BOLETIM OPERÁRIO
Caxias do Sul, 13 de julho de 2019 | Edição nº 554
A Época
Rio de Janeiro
21 de dezembro de 1912
Edição nº 144 – Ano I
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Telegramas
Espanha
Madrid, 20 – Telegrafam de Santander ter sido
preso naquela cidade o anarquista José
Uriarte, amigo de Manoel Pardinhas, que a 12
do mês passado assassinou o presidente do
conselho de ministros, José Canalejas. O
anarquista José Uriarte pelas averiguações
feitas pela polícia havia sido designado pelo
anarquismo para partir para Cuba assassinar o
presidente daquela República, mas não
cumpriu a missão que fora incumbido e dirigiu-
se para Santander, onde começou a entregar-
se a prática de pequenos roubos.
A questão ferroviária
Madrid, 20 – O Conde de Romanones,
presidente do conselho, declarou não ter
receios da agitação que atualmente se nota
entre os empregados das estradas de ferro,
acrescentando estar o governo aparelhado
para qualquer eventualidade, mas também
decidido a concitar as companhias a cumprir as
promessas feitas.
Os patrões amassam o pão com o suor do
rosto
Madrid, 20 – Comunicam de Córdoba que os
padeiros daquela cidade se manifestaram em
parede, sendo que o pão hoje fornecido a
população foi fabricado pelos próprios patrões.
Estados Unidos
O governo dos Estados Unidos manda fazer
uma enérgica representação ao presidente do
México
A sua admiração pelos grandes
Washington, 20 – Foram enviadas instruções
evangelizadores da sociedade nova é, porém,
ao embaixador dos Estados Unidos, no
muito mais teórica do que pratica, a julgar pelo
México, para que faça enérgicas
fato de o não termos visto ainda envolvido em
representações ao governo do Presidente
nenhum complot anarquista. Sempre que se
Madera no sentido de ser quanto antes,
trata de promover o bem do proletariado, o
restabelecida a ordem naquela República,
Senhor Caralampio figura entre os mais
pondo-se termo a revolução, que é prejudicial
esforçados. Ainda quando se reuniu nesta
aos interesses dos estrangeiros, ali
Capital o 1º Congresso Operário Brasileiro, ele
domiciliados. (Da Agência Havas).
tomou parte nos respectivos trabalhos. Agora,
na agitação popular motivada pela carestia da
A Época
vida, o Senhor Caralampio entendeu colocar-
Rio de Janeiro
se, muito logicamente, ao lado dos oprimidos
2 de janeiro de 1913.
contra os opressores. Domingo último, por
Edição nº 156 – Ano II
ocasião do comício da Gávea, onde reside, ele
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usou da palavra, mas os seus discursos nada
Telegramas
contiveram que pudesse autorizar da parte da
França
polícia nenhuma repressão. Pois bem – o
Paris, 1 – For preso o anarquista Noury, um
Senhor Caralampio não cessa desde esse dia,
dos autores dos atentados ultimamente
de receber cartas anônimas truculentamente
cometidos em Bezos e Chantilly.
ameaçadoras e pelo mau português em que
são escritas, denunciadoras da procedência
A Época
subalternamente policial. Ainda ontem nos foi
Rio de Janeiro
mostrada uma dessas cartas, a última, eivada
13 de março de 1913.
de grosserias e terminando pela ameaça de
Edição nº 226 – Ano II
expulsão. Apesar de estarmos numa época de
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absurdos clamorosos, pensamos que o
Um operário ameaçado de expulsão... por
governo não irá expulsar do território nacional
cartas anônimas
velhos operários que aqui constituíram família
O Senhor Coralampio Trilhos é um velho e
e outro crime não tem, senão o de desejarem
honrado operário de origem espanhola,
uma vida menos atribulada. E apenas nos
domiciliado, haverá largos anos, no Brasil onde
referimos a esse caso das ameaças ao Senhor
constituiu família, já tendo mesmo alguns
Caralampio, no intuito de prevenir o ânimo das
netinhos. Inteligente, possuindo ao menos
altas autoridades, contra projetos de
alguma cultura, é um sectário das ideias de
mesquinha vingança afagados por alguns
Carlos Maix, Kroptkine, Bakonnine e outros
beleguins de baixa categoria.
reformadores socais.
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