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APARECIDA DE GOIÂNIA
2019
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS
CÂMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
APARECIDA DE GOIÂNIA
2019
TERMO DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof. Me. Renato Costa Araújo (Presidente-Orientador)
_________________________________________________________
Prof. Dr. Wanderley Azevedo de Brito (Examinador Interno -IFG)
_________________________________________________________
Eng. Abrão Hene Vieira Filho (Examinador Externo)
RESUMO
4
ABSTRACT
The pathological manifestations in the concrete wall may become an obstacle to the physical-
financial schedules of a work. It should be noted that all processes from the design of the
project to its use go through the execution phase. Having analysis of the human capacity to
fail, certain execution procedures are neglected and lead to rework that has caused discomfort
in its users due to the instability of the building. It is necessary to seek to understand a relation
between execution, term and quality so that, coupled with good technique, constructive
anomalies can be avoided. The study of the pathological manifestations becomes evident
when there is a concern in constant improvement of the processes from the beginning of a
work until its end. In other words, the identification of the pathological manifestations, the
possible cause and treatment, seeking improvement of the operational techniques guaranteed
through NBR's and studies about the reinforced concrete should be the focus to maintain
productivity, quality, safety and profit in concrete wall molded in loco.
5
LISTA DE FIGURAS
6
LISTA DE TABELAS
7
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 11
1.2 Objetivos 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13
2.3.1 Concreto 16
2.3.3 Armação 18
2.3.4 Fôrmas 19
2.4.6 Concretagem 28
9
2.4.7 Desforma e Cura 29
2.6.2.1 Fissuras 34
3 METODOLOGIA 37
4 RESULTADOS ESPERADOS 38
REFERÊNCIAS 39
10
1 INTRODUÇÃO
Implantado pelo Governo Federal brasileiro em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida,
faz com que construtores e empreendedores iniciem uma forte empreitada no ramo da
construção civil habitacional, com o objetivo de construir casas com custos mais baixos e
maior velocidade de produção, e para isso utilizam a tecnologia construtiva: Parede de
concreto.
Sendo uma estrutura de concreto armado, a parede de concreto se destaca pelo uso do
concreto autoadensável com suas propriedades de autoadensabilidade: habilidade de
preenchimento, a garantia do adensamento sem comprometer à resistência a compressão e
a durabilidade, o equilíbrio entre a alta fluidez e sua moderada viscosidade e a estabilidade
ou resistência à segregação (GOMES, 2002).
Para gerir toda qualidade benéfica da parede de concreto, em 2012, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) publicou a NBR 16.055/2012 (“Parede de Concreto Moldada no
Local para a Construção de Edificações – Requisitos e Procedimentos”) de forma a normatizar
o dimensionamento e a execução do sistema que ainda não era normatizado, apesar do seu
uso há cerca de 30 anos no Brasil (REVISTA TÉCHNE, 2012).
Segundo Corsini (2012), algumas construtoras viam com receio a aplicação desta tecnologia
pelo uso de conhecimentos e técnicas próprias até o surgimento da norma, que cria um
procedimento de execução padrão para ser seguido e executado. Tendo em vista a entrada
em vigor da NBR 16.055/2012, algumas adaptações eram necessárias para que a concepção,
execução e utilização fossem de acordo com a técnica normativa.
A inerência no fato de que o uso da parede de concreto sem uma norma, faz com que
manifestações patológicas sejam constatadas, e com a observação de recorrências
patológicas irá abranger uma minuciosa análise em obras antes da norma e pós norma.
11
As paredes de concreto estão sujeitas ao aparecimento de patologias como qualquer outro
sistema construtivo, que reduzem a resistência da estrutura e seu desempenho (CORRÊA,
2012). As inconformidades encontradas eram decorrentes da inadequação as propriedades
do concreto fresco, ou do mau controle/execução (MIDIÉTRI FILHO, SOUZA E BARREIROS,
2013).
A partir do que fora dito há a necessidade de recomendações técnicas de uma forma mais
detalhada, com o uso de treinamentos para buscar a prevenção quanto as manifestações
patológicas e tratativa com o intuito de que a execução bem instruída, implica numa melhor
qualidade, com uma quantidade menor de erros.
12
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
mundialmente conhecidas nas décadas de 70 e 80. Porém, devido à falta de escala e de
continuidade de obras nesses padrões - principalmente com as limitações financeiras da
época - essas tecnologias não se consolidaram no mercado brasileiro. (MISURELLI;
MASSUDA, 2009).
Com a implantação do PMCMV, Programa Minha Casa Minha Vida, três entidades
representativas do segmento da indústria da construção civil, a Associação Brasileira de
Cimento Portland (ABCP), a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem
(ABESC) e o Instituto Brasileiro de Tela Soldada (IBTS), junto com algumas construtoras,
passaram a estudar e conhecer outras realidades no continente americano, com
particularidades com o Brasil, para saber quais os sistemas construtivos mais utilizados, onde
o sistema de paredes de concreto, por sua competitividade, cadeia preparada e visão
sistêmica; a gestão e a logística eram fatores fundamentais no sucesso da empreitada, era
uma realidade expressiva em países como a Colômbia, México e Chile, com realidades
habitacionais e demandas semelhantes à brasileira. (JÚNIOR,2017).
Em 2006 foi construído primeiro condomínio residencial erguido com o método construtivo de
parede de concreto, a empresa Rodobens Negócios imobiliário utilizou formas de plástico
locado no Estados Unidos da América. Desde então esse método construtivo começou a ser
utilizado no Brasil.
Segundo Junior (2017), hoje a realidade do sistema de paredes de concreto responde por
52% das unidades em construção e em projeto do PMCMV, o que demonstra sua
competitividade e atendimento às Normas vigentes no Brasil.
O uso desse sistema construtivo (parede autoportante), no Brasil começou ainda na década
de 1970, para atender a necessidade de entrega rápida dos empreendimentos incentivados
pelo governo brasileiro. Mas, o uso de paredes de concreto teve certa queda com o passar
dos anos, sendo retomado com força por meio do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em
2009. Nesse programa, as construtoras buscavam, justamente, um tempo de construção
pequeno. O que é exatamente o que esse tipo de parede pode oferecer, além de estruturas
de boa qualidade e custo reduzido. (TECNOSIL, 2019).
14
O sistema atende a todas as atuais premissas do mercado, oferecendo as vantagens de uma
metodologia construtiva voltada à produção de empreendimentos que têm alta repetitividade,
como condomínios e edifícios residenciais. (ABCP, 2008/2009).
Segundo a comunidade do concreto o sistema Parede de Concreto deve ser percebido como
uma cadeia produtiva industrializada exige um planejamento bem estruturado desde a
idealização do projeto arquitetônico, passando pela modulação, compatibilização dos demais
projetos (estrutural, hidráulico e elétrico) até a gestão da obra.
Normalmente a espessura das paredes de concreto e das lajes é de 10 cm. Ambas são
armadas com telas de aço eletrossoldadas de malha quadrada de 100 mm e fios com diâmetro
de 4,2 mm. Basicamente, um projeto estrutural metálico é montado e apoiado com escoras,
deixando um vão na estrutura. Esse vão deverá ser preenchido com concreto (TECNOSIL,
2019).
A NBR 16055:2012 cita que as instalações elétricas e hidráulicas são embutidas na parede,
sendo a mesma fixada na armação antes da concretagem. Vale ressaltar que as instalações
com tubo de grande diâmetro não são embutidas nas paredes, mas sim alojadas em shafts,
previamente deixados nas paredes, como aberturas.
15
2.3 Elementos constituintes da Parede de Concreto Moldada in Loco
Segundo Silva (2017) o sistema construtivo pode ser descrito como um conjunto de paredes
estruturais maciças de concreto, armadas com telas metálicas eletrossoldadas. Logo,
percebe-se em destaque o concreto, as formas e a armação sendo estes os principais
elementos constituintes da parede de concreto, que exigem um estudo/análise mais
aprofundado visando observar as suas peculiaridades.
2.3.1 Concreto
Para o método construtivo parede de concreto, o concreto deve possuir uma boa
trabalhabilidade, para evitar segregações e dificuldades na aplicação resultando em um fácil
preenchimento das formas e um bom acabamento da superfície do concreto. Para seguir as
peculiaridades da NBR 16055:2012, quatro tipos de concreto são recomendados para o uso
neste sistema construtivo (ABCP, 2007):
A Tabela 01, demonstra um resumo das características dos concretos mais usuais na parede
de concreto, assim como, define quanto ao uso em que será empregado. Vale ressaltar a
importância do concreto autoadensável tendo em vista ao atingir um dos maiores valores na
resistência mínima a compressão (20 Mpa). Logo, justifica o seu uso na parede de concreto
e sua intensa observação no que concerne ao concreto usinado, ao invés de ser produzido
em obra.
16
Tabela 01-Resumo dos principais tipos de concretos usados na parede de concreto
Massa
Resistência Mínima a Tipologia usualmente
Tipo Concreto específica
compressão (MPA) utilizada
(Kg/m³)
L1 Celular 1500-1600 4 Casa até 2 pavtos.
Com agregado
L2 1500-1800 20 Qualquer Tipologia
leve
Convencional ou
N 2000-2800 20 Qualquer Tipologia
Autoadensável
Segundo Arêas (2013), são utilizadas algumas fibras têxteis de polipropileno para combater
tensões de tração. A dimensão máxima do agregado deve ser de 12,5mm (brita 1), deve-se
buscar um concreto homogêneo, preferencialmente autoadensável, assim minimizando
operações de acabamento (feltragem) e boa integridade das arestas eliminando retrabalhos.
O concreto autoadensável é uma tecnologia importante e que traz muitas inovações, pois
basicamente representa uma evolução em relação ao concreto convencional. Ele aumenta
sua composição de 4 para 6 elementos: água, cimento, agregado graúdo e miúdo, finos e
aditivos tornando a dosagem muito mais complexa. Por este motivo devemos ter um controle
de qualidade que apenas pode ser obtido pela garantia do concreto usinado. (GOMES et al,
2009).
A Téchne, (2008), divulgou informações em relação ao CAA que são justificadas pelo custo,
pela diminuição do tempo de concretagem, pela qualidade do concreto e pelo melhor
acabamento. Tais atributos, podem ser explicados dada as propriedades de
autoadensabilidade do concreto sendo elas: habilidade de preenchimento, a garantia do
adensamento sem comprometer a resistência à compressão e a durabilidade (GOMES,2002),
o equilíbrio entre a alta fluidez e sua moderada viscosidade e a estabilidade ou resistência à
segregação.
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O uso do concreto autoadensável na parede de concreto representa praticidade no que diz
respeito ao seu manuseio, no entanto, todos os seus padrões de autoadensabilidade devem
ser garantidos no canteiro de obras e na usina por meio de ensaios no controle tecnológico.
Estes ensaios devem ser realizados com rigor assim que o caminhão betoneira chega na
obra, sendo o ensaio de abatimento (Slump Teste) e o ensaio de espalhamento (Flow Teste).
2.3.3 Armação
Segundo Misurelli e Massuda (2009), a armação que é adotada nas paredes de concreto é
composta por uma tela soldada no eixo vertical das paredes, ou nas duas faces, dependendo
do dimensionamento projetado. Bordas, vãos de portas e janelas recebem reforços de telas
ou barras convencionais. As armaduras devem atender a três requisitos básicos:
A armadura de aço em telas e reforços deve ser montada seguindo o projeto estrutural, e em
hipótese alguma, deve-se aplicar uma armação diferente sem a consulta prévia ao projetista.
Além do fato quanto a condições de estocagem e organização desse aço evitando seu contato
18
com a terra, e tendo todas as identificações claras, de forma a evitar qualquer confusão na
hora da montagem da armação.
2.3.4 Fôrmas
Segundo Misurelli e Massuda (2009), a importância das fôrmas é vital, pois precisam ter
resistência a pressões no lançamento do concreto até a sua cura, para isso as formas
precisam estar totalmente estanques e que haja um favorecimento à geometria das peças. As
fôrmas apesar de serem vistas como estruturas provisórias, são cada vez mais alvos de
cuidados e tratamentos especiais para garantir sua reutilização em várias obras de parede de
concreto.
A NBR 16055:2012, recomenda que as fôrmas devem ser projetadas de forma a atender os
itens abaixo:
A ABNT NBR 16055:2012, prevê que podem ser usadas três tipos de fôrmas:
• Fôrmas Metálicas: São formas que utilizam quadros e chapas metálicas tanto
para estruturação de seus painéis como para dar acabamento à peça concretada.
19
• Fôrmas Metálicas + compensado: São compostas por quadros em peças
metálicas (aço ou alumínio) e utilizam chapas de madeira compensada ou material
sintético para dar o acabamento na peça concretada.
• Fôrmas Plásticas: Utilizam quadros e chapas feitas em plástico reciclável, tanto
para estruturação de seus painéis como para dar acabamento à peça concretada,
sendo contraventadas por estruturas metálicas.
A ABCP (2007), define que para edifícios de múltiplos pavimentos, pode-se utilizar formas
trepantes. Nesta modalidade, a produtividade da mão de obra é alta, pois as fôrmas são
estruturadas com painéis de grandes dimensões e andaimes de serviço, já são transportadas
de uma só vez, diminuindo as etapas de montagem. Com isso, o transporte vertical do
conjunto exige necessidade de grua no canteiro.
O projeto de fôrma possui elementos que não podem faltar na concepção do projeto da parede
de concreto, sendo eles (ABCP, 2007):
20
• Suporte técnico do fornecedor (capacidade instalada, área de cobertura,
agilidade de atendimento, oferta de treinamento e assistência técnica);
Segundo Pandolfo (2007), a seleção da fôrma vai depender do grau de repetição do uso da
mesma, da qualidade exigida, da espessura da parede e consequente empuxo gerado pelo
peso do concreto, da disponibilidade de fornecedores na região, do ritmo da obra desejado, e
até do estudo da grua.
As fôrmas mais utilizadas hoje, são as fôrmas de alumínio, dada o seu peso para transporte,
e sua praticidade na montagem. As fôrmas possuem encaixes, nos quais são fixadas as
caixas de comando e de distribuição. Elas são aparafusadas nos painéis para que não se
movimentem durante a concretagem e mantenham seu alinhamento quanto as paredes
estiverem finalizadas (VENTURINI, 2011).
• Cunha: Trabalha em conjunto com os pinos. Sua forma curva permite inseri-la
facilmente, diminuindo o risco de danos.
• Pino: Acessório que em conjunto com a cunha, realiza a fixação dos painéis de
parede entre si, com painéis angulares, cantoneiras e tapas; assim como, fixação
básica dos painéis de laje.
• Corbata ou Faquetas: Acessório em aço para separar e fixar as fôrmas,
determinando a espessura da parede. São instalados nas uniões de parede, em
toda a altura.
• Grapa: Acessório utilizado para a fixação de painéis sem perfuração, como:
painéis de laje com radier; painéis de radier com radier; tapas de parede com
fôrmas de parede; painéis de laje com painéis de escoras; painéis de lajes entre
si.
O IPT (2010), descreve o sistema construtivo paredes de concreto moldada no local sendo
composto por paredes maciças de concreto, armadas com tela soldada centralizadas entre
as formas e com lajes maciças de concreto, também moldada no local.
21
Misurelli e Massuda (2009), determinam uma sequência de execução de atividades que
antecedem a montagem da forma, são elas:
Segundo Misurelli e Massuda (2009), os tipos de fundação mais adequados para as paredes
de concreto são: sapata corrida, laje de apoio (radier)- conforme figura 1, blocos de
travamento de estacas e tubulões. Visando o sequenciamento construtivo rápido, o radier se
torna uma ótima opção haja vista sua facilidade de suporte para o recebimento e distribuição
das formas.
22
Corsini (2011), afirma que ao se executar radier, a facilidade para montar as formas é maior,
por deixar a base de montagem nivelada. Ao utilizar radier, a atenção deve ser atenuada na
sua devida impermeabilização, evitando que uma possível umidade ascendente possa ir para
as paredes.
Existe uma primeira fiada de blocos de alvenaria estrutural sobre o radier e nas áreas de
cozinha e banheiros, são passadas as tubulações de infraestrutura que servirá de base para
interligação externa e interna. Antes da concretagem, deve-se verificar o posicionamento das
amaduras de arranque e dos elementos de instalação hidrossanitárias, elétricas e telefônicas.
A próxima etapa após o nivelamento da fundação, inicia-se com a marcação da Laje. Este
processo é muito importante, pois ele irá determinar o correto posicionamento das fôrmas de
modo que não haja incompatibilidade na montagem e o travamento seja feito da forma correta.
Para a realização deste processo, será necessário a utilização do projeto de formas, para
saber a correta demarcação da parede no piso. Para o auxílio desta etapa, existem gabaritos
posicionadores, conforme a figura 2 que possuem a dimensão da espessura da parede a ser
executada.
A partir do eixo central da parede, são considerados 13cm para cada lado, totalizando a
distância de 26 cm, correspondente aos 10cm de espessura da parede e mais 8cm de cada
lado para colocação das faces das fôrmas internas e externas (SILVA,2010).
Vale ressaltar, que a ABNT 16055:2012, fixa em aproximadamente 5mm a tolerância para a
posição dos eixos de cada parede em relação ao projeto, além da tolerância individual de
23
desalinhamento horizontal de elementos estruturais lineares menor ou igual ao comprimento
do vão/500 ou 5mm, adotando-se o menor valor.
Após a marcação correta da laje, o posicionamento das telas soldadas posicionadas no eixo
vertical das paredes acontece, conforme figura 3. A norma brasileira que rege o processo de
utilização de telas de aço é a ABNT NBR 7481 – Tela de aço soldada – Armadura para
concreto, com base nela é executada todas as malhas do projeto.
A NBR 16055 (2012) enfatiza a necessidade das armaduras estarem limpas, seu
posicionamento e seu cobrimento serem conferidos e estarem de acordo com o especificado.
O projeto deve se atentar nos detalhamentos para que haja espaçamento necessário entre os
elementos para a execução da concretagem. Quando a armadura estiver em interferência
com outros objetos construtivos, só devem ser cortadas após autorização do projetista
estrutural.
Fonte: Autor
24
Segundo Misurelli e Massuda (2009), a ordem de armação deve ser seguida, de forma que
se deve armar primeiro a armadura principal, em tela soldada. Depois é a vez das armaduras
de reforços, ancoragens de cantos e cintas.
Qualquer elemento pré-moldado (lajes, escadas e outros) não pode invadir a seção da parede
e deve ser consolidado com esta, com a finalidade de preservar o efeito de diafragma rígido
e garantir a continuidade das paredes.” (ABNT NBR 16055:2012, p. 12)
A NBR 16055:2012 prevê que, o espaçamento entre barras de aço verticais e horizontais não
pode ser maior que duas vezes a espessura da parede, sendo de no máximo 30 cm.
Após o término da montagem da armação e seus respectivos reforços nos vãos de portas e
janelas, a equipe de instaladora entra com a instalação de seus kits elétricos e hidráulicos.
A Téchne (2008), explica que Kits hidráulicos e elétricos podem ser montados fora do canteiro
de obra ou em espaço destinado exclusivamente para isso. Se o projeto previr banheiros
espelhados, pode-se montar a instalação completa previamente.
Segundo a NBR 16055 (2012) além da função estrutural, a armadura também tem a função
de suportar os elementos das instalações elétricas e hidráulicas. Sendo assim, durante a
execução, após o posicionamento das telas, as tubulações elétricas, caixas, tubulações de
gás e hidráulica começam a ser colocadas conforme indicado em projeto e é imprescindível
que esses componentes estejam bem fixados na tela, para evitar que saia do prumo, entrem
na parede e causem entupimentos na concretagem.
A NBR 16055 cita que as instalações elétricas e hidráulicas são embutidas na parede, sendo
a mesma fixada na armação antes da concretagem, conforme figura 4. Vale ressaltar que as
instalações com tubo de grande diâmetro não são embutidas nas paredes, mas sim alojadas
em shafts, previamente deixados nas paredes, como aberturas.
25
Figura 4: Kit elétrico fixado na armação
Fonte:AUTOR
A NBR 16055 (2012) cita a importância do estudo detalhado dos projetos pelo responsável
pela obra e que as formas devem vir acompanhadas de seus projetos. Antes do lançamento
do concreto nas formas, devem ser verificados suas dimensões e posições, com finalidade de
assegurar a conformidade entre projeto e executado. A superfície das formas devem ser
limpas e atender o uso de desmoldante, verificar a estanqueidade das mesmas de forma a
evitar perda do concreto.
Importante notar que as formas metálicas, em especial a de alumínio, dão mais produtividade
ao sistema, visto que não precisam de elementos adicionais para resistir à concretagem. “Os
painéis de alumínio não possuem furações para passagem de ancoragens; somente a
passagem fina da chapa de ancoragem na emenda dos painéis.” (SILVA, 2009).
26
O travamento do sistema de fôrmas é feito a partir de pinos e cunhas, com espaçadores
internos reutilizáveis que, além de conferir espaçamento entre as faces das fôrmas, conforme
a espessura de projeto da parede, resistem aos esforços atuantes devidos ao empuxo do
concreto. (SILVA, 2009)
De acordo com Silva (2010), a montagem deve ser iniciada pelos painéis que formam o
banheiro, conforme figura 5, por facilitar a colocação das instalações hidráulicas. No caso das
formas plásticas, o processo de montagem das instalações e armadura pode ser invertido
com o da própria disposição das formas.
Fonte:civilizacaoengenheira.wordpress.com
Dada, a aplicação de desmoldante para facilitar a limpeza da fôrma, a NBR 16055:2012, tem
algumas recomendações quanto ao seu uso:
27
2.4.6 Concretagem
A etapa de concretagem, pode ser dividida em duas partes para facilitar a análise:
recebimento do concreto e lançamento do concreto.
Após a chegada do concreto na obra, deve-se garantir que o material recebido esteja em
acordo com o solicitado e com o projeto. Assim, com a chegada do caminhão-betoneira,
devem ser conferidos na nota fiscal o volume do concreto, o tamanho da brita, a resistência,
o aditivo solicitado e a consistência do concreto, bem como se o caminhão está lacrado e se
o número do lacre corresponde ao da nota fiscal (ABESC, 2012).
Arêas (2012) explica que na chegada do concreto na obra são realizados testes de
consistência (Slump Test) e espalhamento (Slump Flow) do concreto. Sendo o resultado da
consistência do concreto abaixo do especificado em nota, é permitido adição de água com
especificado na NBR 7212, desde que seja superior a 10 cm e haja uma correção de até 25
mm, não podendo passar o limite máximo e o tempo da adição de água e o lançamento do
concreto seja superior a 15 minutos.
Misurelli e Massuda (2009), explicam que quando não utilizado concreto autoadensável, o
concreto deve ser vibrado com o equipamento adequado para que preencha todos os espaços
da forma.
“A cura [...] deve ser realizada tomando cuidado para evitar mudanças bruscas de
temperatura, secagem, vento, chuva forte, agentes químicos, choques e vibrações de grande
intensidade para evitar o surgimento de fissuras e trincas.” (FIABANI, 2010).
De acordo com Misurelli e Massuda (2009), “A retirada das estruturas provisórias deve ser
feita após o concreto atingir a resistência prevista no projeto, sem impacto, evitando o
aparecimento de fissuras”. Geralmente, 3 MPa é adotada como uma resistência à compressão
adequada para a desforma.
29
Ressalta-se a importância da não retirada de escoramentos, conforme figura 7, enquanto não
houver certeza de que os elementos estruturais e o sistema de escoramento têm resistência
suficiente para suportar com segurança as ações a que estão sujeitos” (ABNT, 2012, p. 24)
Figura 7: Escoramento da Laje
Fonte:PINI
30
Segundo a ABCP (2007), as principais características desse sistema são:
• Velocidade de execução;
• Garantia do cumprimento de prazos;
• Industrialização do processo;
• Maior controle de qualidade;
• Qualificação da mão de obra;
Ainda, segundo a ABCP (2007), o controle exercido durante todo o processo executivo, do
projeto à entrega da obra, é o atributo mais visível do sistema, e o grande responsável pelos
ganhos de qualidade final, produtividade e prazo de realização. Ou seja, os desperdícios são
mínimos, se comparados à sistemas tradicionais.
Sua vantagem está atrelada diretamente a redução do tempo de execução, assim como, a
redução dos custos globais da obra, o que é propício em um cenário de crise à lucros maiores.
Segundo Sach (2011), outras características vantajosas devem ser destacadas, como por
exemplo:
• Alta produtividade;
• Custo geral da obra;
• Execução simultânea da estrutura e vedação;
• Pode dispensar revestimentos, recebendo a pintura diretamente;
• Racionalização da produção das vedações, com alta produtividade, baixo
índice de perdas e mão de obra reduzida;
• Aumento da produtividade, devido a existência de uma sequência definida de
tarefas;
• As fôrmas reutilizáveis permitem a construção de uma habitação por dia;
Mesmo com inúmeras vantagens, nenhum processo construtivo está livre de desvantagens,
que devem ser exploradas para o conhecimento total do sistema construtivo e para evitar
qualquer anomalia construtiva futura.
31
A ABESC (2012), levanta algumas desvantagens do sistema construtivo parede de concreto,
sendo elas:
A análise dessas manifestações patológicas é alvo desta dissertação, para que por meio de
coletâneas bibliográficas e estudos de caso, possam ser prevenidas algumas dessas
anomalias construtivas num sistema tão cheio de vantagens e inovador.
Para o entendimento das manifestações patológicas na parede de concreto, à priori deve ser
analisado a definição breve do que vem a ser manifestações patológicas para posteriormente
sua aplicação no objeto de análise.
Designa-se genericamente por patologia das estruturas esse novo campo da Engenharia das
Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestação, consequências e
32
mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas (RIPPER
E CUSTÓDIO,2011).
A sequência lógica do processo de construção civil indica que a etapa de execução deva ser
iniciada apenas após o término da etapa de concepção, com a conclusão de todos os estudos
e projetos que lhe são inerentes. Suponha-se, portanto, que isto tenha ocorrido com sucesso,
podendo então ser convenientemente iniciada a etapa de execução, cuja primeira atividade
será o planejamento da obra (RIPPER; CUSTÓDIO,2011).
Assim, uma vez iniciada a construção, podem ocorrer falhas das mais diversas naturezas,
associadas a causas tão diversas como falta de condições locais de trabalho (cuidados e
motivação), não capacitação profissional da mão-de-obra, inexistência de controle de
qualidade de execução, má qualidade de materiais e componentes, irresponsabilidade técnica
e até mesmo sabotagem (RIPPER; CUSTÓDIO,2011).
Segundo Mitidieri Filho, Souza e Barreiros (2013), em visita técnica em obras de parede de
concreto citam as falhas de execução a seguir: Vazamento de concreto pela base das formas,
razão de existência de frestas entre as placas e a laje; Ausência de espaçadores na armadura
causando exposição da mesma.
Para evitar tais problemas os autores recomendam três itens que sejam controlados na
execução, são eles:
33
Falhas executivas do tipo desaprumos, desalinhamentos, desníveis, e erros de concretagem,
são alguns dos responsáveis pelo surgimento dessas patologias no sistema. Tais problemas
quando apresentados, geram custos adicionais ao custo global da obra, além de atrasar
cronogramas e desperdício de materiais (MITIDIERI FILHO, SOUZA E BARREIROS, 2013).
2.6.2.1 Fissuras
Segundo Nunes (2007 apud CORRÊA, 2012), as fissuras, ver figura 8, podem ser
classificadas de acordo com a sua origem, sendo:
34
2.6.2.2 Nichos de concretagem
A concretagem das paredes de concreto é de extrema importância, visto que ela gera a forma
e ao mesmo tempo a estrutura da edificação. Quaisquer inconformidades no que está previsto
em projeto pode resultar em sérias consequências, como redução da qualidade do produto
final e resistência das paredes. Para minimizar esse tipo de falha, é recomendado um alto
controle no recebimento do concreto, evitando disparidades com o que está especificado
(CORRÊA, 2012).
Mitidieri Filho, Souza e Barreiros (2013) em visitas técnicas em obras de paredes de concreto
citam as falhas de concretagem a seguir: Segregação do concreto na base das paredes de
fachada, provocada por propriedades do concreto inadequadas ou falha de execução;
Formações de vazios de grandes dimensões que o concreto não preencheu localizado sob
eletrodutos horizontais, conforme demonstrado na figura 9.
35
2.6.2.3 Defeitos na superfície do concreto
Corrêa, (2012) citam bolhas superficiais no concreto como um dos problemas mais comuns
no sistema construtivo. Esta patologia aparece na superfície do concreto devido ao processo
de mistura e lançamento do concreto. Uma parcela do ar fica presa no concreto durante a
cura, a água e o ar tendem a concentrar-se próximo a parede, causando esses defeitos
superficiais.
Apesar da insistência do fabricante das fôrmas em afirmar que após montada a mesma não
se movimentaria, verificou-se que diversas paredes estavam foram de prumo e esquadro, em
razão do deslocamento da fôrma. (Macedo et al., 2018)
No início das concretagens a ocorrência deste fato ficava em torno de 30% dos apartamentos,
mas a partir do momento que a fixação das caixas na obra passou a utilizar arame 18, este
número reduziu bastante, chegando a ocorrer em apenas 6% dos apartamentos, nos últimos
blocos executados. (Macedo et al., 2018)
36
2.6.2.6 Armadura exposta
3 METODOLOGIA
Neste capítulo será descrito a obra que será avaliada e como será realizado o levantamento
das manifestações patológicas dessa obra na fase de construção.
A obra avaliada estava em fase de execução das paredes de concreto, iniciando os serviços
de acabamento de pintura interna e externa no momento do estudo. Em função das paredes
de concreto estarem sem revestimento, se torna mais fácil para identificar as manifestações
de patologias decorrentes do processo construtivo.
Para a realização deste estudo de caso, foram inspecionados dois condomínios residenciais,
denominados A e B, contendo, respectivamente, 14 e 7 blocos. Cada bloco contendo 4
pavimentos tipo, e cada pavimento com 4 apartamentos de aproximadamente 45 m². Todos
os apartamentos foram construídos utilizando-se a mesma planta de arquitetura e estrutura,
com a mesma equipe, os mesmos fornecedores e os mesmos materiais.
37
3.5 Método utilizado: Levantamento das Manifestações Patológicas
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho científico constituiu-se em: Leitura de
livros técnicos, publicações e artigos científicos que abordassem o tema. Estudo das Normas
Técnicas referentes à execução de estruturas de concreto, alvenaria e revestimento.
4 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se com o presente trabalho obter uma possível relação entre falhas operacionais
interligadas com as manifestações patológicas que são recorrentes na parede de concreto. E
a partir de análises em canteiro, fazer com que todo cumprimento normativo seja assegurado,
visando a boa prática com mais qualidade, segurança e conforto.
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REFERÊNCIAS
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baixo padrão. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) Escola Politécnica,
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