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VARAL POÉTICO

CECÍLIA MEIRELES

Poesias
1. Motivo
2. A flor e o ar
3. Atitude
4. Meu sonho
5. Pássaro
6. Cantada Vesperal
7. Leveza
8. Lei
9. Som
Poesia:

1. MOTIVO

Eu canto porque o instante existe


e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,


não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
_ não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.


Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
_ mais nada.
Alunos: Erick Devani, vitoria, Fernandes, Matheus Felipe
Poesia:

2. A FLOR E O AR

A flor que atiraste agora,

quisera trazê-la ao peito;

mas não há tempo nem jeito...

Adeus, que me vou embora.

Sou dançarina do arame,


não tenho mão para flor
Pergunto, ao pensar no amor,
como é possível que se ame.

Arame e seda, percorro


o fio do tempo liso.
E nem sei do que preciso,
de tão depressa que morro.

Neste destino a que vim,


tudo é longe, tudo é alheio.
Poesia

3. ATITUDE

Minha esperança perdeu seu nome...


Fechei meu sonho, para chamá-la.
A tristeza transfigurou-me
como o luar que entra numa sala.

O último passo do destino


parará sem forma funesta,
e a noite oscilará como um dourado sino
derramando flores de festa.

Meus olhos estarão sobre espelhos, pensando


nos caminhos que existem dentro das coisas transparentes.

E um campo de estrelas irá brotando


atrás das lembranças ardentes.
Poesia:

4. MEU SONHO

Parei as águas do meu sonho


para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,

perto do céu, por sobre o mar.


Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,


talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.
Poesia:

5. PÁSSARO

Aquilo que ontem cantava


já não canta.
Morreu de uma flor na boca
não do espinho na garganta.

Ele amava a água sem sede,


e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.

Não foi desejo ou imprudência


não foi nada.
E o dia toca em silencio
a desventura causada.

Se acaso isso é desventura


ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma tênue ferida.
Poesia
6. CANTATA VESPERAL

Cerrai-vos, olhos, que é tarde, e longe,


e acabou-se a festa do mundo
começam as saudades hoje.

Longos adeuses pelas varandas


perdem-se; e vão fugindo em mármore
cascatas céleres de escadas.

Pelos portões não passam mais sombras,


nem há mais vozes que se entendam
nas distância que o céu desdobra.

As ruas levam a mares densos.


E pelos mares fogem barcas
sem esperanças de endereços
Poesia:
7. LEVEZA

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.

E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.

E o que se lembra, ouvindo-se


deslizar seu canto,
mais leve.

E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.

E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
Alunos: Claudio, Ruan, Kaiqui, Luiz Henrique, Willon
Poesia:
8. LEI

O que é preciso é entender a solidão!


O que é preciso é aceitar, mesmo, a onda amarga
que leva os mortos.

O que é preciso é esperar pela estrela


que ainda não está completa.

O que é preciso é que os olhos sejam cristal sem névoa,


e os lábios de ouro puro.

O que é preciso é que a alma vá e venha;


e ouça a notícia do tempo,
e, entre os assombros da vida e da morte,
estenda suas diáfanas asas,
isenta por igual.
de desejo e de desespero.

Alunos: Laryssa, Pedro, Mariana, Matheus Felipe


Poesia:

9. Som

Alma divina,
por onde me andas ?
Noite sozinha,
lágrimas, tantas!

Que sopro imenso,


alma divina ,
em esquecimento
desmancha a vida!

Deixa-me ainda
pensar que voltas,
alma divina
coisa remota!

Tudo era tudo


quando eras minhas,
e eu era tua,
alma divina!

Alunos: Maria Luíza, Luis Eduardo, Marcos, Geraldo


Poesia:
10. SONETO ANTIGO

Responder a perguntas não respondo.


Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,


sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.


Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.


Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.
Poesia:
11. RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,


Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,


Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,


Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Alunos: Augusto, Helena, Douglas

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