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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS

CÂMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA


DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


CAUSADAS POR FALHAS OPERACIONAIS EM PAREDE DE
CONCRETO MOLDADA IN LOCO

ATEILSON FERNANDO DE SOUZA


WENDELL ALVES BADARÓ

APARECIDA DE GOIÂNIA
2019
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS
CÂMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ATEILSON FERNANDO DE SOUZA


WENDELL ALVES BADARÓ

ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


CAUSADAS POR FALHAS OPERACIONAIS EM PAREDE DE
CONCRETO MOLDADA IN LOCO

Trabalho de conclusão de curso de graduação


apresentado ao Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus
Aparecida de Goiânia como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil e desenvolvido na linha de
pesquisa Construção Civil: Materiais e
Tecnologias sob orientação do Me. Renato
Costa Araújo.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2019
TERMO DE APROVAÇÃO

ATEILSON FERNANDO DE SOUZA


WENDELL ALVES BADARÓ

ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


CAUSADAS POR FALHAS OPERACIONAIS EM PAREDE DE
CONCRETO MOLDADA IN LOCO

Trabalho de conclusão de curso de graduação


apresentado ao Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus
Aparecida de Goiânia como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil e desenvolvido na linha de
pesquisa Construção Civil: Materiais e
Tecnologias sob orientação do Me. Renato
Costa Araújo.
Aprovado em: ____ de____________de 2019.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________
Prof. Me. Renato Costa Araújo (Presidente-Orientador)

_________________________________________________________
Prof. Dr. Wanderley Azevedo de Brito (Examinador Interno -IFG)

_________________________________________________________
Eng. Abrão Hene Vieira Filho (Examinador Externo)
RESUMO

BADARÓ, W. A.; DE SOUZA, A. F. Estudo das manifestações Patológicas causadas por


Falhas Operacionais em Parede de Concreto Moldada in Loco. 2019. 40f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia Civil.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Aparecida de Goiânia,
2019.

As manifestações patológicas na parede de concreto podem vir a tornar-se um obstáculo para


os cronogramas físico-financeiros de uma obra. Haja vista que, todos os processos desde a
concepção do projeto, até sua utilização, passam pela fase de execução. Tendo como análise
a capacidade humana de falhar, determinados procedimentos de execução são
negligenciados e acarretam em retrabalhos que irão propiciar desconforto em seus usuários
pela instabilidade da edificação. Torna-se necessário buscar compreender uma relação entre
execução, prazo e qualidade para que atrelados a boa técnica, anomalias construtivas
possam ser evitadas. O estudo das manifestações patológicas na parede de concreto se torna
evidenciado quando há uma preocupação em melhoria constante dos processos desde o
início de uma obra até o seu término. Ou seja, a identificação das manifestações patológicas,
a possível causa e tratativa, buscando o aperfeiçoamento das técnicas operacionais
garantidas por meio de NBR’s e estudos acerca do concreto armado devem ser o foco para
manter produtividade, qualidade, segurança e lucro na parede de concreto moldada in loco.

Palavras-chave: Manifestações Patológicas; Parede de Concreto; Patologia; Construções;

4
ABSTRACT

BADARÓ, W. A.; DE SOUZA, A. F. Study of Manifestations Pathological Caused by Fails


Operational in Concrete Wall Molded in Loco. 2019. 40p. Course Completion Work
(Undergraduate in Civil Engineering) - Department of Civil Engineering. Federal Institute of
Education, Science and Technology of Goias, Aparecida de Goiania Campus, 2019.

The pathological manifestations in the concrete wall may become an obstacle to the physical-
financial schedules of a work. It should be noted that all processes from the design of the
project to its use go through the execution phase. Having analysis of the human capacity to
fail, certain execution procedures are neglected and lead to rework that has caused discomfort
in its users due to the instability of the building. It is necessary to seek to understand a relation
between execution, term and quality so that, coupled with good technique, constructive
anomalies can be avoided. The study of the pathological manifestations becomes evident
when there is a concern in constant improvement of the processes from the beginning of a
work until its end. In other words, the identification of the pathological manifestations, the
possible cause and treatment, seeking improvement of the operational techniques guaranteed
through NBR's and studies about the reinforced concrete should be the focus to maintain
productivity, quality, safety and profit in concrete wall molded in loco.

Keywords: Manifestations Pathological; Concrete Wall; Pathology; Construction;

5
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Radier utilizado na parede de concreto moldado in loco 22

Figura 2 – Gabarito plástico posicionador 23

Figura 3 – Posicionamento das telas soldadas 23

Figura 4 – Kit elétrico fixado na armação 26

Figura 5 – Montagem dos painéis da fôrma 27

Figura 6 – Concretagem usando uma calha improvisada 29

Figura 7 – Escoramento da Laje 30

Figura 8 – Fissuras no concreto armado 34

Figura 9 – Nicho de concretagem 35

6
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo dos principais tipos de concretos usado na parede de concreto 17

7
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland

ABESC - Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem

ABECE - Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria

NBR - Normas Brasileiras

CAA - Concreto Autoadensável

IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas

IBTS - Instituto Brasileiro de Tela Soldada

PMCMV - Programa Minha Casa Minha Vida

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

1.1 Justificativa e Importância do Tema 12

1.2 Objetivos 13

1.2.1 Objetivo Geral 13

1.2.2 Objetivos Específicos 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13

2.1 Breve histórico da parede de concreto moldada in loco 13

2.2 Definição Geral e Características 14

2.3 Elementos constituintes da Parede de Concreto Moldada in Loco 16

2.3.1 Concreto 16

2.3.2 Concreto Autoadensável 17

2.3.3 Armação 18

2.3.4 Fôrmas 19

2.4 Processos executivos da parede de concreto moldada in loco 21

2.4.1 Fundação utilizada na parede de concreto 22

2.4.2 Marcação da Laje 23

2.4.3 Montagem da Armação 24

2.4.4 Montagem das Instalações 25

2.4.5 Montagem das fôrmas 26

2.4.6 Concretagem 28

9
2.4.7 Desforma e Cura 29

2.5 Vantagens e desvantagens da parede de concreto moldada in loco 30

2.6 Manifestações patológicas na parede de concreto moldada in loco 32

2.6.1 Estudo breve da definição de patologia 32

2.6.2 Manifestações patológicas na parede de concreto 33

2.6.2.1 Fissuras 34

2.6.2.3 Defeitos na superfície do concreto 36

2.6.2.4 Paredes fora de prumo e esquadro 36

2.6.2.5 Caixas elétricas desalinhadas e fora do esquadro 36

2.6.2.6 Armadura exposta 37

3 METODOLOGIA 37

3.4 Escolha do Empreendimento/Caracterização 37

3.5 Método utilizado: Levantamento das Manifestações Patológicas 38

4 RESULTADOS ESPERADOS 38

REFERÊNCIAS 39

10
1 INTRODUÇÃO

Implantado pelo Governo Federal brasileiro em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida,
faz com que construtores e empreendedores iniciem uma forte empreitada no ramo da
construção civil habitacional, com o objetivo de construir casas com custos mais baixos e
maior velocidade de produção, e para isso utilizam a tecnologia construtiva: Parede de
concreto.

A partir do pressuposto de que a tecnologia acompanha a sociedade na geração de resultados


mais rápidos, a parede de concreto moldada in loco se encaixa utilizando-se do concreto
autoadensável que possui um melhor controle tecnológico desde a escolha dos agregados
até sua dosagem, um sistema de formas de alumínio com peso mais leve para seu transporte
e montagem, e a praticidade do aço cortado-dobrado que possibilita em ganhos consideráveis
no tempo de armação de lajes e paredes, e por fim um sistema elétrico-hidráulico montados
em kits que agregam sobremaneira para concretagens diárias.

Sendo uma estrutura de concreto armado, a parede de concreto se destaca pelo uso do
concreto autoadensável com suas propriedades de autoadensabilidade: habilidade de
preenchimento, a garantia do adensamento sem comprometer à resistência a compressão e
a durabilidade, o equilíbrio entre a alta fluidez e sua moderada viscosidade e a estabilidade
ou resistência à segregação (GOMES, 2002).

Para gerir toda qualidade benéfica da parede de concreto, em 2012, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) publicou a NBR 16.055/2012 (“Parede de Concreto Moldada no
Local para a Construção de Edificações – Requisitos e Procedimentos”) de forma a normatizar
o dimensionamento e a execução do sistema que ainda não era normatizado, apesar do seu
uso há cerca de 30 anos no Brasil (REVISTA TÉCHNE, 2012).

Segundo Corsini (2012), algumas construtoras viam com receio a aplicação desta tecnologia
pelo uso de conhecimentos e técnicas próprias até o surgimento da norma, que cria um
procedimento de execução padrão para ser seguido e executado. Tendo em vista a entrada
em vigor da NBR 16.055/2012, algumas adaptações eram necessárias para que a concepção,
execução e utilização fossem de acordo com a técnica normativa.

A inerência no fato de que o uso da parede de concreto sem uma norma, faz com que
manifestações patológicas sejam constatadas, e com a observação de recorrências
patológicas irá abranger uma minuciosa análise em obras antes da norma e pós norma.

11
As paredes de concreto estão sujeitas ao aparecimento de patologias como qualquer outro
sistema construtivo, que reduzem a resistência da estrutura e seu desempenho (CORRÊA,
2012). As inconformidades encontradas eram decorrentes da inadequação as propriedades
do concreto fresco, ou do mau controle/execução (MIDIÉTRI FILHO, SOUZA E BARREIROS,
2013).

A partir do que fora dito há a necessidade de recomendações técnicas de uma forma mais
detalhada, com o uso de treinamentos para buscar a prevenção quanto as manifestações
patológicas e tratativa com o intuito de que a execução bem instruída, implica numa melhor
qualidade, com uma quantidade menor de erros.

Portanto, deve ser levado em consideração a experiência técnica de todas as etapas


construtivas e o conhecimento prévio analítico da NBR 16.055:2012 para que a execução das
paredes de concreto moldada in loco sejam exemplos no que concerne à segurança,
qualidade, custo e uso.

1.1 Justificativa e Importância do Tema

A importância do presente trabalho está no aperfeiçoamento das técnicas construtivas e


métodos de execução da parede de concreto moldado no in loco, tendo em vista a prevenção
de anomalias que possam ocorrer nesse processo construtivo. Uma vez que esse método
passou a ser bastante utilizado no Brasil por apresentar entres suas vantagens, maior
velocidade de produção e consequentemente custos mais baixos.

O sistema construtivo de paredes de concreto é um método de construção racionalizado que


oferece produtividade, qualidade e economia de escala quando o desafio é a redução do
déficit habitacional. (MISURELLI; MASSUDA, 2009)

Com a necessidade de aumentar a velocidade de produção e consequentemente reduzir o


custo na execução de moradias subsidiadas pelo governo, construtoras nacionais passaram
a adotar o método de execução de parede de moldada no local, pois apresenta ganhos
significativos que podem ser repassados ao consumidor final.

A constante busca do entendimento das causas que provocam as patologias na construção,


apresentam medidas preventivas e cuidados que devem ser tomados na execução, afim de
reduzir os retrabalhos e aumentar o ganho de produção, justifica a necessidade desse
trabalho.

12
1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

A presente monografia tem por objetivo levantar e classificar as manifestações patológicas


oriundas de falhas na execução da parede de concreto, categorizar e apresentar as possíveis
causas e tratativas com a finalidade de melhorar o processo construtivo.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para o desenvolvimento do presente trabalho foi determinado os seguintes objetivos


específicos:

• Classificar e quantificar as anomalias patológicas recorrente na execução da


parede de concreto.
• Examinar e quantificar os principais erros recorrente no procedimento
construtivo.
• Analisar as possíveis causas das patologias e apresentar as tratativas para
prevenir e corrigir as manifestações patológicas.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica aborda conceitos e informações relevantes para o esclarecimento das


manifestações patológicas na parede de concreto, descrevendo e caracterizando todo o
processo construtivo para que a partir desta análise seja construída toda abordagem técnica
necessária para o entendimento das recorrentes anomalias construtivas que possam vir a
ocorrer em decorrência de falhas operacionais. A revisão bibliográfica busca contribuir para a
análise técnica das manifestações patológicas em obras de parede de concreto onde quer
que seja executada.

2.1 Breve histórico da parede de concreto moldada in loco

O sistema construtivo parede de concreto surge na década de 80 como um sistema inovador


que tem como principais objetivos a melhoria da produção e reduzir custo. O método é
inspirado em experiências consagradas e bem-sucedidas de construções industrializadas em
concreto celular (sistema Gethal) e concreto convencional (sistema Outinord), que eram

13
mundialmente conhecidas nas décadas de 70 e 80. Porém, devido à falta de escala e de
continuidade de obras nesses padrões - principalmente com as limitações financeiras da
época - essas tecnologias não se consolidaram no mercado brasileiro. (MISURELLI;
MASSUDA, 2009).

Com a implantação do PMCMV, Programa Minha Casa Minha Vida, três entidades
representativas do segmento da indústria da construção civil, a Associação Brasileira de
Cimento Portland (ABCP), a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem
(ABESC) e o Instituto Brasileiro de Tela Soldada (IBTS), junto com algumas construtoras,
passaram a estudar e conhecer outras realidades no continente americano, com
particularidades com o Brasil, para saber quais os sistemas construtivos mais utilizados, onde
o sistema de paredes de concreto, por sua competitividade, cadeia preparada e visão
sistêmica; a gestão e a logística eram fatores fundamentais no sucesso da empreitada, era
uma realidade expressiva em países como a Colômbia, México e Chile, com realidades
habitacionais e demandas semelhantes à brasileira. (JÚNIOR,2017).

Em 2006 foi construído primeiro condomínio residencial erguido com o método construtivo de
parede de concreto, a empresa Rodobens Negócios imobiliário utilizou formas de plástico
locado no Estados Unidos da América. Desde então esse método construtivo começou a ser
utilizado no Brasil.

Segundo Junior (2017), hoje a realidade do sistema de paredes de concreto responde por
52% das unidades em construção e em projeto do PMCMV, o que demonstra sua
competitividade e atendimento às Normas vigentes no Brasil.

2.2 Definição Geral e Características

O uso desse sistema construtivo (parede autoportante), no Brasil começou ainda na década
de 1970, para atender a necessidade de entrega rápida dos empreendimentos incentivados
pelo governo brasileiro. Mas, o uso de paredes de concreto teve certa queda com o passar
dos anos, sendo retomado com força por meio do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em
2009. Nesse programa, as construtoras buscavam, justamente, um tempo de construção
pequeno. O que é exatamente o que esse tipo de parede pode oferecer, além de estruturas
de boa qualidade e custo reduzido. (TECNOSIL, 2019).

Parede de concreto é um sistema construtivo racionalizado, que oferece as vantagens da


produção em alta escala sem perda de qualidade com condições técnicas e econômicas
perfeitas para a atual demanda do mercado brasileiro da construção. (ABCP, 2008/2009).

14
O sistema atende a todas as atuais premissas do mercado, oferecendo as vantagens de uma
metodologia construtiva voltada à produção de empreendimentos que têm alta repetitividade,
como condomínios e edifícios residenciais. (ABCP, 2008/2009).

Nesse contexto a parede de Concreto é definia como um sistema construtivo em que a


estrutura e a vedação são formadas por um único elemento: a parede de concreto, que é
moldada in loco. Nela podem também ser incorporadas, parcialmente, instalações e
esquadrias. (COMUNIDADE DA CONTRUÇÃO, 2014)

Segundo a NBR 16055:2012 (Norma Brasileira Regulamentadora - Parede de Concreto


Moldada no Local para a Construção de Edificações - Requisitos e Procedimentos) a parede
de concreto e um elemento estrutural autoportante, Moldado no local, com o comprimento
maior que dez vezes sua espessura e capaz de suporta carga no mesmo plano da parede.

A etapa de projeto é a mais importante do ciclo de produção de paredes de concreto, na


medida em que esse sistema construtivo se propõe a construir obras com grande rapidez.
Para isso, não há espaço para decisões em obra e o projeto deve estar totalmente definido
(Gestão - COLETANEA DE ATIVOS 2011/2013).

Segundo a comunidade do concreto o sistema Parede de Concreto deve ser percebido como
uma cadeia produtiva industrializada exige um planejamento bem estruturado desde a
idealização do projeto arquitetônico, passando pela modulação, compatibilização dos demais
projetos (estrutural, hidráulico e elétrico) até a gestão da obra.

Normalmente a espessura das paredes de concreto e das lajes é de 10 cm. Ambas são
armadas com telas de aço eletrossoldadas de malha quadrada de 100 mm e fios com diâmetro
de 4,2 mm. Basicamente, um projeto estrutural metálico é montado e apoiado com escoras,
deixando um vão na estrutura. Esse vão deverá ser preenchido com concreto (TECNOSIL,
2019).

A NBR 16055:2012 cita que as instalações elétricas e hidráulicas são embutidas na parede,
sendo a mesma fixada na armação antes da concretagem. Vale ressaltar que as instalações
com tubo de grande diâmetro não são embutidas nas paredes, mas sim alojadas em shafts,
previamente deixados nas paredes, como aberturas.

Uma das características importantes da estrutura autoportante e sua velocidade de produção,


pois afeta diretamente na redução do custo da obra. Este tipo de construção quando
comparada com a alvenaria convencional pode chegar a uma redução de 50% no tempo final
da produção.

15
2.3 Elementos constituintes da Parede de Concreto Moldada in Loco

Segundo Silva (2017) o sistema construtivo pode ser descrito como um conjunto de paredes
estruturais maciças de concreto, armadas com telas metálicas eletrossoldadas. Logo,
percebe-se em destaque o concreto, as formas e a armação sendo estes os principais
elementos constituintes da parede de concreto, que exigem um estudo/análise mais
aprofundado visando observar as suas peculiaridades.

2.3.1 Concreto

Para o método construtivo parede de concreto, o concreto deve possuir uma boa
trabalhabilidade, para evitar segregações e dificuldades na aplicação resultando em um fácil
preenchimento das formas e um bom acabamento da superfície do concreto. Para seguir as
peculiaridades da NBR 16055:2012, quatro tipos de concreto são recomendados para o uso
neste sistema construtivo (ABCP, 2007):

• Concreto Celular (L1): Na produção de concreto celular é adicionado uma


espuma que gera grande quantidade de bolhas de ar, trazendo baixa massa
específica e o bom desempenho térmico acústico como características desse
concreto.
• Concreto com agregados leves ou com baixa massa específica (L2): É
preparado com agregados leves (para a resistência requerida, a argila) resultando
em um bom desempenho térmico acústico, porém um pouco inferior aos concretos
L1 e M.
• Concreto com alto teor de ar incorporado:- até 9% (M): Tem características e
produção semelhantes ao concreto celular.
• Concreto Convencional ou Autoadensável (N): É considerado uma excelente
alternativa para parede de concreto, pois seus atributos são rápida aplicação e um
material extremamente plástico. É um concreto que recebe adição de
superplastificantes para atingir seu objetivo final.

A Tabela 01, demonstra um resumo das características dos concretos mais usuais na parede
de concreto, assim como, define quanto ao uso em que será empregado. Vale ressaltar a
importância do concreto autoadensável tendo em vista ao atingir um dos maiores valores na
resistência mínima a compressão (20 Mpa). Logo, justifica o seu uso na parede de concreto
e sua intensa observação no que concerne ao concreto usinado, ao invés de ser produzido
em obra.

16
Tabela 01-Resumo dos principais tipos de concretos usados na parede de concreto
Massa
Resistência Mínima a Tipologia usualmente
Tipo Concreto específica
compressão (MPA) utilizada
(Kg/m³)
L1 Celular 1500-1600 4 Casa até 2 pavtos.
Com agregado
L2 1500-1800 20 Qualquer Tipologia
leve

Com alto teor de


M 1900-2000 6 Casa até 2 pavtos.
ar incorporado

Convencional ou
N 2000-2800 20 Qualquer Tipologia
Autoadensável

Fonte: ABCP (2007)

No entanto, dentre os concretos apresentados o mais utilizado é o concreto autoadensável,


tendo em vista diversos fatores que facilitam o processo, tais como a rápida aplicação e
ausência de vibradores para o adensamento (ABCP, 2008).

Segundo Arêas (2013), são utilizadas algumas fibras têxteis de polipropileno para combater
tensões de tração. A dimensão máxima do agregado deve ser de 12,5mm (brita 1), deve-se
buscar um concreto homogêneo, preferencialmente autoadensável, assim minimizando
operações de acabamento (feltragem) e boa integridade das arestas eliminando retrabalhos.

2.3.2 Concreto Autoadensável

O concreto autoadensável é uma tecnologia importante e que traz muitas inovações, pois
basicamente representa uma evolução em relação ao concreto convencional. Ele aumenta
sua composição de 4 para 6 elementos: água, cimento, agregado graúdo e miúdo, finos e
aditivos tornando a dosagem muito mais complexa. Por este motivo devemos ter um controle
de qualidade que apenas pode ser obtido pela garantia do concreto usinado. (GOMES et al,
2009).

A Téchne, (2008), divulgou informações em relação ao CAA que são justificadas pelo custo,
pela diminuição do tempo de concretagem, pela qualidade do concreto e pelo melhor
acabamento. Tais atributos, podem ser explicados dada as propriedades de
autoadensabilidade do concreto sendo elas: habilidade de preenchimento, a garantia do
adensamento sem comprometer a resistência à compressão e a durabilidade (GOMES,2002),
o equilíbrio entre a alta fluidez e sua moderada viscosidade e a estabilidade ou resistência à
segregação.

17
O uso do concreto autoadensável na parede de concreto representa praticidade no que diz
respeito ao seu manuseio, no entanto, todos os seus padrões de autoadensabilidade devem
ser garantidos no canteiro de obras e na usina por meio de ensaios no controle tecnológico.
Estes ensaios devem ser realizados com rigor assim que o caminhão betoneira chega na
obra, sendo o ensaio de abatimento (Slump Teste) e o ensaio de espalhamento (Flow Teste).

Tutikian e Molin (2015), expuseram algumas vantagens do concreto autoadensável, o que


atesta ainda mais seu uso na parede de concreto moldada in loco.

• Devido a velocidade de lançamento e a eliminação da etapa de adensamento,


o CAA acelera a construção;
• Com a eliminação do adensamento, a quantidade de mão de obra necessária
para a concretagem é menor;
• Melhoria do acabamento final da superfície;
• A utilização de resíduos industriais, como cinza volante, escória de alto forno e
cinza de casca de arroz, na composição do CAA é um indicador de
sustentabilidade;

2.3.3 Armação

Segundo Misurelli e Massuda (2009), a armação que é adotada nas paredes de concreto é
composta por uma tela soldada no eixo vertical das paredes, ou nas duas faces, dependendo
do dimensionamento projetado. Bordas, vãos de portas e janelas recebem reforços de telas
ou barras convencionais. As armaduras devem atender a três requisitos básicos:

• Resistir a esforços de flexotorção nas paredes.


• Controlar a retração do concreto;
• Fixar as tubulações elétricas, hidráulicas e gás;

Para o dimensionamento de todos elementos do concreto estrutural, a NBR 6118:2014 será


utilizada com o propósito de garantir os critérios de dimensionamento da parede de concreto.
Todavia, deve ser levado em consideração que para o uso de telas soldadas, as
recomendações da NBR 7481:1990 devem ser observadas, assim como, no uso barras de
aço atendendo a norma NBR 7480:2007.

A armadura de aço em telas e reforços deve ser montada seguindo o projeto estrutural, e em
hipótese alguma, deve-se aplicar uma armação diferente sem a consulta prévia ao projetista.
Além do fato quanto a condições de estocagem e organização desse aço evitando seu contato

18
com a terra, e tendo todas as identificações claras, de forma a evitar qualquer confusão na
hora da montagem da armação.

A NBR 16055:2012, ainda traz algumas recomendações ao construtor sobre recebimento,


transporte e armazenagem, além de limpeza da superfície do aço que deve estar livre de
ferrugem e substâncias deletérias. Indicações necessárias para garantir melhor qualidade de
um material tão importante dentro da parede de concreto moldada in loco.

2.3.4 Fôrmas

Segundo Misurelli e Massuda (2009), a importância das fôrmas é vital, pois precisam ter
resistência a pressões no lançamento do concreto até a sua cura, para isso as formas
precisam estar totalmente estanques e que haja um favorecimento à geometria das peças. As
fôrmas apesar de serem vistas como estruturas provisórias, são cada vez mais alvos de
cuidados e tratamentos especiais para garantir sua reutilização em várias obras de parede de
concreto.

A NBR 16055:2012, recomenda que as fôrmas devem ser projetadas de forma a atender os
itens abaixo:

• Resistência a ações durante seu processo de construção:


-Ações ambientais.
-Carga da estrutura auxiliar.
-Carga das partes da estrutura permanente a serem suportadas pela estrutura
auxiliar até o concreto atingir a característica necessária para remoção do
escoramento.
-Efeitos dinâmicos acidentais produzidos pelo lançamento e adensamento do
concreto.
• Rigidez suficiente para atender as tolerâncias especificadas pela estrutura de
paredes de concreto, as especificações do projeto e que sejam satisfatório a
integridade dos elementos estruturais.
• Estanqueidade e conformidade com a geometria das peças que estão sendo
moldadas.

A ABNT NBR 16055:2012, prevê que podem ser usadas três tipos de fôrmas:

• Fôrmas Metálicas: São formas que utilizam quadros e chapas metálicas tanto
para estruturação de seus painéis como para dar acabamento à peça concretada.

19
• Fôrmas Metálicas + compensado: São compostas por quadros em peças
metálicas (aço ou alumínio) e utilizam chapas de madeira compensada ou material
sintético para dar o acabamento na peça concretada.
• Fôrmas Plásticas: Utilizam quadros e chapas feitas em plástico reciclável, tanto
para estruturação de seus painéis como para dar acabamento à peça concretada,
sendo contraventadas por estruturas metálicas.

A ABCP (2007), define que para edifícios de múltiplos pavimentos, pode-se utilizar formas
trepantes. Nesta modalidade, a produtividade da mão de obra é alta, pois as fôrmas são
estruturadas com painéis de grandes dimensões e andaimes de serviço, já são transportadas
de uma só vez, diminuindo as etapas de montagem. Com isso, o transporte vertical do
conjunto exige necessidade de grua no canteiro.

A escolha da tipologia adequada, o desenvolvimento e detalhamento do projeto de fôrmas


são de extrema importância para a viabilidade do sistema parede de concreto, e a garantia da
qualidade do produto final (ABCP, 2007).

O projeto de fôrma possui elementos que não podem faltar na concepção do projeto da parede
de concreto, sendo eles (ABCP, 2007):

• Detalhamento e posicionamento dos painéis;


• Detalhamento dos equipamentos auxiliares;
• Detalhamento de peças de travamento e aprumo;
• Detalhamento do escoramento (inclusive escoramento residual permanente);
• Sequência executiva de montagem e desmontagem;

A Comunidade da Construção (2016), ainda considera 10 dicas para a escolha do tipo de


fôrma conforme os seguintes aspectos:

• Produtividade da mão de obra na operação do conjunto;


• Peso por m² dos painéis;
• Número de peças do sistema;
• Durabilidade de chapa e número de reutilizações;
• Durabilidade da estrutura (quadros);
• Modulação dos painéis;
• Flexibilidade diante das opções de projetos;
• Adequação à fixação de embutidos;
• Análise econômica e comercialização (Locação, vendas);

20
• Suporte técnico do fornecedor (capacidade instalada, área de cobertura,
agilidade de atendimento, oferta de treinamento e assistência técnica);

Segundo Pandolfo (2007), a seleção da fôrma vai depender do grau de repetição do uso da
mesma, da qualidade exigida, da espessura da parede e consequente empuxo gerado pelo
peso do concreto, da disponibilidade de fornecedores na região, do ritmo da obra desejado, e
até do estudo da grua.

As fôrmas mais utilizadas hoje, são as fôrmas de alumínio, dada o seu peso para transporte,
e sua praticidade na montagem. As fôrmas possuem encaixes, nos quais são fixadas as
caixas de comando e de distribuição. Elas são aparafusadas nos painéis para que não se
movimentem durante a concretagem e mantenham seu alinhamento quanto as paredes
estiverem finalizadas (VENTURINI, 2011).

Através de quatro acessórios as peças de fôrmas de alumínio são conectadas:

• Cunha: Trabalha em conjunto com os pinos. Sua forma curva permite inseri-la
facilmente, diminuindo o risco de danos.
• Pino: Acessório que em conjunto com a cunha, realiza a fixação dos painéis de
parede entre si, com painéis angulares, cantoneiras e tapas; assim como, fixação
básica dos painéis de laje.
• Corbata ou Faquetas: Acessório em aço para separar e fixar as fôrmas,
determinando a espessura da parede. São instalados nas uniões de parede, em
toda a altura.
• Grapa: Acessório utilizado para a fixação de painéis sem perfuração, como:
painéis de laje com radier; painéis de radier com radier; tapas de parede com
fôrmas de parede; painéis de laje com painéis de escoras; painéis de lajes entre
si.

2.4 Processos executivos da parede de concreto moldada in loco

O IPT (2010), descreve o sistema construtivo paredes de concreto moldada no local sendo
composto por paredes maciças de concreto, armadas com tela soldada centralizadas entre
as formas e com lajes maciças de concreto, também moldada no local.

Segundo Corsini (2012), há uma explicação quanto as paredes do sistema construtivo


possuírem função estrutural, não é utilizada colunas ou vigas. Paredes e lajes são
concretadas simultaneamente.

21
Misurelli e Massuda (2009), determinam uma sequência de execução de atividades que
antecedem a montagem da forma, são elas:

• Nivelamento da Laje do piso;


• Marcação das linhas da parede no piso de apoio;
• Montagem das Armaduras;
• Montagem das redes hidráulicas e elétricas;
• Posicionamento dos painéis de forma;
• Montagem dos painéis (painéis internos primeiro e painéis externos depois);
• Colocação de Caixilhos (portas e janelas);
• Colocação de grampos de fixação entre painéis;
• Posicionamento das escoras de prumo;
• Colocação de Ancoragens (fechamento das formas de parede);

Sequenciada as etapas, realiza-se a concretagem. Porém para o entendimento do sistema


construtivo, serão enunciadas as etapas de: fundação e estrutura, e como elas influenciam na
prevenção de futuros retrabalhos ou até mesmo no surgimento de manifestações patológicas.

2.4.1 Fundação utilizada na parede de concreto

Segundo Misurelli e Massuda (2009), os tipos de fundação mais adequados para as paredes
de concreto são: sapata corrida, laje de apoio (radier)- conforme figura 1, blocos de
travamento de estacas e tubulões. Visando o sequenciamento construtivo rápido, o radier se
torna uma ótima opção haja vista sua facilidade de suporte para o recebimento e distribuição
das formas.

Figura 1: Radier utilizado na parede de concreto moldada in loco

Fonte: Téchne (2012)

22
Corsini (2011), afirma que ao se executar radier, a facilidade para montar as formas é maior,
por deixar a base de montagem nivelada. Ao utilizar radier, a atenção deve ser atenuada na
sua devida impermeabilização, evitando que uma possível umidade ascendente possa ir para
as paredes.

Existe uma primeira fiada de blocos de alvenaria estrutural sobre o radier e nas áreas de
cozinha e banheiros, são passadas as tubulações de infraestrutura que servirá de base para
interligação externa e interna. Antes da concretagem, deve-se verificar o posicionamento das
amaduras de arranque e dos elementos de instalação hidrossanitárias, elétricas e telefônicas.

Em um provável checklist de início de montagem das fôrmas, as fundações devem conter os


arranques verticais da parede, a localização das instalações sanitárias definidas e o
recebimento de nivelamento rigoroso na concretagem (BRAGUIM, 2013).

2.4.2 Marcação da Laje

A próxima etapa após o nivelamento da fundação, inicia-se com a marcação da Laje. Este
processo é muito importante, pois ele irá determinar o correto posicionamento das fôrmas de
modo que não haja incompatibilidade na montagem e o travamento seja feito da forma correta.

Para a realização deste processo, será necessário a utilização do projeto de formas, para
saber a correta demarcação da parede no piso. Para o auxílio desta etapa, existem gabaritos
posicionadores, conforme a figura 2 que possuem a dimensão da espessura da parede a ser
executada.

Figura 2: Gabarito plástico posicionador

Fonte: JERUEL, 2019

A partir do eixo central da parede, são considerados 13cm para cada lado, totalizando a
distância de 26 cm, correspondente aos 10cm de espessura da parede e mais 8cm de cada
lado para colocação das faces das fôrmas internas e externas (SILVA,2010).

Vale ressaltar, que a ABNT 16055:2012, fixa em aproximadamente 5mm a tolerância para a
posição dos eixos de cada parede em relação ao projeto, além da tolerância individual de

23
desalinhamento horizontal de elementos estruturais lineares menor ou igual ao comprimento
do vão/500 ou 5mm, adotando-se o menor valor.

2.4.3 Montagem da Armação

Após a marcação correta da laje, o posicionamento das telas soldadas posicionadas no eixo
vertical das paredes acontece, conforme figura 3. A norma brasileira que rege o processo de
utilização de telas de aço é a ABNT NBR 7481 – Tela de aço soldada – Armadura para
concreto, com base nela é executada todas as malhas do projeto.

A NBR 16055 (2012) enfatiza a necessidade das armaduras estarem limpas, seu
posicionamento e seu cobrimento serem conferidos e estarem de acordo com o especificado.
O projeto deve se atentar nos detalhamentos para que haja espaçamento necessário entre os
elementos para a execução da concretagem. Quando a armadura estiver em interferência
com outros objetos construtivos, só devem ser cortadas após autorização do projetista
estrutural.

Uma das funções da armação no Sistema Paredes de Concreto é resistir a tensões de


retração, consideráveis devido ao volume de concreto usado, além de suportar outras ações
diretas e indiretas. Por isso, segundo a ABNT (2012, p. 27) antes de qualquer alteração ou
corte na armação, deve-se obter a anuência do projetista e do responsável técnico da obra.

Há um esforço considerável nas aberturas no Sistema Paredes de Concreto, principalmente


devido à retração e concentração de cargas. “Os espaçadores são colocados a cada 50 cm,
tanto na horizontal quanto na vertical, de forma a possibilitar o cobrimento de concreto definido
em projeto.” (SILVA, 2010).
Figura 3: Posicionamento das telas soldadas

Fonte: Autor

24
Segundo Misurelli e Massuda (2009), a ordem de armação deve ser seguida, de forma que
se deve armar primeiro a armadura principal, em tela soldada. Depois é a vez das armaduras
de reforços, ancoragens de cantos e cintas.

Qualquer elemento pré-moldado (lajes, escadas e outros) não pode invadir a seção da parede
e deve ser consolidado com esta, com a finalidade de preservar o efeito de diafragma rígido
e garantir a continuidade das paredes.” (ABNT NBR 16055:2012, p. 12)

A NBR 16055:2012 prevê que, o espaçamento entre barras de aço verticais e horizontais não
pode ser maior que duas vezes a espessura da parede, sendo de no máximo 30 cm.

Vale ressaltar, que na parede de concreto moldada in loco, a armação se dá verticalmente e


horizontalmente nas lajes após a montagem dos painéis das fôrmas de alumínio.

2.4.4 Montagem das Instalações

Após o término da montagem da armação e seus respectivos reforços nos vãos de portas e
janelas, a equipe de instaladora entra com a instalação de seus kits elétricos e hidráulicos.

A Téchne (2008), explica que Kits hidráulicos e elétricos podem ser montados fora do canteiro
de obra ou em espaço destinado exclusivamente para isso. Se o projeto previr banheiros
espelhados, pode-se montar a instalação completa previamente.

Segundo a NBR 16055 (2012) além da função estrutural, a armadura também tem a função
de suportar os elementos das instalações elétricas e hidráulicas. Sendo assim, durante a
execução, após o posicionamento das telas, as tubulações elétricas, caixas, tubulações de
gás e hidráulica começam a ser colocadas conforme indicado em projeto e é imprescindível
que esses componentes estejam bem fixados na tela, para evitar que saia do prumo, entrem
na parede e causem entupimentos na concretagem.

A NBR 16055 cita que as instalações elétricas e hidráulicas são embutidas na parede, sendo
a mesma fixada na armação antes da concretagem, conforme figura 4. Vale ressaltar que as
instalações com tubo de grande diâmetro não são embutidas nas paredes, mas sim alojadas
em shafts, previamente deixados nas paredes, como aberturas.

Para garantir o cobrimento do concreto, torna-se necessário a colocação de espaçadores de


plástico nos eletrodutos, garantindo que a mangueira não fique exposta após a concretagem.

25
Figura 4: Kit elétrico fixado na armação

Fonte:AUTOR

Por gerar algumas dificuldades no momento da concretagem, é comum passar tubulações


hidrossanitárias por fora da estrutura, por dento de Shafts, escolha que possui a vantagem de
facilitar quaisquer manutenções futuras necessárias (ARÊAS,2013).

2.4.5 Montagem das fôrmas

A NBR 16055 (2012) cita a importância do estudo detalhado dos projetos pelo responsável
pela obra e que as formas devem vir acompanhadas de seus projetos. Antes do lançamento
do concreto nas formas, devem ser verificados suas dimensões e posições, com finalidade de
assegurar a conformidade entre projeto e executado. A superfície das formas devem ser
limpas e atender o uso de desmoldante, verificar a estanqueidade das mesmas de forma a
evitar perda do concreto.

Segundo a NBR 16055 (2012), é enfatizado a necessidade de conferencia dos escoramentos,


aprumadores e alinhadores horizontais antes da concretagem, para que se possa garantir as
dimensões e prumo das formas com o especificado em projeto, permitindo a passagem de
pessoas e equipamentos para a realização do serviço.

Importante notar que as formas metálicas, em especial a de alumínio, dão mais produtividade
ao sistema, visto que não precisam de elementos adicionais para resistir à concretagem. “Os
painéis de alumínio não possuem furações para passagem de ancoragens; somente a
passagem fina da chapa de ancoragem na emenda dos painéis.” (SILVA, 2009).

26
O travamento do sistema de fôrmas é feito a partir de pinos e cunhas, com espaçadores
internos reutilizáveis que, além de conferir espaçamento entre as faces das fôrmas, conforme
a espessura de projeto da parede, resistem aos esforços atuantes devidos ao empuxo do
concreto. (SILVA, 2009)

De acordo com Silva (2010), a montagem deve ser iniciada pelos painéis que formam o
banheiro, conforme figura 5, por facilitar a colocação das instalações hidráulicas. No caso das
formas plásticas, o processo de montagem das instalações e armadura pode ser invertido
com o da própria disposição das formas.

Figura 5: Montagem dos Painéis da Fôrma

Fonte:civilizacaoengenheira.wordpress.com

Em ambos os sistemas de formas, é essencial a aplicação correta de desmoldante. O


desmoldante recomendado para as fôrmas é à base de água e parafina líquida. (SILVA, 2009).

Dada, a aplicação de desmoldante para facilitar a limpeza da fôrma, a NBR 16055:2012, tem
algumas recomendações quanto ao seu uso:

• Garantir que o concreto não tenha aderência à forma;


• Não deixar resíduos na superfície das paredes ou ser de difícil remoção,
podendo comprometer a aderência do revestimento final e o aspecto da parede;
• Não alterar as características físicas e químicas do concreto;
• Não degradar a superfície das formas;

27
2.4.6 Concretagem

A concretagem e todas as ações precedentes são fundamentais para que a estrutura


executada corresponda ao projeto estrutural, garantindo assim a durabilidade e a qualidade
desejada. Uma das produções mais eficientes ocorre a partir de concretos fabricados em
centrais dosadoras e fornecidas ao canteiro em caminhões betoneira, incorrendo-se sempre
em melhores controle de qualidade de agregados, medidas em peso, precisão de volumes,
garantia do fornecedor quanto ao desempenho do concreto matriz fornecido (ABCP, 2007).

A etapa de concretagem, pode ser dividida em duas partes para facilitar a análise:
recebimento do concreto e lançamento do concreto.

Após a chegada do concreto na obra, deve-se garantir que o material recebido esteja em
acordo com o solicitado e com o projeto. Assim, com a chegada do caminhão-betoneira,
devem ser conferidos na nota fiscal o volume do concreto, o tamanho da brita, a resistência,
o aditivo solicitado e a consistência do concreto, bem como se o caminhão está lacrado e se
o número do lacre corresponde ao da nota fiscal (ABESC, 2012).

O recebimento do concreto é uma etapa importante, já que o slump deve corresponder ao


especificado no projeto para um bom desempenho do sistema. Para esta etapa, deve ser
consultada e seguida a norma ABNT NBR 12655:2015 – Concreto – preparo, controle e
recebimento. O procedimento da ABNT NBR NM 67:1998 – Ensaio de abatimento do concreto
(Slump test) deve ser seguido ou, caso o concreto seja autoadensável, deve-se seguir a ABNT
NBR 15823-2:2010 – Concreto autoadensável Parte 2: Determinação do espalhamento e do
tempo de escoamento – Método do cone de Abrams.

Arêas (2012) explica que na chegada do concreto na obra são realizados testes de
consistência (Slump Test) e espalhamento (Slump Flow) do concreto. Sendo o resultado da
consistência do concreto abaixo do especificado em nota, é permitido adição de água com
especificado na NBR 7212, desde que seja superior a 10 cm e haja uma correção de até 25
mm, não podendo passar o limite máximo e o tempo da adição de água e o lançamento do
concreto seja superior a 15 minutos.

Misurelli e Massuda (2009), expõe uma sequência para o lançamento do concreto:

• Iniciar por um dos cantos da construção até as paredes próximas estarem


cheias;
• Seguir mesmo procedimento no canto oposto.
• O procedimento é o mesmo para os outros dois pontos.
28
• Pontos nas linhas elevadas (telhado);
• O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição final;
• Não deve haver interrupções com duração superior à 30 minutos;

A NBR 16055:2012, estabelece o uso de dispositivos que conduzam o concreto minimizando


a segregação, como funis, calhas e trombas, conforme a figura 6.

Figura 6: Concretagem usando uma calha improvisada

Fonte: comunidade da construção

Misurelli e Massuda (2009), explicam que quando não utilizado concreto autoadensável, o
concreto deve ser vibrado com o equipamento adequado para que preencha todos os espaços
da forma.

2.4.7 Desforma e Cura

“A cura [...] deve ser realizada tomando cuidado para evitar mudanças bruscas de
temperatura, secagem, vento, chuva forte, agentes químicos, choques e vibrações de grande
intensidade para evitar o surgimento de fissuras e trincas.” (FIABANI, 2010).

De acordo com Misurelli e Massuda (2009), “A retirada das estruturas provisórias deve ser
feita após o concreto atingir a resistência prevista no projeto, sem impacto, evitando o
aparecimento de fissuras”. Geralmente, 3 MPa é adotada como uma resistência à compressão
adequada para a desforma.

29
Ressalta-se a importância da não retirada de escoramentos, conforme figura 7, enquanto não
houver certeza de que os elementos estruturais e o sistema de escoramento têm resistência
suficiente para suportar com segurança as ações a que estão sujeitos” (ABNT, 2012, p. 24)
Figura 7: Escoramento da Laje

Fonte:PINI

Na desmontagem, é fundamental que seja realizada uma limpeza completa, removendo a


película de argamassa (cimento + água + areia) aderida ao molde. Esse trabalho deve ser
cuidadoso, de modo a garantir a vida útil das fôrmas.

2.5 Vantagens e desvantagens da parede de concreto moldada in loco

A parede de concreto representa um avanço tecnológico quanto à indústria da construção


civil. A etapa de serviços, a produtividade em especializar a mão de obra, o uso de materiais
específicos, a mecanização e modulação faz da parede de concreto um atrativo para muitas
empresas brasileiras voltadas à construção de residências populares.

O sistema é recomendável para empreendimentos que tem alta repetitividade, como


condomínios horizontais ou com muitos blocos e edifícios residenciais. Obras que exigem das
construtoras prazos de entrega exíguos, economia e otimização da mão de obra (ABCP,
2007).

30
Segundo a ABCP (2007), as principais características desse sistema são:

• Velocidade de execução;
• Garantia do cumprimento de prazos;
• Industrialização do processo;
• Maior controle de qualidade;
• Qualificação da mão de obra;

Ainda, segundo a ABCP (2007), o controle exercido durante todo o processo executivo, do
projeto à entrega da obra, é o atributo mais visível do sistema, e o grande responsável pelos
ganhos de qualidade final, produtividade e prazo de realização. Ou seja, os desperdícios são
mínimos, se comparados à sistemas tradicionais.

Sua vantagem está atrelada diretamente a redução do tempo de execução, assim como, a
redução dos custos globais da obra, o que é propício em um cenário de crise à lucros maiores.

Segundo Sach (2011), outras características vantajosas devem ser destacadas, como por
exemplo:

• Alta produtividade;
• Custo geral da obra;
• Execução simultânea da estrutura e vedação;
• Pode dispensar revestimentos, recebendo a pintura diretamente;
• Racionalização da produção das vedações, com alta produtividade, baixo
índice de perdas e mão de obra reduzida;
• Aumento da produtividade, devido a existência de uma sequência definida de
tarefas;
• As fôrmas reutilizáveis permitem a construção de uma habitação por dia;

Mesmo com inúmeras vantagens, nenhum processo construtivo está livre de desvantagens,
que devem ser exploradas para o conhecimento total do sistema construtivo e para evitar
qualquer anomalia construtiva futura.

Segundo Arêas (2013), o conserto de defeitos que são consequência da imperícia na


execução das etapas de uma obra de parede de concreto, é um retrabalho com alto grau de
dificuldade. Na maioria das situações, a solução do erro cometido envolve quebrar a periferia
da área defeituosa, reparar e encher com concreto, tratando-se de operações delicadas e de
elevado custo com material e mão de obra.

31
A ABESC (2012), levanta algumas desvantagens do sistema construtivo parede de concreto,
sendo elas:

• Falta de mão de obra qualificada;


• Utilização de muitas peças pequenas (pinos e cunhas);
• Investimento inicial alto (aquisição/aluguel de fôrmas);
• Pouca mobilidade para personalização das unidades;

Sach (2011), afirma que as manifestações patológicas, principalmente as fissuras, a umidade


e o desempenho insatisfatório decorrentes do emprego inadequado no passado contribuem
para a pouca utilização no presente.

A análise dessas manifestações patológicas é alvo desta dissertação, para que por meio de
coletâneas bibliográficas e estudos de caso, possam ser prevenidas algumas dessas
anomalias construtivas num sistema tão cheio de vantagens e inovador.

2.6 Manifestações patológicas na parede de concreto moldada in loco

Segundo Corrêa (2012), as paredes de concreto estão sujeitas ao aparecimento de patologias


como qualquer outro sistema construtivo, que reduzem a resistência da estrutura e seu
desempenho.

Segundo Mitidieri Filho, Souza e Barreiros (2013), as inconformidades encontradas eram


decorrentes de inadequação as propriedades do concreto fresco, ou do mau controle e da
execução.

Para o entendimento das manifestações patológicas na parede de concreto, à priori deve ser
analisado a definição breve do que vem a ser manifestações patológicas para posteriormente
sua aplicação no objeto de análise.

2.6.1 Estudo breve da definição de patologia

A patologia das construções é semelhante à Ciência Médica, já que estuda os sintomas,


formas de manifestação, origens e causas das doenças ou falhas que ocorrem nas
edificações (HELENE, 2002).

Designa-se genericamente por patologia das estruturas esse novo campo da Engenharia das
Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestação, consequências e

32
mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas (RIPPER
E CUSTÓDIO,2011).

A sequência lógica do processo de construção civil indica que a etapa de execução deva ser
iniciada apenas após o término da etapa de concepção, com a conclusão de todos os estudos
e projetos que lhe são inerentes. Suponha-se, portanto, que isto tenha ocorrido com sucesso,
podendo então ser convenientemente iniciada a etapa de execução, cuja primeira atividade
será o planejamento da obra (RIPPER; CUSTÓDIO,2011).

Assim, uma vez iniciada a construção, podem ocorrer falhas das mais diversas naturezas,
associadas a causas tão diversas como falta de condições locais de trabalho (cuidados e
motivação), não capacitação profissional da mão-de-obra, inexistência de controle de
qualidade de execução, má qualidade de materiais e componentes, irresponsabilidade técnica
e até mesmo sabotagem (RIPPER; CUSTÓDIO,2011).

O surgimento de problema patológico em dada estrutura indica, em última instância e de


maneira geral, a existência de uma ou mais falhas durante a execução de uma das etapas da
construção, além de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio
a uma ou mais atividades (RIPPER; CUSTÓDIO,2011).

2.6.2 Manifestações patológicas na parede de concreto

Segundo Mitidieri Filho, Souza e Barreiros (2013), em visita técnica em obras de parede de
concreto citam as falhas de execução a seguir: Vazamento de concreto pela base das formas,
razão de existência de frestas entre as placas e a laje; Ausência de espaçadores na armadura
causando exposição da mesma.

Para evitar tais problemas os autores recomendam três itens que sejam controlados na
execução, são eles:

• Controle do concreto, seu recebimento e suas propriedades;


• Execução das paredes
-Montagem das armaduras e das instalações embutidas;
-Montagem das formas;
-Concretagem;
-Cura do concreto;
• Controle no recebimento das paredes após desforma;

33
Falhas executivas do tipo desaprumos, desalinhamentos, desníveis, e erros de concretagem,
são alguns dos responsáveis pelo surgimento dessas patologias no sistema. Tais problemas
quando apresentados, geram custos adicionais ao custo global da obra, além de atrasar
cronogramas e desperdício de materiais (MITIDIERI FILHO, SOUZA E BARREIROS, 2013).

2.6.2.1 Fissuras

Segundo Nunes (2007 apud CORRÊA, 2012), as fissuras, ver figura 8, podem ser
classificadas de acordo com a sua origem, sendo:

• Deformação: Esforços atuantes na estrutura de modo que, se estiver


recebendo esforços de compressão, cisalhamento ou flexão superior ao que
suporta, o concreto fissura.
• Retração Hidráulica: A retração hidráulica pode gerar fissuras quando o
concreto ainda está fresco, devido a perda de água exsudada para a superfície ou
mesmo devido a evaporação.
• Retração Térmica: Com a variação da temperatura ocorre a variação
volumétrica do concreto endurecido, gerando assim fissuras no mesmo, este
efeito é mais sensível para peças mais antigas.
• Expansão hidráulica: As fissuras são causadas pela expansão volumétrica da
água que se encontra nos poros do concreto, produzindo grandes pressões.

Figura 8: Fissuras no concreto armado

Fonte: Clube do Concreto

34
2.6.2.2 Nichos de concretagem

A concretagem das paredes de concreto é de extrema importância, visto que ela gera a forma
e ao mesmo tempo a estrutura da edificação. Quaisquer inconformidades no que está previsto
em projeto pode resultar em sérias consequências, como redução da qualidade do produto
final e resistência das paredes. Para minimizar esse tipo de falha, é recomendado um alto
controle no recebimento do concreto, evitando disparidades com o que está especificado
(CORRÊA, 2012).

Figura 9:Nicho de Concretagem

Fonte: Cimento Itambé

Mitidieri Filho, Souza e Barreiros (2013) em visitas técnicas em obras de paredes de concreto
citam as falhas de concretagem a seguir: Segregação do concreto na base das paredes de
fachada, provocada por propriedades do concreto inadequadas ou falha de execução;
Formações de vazios de grandes dimensões que o concreto não preencheu localizado sob
eletrodutos horizontais, conforme demonstrado na figura 9.

Segundo Faria (2009), as causas do problema são falhas no processo de concretagem,


devido ao lançamento e adensamento do concreto, mas esta manifestação patológica
também pode ser causada por erro no detalhamento da armadura. O lançamento do concreto
de alturas elevadas (superior a 2,0 metros), a dosagem inadequada (relação água/cimento
elevada ou teor de aditivos) resultam um concreto sem coesão, peças esbeltas e/ou com
formas complexas e o tamanho do agregado graúdo superior ao espaçamento das armaduras
são algumas das causas dos nichos de concretagem.

35
2.6.2.3 Defeitos na superfície do concreto

Corrêa, (2012) citam bolhas superficiais no concreto como um dos problemas mais comuns
no sistema construtivo. Esta patologia aparece na superfície do concreto devido ao processo
de mistura e lançamento do concreto. Uma parcela do ar fica presa no concreto durante a
cura, a água e o ar tendem a concentrar-se próximo a parede, causando esses defeitos
superficiais.

Segundo Misurelli e Massuda (2009), orientam que as falhas decorrentes da infiltração de ar


e as falhas provocadas pela heterogeneidade da granulometria da areia e impurezas podem
ser corrigidas pelo processo de feltragem.

O processo de feltragem consiste na aplicação de uma camada de nata de cimento (água +


cimento) nos defeitos superficiais, por meio de desempenadeira de madeira revestida de
espuma (MISURELLI E MASSUDA, 2009).

2.6.2.4 Paredes fora de prumo e esquadro

Apesar da insistência do fabricante das fôrmas em afirmar que após montada a mesma não
se movimentaria, verificou-se que diversas paredes estavam foram de prumo e esquadro, em
razão do deslocamento da fôrma. (Macedo et al., 2018)

Nas primeiras concretagens o percentual de apartamentos que apresentaram tais problemas


era algo em torno de 25%, após a criação de diversos travamentos nas fôrmas e de novas
peças para impedir o movimento das paredes, conseguiu-se reduzir para 3% a incidência
deste problema nos últimos blocos construídos (Macedo et al., 2018)

2.6.2.5 Caixas elétricas desalinhadas e fora do esquadro

Um cenário comum após a realização da desforma eram as caixas de elétrica desalinhadas e


fora de esquadro, em decorrência do grampo acoplado à caixa, que era feito para fixá-la nas
telas de aço, não conseguir resistir aos esforços do concreto de forma eficiente.

No início das concretagens a ocorrência deste fato ficava em torno de 30% dos apartamentos,
mas a partir do momento que a fixação das caixas na obra passou a utilizar arame 18, este
número reduziu bastante, chegando a ocorrer em apenas 6% dos apartamentos, nos últimos
blocos executados. (Macedo et al., 2018)

36
2.6.2.6 Armadura exposta

Constatou-se a ocorrência de armaduras expostas numa média de 10%, nas primeiras


concretagens. As causas que levaram a existência dessa falha construtiva na obra foram falta
de adensamento adequado e/ou a falta de espaçadores. (Macedo et al., 2018)

3 METODOLOGIA

Para atender os objetivos do presente trabalho, elaborou-se a metodologia a seguir descrita.


As principais etapas foram: levantamento de ampla revisão bibliográfica, escolha de um
empreendimento, caracterização do empreendimento, coleta de dados no canteiro de obras,
análise dos dados obtidos, análises das principais causas de manifestações patológicas e,
finalmente, propostas de melhorias.

Neste capítulo será descrito a obra que será avaliada e como será realizado o levantamento
das manifestações patológicas dessa obra na fase de construção.

3.4 Escolha do Empreendimento/Caracterização

A obra avaliada estava em fase de execução das paredes de concreto, iniciando os serviços
de acabamento de pintura interna e externa no momento do estudo. Em função das paredes
de concreto estarem sem revestimento, se torna mais fácil para identificar as manifestações
de patologias decorrentes do processo construtivo.

A escolha do empreendimento a ser estudado baseou-se principalmente na tipologia


construtiva ser a paredes de concreto

Para a realização deste estudo de caso, foram inspecionados dois condomínios residenciais,
denominados A e B, contendo, respectivamente, 14 e 7 blocos. Cada bloco contendo 4
pavimentos tipo, e cada pavimento com 4 apartamentos de aproximadamente 45 m². Todos
os apartamentos foram construídos utilizando-se a mesma planta de arquitetura e estrutura,
com a mesma equipe, os mesmos fornecedores e os mesmos materiais.

37
3.5 Método utilizado: Levantamento das Manifestações Patológicas

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho científico constituiu-se em: Leitura de
livros técnicos, publicações e artigos científicos que abordassem o tema. Estudo das Normas
Técnicas referentes à execução de estruturas de concreto, alvenaria e revestimento.

Primeiramente foram estabelecidas algumas manifestações das patologias, por experiências


de outras obras realizadas pelo autor como estagiário no mesmo sistema construtivo e por
problemas e não conformidades de execução apontados por Mitidieri filho, Souza e Barreiros
(2013).

4 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com o presente trabalho obter uma possível relação entre falhas operacionais
interligadas com as manifestações patológicas que são recorrentes na parede de concreto. E
a partir de análises em canteiro, fazer com que todo cumprimento normativo seja assegurado,
visando a boa prática com mais qualidade, segurança e conforto.

38
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS


EMPRESAS DE SERVIÇOS DE CONCRETAGEM; INSTITUTO BRASILEIRO DE TELAS SOLDADAS.
Parede de concreto: coletânea de ativos 2007/2008. São Paulo, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS


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