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Esse texto propõe mostrar como devem ser analisados os contratos de prazo
indeterminado e de trato sucessivo com a mudança paradigmática nas relações
contratuais apontadas pela Renata Steiner em seu livro “Descumprimento Contratual:
Boa fé e Violação Positiva do Contrato”, no qual ela entende a relação obrigacional
como um processo e propõe uma nova forma de inadimplemento obrigacional, a
violação positiva do contrato.
Assim, é preciso analisar a resilição unilateral prevista nos arts. 473 e 720 do
CCB/2002 de forma conjunta com os padrões comportamentais exigidos pela boa-fé
objetiva. Isso não significa dizer que fica proibida a extinção contratual e que os
contratos devem ser mantidos a qualquer custo, pelo contrário, a vontade de se
contratar ainda é importante e deve ser considerada. Entretanto, uma parte, ao decidir
acabar com uma relação obrigacional de forma unilateral, deve observar os fins
econômicos e sociais, os bons costumes e em especial as expectativas geradas, com
o intuito de evitar danos a outra parte, e em caso de ocorrência, estes devem ser
reparados em toda sua extensão. É importante lembrar que esses deveres laterais
são independentes em relação àqueles da obrigação principal, então mesmo que
ocorra o cumprimento do que foi acordado, isso não exclui a necessidade de
reparação por violação positiva do contrato.
REFERÊNCIAS:
TEPEDINO, Gustavo. Temas de Direito Civil. 4. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
p. 1-23.
VASCONCELOS, Pedro Pais de. Teoria Geral do Direito Civil, 6. ED, Coimbra:
Editora Almedina, 2010.