não haver
suficientes para uma lista ideias. Mas tem de haver ideias
infindável de questões que que desaguam num consenso.
nos levaram a uma Grande Canal – Falou da agri-
Entrevista, de resto a pri- cultura como base do de-
meira que dá a um órgão senvolvimento, e isso está
de comunicação nacional. na Constituição. Entretan-
À pergunta sobre o seu en- to continuamos a importar
volvimento na dívida ocul- comida. O que está a fal-
ta, sendo ele o “Indivíduo tar para que a agricultura
Q” no relatório da “Kroll”, seja, não só a nível escrito,
contornou com o argumento a base do desenvolvimen-
de não achar decente falar to, se temos terra e água?
de um processo que está na Filipe Nyusi – Muitas vezes,
Justiça. A nossa insistência fui chamado para uma sessão que fiquei, ali aprendi muito. tar o desafio até onde puder. há muitos sábios. Um deles,
acabou numa incursão so- da Comissão Política do meu Em seis meses, tive a sorte de Canal – Já estamos prati- se calhar, sou eu, que ando a
bre os seus feitos positivos partido, e foi nessa sessão que me ter rodeado de um corpo camente no fim do mandato. pensar que sei ou tenho ideias.
à frente do Ministério da me foi dito que a Comissão de especialistas estrangeiros. Quais eram as principais É verdade, tenho ideias, mas
Defesa. Comentou sobre a Política havia tomado uma Um era indiano, o outro era in- prioridades para o país? nem sempre a minha ideia é
prisão do filho de Armando decisão de ter três pré-candi- glês. Eu estava com esses e es- Filipe Nyusi – Primeiro, não a mais correcta. Grande parte
Guebuza, esclarecendo que datos e eu era um dos três. Fiz tava a chupar o conhecimento estávamos à vontade. É isso dos que falam bem da agri-
não há qualquer perseguição as minhas perguntas, e essas e prática que traziam. Depois que eu disse na Praça da In- cultura teve oportunidade de
política. Perguntámos se, de- não são importantes aqui. Mas de um tempo, fiquei a coorde- dependência e tornei a repetir, fazer agricultura ou de dirigir
pois destes anos a dirigir os é esse órgão que me propôs. nar a área produtiva dos CFM- neste espaço, num lanche que a agricultura. Precisamos de
moçambicanos, melhorou ou Canal – Passou-lhe um -Norte. Não havia Direcção nós demos, que a prioridade musculatura financeira para
piorou as condições de vida dia pela cabeça ser Pre- ferroviária, eu é que a criei. O era a paz para os moçambica- a agricultura que queremos.
do povo. Preferiu não fazer sidente da República? meu orgulho é, o Engenheiro nos. Não estava a ver como o Mas a musculatura financei-
avaliação em causa própria. Filipe Nyusi – Não, por isso Fonseca muitas vezes diz, o Presidente vai dirigir o desen- ra é realizável, pode-se fazer
Mas falou de um mandato apanhei um susto. Sabe que fiz orgulho de nós, ferroviários, volvimento se as pessoas não até aqui em Moçambique.
difícil, que foi caracterizado Engenharia. Queria fazer mais porque me realizei, e estáva- estão atentas à produção. Mas Canal – Mas, então, o que
por eventos que bloquea- outra coisa, mas apareceu a mos deficitários em termos também era prioridade o pró- o seu Governo está a fazer?
ram todo o plano que tinha oportunidade que me foi suge- financeiros, por causa dos prio desenvolvimento. Quan- Filipe Nyusi – O que nós
para o país. Sobre a paz, diz rida para ir para os Caminhos efeitos da guerra, o tráfego já do nós nomeámos os sectores- estamos a fazer, agora, é
que a Renamo está a trazer de Ferro de Moçambique. Eu tinha sido abandonado, etc.. O -chave, como infra-estruturas, mais ou menos evitar impor-
novas exigências. Ficámos recordo quando, na altura, fui tráfego do Malawi e mesmo o agricultura… Porque está de- tações, produzindo. Se olhar
com algumas perguntas no proposto para trabalhar no porto de Nacala. Mas, depois finido na nossa Constituição o bem, o sector familiar é que
papel, porque só nos foram Norte, Levei muito tempo para disso, começámos a produzir que é agricultura. O problema está a produzir, mas temos
concedidos quarenta e cin- me decidir. Na altura, não ha- dinheiro e a canalizar para a é se está a ser isto, ou não? de sair disto, para industriali-
co minutos. Eis, a seguir, via muitas pessoas com for- sede. Pelo menos pagávamos Era preciso daquelas activi- zarmos a própria agricultura.
o que perguntámos e o que mação superior. Mas depois as os salários e havia o rema- dades tradicionais, o turismo. Canal – Essa fórmula já
Filipe Nyusi respondeu. pessoas que me convidavam nescente. Quando fui trans- Também definimos a energia, é dita há muito tempo. A
para esta área indicavam as ferido para o Sul, na posição porque este é um país que questão é: e como é que isso
vantagens e a necessidade de dos CFM como administrador pode produzir energia para se faz, Senhor Presidente?
Canal – É a primeira vez eu dar a minha contribuição. para a área da Exploração, dar, para oferecer, para ven- Filipe Nyusi – É o tal ra-
que dá uma entrevista a um Canal – Então a sua contri- estava com um projecto de der. Mas isso tudo no sentido ciocínio das pessoas que
órgão nacional. Começo por buição foi o que mais pesou? produzir. Passava mais tem- de criação do bem-estar para falam... Mas estamos a fa-
lhe fazer uma pergunta mais Filipe Nyusi – Sim, porque po a andar na linha (de Chi- as populações. Criar paz e zer agora. É preciso abrir
pessoal. Quem é que lhe foi achei que estava a dar um con- cualacuala, Ressano Garcia, depois produzir riqueza. Isso o mercado da agricultura.
propor para ser candidato tributo para o país, produzir. mesmo Goba). O sonho era sem ignorar a saúde e a edu- Canal – Senhor Presidente,
a Presidente da República? Gosto muito de estar numa de fazer uma coisa nova, mas, cação. O bem-estar traduz-se o que é que estamos a fazer,
Filipe Nyusi – Em primeiro área em que se faz uma coisa quando fui convidado para o na água, saúde e na educação, em concreto, na agricultura?
lugar, quero dedicar esta en- mensurável. Fui para o Norte, Ministério da Defesa, eu di- na estrada, na comunicação. Filipe Nyusi – Nos últi-
trevista ao 3 de Maio, o Dia não tinha muita experiência. zia, em brincadeira, que foi Mas isso tudo só quando há mos anos, importámos pouco
da Imprensa. Começo com um Acredito que tinha teorias da em contramão, mas, pronto, posses, e essas só podemos tomate, importámos pouca
órgão independente para dar o escola e não vinha de uma for- alguém sempre tem de fazer ter a partir da agricultura, das cebola, importámos pouca
sinal de que a liberdade de im- mação ferro-portuária. Tinha alguma coisa para o país. Era infra-estruturas, do turismo da couve. É preciso acreditar-
prensa é o que mais defende- uma formação de Engenharia um desafio, e, sempre que se energia. E isso tudo pode in-
mos. Indo para a sua pergunta, (Continua na página 4)
no outro âmbito. O tempo em é colocado um desafio, acei- dustrializar o país. Mas a paz
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 Publicidade 3
4 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Destaques
(Continuação da página anterior)

mos, abrirmo-nos mais para é que um agricultor pode ir Falávamos semanalmente. Já


o mercado. Abrir a actividade ao banco financiar-se. Qual tínhamos chegado a um trilho
agrícola aqui em Moçambi- é o comentário que tem, muito certo, onde a cadeia se
que. Se olhar bem, as linhas quando lhe falam sobre isso? seguia. Por isso, os dois pro-
de orientação que estamos Filipe Nyusi – Bom, eu blemas estavam identificados.
a fazer agora é exactamente não sei se temos de ter medo, Primeiro, era a descentrali-
para a agricultura, mas não porque os bancos não ope- zação, procurado mais por
Ficha Técnica queremos teorizar isso. Que- ram só em Moçambique. Dlhakama. Isto começou des-
DIRECTOR EDITORIAL remos fazer, depois vai ver. Se olhar para os donos dos de a primeira conversa que
Fernando Veloso | canalmoz.fveloso@gmail.com Canal – Uma pergun- bancos noutros países… tive com Dlhakama no dia 7
Cel: (+258) 82 8405012 ta muito concreta. Temos Canal – Mas lá, nesses de Fevereiro, antes de fazer
um parque de agronegó- países de onde vêm esses um mês como Presidente da
EDITOR EXECUTIVO cios que, no tempo colonial, bancos, as taxas não são República. A segunda sessão
Matias Guente | mtsgnt@gmail.com | Cel: 823053185 funcionou. Depois da Inde- estranguladoras nem se continuou no dia 9 de Feve-
pendência, funcionou com comparam, porque, lá, o reiro, dia do meu aniversário.
CONSELHO EDITORIAL: Director, Editor, Sub-Editores, Chefe da Samora. Mas agora está Estado está interessado em Nessa altura, os primeiros
Redacção, Sub-Chefe da Redacção e Editores sectoriais. tudo falido. Qual é a es- que esses bancos financiem encontros foram assim com
tratégia que existe ou para o desenvolvimento e inter- desconfiança, mas, mesmo
REDACÇÃO revitalizar isso, ou para co- vêm sem asfixiar a ninguém. assim, isso produziu efeitos.
locar comida disponível? Filipe Nyusi – Então temos A Renamo conseguiu tomar
Matias Guente | mtsgnt@gmail.com Filipe Nyusi – Não sei se de chegar aí. Se calhar aqui posse no Parlamento, porque
André Mulungo | andremulungo4@gmail.com diria estratégia, porque toda apanham como uma mina, um estava numa situação de não
Cláudio Saúte | sauteclaudio@gmail.com a gente, quando não sabe fa- terreno fértil em que se pode tomar posse, e não só nas As-
Eugénio da Câmara | eugeniodacamara@yahoo.com.br zer uma coisa, diz que falta ganhar rapidamente. Não há sembleias Provinciais. Então
estratégia. O que é isso de competição, se calhar. Va- ele pedia que fosse aceite o
estratégia, é um pouco rela- mos abrir para competir. Nós pacote da descentralização,
tivo. Mas qual é o parque, temos muitos exemplos de e eu disse “Pode submeter”.
COLABORADORES
concretamente, que queria coisas que começam gradual- Canal – Mas essa legis-
Alfredo Manhiça | freimanhica@gmail.com
referir? Chókwè? Chipem- mente, elas cedem, porque, lação não passou. A banca-
Amade Camal | amadecamal@sirmotors.com
be? Qual, exactamente? quando há crescimento, hão- da da Frelimo reprovou-a.
Hamilton de Carvalho | sarto.de.carvalho@gmail.com
Canal – Falo de empre- -de chegar a essa fase, porque, Filipe Nyusi – Não passou
João Mosca | joao.mosca1953@gmail.com sas de processamento que como disse, são os mesmos porque não havia clareza por
Afonso dos Santos funcionaram um pouco por bancos que há noutro lado. parte de muitas pessoas sobre
todo este país. Não temos Eu acredito, temos outras ac- o que é a descentralização que
DELEGAÇÃO DA BEIRA PROVÍNCIA DE SOFALA ideias para recuperar isso? tividades económicas que in- se pretendia. Mas, mesmo as-
Filipe Nyusi – Não esqueça diquei. Vocês gostam de falar sim, não desistimos, fomos an-
Adelino Timóteo (Delegado) | adelinotimoteo@gmail.com que o país, quando ficou in- do gás, eu falo pouco, porque dando e esse, o primeiro pro-
Cel: +258 82 8642810 dependente, muita coisa que essa está, por si só, feita. Esses blema, em que a Renamo dizia
estava em construção ficou é que vão equilibrar a econo- que ganhou eleições num sítio
José Jeco | Cel: 82 2452320 | josejeco@gmail.com abandonada, e a reconstrução mia, que está desequilibrada, e depois não conseguimos fi-
leva muito tempo. É verdade e, quando está desequilibra- car lá. Isto resolveu-se com a
que são quarenta anos. Mas da, parece mina, onde alguém Lei da Descentralização. Essa
FOTOGRAFIA que tipo de quarenta anos pode explorar no máximo, lei, totalmente, terminou no
Lucas Meneses Moçambique viveu? Qua- mas, quando aparecerem, tempo dele. Na última sessão
renta anos de pancadaria, muitos vão ceder sozinhos. que tivemos em Namadjiwa
REVISÃO onde não se pode ter um fio Canal – Senhor Presiden- [Gorongosa] entre nós os dois,
A.S. de pensamento. Cria-se uma te, falou da questão da paz era para o segundo ponto que
infra-estrutura, é bloqueada, como a sua bandeira. Acha interessava mais aos moçam-
PAGINAÇÃO E MAQUETIZAÇÃO é destruída, não é fácil. Hou- que está a ter resultados? O bicanos, incluindo o Gover-
Anselmo Joaquim | Cel: 84 2679410 | a.joaquim.m@gmail.com ve essas ideias, nessa altura, que é que a morte de Afon- no, que é o desarmamento,
também era jovem, havia um so Dlhakama representou desmobilização, e reintegra-
CANALHA: AJM
projecto dos quatrocentos mil para o processo de paz? ção, e traçámos linhas. Essas
hectares, que saía de Monte- Filipe Nyusi – Mau di- coisas todas estão na matriz
puez e ia até Niassa. As ideias zer que com Dlhakama não e estão a acontecer agora, já
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existiram e depois foi tudo fizemos muito. Mas tam- estão traçadas. Nesse último
Orlando Mulambo | 82 59 49 345 | 84 26 67 545
destruído, começámos tudo bém não é bom achar que encontro que tive, estava a ser
orlandomulambo@gmail.com | canalipdfs@gmail.com
do zero, depois liberalizámos, isso pode encalhar por cau- gravado publicamente. Estas
as políticas que adoptámos sa da ausência dele, porque novas coisas que estão sen-
ASSINATURAS
agora, estamos a dar ao sec- não será bom. Sobretudo do faladas agora, não havia.
Simião Chambule | 84 21 96 773 | chambulesimiao@gmail.com tor privado. O sector privado vai ser pena para a Renamo. Canal – Está a di-
moçambicano não pode ter Canal – Porquê zer que a Renamo está
DISTRIBUIÇÃO E EXPANSÃO (REVENDEDORES / AGENTES) medo da agricultura. Se nós pena para a Renamo? a trazer novos elemen-
Orlando Mulambo | 82 59 49 345 | 84 26 67 545 conseguirmos, o que vai acon- Filipe Nyusi – Vai ser uma tos para as negociações?
orlandomulambo@gmail.com | canalipdfs@gmail.com tecer agora, vão aparecer uns pena não conseguir a paz que Filipe Nyusi – Está a tra-
Luís Inguane | 84 81 59 337 | 82 38 74 060 pequenos latifundiários mo- os moçambicanos almejam. zer novos elementos, coi-
çambicanos, com o sector pri- Nós demos um passo muito sas estranhas. Por exemplo,
CONTABILIDADE vado. Esses é que vamos mo- significativo. De forma muito nós fizemos um roteiro com
Aníbal Chitchango | Cel: 82 5539900 ou 84 3007842 | chitchango@ bilizar. A agricultura, vamos serena, atingimos um nível de Dhlakama. O roteiro era de
yahoo.com.br fazer, incluindo a pecuária. confiança muito alto entre as uns oficiais da Renamo que
Canal – Não se pode falar partes. Isso não pode ser per- estão nas Forças Armadas da
PROPRIEDADE do sector privado e desen- dido. Isso orgulha-nos como Defesa de Moçambique que
CANAL i, Lda * Bairro Central, Av. Maguiguana, n.º 1049 | Casa n.º volvimento, principalmente dialogantes, e o mundo tam- sempre considerou que eram
65000 R/C | canalipdfs@gmail.com * Maputo * Moçambique na agricultura, sem bancos bém. Agora, ultimamente, não marginalizados. E tínhamos
Cell: 82 36 72 025 | 84 31 35 998 que que se interessem pelo sei o que é que falta, porque, de encontrar uma solução de
desenvolvimento do país. A do lado do Governo, tudo foi como eles são integrados nas
tónica dominante são as ta- feito. Tenho dito que quería- Forças Armadas da Defesa de
REGISTO: 001/GABINFO-DEC/2006
xas draconianas colocadas mos resolver dois problemas,
IMPRESSÃO: Lowveld Media - Mpumalanga pelos bancos e também como quando falava com Dlhakama. (Continua na página seguinte)
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 5

Destaques
(Continuação da página anterior)

Moçambique. Existiam, eu até lar a verdade. Acredita num que nós queremos é científica. zer os nomes das pessoas que tanto Filipe Nyusi. Qual
os conheço, como passei por processo genuíno havendo Canal – Disse que devem trabalhar para o país. foi o seu papel nas dívidas
lá, e isso foi feito, incluindo essas desinteligências todas? isso estava a cansar... Canal – Senhor Presiden- ocultas, senhor presidente?
os números. Num sítio onde Filipe Nyusi – Eu acredito. Filipe Nyusi – É isso que te, assume o país com sérios Filipe Nyusi – Pos-
havia doze departamentos, Porque, veja a lista que me foi está a cansar. Eu estou agora problema de credibilidade so dizer-lhe uma coisa?
o Dlhakama pediu três. Co- entregue. Por isso digo que, a sempre a falar com o Grupo internacional, principal- Canal – Pode di-
meçou a pedir seis, e eu fun- não ser que os moçambicanos de Contacto. Os nossos ami- mente devido às dívidas. zer, Senhor Presidente.
damentei, e ficou com três. aceitem que o Presidente deles gos estrangeiros já estão a fi- Que abordagem assumiu Filipe Nyusi – Agora temos
Porque as Forças Armadas comungue essa linguagem de car cansados, porque pergun- para se apresentar à comu- o “1008”, que é um tipo de he-
da Defesa de Moçambique levar as pessoas da cidade. Os tam “Mas quando? Quando? nidade internacional como licóptero que está a voar. Fo-
são compostas por homens dez elementos são pessoas que Quando?”. É que esse pro- Presidente da República de ram reparados no meu tempo,
do Governo ou da Renamo de já foram desmobilizadas pela cesso começou porque houve um país sem credibilidade? alguma vez me fez pergunta?
92. Esses morrem, outros não ONUMOZ e estão aqui na ci- países, aliás, a União Europeia Filipe Nyusi – Bom, fui fe- Canal – Não, não ti-
têm idade para fazer a Defesa. dade. Uns trabalharam comigo já disse publicamente que vai liz. Porque calha nessa altu- vemos a oportunida-
O país precisa de um capitão como generais nas Forças Ar- apoiar com tanto. Esse valor ra em que fui a Nova Ioraue, de e não sabíamos.
que acorda de manhã e corre. madas e passaram à reforma existe cativado para ajudar fui a Washington DC e fui Filipe Nyusi – Foram repa-
Então, mais de setenta porcen- nas minhas mãos, quando eu essas actividades. Agora pre- recebido pelo Banco Mun- rados no meu tempo. Foram
to do nosso Exército não são era ministro da Defesa. Rece- cisamos de saber quantos sol- dial e também pelo FMI ao comprados no tempo antigo
pessoas de 92. Então, se nós bem bom salário. Uns tiveram dados existem e onde estão? mais alto nível. Fomos dar a de Samora, mas pararam. O
começarmos a ter mentalida- subsídio de reintegração aci- Isso já não deve ser segredo, cara. Fomos dar a cara para seu país não tinha meios para
de “fifty-fifty”, vamos levar ma de quinhentos mil e têm porque eles deverão voltar ao dizer que Moçambique tem voar. Quem fala desses, fala
um grupo sem “chances”. Nós salários. Uns passaram agora convívio com as populações. este problema, porque eles de outros meios. Então o mi-
temos de ter a consciência de à reforma porque estavam na É essa paz que procuramos. sabem melhor que qualquer nistro da Defesa é feito para
que existem jovens que já es- Reserva. Depois de seis anos Essa lista que estão a trazer pessoa, porque eles gerem as poder resolver os problemas
tão nas academias há muito na Reservam passa para a re- não é a lista de Dlhakama. finanças a nível do mundo. da Defesa. Quantos quartéis?
tempo. Se começarmos a dizer Se for a ver o quartel dos co-
cinquenta por cento do Gover- mandos ou se for a ver a base
no e cinquenta por cento dos naval de Pemba. Foram reabi-
que vieram da Renamo, esta- litados no meu tempo e nunca
mos a excluir setenta por cento ninguém me perguntou. Va-
dos moçambicanos nas Forças mos lá a coisa mais simples:
de Defesa e Segurança. Isso, o avião da Força Aérea que
ele compreendeu e, por isso eu às vezes uso foi adquiri-
mesmo, disse três. As outras do no meu tempo porque é
Forças, ele não tinha falado. que nunca houve pergunta?
Estes oficiais de que aqui es- Canal – Senhor Presi-
tamos a falar, que estão na Po- dente, a minha pergunta
lícia, eu é que ofereci. Porque não é essa. A questão das
o funcionamento que o presi- dívidas tem essa parte dos
dente da Renamo queria, um meios que se refere e tem
grupo especializado que vies- outra parte criminosa de
se da Renamo para trabalhar desvios de fundos. O se-
com ele, e é óbvio, sobretudo nhor era ministro da Defesa.
quando é a sua guarda pessoal. Filipe Nyusi – Ago-
E esses dez que eu disse que ra você está a julgar.
me entregasse são pessoas que Canal – Longe mim julgar.
nós queríamos para poder pre- O relatório da “Kroll” fala
parar esse grupo, porque não do “Indivíduo Q”. O Senhor
são polícias. Como tornar al- Presidente recebeu, ou não,
guém polícia se não percebe dinheiro das dívidas ocultas?
nada da Polícia? A não ser que Filipe Nyusi – Porque é
a Renamo, e aqui estou a ser forma, mas tem salário de Não é. Nós até falámos de al- Canal – O que foi di- que você não faz o seguinte:
frontal, quer deixar aquelas general. Então temos pessoas guns nomes de pessoas que es- zer, em concreto? deixar… Até porque isso é
pessoas que estão aí no mato que precisam de ser reinte- tão com ele lá, para dizer que Filipe Nyusi – Que nós embaraçoso para quem está a
e levar de novo as pessoas que gradas, pessoas que estão no não era essa lista. Por isso está queremos colaborar convosco dirigir, porque eu não quero
estão aqui na cidade ou a não activo, até que estão em idade a ser um pouco lento. Eu pre- para podermos sair disto. Dis- embaraçar o processo que está
ser que o povo moçambica- útil para Moçambique. Como firo algo sólido e consensual, seram que precisa-se uma au- a correr ao nível da Justiça. Eu
no queira que o processo de é que vai ter um comandante não só entre nós os dois [Fili- ditoria externa, que se discutiu dei-lhe o exemplo de algumas
reintegração exclua aqueles agora que não consegue cor- pe Nyusi e Ossufo Momade]. tanto e a auditoria aconteceu. coisas que aconteceram. Eu
guerrilheiros que estão ali. rer? Então, como é que nós fa- Mas algumas pessoas também A procuradoria está a gerir o já adquiri um navio na Espa-
Canal – Senhor Presiden- zemos? Acomodamos pessoas não devem agitar muito para processo e agora as ultimas nha e até comprámos por mil
te, havendo essas desinteli- para agradar à paz? Então é ali acomodar interesses pessoais. mensagens que são emitidas dólares porque era um valor
gências todas, que não me onde nunca vai aparecer a paz. Canal – Acha que está a por essas organizações inter- residual reabilitamos e fisca-
parecem de fácil solução, não Por isso estamos a ter esse cui- haver pressão do lado da Re- nacionais, não só essas duas a liza o mar. Então são coisas
acha que há um perigo imi- dado. O impasse não tem nada namo para que não haja paz? que me referi. Agora a visitar que não precisamos de pro-
nente de se chegar a uma paz a ver com o Governo. Do lado Quem são essas pessoas? os bancos. Agora falei com curar coisas. As coisas serão
só para irmos a eleições? Um do Governo, é tudo mais fácil. Filipe Nyusi – Está a haver muitos bancos de diferentes explicadas. O tempo é res-
acordo só para inglês ver? Agora, é para me dar nome agora uma pressão para aco- países quando estive na China. ponsável. Até porque aqui fi-
Filipe Nyusi – É exactamen- desse general, desse brigadei- modar interesses pessoais. Não Então significa que eles sabem caria mal embaraçar a justiça.
te isso que estamos a evitar, ro, desse coronel que já estava é possível. Aquele povo que que Moçambique quer colabo- Canal – Compreendo que
pelo menos o Governo está ali e já ganha dinheiro com um está aí tem as suas famílias. rar Moçambique quer resolver não que falar disso. Ainda
a querer evitar exactamente bom salário, e, pronto, já te- Esse é que é o problema. Estão o problema. Essa é a agenda dentro desta questão, o fi-
isso. Senão, devíamos ter fe- mos paz. Isso já não há-de ser aí em Funhalouro, são pessoas com qual temos que andar. lho do ex-Presidente Gue-
chado isso em Abril ou Março. paz, porque aquele que está lá que estão ali na Manica, estão Canal – A dívida ocul- buza, que está detido falou
Canal – A Renamo tam- no campo está à espera de ser em Tete, na Gorongosa, al- ta foi contratada na altu- de perseguição política du-
bém diz que o Governo está a reintegrado, está à espera de guns deles conheço. Então é aí ra em que o o actual Pre- rante a legalização da sua
atrasar o processo, não se sa- ser desarmado para ser rein- onde não compreendo por que sidente da República era
bendo quem é que está a fa- tegrado. Mas a reintegração é que há dificuldades de di- ministro da defesa, por- (Continua na página 10)
6 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Editorial

Uma auditoria ao STAE

M
ais uma vez, tudo indica que há uma vontade deliberada de criar em 2013/2014, numa operação de cerca de 45 milhões de dólares. Ora,
suspeitas, agitação e instabilidade pré-definida ao processo elei- é esse mesmo equipamento que hoje nos cria problemas.
toral. As informações que nos chegam de todo o país sobre o Essa mesma família ganhou um outro concurso, no início do ano, de
processo do recenseamento eleitoral fazem-nos acreditar que há cerca de 100 milhões de meticais, para ainda fazer o mesmo trabalho
uma predisposição para banalizar assuntos sérios, com o habitual selo do de manutenção dessas máquinas.
deixa-andar, em que, no final das coisas, a culpa morre solteira.
A questão é: terá este país assim tanto dinheiro para drenar para as
Por todo o país, o denominador do recenseamento eleitoral é o mesmo: famílias bem conectadas do regime?
avaria dos computadores, das impressoras, falta de baterias e avarias nos
Onde reside a racionalidade de todo este festival de banalização dos
painéis solares. Mas a parte mais engraçada é que esses problemas estão,
impostos dos cidadãos, a quem, no fim de tudo isto, não é dado o direito
regra geral, concentrados na zona centro e norte do país, onde as engenhocas
de ter um cartão de eleitor para poder decidir sobre o futuro do país,
se recusam a funcionar.
que passa necessariamente por correr com esses parasitas que chupam
E porque esses problemas estão geográfica e geometricamente localiza- o sangue dos moçambicanos até à medula óssea?
dos, de tal forma que facilita a vida a um determinado partido, os partidos
E é curioso que, nisto desses concursos mafiosos geridos pelo STAE,
políticos da oposição já vieram a público dar um enquadramento político
não há oposição nem há Frelimo, quando o bolo é para ser dividido. Os
ao assunto, informando que é uma estratégia para excluir as zonas norte e
membros da oposição que estão nos órgãos eleitorais nunca se levan-
centro, que são tradicionalmente de influência da oposição.
taram contra o epicentro da máfia eleitoral, que começa nos concursos.
Podia-se dizer que é a habitual narrativa da oposição. Mas quando as evi-
Basta notar que essas empresas que fornecem boletins de voto são
dências são bastantes de que, neste recenseamento, as máquinas escolhem
propriedade dos mesmos membros do partido Frelimo que depois apa-
as zonas onde devem avariar, fica evidente que não se pode empacotar esse
recem em caravanas desse mesmo partido na campanha eleitoral, ou
facto concreto numa simples narrativa oposicionista.
financiando-a.
Até há províncias em que essas mesmas máquinas estão a fazer milagres de
Alguma coisa está errada nisto. Peguemos no exemplo da família Si-
funcionamento que são muito questionáveis. E uma delas é a província de Gaza,
dat. Eles sãos donos das máquinas que imprimem os cartões eleitorais e
na qual o recenseamento vai de vento em popa, com sérios riscos de se atingir
os boletins de voto. E depois são os patrocinadores de peso do partido
metas acima das previstas. E, como é de ciência geral, em Gaza todos votam na
Frelimo. Onde reside a seriedade nisto? Quem garante que estes não im-
Frelimo, incluindo aqueles que, à data da votação, já não pertencem ao número
primem cartões de eleitores em casa? Quem garante que estes não gerem
dos vivos, mas pertencem ao número dos recenseados e que até votam.
boletins que depois são transportados? E se lhes interessa que o partido
As últimas eleições foram prova disso: de todos os recenseados, o nível Frelimo não perca, obviamente que farão tudo o que estiver ao seu alcan-
de participação nas urnas nessa província é de cem por cento. Ninguém ce para garantir que sejam os vencedores do próximo concurso.
fica doente no dia da votação, ninguém muda de província até ao dia de
Se isto não é suficiente para se levar a cabo uma auditoria séria aos
votação, e todos os cidadãos votam num único partido, incluindo os dele-
concursos do STAE e do património dos titulares da oposição de ope-
gados da oposição.
rações eleitorais no STAE, então declaremos que isto não tem mais
Este tipo de cozinhado eleitoral só é possível com um Secretariado Técni- concerto, e conformemo-nos com as indicações de um Estado falido
co da Administração Eleitoral totalmente complacente perante essas jogata- que agora é falhado.
nas, que, logo à partida, trata de cuidar que haja condições criadas para a falta
Uma forma de desmantelar esta rede corrupta do STAE é, por exemplo,
de integridade do processo.
tornar o Bilhete de Identidade o documento válido para votar. É simples:
Se olharmos para essas tais máquinas que agora avariam, o que se resolvemos o problema do “software” e dos custos das operações eleitorais.
sabe é que há uma empresa à qual, sem concurso público, foi adjudi-
Como é que o Estado não tem nenhum interesse em que os moçam-
cado o fornecimento dos “Mobiles ID” e das respectivas impressoras,
bicanos tenham um Bilhete de Identidade, que é um importante do-
com garantia de manutenção, que consistiria na actualização do “soft-
cumento de exercício de cidadania, mas investe rios de dinheiro nos
ware”. Uma empresa dos habituais chupistas frelimistas, a quem, aqui
“Sidats” desta vida, que mal conseguem dar o tal de cartão de eleitor
na praça, chamam “empresários”.
ao cidadão? Fica evidente que esta desorganização toda é rentável para
Essas máquinas que hoje avariam custaram uma fortuna ao Estado e uma determinada clique de empoleirados nas tetas do Estado, que aju-
foram fornecidas por uma família que se gaba de ter relações privile- dam a fabricar os resultados eleitorais. Desafiamos aqui o Estado mo-
giadas com o Presidente da República. Até tivemos, aliás, a oportuni- çambicano a assumir a obrigatoriedade de atribuir o Bilhete de Iden-
dade reproduzir aqui uma gravação de um dos membros dessa família. tidade a todos os moçambicanos e a tomar a decisão de tornar esse
É preciso lembrar que, sem concurso público, o Secretariado Técnico Bilhete de Identidade o documento válido para votar. Veremos quanto
da Administração Eleitoral atribuiu um negócio inusitado e milionário poupamos e quantos problemas deixaremos de ter.
à família Sidat, através da empresa “Artes Gráficas”, orçado em 13,3 Assim como está, dá a sensação de que tudo isto é propositado, com
milhões de dólares (796.924.313,00 meticais). O objecto do concurso dois objectivos: sacar dinheiro ao Estado e falsificar as eleições. Não
foi o “fornecimento de serviços de melhoramento da aplicação infor- admira que, no dia seguinte, tenhamos as “Fernandas Moçambique”
mática, manutenção e fornecimento de acessórios do Mobile e Material desta vida a serem nomeadas para cargos de direcção. É uma cadeia
Gráfico para este recenseamento eleitoral de 2018/19 e piloto 2017”. devidamente organizada contra o bom senso e contra as aspirações dos
A maior parte do trabalho que consumiu os 13 milhões de dólares foi moçambicanos em ver este país a progredir.
apenas de manutenção dos aparelhos que a mesma empresa forneceu de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 Publicidade 7
8 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Opinião

Um ano sem o Pai da Democracia

Por Adelino Timóteo

E
stamos há um ano da Renamo, flagelada Já vimos o novo presiden- trarem divididos numa
sem Dhlakama. por intrigas internas e lu- te da Renamo a realizar uma eleição, onde se sabe que
Que sinais temos tas intestinas pelo poder. cimeira com Nyusi, mas os potenciais eleitores que
É urgente
dos ventos políti- O espírito de Dhlakama não vemos vontade política deviam se recensear não
cos? Que sinais sociais? continua vago e flagelado que os líderes quer de um actor político estão escritos, porque as
Primeiro afirmar que por uma oposição descon- da oposição como de outro na oposição, mesas nunca abrem, os
Dhlakama foi o moçambica- certada, incapaz de unir-se repensem numa de se realizar uma cimeira materiais nunca chegam,
no mais destemido e arroja- numa só e enfrentar o Go- da oposição, onde se discu- há falta de brigadistas, são
agenda, porque
do, que enfrentou este regi- verno de canibais que nos ta de uma vez por todas, se contos de fadas que já ouvi-
me, sem medo, sem dobrar a tem sido imposto. Pois, Go- entrarem divididos haverá uma unidade de luta mos há mais de vinte anos.
espinha, sem salamaleques. verno de canibais, esses que numa eleição, de contrários (em marxismo Já temos dado muita as-
Dhlakama mudou o paradig- aprovam leis bonitas, que onde se sabe que dialéctico não é importante sessoria gratuita à oposição.
ma político deste país. Trou- logo a seguir enfraquece estar-se de acordo em tudo, Unam-se, porque o polvo
os potenciais
xe a democracia. Dhlaka- instituições, promove uma mas ter-se um foco comum), que é a Frelimo está a or-
ma é o pai da democracia. desorganização organizada, eleitores que para trazerem a felicidade ganizar-se para uma vitória
Um ano sem Dhlakama para perpetuar-se no poder, deviam se para este povo depauperado. retumbante, contando com a
tem-se repercutido na espe- como temos vindo a teste- recensear não Já vimos que o grau de sua posição no STAE, com
rança, tem-se mostrado que munhar no recenseamento prestígio deste Governo é a garantia da logística elei-
estão escritos,
o que lhe tocou fazer em que decorre no país. Um nulo. Nas calamidades que toral estar a cargo dos seus
prol dos moçambicanos foi recenseamento viciado, à porque as mesas afectam a zona centro e amos, que conseguirão por
só uma semente, que toca partida, nas zonas onde a nunca abrem, os norte do país os doadores essa mesma via boletins e os
aos demais moçambicanos oposição detém a maioria, materiais nunca não dão prontamente di- usarão para encher as urnas,
continuar com o seu legado. por isso a demonstrar um nheiro a este Governo, mas nos locais onde a fiscaliza-
chegam, há falta
Antes da assinatura do virtual vencedor, porque, fazem-no pelos seus meios ção eleitoral e a presença
AGP, quando os casmurros infelizmente, o divisionis- de brigadistas, são e cooperando apenas com da oposição é fraca ou nula.
da FRELIMO insistiam no mo não foi capaz de atinar contos de fadas o Estado. Não sabemos o Quando nos referimos a
monopartidarismo, Dhlaka- com o interesse do povo, que já ouvimos que falta na liderança da uma unidade de contrários
ma fincava o pé em eleições, que quer ver o regime cadu- oposição, para assacarem tem em vista salvaguardar
há mais de vinte
mercado livre, liberdade de co na Frelimo fora do poder, que vivemos num Estado o espírito de controlo e fis-
imprensa e expressão. Pi- em Outubro. Uma oposição anos. desgovernado, num Estado calização, atendendo que a
lares chaves do Estado de que coopera uns contra ou- “gangsterizado” e desacre- oposição não tem meios nem
Direito e de justiça social. tros, para em Outubro en- ditado, que não precisamos recursos humanos que ga-
Dhlakama deixou uma tregarem o ouro aos ladrões ça de paradigma de governa- de olhos dos doadores para rantam uma presença plena
obra completa, a última é que faliram o país, lança- ção. Mas o povo tem vindo vermos que uma oposição em todos os postos de vota-
a eleição dos governado- ram o povo no desespero. a manifestar esse interesse, séria precisa-se. Precisa- ção. E o que significa? Nos
res. É um pressuposto em A falta de uma liderança de se ter uma oposição uni- -se de mentes iluminadas anos passados tínhamos um
que vinha insistindo nos pragmática na oposição é da, quando do lado dos po- na liderança da oposição, líder da oposição interactivo
últimos 26 anos, embo- que tem suscitado uma nos- líticos ocupados em privi- para conferir o mínimo de e mobilizador, que se desdo-
ra com outras “nuances”. talgia a Dhlakama, que em légios, grupos de interesses dignidade roubada no sonho brava em milhões de papéis
Mas o espírito de Dhlaka- momentos cruciais como e países por onde viajam, talhado pelo Junho de 1975. e aplicativos. Era ele que
ma continua aberto, nal- este ensaiava mudança de toma o verdadeiro sentido É urgente que os líde- ocupa a vaga dos ociosos,
gumas pessoas continua direcção e tomava posições de mudança de paradigma res da oposição repensem dos medrosos e cobardes
vago, mesmo no interior importantes, para a mudan- como algo desnecessário. numa agenda, porque en- de Moçambique

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Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 9

Opinião

RM sem honra nem glória


Por Edwin Hounnou

N
o dia 6 de Maio de A RM está afundada e a vidar aos estúdios para uma seus profissionais levam para a
2019, a Rádio Mo- passar pelos seus piores mo- conversa. O nosso amigo disse gravação e isso não se deve à
çambique, RM, nos mentos, desde a independên- Na RM há lugar que o seu emprego termina- falta de fundos, mas, à ausência
seus serviços no- cia nacional, tanto em termos ria com o fim da tal conversa de iniciativa e de imaginação
ticiosos irrompeu com uma editoriais como em gestão cor- para todos? – É uma porque, na RM, o ambiente é dos seus dirigentes. A RM tem
enfadonha “Nota de Abertura” rente. Nas actuais condições anedota. Na RM de grande intolerância. O dife- tudo para ser diferente e me-
em resposta às nossas críticas, em que se encontra a RM, não rente é ferozmente combatido. lhor e para tal precisa de uma
na qual se enrola em ameaças há honra alguma a defender. É não cabe a Renamo A Nota de Abertura,diz que direcção forte. Um dirigente
aos “colegas bem identifica- chegado o momento de recons- nem o MDM nem “Na Rádio Moçambique há lu- batalhador não lhe resta tem-
dos”, que não os aponta, nem truir uma rádio nacional onde gar para todos. Estamos abertos po algum para perseguir seja
qualquer outro
diz como se chamam, esqui- todos os sectores da sociedade ao diálogo e a qualquer audito- a quem for. Aprofundaremos,
vando-se, assim, dos proble- se possam reflectir. O G40 que que pense de modo ria externa, se for o acaso, para mais tarde, a questão da estag-
mas que apoquentam a massa vá, querendo, lançar os seus diferente. aferir os nossos actos admi- nação de novos profissionais
laboral desta estação emissora. impropérios a partir da Rádio nistrativos”. Ora bem, não faz que se dizem marginalizados.
É uma nota cheia de mentiras, Índico, que é propriedade da muito tempo, por não observar Qual é a razão para tanta ape-
de saudosismo de um passado Frelimo e nós não nos impor- os princípios básicos da coisa tência da RM, TVM, GABIN-
construído por outras mãos e taremos com isso. O povo quer side no seu alinhamento po- pública, à revelia da UGEA, o FO e do Instituto Nacional de
idealizados por outras mentes. uma rádio abrangente, despar- lítico com a Frelimo. A RM PCA tinha mandado fornecer Comunicação Social em rea-
Uma nota de arrogância e vazia tidarizada e descomprometida ficou diminuída quando virou mobiliário à Direcção de In- lizarem conselhos consultivos
de conteúdo. Ao invés de sair com todas as forças políticas. departamento de propaganda formação e quando se viu mal na mesma estância turística:
em defesa da falta de carácter, “A Rádio Moçambique guia- política da Frelimo. O povo parado, ordenou a interrupção LAKE VIEW RESORT CHI-
deveria reconhecer-se, no mí- -se por padrões de qualidade paga impostos para a Frelimo do processo. Para o efeito dessa DENGUELE? É por ser pro-
nimo, culpado pela situação internacionalmente aceitáveis, ficar cada vez mais arrogante. aquisição, Naguibo contou com priedade do secretário-geral
sombria por que passa a RM. mas sempre dentro da realida- Em todos os debates políti- o apoio do seu “rapaz”, aliás, do partido Frelimo, o “cama-
Temos informações que con- de sociopolítica, económica e cos, têm direito a ser chamados do seu assessor para memoran- rada” Roque Silva. Explicação
firmam que a Nota de Abertu- cultural do país” – diz a Nota para tecer comentários os ali- dos, Patrício Filipe, passando melhor que esta não existe.
ra reflecte apenas a opinião de de Abertura. Isso é zero. Não nhados com a Frelimo. O pro- por cima da UGEA, entidade Mais, soubemos, de uma
Naguibo e não da RM. Ela não diz absolutamente nada. Uma grama “Linha Directa” e “Esta legalmente constituída para fonte bem segura, que a RM
foi discutida no Conselho de mente normal não pode emitir Semana Aconteceu” deveriam aquisição de bens e serviços vinha realizando, regularmen-
Administração e os jornalistas uma mentira grosseira deste ta- ser extintos por constituírem pelas instituições do Estado. te, os seus conselhos consul-
dizem não terem participado manho. Qual é a realidade que uma afronta à Constituição que Na RM há lugar para to- tivos no Hotel Rovuma, em
na sua elaboração e nem pas- faz da RM uma rádio partidari- interdita práticas discriminató- dos? – É uma anedota. Na Maputo, pagando cerca de 500
sou pela redacção, o que nos zada? Alguma razão pode jus- rias. Vemos membros da OJM, RM não cabe a Renamo nem mil meticais. Quando a “festa”
permite concluir que se trata de tificar que se recrute G40, um OMM, ACCLIN a passearem a o MDM nem qualquer outro chegou, foram à LAKE VIEW
uma opinião pessoal do PCA. grupo de intelectuais de diver- sua classe numa rádio das con- que pense de modo diferente. RESORT CHIDENGUELE
O director de Informação, Pau- sos domínios de conhecimento tribuições de todos. A Rádio Fomos informados de que a onde o grupo de Naguibo
lo Jotamo teve conhecimento humano, oriundos somente da Moçambique de hoje é o sinal RM não tem um meio de trans- desembolsou 2.500.000,00
da Nota só no dia seguinte, a Frelimo, para tecerem comen- inequívoco de que a Frelimo porte para os trabalhadores. meticais para um único con-
07/05, e assinou-a para meros tários, emitirem juízos de valor não está preparada para uma Isso é incrível para a grande- selho consultivo. Isso é um
efeitos de arquivamento. As favoráveis ao regime e ao par- convivência democrática onde za e tamanho da nossa rádio. sinal inequívoco de que o sa-
fontes que ouvimos dizem que tido no poder? O que justifica ninguém é polícia de ideias de Para se aperceber da situação que está em curso. Esta é a
essa Nota não reflecte a posi- a exclusão, numa rádio pública, ninguém. Um dia, desafiámos em que a RM se encontra, é nossa Nota de Abertura sem
ção de nenhum órgão da RM de opiniões políticas de outros a um dos amigos jornalistas suficiente observar os equi- evasivas nem subterfúgios.
nem dos seus trabalhadores. quadrantes? – O problema re- da RM para também nos con- pamentos antiquados que os
de Moçambique

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10 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Nacional
(Continuação da página 5)

prisão. O que tem a dizer? Filipe Nyusi – Mas essas veio para o meu gabinete e acho que sim. Isto me parece teger os objectos económicos.
Filipe Nyusi – Normal- pessoas o que faziam que le- trocamos impressões sobre mais àquela narrativa social Canal – Está no fim do
mente quem é o persegui- vou a que fossem atacadas? diferentes assuntos. Algumas de que quando morre uma seu mandato. Sente que a
dor nestes casos, quando Canal – Permita-me dar- coisas quando procurei saber criança o velho é feiticeiro. sua actuação melhorou a
há perseguição política? -lhe três exemplos frescos. dos investigadores sobre o Mas eu acredito que se for ne- vida dos moçambicanos.
Canal – Salvo outra in- O professor Jaime Macuane, que terá acontecido, eles me cessário perseguir isto deves ir Os moçambicanos estão
terpretação, normalmente o jurista Ericino de Salema, que explicaram outras coi- lá onde se fazem as investiga- agora com uma vida me-
o entendimento é que quem todos eles comentadores sas que não tem nada a ver ções para ver, ao invés de per- lhor do que há cinco anos?
detêm o poder é quem perse- políticos foram raptados e o crime visto dessa maneira. guntar ao seu Presidente. Se Filipe Nyusi – Normalmen-
gue, politicamente falando. feridos gravemente. Gilles Canal – Que tipo de coi- calhar você pode fazer melhor te eu não gosto de ser juiz de
Filipe Nyusi – Eu nem se- Cistac foi simplesmente as- sas são essas de que os trabalho de investigação como mim mesmo, e até não é cor-
quer sabia das pessoas que sassinado com brutalidade. investigadores falavam? jornalista e dar-nos matéria. recto. Eu penso que as pes-
iam ser chamadas. Não sabia. Filipe Nyusi – Mas o que Filipe Nyusi – Falavam de Canal – Senhor Presiden- soas é que devem avaliar isso.
Isso qualquer pessoa sabe que eles faziam de diferente, que coisas de ordem social ou qual- te, o que está se passar em Agora uma coisa que vou lhe
eu não sabia. É um assunto os levou a serem persegui- quer outra explicação. Acho Cabo Delgado. O que tem a ser franco é: não sei se há uma
conhecido. É um processo dos? O que eles faziam de es- que vocês também ouviram dizer aos cidadãos de Cabo outra desgraça que vai acon-
internacional. Não acredito tranho? Porque é que não faz também essas explicações. Delgado e aos moçambica- tecer neste país do que aquilo
muito na narrativa de per- essa pergunta quando morre Canal – Não ouvimos. nos no geral, como coman- tudo que nos aconteceu nesses
seguição política. Simples- uma outra pessoa ou quando é Mas a questão é que não dante em chefe das Forças quatro anos e meio. Eu esta-
mente porque não vejo mo- atingida uma outra pessoa? Ou há responsabilização. Esse de Defesa e Segurança? va a tomar posse, no dia que
tivos. Porque quem convida por que não faz essa pergunta é que é o principal pro- Filipe Nyusi – Fazes mui- estava a tomar posse estava a
e manda prender é o tribunal a si mesmo? Por que é que tu blema, fica-se com a sen- to bem esta pergunta porque partir-se tudo na zona de Mo-
então estão a querer dizer- não és atingido, por exemplo? sação de que isso tudo é mostra equilíbrio da tua parte cuba, centro do país. Depois
-me que o tribunal é político. Canal – Ainda não sei... permitido em algum lugar. sobre os assuntos do país. O seguiram-se secas, inundações
Canal – O processo das país está a ser vítima e pre- e do outro lado secas e de-
dívidas foi instaurado em cisamos todos nós perceber- pois veio a guerra que matou
2015. Mas só em 2018 de- mos, como moçambicanos a pessoas e depois o dinheiro
pois da prisão do ex ministro real motivação. Será porque que não entra, enfrentamos
Manuel Chang é que a jus- somos ricos entre aspas ou há problemas de financiamento.
tiça moçambicana decidiu riqueza em Moçambique? Há Canal – Está a querer di-
funcionar. Tem alguma coisa vezes que se fala de conotação zer que essa sucessão de fac-
a dizer para o facto de haver islâmica, mas é bom que não tos perturbou o seu plano?
uma sensação de que o nos- se use isso como máscara. O Filipe Nyusi – Perturbou
so estado só agiu depois dos que nós temos que fazer agora mas foi um desafio. Deu-nos
sul-africanos terem agido? e as forças de defesa e segu- oportunidade nós moçambi-
Filipe Nyusi – Vocês têm canos, volto a usar o termo,
rança, estão a dar toda a sua
acesso à justiça. Eu não posso somos resilientes, porque
inteligência e é assim que se
estar a falar em nome da justi- no meio de tanta dificuldade
faz em todo o mundo, é pu-
ça ou da justiça. É indecente. como essa nós conseguimos
dermos, saber a motivação e
Canal – Senhor Presiden- olhar para frente. Olhar para
quem são os mandantes. Se é
te, Moçambique vai ou não frente e em alguns sectores
um grupo maximamente estru-
pagar a dívida que se sabe aumentamos a produção. E
turado, ou não. Eu tenho que
ilegal e inconstitucional, nós andamos, estamos a tirar
saudar as forças de segurança
e com o dinheiro do gás? gorduras, esbanjamento em
Filipe Nyu- até agora, se o pior não surgiu
termos de consumo, estamos
si – Mas qual dívida? é porque esses jovens estão a consumir o necessário mas
Canal – A dívida ocul- de uma maneira diária e toda vitaminado, neste caso não
ta, Senhor Presidente. hora incansáveis. O esforço na totalidade como gostaría-
Filipe Nyusi – Mas, isso, o nosso como país como povo, mos de fazer. Portanto, um
ministro Maleiane já falou. A não deve ser de dizer que o momento de desafio qualquer
dívida não está ser paga agora. Governo não faz nada porque pessoa sente que estamos a
Nem que tivesse que ser paga, não há nenhum Governo que trabalhar debaixo de fogo
a previsão não era com o gás. permitiria que fosse atacado. mas estamos a sobreviver.
Canal – Vamos pagar, Canal – Então quer dizer Canal – Pode explicar
ou não? É isso que os mo- que o Estado ainda não sabe como é que o Governo con-
çambicanos querem saber. realmente o que se passa? tornou o bloqueio financeiro?
Filipe Nyusi – A dívida só Filipe Nyusi – O esforço Filipe Nyusi – Os moçam-
por si, se não fosse uma dívida nosso é todos colaborarmos bicanos é que são bons nisso.
conflituosa como esta. Se fos- para ver se conseguimos saber Acredite, meu irmão, só a con-
se dívida devidamente estru- quais são as motivações, por- centração do moçambicano.
turada, seria um processo cor- que isso pode de se alastrar. O Da maneira como os moçam-
rente. Não há país que não tem que está acontecer lá? Atacam bicanos viveram nessa altura,
dívida. Agora a partir da altura as povoações e usam jovens e foram para o essencial. Sou-
que isso se tornou problema, as pessoas capturadas. Parte, beram que nós temos crise,
houve turbulência. Agora se significativa, são estrangeiros. interpretaram. Porque se não
paga com gás ou não, primei- Atravessam a fronteira, vem tivéssemos a consciência...Al-
ro tem que se esclarecer se se para aqui mas quando são cap- guém estava a dizer que vocês
paga. Como é que se paga, turados, são devolvidos para imprimem o jornal na África
é outro momento. Agora, o Filipe Nyusi – Porque é que Filipe Nyusi – E há outras os seus países, então o modo do Sul, viram que aqui não
gás não se mistura com isso. temos que relacionar sempre coisas que acontecem que operandis dele é esse. Agora compensa, imprime do outro
Canal – Durante o seu coisas difíceis. Eu não sei. há responsabilização? Como estão a distribuir-se em grupos lado, essa criatividade, essa
mandato abriu-se um prece- De entre esses três a que se classificas que essas tem res- pequenos. Mas nas aldeias há imaginação de que o jornal
dente de ataques selectivos a referiu, não conheci Cistac. ponsabilização e outras não. uma grande vigilância. Não não deve parar, é o que está
pessoas devidamente identi- Sabes que eu não vivia aqui. Como classificas? Não achas posso dizer mais sob o risco acontecer em quase que todos
ficadas com alguma opinião Só depois ouvi falar. O outro que estás a ser tendencioso? de comprometer o trabalho os sectores. Eu vejo na agri-
adversa à opinião oficial, e é Macuane. Mas eu conheço Canal – Acha que que estamos a fazer para con- cultura, na educação, porque
fala-se mesmo da existên- o Salema porque depois da- essa interpretação so- ter isso. O trabalho é procurar- não parou educação, saúde,
cia de esquadrões da morte. quilo tudo quando ouvi tam- bre a impunidade nesses mos quem é o mandante disto aquelas enfermeiras no mo-
Acredita que são manifesta- bém fiquei preocupado, man- ataques é tendenciosa? tudo e qual é a motivação. Es- mento da ponta, aliás, o exem-
ções criminais normais, ou dei o Primeiro-Ministro para Filipe Nyusi – Acho sim tamos a trabalhar com as mul-
politicamente motivadas? ir falar e já falei com ele, já porque. Até pode ser, mas que tinacionais para também pro- (Continua na página 12)
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 Publicidade 11
12 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Nacional
(Continuação da página 10)

plo flagrante é agora essa solida- so ouvi dizer, mas não li? vida de ninguém. Eu penso que a ver o poder excessivo. O modelo Frelimo para as próximas elei-
riedade com o Idai. Toda a gente Canal – Como não leu, não é esse o caso mas sabe que que foi desenhado não é um mo- ções. Quais são as ideias que
meteu-se ali, esquecemos as nos- se o documento foi envia- ele é meu irmão mais novo. Ele delo diferente de muitos países. quer implementar no próxi-
sas diferenças, então fomos soli- do com o seu conhecimento? chama-me mano Nyusi. Até essa Canal – O nosso modelo mo mandato, caso seja eleito?
dários, etc. É essa força toda, até Filipe Nyusi – Mas coisa de Presidente, chama-me não garante independência Filipe Nyusi – Não quer
encoraja a mim. Porque às vezes ser suspenso de quê? Presidente, Excelência quando do judiciário por exemplo voltar a fazer melhor en-
fico a perguntar como vamos fa- Canal – Ele propõe que estamos em público mas quan- por exemplo? Onde tem que trevista depois [disso]?
zer com os salário, horas extras, o senhor seja suspenso de do estamos juntos chama-me de nomear o Presidente do Tri- Canal – Acha que, para
etc. Então os professores têm a membro o que significa que mano Nyusi. Eu acho que esse bunal Supremo, do Constitu- os moçambicanos, me-
capacidade de compreender que deixa de ser presidente do assunto é de eu e meu irmão, cional, do Administrativo... rece mais um mandato?
queremos pagar mas não esta- partido, porque ele acha se existir, mas penso que não. Filipe Nyusi – Sabe quem me Filipe Nyusi – Mas por que
mos a conseguir pagar. O mesmo que não está a dirigir bem. Canal – Senhor Presidente averbou como Presidente da Re- quer que eu dê cábula aos meus
se sucedeu com o empresariado Filipe Nyusi – Não acha que deixe-me perguntar. Estamos pública? Foi o Gamito. Ele é adversários? Deixa lá as coisas
não estávamos a conseguir pagar nós tivemos agora um Comi- agora no processo de revisão que me empossou. Então não sei vão acontecer, a mesma fórmula
(o reembolso do IVA) mas sa- té Central, onde nos reunimos, no Conselho Constitucional. quem é que manda mais aqui. mágica de sobreviver com di-
bíamos que tínhamos que pagar onde esses assuntos foram tra- Vários estudos e cientistas Canal – Está a querer dizer ficuldades, vamos trazer outra.
medicamento primeiro, tínhamos tados. Aquele é que é o melhor tem vindo a dizer o Presiden- que não vê problemas nisso? Canal – Senhor Presidente,
que pagar o professor ou o enfer- lugar. E já existiu esse lugar. te da República pelo actual Filipe Nyusi – Não estou a com- foi divulgada uma gravação,
meiro, etc para equilibrar. Agora Canal – Mas os cidadãos modelo Constitucional, é ver- preender quem é que manda mais, em que o ministro Celso Cor-
que estamos com certa capaci- que não estiveram lá dentro dade que não é o senhor que ele é que me empossou. Ele podia reia terá confessado que rece-
dade estamos a pagar, o salário e não sabem o que foi tra- fez, a constituição tem pode- não me averbar no dia da tomada beu comissões da HCB e disse
nunca parou de ser incrementa- tado lá dentro. Aliás, nem res excessivos. Como é que de posse. Nós os moçambicanos que isso é normal no Governo
do. Portanto, gosta de dirigido todos os membros do par- olha para isso. Não se sen- às vezes não devemos procurar e que ele tem controlo sobre
com franqueza, com honestida- tido Frelimo estiveram lá. te com poderes excessivos? problemas. Acha que o presidente si? Tem algum comentário?
de. Não é com demagogia, a de- Filipe Nyusi – Mas o cidadão Filipe Nyusi – Se eu tivesse dos Estados Unidos da América, Filipe Nyusi – Não sei em
magogia não ia me ajudar muito. não vive na sua casa onde você poderes excessivos há muitos por exemplo, tem menos poder? que contexto isso foi dito.
Canal – Senhor Presidente, trata a sua irmã ou seus irmãos. problemas que ia resolver. Não Canal – Mas aí há os cha- Canal – Senhor presidente
falemos do partido Frelimo, Canal – Mas, Senhor Presi- estou a compreender qual é o mados métodos de “check and sabemos que há auscultações
de que é também presiden- dente, a minha casa ou a minha poder excessivo estão a dizer. balance”, em que, nas insti- a vários níveis para criação
te. A sua relação com Samora família não perseguem fins pú- Canal – Queria mais tuições, os colégios são funcio- de um fundo soberano. Qual
Machel Júnior está publica- blicos e não interferem na vida poderes para além dos nais e não estão dependentes é o modelo que se pretende se-
mente deteriorada. Ele fez pública. O partido Frelimo, que tem actualmente? do Presidente da República. guir de modo que esse fundo
uma exposição em que fala da sim. Aliás, dirige todos os mo- Filipe Nyusi – É que não es- Filipe Nyusi – Sim, mas no- financie o desenvolvimento e
sua interferência para a exclu- çambicanos pois está no poder. tou a compreender o problema. mear, o que tem a ver? Na nova sirva para outras gerações?
são dele no processo eleitoral Filipe Nyusi – Aquilo é um Canal – Não com- Constituição que estamos a dis- Filipe Nyusi – Lançámos a
e propôs que o senhor fosse assunto privado do partido. É preende? Pela Constitui- cutir, depois de ser averbado ideia e estamos a ouvir contri-
suspenso. Concorda com a exactamente a mesma coisa. ção, nomeia quase todos e vou empossar os governadores. buições. Esperamos ter a con-
crítica ele faz à sua direcção? Não custa. A população com- tem influência sobre eles. Canal – Foi confirmado tribuição de todos, e oportuna-
Filipe Nyusi – Por aca- preende. Eles não especulam a Filipe Nyusi – Não! Não estou como candidato do partido mente iremos pronunciar-nos.
de Moçambique

Daviz Simango acusa o STAE de excluir recordou que estamos a poucos


meses do início da campanha
eleitoral, mas tudo está em
zonas de influência da oposição e fala banho-maria, com os acordos
a demorarem a chegar, o que

em “comédia eleitoral” cria suspeita sobre o acordo


que se vai alcançar. “Não acre-
ditamos que em quatro meses

C
ontinuam as crí- resultados, está a ser marcado estará tudo bem resolvido,
ticas sobre as sus- por diversas irregularidades, já pois o processo de desmili-
peitas de que o reportadas pelos partidos polí- tarização, desmobilização e
Secretariado Téc- ticos e por técnicos do STAE. reintegração, pela sua nature-
nico da Administração Elei- As irregularidades começam za, é complexo e conflituoso,
toral está a repetir os mesmos nas avarias constantes do por um lado, e, por outro, não
problemas do passado, para “Mobile”, impressoras, “sof- acreditamos que se cumpra a
prejudicar o recenseamento tware”, e na falta de baterias. desmilitarização, desmobili-
eleitoral nas zonas de influên- Dados actualizados do STAE zação e reintegração”, disse.
cia da oposição. O presidente indicam que, na província de
do Movimento Democrático Gaza, já foram registados cer- Daviz Simango condena de-
de Moçambique, Daviz Si- ca de 200.000 eleitores. “Este putada da Frelimo que insti-
mango, diz que o STAE está fenómeno, quem pode expli- ga à violação de mulheres
a fazer de tudo para excluir car é o STAE, o mentor desta No seu discurso, o presi-
os eleitores da zona centro do comédia. Com a consequente dente do MDM condenou a
país e diz que é uma comédia os mesmos, e o protagonis- recenseamento, e o número redução dos eleitores nas ou- declaração de Alice Tomás,
desempenhada pelo STAE. ta da comédia é o STAE.” de recenseados até é suspei- tras províncias, iremos ouvir deputada da Frelimo, que
Daviz Simango diz que a to. Acrescentou que o STAE os poetas do dia a dizerem propôs que, Fátima Mim-
Daviz Simango falava, no atitude do STAE é deliberada, continua a ser a verdadeira que foi uma vitória retum- bire, funcionária do Centro
passado sábado, durante a com vista a dar vantagens ao fonte de conflito quando o bante, asfixiante e esmaga- de Integridade Pública, fos-
abertura da III sessão do Con- partido Frelimo, pois, segundo discurso oficial é sobre a paz. dora neste processo”, disse. se sexualmente violada, por
selho Nacional do MDM. disse, na província de Gaza, Efectivamente, o processo ter proposto a indicação de
“Estamos no processo de re- onde a Frelimo é influente, eleitoral nas regiões centro e Sobre a paz Afonso Dhlakama como he-
censeamento eleitoral, e os não há registo de problemas norte, zonas em que tendencial- Sobre o processo da nego- rói nacional. (Redacção)
defeitos do passado continuam técnicos com as máquinas do mente a oposição obtém bons ciação da paz, Daviz Simango, de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 Publicidade 13

Candidaturas para Participação do Programa de Desenvolvimento de


Empreendedorismo em 3 dias patrocinado pelo Standard Bank
e pela Eni Rovuma Basin BV.
No dia 31 de Outubro de 2018, o Standard Bank, se enquadre em uma das seguintes áreas de
S.A (doravante apenas “Standard Bank”) e a Eni actividade:
Rovuma Basin no âmbito da implementação do a. Agricultura;
Plano de Conteúdo Local do Projecto Coral Sul, b. Energia renovável;
assinaram um Memorando de Entendimento para c. Serviços de lavandaria;
a implementação conjunta de um Programa de d. Fabrico de móveis
Desenvolvimento Empresarial com o objetivo de e. Transporte de mercadorias;
promover ligações comerciais e oportunidades
f. Serviços logísticos;
para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs)
Moçambicanas. g. Armazenagem;
h. Transporte de pessoas;
Como parte deste Memorandum, o Standard i. Mecânica;
Bank e a Eni Rovuma Basin, estão a receber
j. Construção civil;
candidaturas para um bootcamp, destinado à
PMEs Moçambicanas, com o objectivo de as apoiar k. Construção de estradas;
a validar os seus modelos de negócio, de maneira l. Fabrico de móveis;
a garantir sustentabilidade e escalabilidade. O m. Serviços de alimentação;
bootcamp, será dado pela ideiaLab, e é uma imersão n. Gestão de instalações;
de 3 dias que terá lugar nos dias 29, 30 e 31 de Maio o. Agências de recrutamento;
do corrente ano. p. Gestão de resíduos;
Durante o bootcamp, os participantes terão a q. Saúde e segurança no trabalho;
oportunidade de utilizar metodologias que irão 5- Será considerada uma vantagem, as candidaturas
permitir avaliar, melhorar, desenhar e comunicar de empresas:
os seus Modelos de Negócio. • Fundadas por mulheres
O programa será realizado na Incubadora de • Fundadas por jovens empreendedores (com
Negócios do Standard Bank, localizada na Rua menos de 35 anos)
de Desportistas, nº 119, 1º andar. A participação • Empresas que adoptem princípios de economia
é gratuita e todos os materiais e refeições são da circular;
responsabilidade dos organizadores.
6- Para conclusão do curso, a participação nos 3
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE PARA O dias, das 8h às 17h, é obrigatória.
PROGRAMA: 7- Será selecionado apenas um participante por
1- Um negócio formalmente registado em empresa.
Moçambique com toda a documentação da
empresa em ordem e válida, ou seja, Caso esteja interessado em se candidatar para este
a. Um Alvará válido; programa, preencha o formulário de candidatura
b. Cópia do Boletim de República; no seguinte link:
c. Registo comercial; https://forms.gle/zioLV5MV9xQGGUVa8 até ao dia
d. Prova do endereço comercial. 21 de Maio de 2019 ás 23:59h. Os candidatos pré-
e. NUIT da empresa; seleccionados terão que apresentar a documentação
indicada acima.
2- Pelo menos 2 anos de actividade, com receita
anual comprovada; Qualquer dúvida pode ser direcionada para o
seguinte endereço electrónico:
3- Exclusões em termos de tipos de entidades: não incubadora@standardbank.co.mz . Os candidatos
serão aceites candidaturas de ONGs, Associações, pré-seleccionados serão notificados por e-mail
Embaixadas, Fundações, Instituições até 24 de Maio de 2019. A seleção final depende
Governamentais e religiosas; da apresentação atempada da documentação
4- Os candidatos devem ter uma empresa que solicitada.
14 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Centrais
Diz Edney Vieira, director-geral

“Não há qualquer intenção de


N
um país sem polí- e reduzir a utilização da Matola auxiliar a levar o cimento mais
tica de habitação e 2. Ela funciona hoje basicamente distante, não vai colocar o ci-
com o cartel bancá- para aliviar a fábrica maior, quan- mento de graça, cobra o seu
rio a aplicar taxas do temos uma grande paragem preço também, isso são custos
draconianas para o crédito para respiração da linha de pro- e uma cadeia que é preciso ali-
habitacional, a autoconstru- dução ou caso tenhamos alguma mentar. Quando a gente tem que
ção é a solução que os cidadãos necessidade ou projecto especial. fazer isso, quanto mais ando
encontraram para garantirem Está cem por cento pronta para com cimento, mais ele custa. Co-
um direito básico que é ter um rodar imediatamente em pleno. meço a entrar em problema de
tecto. Nessa equação entra a Mas, como disse, essa redução competitividade com o cimento
“Cimentos de Moçambique”, aconteceu há cerca de dois anos. importado. Se alguém manda
o provedor do produto mais Não houve e não há qualquer cimento barato, com fretes de
essencial da construção, o ci- ideia ou intenção de fechar ou retorno, fica barato. E começa a
mento, cujos preços são, vezes mesmo reduzir a nossa activi- competir com as empresas na-
sem conta, não compreendidos dade actual. Queremos crescer. cionais de forma desleal. A “Ci-
pelo cidadão, que questiona Canal – Como está a situa- mentos de Moçambique” está
como é que o cimento é caro ção das fábricas de cimento e aqui com o parque produtivo, es-
sendo produzido às toneladas em termos de disponibilida- critórios, colaboradores e temos
em Moçambique. É essa expli- de na zona norte, onde o pre- de custear isso. Quando falei de
cação que fomos procurar jun- ço é geralmente mais alto? cabotagem, precisamos de en-
to do director da “Cimentos de Edney Vieira – Nesse aspecto tender como viabilizar economi-
Moçambique”, Edney Vieira, temos muito mais capacidade na camente esse sistema para per-
que aceitou conceder-nos uma Região Sul – na Matola temos mitir mais flexibilidade e acesso
entrevista em que explicou duas fábricas de cimento prontas entre as Regiões Sul e Norte,
que a “dolarização” de toda a para rodar em pleno – do que no criando fluxos de produtos.
cadeia de produção de cimen- centro e principalmente na Re- Canal – Qual é a estratégia cimento a preço de custo ape- de uma crise económica, mas há
to é o factor principal, que só gião Norte. A natureza do nosso para sobreviver num mercado nas. E a “Cimentos de Moçam- indícios e até expectativas para
tende a agravar-se enquanto negócio é a produção e, além dis- apertado como o de cimento? bique” é contra o “dumpimg”. se pensar que Moçambique vai
o metical continuar a derra- so, o país precisa de crescer. Há Edney Vieira – A persistência Canal – Considera que a in- crescer mais este ano. Quando
par. Mas fala também sobre muita infra-estrutura por fazer no na actividade e a produção local dústria de cimento moçambica- um país cresce, o cimento é um
a necessidade de se proteger a país. E não estou a falar apenas é uma questão de oportunidade na está devidamente protegida? dos vectores iniciais que geram
indústria nacional de cimento. de grandes pontes, que também de mercado e exercício contínuo Edney Vieira – No passado, e participam nesse crescimen-
Uma medida de readequação são necessárias, porque a rodovia de disciplina financeira e opera- não existia tarifa para o cimento to. A indústria nacional e local
das unidades de produção da que foi feita agora é importantís- cional que nos faz resistir. Para e foi feito um trabalho junto ao de cimento está preparada para
“Cimentos de Moçambique” sima para o país. Todo o mundo a “Cimentos de Moçambique” Governo, que entendeu a situa- responder a esse crescimen-
foi interpretada como inten- gosta de ir à Ponta do Ouro em se manter a funcionar, precisa ção da indústria do cimento no to. Precisamos que todos este-
ção de fechar a fábrica da menos tempo. A conexão com de produzir para recuperar os país. Foi implementada uma taxa jamos alinhados e na mesma
Matola, atribuindo-se o ónus a África do Sul é importante. seus custos de produção e gerar de importação de 20%, que está página, de que precisamos de
à crise. Mas Edney Vieira es- Esse tipo de progresso é bom. valor acrescentado (lucro) para em vigor até o presente momen- estimular o consumo do cimen-
clareceu que a “Cimentos de Mas acho que ainda há défice permitir o reinvestimento no to. O cimento importado já não to nacional. É a criação de um
Moçambique” não pretende de habitação, casas, edifícios parque produtivo. Existem em- entra aqui de forma abundante. ciclo virtuoso que realimenta a
fechar a fábrica e que a notícia que precisam de ser reformados, presas com grandes capacidades O único cimento que eventual- própria economia. É valor gera-
que circulou há dias de que a ruas, rodovias. Moçambique é de produção, nomeadamente, em mente entra vem da África do do e reaplicado para benefício
“Cimentos de Moçambique” um canteiro a céu aberto. É um países do Oriente, que se valem Sul para obras muito específi- dos próprios moçambicanos.
iria fechar a fábrica não pas- país emergente e que precisa de desse tipo de situação para man- cas. Hoje em dia, acho que a Canal – Como é que
sou de uma má interpreta- crescer com urgência. E o sec- ter a maquinaria a funcionar e maioria do cimento importado acha que se faz isso?
ção. Acompanhe a entrevista. tor cimenteiro está pronto para vendem o cimento que não é é sul-africano. Existe algum que Edney Vieira – Privilegiando
auxiliar Moçambique e atender consumido localmente. Esse vem da China ou do Paquistão, o consumo dos produtos produ-
Canal – Recentemente foi a essa procura. Precisamos é subsídio é que faz com que se mas não é muito, de forma que zidos em Moçambique. A gente
veiculada informação sobre o de, juntamente com o Governo, permita fazer chegar o cimento o mercado fica equilibrado. só pode entender que o cimento
encerramento de unidade indus- destravar alguns nós logísticos a países do continente africano Canal – Há necessidade para importado venha na medida em
trial na Matola. Quer comentar? e fazer com que o cimento pos- a preços inferiores aos locais, ou que a importação aconteça? que o parque nacional ou a ca-
Edney Vieira – Aproveito sa chegar mais à Região Norte, seja, o preço do cimento é quase Edney Vieira – A avaliar pacidade instalada não consiga
para esclarecer essa situação da viabilizando a capacidade pro- apenas o do custo logístico. Nós pelos números, eles dizem que responder às necessidades inter-
informação veiculada no último dutiva hoje já instalada e pronta poderíamos fazer isso também, não. Acho que o importante é nas. E hoje não é assim que vejo.
fim-de-semana. Há cerca de dois existente na Região Sul. Reac- produzir tudo o que podemos e pensar o seguinte: Moçambique Temos grandes empresas insta-
anos, a empresa decidiu investir tivar a utilização da cabotagem vender para outros países e só precisa de emprego. Digo isto ladas. A “Cimentos de Moçam-
numa outra linha de produção, entre o Sul e o Norte parece- para manter os custos em linha, pensando de forma similar num bique” é uma fábrica nacional,
que é a Matola 2. Foi instalada, -me uma medida que precisa de mas não é uma política muito país como o meu, o Brasil, que pertencente ao grupo multinacio-
e decidimos reforçar a nossa ser estudada mais ao pormenor. saudável do ponto de vista de precisa de gerar emprego urgen- nal brasileiro da “InterCement”,
posição de mercado. Entretanto, Canal – Isso im- comércio internacional, pois isso temente. E tenho a convicção de mas temos a “Limak”, que é uma
infelizmente, com o impacto da plica mais logística. não gera crescimento sustentá- que o sector da construção é que multinacional turca e a “Cimen-
desvalorização cambial tivemos Edney Vieira – Sim, e quan- vel e destrói valor da indústria gera emprego rapidamente e em tos Nacional” (na Região Sul)
que readequar a nossa produção do falo com os CFM para nos nos países onde se vender esse maior escala. Moçambique vem e também temos a “Cimento
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 15

Centrais
l da “Cimentos de Moçambique”

e fechar a fábrica da Matola”


to de uma forma diferente. As Eles exportam a preços mais ba- lar teve a sobrevalorização, que tos de Moçambique” está pre-
empresas nacionais precisam de ratos e criam problemas aos pro- gerou um desequilíbrio no mer- sente nas princpiais obras em
ter a sua capacidade estimulada dutores locais, que têm os custos cado, 20% perto de 100% de há Maputo e Matola. Seja o porto,
para que possam controlar bem alinhados com a economia local. dois anos atrás, praticamente cria infra-estruturas, rodovias, pré-
os seus custos e gerar empregos Seria bom se a gente conseguisse uma desvalorização do mercado dios novos que estão a sair, o
e pagar os impostos necessários, produzir o clínquer localmente, e uma penalização severa em edifício e casa onde você mora.
porque o país vive disso: a arre- porque, como empresa respon- custos industriais de produção. É uma empresa centenária e
cadação dos impostos; ainda não sável e todas as outras que estão No sector cimenteiro, se calhar, que participa na construção de
acharam outro meio mais eficaz. em Moçambique e investem aqui estamos a falar de cinco mil Moçambique ao longo desse
Canal – A que matéria-prima no país têm compromissos com empregos directos e indirectos, tempo. Agora é o ponto mais
se refere e que está “dolarizada”? a norma local, seria mais fácil que dependem da estabilidade importante da nossa história,
Edney Vieira – Importamos controlar a qualidade do cimen- deste negócio. São cinco mil fa- como indústria de cimento. Os
clínquer, não temos produção to consumido no país. Mas não mílias. É uma coisa muito séria. projectos que estão a chegar ao
auto-suficiente em Moçam- é assim, porque a gente não tem Canal – Qual tem sido o grá- Norte precisam também da par-
bique para alimentar toda a essa capacidade de produção de fico de vendas nos últimos anos? ticipação da indústria nacional.
produção de cimento. A única clínquer todo no país. Impor- Edney Vieira – A venda vem Não temos fábrica lá em cima
empresa integrada que produz tamos clínquer, gesso, e alguns caindo ao longo dos anos, por- em Cabo Delgado e Palma, a
clínquer é a “Cimentos de Mo- componentes industriais vêm de que o mercado vem encolhendo região onde haverá maior con-
çambique”, na sua fábrica da fora “dolarizados” ou em euros. e actualmente encontra-se estag- sumo de cimento. Mas uma vez
Matola. Entretanto, juntamente E tudo isso é um custo pesado. nado. Já foi muito mais pujante, que isso seja implementado, ou
com as demais, e também para Canal – A “Cimen- mas está contraindo, porque, tenhamos noção de como isso
as nossas outras unidades in- tos de Moçambique” pro- quando o país está com a econo- vai acontecer, a “Cimentos de
dustriais, importamos clínquer. duz o clínquer localmente? mia em estagnação ou recessão, Moçambique” está preparada
Canal – Todas? Edney Vieira – Sim, mas o cimento é o primeiro a sofrer, para uma parceria ou discutir
Edney Vieira – Sim, todas também importa, principal- juntamente com a construção uma forma de participar em
Austral” e a “Cimentos da Bei- temos de importar, pois, no país, mente para levar às suas uni- civil. São dois sectores que são todos os grandes projectos que
ra” (na Região Centro).Temos não há auto-suficiência de pro- dades do Centro e do Norte muito afectados. O que vejo de são feitos em Moçambique,
condições técnicas e de capaci- dução. O investimento numa do país. Como já disse, não bom é que parece que o país está utilizando barcaças e outros
dade para responder à procura. planta integrada de produção temos mais fornos a produ- a querer começar a voltar, agora meios logísticos para levar o
Canal – Já que falou de ou- de clínquer é altíssimo (poderá zir clínquer nas outras regiões. com os projectos de gás no Nor- cimento onde for necessário,
tras empresas, como olha para custar até 100 milhões de dóla- Canal – Ainda continua a te, parece que há projectos im- utilizando plenamente a capa-
o mercado em Moçambique? res), dependendo do tamanho e entrar muito cimento em Mo- portantes no “pipeline”, e todo o cidade instalada no país. Com
Edney Vieira – As nossas capacidade do forno a ser insta- çambique. O que acha que o mundo está a querer fazer, e diz- orgulho,-“nosso cimento”. Não
matérias-primas principais são lado. Hoje, a importação vem da Governo deve fazer para pro- -se que Moçambique vai crescer é só a “Cimentos de Moçam-
importadas, uma boa gama de Arábia Saudita, Irão e Vietname, teger a indústria nacional? a 3,5% ao ano. Que seja assim. O bique”, mas todo o mercado
material em dólares america- e o mercado é uma “commodity” Edney Vieira – Não tenho a país precisa de crescer e precisa nacional de cimento que tem
nos. Temos custos em dólares. volátil, susceptível à variação do percepção de que há muito ci- de botar números positivos na de participar neste momento.
E quando você verifica uma cer- dólar e ao custo do frete marítimo. mento ainda a ser importado, economia. O cenário todo é fa- Canal – Quais são os
ta volatilidade entre o dólar e o Canal – O que é o clínquer? salvo o que vem eventualmente vorável. Moçambique está a fa- novos projectos da “Ci-
metical, isso penaliza o produtor, Edney Vieira – É a matéria- da África do Sul, como disse an- zer um trabalho de casa, olhando mentos de Moçambique”?
que tem esses custos em moeda -prima do cimento. Tudo vem do teriormente. O que acho que o para formas de utilizar eventual- Edney Vieira – Estamos
forte. Por força disso, a empresa calcário, que é a matéria-prima Governo pode fazer é o que tem mente os recursos que chegarem. a preparar-nos para grandes
tem de estabelecer uma discipli- principal. Extraímos o calcário feito, manter um controlo rigoro- É preciso investir em educação, projectos de infra-estruturas.
na financeira muito grande para da mina de Salamanga, e esse so, principalmente nas operações saúde e geração de empregos. Há uma janela de oportuni-
não incorrer em problemas, con- calcário entra num processo portuárias sobre dois elementos. Tenho aqui na “Cimentos de dades como a reforma do
trolando custo e maximizando a químico, térmico, até ele chegar Um é dos impostos. O Gover- Moçambique” novecentas famí- porto de Nacala, corredores
operação. Masm tirando esse fac- a esse produto chamado “clín- no tem de ter mecanismos para lias que dependem dos nossos re- e mesmo os projectos vin-
tor, o mercado de Moçambique, quer”. Ele sai do forno do cimen- fiscalizar. A evasão fiscal retira sultados. A gente tem de ter uma culados à exploração do gás
apesar de ser pequeno, é concor- to. É o processo de “clinqueriza- receitas ao país, emprego, dig- corrente de pensamento e acções natural no Norte do país, e
rido, e temos um bom número de ção”, de verificar o dióxido de nidade e uma série de questões. positivas pró-Moçambique, por- estamos atentos a qualquer
“players” em todas as praças, e carbono, sílica e todos os ele- Essa questão do imposto vai que só assim é que o país vai movimentação que pode apa-
isso faz com que tenhamos uma mentos químicos que compõem além do número frio. O segundo gerar receitas e riquezas, e essa recer, porque temos capaci-
disputa saudável por vendas. A essa pedrinha, que depois vai ser ponto é o Laboratório de Enge- riqueza tem de ser investida no dade técnica e operacional
concorrência é livre e saudável. moída, e daí vem o pó do cimen- nharia de Moçambique, que tem país, criar um ciclo virtuoso de de atender a essa procura.
A empresa que instala um parque to. Começa em calcário, passa a obrigação de garantir a qualida- crescimento sustentado. A indús- A “Cimentos de Moçam-
industrial investe no país, gera por clínquer e termina no cimen- de do cimento que entra no país. tria produz e vende, as pessoas bique” é a empresa líder e,
empregos, paga impostos, tem to. A empresa ou tem um forno Canal – A taxa de 20% podia têm mais rendimentos e conso- como tal, quer estar presen-
todo o direito de competir no que custa muito implementar e ser revista pela necessidade de mem aquilo. Isso vale para qua- te em todas as obras de re-
mercado. Acho que o tratamento produz o clínquer, ou ela impor- proteger a indústria nacional? se todos os sectores produtivos. levo para o país e o sector
ao cimento importado não traz ta-o directamente de algum lugar Edney Vieira – A taxa dos Canal – Como é que a “Ci- que também está aparelhado
equidade em relação ao cimento e há muitas fábricas com capa- 20% poderia ser verista, porque mentos de Moçambique” está para responder a um even-
produzido localmente. Acho que cidades gigantes, mas não têm os custos em dólares subiram organizada para os grande pro- tual incremento da deman-
o produto que não gerou divisas mercado e começam a produzir para além disso comparativa- jectos no Centro e Norte do país? da. É o que todos querem.
para o país precisa de ser vis- clínquer para minimizar o custo. mente nos últimos anos. O dó- Edney Vieira – A “Cimen- de Moçambique
16 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Nacional

CIP exige perda de mandato


da deputada Alice Tomás
da pelos jornalistas para fa- pode ficar impune”, concluiu.
Rmangue.rom@gmail.com
eginaldo Mangue lar sobre o caso que a afecta Ainda sobre os comentários
directamente, disse já apre- da deputada do partido Frelimo

O
Centro de Inte- sentou uma queixa-crime, Alice Tomás, que manifestou
gridade Públi- porque a ameaça não é só publicamente o seu desejo de
ca diz que não para ela, é também para to- que Fátima Mimbire seja vio-
basta o partido dos aqueles que contrariam lada por “10 homens fortes”,
Frelimo repudiar os actos o regime e também é uma Baltazar Fael, pesquisador do
da sua colega da bancada mensagem que diz que to- CIP, afirma que o Ministério
parlamentar, Alice Tomás, das as meninas e mulheres Público tem responsabilida-
que escreveu, na rede so- violadas mereceram tal acto. des acrescidas. “Se os jorna-
cial Facebook, que Fátima “O meu sentimento é de listas, quando escrevem algo
Mimbire merece ser vio- tristeza e frustração, porque sobre um chefe do Estado ou
lada por dez homens e de- verifica-se que vivemos num uma ministra, vão parar à bar-
pois ser abandonada, por- país com muita intolerância”, ra dos tribunais sem que esses
que, alegadamente, os seus Assembleia da República a de representar Moçambique.” afirmou Fátima Mimbire e visados tenham metido quei-
comentários são veneno representar os moçambica- Edson Cortez disse que acrescentou: “A ameaça não xa, nesta situação, estamos a
para o povo moçambicano. nos. “O CIP vem aqui dizer não é a primeira vez que me vai fazer parar de fazer falar de um crime público, e o
que o comunicado feito on- Fátima Mimbire e o CIP so- o que tenho vindo a fazer. crime público não precisa nem
“Para nós, só repudiar não tem [quarta-feira da semana frem ameaças desse tipo. Estas ameaças, mais do que de queixa, portanto, o ofendi-
é o suficiente. O partido Freli- passada] pelo porta-voz da ”Em Janeiro deste ano, Ju- impedir de continuar, pelo do não precisa de ir apresentar
mo é um partido com respon- Frelimo sobre o distancia- lião Cumbane fez o mesmo contrário, é combustível para queixa”, disse Baltazar Fael e
sabilidades governativas em mento não é suficiente. O que tipo de afirmação, e o CIP continuar, porque prova que acrescentou que o Ministério
Moçambique”, disse Edson nós exigimos é que essa de- meteu uma queixa contra o que fazemos é importan- Público é chamado a agir com
Cortez, director executivo do putada perca o mandato, por- este senhor na Procurado- te para a sociedade. Mais urgência para mostrar a sua
CIP, e acrescentou que Alice que uma pessoa que pensa as- ria-Geral da República.” do que ameaçar a Fátima, a imparcialidade e seriedade.
Tomás não merece estar na sim não é uma pessoa digna Fátima Mimbire, solicita- ameaça incita à violação. Não de Moçambique

Segunda campanha pública deu passos significa-


tivos na investigação sobre

“Eu não pago as dívidas ocultas”


os responsáveis pela contra-
tação das “dívidas odiosas”,
dez dos quais já estão detidos.
O Governo também apresen-
Rmangue.rom@gmail.com
eginaldo Mangue com a frase “Eu não pago
dívidas ocultas”. O objectivo tou uma queixa em Londres.
da campanha era conscienti- Edson Cortez lamenta que

C
erca de quatro zar o cidadão sobre os males o Governo de Moçambique
meses após o Cen- causados pelas dívidas ocul- continue a ter negociações
tro de Integridade tas e engajá-lo na campanha com alguns credores no sen-
Pública ter lan- de pressão sobre o Governo tido de pagar as dívidas da
çado a campanha contra para cancelar as negociações EMATUM, MAM e “Proindi-
as “dívidas odiosas”, teve com os credores das empre- cus”, sendo um Estado quase
início, na quinta-feira, a se- sas EMATUM, “Proindicus” falido, com uma crise finan-
gunda fase da mesma cam- e MAM. A campanha visava ceira sem precedentes, tendo
panha, com o lema “Eu não chamar a atenção da Procu- dificuldades para pagar salá-
pago dívidas ocultas – nem radoria-Geral da República rios de funcionários públicos.
com o gás”, visando mobili- para a investigação com vis- O CIP disse que lançou
zar os cidadãos para se opo- ta à responsabilização civil a segunda fase da campa-
rem ao pagamento de todas e criminal dos indivíduos nha, em que vai distribuir
as dívidas contraídas pelas desta campanha, vai distribuir justiça, a vestirem a camisola cerca de dez mil camisetes
envolvidos na contratação
empresas EMATUM, MAM em todo o país cerca de dez e gritar “Eu não pago dívidas em todo o país, para dizer:
ilegal das dívidas ocultas.
e “Proindicus” e ao uso mil camisetes como forma de ocultas – nem com o gás”. “Não toquem no nosso gás”.
Edson Cortez, director exe-
do gás doméstico da Bacia despertar a atenção dos cida- O CIP havia lançado, no “Não podemos pagar dí-
cutivo do CIP, considera que,
do Rovuma como garantia dãos sobre este problema. O início deste ano, uma campa- vidas de meliantes com
quatro meses após o lança-
de pagamento das dívidas. CIP encoraja todos os cida- nha contra o pagamento das a riqueza de todos nós”,
mento da primeira campanha,
dãos moçambicanos e amigos dívidas ocultas, que incluía afirmou Edson Cortez.
a Procuradoria-Geral da Re-
O CIP diz que, no âmbito de Moçambique, amantes da a distribuição de camisetes de Moçambique
Canalha
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 17

Nacional

Suplemento humorístico de Moçambique


Sobre os ratos

E nós que aguentamos os rato s


durante 40 ano s. Quem nos
paga hotel?

Tio Gito, ouviste que esse tal


de governado r abando nou o
Palácio por cau sa de rato s

AJM/2019
18 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Nacional

MISA diz que Alice Tomás está


em manobra dilatória

A
lice Tomás, de- ção sexual – Alice Tomás de- jornalista e jurista, e o assassi-
putada do parti- via ter apresentado às institui- nato de Gilles Cistac, professor
do Frelimo, que ções da Justiça queixa contra e jurista, foram antecedidos
propôs que Fáti- desconhecidos, pelo ataque à por comentários similares.
ma Mimbire, funcionária página privada no Facebook. “O MISA pede às insti-
do Centro de Integridade “A não apresentação da tuições de Justiça que res-
Pública, fosse violada se- queixa às instituições da Jus- ponsabilizem criminalmen-
xualmente, veio a público, tiça pode levar à interpreta- te a deputada Alice Tomás.
através de alguns órgãos de ção de que Alice Tomás foi, O MISA considera que o
comunicação social, justifi- de facto, a autora da men- distanciamento do partido
car-se, afirmando que a sua sagem e que está a usar o Frelimo não impede que a
página no Facebook, através subterfúgio de ‘pessoas de OMM, que tem vindo a de-
da qual fez a declaração, foi má-fé’ para se justificar do fender a dignidade da mulher
atacada. Esta é uma estra- seu irresponsável comentá- também, em nome das mu-
tégia de fuga que o “Canal rio”, lê-se num comunicado. lheres, condene e reprima se-
de Moçambique” já havia O “MISA Moçambique” re- veramente o seu membro. A
referido que seria utilizada. corda, no seu comunicado, que OMM, que congrega milhares
todos os actos criminosos ocor- de mulheres de todos os es-
O “MISA Moçambique” diz ridos no país, nos últimos anos, tratos sociais em todo o país,
que esperava que Alice To- ainda sem esclarecimento, dos tem responsabilidades acres-
más emitisse uma comunica- pelo contacto com a visada. Alice Tomás no Facebook foi quais os raptos e agressões con- cidas na defesa da dignidade
ção pública a retractar-se pelo O MISA considera que, se atacada, e dada a gravidade do tra José Jaime Macuane, profes- das mulheres.” (Redacção)
facto, e não apenas ficar-se fosse verdade que a página de assunto – incitamento à viola- sor, contra Ericino de Salema, de Moçambique

Devido à perda de culturas diversas

Cerca de quarenta mil famílias em


risco de passar fome em Nhamatanda
Jjosejeco@gmail.com
osé Jeco, na Beira medidas de controlo desta
calamidade, num esforço que
já evitou a perda de 1.141

U
m total de 40.000 dos 2.000 hectares afectados.
famílias residen- Caitano Benedito diz tam-
tes em diferentes bém que o programa de dis-
postos adminis- tribuição de comida está a
trativos e localidades do reduzir, o que poderá origi-
distrito de Nhamatanda, nar novos conflitos na re-
em Sofala, poderão passar gião. “Há um levantamento
fome nos próximos meses preliminar destas famílias
devido à perda de cultu- e depois das zonas baixas
ras diversas nos campos que facilitam a produção
agrícolas depois da pas- de comida. Para as famílias
sagem do ciclone “Idai” das inundações causadas por menteira da segunda época da resultante das inundações. que perderam tudo nas suas
naquela região do país. chuvas intensas que fusti- campanha agrícola na região. Por outro lado, Sofala está machambas, vamos adoptar
garam a província de Sofala As chuvas abrandaram a ser afectada por pragas em um sistema de ajuda, em-
Segundo o director distrital após a passagem do ciclone. nos últimos dias, o que está toda a província, e as mais prestando terras, para, de-
das Actividades Económicas Segundo Caitano Benedito, a permitir aos camponeses significativas são a lagarta pois da colheita devolver.
em Nhamatada, Caitano Bene- dada a situação, o sector da acelerarem as sementeiras invasora e o gafanhoto-ele- Nós acreditamos que isto
dito, cerca de 80.000 hectares Agricultura está a distribuir às de arroz, milho e mapira, de gante. Os distritos mais atin- irá funcionar. Esta popula-
de culturas diversas são dados famílias camponesas diversos forma a repor as áreas perdi- gidos são Búzi e Marromeu. ção é trabalhadora”, disse.
como perdidos na sequência tipos de sementes para a se- das, aproveitando a humidade Estão a ser implementadas de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 19

Nacional
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Moçambique
recusa pedidos
de importação de
milho e de algodão
geneticamente
modificados
Csauteclaudio@gmail.com
láudio Saúte Pedidos aceites
Ivone Muocha disse que
a Autoridade Nacional de

M
oçambique Bio-Segurança autorizou
recusou três a importação de milho ge-
dos cinco pe- neticamente modificado
didos apre- para efeitos de pesquisa.
sentados por instituições Informou que tam-
para a importação de bém foi aceite a impor-
milho e de algodão gene- tação de sementes de
ticamente modificados. milho para pesquisa.
“Moçambique deve
Segundo Ivone Muocha, preparar-se a todos níveis
coordenadora do projecto de para a biotecnologia mo-
bio-segurança no Ministério derna, para que as opiniões
da Ciência, Tecnologia, Ensi- a serem emitidas sobre
no Superior e Técnico-Profis- esta tecnologia sejam com
sional, o primeiro pedido re-
suporte técnico”, disse.
cusado foi de importação de
milho que iria usar Moçam-
Regulamento
bique como trânsito, que não
Segundo Ivone Muocha,
foi autorizado devido à falta
o regulamento de bio-
de clareza sobre o destino.
-segurança relativa à ges-
Ivone Muocha falava, na
tão de organismos geneti-
passada sexta-feira, durante a
camente modificados em
apresentação do tema “Ges-
Moçambique estabelece
tão de bio-segurança relativa
aos organismos geneticamen- que a Autoridade Nacional
te modificados” e disse que o de Bio-Segurança, através
segundo pedido de importa- do seu órgão de assesso-
ção de milho geneticamente ria, promove e coordena
modificado foi recusado por as actividades de sensi-
o processo estar incompleto. bilização e participação
Indicou que o terceiro pública nos processos de
pedido recusado foi de im- decisão sobre organismos
portação de algodão gene- geneticamente modificados.
ticamente modificado da Acrescentou que a Auto-
Índia para Moçambique, ridade Nacional de Bio-Se-
que não foi autorizado por gurança garante o acesso à
o conteúdo técnico da pro- informação relativa às deci-
posta não ser satisfatório. sões tomadas, sem prejuízo
“Não podemos mencionar da confidencialidade nos
as instituições cujos pedidos termos previstos no Regu-
foram recusados. Também lamento de Bio-Segurança.
não podemos dizer qual é o “A biotecnologia moder-
país do milho que ia usar Mo- na constitui uma das ferra-
çambique como trânsito, por- mentas usadas na manipula-
que, um dia, estas situações ção dos organismos vivos.”
podem ser sanadas”, afirmou. de Moçambique
20 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Nacional

PODEMOS: o partido que se diz


de dissidentes da Frelimo
“Somos dissidentes do partido Frelimo, saturados pela falta de democracia e
transparência na gestão das eleições internas, má governação,
corrupção e clientelismo.”

P
ovo Optimis- festação de 23 de Julho de
ta Pelo Desen- 2018 em Maputo aconteceu
volvimento de durante as eleições internas
Moçambique” na Frelimo, que culmina-
(PODEMOS) é um novo ram com a exclusão da can-
partido político em Mo- didatura de Samora Machel
çambique, criado por um Júnior, que pretendia con-
grupo de dissidentes do correr para o cargo de pre-
partido Frelimo que dizem sidente do Conselho Autár-
que estavam saturados quico da Cidade de Maputo.
da falta de democracia e O PODEMOS foi criado
transparência na gestão pela AJUDEM, a Associa-
dos processos eleitorais ção que pretendia concorrer
internos na Frelimo, má nas eleições autárquicas na
governação, cleptocracia cidade de Maputo e que ti-
e corrupção, clientelismo nha Samora Machel Júnior
e oligarquização do par- como cabeça-de-lista, e
tido (compra das mentes teve a candidatura excluída
das bases, uso e abuso da por ordens do presidente do
boa vontade das bases, fal- partido Frelimo, Filipe Nyu-
ta de independência dos si. Não se sabe se Samora
órgãos do Estado); usur- Machel Júnior é um dos
pação de competências mentores do PODEMOS.
das bases pelos superio- Organizações sociais
res, perseguição, torturas Os membros do PODE-
psicológicas, despromoção MOS tratam-se por “compa-
e isolamento dos críticos triotas” e têm como organi-
internos. A nova forma- zações sociais as seguintes:
ção política defende a de- Organização dos Combaten-
mocracia, os valores do tes da Luta de Libertação,
rou, o PODEMOS vai duma multidão de manifes- democracia e transparên-
socialismo liberal, da paz, Soberania e Democracia
concorrer nas próximas tantes na sede do partido cia na gestão dos proces-
de igualdade e liberdade, (OCLISDE); Organização
eleições de 15 de Outubro. FRELIMO em Maputo, 23 sos eleitorais internos, má
de solidariedade, de trans- da Mulher do PODEMOS
“A génese do PODEMOS de Julho de 2018, para onde governação, cleptocracia
parência governativa, de (OMP); Organização da
está nas bases da FRELI- vários órgãos de Comu- e corrupção, clientelismo
justiça social e económica. Juventude do PODEMOS
MO”, pode ler-se num do- nicação Social já haviam e oligarquização do parti-
(OJP); Organizações da
cumento daquele partido a sido convidados rompendo do (compra das mentes das
Durante a semana, alguns Sociedade Civil Filiadas
que o “Canal de Moçambi- assim com toda algema da bases, uso e abuso da boa
membros andaram nos cor- no PODEMOS (OSCIFP)
que” teve acesso. No mes- chamada ‘disciplina par- vontade das bases, falta de
redores do Ministério da Aquele partido diz que
mo documento, pode ler-se tidária’, na FRELIMO.” independência dos órgãos
Justiça exigindo o despacho defende a democracia, os
que aquele partido é criado O documento que temos do Estado”. Pesou tam-
da legalização do seu par- valores do socialismo li-
por membros da Frelimo vindo a citar diz que a de- bém para o rompimento “a
tido, num processo que re- beral, da paz, de igualdade
que se encontravam “satu- cisão foi motivada pelas usurpação de competências
gistou a detenção de alguns e liberdade, de solidarie-
rados de vários atropelos sistemáticas violações da- das bases pelos superiores,
membros. Mas, na segunda- dade, de transparência go-
internos e após várias peti- quilo a que chama “a cau- perseguição, torturas psi-
-feira, 13 de Maio, o mi- vernativa, de justiça social
ções e denúncias sobre ir- sa da Independência”, onde cológicas, despromoção e
nistro da Justiça, Joaquim e económica. Descreve o
regularidades internas sem subjazem os valores da isolamento aos críticos in-
Veríssimo, deferiu o pedido. “socialismo liberar” como
respostas, agiram, através luta de libertação nacional, ternos, entre outros males”.
Segundo o que o “Ca-
duma petição acompanhada nomeadamente, “falta de O movimento de mani-
nal de Moçambique” apu- (Continua na página seguinte)
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 21

Nacional
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(Continuação da página anterior)

a doutrina que defende a membros da AJUDEM.


justiça social, liberdade e “Voltaram a deter sete co-
desenvolvimento equitativo. legas nossos na sexta-feira.
Ainda não temos despacho.
A longa marcha pela O ministro prometeu que o
legalização despacho estaria disponível
O pedido de legalização na segunda-feira”, disse um
do PODEMOS deu entrada membro da AJUDEM ao
no Ministério da Justiça, “Canal de Moçambique”.
Assuntos Constitucionais e Os sete jovens foram de-
Religiosos na última semana pois restituídos à liberdade.
de Fevereiro. Em finais de O despacho foi entregue na
Abril, completou sessenta segunda-feira, 13 de Maio.
dias no Ministério da Justi-
ça, Assuntos Constitucionais Estará Samora Machel
e Religiosos. A lei determina Júnior
que o Ministério da Justiça, ligado ao PODEMOS?
Assuntos Constitucionais e A AJUDEM é a As-
Religiosos deve notificar o sociação que pretendia
requerente no prazo de 60 concorrer nas eleições
dias, para a supressão de autárquicas do ano passa-
irregularidades, existindo. do, na cidade de Maputo,
Perante o silêncio, os e tinha Samora Machel
membros da AJUDEM des- Júnior como cabeça-de-
locaram-se ao Ministério -lista. A sua candidatura
da Justiça, Assuntos Cons- foi excluída por ordens
titucionais e Religiosos, na do presidente do partido
quinta-feira, 2 de Maio, para Frelimo, Filipe Nyusi. A
pedir o despacho do minis- partir daí, a relação entre
tro. O ministro prometeu Nyusi e Samora Machel
pronunciar-se, mas não o Júnior deteriorou-se. Nyu-
fez. O grupo voltou àquele si mandou instaurar um
Ministério na quinta-feira, 9 processo disciplinar contra
de Maio, para saber do des- Samora Machel Júnior por
pacho e foi detido. Foram ter tentado concorrer pela
detidos doze jovens (ho- AJUDEM. Samora Machel
mens e mulheres), às 11h00, Júnior contra-atacou, pro-
e só foram restituídos à li- pondo até a sua expulsão,
berdade cerca das 14h00. por este ter atropelado os
“O movimento AJUDEM Estatutos do partido Fre-
criou um partido denomina- limo quando instruiu as
do ‘PODEMOS’. Metemos bases deste partido para
todo o ‘dossier’ completo afastar Samora Machel Jú-
para a sua legalização. O nior da corrida eleitoral,
prazo já passou e o ministro instrução que foi extensiva
[da Justiça] prometeu e ga- aos órgãos eleitorais e ao
rantiu, na semana passada, Conselho Constitucional.
que, esta semana, daria o O processo disciplinar
despacho. Chegando lá (…) contra Samora Machel
para receber o despacho, os Júnior não conheceu des-
nossos colegas são detidos”, fecho, uma vez que a Co-
disse, no dia 9 de Maio, missão de Verificação do
um membro da AJUDEM. Comité Central da Freli-
Em contacto com a mo disse que surgiram no-
AJUDEM, o ministro da vos factos que careciam
Justiça, Assuntos Consti- de investigação. Será que
tucionais e Religiosos pro- Samora Machel Júnior
meteu exarar o despacho está envolvido na criação
na sexta-feira, 10 de Maio. do PODEMOS? Será que
Mas aconteceu que, na os novos factos a que o
sexta-feira, o ministro da Comité de Verificação faz
Justiça não deu o despa- referência têm a ver com
cho que legaliza o “PODE- a criação do PODEMOS?
MOS”. E ainda deu ordens
para a detenção de sete de Moçambique
22 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Nacional

Castigo Langa denuncia falsificação


de resultados das eleições internas
no partido Frelimo
E diz que o seu partido deve tomar uma posição clara sobre as
dívidas ocultas e tomar medidas.

C
astigo Langa, ex- de se evitar uma rigidez decidida por intermédio de quadros esco-
-ministro da Ener- de forma discricionária. Com lhidos de acordo com o seu méri-
gia no Governo che- efeito, se hoje temos o Camarada to e conforme os documentos
fiado por Joaquim Presidente Filipe Jacinto Nyusi normativos internos e a legisla-
Chissano, usou da apalavra como nosso dirigente legítimo e ção pertinente, onde não há espa-
durante a reunião do Comité inquestionável, foi graças à aber- ço para a vez deste ou daquele
Central do partido Frelimo tura decidida pelo Comité Cen- grupo. Tolerar a violação dos
para denunciar um conjunto tral para que outros interessados princípios estatuídos, não só po-
de anomalias que, na sua opi- pudessem apresentar as suas can- derá legitimar casos de “rebe-
nião, estão retirar o seu partido didaturas. Assim, quem foi rejei- lião” ou a multiplicação de gru-
da rota da ética, institucionali- tado pela via do voto conformou- pos empenhados em sequestrar
zando práticas fraudulentas e -se com o resultado e assumiu o os processos eleitorais, para as-
corruptas. Citou como exem- dirigente eleito, caso contrário, segurarem a sua vez, como tam-
plo um episódio ocorrido nas estaríamos ainda hoje a cochi- bém expor-nos ao risco de ver os
eleições internas para o 11.º char nos corredores. Ocorre-me nossos processos internos im-
Congresso do partido Frelimo, um episódio que evidencia a nos- pugnados em tribunais civis,
em que que uma candidata ti- sa complacência com as viola- como já aconteceu com os nos-
nha obtido 81 votos e exigiu a ções dos instrumentos normati- sos irmãos do ANC, da África do
recontagem imediata. Satisfei- vos. Aquando da eleição de Sul. Aliás, mesmo entre nós, em
ta esta exigência, o número de delegados ao 11.º Congresso, Manjacaze, na província de
votos subiu para 281. “O que numa determinada província, Gaza, um camarada sentiu-se ca-
mais me inquieta é que nin- uma camarada que tinha obtido luniado pelo Primeiro Secretário
guém foi sancionado, nem pelo 81 votos exigiu a recontagem e face à falta de acção dos órgãos
menos repreendido por esta imediata. Satisfeita esta exigên- do Partido, recorreu ao tribunal e
prática fraudulenta, uma ver- nosso Governo, sob a direcção nossa causa. Entendo que a cul- cia, o número de votos subiu ganhou a causa. O Primeiro Se-
dadeira conspiração, uma vez do Camarada Presidente Filipe tura de respeitar a lei tem de ser para 281. O que mais me inquie- cretário foi condenado e teve que
que, aparentemente, foi come- Jacinto Nyusi, tanto nas opera- construída a partir de dentro do ta é que ninguém foi sancionado, indemnizar o ofendido. Permi-
tida por um grupo. Este tipo de ções de busca e salvamento Partido, através da postura dos nem pelo menos repreendido por tam-me ainda uma breve consi-
manipulações pode alimentar como visando a normalização da seus quadros e dirigentes e da esta prática fraudulenta, uma deração de carácter geopolítico!
a percepção de que os eleitos vida nas regiões afectadas. Dos observância escrupulosa dos Es- verdadeira conspiração, uma vez O actual presidente dos Estados
estão ao serviço de um grupo, desafios enumerados no relatório tatutos e demais documentos que, aparentemente, foi cometi- Unidos da América tem estado
o grupo que os fez eleger a da Comissão Política, o da coe- normativos A este respeito, per- da por um grupo. Este tipo de numa verdadeira cruzada contra
qualquer preço e, assim, con- são no seio do Partido é segura- mitam-me expressar a minha re- manipulações pode alimentar a o socialismo, pintando-o com as
verter os nossos processos elei- mente o mais importante, uma serva à cláusula da directiva das percepção de que os eleitos estão cores da ditadura e do totalitaris-
torais numa espécie de apostas vez que, tal como no passado, eleições internas que serviu de ao serviço de um grupo, o grupo mo, tal como eram entendidos os
em corridas de cavalos, onde continuará a ser decisiva para as base para a selecção dos cabeças que os fez eleger a qualquer pre- países socialistas do tempo da
apenas o que apostou no ca- futuras vitórias da Frelimo, a co- de lista, nas últimas eleições au- ço e, assim, converter os nossos guerra fria. A meu ver, uma das
valo vencedor recebe”, disse. meçar pelas eleições de 15 de tárquicas, designadamente a que processos eleitorais numa espé- práticas que, para além de con-
Outubro próximo. Para que seja conferiu aos secretariados pode- cie de apostas em corridas de ca- trariar a liberdade de candidatura
Castigo Langa falou tam- efectiva, a unidade tem de ser em res para seleccionarem um grupo valos, onde apenas o que apostou prevista nos nossos Estatutos,
bém sobre as dívidas ocul- torno de uma causa e com base de candidatos rigidamente esta- no cavalo vencedor recebe o pré- pode servir de prova dessa tese
tas. Leia na íntegra a inter- em princípios e valores. Na es- belecido. Com efeito, salvo me- mio. A agravar o cenário, são re- do Presidente Donald Trump é, a
venção de Castigo Langa, sência, a causa do nosso partido lhor explicação, essa cláusula feridas declarações como: agora título de exemplo, o facto de con-
que foi feita à porta fechada. pode ser resumida como sendo a viola princípios estatutários, tan- é nossa vez! A pergunta é: nossa siderarmos infracção que um ca-
“Camarada Presidente, Cama- construção de um Moçambique to o da liberdade de candidatura, vez, quem? Quem são esses? De- marada manifeste o desejo de
radas Membros do Comité Cen- desenvolvido e próspero, onde o reservado a todos os membros vemos ser implacáveis em rela- candidatar-se a um cargo. Julgo
tral, Estimados Convidados, Co- povo viva em condições de dig- que reúnam requisitos para o ção a esta matéria, para preservar que a nossa prática deve deixar
meço por manifestar a minha nidade, desfrutando de forma efeito, como o da obrigatorieda- uma unidade genuína e sincera claro para o mundo que a chama-
solidariedade para com as víti- justa dos progressos da nação. de de eleição por voto secreto, na no seio do nosso partido, baseada da ditadura do proletariado já
mas do Ciclone Idai e mais re- Relativamente aos princípios, es- constituição dos órgãos. Esta em princípios, valores e na co- não faz parte dos nossos planos.
centemente do Kenneth e expres- tou convencido de que o primado cláusula causou alguma surpre- munhão de uma mesma causa. O Que o que pretendemos é a justi-
sar o mais vivo reconhecimento da lei constitui a chave para ser- sa, porquanto a nossa experiên- poder da Frelimo é para servir o (Continua na página seguinte)
ao extraordinário trabalho do mos bem-sucedidos, na luta pela cia recente mostrou as vantagens povo Moçambicano e é exercido
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 23

Nacional
(Continuação da página anterior)

ça social, no contexto da econo- lação ao que considera de práti- les, como seja a grande humilha- orientado pela busca de vanta- Temos que concentrar esforços
mia de mercado e da democracia cas erradas da governação, como ção do país no concerto das gens materiais, num cenário no sentido de convencer a larga
multipartidária, tal como aconte- é o caso da corrupção. Por serem nações. Se é verdade que o nosso onde cada um esteja a procura de maioria de que a Frelimo tem
ce em países do próprio Ociden- críticos, muitos membros da Partido não deve compactuar uma espécie de dono poderoso. um projecto de futuro, assente
te, sob o risco de ficarmos desne- classe média são erradamente com julgamentos na praça públi- O único padrinho do jovem deve em valores e princípios, para
cessariamente expostos ao classificados como contra o nos- ca, as evidências de irregularida- ser a sua dedicação ao trabalho toda a juventude moçambicana
ostracismo da direita mundial so Partido e por isso evitados. Na des são de tal ordem que tornam do Partido e o seu engajamento e não deixar prevalecer a per-
mais radical. Camarada Presi- verdade, muitos, ou mais prova- a nossa narrativa de estar à espe- na construção do Moçambique a cepção de que seja apenas al-
dente, Camaradas Membros do velmente a maioria, estão é preo- ra da decisão da justiça, no míni- que todos aspiramos. Julgo que guns protegidos. Permitam-me
Comité Central, Em sucessivos cupados com a eventualidade de mo, suspeita de complacência. devemos redobrar esforços na terminar referindo-me a um
actos eleitorais, repetem-se casos a Frelimo perder as eleições e Os barcos para a pesca do atum educação da juventude para que grande cancro. O medo! É pos-
de assembleias de voto onde o por isso criticam com a intenção estão a enferrujar a olhos vistos. siga o caminho da fidelidade à sível obrigar pessoas a fazerem
nosso Partido obtém número de de corrigir e melhorar a imagem A Frelimo tem de afirmar com causa e aos princípios e valores trabalho que exige esforço físi-
votos inferior à quantidade de do nosso partido. Apesar de ser maior convicção e veemência do nosso Partido, de modo a co por medo de punição, mas
membros. Para sermos pragmáti- numericamente uma minoria, que irá tomar medidas para que que cada um isoladamente ou definitivamente não será possí-
cos, sem prejuízo da atenção que constitui um erro de avaliação, incidentes desta natureza nunca em grupo saiba distinguir o vel obrigar a pensar. O desen-
os membros merecem, devíamos menosprezar o poder de influên- voltem a acontecer. Que dora- correcto do errado e possa posi- volvimento do nosso país pre-
investir mais na busca dos me- cia deste estrato social sobre ou- vante, seja de que natureza fo- cionar-se sem vacilar, em defe- cisa de ideias, precisa de
lhores caminhos para convencer tros eleitores, em particular sobre rem, o Governo só irá aprovar sa daquilo que o povo espera da criatividade e isso só é possível
a larga maioria dos eleitores, que a juventude mais escolarizada. projectos que sigam escrupulo- Frelimo. Caso contrário, conti- com homens e mulheres imbuí-
obviamente não militam em ne- Presentemente, um dos temas de samente as disposições legais, nuaremos a assistir a guerrilhas dos de entusiasmo e sentido de
nhum partido político. Neste sen- discórdia entre a classe média e o sejam desenhados por especialis- e intrigas de uns contra outros e missão. Só esses poderão liber-
tido, gostaria de referir-me a dois nosso Partido é o das dívidas não tas com credenciais comprova- passaremos o tempo a mudar tar toda a sua iniciativa criado-
grupos: a classe média e a juven- declaradas, que estão na origem das e sem influência de vendedo- de chefias e a reestruturar se- ra para construir a prosperidade
tude. A classe média é muito exi- da difícil situação económica do res de equipamentos ou lobistas à cretariados, em lugar de traba- da nação moçambicana. O
gente em relação à coerência do país, marcada por aumento do busca de comissões. Camarada lhar na promoção do desenvol- medo, esse, gera ressentimen-
nosso discurso, designadamente custo de vida, falência de empre- Presidente, Camaradas membros vimento político, cultural e tos, fomenta falsas lealdades e
a franqueza com que explicamos sas e consequente aumento do do Comité Central, Relativamen- económico da juventude e, so- acaba em traições”.
os fenómenos que ocorrem na desemprego, perda de casas a fa- te à juventude, não devemos per- bretudo, na preparação dos jo- (Redacção)
sociedade e muito crítica em re- vor de bancos, entre outros ma- mitir que caia num seguidismo vens para serem bons cidadãos. de Moçambique

divulgação

DESTAQUE RURAL Nº 57
06 de Maio de 2019
VARIAÇÃO DE PREÇOS ALIMENTARES
NA CIDADE DA BEIRA
Yara Nova

O OMR acompanhou a evolução semanal dos preços na Beira de alguns produtos agrícolas após o IDAI. Os preços foram apresentados nos Destaque
Rurais nos 53 e 55, referentes às duas semanas subsequentes ao IDAI. Esta evolução pode ser revisto na página www.omrmz.org, em Publicações >
Destaque Rural. Este número tem como objectivo analisar a variação de preços nos mercados da cidade da Beira, entre os dias 17 e 24 de Abril de
2019.
Os produtos seleccionados foram os seguintes: (1) arroz; (2) farinha de milho; (3) amendoim; (4) coco; (5) feijão nhemba; (6) feijão manteiga; (7)
tomate; (8) cebola; (9) batata-reno; (10) repolho; (11) mandioca; (12) alface; (13) couve; e, (14) carvão. A escolha destes produtos deve-se à sua
importância na alimentação. O OMR recolhe a informação nos seguintes mercados: Maquinino, Praia Nova, Mascarenha, Chinhussura e Central.

Gráfico 1
Variação do preço dos mercados da cidade da Beira entre o dia 24 em relação ao dia 17 de Abril

Nota: A falta de informação na tabela (espaços em branco) deve-se à falta do produto no momento da recolha não sendo possível o cálculo da variação.
À excepção de alguns produtos, verifica-se que os preços tendem a estabilizar, verificando-se em muitos uma redução. Esta tendência pode ser
justificada pelas seguintes razões: (1) as vias de acesso à Beira já se encontrarem transitáveis; e, (2) aumento do número de postos de venda,
considerando que na semana após o IDAI, apenas funcionava o mercado de Maquinino (de entre os que o OMR recolhe as informações). Informações
locais indicam que persiste uma oferta escassa (em quantidade e variedade) no mercado Central. Os mercados do Maquinino e Praia Nova destacam-
se por apresentar as maiores variações nos preços.
Destacam-se o preço dos bens agrícolas (repolho, mandioca e couve) que tiveram variações importantes entre os mercados.
24 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Desporto
Osvaldo Machava, seleccionador nacional de voleibol

“Não cometi crime, exigi o que o MJD


está a dever, à luz da Lei do Desporto”
“Não conheço o critério que os organizadores da Gala do Desporto usaram para escolher o melhor
treinador do ano. Se calhar é preciso não falar muito e não reclamar” – Osvaldo Machava

“Isto vai ser ultrapassado, e ele vai receber o que merece” – Francisco da Conceição,
director-geral do INADE

“Um treinador que em doze competições africanas consegue trazer sete Ouros e dois
Bronzes merece voto de confiança” – Khalid Cassamo, presidente da Federação de Voleibol

Csauteclaudio@gmail.com
láudio Saúte

O
svaldo Machava,
seleccionador na-
cional de voleibol
em masculinos e
femininos, queixa-se de não
ter sido eleito o melhor trei-
nador do ano 2018 durante a
7.ª Gala do Desporto realiza-
da na quinta-feira da passa-
da porque tem vindo a exigir
ao Ministério da Juventude sei, sim, que ganhei três cam-
e Desportos o pagamento de peonatos em 2018. Levei
850.000,00 meticais de pré- a selecção nacional até aos
mios referentes ao ano 2017. quartos-de-final num Mun-
dial com 48 equipas. Isso sei.”
Falando ao “Canal de Mo-
çambique”, Osvaldo Machava Federação de Voleibol
diz que, se calhar, para ser eleito confiante
melhor treinador é preciso não O Presidente da Federação
falar muito e não reclamar nada. Moçambicana de Voleibol,
“Se o critério é esse, os orga- Khalid Cassamo, diz que o as-
nizadores da Gala têm razão. sunto está a ser tratado no Minis-
o valor dos prémios não vai pessoal. Acredito que as deci-
Não consideraram conquistas tério da Juventude e Desportos.
ascender a um milhão de me- sões que fizeram com que não
e o desenvolvimento da moda- “Nós confiamos no Ministé-
ticais, Osvaldo Machava res- recebesse os prémios foram
lidade. Não conheço o critério rio da Juventude e Desportos,
pondeu: “Voltei a ganhar mais pessoais. Não tenho problemas
usado, não posso julgar, não confiamos no Governo e acre-
duas competições e mais um com o voleibol, mas sinto que,
sei”, disse Osvaldo Machava e ditamos que, a breve trecho,
Bronze. É mais destaque para um dia, a modalidade sairá a
acrescentou que o importante, este assunto será ultrapassado.”
o voleibol. Claramente é muito perder por minha causa. Já es-
durante a Gala do Desporto, Sobre a pressão exercida
mais do que se esperou. Ain- tou a sentir isso pela pressão
é que os seus atletas reconhe- pela vice-ministra da Juven-
da há mais competições pela exercida. O voleibol precisa
ceram o seu trabalho e, a par- tude e Desportos, Ana Flávia
frente, provavelmente será o do dinheiro do Governo para
tir do pódio, mencionaram o Azinheira, para se procurar
ano melhor que o outro. Nes- ir às competições. Eu não que-
seu nome, contra a vontade um novo treinador para substi-
tas competições africanas, ro ser a barreira. Talvez, eu
algumas pessoas do Ministé- tuir Osvaldo Machava, Khalid
agora ganhámos duas. Vamos fora, o voleibol possa ter esses
rio da Juventude e Desportos. Cassamo respondeu: “Tivemos
ver o que vai acontecer mais à procurar outro seleccionador, apoios”, disse Osvaldo Macha-
“Não faltei ao respeito a um encontro, sim, com o Mi-
frente comigo ou na selecção, porque não se gostou das suas va e acrescentou que recebeu
ninguém, nem cometi nenhum nistério da Juventude e Des-
porque há outros inconve- intervenções publicamente. um convite para participar na
crime. Chamei as coisas pe- portos, onde abordámos vários
nientes que podem fazer-me “Não estou arrependido. O Gala, mas não foi indicado para
los respectivos nomes. Pelo assuntos. Entre eles, falámos
não continuar na selecção”. que deve haver nos dirigentes acompanhar os seus atletas.
contrário, estão a faltar-me ao da questão de arranjar um
Segundo Osvaldo Macha- desportivos é positivismo e “Eu não sei o que se pas-
respeito. Até hoje, ainda não treinador que vai aumentar o
va, o presidente da Federação mais diplomacia, saber que as sa, mas isso não me interes-
recebi nenhuma carta nem res- leque de treinadores, especial-
de Voleibol disse que recebeu pessoas reclamam, e ir-se por sa muito. Estou interessado,
posta às minhas reivindicações.” mente usando o facto de este
uma sugestão do Ministério essa lógica. Neste processo, sim, no voleibol, nas pessoas
Questionado se, com as no-
da Juventude e Desportos para existem várias coisas do lado com quem trabalhei. Mas (Continua na página seguinte)
vas conquistas na Nigéria,
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 25

Desporto
(Continuação da página anterior)

nosso treinador ser um instru- e duas Medalhas de Bronze para se encontrar uma saída. nunca se intromete naquilo
tor da Confederação Africana merece um voto de confian- Explicou que é a primeira que são as decisões das Fe-
de Voleibol no treinamento, e ça. Estamos a falar de nove vez, no país, que um treinador derações. Isto é meramente
não quero com isto dizer que das doze. Vamos continuar dirige duas equipas e viajou decisão das Federações e não
ele estará fora da selecção”. a trabalhar com ele”, disse. contado numa delegação e corresponde à verdade. An-
Khalid Cassamo disse que, como vencedor de duas pro- tes pelo contrário estimamos
naquilo que depender da Fe- INADE diz que o assunto vas. “Isto vai ser ultrapas- aqueles que trazem o sucesso
deração, ele é o treinador será ultrapassado sado e dar-se o seu mérito.” desportivo. Não interferimos
até onde der. Há uma plena O director-geral do Instituto Sobre o afastamento do no movimento associativo e
confiança no trabalho dele. Nacional do Desporto, Fran- treinador, por pressão do Mi- desportivo, naquilo que são
“Um treinador que, em cisco da Conceição, diz que nistério da Juventude e Des- os órgãos de soberania, que é
doze competições africanas, estão em curso conversações portos, Francisco da Con- o caso de escolher treinador”.
consegue ganhar sete Ouros com a Federação de Voleibol ceição afirmou: “O Governo de Moçambique

Eleições no desporto motorizado

Clubes alertam para tentativa de


manipulação da Assembleia-Geral
este fim-de-semana
Csauteclaudio@gmail.com
láudio Saúte miniditaduras no desporto.
Bruno Campos, presiden-
como as outras modalidades.
“A Federação é extrema-
te do Moçambique MotorS- mente importante. Vai trazer

O
s clubes que pra- port Clube de Maputo, disse muitos ganhos como acontece
ticam desporto que pelo menos oito clubes com qualquer outra modalida-
motorizado no estão a favor da realização de. O desporto motorizado é a
país reúnem-se da Assembleia-Geral, que única modalidade que, além de
nos próximos dias 17 e 18 vai culminar com a consti- ser cara, está isolada”, disse.
de Maio em Assembleia- tuição de uma Federação. Ossumane Adamo, presi-
-Geral que vai culminar “Se as outras modalidades dente do Xithuthuto de Gaza,
com a constituição da pri- têm Federação, por que é que o disse que, por exemplo, no
meira Federação Moçam- desporto motorizado não pode futebol, os clubes vão inscre-
bicana do Desporto Moto- ter. À luz da Lei do Desporto, ver-se na Federação, e esta
rizado no país, mas alertam compete exclusivamente às estabelece regras para eles
o Ministério da Juventude Federações nacionais repre- cumprirem. O que estava a
e Desportos para que este- sentar o país junto das Fede- acontecer é que cada um fa-
ja atento às manipulações. rações internacionais”, disse. zia isoladamente, e é difí-
Afirmou que, neste momen- cil realizar um campeonato.
O “Canal de Moçambi- A família do desporto motorizada vai as primeiras eleições to, apenas um clube é que re- “A Federação vai reu-
que” ouviu alguns clubes que presenta o desporto motoriza- nir os clubes e elaborar um
consideram esta Assembleia- em vigor no país”, disse. coisas vai ter de assumir res- do fora do país, concretamente calendário. O que aconte-
-Geral como “histórica”, Por seu turno, Eurico Gon- ponsabilidades directas pelos junto da Federação Interna- ce agora? Maputo e Beira
mas alertam para se evitar çalves, presidente do Motor prejuízos morais e materiais cional de Automobilismo. podem marcar provas no
manipulações que têm vin- Clube da Beira, disse que os derivados da usurpação conti- Essa representação é ilegal, mesmo fim-de-semana. Isto
do a caracterizar a modali- clubes estão determinados a nuada das atribuições colecti- porque só beneficia um clube. é mais para ter uma organi-
dade nos últimos vinte anos. constituir a Federação que vas de uma Federação a favor Disse que a ideia é formar zação. Temos muitos clubes
Paulo Gumende, presidente foge há mais de vinte anos. de terceiros através duma in- uma Federação constituída em Moçambique, e é preci-
do Wanga Racing Clube da “Achamos que é sempre dicação administrativa ilegal por clubes do desporto moto- so uma organização”, disse.
Matola, diz que a realização melhor termos uma estrutura que subverte totalmente as rizado em Moçambique. “Nos Os nove clubes que prati-
da Assembleia-Geral para a que só trata da regulamenta- regras do jogo democrático.” dias 17 e 18 de Maio haverá cam o desporto motorizado
constituição da Federação ção, promoção e represen- Eurico Gonçalves espera uma viragem na História do no país são: Wanga Racing
do Desporto Motorizado de tação dos clubes existentes que a ministra da Juventude desporto motorizado em Mo- Clube da Matola, Xithuthu-
Moçambique constitui um tanto dentro como fora do e Desportos, Nyeleti Mon- çambique. A lista que ganhar tho Motor Clube de Gaza,
imperativo para o movimen- país. A situação que teimo- dlane, faça justiça e encer- deve fazer tudo para trazer Automóvel & Touring Clube
to associativo da modalidade. samente prevalece de ter um re de uma vez por todas as mais-valia a todos os clubes.” de Moçambique, Motor Clu-
“Defendemos a sua exis- simples clube a representar arbitrariedades em que são Heitor Adriano, presidente be da Beira, Moçambique
tência com urgência, não só Moçambique nas Federações protagonistas algumas pes- do Sport Clube do Chimoio, MotorSport Clube, Sports
para regular a modalidade, internacionais nunca foi sus- soas do seu Ministério, que afirmou que o desporto mo- Clube do Chimoio, Asso-
assim como representante tentável num contexto onde fazem concessões sem base torizado precisa de ter uma ciação Matola Motor Clube,
do movimento associativo existem mais de nove clubes legal, que lesam os interesses linha e é uma actividade Motor Clube do Cafum-
a nível interno e internacio- em actividade. Quem insistir associativos e criam condi- extremamente cara, preci- pe e Motor Clube de Tete.
nal, na base do quadro legal na manutenção deste estado de ções para a manutenção de sando de ter uma Federação
de Moçambique
26 Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Cultura

Conselho Autárquico de Maputo premeia


vencedores do Concurso de Leitura

N
o âmbito da ce- da melhor maneira”, disse. honrada pela oportunidade
lebração do Dia Lurinda Nvunga não se lem- de elevar o nome da esco-
Mundial do Livro, bra com que idade se lhe des- la num concurso de tama-
assinalado a 23 de pertou o interesse pelos livros nha dimensão, promovido
Abril, o presidente do Con- e diz que gosta de romances, pelo Conselho Autárquico.
selho Autárquico da Cidade contos, poesia e prosa. “Gos- Lurinda Nvunga consi-
de Maputo, Eneas Comiche, to muito de ler livros. Tenho dera que a leitura abre as
procedeu à premiação dos como inspiração a escritora portas para o mundo. “Leio
vencedores do Concurso de Paulina Chiziane. Ela retrata dois livros por mês. Leio
Leitura, que decorreu nos a situação real da nossa socie- por prazer. Com a leitura
meses de Março e Abril. dade, sem nenhum mistério”, só tenho a ganhar, e breve-
disse Lurinda Nvunga e refe- mente quero criar um grupo
O Concurso de Leitura riu o exemplo os ritos de ini- de leitura com os meus ami-
foi promovido pelo Conse- ciação, os quais, na sua opi- gos e familiares”, afirmou.
lho Autárquico em parceria nião, a sociedade faz questão Na primeira quinzena
com Associação Moçambi- de ignorar, mesmo sabendo de Outubro do ano corren-
cana da Língua Portuguesa da importância desse assunto. te, o Conselho Autárquico
e envolveu cerca de trinta Lurinda Nvunga disse tam- de Maputo irá promover
alunos da 10.a classe das bém que ocupar o terceiro a habitual Feira do Livro,
Escolas Primárias da Pola- lugar na competição de lei- com a participação dos
na, Estrela Vermelha, ADPP, tem realizado diversas activi- ção, pois, em várias provas tura é um privilégio, visto vencedores desta edição
Zona Verde e Machava-Sede. dades em diferentes locais da sentiu nervosismo e medo que a mesma foi bastante do Concurso de Leitura.
No acto de entrega, Eneas cidade de Maputo com o in- dos seus adversários, que renhida, e diz que se sente de Moçambique
Comiche afirmou que o even- tuito de contribuir para a me- tinham actuações brilhan-
to enquadra-se nas actividades lhoria do processo de ensino tes durante a competição.

Errata
que o Conselho Autárquico e aprendizagem na sociedade “Comecei quando uma
tem realizado através da sua e pretende alcançar um maior amiga me apresentou um
rede de bibliotecas municipais número de escolas, com vis- livro, gostei e, a cada vez
na comunidade e tem como ta a promover a língua por- que lia um livro, sentia mais
objectivo incentivar o gosto tuguesa. “Temos realizado vontade de ler. Hoje venci o
pela leitura e competências de lançamentos de livros, pro- prémio e sinto-me bastante
escrita, o que contribui para moção de autores principian- feliz. Em várias leituras o
o desenvolvimento intelec- tes, exposição de livros em nervosismo tomou conta de
tual dos munícipes mais jo- diferentes escolas e a nossa mim. Os meus adversários
vens e dos munícipes adultos. pretensão é alcançar mais tiveram actuações brilhantes Na semana passada, publicamos
escolas, daí que não existe e, num certo momento, fiquei
Eneas Comiche acrescen-
tou que os programas en- nenhum critério de selecção com medo”, disse Iyonisse um texto com o título “António
globam a prática de rodas
de leitura, clube de leitura,
das escolas, senão a dispo-
nibilidade da instituição.”
Usseme e acrescentou que
o concurso é uma oportu-
Cabrita diz que a cultura em Mo-
feiras de livros e oficinas Nesta edição, Iyonisse
Usseme, aluna da Escola
nidade para cultivar o gos-
to pela leitura nas escolas.
çambique é deplorável”. Na ver-
de obras literárias, que tem
acontecido nas bibliotecas Secundária da Polana, con- Ussumane Omar, da Es- dade, foi um erro de titulagem,
municipais, permitindo, as- quistou o primeiro lugar no cola Secundária Machava-
sim, um intercâmbio entre concurso. A vencedora leu o -Sede, conquistou a segunda pois António Cabrita falou da ine-
seu primeiro livro em 2017, posição, e Lurinda Nvunga,
vários escritores nacionais,
estrangerios, escolas e uni- sob influência de uma ami- da mesma escola, conquistou xistência de um mercado cultural,
versidades, enaltecendo a
literatura moçambicana.
ga. Hoje, ela define a leitura
como uma forma de conhe-
a terceira posição no con-
curso. Dizem que se sentem
em Moçambique, como de resto
Por seu turno, o presidente cer novos mundos sem ter
de viajar e vê diversas van-
honrados em representar a
escola da melhor maneira,
se pode apreender com a leitura
da Associação Moçambicana
da Língua Portuguesa, Victor tagens nesta prática, pois participando na competição. do texto. Pelos transtornos, pedi-
Miguel, disse que o Concur- considera que a mesma dá a Ussumane Omar disse
so de Leitura visa incentivar oportunidade de desenvol- que se sente satisfeito com mos as nossas sinceras desculpas,
ver a imaginação. Iyonisse o prémio e vê no mesmo
nos alunos o gosto pela lei-
tura e, com isso, melhorar o Usseme tem como fonte de um incentivo para intensifi- ao escritor António Cabrita em
seu desempenho em termos
de eficiência nos estudos.
inspiração a escritora Paulina
Chiziane e pretende, no futu-
car o seu gosto pela leitura,
que vem desde a infância.
particular e ao público, em geral.
Além de concursos de lei- ro, lançar uma obra literária. “Ganhar a segunda posição
tura, a Associação Moçam- Iyonisse Usseme conta que motiva-me para praticar a
bicana da Língua Portuguesa enfrentou dificuldades para leitura ainda mais. Pude re-
conquistar a primeira posi- presentar a minha escola
Canal de Moçambique | quarta-feira, 15 de Maio de 2019 27

Cultura

Agenda cultural e social


Os brancos Programação para o às 18h30, no “16 Neto”. rior de Jornalismo.

sabem dançar? período de 15 a 21 de Maio

LITERATURA
• “Pandza, land short sto-
ries”, às 18h30, na Fun-
dação Fernando Leite
16 de Maio (quinta-feira)
• Primeira edição de
“Startup Grind 2019” às
E LIVROS Couto. 18h00, na “Incubadora”
15 de Maio (quarta-feira) 16 de Maio (quinta-feira) do “Standart Bank”.
• Lançamento do livro • “DRP/Dark Room”, às • Seminário sobre o uso
“Será que é seguro 18h00, na Fundação de gás veicular em Mo-
voar?”, às 17h30, na Fernando Leite Couto. çambique, às 8h00, no
Faculdade de Engenhe- • “Karaoke Night”, às “Montebelo Indy”.
ria. 19h00, no “Kardápio 17 de Maio (sexta-feira)
16 de Maio (quinta-feira) Kaseiro”.
• Seminário da sustenta-
• Lançamento do livro 17 de Maio (sexta-feira) bilidade, às 17h00, no
“Também os brancos • Salimo Muhammad, às Complexo Pedagógico
sabem dançar”, de Ka- 22h00, no “Xima Bar”. da Universidade Eduar-
laf Epalanga, às 18h00, do Mondlane.
• “Voltamos a servir”, às
no Instituto Camões –
16h00, no “Restaurante 18 de Maio (sábado)
Centro Cultural Portu-
da Arte”.
guês em Maputo. • Conversa sobre “A esté-
• “Gin e Tónica”, às tica de Theodoro Ador-
18 de Maio (sábado) 12h00, no Hotel Car- no”, às 18h00, na Fun-
• Festival de literatura doso.
“Resiliência”, às 15h00 dação Fernando Leite
• Júnior Gazane “Bir- Couto.
no Centro Cultural Por-
thday Bash” às 22h00, • Curso de Teatro Livre
tuguês.
no “Karas Klub”.
às 10h00 no Centro
20 de Maio (segunda-feira)
18 de Maio (sábado) Cultural Brasil-Mo-
• Aberta recepção de

C
entro Cultural Por- irão perceber?”. Esta é a história • Domingas e Belita, no çambique.
candidaturas para con-
tuguês em Maputo deste livro de Kalaf Epalanga. correr ao Prémio Lite- “Xima Bar”. • Sessão sobre mercados
acolhe, na quinta- Trata-se de uma obra de “au- rário Fernando Leite • NGA no Festival financeiros e globais, às
-feira, uma sessão toficção”, cultivada por vários Couto. “Azgo”, às 16h00, no 14h30, no Hotel Polana.
de apresentação do livro in- escritores europeus, mas relati- Universidade Eduardo • Sessão de “Iyengar
titulado “Também os bran- vamente rara entre nós. E o mun- CINEMA Mondlane. Yoga”, às 18h00, no
cos sabem dançar”, primeiro do que nos mostra – de Luanda 17 de Maio (sexta-feira) • “Azgo ler no Azgozito”, “South Beach”.
romance de Kalaf Epalanga, a Kristiansund, de Beirute ao • Sessão de filmes mo- às 10h00, na Universi- • “Um momento para
músico e escritor. Com a chan- Rio de Janeiro, sem esquecer a çambicanos, às 18h30, dade Eduardo Mondla-
sempre”, com Dudas
cela da Editora Caminho (do sua Lisboa – é uma revelação. no Cine-Teatro Scala. ne.
Aled, às 8h00, no Ins-
grupo “Leya”), a apresen- A apresentação do livro “Tam- • “Poenhazilando”, às tituto Foco-Sede.
tação do livro será feita por bém os brancos sabem dançar” EXPOSIÇÕES 17h00, na Machava-
Mbate Pedro, poeta e editor. decorre no âmbito da 9.ª edição 15 de Maio (quarta-feira) -Sede. • Conversa sobre como
do Festival “Azgo”, um festival • Inauguração da exposi- tornar-se um criador de
• “Night Bass Party”, às “full stack”, às 8h00, na
No livro, Kalaf Epalanga, internacional de artes em Mo- ção “Pequena Angola”,
18h00, no Bairro da
membro do grupo de música çambique. Reunindo um pro- às 18h00, no Centro Universidade São To-
Matola- Rio.
“Buraka Som Sistema”, dirige- grama diversificado de música, Cultural Brasil-Mo- más.
çambique. • Festival “Nós por Bei-
-se de autocarro da cidade sueca cinema e dança para a cidade ra”, às 12h00, no “Wi- 20 de Maio (segunda-feira)
de Gotemburgo, para Oslo, a ca- de Maputo, “Azgo” é uma cele- • “Narrativas negras” em • Reunião de consulta
lwitschia”, na Matola.
pital da Noruega, onde vai actuar bração contemporânea de artes banda desenhada, às pública sobre o projecto
nessa noite no Festival OYA. e cultura, com grande participa- 10h00, no Centro Cul- de construção de bom-
PALESTRAS, SEMINÁ-
Como não tem um passapor- ção de artistas de Moçambique tural Brasil-Moçambi- bas de combustível, às
RIOS, CONFERÊNCIAS
te válido para mostrar, é deti- e de todo o continente africano. que.
15 de Maio (quarta-feira) 10h30, na sede do Co-
do por tentativa de imigração Kalaf Epalanga nasceu em 18 de Maio (sábado) • Sessão inaugural da mité Comunitário de
ilegal e conduzido à Esquadra Benguela, Angola, em 1978. • Inauguração da exposi- conferência sobre po- Pescas de Machangulo.
da Polícia para interrogatório. “Também os brancos sabem ção “Gráfica nem pen- breza, desigualdade e
Aflito perante a iminência de dançar” é o seu primeiro roman- sar”, às 17h00, no espa- cidadania, às 8h00, na OUTRAS
perder o concerto, interroga-se: ce. Publicou os livros de cróni- ço “Corte e Arte”. Universidade Católica ACTIVIDADES
“Como vou explicar a estes po- cas “O angolano que comprou • “Cuturítimo”, às 15h00, de Moçambique – Nam- 15 de Maio (quarta-feira)
lícias noruegueses que, apesar Lisboa (por metade do preço)” na Machava-Socimol. pula.
• “Moçambola”: Costa
do meu aspeto pouco comum e “Estórias de amor para me- • Palestra sobre o “re- do Sol x Baía de Pem-
por estas paragens, não sou ninos de cor”. Foi cronista do ENTRETENIMENTO design” de marcas, às ba, às 15h00, no campo
mais que um pacífico músico jornal “Público” e da “Rede 15 de Maio (quarta-feira) 9h00, no Instituto Su- do Costa do Sol.
angolano em digressão? Con- Angola”. Escreve para a “GQ • “Stand up comedy”, às perior de Comunicação
seguirei explicar-lhes quem são Portugal” e é membro do grupo 18h30, no “16 Neto”. e Imagem. 17 de Maio (sexta-feira)
os Buraka Som Sistema? Falo- de música “Buraka Som Siste- • “Cabos cruzados (re) • Palestra sobre informa- • “Ler na baía”, às 10h00,
-lhes da cena musical de Lis- ma”. Actualmente vive e tra- construções, perfoman- ção e conhecimento, às na praia da Catembe.
boa? De como nasceu o Kuduro balha em Lisboa e em Berlim. ce”, de Nair Noronha, 9h00, na Escola Supe- de Moçambique
num musseque de Luanda? Eles de Moçambique
Publicidade
de Moçambique
www.canal.co.mz quarta-feira, 15 de Maio de 2019

Sede: Bairro Central, Av. Maguiguana, n.º 1049 | Casa n.º 65000 R/C | canal.i.canalmoz@gmail.com

Fundo de Desenvolvimento Distrital

A farra continua perante o olhar


cúmplice do Governo
De 2012 a 2017, o Governo entregou 6.531.224,55 mil meticais para financiar a implantação
de 89.754 projectos e teve de volta apenas 741.824,02 mil meticais, o equivalente a 11,4 %.

A ndré Mulungo
andremulungo4@gmail.com
República encontram proble-
mas antigos, mas o Governo re-

C
cusa-se a saná-los. A Comissão
riado durante a
do Plano e Orçamento conside-
governação de Ar-
mando Guebuza, ra que o Governo teve uma exe-
alegadamente para cução orçamental e financeira
estimular o empreendedoris- que obedeceu aos procedimen-
mo, a nível local, de pessoas tos estabelecidos na legislação.
pobres, mas economicamente Recomenda ao Governo: ob-
activas, sem acesso ao crédito servar com rigor as recomenda-
bancário, e financiar activida- ções do Tribunal Administrati-
des de produção e comercia- vo que constam no Relatório
lização de alimentos, criação e Parecer sobre a Conta Geral
de postos de trabalho perma- do Estado de 2017; prosseguir
nentes ou sazonais, assegu- com reformas de modernização
rando a criação de rendimen- do processo de arrecadação de
to, está a ser o “saco azul”. receita para garantir a maior
eficiência fiscal e aumento na
Dados que constam no Re- arrecadação de receitas do Es-
latório e Parecer do Tribunal tado; prosseguir com acçōes
Administrativo sobre a Con- A Comissão do Plano e de algum financiamento ex- realizadas, relativamente às tendentes a colocar a dívida
ta Geral do Estado indicam Orçamento da Assembleia terno, fora da Conta Única do receitas da extracção/pro- externa em níveis sustentáveis.
que, de 2012 a 2017, o Go- da República também veri- Tesouro; pagamento de des- dução mineira e petrolífera Os resultados da gestão
verno entregou 6.531.224,55 ficou esta irregularidade e pesas de anos anteriores com canalizada às comunidades; macro-económica no exercí-
mil meticais para financiar a recomenda ao Governo que as dotações do exercício eco- falta de disponibilização, no cio económico de 2017 mos-
implantação de 89.754 pro- implemente medidas que vi- nómico de 2017, sem a sua decurso das auditorias, dos tram o seguinte desempenho:
jectos e teve de volta ape- sem a melhoria da gestão da- inscrição nas verbas de exer- comprovativos das despe- a taxa de inflação média anual
nas 741.824,02 mil meti- quele Fundo, para que tenha cícios findos/despesas por sas realizadas, no valor de foi de 15,1%; as exportações
cais, o equivalente a 11,4 %. “maior impacto na redução pagar; de 2011 a 2017, foram 5.549.752,06 meticais; pa- de bens foram de 4.781,5 mi-
Em 2017, foi atribuído da pobreza” e haja “aumen- despendidos 624.711.034,16 gamento de 215.300.968,00 lhões de dólares americanos;
1.045.498,00 de meticais ao to dos níveis do reembolso.” para o financiamento de 8.948 meticais, na aquisição de as reservas internacionais lí-
Fundo de Desenvolvimento Esta é uma das constatações projectos de criação de ren- bens, de que não se tem, quidas registaram um saldo
Distrital dos quais se executou do Tribunal Administrativo dimento, emprego e produ- nos processos, as corres- de 3,294 milhões de dólares
apenas, 416.107,00 mil meti- no seu relatório. No mesmo ção de alimentos, dos quais pondentes guias de remessa. americanos, assegurando a
cais, correspondente a 39,8%. documento, o Tribunal Ad- foram reembolsados apenas cobertura de 7,3 meses de
O Estado está a perder muito ministrativo aponta outras 30.861.020,64 meticais, equi- Velhos problemas que o Go- importação de bens e servi-
dinheiro com o Fundo de De- irregularidades, sobre a com- valente a 4,9%; divergência verno se recusa a corrigir ços não factoriais, excluindo
senvolvimento Distrital que, ponente da despesa. Há falta entre informação registada Tanto o Tribunal Adminis- as importações de bens e ser-
como se sabe, só beneficia de registo na Conta Geral do na Conta Geral do Estado trativo como as Comissões es- viços dos grandes projectos.
membros do partido Frelimo. Estado de 2017 da execução e a apurada nas auditorias pecializadas da Assembleia da de Moçambique

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