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Direitos Fundamentais

Conceito: são direitos humanos positivados numa determinada ordem constitucional.

Direitos Humanos x Direitos Fundamentais: tanto os Direitos Humanos quanto os


Direitos Fundamentais buscam assegurar e promover a dignidade da pessoa humana, e
são, sobretudo, direitos ligados a valores caros para a sociedade. A diferença entre eles
consiste no fato de que os Direitos Humanos são reconhecidos internacionalmente e não
necessariamente precisam estar positivados em um texto normativo para incidirem e terem
eficácia, enquanto que os Direitos Fundamentais são os Direitos Humanos positivados
numa ordem constitucional, ou seja, vinculam a todos e devem ser respeitados como
qualquer outra norma jurídica no âmbito do território de um Estado.

Obs.: Vale ressaltar que os Direitos Fundamentais não devem ser entendidos como
relevantes somente se constarem na Constituição, pois, além dos Direitos Fundamentais
em sentido formal, existem também aqueles em sentido material que, apesar de não
estarem no texto da Magna Carta, são admitidos por ela devido ao seu conteúdo de
relevância.

1. Histórico
- Dignidade da Pessoa Humana:
a. Religião: a noção de dignidade da pessoa humana tem
origem nos principais documentos religiosos, os quais, em certa
medida, fazem referência à uma essência divina (sagrada) do ser
humano.
b. Filosofia: quando a Filosofia surge, também começa a discutir
e divergir sobre essa essência do ser humano, no entanto,
diferentemente das religiões, livre de dogmas.
c. Direito: eleva a dignidade da pessoa humana à condição de
direito, a partir da possibilidade de o indivíduo exigir respeito à sua
essência em juízo.

- Magna Carta: elaborada em 1215, tinha como principal objetivo a


limitação do poder do rei, que não poderia então governar como bem
entendesse. Ademais, garantiu às mulheres e às crianças o direito de herdar
propriedades; estabeleceu que ninguém poderia ser punido por um crime
antes de ser legalmente condenado como culpado; e serviu como ponto de
referência para alguns direitos civis clássicos, tais como o habeas corpus, o
devido processo legal e a garantia da propriedade.
- Declarações de Direito das ex-colônias inglesas: as treze ex-
colônias inglesas na América do Norte, em 1776, sentiram a necessidade de
positivar alguns direitos, incluindo alguns Direitos Humanos. Quando elas
foram escritas, as pessoas achavam que elas vinculavam e, para não gerar
dúvidas, depois elas passaram a compor as Constituições escritas.
- Constituição e Direitos Humanos: as pessoas começaram a
questionar se essas declarações tinham eficácia pelo fato de serem apenas
declarativas e não vinculativas. Só depois de um tempo, decidiu-se sobre a
eficácia horizontal, de modo que os Direitos Humanos não são vinculados
somente ao Estado, mas a todos cidadãos.

2. Positivação dos Direitos Humanos


Nesse momento, os direitos humanos são consagrados no texto constitucional de
determinado Estado, portanto, positivados.

3. Internacionalização dos Direitos Humanos


Ganhou impulso após a 2ª Guerra Mundial. Após verificar toda a desgraça causada
pela guerra, os países decidiram que os direitos humanos não deveriam ser objeto
de tutela exclusiva de um Estado, mas sim uma garantia internacional. Justamente
por isso, é criada a ONU, em 1945, e é elaborada a Declaração Universal dos
Direitos Humanos em 1948.
- Sistema global de proteção aos Direitos Humanos: surge no
século XX no cenário pós 2ª Guerra Mundial.
- Sistemas regionais de proteção aos Direitos Humanos: o primeiro
sistema é o europeu, depois surgem os sistemas americano, africano e
asiático.
- Soberania e Internacionalização: o entendimento majoritário,
atualmente, é que a internacionalização dos direitos humanos não fere a
soberania estatal.

4. Evolução dos Direitos Fundamentais


Ao se falar de uma evolução dos direitos fundamentais, vale ressaltar que a cada
geração eles são complementados, ou seja, não se pode revogar aqueles que foram
primeiramente consagrados.  Essas gerações ou dimensões nada mais são do que a
ordem cronológica do reconhecimento dos direitos fundamentais. Dessa forma, é
evidente que, ao falar de dimensões dos direitos fundamentais não estamos falando
de uma hierarquia, mas sim, de uma organização temporal.

- Primeira Dimensão: Direitos e Garantias Individuais;


São direitos marcadamente individualistas. Consistem numa ideia de defesa
da esfera individual de cada pessoa, na qual o Estado só poderia intervir
para garantir a própria liberdade e segurança do indivíduo. Se realizam com
o não-fazer estatal. Estado mínimo.

- Segunda Dimensão: Direitos Sociais;


No contexto do pós Primeira Guerra, notou-se que a inércia do Estado
Liberal gerava desigualdade e miséria social, de modo que os cidadãos
sentiram a necessidade de elevar o Estado à condição de agente protetivo,
mediador das disputas econômicas e provedor de direitos sociais. Assim,
surge o Estado de Bem-Estar Social, intervindo na economia e na sociedade
de forma geral, tentando fazer com que a igualdade entre os cidadãos fosse
efetivada materialmente. Esses direitos de segunda dimensão se realizam
com uma atuação do Estado, a partir da prestação de serviços essenciais à
vida em sociedade como, por exemplo: saúde, educação, segurança, etc.
Ganharam impulso após a Revolução Russa (1917), bem como após a
Constituição Mexicana (1917) e a Constituição de Weimar (1919).
- Terceira Dimensão: Direitos de Fraternidade
Surge no pós Segunda Guerra. São direitos de titularidade coletiva ou difusa,
ou seja, não visam proteger a pessoa individualmente, mas a sociedade
como um todo. Alguns desses direitos são reconhecidos constitucionalmente
no Brasil, como o direito à autodeterminação dos povos e o direito à paz
mundial. Outros exemplos: direito ao meio ambiente, direito ao
desenvolvimento, direito à nacionalidade, etc.

Características dos Direitos Fundamentais


1. Relatividade: nenhum direito fundamental é absoluto - nem mesmo o direito
à vida -, visto que sempre são limitados por outros. Ex.: o direito à vida pode ser
limitado em caso de legítima defesa ou estado de necessidade.
2. Imprescritibilidade: o direito fundamental não perde a força com o passar
do tempo. Ninguém perde um direito fundamental por não exercê-lo.
3. Universais: estão protegidos pelo sistema global de proteção aos Direitos
Humanos e pelos sistemas regionais. Os Direitos Humanos são universais.
4. Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser transferidos
(vendidos, alugados, doados).
5. Irrenunciabilidade: o indivíduo não pode renunciar aos direitos
fundamentais. No Brasil, a ortotanásia é permitida, mas a eutanásia é considerada
uma violação ao direito à vida, que seria irrenunciável.
6. Efetividade: a atuação do poder público deve sempre se pautar na
necessidade de efetivação os direitos e garantias institucionalizados, inclusive, se for
preciso, por meio de mecanismos coercitivos. Ex.: o Habeas Corpus efetiva o direito
de ir e vir.
7. Inviolabilidade: impossibilidade de desrespeito aos direitos fundamentais
por determinação infraconstitucional ou por atos de autoridade, sob pena de
responsabilização civil, administrativa ou criminal.
8. Interdependência (complementaridade): os direitos fundamentais não são
interpretados isoladamente, ao contrário, devem ser conjugados, reconhecendo-se
que compõem um sistema único, pensado pelo legislador com o fito de assegurar a
máxima proteção ao valor "dignidade da pessoa humana".
9. Historicidade: os Direitos Humanos são históricos e surgem a partir de
“rupturas históricas”, mas existem alguns direitos que os doutrinadores consideram
natos.
10. Aplicabilidade imediata: os Direitos Fundamentais têm eficácia direta e
independente de legislação infraconstitucional.
11. Cumulatividade ou concorrência: os direitos fundamentais podem ser
exercidos cumulativamente, ou seja, num mesmo titular podem acumular-se vários
direitos, como, por exemplo, o direito de liberdade de manifestação do pensamento
com o direito de reunião ou associação.
12. Proibição do retrocesso: sendo os direitos fundamentais o resultado de um
processo evolutivo, marcado por lutas e conquistas em prol da afirmação da
dignidade da pessoa humana, uma vez reconhecidos, não podem ser suprimidos,
abolidos ou enfraquecidos. Ex.: se uma Constituição futura no Brasil tentar voltar
com a escravidão, isso não poderá acontecer por conta da proibição do retrocesso
do direito à liberdade.
13. Constitucionalização: os Direitos Humanos passaram a compor as
Constituições, com o nome de direitos fundamentais, para dar uma eficácia maior
para a aplicabilidade desses direitos, já que há uma vinculação direta das normas
constitucionais.

Destinatários dos Direitos Fundamentais

a) Brasileiros (natos ou naturalizados);


b) Estrangeiros residentes no Brasil;
c) Estrangeiros turistas (conforme entendimento do STF);
d) Apátridas;
e) Pessoas físicas e jurídicas (de Direito Público e Direito Privado).

Vinculação dos Poderes Públicos


A Constituição é a norma fundamental do país e, por isso, vincula todos os poderes da
administração pública a respeitar os direitos fundamentais. Os direitos fundamentais têm
eficácia irradiante, isto é, capacidade de alcançar todo o ordenamento jurídico, inclusive, o
poder público no exercício de suas atividades.
- Poder Executivo
- Poder Legislativo
- Poder Judiciário

Dimensões
- Subjetiva: refere-se aos indivíduos. Nessa esfera, é dado ao seu titular o
direito de exigir aos órgãos estatais ou a qualquer outra pessoa que seja
eventualmente obrigada, o respeito e a efetivação de seus direitos fundamentais.
- Objetiva: nessa visão, tem-se o entendimento de que os direitos
fundamentais devem ser compreendidos também como valores objetivos básicos de
conformação do Estado Democrático de Direito. Assim sendo, estabelecem
diretrizes para a atuação dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Limites aos Direitos Fundamentais


Os direitos fundamentais podem ser limitados por outros direitos. Nesse sentido, os limites
dos direitos fundamentais podem estar previstos no próprio ordenamento jurídico, bem
como podem ser determinados pelo magistrado na análise de um caso concreto, através da
ponderação.

a) Ponderação: proposta por Robert Alexy, a ponderação ocorre em três fases:


A primeira fase é denominada de “adequação”, onde observa-se, antes de restringir
um princípio, se o objetivo de tal limitação será adequado para resolver o problema. A
segunda etapa é denominada de “necessidade”, ou seja, questiona-se se, apesar de a
medida ser adequada, não haveria outra maneira menos danosa de se resolver o problema.
Não havendo como, chega-se à terceira e última fase da ponderação, tal qual a
“proporcionalidade stricto sensu”. Essa última parte consiste em, após entender a medida
como adequada e necessária, analisar minuciosamente, quais os impactos desta decisão,
de modo que deve ser priorizado o princípio que traga mais vantagens do que
desvantagens a determinado caso.

b) Tese da Relativização: consiste na ideia de relativizar os direitos


fundamentais. É considerado mais concreto do que o sistema de ponderação, visto
que os casos de relativização devem, necessariamente, estar previstos na
Constituição. Por exemplo, há relativização do direito à vida nos casos de legítima
defesa ou nos casos de gravidez que oferece risco à mãe.

c) Constituição e Normas Infraconstitucionais: existem restrições presentes


na própria Constituição, sendo claras e objetivas as limitações neste caso. Contudo,
existem limitações previstas em normas ordinárias. Essas últimas só podem
delimitar os direitos fundamentais se estiverem de acordo com a Lei Maior, assim,
segundo o princípio da Reserva Legal, quando a Constituição permitir, uma lei
poderá regular e limitar os direitos fundamentais.

Eficácia
- Vertical: é a observância dos direitos fundamentais nas relações entre o
Estado e o particular.
- Horizontal: significa que as relações privadas, isto é, as relações entre
indivíduos, também devem ser limitadas pelos direitos fundamentais. Existem três
teorias que tratam da eficácia horizontal: (i) Teoria Negativa: não admite a eficácia
dos direitos fundamentais nas relações privadas, reconhecendo apenas a eficácia
vertical; (ii) Teoria Indireta: entende que só há eficácia dos direitos fundamentais nas
relações interpessoais se houver prévia autorização do legislador; e (iii) Teoria
Imediata: defende que os direitos fundamentais produzem efeitos e devem ser
respeitados nas relações privadas, independentemente de decisão legislativa.
- Diagonal: eficácia observada numa relação entre particulares em que haja
uma hierarquia entre os dois pólos. Ex.: relação entre patrão e empregado.

Direito à Vida

1. Conceito: é o direito legítimo de defender a própria existência e de existir


com dignidade, salvo de qualquer violação, tortura ou tratamento desumano ou
degradante. Envolve o direito à preservação dos atributos físico-psíquicos
(elementos materiais) e espirituais-morais (elementos imateriais) da pessoa humana,
sendo, por isso mesmo, o mais fundamental de todos os direitos, condição sine qua
non para o exercício dos demais.

- Fonte primária: o direito à vida é o princípio de todos os outros


direitos fundamentais.
- Inviolabilidade: não se pode violar o direito à vida de alguém.
- Indisponibilidade: o direito à vida é indisponível, ou seja, ninguém
pode vender, rejeitar, alugar, nem nada do tipo, a sua vida.
- Vida Biológica: estar vivo, consciente.
- Vida Biográfica: é o que o ser humano consegue construir ao longo
de sua vida. Muitas vezes, apesar de o sujeito ter vida biológica, ele não
consegue mais manter sua vida biográfica, ou seja, não constrói mais
experiências (estado vegetativo).

2. Teorias sobre o início da vida


a) Teoria da Concepção: defende que a vida tem início a partir da
concepção, ou seja, quando o espermatozóide penetra no ovócito e ambos
se fundem. Para essa teoria, a pílula do dia seguinte é abortiva, pois esta
impede que o “embrião” chegue ao útero.
b) Teoria da Nidação: entende que a vida se inicia a partir do momento
em que o embrião se fixa no útero, único ambiente em que ele pode se
desenvolver. Este processo ocorre cerca de 5 a 6 dias após a fecundação e,
portanto, a vida se iniciaria a partir do 7° dia de gestação.
c) Teoria da Formação do Sistema Nervoso: defende que a vida se
inicia somente quando o embrião torna-se sensível, isto é, quando o seu
tecido nervoso se forma, o que dá ao feto sensações de dor e de prazer. De
15 a 40 dias de gestação.
d) Teoria dos Sinais Eletroencenfálicos: a vida se inicia depois de 8
semanas de gestação.
e) Teoria do Nascimento: a vida se inicia com o nascimento do
indivíduo.
f) A vida existe quando o feto sobrevive independente da mãe: a
vida se inicia quando o indivíduo é capaz de sobreviver sem a mãe. Mesmo
que a mãe não sobreviva ou sofra algo grave, há uma probabilidade maior de
retirar o bebê com vida, geralmente a partir da 20ª semana de gestação.

3. Composição

- Dignidade: a vida não é apenas biológica e, por isso, o direito à vida


tem como pressuposto o direito à dignidade humana.
- Incolumidade (física e psíquica): direito de não ser agredido, não
apenas fisicamente, mas também psiquicamente.
- Manutenção do ciclo vital: a pessoa tem o direito de defender a sua
própria vida, mesmo que para isso seja necessária a violência ou até mesmo
tirar a vida de outra pessoa.

4. Aborto
O aborto consiste em interromper a gravidez antes de o feto ter capacidade de
sobreviver fora do útero da mãe, dando causa à morte deste. No Brasil, aborto é crime.
Comete crime não só a mulher grávida, como também o médico que realiza o
procedimento. A Constituição Federal, assim como o Código Penal, permite a realização do
aborto somente em dois casos: quando a gestação causar riscos à mãe (estado de
necessidade) e em casos de gravidez oriunda de relação não consentida (estupro). Além
disso, de acordo com jurisprudência do STF, o aborto é permitido também em casos de
fetos anencéfalos.

5. Eutanásia
A eutanásia consiste em antecipar a morte de um indivíduo em estágio grave de
doença, visando atenuar os sofrimentos do enfermo e de seus familiares, haja vista a sua
inevitável morte do ponto de vista médico. A eutanásia é proibida pelo ordenamento jurídico
brasileiro. Ou seja, é vedado ao indivíduo, mesmo que em estágio grave de doença, abrir
mão de sua própria vida, bem como é proibido a terceiros interromper a vida de um enfermo
em estágio grave, mesmo que os procedimentos médicos sejam ineficazes e causem
sofrimento ao paciente.
- Eutanásia ativa voluntária: consiste na administração de
medicamentos ou realização de algum procedimento com o intuito de levar o
paciente à morte, após o seu consentimento.
- Eutanásia ativa involuntária: é a administração de medicamentos
ou realização de procedimentos para levar o paciente à morte, em situação
na qual o paciente não consentiu previamente. Esta prática é ilegal em todos
os países.
- Suicídio assistido: é o ato realizado quando o médico fornece
medicamentos para que o próprio paciente possa abreviar a vida.
- Ortotanásia: consiste em promover uma morte natural, digna, sem
que sejam feitos tratamentos considerados fúteis, invasivos e artificiais para
manter a pessoa viva e prolongar a morte, como a respiração por aparelhos,
por exemplo. É praticada por meio de cuidados paliativos, que não vão ter a
eficácia de manter o enfermo vivo, mas também não vão lhe gerar dores e
sofrimentos, de modo que o indivíduo possa ter uma morte tranquila. É
permitida pelo ordenamento jurídico, desde que tenha o consentimento da
família ou do próprio enfermo.
- Distanásia: é o ato de adiar o dia da morte de uma pessoa,
prolongando, com isto, a dor e o sofrimento. Assim, a distanásia é
considerada uma má prática médica, pois promove uma morte lenta, através
de tratamentos considerados fúteis e sem benefícios para a pessoa em fase
terminal de vida.

6. Suicídio
Do ponto de vista jurídico, nem o suicídio nem a tentativa de suicídio são
considerados crimes pelo Código Penal. Já o induzimento, instigação ou auxílio a
suicídio de terceiro é tipificado como crime.
Art. 122, CP: “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio
para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão,
de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de
natureza grave.”

Princípio da Igualdade

1. Conceito: está previsto no art. 5°, caput e inciso I, CF.


Art. 5º, CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;”

- Ideia de Justiça: nem sempre tratar todos de forma igual é promover


justiça, uma vez que existem peculiaridades individuais. Por vezes, para
igualar é preciso desigualar. O princípio da igualdade está presente em todos
os ideais de justiça. Igualdade e justiça são dois conceitos correlatos.
- Aristóteles: justo é tratar os desiguais de forma desigual.

2. Discriminações positivas: são aquelas que têm como fundamento a norma


constitucional, e como objetivo desigualar para igualar. Ex.: discriminação de altura
entre homens e mulheres nos concursos militares.

3. Discriminações negativas: não têm respaldo constitucional, logo, ferem o


princípio da igualdade.

4. Limite: o limite da discriminação é o texto constitucional.

5. Tipos de Igualdade
- Aritmética: justo seria distribuir os bens igualmente.
- Geométrica: justo seria distribuir na proporção da contribuição.
- Formal: igualdade perante a lei.
- Material: igualdade de acesso aos bens.

6. Dimensões da Igualdade
- Estado Liberal: igualdade formal, perante a lei.
- Estado Social: vai promover a igualdade na lei.
- Dimensão Democrática: quando as Constituições passam a tratar
das discriminações positivas.

Liberdade

1. Conceito: consiste na prerrogativa fundamental que investe o ser humano


de um poder de autodeterminação conforme a sua própria consciência.
- Liberdade positiva: é o direito que todo mundo tem de agir conforme
a sua razão. Autonomia.
- Liberdade negativa: exercício da autonomia privada nos limites da
lei. Diz respeito a realizar tudo que as leis permitem ou não proíbem.

2. Liberdade de consciência: direito de seguir a corrente de pensamento


(político, filosófico, etc.) que lhe bem couber.

Obs.: Art. 5°, VIII, CF: “Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.”
Obs.: Neste inciso, inclusive, há uma ênfase para o fato de que a liberdade de consciência
não pode se sobrepor ao fixado pela lei. Ex.: alegar que minha religião não permite que eu
pague imposto de renda não é um argumento aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro.

3. Liberdade de crença: consiste na autonomia de toda e qualquer pessoa se


declarar crente ou não em quaisquer coisas, entidades, divindades, etc. A liberdade
de crença inclui, também, a liberdade de se declarar ateu, agnóstico e afins.
4. Liberdade religiosa: a liberdade religiosa vai para além da liberdade de
crença, pois trata da escolha de congregar. A partir da crença, a liberdade religiosa
assegura que qualquer religião será aceita e livre no nosso ordenamento jurídico,
desde o catolicismo até o satanismo.

5. Princípio do Estado Laico: separação entre Estado e religião. O Estado


não pode privilegiar certas religiões, muito menos adotar uma oficial. É proibido aos
entes federativos se vincular a quaisquer práticas religiosas.

Art. 19, CF: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes
o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;”

- Ensino religioso: o ensino religioso existe nas escolas públicas, mas


não vale nota, ou seja, não se pode obrigar o aluno a ir às aulas e fazer
provas. Por isso, nenhum aluno de escola pública será reprovado no ensino
religioso. Nas escolas privadas, por outro lado, como o ensino não é
ecumênico, pode-se priorizar o estudo de determinada religião em detrimento
de outra.
- Feriados: no Brasil, existem muitos feriados católicos e poucos ou
nulos de outras religiões, ou seja, o princípio do Estado laico não se faz
presente nesse aspecto.
- Transfusão de sangue: algumas religiões, como a “Testemunhas de
Jeová”, têm especificações sobre transfusão de sangue que rendem debates
sobre o direito à vida.

6. Liberdade de culto: direito de manifestar a sua crença religiosa, seja


sozinho, seja reunido em grupo.

Art. 5º, VI, CF: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo


assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”

Obs.: A liberdade religiosa e a liberdade de culto não se sobrepõem a nenhum outro direito,
ou seja, não podem interferir na liberdade dos demais cidadãos.
Obs.: ADI 3714: Versa sobre a data do ENEM e a questão dessas liberdades.

7. Liberdade de manifestação de pensamento: liberdade de expressar juízos,


conceitos, convicções e conclusões sobre alguma coisa. O Estado só pode controlar
os pensamentos e opiniões externados pelos indivíduos. A liberdade de
manifestação de pensamento não pode ser lesiva a bens jurídicos, valores
constitucionais, etc., de modo que a Constituição assegura o direito de resposta à
pessoa que supostamente foi ofendida, além do direito à indenização por dano
moral, material ou à imagem.
7.1. Pensamento x Manifestação
- Censura: a censura é proibida pela Constituição de 1988. Determinar
classificação indicativa para exibição de filmes, espetáculos teatrais, shows,
etc., é diferente de censurar.
- Acesso à informação: as pessoas têm o direito de ter acesso a
documentos e informações públicas, sejam elas historiográficas,
institucionais, legislativas, etc., de modo que a formação da opinião seja
isenta de qualquer vício informacional. Os órgãos e autoridades públicas são
obrigados a externar seus atos, uma vez que são de interesse geral da
população.
- Sigilo de fontes: algumas figuras não são obrigadas a declarar as
fontes de sua informação, a exemplo dos médicos, advogados, padres,
jornalistas, psicólogos, parlamentares, etc.
- Vedação ao anonimato: o indivíduo não deve expor opiniões ou
disseminar informações sem divulgar a sua identidade, salvo algumas
exceções, por exemplo, em caso de denúncias criminais.

7.2. Decisões
- HC 83996 - Gerald Thomas.
- ADI 4451 - Humor em período eleitoral.
- ADPF 130 - Ilegalidade da Lei de Imprensa.
- ADPF 187 - Marcha da Maconha.

8. Liberdade de Ação: liberdade de fazer ou deixar de fazer qualquer coisa,


quando não for vedado por lei. Decorre do art. 5º, II, CF, segundo o qual “ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”

9. Liberdade de Locomoção: liberdade de ir e vir. Repele qualquer atividade


não autorizada pela Constituição que cerceia o trânsito das pessoas. Só em casos
excepcionais é permitida a limitação da liberdade de locomoção, quando se visa
resguardar outros interesses, como a ordem pública ou a paz social, perturbadas
com a prática de crimes (admite-se a privação de liberdade, nesse caso) ou
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional (admite-se, nessa
hipótese, a decretação do Estado de Defesa ou Estado de Sítio).
Art. 5º, XV, CF: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
dele sair com seus bens;”

Habeas Corpus: é uma ação que visa a proteção da liberdade de locomoção dos
indivíduos, isto é, serve para fazer parar ou prevenir qualquer restrição ilegal ao direito de ir
e vir livremente. Na prática, é usado para a soltura de pessoas presas ilegalmente ou para
prevenir uma possível prisão ilegal.

Art. 5º, LXVIII, CF: “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;”

Obs.: Doutrina brasileira do Habeas Corpus: Ruy Barbosa defendia que a eficácia do
Habeas Corpus deveria ser ampliada para proteger outros direitos líquidos e certos, para
além da liberdade de locomoção. Isso foi aplicado no Brasil até o ano de 1926.

Tipos
- Preventivo: é aquele impetrado quando há uma ameaça de cerceamento ao
direito de locomoção. Pede-se um salvo conduto. É muito comum nas CPIs.
- Repressivo: é aquele impetrado quando o indivíduo já está indevidamente
preso. Pede-se um alvará de soltura.
- Suspensivo: é aquele impetrado quando há uma ordem de prisão, mas a
prisão efetivamente ainda não ocorreu. É um contra mandado de prisão.
- Profilático: é aquele impetrado por conta de um ato que poderá gerar uma
prisão ilegal, ainda que as chances sejam remotas. Ex.: situação em que um defensor
público tenha seu acesso aos elementos de investigação policial preliminar (inquérito)
negado, em um delito de furto simples. Poderá ocorrer a prisão, ainda que seja muito
difícil, de modo que caberia HC profilático. Não é pacífico na doutrina.

Requisitos
- Idioma português;
- Escrito;
- Assinado;
- Atualidade: tem que tratar de uma violação atual.

Obs.: Pode ser impetrado por pessoas de qualquer idade, inclusive, crianças; não tem
custas; pode ser em favor de si mesmo ou de terceiros; pode ser escrito em qualquer tipo
de papel; o que importa é comunicar, passar a mensagem sobre um cerceamento ilegal à
liberdade de locomoção de alguém.
Obs.: Quando a prisão está relacionada a uma relação trabalhista, quem julga o HC é o juiz
do trabalho.

Gratuidade: o habeas corpus é gratuito e não tem custas judiciais.


Capacidade postulatória: qualquer pessoa pode impetrar um habeas corpus, inclusive os
incapazes, as pessoas jurídicas, os analfabetos, os juízes - desde que não se qualifiquem
como juízes -, os estrangeiros - desde que seja feito em língua portuguesa -,
independentemente de representação por um advogado.
Impetrante: é quem entra com a ação. Pode ser pessoa física ou pessoa jurídica.
Impetrado: é contra quem se entra com a ação. Pode ser pessoa física ou pessoa jurídica.
Paciente: é o beneficiado com a ação. Só pode ser pessoa física.

Obs.: O habeas corpus consubstancia o livre acesso à justiça.


Obs.: As pessoas jurídicas podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros, mas não
podem ser beneficiadas por esse remédio, uma vez que as PJs não se locomovem.
Obs.: O impetrante e o paciente podem ser a mesma pessoa.

Limitações
- Estado de sítio (guerra): na vigência de estado de sítio em decorrência de
guerra, o manejo de habeas corpus pode ser limitado.
- Punições disciplinares: não cabe impetração de habeas corpus em relação
a punições disciplinares militares.
Obs.: A punição disciplinar deve estar prevista no Código Penal Militar, e se houver excesso
na aplicação da punição, haverá a possibilidade de se impetrar um habeas corpus.

10. Liberdade profissional: liberdade de exercer qualquer profissão, dentro dos


limites estabelecidos em lei. É uma norma que pode ter a sua eficácia restringida,
posteriormente, por uma lei complementar, ou seja, é uma norma de eficácia
contida.
Art. 5º, XIII, CF: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”

Obs.: A liberdade profissional não se restringe apenas à pessoa humana na escolha e


exercício de sua profissão, direcionando-se também às pessoas jurídicas em relação à
liberdade de exercer atividade econômica, industrial ou comercial.
Obs.: No caso de algumas profissões, a lei vai exigir determinados requisitos para o
exercício da função, como no caso da advocacia, que só poderá ser exercida pelo bacharel
em Direito que for aprovado no Exame da Ordem.
Obs.: A profissão do advogado é a única que tem reserva de mercado prevista na
Constituição, pois a advocacia é uma função essencial à justiça.

11. Liberdade de reunião: trata-se de um direito fundamental que investe as


pessoas de poderes jurídicos para se agruparem em locais abertos ao público para,
juntas e conscientemente, independente de autorização do poder público,
protestarem, reivindicarem ou exprimirem ideias, pouco importando se dizem
respeito a aspectos religiosos, culturais ou políticos. É a expressão coletiva da
liberdade de manifestação do pensamento.
Art. 5º, XVI, CF: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;”

- Elemento Subjetivo: pessoas.


- Elemento Objetivo: sem armas.
- Elemento Temporal: provisória.
- Elemento Teleológico: deve ter fins pacíficos.
- Elemento Formal: deve haver um mínimo de coordenação.
- Elemento Espacial: deve ocorrer num local estabelecido.

12. Liberdade de associação: direito que assiste às pessoas de se unirem, de


forma estável e duradoura, em torno de um interesse comum, que tenha por objetivo
um fim lícito.
Art. 5°, XVII, CF: “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
a de caráter paramilitar;”
- Suspensão: decisão judicial.
- Extinção: trânsito em julgado.

Direitos Políticos
Art. 14, CF: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.”

Plebiscito: consiste numa consulta prévia à população acerca de algum projeto de lei ou
algum assunto de grande interesse popular. Ex.: plebiscito acerca da forma (Monarquia x
República) e sistema (Presidencialismo x Parlamentarismo) de governo em 1993.
Referendo: consiste numa consulta posterior à aprovação de algum projeto de lei ou
medida de grande relevância social, para apurar se o povo concorda ou não. Ex.: referendo
do Estatuto do Desarmamento em 2005.
Iniciativa Popular: refere-se à possibilidade de o povo propor leis, tanto ordinárias quanto
complementares. Para isso, são necessários três requisitos:
- Mínimo de 1% do eleitorado nacional;
- Esse percentual deve estar distribuído por, no mínimo, 5 estados federados;
- Cada estado deve estar representado por, ao menos, 0,3% do seu eleitorado.
Ex.: Lei da Ficha Limpa.

Obs.: Cabe plebiscito e referendo em nível federal, estadual e municipal.

1. Sufrágio Universal: é a capacidade eleitoral ativa ou passiva, ou seja, o


direito que os cidadãos têm de votar e serem votados.

2. Voto: é o instrumento utilizado no sufrágio universal.


- Secreto: é uma forma de evitar pressão sobre os eleitores, bem
como impedir a coação.
- Direto: é aquele em que a população vota diretamente no candidato
que deseja que a represente.
- Indireto: a escolha dos representantes políticos é feita com base na
deliberação de um seleto grupo de pessoas.
- Obrigatório: o voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e
menores de 70 anos.
- Facultativo: o voto é facultativo para os maiores de 16 e menores de
18 anos, para os maiores de 70 anos e para os analfabetos.

3. Direitos Políticos
- Ativos: direito de votar.
- Passivos: direito de ser votado.
- Positivos: são o conjunto de normas jurídicas que asseguram a
participação do povo no cenário eleitoral do Estado.
- Negativos: são o conjunto de normas que impedem a participação da
pessoa no processo eleitoral, como os casos de inelegibilidade, perda ou
suspensão dos direitos políticos.

4. Tipos de inelegibilidade: a inelegibilidade consiste na falta da capacidade


eleitoral passiva.
- Relativa: refere-se aos impedimentos em razão do cargo ou aos
casos de inelegibilidade reflexa. Ex.: militar alistável.

Art. 14, § 8º, CF: “O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.”

- Absoluta: está relacionada a características pessoais, atingindo


todos os cargos eletivos. São os casos dos estrangeiros, conscritos e
analfabetos.

Obs.: Inalistáveis: não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o


período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Impedimento à capacidade eleitoral
ativa.
Obs.: Inelegíveis: não podem eleger-se os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os
analfabetos. Impedimento à capacidade eleitoral passiva.

4.1. Inelegibilidade reflexa: os cônjuges ou parentes do Presidente, Governador ou


Prefeito não poderão se candidatar na eleição seguinte, dentro do respectivo
território de jurisdição, salvo se já forem titular de algum cargo e queiram se
reeleger. Ex.: a esposa de Rui Costa não poderá se candidatar a nenhum cargo
político na Bahia na próxima eleição. Se o titular do cargo for do Legislativo, não há
problemas.

Obs.: Súmula Vinculante 18: Caso ocorra a separação ainda no curso do mandato, a
inelegibilidade reflexa não será afastada, pois isso poderia ser um mecanismo para fraudes.

5. Condições de elegibilidade
- Nacionalidade brasileira;
- Alistamento eleitoral: significa que o indivíduo está cadastrado
eleitoralmente, ou seja, ele tem título de eleitor.
- Pleno exercício dos direitos políticos: é quando o indivíduo faz uso
dos direitos políticos.
- Domicílio eleitoral na circunscrição: o indivíduo só pode se
candidatar onde ele vota.
- Filiação partidária: no Brasil, não se admite políticos independentes.
- Idade mínima para o cargo:
● Presidente, Vice-Presidente e Senador - 35 anos.
● Governador e Vice-Governador - 30 anos.
● Deputado Federal, Estadual, Distrital, Prefeito e Vice-Prefeito -
21 anos.
● Vereador - 18 anos.

Obs.: É possível que uma pessoa esteja alistada eleitoralmente, porém não esteja no pleno
exercício dos direitos políticos. Ex.: indivíduo condenado no cumprimento da pena.

6. Reeleição (executivo): o Presidente, os Governadores e os Prefeitos


poderão se reeleger para um único mandato subsequente. Caso queiram concorrer
a outro cargo, eles devem renunciar de seus mandatos até 6 meses antes do pleito.

7. Sistema
- Majoritário: busca garantir a eleição de candidatos que conseguem
arrecadar mais votos. Maioria absoluta (1º turno) - considera eleito o
candidato que alcançar metade dos votos dos integrantes do corpo eleitoral
mais um. Maioria simples (2º turno) - considera eleito o candidato que
alcançar o maior número de votos em relação aos seus concorrentes.
- Proporcional: busca garantir que os cargos sejam distribuídos de
forma proporcional em relação à quantidade de votos recebidos pelos
partidos.

8. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME): poderá ser proposta


perante a Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias contados da diplomação, instruída
com provas de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude.

9. Perda ou suspensão: é vedada a cassação dos direitos políticos, mas estes


poderão ser perdidos ou suspensos nos seguintes casos:
- Cancelamento da naturalização por sentença judicial transitada em
julgado; (Perda)
- Incapacidade civil absoluta; (Suspensão)
- Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos; (Suspensão)
- Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa; (Não há consenso)
- Improbidade administrativa. (Suspensão)

Habeas Data

1. Histórico: está relacionado ao pós regime militar, pois durante esse período
muitas pessoas desapareceram. As famílias dessas pessoas reivindicavam o acesso
aos documentos dos parentes desaparecidos, o que culminou na criação do habeas
data na constituinte de 1987. Está disciplinado na Lei n° 9.507/1997.

Art. 5º, LXXII, CF: “conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;”

2. Objeto: promover o acesso a informações constantes em banco de dados


públicos ou de natureza pública. O habeas data serve para conhecer (ter acesso),
retificar (corrigir) ou anotar (acrescentar) informações.

3. Fases:
- Administrativa: pode durar 10 dias, se for acesso à informação, ou
15 dias, se for retificação ou anotação. Ex.: um motorista que vai no Detran
para saber quantas multas ele tem e o servidor diz que o sistema está fora
do ar. Com isso, o sujeito pode pedir uma certidão de que ele esteve no
órgão e não teve acesso aos dados naquele dia, ou pode redigir um termo
declaratório com assinatura de duas testemunhas, pois só assim o prazo
contará. Se, após o prazo de 10 dias, o cidadão não conseguir acessar os
seus dados, ele poderá entrar com um habeas data.
- Judicial: o cidadão vai fazer uma petição, vai instruí-la com a
certidão comprobatória, e o juiz vai analisar o mérito da ação e julgar. Num
mesmo habeas data, a pessoa pode requerer tanto o acesso quanto a
retificação e a anotação de dados.

Obs.: Súmula 02, STJ: não cabe a impetração de um habeas data se não houver recusa da
informação por parte da administração pública.

4. Direito líquido e certo: é o direito de acesso a informações de caráter


personalíssimo. O habeas data só pode ser impetrado através de um advogado,
respeitando as fases.

Obs.: O habeas data é uma ação personalíssima, ou seja, só pode ser impetrado com
relação à pessoa do impetrante.
Obs.: O habeas data é uma ação gratuita, ou seja, não há custas judiciais. Porém, os
honorários do advogado devem ser pagos.
Obs.: O habeas data é uma ação imprescritível e não decai.

5. Legitimidade ativa: qualquer pessoa que precise ter acesso a informações


de caráter personalíssimo em um banco de dados públicos ou de natureza pública.
6. Legitimidade passiva: qualquer órgão responsável pelos dados.

Mandado de Segurança

1. Histórico: está relacionado ao histórico do habeas corpus. Por um período, o


habeas corpus era utilizado para proteger todos os direitos líquidos e certos, até que
surgiu o Mandado de Segurança. A primeira Constituição a prever o Mandado de
Segurança foi a de 1934.

Art. 5º, LXIX, CF: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;”

2. Legitimidade ativa: qualquer pessoa que tenha um direito líquido e certo


lesado pode impetrar um Mandado de Segurança.
3. Legitimidade passiva: autoridade do poder público ou agente de pessoa
jurídica que esteja exercendo atribuições do poder público.
4. Objeto: proteção de um direito líquido e certo não amparado por habeas
corpus ou habeas data.

Obs.: O STF vai além e entende que o Mandado de Segurança serve para proteger
qualquer direito líquido e certo não amparado por outros remédios constitucionais. Ou seja,
o Mandado de Segurança é residual.

5. Direito líquido e certo: qualquer direito que a pessoa consiga comprovar,


através de prova pré-constituída, isto é, prova documental, como o texto de lei.

Obs.: A prova testemunhal, ainda que documentada, não poderá embasar a petição inicial
de um Mandado de Segurança.

6. Tipos
- Preventivo: não tem prazo.
- Repressivo: tem um prazo de 120 dias contados da ciência do ato.

Obs.: O prazo é decadencial, ou seja, passado o prazo, o indivíduo perde o direito.


Obs.: O Mandado de Segurança não é gratuito e precisa de advogado.
7. Mandado de Segurança e Serviços Públicos por determinação
constitucional: educação, saúde e previdência social. Com relação à educação, é
pacífico o entendimento de que é possível se impetrar Mandado de Segurança
contra instituições privadas que causem dano a algum direito líquido e certo. Com
relação à saúde e previdência, não há um consenso doutrinário.

8. Mandado de Segurança coletivo

Art. 5º, LXX, CF: “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;”

Obs.: Basta que o partido político tenha representantes na Câmara dos Deputados ou no
Senado Federal.
Obs.: O Mandado de Segurança individual não necessariamente vai ser impetrado por uma
única pessoa; pode ser impetrado por um grupo de pessoas que não se enquadrem nos
legitimados do MS coletivo.

Mandado de Injunção

1. Omissão Legislativa: a Constituição prevê alguns direitos que, para terem


eficácia plena, necessitam de regulamentação por parte do Poder Legislativo.
Porém, por vezes, o Legislativo se omite de regulamentar esses direitos, o que
configura uma omissão inconstitucional. Dessa forma, existem dois instrumentos de
reivindicação contra essa omissão legislativa: o Mandado de Injunção e a ADO.
Mandado de Injunção ADO

Combate uma omissão inconstitucional Combate uma omissão inconstitucional

Via difusa Via direta

Julgado por qualquer juiz ou tribunal Julgada pelo STF

Impetrado por qualquer pessoa Somente os legitimados do art. 103, CF

Art. 5º, LXXI, CF: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”

2. Objeto: proteger um direito fundamental que está sendo violado ou tendo o


seu exercício inviabilizado, num caso concreto, por conta da ausência de uma norma
regulamentadora. Ex.: o direito de greve dos servidores públicos está previsto na
Constituição, mas ainda não há uma norma regulamentando-o.

Obs.: O Mandado de Injunção trata de normas de eficácia limitada, ou seja, aquelas que,
para terem seu exercício pleno, necessitam de regulamentação infraconstitucional.

3. Posições da Jurisprudência do STF


- Não concretista: o STF se omite de suprir a omissão legislativa,
alegando que não é competência sua.
- Concretista individual: o STF reconhece que há uma omissão
legislativa e define um prazo para o Legislativo suprir a lacuna.
- Concretista geral: o STF reconhece a omissão inconstitucional e ele
próprio supre a lacuna legislativa. É a posição atual do Supremo.

4. Conceito: o Mandado de Injunção é uma ação constitucional que permite a


valoração da atividade legislativa no caso concreto.
5. Legitimidade ativa: qualquer pessoa que não esteja tendo acesso a um
direito previsto na Constituição por falta de regulamentação.
6. Legitimidade passiva: se a competência de legislar for do Congresso
Nacional, quem julga é o STF. Se a lei for de competência da Assembleia Legislativa
do Estado, quem julga é o Tribunal de Justiça.
7. Mandado de Injunção coletivo: pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe,
associação em funcionamento há pelo menos 1 ano, Ministério Público ou
Defensoria Pública.

Obs.: No julgamento de um Mandado de Injunção, o Supremo não obriga o Legislativo a


legislar sobre determinado direito, mas o próprio STF supre a lacuna legislativa, através da
analogia. A eficácia da decisão é inter partes.
Obs.: O Mandado de Injunção não é gratuito e necessita de advogado.

Ação Popular
Art. 5º, LXXIII, CF: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”

1. Conceito: concede o direito aos cidadãos de fiscalizar os atos da


administração pública e anular aqueles atos lesivos aos direitos transindividuais.
2. Legitimidade ativa: cidadão em sentido estrito, ou seja, aquele que está no
gozo de seus direitos políticos, inclusive, os relativamente incapazes sem
representação.
3. Legitimidade passiva: autoridades da administração pública.
4. Objeto: proteger o patrimônio público, a moralidade administrativa, o meio
ambiente, o patrimônio histórico e cultural.

Obs.: A Ação Popular é gratuita, salvo comprovada má-fé do autor. Necessita de advogado.
Tem prazo prescricional de 5 anos.
Obs.: A regra é que a Ação Popular deve ser julgada no local do dano, por um juiz de 1º
grau. Se a autoridade coatora for federal, quem vai julgar é um juiz federal; se for estadual
ou municipal, quem vai julgar é um juiz de direito.

Direito de Petição

1. Histórico: está previsto no ordenamento jurídico brasileiro desde a primeira


Constituição (1824) e se repetiu em todas as posteriores. Porém, o direito de petição
tem como origem o Bill of Rights (1689).

Art. 5º, XXXIV, CF: “são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;”

2. Conceito: permite a defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de


poder. É o direito que o cidadão tem de comunicar a qualquer autoridade uma
ilegalidade ou abuso de poder contra um direito seu ou de interesse social. Constitui
instrumento de exercício da cidadania. Ex.: provocar o Ministério Público acerca de
uma lesão ao direito da criança e do adolescente.
3. Direito de Petição e Direito de Ação: o direito de petição precede o direito
de ação.
4. Titular do Direito de Petição: qualquer pessoa, inclusive menor de idade.
5. Destinatários do Direito de Petição: qualquer autoridade pública.

Obs.: Não necessita de advogado e é gratuito. Exige forma escrita.


Obs.: Esse direito de petição é exercido somente no âmbito administrativo. É diferente de
petição judicial.
Obs.: A certidão só poderá ser concedida quando a informação for de interesse pessoal.
Obs.: Registrado o pedido de certidão e não sendo atendido, o remédio constitucional
cabível será o Mandado de Segurança.

Direito de Propriedade

1. Histórico
- Revolução Francesa: reconhece a propriedade como um direito
absoluto e fundamental.
2. Conceito: é o direito que indivíduos ou organizações têm de controlar o
acesso a bens de que são titulares. O proprietário tem, sobre sua propriedade, o
direito de uso, gozo e disposição.

Obs.: Atualmente o direito de propriedade é entendido como direito absoluto no sentido de


que é exercido contra todos. Porém, ele não é absoluto no sentido de que o proprietário
pode fazer o que quiser com a sua propriedade, pois esta encontra limitações legais,
sobretudo, no que diz respeito à sua função social.

- Função social da propriedade: envolve a relação entre o


proprietário e a coletividade. A coletividade deve respeitar o direito de
propriedade do proprietário e este não pode utilizar a sua propriedade de
modo a desrespeitar a coletividade.

Obs.: A função social da propriedade não constitui uma limitação ao direito de propriedade,
pois faz parte do conceito deste.

3. Titular do Direito de Propriedade: o proprietário, ou seja, aquele que detém


a posse registrada de um bem.
4. Limitações
- Desapropriação: cessão ao domínio público, compulsória e mediante
justa indenização, de propriedade pertencente a um particular. Significa a
perda da propriedade.
● Sanção: a desapropriação será uma punição aplicada ao
proprietário que não cuidou devidamente de sua propriedade. Ex.:
quando o proprietário não observa a função social da propriedade. A
indenização deve ser posterior, justa e em títulos públicos. Se for um
imóvel urbano, será em títulos da dívida pública; se for um imóvel
rural, será em títulos da dívida agrária.
● Por necessidade ou utilidade pública: quando ocorrer
alguma situação de relevante interesse público que prevaleça sobre o
interesse individual. A indenização deve ser prévia, justa e em
dinheiro. Ex.: desapropriação de casas para a construção de uma
linha de metrô.

- Expropriação: também chamada de desapropriação confiscatória, é


a desapropriação forçada por lei, onde o proprietário não recebe indenização
pelo bem desapropriado. Ex.: quando o indivíduo plantar maconha em sua
propriedade.
Obs.: Na ação de desapropriação, o proprietário não pode discutir a constitucionalidade ou
não desta, mas somente o valor da indenização. Caso queira discutir a constitucionalidade,
deverá entrar com um Mandado de Segurança.

- Requisição: no caso de iminente perigo público, a autoridade


competente poderá requisitar a propriedade de alguém para resolver o
problema. Ex.: uma árvore cai sobre uma casa e, para resgatar os
sobreviventes, o poder público requisita a propriedade da casa ao lado, pois
dividem a mesma parede. A requisição é administrativa, ou seja, não
necessita de autorização judicial. Pode ser indenizada, se houver e após o
dano.

Art. 5º, XXV, CF: “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;”

- Servidão: consiste em um direito real sobre coisa alheia, em que o


dono do prédio serviente aceita um encargo em favor do prédio dominante,
com fim de tornar a propriedade deste mais útil, mais agradável ou mais
condizente com seu fim natural. Quebra a utilização exclusiva da propriedade
pelo proprietário. O dono do prédio dominante poderá transitar no prédio
serviente, etc. É necessário o registro do título constitutivo, no cartório de
registro de imóveis. O direito de transitar na propriedade serviente continua,
ainda que esta mude de proprietário.
- Usucapião: é o direito que o indivíduo adquire em relação à posse de
um bem móvel ou imóvel em decorrência da utilização do bem por
determinado tempo, contínuo e incontestadamente. Só se pode usucapir bem
privado.
- Tombamento: é uma forma de intervenção do Estado na propriedade
privada, que tem por objetivo a proteção do patrimônio histórico e cultural.
São passíveis de tombamento quaisquer bens móveis ou imóveis, materiais
ou imateriais, públicos ou privados, de interesse histórico, cultural ou
ambiental.

5. Propriedade imaterial: propriedade autoral ou industrial. A propriedade


autoral é vitalícia, podendo ser transmitida aos herdeiros, de forma temporária. A
propriedade industrial é temporária.
6. Direito à herança: consiste na possibilidade de transmitir a propriedade aos
sucessores. É o que dá sentido ao direito de propriedade.

Obs.: Art. 5º, XXVI, CF: “a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes
de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;”

Direitos Sociais
Art. 6º, CF: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

Dica: Edu mora la. Saú trabalha ali no transporte. Assis pro seg pre so.

Obs.: Os direitos sociais são direitos de 2ª geração, ou seja, aqueles em que o Estado deve
agir para garanti-los.

Direitos Trabalhistas

Art. 7º, CF: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;


IV - salário mínimo;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VIII - décimo terceiro salário;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à
do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XIX - licença-paternidade;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;”

[...]

Sindicatos: cabe aos sindicatos a defesa dos direitos e interesses, individuais ou coletivos,
de determinada categoria profissional, inclusive no âmbito judicial ou administrativo. A
criação de um sindicato independe de autorização estatal, mas necessita registro em órgão
competente. É vedada a intervenção intervenção estatal na organização sindical.
- Princípio da Unicidade Sindical: é vedada a criação de mais de um
sindicato, representando uma mesma classe profissional, na mesma base territorial,
a qual não pode ser inferior à área de um município.

Obs.: Ninguém é obrigado a filiar-se ou permanecer filiado ao sindicato.


Obs.: É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.

Direito de Greve: cabe aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e


também sobre os interesses que devam por meio dela defender.

Ordem Econômica

1. Princípios

Art. 170, CF: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

2. Atuação do Estado Brasileiro


- Direta: a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo. O Estado atua através das empresas públicas
e sociedades de economia mista.
- Indireta: quando o Estado atua através de agências reguladoras,
realizando as funções de fiscalização, incentivo e planejamento da atividade
econômica.
- Monopólio: pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás natural;
refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; importação e exportação do
petróleo e gás natural; etc.

Art. 175, CF: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”
3. Política Urbana e Plano Diretor: o plano diretor vai dizer como a cidade vai
crescer, quais as regiões em que deve existir parque, vai definir o controle da
poluição e proteção do meio ambiente, etc. A política urbana vai permitir que o
município realize desapropriação sanção, quando o proprietário não observar a
função social da propriedade.

4. Função social da propriedade


- Urbana: a propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no
plano diretor.
- Rural:

Art. 186, CF: “A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.”

5. Usucapião especial e constitucional

Art. 183, CF: “Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.”

6. Pequena e Média Propriedade Rural: não podem ser desapropriadas, a


não ser que o sujeito seja dono de inúmeras pequenas e médias propriedades
rurais.

7. Reforma agrária: a Constituição Federal de 1988 prevê a reforma agrária


como um direito fundamental, mas até hoje ela não ocorreu.

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